Peticao Camara - 25-04-2016 PDF

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ADVOCACIA-GERAL DA UNIAO Excelentissimo Senhor Presidente da Camara dos Deputados Referéneia: Dentincia por Crime de Responsabilidade n° 1/2015 A Excelentissima Senhora Presidenta da Repiiblica, representada pelo Advogado-Geral da Unido, nos termos do art. 131 da Constituigéio ¢ do inciso V do art. 4° da Lei Complementar n° 73, de 10 de fevereiro de 1993, conforme documentagao jé acostada aos autos em epigrafe, vem apresentar Pi ICAO, com fundamento no art, 5°, ineiso XXXIV, alinea “a”, da, x Constituigio, no art. 1°, § 1° c/e 0 art. 56 da Lei n° 9.784, de 29 de janeiro de®, 5 oa 1999, € no art. 253, do Regimento Interno da Camara dos Deputados, pelos oy oe fatos e fundamentos juridicos a seguir expostos s = 1- DOS FATOS 3 g Como ¢ cedigo, no dia 17 de abril de 2016, 0 Plendrio da Camara 2 dos Deputados deliberou, por maioria, pela autorizagao para a instauragao, pelo} Senado Federal, de processo contra a Senhora Presidenta da Republica por zg Suposto crime de responsabilidade. Ato continuo, encaminhou o Ofi < 526/2016/SGM-P, de 18 de abril de 2016, ac © Senado Federal, dando-|hg) ciéncia do resultado. A decisio do Plendrio da Camara dos Deputados sucedeu a deliberagao realizada no dia 11 de abril de 2016, no ambito da Comissao Especial destinada a dar parecer sobre a Deniincia por Crime de Responsabilidade n° 1, de 2015, ocasido em que foi aprovado, por maioria, 0 Parecer do Deputado Jovair Arantes, no sentido da admissibilidade da representacao. No decorrer da sessdo deliberativa plenaria do dia 17 de abril, conforme serd exposto adiante, verificou-se a ocorréneia de varias ilegalidades que acabaram por viciar © procedimento de deliberagao, que culminou com 0 voto favoravel de 367 Deputados pela instauragaio do referido proceso. Nesse sentido, _revela-se__imprescindivel___expor-se administrativamente, perante essa Casa, através da Presente peti¢ao, as nulidades verificadas, para que se proceda internamente as devidas corregées Il— DO CABIMENTO DA PRESENTE PETICAO A Constitui¢ao Federal, no art. 5°, inciso XXXIV, “a”, prevé, como direito fundamental, 0 denominado direito de petigao, nos seguintes termos: Art, 5°(..) XXXIV - sio a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 4) 0 direito de petigao aos Poderes Publicos em defesa de direitos 0u contra ilegalidade ou abuso de poder; Mais especificamente no ambito da Camara dos Deputados, o art. 253 do seu Regimento Interno, assim dispde com relagao ao direito de peticao: Art, 253. As petigdes. reclamagdes. representagdes ou queixas apresentadas por pessoas fisicas ou juridicas contra atos ou omissées das autoridades ou entidades piblicas, ou imputados a membros da Casa, serio recebidas e examinadas pela Ouvidoria Parlamentar, pelas Comissdes ou pela Mesa, conforme o caso, desde qu 1 — encaminhadas por escrito ou por meio eletrdnico, devidamente identificadas em formulario préprio, ou por telefone, com a identificagao do autor: Il ~ 0 assunto envolva matéria de competéncia da Camara dos Deputados. A Lei n? 9.784, de 1999, regula 0 processo administrative no Ambito da Administragdo Publica Federal. Prevé 0 § 1°, do art. 1°!, que os preceitos dessa Lei também se aplicam aos drgdos dos Poderes Legislativo quando no desempenho de fungao administrativa. O art. 692, por sua vez, prevé @ aplicacdo subsididria desta lei aos processos administrativos regidos por lei especifica. Em razao de a Denuncia por Crime de Responsabilidade n° 01, de 2015 ter s ido autuada na Camara dos Deputados sob a forma de processo administrative, ¢ tendo em vista a auséncia de previsio especifica no Regimento Interno da Camara dos Deputados de recurso da decisio de * Art. 1° Esta Lei estabelece normas bésicas sobre 0 processo administrativo no ambito da Administragdo Federal direta ¢ indireta, visando, em especial, & protegae dos direitos dos administrados e 20 melhor da Administragao, § 18 Os preceitos desta Lei também se aplicam aos érgios dos Poderes L quando no desempenho de fungio administrativa. lativo € Judiciirio da Unido, ? Ant. 69. Os processos administrativos especiticos continuardo a reg apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei se por lei propria, aplicando-se-Ihes autorizagao da instauragiio de processo por crime de responsabilidade, entende- se aplicavel o art. 56 da Lei n° 9.784/1999, que prevé o cabimento de recurso administrativo das decisdes, em face de razées de legalidade e de mérito, com possibilidade de reconsideragao da decis4o pela autoridade que a proferiu. Assim, em face dos supracitados art. 5°, inciso XXXIV, “a”, da Constitui¢ao, combinado com 0 art. 253 do Regimento Intemo da Camara dos Deputados e com o art. 56 da Lei n° 9.784, de 1999, defende-se o cabimento da presente peti . para que o Presidente da Camara dos Deputados aprecie as alegacdes de nulidades ocorridas na sesso deliberativa plenaria do dia 17 de abril de 2016, II - DA INCONSTITUCIONAL ORIENTACAO DOS LiDERES DOS PARTIDOS PARA O VOTO. INADEQUACAO AO PROCEDIMENTO DO IMPEACHMENT. VIOLACAO DA. FORMACAO DA CONVICCAO PESSOAL DOS VOTANTES. No paradigmatico julgamento da ADPF n° 378/MC-DF, 0 STF estabeleceu como dever dos parlamentares 0 exercicio de suas fungoes, inclusive de fiscalizagao e julgamento, com base em suas conviecées politico- partiddrias, devendo buscar realizar a vontade dos representados. Note-se que, ao tratar do tema da formagao da conviegao dos parlamentares, 0 STF ® Art. $6. Das decisdes administrativas cabe recurso, em face de razdes de legalidade e de meérito § 10 recurso serd dirigido a autoridade que proferiu a decisio, a qual, se ndo a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhara a auroridade superior, deixou claro que a convicgao politico-partidaria é pessoal, e corresponde a0 juizo individual inerente a cada parlamentar. No Ambito internacional, decisdes da Corte Interamericana de Direitos Humanos afirmam, categoricamente, que julgamentos politicos realizados pelo Congresso estio também obrigados a respeitar a imparcialidade, que € uma garantia derivada do principio do devido Processo legal. Nesse sentido, ter-se um posicionamento derivado de orientacio partidaria, antes das alegagies, ofende o devido processo legal € nulifica 0 julgamento, por impedir a imparcialidade. No Caso del Tribunal Constitucional Vs. Perti — Sentenga de 31 de janeiro de 2001 (doc. anexo), as vitimas, juizes da Corte Constitucional do Peru, foram julgadas e destituidas por um Congresso dominado pelo fujimorismo, desprovido da imparcialidade necesséria para 0 julgamento. Dentre os itens apontados pela Comis 10 como violadores da Convengio Americana, destaca-se o item /: el Congreso violenté los criteriosreferentes. a la “imparcialidade subjetiva” (tales como lo ha sostenido la jurisprudencia bajo la Convencién Europea de los derechos humanos), dado que varios hechos reflejaban que la mayoria del Congreso ya tenia una conviccién formada respecto al caso, a saber: mediante la carta de 14 de enero de 1997, 40 congresistas, entre