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, PROF. ANILTON CESAR VASCONCELOS , TOPICOS DE PATOLOGIA GERAL INSTITUTO DE CIENCIAS BIOLOGICAS DA UFMG - 1997 Curso de Patologia Gerai Veterinaria Laboratbrio de Apoptose TOPICO I- INTRODUCAO 40 ESTUDO DE PATOLOGIA: O que é patologia? O que é doenca? Como se extuda patologia? O que faz um patologista? Como ele trabalha? Agentes etiolégicos. . Um breve resumo histérico... "A coisa mais dificil do mundo é enxergar com os olhos tudo que diante deles esta!” GOETHE 1. O QUE E PATOLOGIA GERAL? Os conceitos variam de acordo com o universo em questo. Para o estudante, a patologia deve ser encarada como uma introdugdo ao estudo (gr. "Xoy00") da doenca (gr. “xatnoo"), abordando principalmente 0 mecanismo de formacao das doengas ¢ também as causas, as caracteristicas macro e microscopicas ¢ as conseqiiéricias destas sobre o organismo. Deve ser encarada como uma matéria interessante (pois representa © priteiro contato com a terminologia médica) e importante (j4 que a compreenséo do enismo de formagao das doencas é que vai ser a base para a boa pritica clinica, potenciando diagnsticos e indicando terapéuticas.). ~ Para o bom clinico, a patologia representa um meio de apoio e de confirms sticos. ‘Para 0 patologista (profissional treinado para reconhecer morfologicamente as !9s7:+). a patologia é 9 estido das lesdes decorrentes das doengas. Mas para o bom patzlogss:4, 12s “que um objetivo, o grande desafio é entender a doenca (ie., saber como e por que dsterminadas lesdes ocorrem em determinadas circunstncias, e quais as suas consegiiencias.) Isto explica por que muitas vezes um quadro patolégico muito ruim (para o paciente) desperta nos patclogistas exclamacées, com eulusidsmo. Para os cursos da area médica , a patologia ¢ um importante elo entre as disciplines bés'cas (anatomia, histologia, embriologia, fisiclogia, microbiologia, bioquimica ¢ parasitologia) e as profissionalizantes (clinicas, cirurgies, reproduco e inspegao de produtos de orig:m animal). 2.0 QUE E DOENCA ? E uma alteracio orginica geralmente constatada a partir de alteragdes na fungao {cintoinss] de determinado érgdo ou tecido, decorrentes de alteragdes bioquimicas e morfolégicas causadas por alguma agressdo, de’ tal maneira que se ultrapasse os limites de adaytacao do organismo. O paralelo com "defeito na TV ou no cairo" é aceitavel, apenas diferindo em aqui se tratar de alterago em um ser vivo, i.e. envolver muito mais varidveis, algumas das quais imensuraveis. Assim, 0 estudo das doengas ndo é uma ciéncia exata, precisa-se portanto saber interpretar os achados, ndo somente memorizar esquemas, circuitos ¢ decisdes. Na Biblia existem referéncias interessantes a respeito das doengas na antiga Judéia. No Evangelho de Sao Marcos. por exemplo. as doencas so consideradas como causadas por espiritos malignos. J4 no 3° livro [Levitico], no capitulo 11. Deus comunica a’ Aardo e a Moisés a chamada “doutrina mosaica", que permite aos judeus 0 consumo de came proveniente apenas de animais de casco fendido e que ruminem (came de porco era proibida. provavelmente pelas graves zoonoses que portavam), e de peixes com barbatanas e escamas (nio havia geladeira naquela época e os peixes de pele lisa estragam mais rapidamente...). No Exodo, capitulo 9, versiculo 3 ha uma referéncia ao "Mal dos 7 anos" ["Eis que a mao do Senhor sera sobre seu gado que est no campo, sobre os cavalos, os jumentos, os camelos, os bois e as ovelhas. com uma pestiléncia gravissima"], provavelmente significando o carbiinculo hematico (cujos esporos s40 muito resistentes, e permanecem vidveis por muito tempo...). Na Roma antiga ocorreu o batismo da profissao de veterinirio, advindo