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RESUMO

S. Tomás de Aquino, no livro I da obra Súmula Contra Os Gentios. Aquino se


preocupa fundamentalmente em definir o que é um sábio e seu ofício, deste modo
começa a presente obra; sábio é todo aquele que consegue nomear e organizar
determinando objeto, afim de que esse tenha um fim já determinando pelo
pensamento. Assim os sábios são aqueles que presidem a arte arquitetônica, ou
seja, os sábios tratam da causa final dos objetos particulares. O nome sábio é
reservado àqueles que tornam objeto de sua reflexão, o fim ou a meta do universo,
que também constituem o ao mesmo tempo o princípio de tudo.

O fim último de cada coisa é visado pelo seu princípio, ou seja, a causa
motora, essa por sua vez é regida por uma inteligência universal. A causa final do
universo é a verdade que por sua vez é o bem supremo dessa inteligência. Por
conseqüência a verdade será o fim último de todo o universo, sendo que o papel do
sábio será o estudo de tal verdade. Deste modo, o sábio será aquele que estudará a
verdade em seu princípio primeiro, e combaterá contra os erros que se opõe a
verdade.

Dentre os estudos aos quais os homens se dedicam o mais importante é o da


sabedoria, pois este supera todos em perfeição e sublimidade. Em perfeição, pois
quanto mais o homem se dedica a este estudo, mais se aproxima da verdadeira
felicidade. Em sublimidade, pois é, sobretudo em virtude da sabedoria que homem
se aproxima da semelhança com Deus. Mesmo com o estudo da sabedoria é difícil
refutar todos os argumentos de um gentio, pois não temos a mesma vivência que
eles, sendo assim não temos como extrair argumentos suficientes desse modo de
vida para vir a confundi-los; outro ponto que dificulta refutar os erros contrários a fé
católica é que os autores desses erros não concordam conosco sofre as autoridades
das Sagradas Escrituras. Sendo assim devemos recorrer à razão natural, a qual
todos os homens necessariamente devem servir-se. Acontece que a razão natural
pode enganar-se com relação às coisas Divinas.

Existe a possibilidade de descobrir a verdade divina, mas também existem


verdades divinas que ultrapassam a razão humana, como por exemplo, que Deus é
trino e uno. Em contraposição as verdades que vão além da razão, existem aquelas
que podem ser atingidas pela razão, como a que Deus existe, e é uno. Estas últimas
já foram demonstradas pelos antigos filósofos usando somente a razão natural.
Sendo assim, o nosso conhecimento intelectual, tem como ponto de partida os
nossos sentidos corporais, e tudo que não pode ser absorvido pelos sentidos não
podem ser apreendidos pela inteligência humana, a não ser na medida em que os
objetos sensíveis que estão acessíveis os sentidos nos permitam deduzir tal
existência.

Em Deus existem duas espécies de verdades, algumas que são facilmente


acessíveis a nossa inteligência e outras que ultrapassam nossa capacidade de
raciocínio. Sendo justo Deus propor tanto uma quanto outra como objeto de fé. Se o
único caminho para o conhecimento das verdades divinas fosse à razão natural, nós
estaríamos no caos, e predestinada aos erros, em razão da fraqueza de nossa
inteligência. Em vistas disso foi necessários que Deus nos transmitisse suas
verdades também pelo caminho da fé, com uma verdade sem divisões e que se
voltam as coisas de Deus, deste modo sem perigo e nem dúvida de erros. Com
efeito, Deus manifestou sua presença e sua verdade operando de maneira bem
visível, com curas de enfermos, ressurreições dos mortos, inspiração do espírito dos
homens, etc. Com isso Aquino afirma que o maior milagre da inspiração de Deus, é
que os homens consigam menosprezar as realidades visíveis, só se desejando os
bens invisíveis.

S. Tomás afirma que as verdades da razão natural não contradizem as


verdades da fé cristã, ou seja, é impossível que a verdade da fé seja contrária a
verdade que a razão conhece de suas forças naturais. Os conhecimentos naturais
estão contidos também nos conhecimentos divinos, portanto contrariando tais
conhecimentos também estaríamos contradizem o próprio Deus e isso não pode
acontecer. Aquino defendia que conhecimentos que se contradizem nos impedem
de conhecer a verdade, assim sendo, nos impossibilitam de chegar a Deus.
Contanto como a palavra de Deus pode nos ultrapassar a compreensão da razão
natural, muitos acreditam que entram em contradição, mas isso não pode acontecer.

A filosofia tomista nos explica que para os sábios que refletem sobre as
realidades sensíveis, fica claro que elas revelam à razão humana uma fonte de
conhecimento das coisas de Deus, mesmo as realidades sensíveis podendo nos dar
uma idéia de como seja Deus, está idéia é imperfeita, pois as realidades humanas
são corruptíveis e não nós podem revelar a substância de Deus. Aquino defende
que as causas finais conservam em si certa semelhança com as causas motoras,
mas que observando as causas finais não é possível apreender as verdades da
causa motora. Mesmo assim, é necessário que os seres humanos se exercitem na
contemplação de tais realidades, mesmo sendo fracas. Em se tratando de áreas da
realidade tão elevadas já significa uma grande alegria poder refletir tais coisa.

Assim Santo Tomás nos revela como deveria ser a conduta de um cristão
capaz de analisar a verdade cristã e a verdade natural, podendo combater
dialeticamente as pessoas que por ventura pudessem apresentar algum argumento
contra a igreja. Com isso Aquino faz uma tentativa de conciliar a sabedoria pagã
com a sabedoria cristã.

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