ellos varios que luego integraron las Comisiones Investigadora y Acusadora, pretendieron impedir que se adoptara la decisién de declarar inaplicable la Ley No. 26.657; la Subcomisién Evaluadora no toms en cuenta para su decisién el acta de 14 de marzo de 1997, mediante la cual los magistrados fueron expresamente autorizados por el Tribunal Constitucional para expedir el fallo ack ratorio: y tampoco se acus6 por infraccién constitucional a los magistrados Acosta Sanchez y Garcia Marcelo, como producto del segundo “fallo” que estos magistrados redactaron y publicaron sobre la constitucionalidad de la Ley No, 26.657; Também no Caso del Tribunal Constitucional (Camba Campos Otros) Vs. Ecuador ~ Sentenga de 28 de agosto de 2013 (doc. anexo), as vitimas, vocais da Corte Constitucional do Equador, nao tiveram julgamento Politico que respeitasse as garantias judiciais minimas, em razdo da total auséncia de imparcialidade dos membros do Congresso Nacional, quando no exercicio de atribuigdes jurisdicionais. Veja-se destaque da decisdo: 220. De igual forma, la Corte recuerda que la imparcialidad exige que la autoridad judicial que interviene en una contienda Particular se aproxime a los hechos de la causa careciendo, de manera subjetiva, de todo prejuicio y, asimismo, ofreciendo garantias suficientes de indole objetiva que permitan desterrar toda duda que el justiciable o Ia comunidad puedan, En razén de los aspectos mencionados en el pairrafo anterior. esta Corte concluye que el Congreso Nacional no aseguré los vocales destituid, Nao € por outra razdo que o Presidente da Camara dos Deputados, ao abrir a sessio plenaria do dia 17 de abril, determinou com veeméncia: “ndo haverd encaminhamento de votagdo”. De fato, cada deputado somente poderia exterar seu voto de acordo com sua livre e pessoal convicedo, tendo em vista a natureza juridico-politica do procedimento do impeachment, a qual se mostra incompativel com a imposigdo de orientagdes politicas vindas de liderancas ou cuipulas partidarias, eis que os parlamentares exercem, nesse procedimento, fungao atipica jurisdicional. No mesmo sentido se posicionou expressamente o Presidente da Camara, cujas palavras foram assim transcritas nas notas taquigrificas: O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Lembro a V.Exas. que nés nao vamos colocar no painel a orientaglo dos partidos. V.Exa guiar, porque nao cabe orientagao, vaio ter que se Nada obstante os contornos bem delineados oferecidos pelo STF, bem como os precedentes da Corte Interamericana de Direitos Humanos, e em detrimento das fortes determinagdes do Presidente da mara, as lideran¢as partidarias utilizaram o tempo de 1 minuto a eles concedido para, de fato, encaminhar a orientagao de seus respectivos partidos, com 0 propésito de vincular 0 voto dos correspondentes deputados. E 9 que se pode constatar das transcrigdes abaixo, as quais contém algumas das orientagdes de encaminhamento de voto proferidas por alguns partidos, na dita sessdo plendria: O SR. ANTONIO IMBASSAHY (PSDB-BA) O PSDB ira votar pelo impeachment porque o Brasil nao pode ser governado por uma Presidente da Repiiblica desenganada, que maculou o cargo que Ihe foi confiado, Senhoras ¢ senhores, a Camara dos Deputados, ao conceber a Constituigdo Federal, assumiu o dever de cumpri-la, de respeita-la ¢ de preserva-la. assim como o de proteger a democracia. Esta Casa, imbuida da responsabilidade de exercer 0 poder que do seu povo emana, ndo pode ignorar a vontade dos brasileiros que estdo la fora, nao pode se acovardar diante da histé Vamos votar “sim” a um novo Brasil! Vamos. votar “sim impeachment! a0. SR. AGUINALDO RIBEIRO (Bloco/PP-PB) E meu dever encaminhar o voto da bancada do Partido Progressista a partir da deliberagao soberana da sua maioria absoluta, que determinou que nossos Deputados e Deputadas devam votar pela admissibilidade do proceso de impedimento da Sra. Pre Republica. [.-JE por isso que, por determinagdo da Executiva Nacional do nosso partido, por sua maioria absoluta ¢ fechando questio, encaminho no sentido de que a bancada do Partido Progressista vote “sim” admissibilidade do processo. lente da O SR. ROGERIO ROSSO (Bloco/PS revisdo do orador.) Estamos atravessando, Deputado Mareos Montes, uma tempestade perleita: crise econdmica, crise politica, erise ética. crise no trato da coisa publica. E com a superagdo de cada um de nos — do PT 20 PSDB, do Democratas ao PSD, do PSB a todos os. partidos —. é com a superagao de cada um de nés que vamos encontrar os rumos que a sociedade brasileira merece. Por isso. o PSD. a bancada de Deputados Federais do PSD votaré “sim” ao relatério do Deputado Jovair Arantes, 'D-DF. Como Lider. Sem O SR. PAUDERNEY AVELINO (DEM-AM.) Quero. por fim, dizer que vamos votar, vamos encaminhar “sim” ao impeachment da Presidente Dilma Rousseff. A bancada do Demoeratas dir im” por um Brasil melhor. por um nove momento, pelos jovens, pelos filhos do Brasil! Ao encaminharem a orientagao partidaria previamente a votacao, 08 partidos politicos violaram a formagio da livre e pessoal convicgao dos deputados. Num sistema politico em que os parlamentares devem obediéncia as diretrizes partidérias, sob pena de eventual imposigao de sangdes, & certo que a exteriorizagao de orientacao de voto pelos lideres de partido constrange livre pensar e agir dos deputados, maculando por consequéncia o procedimento do impeachment. A expresso concreta da influéncia da orientagdo partidaria pode ser aferida nos seguintes votos, nos quais os deputados chegaram a externar a direcdo partidaria como causa determinante de sua posigao: O SR. POMPEO DE MATTOS (PDT-RS.) Presidente, nem Dilma, nem Temer. nem Cunha. Eu quero eleigdes limpas e honestas para limpar mais que a sujeira, limpar a alma do Pais. Cumpro decisdio do meu partido: nao posso votar a favor, mas nao voto contra. Eu voto pela “abstengao”, (Palmas eapupos.) contra a corrupgao. O SR. MARIO NEGROMONTE JR. (Bloco/PP-BA.) Sr. Presidente, infelizmente, nao vou poder votar como o meu coragao manda. Meu voto ¢ para os meus eleitores da Bahia, em especial. para os de Paulo Afonso, mi posso descumprir uma determinagao do meu Partido Progressista, eu me abstenho de votar. (Palmas ¢ apupos.) iha cidade natal. ¢ de Gloria. Mas, como nao O SR. SEBASTIAO OLIVEIRA (Bloco/PR-PE.) Sr. Presidente. sou um Deputado do Sertio de Pernambuco. Os sertanejos, diferente da regio metropolitana, no comungam com a saida da crise através do impeachment, Mas também © povo Pernambucano sabe que, em 2014, eu procure’ outta opeao para 0 Brasil, que foi acompanhar Marina Silva e Eduardo Campos. Hoje. Mm respeito ao meu partido, vou me abster do voto. Constata-se, portanto, 0 inexoravel vicio que infirma a votagao da sessiio plenaria ocorrida no dia 17 de abril, uma vez que a externalizacao de orientagdo partidéria sobre 0 encaminhamento da votacdo retirou de seus deputados a capacidade de livre e pessoal formagdo de suas convicgdes, cuja existéncia, segundo 0 STF ¢ a Corte Interamericana de Direitos Humanos, & condigao de validade da decisdo sobre o impeachment. IV - DA VICIADA MOTIVACAO DOS VOTOS DOS DEPUTADOS NA SESSAO PLENARIA DO DIA 17 DE ABRIL DE 2016: TEORIA DOS. MOTIVOS DETERMINANTES. Pela teoria dos motivos determinantes, 0 ato ou a decisio administrativa nao precisa explicitar as razdes pelas quais foi praticado(a) mas, se o fizer, devera ser verdadeiro esse motivo. Essa doutrina esta relacionada pratica de atos administrativos ¢ impde que, uma vez declarado 0 motive do ato, este deve ser respeitado, vinculando o administrador ao motivo declarado", Para que haja obediéncia ao que prescreve a teoria, no entanto, o motivo ha de ser legal, verdadeito e compativel com o resultado. Vale dizer, a teoria dos motivos determinantes nao condiciona a existéncia do ato, mas sim sua validade, Segundo Celso Anténio Bandeira de Mello’, a teoria dos motivos determinante informa que: [...] 