de "veterina" = animal de carga e "veterinarius” = os encarregados dos veterinas. Além disto apareceram também os primeiros hospitais veterinarios do ocidente. Nessa mesma regio, entre 42 aC. ¢ 37 4.C. viveu Comelius Celsus, que descreveu os 4 sinais cardeais da inflamacdo ["Signa inflammationis quatror sunt: Rubor et Tumor, cum Calor et Dolor"], redescobertos em 1443 pelo Papa Nicolas V. Na idade media, a Inquisi¢ao tratou de atrasar o desenvolvimento cientifico. Houve total desinteresse na arte, literatura e medicina. Apenas a quimica evoluiu, com os "alquimistas" procurando a "pedra filosofal". Nessa época era comum ver epilépticos serem “tratados a’ porretadas", para espantar os maus espiritos... Poucos conseguiram estudar a vida e sair ilesos dos tribunais da inquisi¢ao"... Em Florenga na Italia, em 1502, Antonio Benivieni realizou 20 necropsias procurando determinar a “causa mortis" e explicar sintomas. Em Verona, em 1546, 0 monge e médico Girolamo Fracastorio (1483-1553) descreveu a aftosa bovina e langou a teoria da contagiosidade (em “De contagione”). Entre 1514 e 1564, Andreas Vesalius revolucionou a anatomia, procurando associar fun¢ao com estrutura anatémica. Publicou “Tabulae anatomica sex” em 1538 e “De humani corporis fabrica” em 1543. Aos 30 anos foi forgado a abandonar a cétedra de anatomia em Padua e, mais tarde, foi condenado pela inquisi¢ao & uma peregrinagdo a Jerusalem, morrendo no caminho, Renascimento marcou a perda das superstigées e dos medos! Acabou a Inquisi¢ao ¢ fazer necropsia largou de ser violacdo da alma do cadaver! Com isto a patologia evoluiu bastante. Houve intenso desenvolvimento cientifico ¢ 0 aparecimento de intimeros livros ¢ periddicos... Robert Hooke, estudando a cebola, criou o 1° microscépio e batizou a unidade fundamental dos tecidos com o nome de "célula" [pequena cela onde ficavam presos estruturas como 0 nucleo e o citoplasma...]. Em 1628, William Harvey (1578-1657), descrevia o sistema circulatério (“Exercitatio anatomica de motu cordis et sanguinea in animalibus”). 3. COMO SE ESTUDA PATOLOGIA? A primeira abordagem dos mecanismos de formagio das lesdes pode parecer complexa. As vezes alguns eventos biolégicos parecem ser até mesmo conflitantes. Exemplos: 1. Os mesmos mecanismos que defendem o organismo de infecgdes podem. em determinadas ocasides, causar graves lesdes como a glomérulonefrite pos estreptocéccica; 2. Os mesmos fatores que determinaréo a hemostasia [coagulagéo] poderéo também determinar Trombose; 3. Uma célula endotelial lesada libera, a0 mesmo tempo, tromboplastina [coaguladora] ¢ ativadores do plasminogénio [anticoagulante]; 4, Enzimas liticas {lizozimas} de macrofagos e de polimorfonucleares usadas na digestio de particulas agressoras fagocitadas, podem também ser liberadas € agredir os tecidos... Tudo dependera da situacdo em que estiver envolvido o organismo... Mais uma vez, o estudo das doengas ndo deve ser encarado como o de uma ciéncia exata, precisa-se, como jé dissemos, saber interpretar os fatos. Didaticamente, ¢ para efeito de curriculos escolares, a patologia é dividida em 2 disciplinas: 1. Patologia Geral - que estuda os fundamentos das doengas ¢ objetiva a compreensao ¢ a classificagao das lesdes basicas que determinam e que séo determinadas pelas mesmas. 