0s motivos que determinaram a vontade do agente. isto 6. os fatos que serviram de suporte a sua decisdo. integram a validade do ato, Sendo assim, a invocagio de “motivos de fato” falsos, inexistentes ou incorretamente qualificados vicia o ato mesmo quando. conforme ja se disse. a lei nao haja estabelecido, antecipadamente, os motivos que ensejariam a pratica do ato. Uma vez enunciados pelo agente os * MELLO. Celso Ant6nio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, S40 Paulo: Malheitos Editores. 27° ‘edigdo, 2010. p. 397/398: “[..Jem iodo e qualquer caso, se 0 agente se embasar na ocorréncia de tm dado motivo, a vatidade do aio dependera da existencia do motivo gue howver sido enunciado. Isto ¢. se 0 motive que imvocou for inexistente, 0 ato serd invalido, E esta vinculagio do administrador ao motivo que houer alegado gue se conhece doutrinariamente como “teoria des motivos determinamtes” {J (p. 397/398), ® MELLO. Celso Ant6nio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, Sao Paulo: Malheiros Editores, 27° edigao, 2010, p. 104. motivos em que se calcou, ainda quando a lei n&o haja expressamente imposto a obrigagao de enuncia-los, 0 ato s6 sera valido se estes realmente ocorreram ¢ 0 justificavam. Neste sentido, vale trazer a ementa do julgamento proferido pelo Superior Tribunal de Justiga nos autos do HC n° 141.925/DF, relatado pelo Ministro Teori Albino Zavascki, datado de 14/04/2010: HABEAS CORPUS. PORTARIA DO MINISTRO DE ESTADO DA JUSTICA, DETERMINANDO A EXPULSAO DE ESTRANGEIRO DO TERRITORIO NACIONAL EM RAZAO DE SUA CONDENAGAO A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. INEXISTENCIA DO FUNDAMENTO. APLICACAO DA TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES, SEGUNDO A QUAL A VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO, AINDA QUE DISCRICIONARIO, VINCULA-SE AOS MOTIVOS APRESENTADOS PELA ADMINISTRAGAO. INVALIDADE DA PORTARIA. ORDEM CONCEDIDA“(grifos apostos: HC 141.925/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASC PRIMEIRA SECAO, julgado em 14/04/2010, Die 23/04/2010) No caso concreto, muitos dos deputados, na condigao de julgadores daquele processo, desviaram-se da motivagdo determinante do ato, lembrando que a deliberagdo que Ihes competia estava adstrita aos pontos recebidos pelo Presidente da Camara dos Deputados, consoante consignou 0 Supremo Tribunal Federal no julgamento da Medida Cautelar no Mandado de Seguranga n° 34.130: Decis: : O Tribunal, por maioria Advogado-Geral da Unido, suscitado da tribuna, de realizar sustentagdo oral, vencidos os Min Lewandowski (Presidente), que 0 acolhiam. Em seguida, 0 Tribunal, por maioria € nos termos do voto do Relator, indeferiu o pedido de medida liminar ¢ firmou entendimento no sentido de que “(...) a indeferiu 0 requerimento do tros Edson Fachin e Ricardo autorizagéo advinda da votacao havida na comissio especial é Para 0 prosseguimento sob o teor da dentincia original, escoimando-se, para o efeito de apreciagao ulterior em plendrio da Camara dos Deputados, 0 que for estranho 20 teor ‘vero e Préprio’ do teor primeiro da deniincia”, vencidos os Ministros Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski (Presidente). nos termos dos seus votos. Ao final do julgamento, submetida a que: pelo Presidente, 0s Ministros presentes autorizaram que fosse consignado em ata que o objeto de deliberagio pela Camara estar restrito A deniineia recebida pelo Presidente daquela Casa, ou seja, i) “seis Decretos assinados pela denunciada no exercicio financeiro de 2015 em desacordo com a LDO e, portanto, sem financeiro de 2015 em desacordo com a LDO e, portanto, sem autorizacio do Congresso Nacional” (fl. 17 do documento eletrénico no 6) ¢ ii) “reiteragio da_pritiea das chamadas edaladas fiseais” (f1. 19 do documento eletrénico no 6)” ) Plenatio, 15.04.2016. (grifou-se) Jo ao Plenario. No entanto, os Deputados, ao proferirem seu voto, independentemente de sua orientag4o pelo “sim” ou pelo “nao”, explicitaram diversos fundamentos, desprovidos de qualquer relaco com o objeto sobre 0 qual deveriam emitir juizo na condigio de julgadores. Citem-se alguns pronunciament O SR. JOVAIR ARANTES (Bloco/PTB-GO.) - Sr. Presidente. eu disse no meu relatério que 0 povo do meu Estado de Goids. que o chance, Esta ¢ a nova chance! E pego ao povo brasileiro que. atrav de seu trabalho, respeite, a partir de agora. um Parlamento que sempre defendeu o povo, que € a Camara dos Deputados da Repiblica Federativa do Brasil. Um abrago! Meu voto ¢ “sim” OSR. BETO MANSLR (Bloco/PRB-SP.) - Sr. Presidente. nado existe nada mais democritico do que 0 que estamos fazendo aqui. Eu, pela segunda vez, estou votando o impeachment de um Presidente, ¢ Presidente Dilma Rousseff vai receber 0 impeachment desta Casa porque é incompetente_administrativamente ¢ porque nao tem relagiio politica com _o Congreso Nacional. Nés_precisamos reeuperar o Brasil, ¢ eu tenho certeza de que com o Michel Temer vamos fazer isso. O meu voto é “sim”. O SR. MAURO LOPES (Bloco/PMDB-MG.) - Prezado Presidente Eduardo Cunha, ocupei 0 cargo de Ministro de Estado do atual Governo © guardarei a gratidao comigo. Ma PMDB com lealdade, na condigio de Secretirio-Geral do PMDB. junto com o nosso honrado Presidente do partido, Michel Temer, acompanhando também a nossa baneada de Minas Gerais dos Deputados Federais, acompanhando também a baneada do PMDB da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. pelo povo de Minas Gerais © fambém esperando 0 crescimento do transporte deste Pais, que esta exatamente em uma situagdo agonizante, eu quero aqui dizer. Sr. Presidente, do fundo da minha alma, pensando na minha familia, na minha esposa, nos meus filhos, nos meus netos © nos meus conterrineos da minha querida Caratinga, que cu voto “sim”. (Palmas.) O SR. JAIR BOLSONARO (Bloco/PSC-RI.) - Neste dia de gléria ara o povo brasileiro, um nome entrara para a historia nesta data pela forma como conduziu os trabalhos desta Casa: Parabéns, Presidente Eduardo Cunha! (Manifesiagéo no plendrio.) Perderam em 1964 Perderam agora em 2016, Pela familia e pela inocéncia das crianeas em sala de aula, que o PT nunea teve... Contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra a Folha de S.Paulo, pela memoria do Cel. Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff! O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR.) - Em nome do povo brasileiro, por amor a este Pais, aos paranaenses de Curitiba, Londrina, Cambé, Rolindia, Arapongas ¢ Ibipord, que éa minha base eleitoral, ¢ sabendo que este Governo nao tem maioria no Parlamento — em qualquer Parlamento do mundo, quando nao Se tem maioria, s6 se tem um terco, no tem como governar, Na Europa, troca-se 0 Governo que no tem maioria, Pelos crimes de responsabilidade ¢ de lesa-patria cometidos pela Presidente Dilma. voto “sim”, pelo Brasil, Palmas.) A SRA. CRISTIANE BRASIL (Bloco/PTB-RJ.) - Sr. Presidente, obrigada por permitir a todo o povo brasileiro esta data que estamos vivendo hoje. Ha 11 anos, meu pai perdeu seu mandato porque disse a verdade, quando muitos aqui disseram que o que ele estava falando era mentira. Portanto, hoje, em homenagem ao meu p: Roberto Jefferson, A verdade, i democracia, o meu voto é "sim", O SR. JOSE REINALDO (PSB-MA.)- Sr. Presidente. quero pedir desculpas a0 meu querido amigo e grande Governador Fkivio Dino, pois eu nao Posso passar por cima da cassacdo estranhissima e injusta do Governador Jackson Lago. a quem presto homenagem neste momento_ Nao posso passar por cima das perseguicdes ¢ injusticas contra mim, Nao posso passar por cima do bloqueio do Governo Federal ao meu Governo. Assim, Governador, a quem admiro ¢ respeito, desculpe, mas 0 meu voto é “sim”. Palmas.) OSR. RODRIGO MAIA (DEM-RI,) - Sr. Presidente, V.Exa, entra para a historia hoje, Pela minha familia, mas principalmente pelo meu pai, Cesar Maia, que quando Prefeito do Rio, foi atropelado elo Governo do PT — 0 PT rasga a Constituigo no Rio de Janeiro e rasga a Constitui¢do aqui — 0 meu voto é (Manifestagao no plenario.) © SR. HERACLITO FORTES (PSB-PL.) - Sr. Presidente, quero deixar aqui o meu abrago & minha mulher Mariana: as minhas filhas Marianinha, Heloisa e Camila; 20s meus netos Antonio ¢ Jodo: & minha neta que esté por vir, Olimpia: 4 minha irma Zélia; ¢ a minha Tia Elzamir, com 96 anos, Esse pessoal sabe o que eu sofri nas mios do PT de 2010 até agora, O voto que eu vou dar nao é um voto de rancor, 0 voto da légica, € 0 voto do futuro do Brasil. O voto que eu vou dar € 0 voto que o Brasil esti exigindo. é 0 voto em nome das ruas, Portanto, ele é “sim”. (Palmas) O SR. ABEL MESQUITA JR. (DEM-RR.) - Roraima, vers que 0 filho teu nao foge & luta! O povo brasileiro merece respeito! Por um Brasil com justiga, igualdade social e sem corrupgdo, por uma Roraima desacorrentada, para_que possamos exercer 0 direito constitucional de ir e vir ¢ por todas as familias roraimens: “sim”, Sr. Presidente. (Manifestacdo no plendrio. Palmas.) s. eu Voto OSR. ANDRE FUFUCA (Bloco/PP-MA.) - Em nome da unidade partidiria do Partido Progressista, dos milhares de pessoas que foram enganadas_pela Refinaria Premium, dos milhares de Dessoas que choraram a morte dos seus entes queridos na BR-75. em nome dese Fstado que carrego nas costas e no coragao, olhando para vocé e para o meu querido Alto Alegre. digo ao povo maranhense € a0 povo do Brasil que voto “s m”. a favor do impeachment. OSR. HIRAN GONCALVES (Bloco/PP-RR. ) - Sr. Presidente, meu querido Brasil, pela minha familia; pelos que me fizeram chegar até aqui: pelos médicos do Brasil, para que sejam respeitados pelo préximo governo: pelos magons do Brasil e pelo bem do povo brasileiro, eu voto “sim”. Sr. Presidente. O SR. AFONSO HAMM (Bloco/PP-RS.) - Em nome do povo: ticho, povo do meu Estado, em nome do povo brasileiro. para “sim™ ao votarmos a favor da mudanca, a favor da esperang: impeachment! (Palmas) O SR. ALCEU MOREIRA (Bloco/PMDB-RS.) - Pelo_fim_do populismo_irresponsavel__e _corrupto, pelo fim da “vagabundizacio” remunerada, pela valorizacdo do trabalho, da 0, cu voto “sim”. (Paimas.) O SR. DARCISIO PERONDI (Bloco/PMDB-RS.) - Pelos das criancas, dos jovens, das mulheres. de todos os brasileiro por um Governo decente e, acima de tudo, por mais esperanca vara a Tisiach CHUCH (PSB-RS.) - Pela_reto erescimento econémico ¢ social do Brasil, pelo bem do B: voto é “sim”. (Manifestagdo no plenirio.) O SR. JOSE STEDILE (PSB-RS.) - Os dois lados da rua pedem O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco/PP-RS.) - Pelos gatichos ue represento: para combater 9 projeto de poder ¢ de corrupeio do Lula e do PT; ¢ pelos agricultores brasileiros, voto “sim” pelo impeachment © SR. RONALDO NOGUEIRA (Bloco/PTB-RS.) - Pelos fundamentos do cristianismo. em defesa dos principios da administragdo publica, porque ninguém esta acima da lei, eu voto im © SR. SERGIO MORAES (Bloco/PTB-RS.) - Sr. Presidente, em respeito ao suor ¢ i mio calejada dos meus fumicultores ¢ dos trabalhadores_da_indiistria_fumageira do meu Estado, Rio Grande do Sul, eu voto “sim” Feliz aniversirio, Ana. minha neta! O SR. JOAO PAULO KLEINUBING Presidente, com a esperanga de um futuro melhor, pela brava gente de Santa Catarina e da minha Blumenau, eu voto ~ Presidente. (Palmas.) O SR. DELEGADO EDER MAURO (Bloco/PSD-PA.) - Sr. Presidente, em nome do meu filho Eder Mauro Filho, de 4 anos, ¢ do Rogério. nome do meu filho Eder Mauro Filho, de 4 anos, ¢ do Rogério, gue, junto com a minha esposa, formamos uma familia no Brasil, que tanto esses bandidos querem destruir com propostas de que crianga troque de sexo ¢ aprenda sexo nas escolas, com 6 anos de idade, em nome de todo o povo do Estado do Pari. eu voto “si © SR. JOSE PRIANTE (Bloco/PMDB-PA.) - Sr. Presidente, 0 sentimento_majoritério que preside em _cada_brasileiro que acompanha esta sesso historica que se realiza hoje aqui na Camara dos Deputados € 0 sentimento da esperanga. Portanto, vou majoritiria do povo do meu Estado do Para. Eu acompanhar a opi voto “sim”. O SR. ALFREDO KAEFER (Bloco/PSL-PR.) - Pela liberdade. pela democracia, por um futuro melhor, em honra do povo do ii Parana ¢ das pessoas de bem que querem tirar uma oligat instalada neste poder. eu voto “sim” pelo impeachment. Palmas.) “a O SR. EVANDRO ROMAN (Bloco/PSD-PR.) - Pelo meu Parané, pelo meu Estado, que foi tio maltratado por este Governo, pela minha querida Céu Azul, pela minha regio Oeste do Estado do Parana, por Cascavel, 0 meu voto é “sim’ O SR. FERNANDO FRANCISCHINI (SD-PR.) - Sr. Presidente, como Delegado da Policia Federal, meu voto vai pelo fim da faccio criminosa “lulopetista”, fim da “pelegagem” da CUT, fim da CUT e seus marginais. Viva a Lava-Jato, a Repiblica de Curitiba! Ea minha bandeira nunca sera vermelha! “Sim”, Presidente! OSR. OSMAR SERRAGLIO (Bloco/PMDB-PR.) - Sr. Presidente, pelo Pais sério que todos nés sonhamos e queremos. por um Pais sem mensaliio, sem petrolao, pelo que nds queremos para o nosso querido Parand, do Sérgio Moro, para a minha querida Umuarama, eu voto m OSR. TAKAYAMA (Bloco/PSC-PR.) - Contra a ladroeira, contra a_imposicao desse partido de esquerda, que quer transformar este Brasil numa ditadura de esquerda, 0 meu voto é "sim". Pelo impeachment, pelo Sérgio Moro, pelos evangélicos, pelo meu Brasil pela minha