2. Patologia Especial - que estuda as caracteristicas de cada doenga, de acordo com 0 érgio e sistema acometido. De acordo com o énfase dado a determinado aspecto, a patologia pode ser subclassificada em: 1. Etiologia - Parte da patologia que se atém as causas das lesdes; 2. Patogenia - Parte da patologia que se atém ao mecanismo de formago das lesdes; 3. Morfopatologia - que por sua vez se subdivide em : * Anatomia Patolégica - Parte da patologia que estuda as caracteristicas macroscépicas das lesdes; Histopatologia - Parte da patologia que estuda as caracteristicas microscépicas das lesdes. Fisiopatologia - Parte da patologia que se dedica ao estudo das alteragées da fungdo de érgaos lesados. Outras denominagées comuns e afins: Patologia médica; Patologia veterinaria ou patologia animal; Patologia comparada (médice ¢ veterindria); Patologia experimental; Patologia diagnéstica (morfopatologia); Patologia cirirgica (estudo de biépsias); Patologia clinica (laboratorio clinico); Patologia especializadas (com a virtual explosdo das informagées cientificas - neuropatologia, dermatopatologia, imunopatologia, etc...) 5 4. O QUE FAZ UM PATOLOGISTA ? O patologista definitivamente nao é: “aquele cirurgiao que ndo deu certo!" “o cirurgiao do além!" "aquele que descobre tudo, mas s6 depois que o paciente j4 morreu!" "aquele cujos pacientes nunca reclamam!" Na verdade o patologista é apenas um profissional que procura reconhecer, interpretar e entender as lesdes ¢ as doencas, de modo a estabelecer racionalmente [sem empirism diagnéstico morfolégico (as vezes também o diagnéstico etioldgico provavel) e o prognéstico. 5. COMO ELE TRABALHA? Da mesma maneira que um clinico geral usa termémetro, estetoscopio, pleximetro, ou que um cirurgio usa o bisturi, pingas e porta-agulhas, o Patologista também utiliza de um instrumental. Basicamente este se compéem de : ‘* Mala (¢ técnica) de necropsia + olhos treinados e atentos. O importante nao é olhar simplesmente, mas sim enxergar'! * Microscépio éptico + laminas de tecidos lesados + olhos treinados e atentos. E importante lembrar que 0 microscépio néo é uma “Bola de Cristal" ¢ que o patologista ndo € nenhum "mago". Existem sempre varias limitagées, que véo desde problemas na colheita e processamento do material até a presenga de lesées ainda pouco expressivas ou subcelulares. Exatamente estas limitagées ¢ que explicam a existéncia de virologistas, sorologistas, toxicologistas, como também o desenvolvimento de técnicas cada vez mais sofisticadas para atender a necessidade de diagndsticos. Observe que a nossa capacidade de entender a doenca depende do nivel de resolucdo no qual as informacées importantes so captadas. POPES EEAEEARALEEEEERLERERELEREREST Comprometimento molecular celular e tissular e causado pela agressdo: _subcelular celular Nivel de resolucao | Bioquimico | Ultraestrutural | Histopatologico organico e | sistémico tissular_| ¢ organic ‘Anatomo | Clinic Patol6gico Otho na 9 | @) Constatagao por Técnicas moleculares Microscopia | Microscopia Eletrénica Sptica Newton ja dizia: "A cada agdo corresponde uma reacdo!” O organismo também obedece essa lei natural. Assim, a cada agressio, o organismo reage. Estas reagdes, no entanto, vio depender da intensidade e da persisténcia da agressio e da resisténcia do local agredido. Adaptacaio => Alt. progressivas Alt. regressivas (atrofia/degeneracdo) Alt. inflamatorias Necrose ‘Alt. neoplasicas 6. AGENTES AGRESSIVOS OU ETIOLOGICOS: Qualquer agente que determine reagGes anormais na célula. podendo levar a perda da capacidade de compensacao ¢ gerar alteracdes bioquimicas. fisiologicas e morfolégicas. A lesao bioquimica precede a lesdo fisiolégica que precede a lesdo morfolégica Classificagao: . Intrinsecos: Modificagdes no genoma, na hereditariedade ¢ na embriogénese; Erros Metabélicos inatos; Disfunges imunolégicas (Autoimunidade; Hipersensibilidades; Imunossupressao); Disturbios circulatérios; Disendocrinias; Distirbios nervosos e psiquicos; Envelhecimento; ._Extrinsecos: Fisicos: Temperatura; eletricidade; radiagSes; sons e ultrasons; magnetismo, gravidade e pressio. eNeeeee