familia, voto "sim". Palmas.) © SR. TONINHO WANDSCHEER (Bloco/PROS-PR.) - Em memoria do meu pai, Paulo Wandscheer, que. tenho certeza, estaria mandando — ele nem pediria: ele mandaria — eu votar pela minha cidade, Fazenda Rio Grande, pelo meu Estado do Parana, pela mit familia e pelo meu Brasil querido, eu voto “sim”. (Palmas) ha O SR. SILAS CAMARA (Bloco/PRB-AM.) - Sr. Presidente, pela reconstrueio da unidade de uma Naedo que tentaram dividir, por amor e carinho ao povo do Amazonas, pela minha familia e, acima de tudo, por amor a Deus, o meu voto “sim”. (Palnas.) O SR. ALEXANDRE BALDY (Bloco/PTN-GO.) - Sr. Presidente, heste momento histérico que vivo. agradego a Deus por ter a oportunidade de ajudar o meu pove a limpar este Pais de mazelas, corrupedo ¢ malfeitos. Pela minha esposa. pelo meu filho e a minha filha, por toda a minha fan ilia, por toda esta Nagao, pela cidade que 7 me acolheu, Anapolis, por Goiti (Palmas.) € pelo Brasil, 0 meu voto & OSR. CELIO SILVEIRA (PSDB-GO,) - Sr. Presidente, pela minha querida Luziania, pelo meu Entorno de Brasilia, que tanto precisa de a¢ao governamental, pelos médicos brasileiros, tio perseguidos por este desgoverno, pelo bravo ¢ honrado. povo de Goitis, por Daianne, Mateus e Adrianne, muda Brasil!*Sim” ao impeachment. (Palmas.) O SR. MARCOS ABRAO (PPS-GO.) - Por todos aqueles que nao tm onde morar, por todos os brasil lias do meu Estado de Gi ai crescer num Pais melhor do aquele onde 0 seu pai eresceu—, 0 meu voto & “sim”. (Palmas.) Tos que tiveram os seus sonhos frustrados e por todas as fam is — minha filha, vocé O SR. ALBERTO FRAGA (DEM-DF.) - Sr. Presidente, se 342 Yotos eu tivesse, 342 votos eu daria para salvar o Pais dessa corrupedio, dessa ladroagem que se chama PT. © SR. AUGUSTO CARVALHO (SD-DF.) - Sr. Presidente, em respeito a Constituigdo Brasileira que ajudei a escrever em 1988, em respeito a opiniio do povo do Distrito Federal ¢ do Pais. voto contra a corrupeio, contra a dilapidacio das empresas estatais ¢ dos fundos de pensio ea favor de um novo tempo. O SR. LAERTE BESSA (Bloco/PR-DF.) Presidente, deseulpe-me o PR, meu_partido, mas, pela_minha_maezinha, Melanie, pelas minhas trés filhas, pelo meu neto e pelo Brasil, eu yoto "sim". E que o Brasil esteja comprometido com a seguranga pibblica! Fora, PT! (Palmas, O SR. RONEY NEMER (Bloco/PP-DF.) - Para que as familias do Distrito Federal, do entomo ¢ do Brasil voltem a sonhar,_voltem a acreditar na geracdo de emprego, voltem a acreditar que o Pais te jeito, eu voto “sim”, pelo impeachment. © SR. CESAR HALUM (Bloco/PRB-TO.) - Para devolver a esperanga ao povo brasileiro, ao povo do meu Estado de Tocantins: especialmente pela minha cidade de Araguarina; em met meu irmio Jodo Halum, que me ensinou a combater a corrupgdo. eu voto "sim", (Palmas) O SR. CARLOS BEZERRA (Bloco/PMDB-MT.) - Sr. Presidente. eu sai da cadeia da ditadura para, ha 50 anos. fundar o MDB. Sou membro da Dire¢do Nacional do PMDB. E 0 meu_partido, braticamente_por_unanimidade, esti apoiando 9 voto “si Portanto, 0 meu voto é “sim”, O SR. FABIO GARCIA (PSB-MT.) - Sr. Presidente, por um Brasil mais justo, pela mudanga, pela retomada da esperanga, por_ um vo eaminho, pelo meu Mato Grosso. que tanto amo, pelos milhdes 05 que foram as ruas. pelos meus mato-grossenses, eu voto O SR. TAMPINHA (Bloco/PSD-MT.) - Sr. Presidente, em 1992, ew estava nesta Casa ¢ votei “sim”, junto com © povo brasileiro. Pela meu_povo honrado de Mato Grosso, pelo Governador Pedro ques, homem sério ¢ honesto, pela minha familia Curvo — meu Pai completa 100 anos este ano —. pela minha esposa, meu neto, € em meméria dos meus dois filhos falecidos Rodolfo e Roland, eu “wi #28|6|CCUOUFT eee voto “si OSR. CAPITAO AUGUSTO (Bloco/PR-SP.) - Sr. Presidente. pelo futuro do meu filho, Breno, pela minha familia, pela minha Ourinhos ¢ regia, de Sio Paulo, pelo Brasil, pela_honestidade e pela ética, em homenagem aos policiais militares que deram a sua vida pela sociedade, eu voto “sim”. pelo impeachment. O SR. CARLOS SAMPAIO (PSDB-SP.) - Brasileiros ¢ brasileiras, ara que a decéncia se sobreponha a este Governo moralmente desonesto, o meu voto & “sim © SR. DR. SINVAL MALHEIROS (Bloco/PTN-SP.) - Meu querido Presidente, colegas Deputados. eu sou um dos representantes, do Estado de Sao Paulo. Estou solidario a nossa populagao brasileira © paulista, pelas suas grandes dificuldades. Na saiide, as Santas Casas esto fechando, endividadas, com médicos ¢ enfermeiros Casas esto fechando, endividadas, com médicos e enfermeiros 19 ", assando por dificuldades. Em relaciio aos estudantes, o FIES ¢stdi_muito_comprometido, ¢ muitos bons estudantes nao conseguem estudar. Quanto _ao__desemprego, 0 _setor sucroalcooleiro da nossa regio, que ¢ um setor que sempregerou emprego, hoje esté em grande dificuldade. Em decorréncia de todas esses fatores. eur acho que temos que dar dnimo e uma nova sim” esperanga para 0 povo brasileiro. Votam O SR. EDUARDO CURY (PSDB-SP.) - Sob a protegtio de Deus. representando o Vale do Paraiba, em apoio ao Juiz Sergio Moro ¢ aos garotos da Lava-Jato, em defesa dos valores da liberdade e do respeito aos valores individuais. 0 meu voto s6 pode ser “sim”. favor do impeachment. O SR. GOULART (Bloco/PSD-SP.) fraternidade pelos meus eleitores de Sao Paulo, especialmente os da Zona Sul de Sao Paulo; pelos meus filhos. Fabinho e Rodrigo Goulart; pelo Deputado Estadual Jorge Caruso: por Vargem Bonita, Grajai, Parelheiros. Capela do Socorro ¢ Santo Amaro, eu voto “sim”, Sr. Presidente. ‘sim A SRA. KEIKO OTA (PSB-SP.) - Sr. Presidente, em nome do meu querido filho, Ives Ota: em nome de todas as mulheres brasileira nome de milhares de maes que perderam os seus filhos em virtude da violéncia, que clamam por paz, justiga © diteitos humanos para todos, declaro 6 meu voto “sim”, (Palmas. ) O SR. MIGUEL LOMBARDI (Bloco/PR-SP.) - Sr, Presidente. eu vou votar pelas familias que estito desesperadas, sem emprego, sem Seu sustento, pelas familias que estio com medo de perder 0 seu emprego, pelo desenvolvimento, pela geracio de emprego. pela Nagao brasileira, pelo Estado de Sao Paulo, pela minha consciéneia, pela minha mie, pela memoria do meu pai. pela minha cidade de Limeira, por ter acreditado em mim, eu voto "sim", Sr. Presidente! (Palmas.) O SR. PAULO PEREIRA DA SILVA (SD-SP.) - Pelos trabalhadores do Brasil, pelos aposentados. contra os 10 mithdes de pessoas que perderam emprego no Governo Dilma, do PT, pelo crescimento do Brasil, por mais emprego ¢ contra a boquinka do PT, pelo fim da boquinha do PT e do PCdoB, eu voto “sim”, Preside O SR. CABO SABINO (Bloco/PR-CE.) - Presidenta Dilma, V.Exa. esté_sentindo 0 que 10 mithoes de brasileiros sentiram quando receberam o aviso_prévio de perda dos seus empregos, V.Exa, também esté perdendo o seu emprego. Tchau, querida, ndo precisa voltar! Eu voto “sim”. O SR. MOSES RODRIGUES (Bloco/PMDB-CE.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados. diante de falsas promessas, como a refinaria do Fstado do Cearé. pelo fim dos coronéis do_meu Estado, sustentados pelo Governo da Presidente Dilma, pela dignidade de todos os cearenses ¢ também pelo povo de Sobral, eu sou pela mudanga, Eu voto “sim”. Sr. Presidente! O SR. EVAIR DE MELO (PV-ES.) - Stas. ¢ Srs. Deputados. 05 capixabas nunca legitimaram este Governo. Este Governo, para aumentar a maldade, abandonou os capixabas, nossas rodovias, Dortos ¢ aeroportos, Entio, por tudo isso. Srs. Deputados, ¢ pela minha familia, em especial, pelo meu filho Arthur ¢ pela minha filha Sarah, pela agricultura e pelos agricultores do meu Espirito Santo, pelo cooperativismo, pela industria abandonada por este Governo. pela ciéne capixabas, € pela tecnologia, pela maioria esmagadora dos espirito Santo, o meu voto é “sim"! SR. ROGERIO MARINHO (PSDB-RN.) - Pela coeréncia com os meus eleitores ¢ respeito & minha familia, aos meus pais, que me deixaram um legado. ¢ aos meus filhos. a quem eu quero transmitir © legado de respeito a0 meu Pais, contra um partido que aparelhou 0 nosso Pais, que se_utiliza da politica externa nacional para financiar ditaduras botivarianas sanguindrias com recursos do Pats, contra aqueles que se utilizam da educacdo para doutrinar ¢ assediar as nossas criancas, por methores dias para o nosso Pais, livre dessa quadritha que se entranhou em nosso seio, com todo 0 coraeao voto “sim”. Fora, Dilma! (Manifesiagdo no. plendrio. Palmas.) O SR. DIEGO ANDRADE (Bloco/PSD-MG.) - Por Minas Gerais: pelos meus filhos. Isabel ¢ Léo, que me acompanham de Belo Horizonte: pelos transportadores: pelos agricultores: por minha querida Trés Pontas: pelo meu avd, exemplo de trabalho em Juatuba: Por toda Minas Gerais; pelo homem do campo: pelo transportador; pelos profissionais da saiide; 0 meu voto é “sim” ao impeachment! Presidente, 0 A SRA. RAQUEL MUNIZ (Bloco/PSD-MG.) meu voto é em homenagem as vitimas da BR-251.O meu voto é para dizer que o Brasil tem jeito, ¢ 0 Prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nds com a sua gestdo. O meu voto é por Tiago. David, Gabriel. Mateus. minha neta Jillia, minha mae. Elza. Meu voto é pelo norte de Minas. ¢ por Montes Claros, ¢ por Minas Gerais. é pelo Brasil. “Sim”, “sim”, “sim”! (Manifestagéo no plendrio.) O SR. TENENTE LUCIO (PSB-MG.) - Por Minas e pelo Brasil. pelo grupio de amigos de Uberlindia e regio, Alexandre Andrade, em nome da membria de Eduardo Campos. que me trouxe para o PSB. Valentina, dizer que 0 meu voto é “sim”. ército Brasileiro, quero aqui, Sr. Presidente, em nome do © SR. PAULO AZI (DEM-BA.) - Sr. Presidente, 0 meu voto homenageia a minha familia. O meu voto respeita a vontade dos meus eleitores. Pela minha quetida Alagoinhas: pela minha Bahia, que tem Softido tanto nos Gltimos anos: pelos brasileiros que trabalham, que produzem e que constroem este Pais, um Pais de tanta corrupeao — 0 meu_voto também é uma_homenagem a_um_exemplo_de administrador piblico, perseguido pelo Governo Federal ¢ Estadual © que, ainda assim, € considerado 0 melhor Prefeito do Brasil, o Prefeito de Salvador, ACM Neto —:e pelo futuro do Brasil: & “sim (Palmas.) O SR. MANOEL JUNIOR (Bloco/PMDB-PB.) - Sr. Presidente. ecoa nesta Casa o clamor das ruas. A Nagao exige mudanga. A Nagao teré mudanca. Contra a corrupgdo, por mais qualidade na saitde, na educacdo, na seguranca do nosso Pais; pela honra dos meus eleitores da Paraiba, pelos meus companheiros médicos ¢ da area da Saiide, pelos meus conterraneos de Pedras de Fogo, pela minha querida Joao Pessoa, pela Paraiba e pelo Brasil, “sim” ao impeachment. (Palmas.) (Manifestagdo no plendrio. Muito bem! Nove! Nove! Nove!) Com efeito, percebe-se a completa desconexdo entre a acusagio descrita acima e a maior parte dos fundamentos dos votos proferidos no Plendrio da Camara dos Deputados, 0 que leva a invalidade do resultado, isto é, da autorizacao para abrir 0 processo de impeachment contra a Pr jenta da Republica V- DA AUSENCIA DE PREVISAO LEGAL E REGIMENTAL PARA A PALAVRA DO DEPUTADO JOVAIR ARANTES, RELATOR DA COMISSAO ESPECIAL. Em 12 de abril de 2016, o Presidente da Camara dos Deputados proferiu decisio (anexa), estabelecendo a “ordem dos trabalhos nas Sessdes do Plenério destinadas @ apreciagéo do Parecer oferecido pela Comisséo Especial incumbida da andlise da Demtincia por Crime de Responsabilidade n° 1/2015” No relerido documento, foi concedido tempo de fala em plenario da defesa, pelo prazo de 25 (vinte e cinco) minutos, na sessiio de 15 de abril de 2016, imediatamente apés a fala dos autores da deniincia parcialmente admitida pelo Presidente da Camara e avaliada pela Comissiio Especial. Na mesma data, 0 Advogado-Geral da Unido encaminhou ao Presidente da Camara dos Deputados solicitago (anexa) para que fosse garantido direito de sustentagio oral em nome da Exma. Senhora Presidenta da Repablica “em momento imediatamente anterior & votagdo no Plendrio da Cimara dos Deputados”, invocando os prineipios constitucionais da ampla defesa, do contraditério © o quanto decidido no julgamento, pelo E. Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADPF n° 378 Em 13 de abril de 2016, por meio do Oficio n° 120/SGM/P/2016, do Presidente da Camara dos Deputados, comunicou-se o indeferimento desse pedido, nos seguintes termos: A manifestagao oral da Senhora Presidente da Repiblica esta garantida apés a fala dos denunciantes. como ocorreu no caso Collor € eXatamente como prevé a lei processual penal. nao obstante, diga- se de passagem, sequer haja previsio legal dessa detesa oral na Lei n. 1079/50, Com isso, indicou a oportunidade de fala a defesa apenas na data de 15 de abril de 2016, a partir das 855m, imediatamente aps a manifestagéio dos denunciantes. Ocorre que, na Sessao do dia 17 de abril de 2016, 0 Presidente da Camara dos Deputados concedeu direito de fala ao Relator da Comissao Especial, autor do parecer referente 4 DCR 1, de 2015, por adicionais vinte e cinco minutos, ofendendo o decidido pelo Supremo Tribunal Federal na ADPE n° 378. Nao ha previsdo legal para conces: \o de direito de fala ao Relator da Comissio Especial na sessio de votagao, ao contrario da decisio do Presidente da Camara dos Deputados, em ofensa ao disposto no art. 5°, LIV e LV, da Constitui¢ao da Repiblica, bem como 0 procedimento previsto na L n° 1.079, de 1950, nos termos da interpretagdo legitima a luz do texto constitucional consagrada pela Suprema Corte no julgamento da ADPF n° 378. Assim, embora alegue o Presidente da Camara dos Deputados nito estar adstrito as regras da instrugdo probatéria, por esta nao ser plena naquela Casa, € certo que restou consignado o direito de apresentagaio, em prazo de 48 horas, de alegagdes finais em face do parecer aprovado pela Comissio Especial Formalmente, isso se daria a partir da leitura do relatério, antes das primeiras discussdes parlamentares, conforme franqueado ¢ exercido pela Defesa no dia 15 de abril de 2016. Ocorre que, ao franquear nova apresentagao do parecer ao Relator da Comissio Especial durante a sessdo de votagao do dia 17 de abril de 2016, sem previsdo legal para tanto, o Presidente da Camara dos Deputados viola frontalmente os direitos da requerente, negando 0 direito a ampla defesa e ao Contradit6rio, desrespeitando prerrogativa garantida a Defesa pelo E, Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADPF n° 3 78. Vale destacar trecho pertinente da Decisio: (..