een © _Quimicos: Exogenos Tnorganicos ‘Acidos, bases, metais pesados (Organicos Toxinas, venenos, organo-sintéticos Horménios, catabélitos, enzimas, anticorpos, et... Endégenos ¢ Infecciosos: Agentes Infecciosos: ‘Agentes Acelulares | Prion (<5 nm); Viroids (<5 um); Virus (20-200 um) ‘Agentes ‘CHlulas Procaridticas (200-2000 nm): Clamidias, Micoplasmas, Rickettsias, Unicetulares Bactérias Células Eucariéticas (>2000 nm): Fungos, Protozoarios ‘Agentes Helmintos Multiceiuiares Artropodes 7. UM BREVE RESUMO DA HISTORIA... Sugestdes para leitura: 1. Gordon, R. A assustadora historia da medicina. 8ed. Rio Janeiro, Ediouro, 1996. 2. Long, E.R. A history of Pathology, Baltimore, Williams & Wilkins, 1928. 3. Cartwright, F.F. Disease and History. New York, Dorset Press, 1972. 4. Savassi Rocha, L.O. Vida e obra de Luigi Bogliolo. Belo Horizonte, Editora Grafica da Fundagao Cultural de Belo Horizonte. 1992. 521 p. Se existe vida, entdo existe também doenga! O conflito satide x enfermidade sempre existiu, para toda espécie de ser vivo. Na pré historia, 0 homem parecia agir instintivamente, como os animais, no tratamento de suas enfermidades. Assim, é comum achar pinturas rupestres de homens das cavernas lambendo suas feridas, ou bebendo muita agua e ficando nas proximidades de fogueiras quando se tinha febre... Com o desenvolvimento da inteligéncia. alguns comegaram a se destacar entre as tribos. utilizando empiricamente ervas. raizes. tecidos animais. ruidos e mesmo procedimentos “cinirgicos” (a 4.000 a.C. ja existia trepanacdo craniana. com cicatrizagao). para "afastar os maus espiritos" das doengas (dai a designacdo comum de "sacerdotes" ou "feiticeiros"]. A doenga era tida ento como um reflexo da ira dos deuses... Na india antiga, por volta de 2.350 a.C. apareceram os "Salihotrias" - precursores dos veterindrios. Posteriormente, em 250 a.C. no reinado do imperador Asoka. apareceram os primeiros hospitais veterinarios (450 anos antes dos de Roma). Na antiga Babilénia, em 2.200 a.C. foi escrito a primeira regulamentago da pratica, remuneracdo e responsabilidade do veterinario. No chamado "Cédigo de Hamurabi", no artigo 224 se dizia que a cura de um animal enfermo deveria valer 1/6 de siclo de prata como remuneracdo. J4 no artigo 225, se dizia que se o animal tratado viesse a dbito, o responsavel deveria indenizar o proprietario com 1/4 do valor do animal. No Egito dos Faraés, a mais de 5.000 anos, desenvolveu-se a técnica de embalsamento, permitindo os primeiros estudos anatémicos das doengas. Assim, em 1900 a.C. no chamado "Papiro de Kahum" j4 havia referéncias a’ pequenas cirurgias ¢ outras terapéuticas ‘Na Grécia, entre 460 a 355 a. ” Hipdcrates de Cos, considerado ainda hoje como o "Pal da Medicina", criou a célebre "Teoria Humoral da Enfermidade", com base na aparéncia extema do individuo e correlacionando causas e efeitos, ainda que empiricamente. Posteriormente Galeno contribuiu e difundiu tal doutrina, que persistiu até o inicio do Renascimento. Sintese da teoria humoral da enfermidade de Hipécrates, com contribuicées de Galeno (132-200dC) 4 Elementos Ar Fogo ‘Agua Terra 4 Qualidades Fro Calor Umidade Secura 4 Humores Fleugma (fu) | Sangue (qu) | Bile amarela (q+s)_| Bile negra (Fs) Origem organica__| Cérebro Coragao Figado Bago Epoca da discrasia_| Inverno Primavera Verao Outono “obs: q = quente; f= fio; s = seco, u= amido No inverno, o frio aumentava a secregdo de fleugma, que saia do cérebro e escorria pelo nariz (Rinite/Gripe). Se nao tratada convenientemente, o fleugma continuava sendo secretado e alcangava o pulmao (Pneumonia). Na primavera, época das grandes paixdes e também de édios e guerras, eram comuns as feridas, e com elas 0 pus ("sangue