-) quanto ao item E, por maioria, deferiu integralmente o pedido, para estabelecer que_a defesa tem o direito de se manifestar apés a acusaciia, vencido o Ministro Marco Aurélio: quanto ao item F, por unanimidade, deferiu integralmente 0 pedido, para estabelecer que 0 interrogatirio deve ser o ato final da instrugao probatéria: Verifica-se 0 deferimento integral e especifico desses. pedidos conforme formulado pelos autores da ADPF n° 378, que foram apresentados nos seguintes termos: 4) seja realizada interpretagao conforme dos artigos 18, § 1°, 22, 27, 28 € 29 da Lei n. 1.079/50, para se fixar a interpretagdo segundo a qual toda a atividade probatéria deve ser desenvolvida em primeiro lugar pela acusagao e por titimo pela detesa: ¥) seja realizada interpretagio conforme do § 1° do art. 22e dos artigos 28 © 29. todos da Lei n. 1.079/50. para se fixar a interpretagio segundo a qual. em cada fase processual — perante a Camara Federal e perante © Senado Federal -. a manifestagao do acusado. pessoalmente ou por seus representantes legais, seja o tiltimo ato de instrugao: Nao socorre ao Presidente da Camara dos Deputados a mera alegagao de que essa Casa Legislativa seja instdneia pré-processual, porquanto embora afastado pelo E. STF 0 excesso de formalismo, resta certo que foi deferido 0 pedido dos autores e a consagragdo do principio do contraditério, Sarantindo-se manifestagdo da defesa sobre o parecer definitivo apresentado em plenario. Como foi concedido pelo Deputado Eduardo Cunha o direito a hova exposigio do parecer pelo Relator da Comissdo Especial na sesso do dia 17 de abril de 2016, resta claro que haveria direito de manifestagao da defesa {p65 a palavra do Relator, antes da votagdo, no prazo de 48 horas apés tal apresentagao. O direito ao contraditério comporta uma dimensao substancial, Que se revela nfo apenas por meio de uma manifestagdo formal, mas por meio do potencial efetivo de influéncia na decisao do julgador, neste caso, Tepresentado pelos votos individuais de cada deputado federal. A cisdo das fases de discussao e votagdo em dias distintos pela Camara dos Deputados, inclusive avancando de forma absolutamente atipica para sessdes realizadas no fim de semana, bem como a baixa Ppresenga de parlamentares no Plendrio da Camara dos Deputados na sessao do dia 15 de abril acarreta uma situagZo de fato em que a dimensio substancial do 26 contraditério e do exercicio da defesa ficou afastada. Tal prejuizo se torna ainda maior quando é oportunizado ao Relator da Comisso Especial apresentar a anélise da dentincia no dia da sessio de votacdo, sem qualquer previsio legal, enquanto a defesa apenas foi oportunizada a fala antes do inicio das deliberagdes. Resta claro que, ao relator, foi facultado pelo Presidente da Camara dos Deputados o direito de direcionar sua fala a um plendrio composto Pelo niimero efetivo de deputados que exercerdio 0 voto sobre © parecer aprovado pela Comissao Especial, tendo sido negada tal possibilidade a defesa, Cujas alegagées finais, apresentadas na sesso de 15 de abril de 2016, serao contraditadas pelo relator na sesséio de 17 de abril. O direito ao contraditério e & ampla defesa efetiva, nos termos que foram violados pelo Presidente da Camara dos Deputados, resta amplamente reconhecido pelo proprio Supremo Tribunal Federal, em seu regimento interno, nos seguintes termos: Art. 134, Se algum dos Ministros pedir vista dos autos. deveri apresentd-los. para prosseguimento da votago, até a segunda sessio ordindria subsequente. () § 3° Se, para o efeito do quorum ou desempate na votagdo, for necessario o voto de Ministro nas condigdes do parigrafo anterior. serio renovados o relatorio ea sustentagio oral, computando-se os SAC OS O retatorio ¢ a sustentacao oral. Votos anteriormente proferidos. Trata-se de dispositivo que visa evitar exatamente a votagdo por Julgador que no tenha participado plenamente dos debates sobre a matéria, dando a defesa o direito ao contradit6rio e a apresentago ampla de suas razdes aos efetivos julgadores da questo. Ainda que se reconhega a fase do julgamento da Camara dos Deputados como pré-processual ¢, portanto, ndo sujeita a excessivo rigor e formalismo, nao se pode olvidar que, sendo prevista em lei a fala da defesa apés @ apresentacao do relatério, nao pode o Presidente da Camara dos Deputados inovar no procedimento, instituindo reapresentago do relatério sem que se garanta, 20 mesmo tempo, manifestagao da defesa. VI_- DA IMPRESCINDIBILIDADE DA PROMULGACAO DE RESOLUCAO DA CAMARA DOS DEPUTADOS PARA FORMALIZACAO DA DECISAO. No dia 17 de abril de 2016, foi realizada sessio plenria deliberativa na Camara dos Deputados, ocasiao em que foi atingido quérum constitucional para a autorizagao da deflagragdo do processo no Senado Federal. Ocorre que, até o momento, nao houve a edigho ea publicacio no Diirio Oficial da Camara dos Deputados de qualquer ato que materializasse formalmente a decisio do Plenario, sendo 0 resultado da Votagio veiculado apenas por meio das notas taquigrafieas da sessio realizada. Conforme se vera adiante, a tiniea forma de materializagio da decisio da Camara dos Deputados, em casos como 0 presente, é a edi¢ho de Resolugio. Mesmo assim, conforme amplamente divulgado pela imprensa, no dia imediatamente posterior a votagao, o Presidente da Camara dos Deputados se limitou a encaminhar © Oficio n° 526/2016/SGM-P, de 18 de abril, ao Presidente do Senado Federal, comunicando o resultado da decisao e remetendo os autos do processo. Contudo, sabe-se que oficio ¢ um mero expediente de comunicagdo externa entre drgaos e ndo ostenta a condigao de ato formal capaz de exprimir 0 valor da deliberagdo realizada pelo pleno da Camara dos Deputados, tampouco tem o cardter de dar a publicidade que se exige legal e formalmente, como a seguir demonstrado. Consoante disposto no art. 109, III, alinea "e", do Regimento Interno da Camara dos Deputados, os projetos de Resolugao se destinam a regular, com eficdcia de lei ordindria, matérias da competéncia privativa da Camara dos Deputados, de carater politico e processual, bem como materializar as con usdes sobre peticées, representagdes ou reclamagées da sociedade civil, como ¢ 0 caso da decisao proferida pelo Plendrio no ambito da DCR n° 01, de 2015, formulada por cidadios, na forma do art. 218 do RICD € do art. 14 da Lei n® 1.079, de 1950. Transereve-se para melhor visualizacao: RICD - Art. 109, Destinam-se os projetos: [...] IIL - de resolugdo a regular, com eficacia de lei ordindria, matérias 29 da competéncia privativa da Camara dos Deputados, de cardter Politico, processual, legislativo ou administrative, ou quando deva a Camara pronunciar-se em casos concretos como: [..] ©) conclusées sobre as petigdes, representagées ou reclamagoes da sociedade ci RICD - Art. 218. E permitido a qualquer cidadao denunciar a Camara dos Deputados © Presidente