cozido")... No veriio, com o calor, era comum ocorrer falta d'égua, e a pouca que restava muitas vezes era contaminada, o que aumentaya a incidéncia de hepatites, com tumefagao hepatica ¢ ictericia (ft de "bile amarela"). No outono, época das colheitas, aumentava a populacdo de ratos, e com eles vinha a peste bubénica, com tumefacao esplénica e manchas escuras pelo corpo (ff de "bile negra"). O equilibrio entre os humores ("Eucrasia") significava satide, enquanto o desequilibrio ("Discrasia", i.e. 0 excesso ow a deficiéncia de um ou mais humores) significava a doenga. O9OAOARDAKRANAAAAAAASEAOSCSEHSHESERADAAESCETLARERAARARADA®R Em tomo de 1673. Antony Van Leeuwenhoek (1632-1723) comegou a utilizar 0 microscépio (criado por Hooke e aperfeigoado por Hans e Zacharias Jansen e Comelius Drebbec) em medicina (foi o primeiro homem a ver o seu proprio espermatozéide...). No inicio do século XVIII. Giovanni Baptista Morgagni (1682-1771) comegou a correlacionar alteragdes orgdnicas consiatadas a’ necropsia com sintomas das doengas. Suas anotacées lhe valeram a publicagdo de 2 importantes obras: © "Adversaria anatomica" € * "De sedibus et causis morborum per anatomen indagatis", esta ultima publicada em 1750, descrevendo, discutindo e comentando cerca de 700 necropsias. além do titulo de "Pai da Anatomia Patolégica". Em 1776, Edward Jenner verificou que os tiradores de leite em Gloucestershire, na Inglaterra, nfo adoeciam de variola depois de terem se infectado com a variola bovina, mais benigna. Em 1798 criava a primeira “vacina” - usando o virus bovino para imunizar contra a doenga humana Claude Bourgelat (1712-1779) escreveu em 1761 "Elementos de hipiatria", fundou em 1762 a 14 Escola de Veterinaria do mundo em Lyon e depois a de Alfort em 1764. John Hunter (1728-1793) introduziu a reprodug3o experimental das doencas, dai o titulo de "Pai da Patologia Experimental" [obs.: morreu de sifilis, adquirida segundo consta, em seu laboratério...]. Charles Vial de Saint Bell (1753-1793), graduado em Lyon, depois professor e diretor de Alfort, com a Revolugdo Francesa fugiu para a Inglaterra, fundando o Veterinary College of London. René Théophille Jyacinthe Laénnec (1781-1826) estudou as alteragdes proliferativas de diversos érgaos e foi o autor do termo “Cirfose”. Frangois Marie Xavier Bichat (1771-1802) estudou a constituigdo tecidual dos érgdos através de métodos fisico- quimicos, concluindo existir cerca de 21 tecidos diferentes no ser humano. E, por isto, considerada o "Pai da Histologia” ¢ também a responsavel pela classica divisdo entre patologia geral e patologia especial. Johannes Mueller (1801-1858) foi o ultimo dos grandes filésofos da antigitidade que ainda procuravam abarcar todas as ciéncias. Utilizou o microscopio em medicina, sendo o preceptor de Schwann, Henle e Virchow. Carl Rokitansky (1804-1878) estabeleceu as bases estruturais das doengas ¢ a técnica de necropsia com estudo sistematico de cada orgao. Foi um excelente patologista descritivo. Em 1866 ja tinha feito mais de 30 mil necropsias. Ancido, desesperou-se pela queda de suas teorias (dramiticas ¢ cheias de imaginagdo) pelo novos conceitos de seus sucessores e ex- pupilos. Aparecimento da chamada "Teoria Celular", com Lamarx (1809), Butrochet (1824), Schleiden (1838), Schwann (1839) ¢ Mirbel (1902). Louis Pasteur (1822-1895), considerado o "Pai da Bacteriologia e da Imunologia”. derrubou a teoria da geracdo esponténea provando que um meio de cultura esterilizado por fervura permanece isento de germes se mantido fechado num frasco. Com isso criou as bases da classificacao dos germes das técnicas de esterilizacao e assepsia. Robert Koch (1834-1910) derrubou a teoria dos Miasmas infectantes. provando a existéncia de micrdbios como causadores de doengas. Em 1847, o obstetra Ignaz Phillipp Semmelweiss (1818-1865) na Hungria, estabeleceu as bases da sanidade hospitalar (“lavar 0 veneno das maos antes de tocar nos pacientes”), ainda sem conhecimento de microbiologia. Rudolph Virchow (1821-1902), considerado como o "Pai da Histopatologia’, pelo batismo da maioria dos termos ainda hoje utilizados na pratica médica. Em 1858 escreveu "Die Cellularpathologie” (Patologia Celular) e criou um periédico [em 1847] - "Arquivos de Virchow", que permanece até hoje como um grande periédico em patologia. Aplicou a teoria celular em patologia, estabelecendo pela 1 vez a seqiiéncia: Tesio microscopica [célula lesada] => lesdo microscépica [tecido lesado] —> lestio macroscopica [orgio lesado} = tesdo na funcdo/sintoma [organismo lesado]. O russo Elie Metchinikoff, trabalhando no Instituto Pasteur em Paris, descreve e batiza a “Fagocitose”, acreditando que a resposta celular é que era protetora contra as infecgdes. Contra ele um alemdo chamado Paul Erlich afirmava que a resposta humoral € que era o fator de protegao. Ambos repartem o Prémio Nobel em 1908. Julius Conheim (1839-1884) explicou as bases histolégicas da inflamag4o, analisando, sob 0 ponto de vista microscépico os 4 sinais cardeais de Celsus. ‘CAAnilton - PatgeaPATINTRO.DOC AB, @ PROF. ANILTON CESAR VASCONCELOS Fie : TOPICOS DE PATOLOGIA GERAL ° ees 2. 88) INSTITUTO DE CIENCIAS BIOLOGICAS DA UFMG - 1997 & Curso de Patologia Geral Veterinaria Laboratéri de . Apoptose TOPICO2 PROCESSOS DEGENERATIVOS E INFILTRATIVOS CELULARES: Injiiria celular reversivel (Sinonimia, Conceito, Nomenclatura, classificagao, "degeneragio & infiltracao"), tumefagao celular, infiltracao glicogénica, esteatose ¢ hialinoses intracelulares. "Nés devemos lutar para entender o que esta ocorrendo durante um processo méorbido e nao simplesmente estar satisfeitos com o reconhecimento do mesmo!” VIRCHOW, 1898 1. INJURIA CELULAR REVERSIVEL: Fatores envolvidos na relagiio agente agressivo x célula e tipos de reagdes celulares as agressdes Agente agressive +|Célula = Reagao Celular? Patogenicidade |Diferenciacdo Adaptagio Infectividade [Atividade metabélica Injaria celular reversivel Estado anterior de saude e | Injuria celular irreversivel nutrigdo Viruléncia Inflamago (Reagio mesenauimal) © Sinonimia Injiria celular reversivel (Robbins et alii, 1986>Slauson & Cooper, 1984); Degeneragao e infiltragfio (Denominagées classicas); Distrofias (Dahme & Schréder. in Kitt & Schulz, 1985). © Conceito Alteragdes do metabolismo celular ou tissular, usualmente reversiveis (ainda que 0 ponto de ndo retorno seja indefinido e o grau de reversibilidade varie conforme o tipo e a intensidade do proceso) ocorrendo perda da habilidade de manter o estado de homeostase normal ou adaptado. Sistemas celulares mais vulnerdveis a agressées: Alt na permeabilidade de membrana e na pressio osmética Membrana celular Respiracao aerobica TATP e pH, ft Ca”, ativagao de enzimas liticas Sintese de enzimas e proteinas | hipobiose e J metabolismo, J potencial de adaptagao Integridade genética T Sintese de RNA, enzimas e proteinas © Nomenctlatura. Aci ‘ar 0 sufixo "OSE" ao termo designativo do érgio ou tecido afetado. + Classificacéo. a. Degeneragio: Célula lesada, em hipobiose, nfo metaboliza os metabélitos que normalmente recebe. com conseqiiente acimulo dos mesmos patologicamente no citoplasma b. Infiltragao: Célula normal, que submetida a um excessivo aporte de metabilitos (que ultrapasse sua capacidade de metabolizagio), apresenta no seu citoplasma um acimulo patologico destes metabdlitos. Esquema diferencial entre degeneragio ¢ infiltrago DEGE RACAO Célula sadia.