da Repiblica. o Vice- Presidente da Republica ou Ministro de Estado por crime de responsabilidade”. Lein® 1079/30 - Art. 14. E permitido a qualquer cidadao denunciar © Presidente da Republica ou Ministro de Estado, por crime de responsabilidade, perante a Camara dos Deputados. O rito adotado pelo Supremo Tribunal Federal na ADPF n° 378, conforme consta no voto do Min. Luis Roberto Barroso, traz como referéncia aquele utilizado no julgamento do Ex-Presidente Collor elaborado pelo Presidente do STF, Min. Sidney Sanches. Na mengdo ao rito, de forma claramente expressa, consignou-se que a Resolucao da Camara é 0 documento habil a autorizar a abertura no Senado, senao vejamos: “36. A interpretagio consagrada nessa decisio judicial acabou da pela Corte em sesso administrativa destinada a esclarecer as regras a serem seguidas na tramitacio do pedido de impeachment no Senado, Na ocasido, o Presidente do STF ~ Min. Sidney Sanches — procurow antecipar as possiveis controvérsias processuais que surgiriam ao longo do processamento do pedido no Senado, que se daria também sob a sua presidéncia. As conclusdes alcangadas pelo STF na sessio administrativa foram encampadas pelo Senado, que as publicou no Diario Oficial de 08.10.1992. 37. No citado documento, ja se previu todo o procedimento a ser seguido no Ambito do Senado Federal, do recebimento da cia até a decisio final condenatéria, passando por uma fase intermediaria de proniineia. A atribuigdo do Senado de deliberar sobre a instauragdo ou nao do processo foi ali prevista, com o detalhamento, inclusive, dos atos preparatérios a essa deliberagio, como a necessidade de instauragdo de Comisséo Especial para emissio de parecer JUDICIUM ACCUSATIONIS — (Juizo de acusagao) | Recebimento, pelo Senado Federal, da Resolucio. mara de Deputados, que autoriza a abertura do processo de impeachment contra 0 Presidente da Repibliea (CF, art. 86. caput. combinado com o art. 51.1". [..J] (grifou-se) O inciso 1, do art. 51, da Constituigao Federal, atribui a Camara dos Deputados competéncia privativa, indelegavel e apartada da competéncia atribuida ao Senado Federal. Portanto, nfio poderé o Senado suprir a exigén formal, uma vez que se trata de competéncia a ser exaurida ainda na Camara dos Deputados. Nao se trata de mero ato burocritico, mas de respeito a formalidade exigida pela prépria Casa legislativa em seu regimento, que nao deve admitir excegdes nesse proceso politico-juridico de absoluta relevncia para a nagao, cujos procedimentos nao podem ser tratados de forma relapsa ou aleat6ria, Por essa raziio, ao utilizar-se de expediente diverso para autorizacao, o Presidente da Camara dos Deputados nao atentou aos pardimetros que devem ser observados. E de se notar que as matérias de competéncia privativa da Camara dos Deputados, elencadas no art. $1 da Constituigao Federal, so reguladas, via de regra, por meio de Resolugio, nos termos do RICD. As im & 0 caso, por exemplo, do préprio regimento interno (art. 51, III), 0 qual foi aprovado por meio da Resolugdo n° 17, de 1989, Ademais, o art. 37, caput, da Constituigéio Federal prevé que, aos atos da administrag’o piblica, deve-se dar publicidade, tratando-se o Principio da publicidade de principio norteador da Administrago Publica, que deve ser observado pelos trés poderes em todas as esferas. Dessarte, os efeitos decorrentes da autorizacao restam obstaculizados, pois 0 ato nao pode ser aperfeigoado até sua publicagio em meio oficial. A Resolugio, diferentemente do oficio, é 0 ato administrative que se reveste de formalidades necessarias A produgio de seus efeitos. Nao se pode ignorar, ainda, que a Presidenta da Repiiblica tem 0 direito de se insurgir, inclusive judicialmente, contra a decisdo da Camara dos Deputados, na medida em que vislumbra diversas ilegalidades passiveis de nulidade. Assim, a inexisténeia de ato formal que materialize a decisio da CAmara dos Deputados obstaculiza injustificadamente 0 pleno exercicio do direito de defesa. Em outras palavras, considerando a no edigio de Resolugao, nos termos do art. 109, III, “e”, do Regimento Interno da Camara dos Deputados, ainda nfo houve a autorizagio valida para a instauragao de Processo contra a Presidenta da Repiiblica por suposto crime de responsabilidade, sendo nulos todos os atos praticados ou que venham a ser praticados a partir do dia 17 de abril de 2016, enquanto nao vir a ser editada a referida Resolucio. VII — DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer-se 8) seja solicitada, ao Senado Federal, a restitui¢sio dos autos referentes a Dentincia por Crime de Responsabilidade n° 1/2015 ¢ de todos @S documentos que a acompanham, para que ocorra a juntada da presente Peti¢ao aos referidos autos, com a consequente andlise, pelo Presidente da Camara dos Deputados, das nulidades abaixo indicadas; b) caso nao seja atendido 0 pedido acima, seja a presente Peticao autuada, na Camara dos Deputados, de forma apartada, para que Seja apreciada pelo Presidente dessa Casa, de maneira a declar-se a nulidade da sesso deliberativa do Plenario da Camara dos Deputados, realizada no dia 17 de abril de 2016, em razao: bl) da ilegalidade decorrente da orientagdo pelos. lideres Partidarios de suas respectivas bancadas sobre a forma de votacao, em violacao a sua independéncia: b.2) da incongruéncia entre a motivagao dos votos dos deputados ha condigao de julgadores e 0 objeto da deliberagao; b.3) da ilegalidade decorrente da manifestagao do Relator apés as discus: na ADPF n° 378; e b.4) da ilegalidade da nao oportunizagio de manifestagdio da es, ato nao previsto no rito processual definido pelo STF defesa apés a fala do Relator, em violaco ao decidido pelo STF na ADPF n° 378. ©) A aprovacio e a promulgaeio de Resolugéo que materialize # decisio do plenario da Camara dos Deputados de autorizacio da instauragio de processo contra a Senhora Presidenta da Republica, nos termos do art. $1, 1, da Constituigdo Federal cfc 0 art. 109, Ill, “e”. do Regimento Interno da Camara dos Deputados, A Termos em que pede deferimento~ ilia, 25 de abril de 2016. Il. Vi. Vil. VUL ROL DE DOCUMENTOS. Decisdo do Presidente da Camara dos Deputados sobre a ordem dos trabalhos no Plendrio nos dias 15, 16 e 17 de abril de 2016; Oficio n° 526/2016/SGM-P - Comunica ao Senado Federal a decistio da Camara e encaminha os autos da DCR n° 01/2015; Solicitagao do Advogado-Geral da Unido para realizagio de sustentagiio oral na sessao do dia 17 de abril de 2016, apos a manifestacao do Relator; Certidao de julgamento do MC-MS n° 34.130 - Plendrio do STF; Integra das Notas Taquigraficas da Sessdo do dia 17 de abril de 2016; Sentenga da Corte Interamericana de Direitos Humanos, de 31 de janeiro de 2001, no caso del Tribunal Constitucional vs. Peri; Sentenga da Corte Interamericana de Direitos Humanos, de 28 de agosto de 2013, no Caso del Tribunal Constitucional (Camba Campos y Otros) vs. Ecuador; Documentagio referente A representagao extrajudicial da Presidenta da Republica pela Advocacia-Geral da Unido.

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