__+]Alteragoes | Alteragdes | capacidade de[=> Acumulo de Agressio = Lesdo= _ | bioquimicas=> | fisiolégicas=> | metabolizacao_| metabilitos INFILTRACAO Aporte excessivo metabélitos => Actmulo de metabélitos => c. Os processos degenerativos ¢ infiltrativos podem ser agrupados e clasificados de acordo com a natureza quimica da subsiéncia que se acumula na célula e/ou intersticio lesados (Critério de LETTERER). Disuirbio do metabolismo | Actimulo intra celular de_| Designagées hidrico celular Agua Tumefagao celular glicilico celular Glicides Infiltragao glicogénica lipidico celular Lipides Esteatose e Lipoidoses protilico celular Protides Transformacao Hialina Distirbio do | Actimulo Designagaes metabolismo intersticial de hidroeletrolitico | Agua Edema (Alteracao circulatéria) | tissular Glicoprotilico | Glicoproteinas | Amiloidose, Degeneragio _ mucdide, tissular Degeneragio fibrindide, "Gota tirica"(?) lipidico rissular | Lipides Obesidade, Fendas de _ colesterol, Arteriosclerose. minerais ‘issular | Minerais Calcificagdes patologicas, Concregies € calculoses (2). 2. TUMEFACAO CELULAR: © Sinonimia: "Hidropsia celular", Edema intracelular. © Conceito: Acimulo intracelular de agua (hiperhidratago celular), conseqiiéncia de desequilibrios no controle do gradiente osmético 4 nivel de membrana citoplasmatica € nos mecanismos de absorcio € eliminagao de agua e eletrélitos intracelulares. © Classificagao: De acordo com o tipo da distribuicao da 4gua acumulada, a tumefacdo celular pode ser classificada em: a. Tumefagéo turva ou Degeneracao granular ou Degeneracdo albuminosa ou ainda grdnulo-albuminosa: Quando a distribuigao do excesso de Agua ¢ homogénea. Trata-se de uma fase mais precoce, mais aguda, mais comum, mais reversivel, menos grave e por vezes confundida com autdlise. b. Degeneragao hidrépica ou vacuolar ou balonosa ou ainda globulosa: Quando a agua acumulada € disposta em compartimentos no citoplasma da célula. Trata-se de um estigio mais avancado da mesma tumefacao turva. © Caracteristicas macroscépicas: Aumento de volume ¢ peso da viscera (tumefagdo, capsula tensa, consisténcia pastosa, superficie de corte proeminente), com palidez (compressio vascular pelas células tumefeitas) e/ou coloragdo acinzentada clara (lembrando 0 aspecto de "cozido"). * Caracteristicas microscépicas: . a. No exame a fresco: Citoplasma opaco, granuloso, turvo, refringente ("efeito tyndal”), com transparéncia diminuida mascarando o niicleo (Razo para o batismo com o termo "Tumefago turva", por VIRCHOW). b. No exame de rotina: Aumento do volume celular, com alterago da proporeao citoplasma/nicleo e vacuolizagdo citoplasmética que aumenta de volume, frequéncia e intensidade de acordo com o estagio da lesdo. Na tumefago turva os vaciolos (organelas distendidas ou rompidas) sdo pequenos. J4 na degenerago hidrdpica vacuolar a agua se encontra compartimentalizada e, de acordo com a distensdo que determina pode ocasionar ruptura celular (necrose coliquativa, base para a formagio de vesiculas nas viroses epiteliotrépicas vesiculares). © Caracteristicas ultraestruturais: Tumefaco mitocondrial e cristélise (com diminuigo da fosforilacdo oxidativa e da sintese de ATP), dilatagio das cisternas e fragmentagao do Reticulo Endoplasmatico e do Complexo de Golgi, lise do protoplasma (ft citosol), perda das especializagdes superficiais da membrana celular (cilios, microvilosidades, desmossomos) e alterago nos contornos celulares, desagregagdo ribossomica do RER (com diminuigdo da sintese protéica), ruptura da membranas formando as "Figuras de Mielina” no citosol. Tumefagdo ¢ ruptura lisossomica e / ou formacdo de autofagossomas. © Causas Hipéxia. infeccOes bacterianas e virais, hipertermia, intoxicagdes endégenas e exdgenas. ete... © Mecanismo. UO, = U Respiragao mitocondrial = | ATP: => | Atividade da Bomba de Na/K. com ft Na’ e H,O e U K* (Tumefagao celular) = U Simese e reciclagem de fosfolipides => Perda de fosfolipides e da integridade da membrana com {! Ca” e ativagao de enzimas liticas - Fosfolipases, proteases, ATPases ¢ Endonucleases = fl Respiragio anaerébica, com ff de lactatos e |) pH (acidofilia citoplasmatica com perda dos granulos da matriz, condensagao da cromatina nuclear) 3. INFILTRACAO GLICOGENICA: © Conceito. Acimulo anormal intracelular de glicogenio, reversivel, conseqiiéncia de desequilibrios na sintese ou catabolismo do mesmo. O glicogenio é normalmente encontrado nos miisculos (0.5 a 1%). no figado (2 a 8 %), no miocardio, no titero pré menstrual e no gestante, nas células cartilaginosas. nos tecidos fetais. na parétida, na pele, nos rins, nos macréfagos € neutréfilos proximos A focos inflamatérios e em oncécitos (quanto mais indiferenciados forem, maior a quantidade de glicogenio). © Caracteristicas macroscépicas: Pouco significativas. Sem lesdo aparente macroscopicamente ou um discreto aumento de volume e palidez. © Caracteristicas microscépicas: O glicogenio é 0 Unico carbohidrato evidenciavel histologicamente, requerendo apenas uma fixagdo imediata com dlcoo! absoluto e coloragées especiais para sua identificagao como 0 Carmin de best ou 0 P.A.S. com prova de amilase. Nos rins: "Neftose glicogénica" (ou de ARMANNI-EPSTEIN): Em HE: vaciiolos citoplasmaticos semelhantes aos das Degeneracées hidrépica ou vacuolar e/ou da esteatose; Em coloragdes especiais: Granulos intracitoplasméticos, principalmente nas células epiteliais da porcdo distal dos tibulos contornados proximais e, as vezes, na porcao ascendente da Alga de Henle. No figado: Infiltracao intracitoplasmatica e intranuclear ("nticleos perfurados da diabete" ou "Infiltragao glicogénica de ASKANAZY"). © Caracteristicas ultraestruturais O glicogenio aparece na forma de "Rosetas citoplasmaticas” ou no interior de fagossomos. © Causas. a. Hiperglicemias: Alimentares. por leso no SNC por narcéticos, por adrenalina ou glucagon ou aloxane. por hiperadrenocorticismo ou por diabete melito. b. Glicogenoses ou tesaurismoses glicogénicas ou ainda doenga do armazenamento do glicogenio: 6 sindromes de origem genética (geralmente gen autoss6mico recessivo ou gen ligado ao cromossoma X) determinando deficiéncias de enzimas que condicionarao defeitos na sintese e/ou na degradacao do glicogenio. Exemplos: Doenga de VON GIERKE [I] - Deficigncia de Glicose 6 Fosfatase; Doenga de POMPE [Il] - Deficiéncia de Amilo 1-4 Glicosidase ou de Glicosidase lisossomica; Doenga de McARDLE [V] - Deficiéncia de Fosforilase muscular. © Mecanismos. a, Diabete melito e demais hiperglicemias: Y Insulina = fl glicemia = glicostria = Reabsorgdo tubular de glicose => Aporte excessivo de glicose a célula => Actimulo de glicogenio. b. Glicogenoses: Defeito na sintese ou na degradacio do glicogenio determinando: -Forma anormal de glicogenio sintetizada nao consegue ser metabolizada; -Falta uma ou mais enzimas que metabolizem o glicogenio normal. 4. ESTEATOSE: © Sinonimia: Metamorfose gordurosa, deposigao ou transformagao gordurosa, "degenerago infiltragao gordurosa’, adipose degenerativa, lipofanerose e lipose celular. * Conceito: Aciimulo anormal reversivel de lipides no citoplasma de células parenquimatosas (principalmente de tubulos renais, hepatécitos, ¢ fibras do miocardio - células que normalmente metabolizam muita gordura) onde normalmente lipides nao seriam evidenciados histologicamente, formando vaciolos (pequenos ¢ miltiplos ou tinico volumoso) em conseqiiéncia de desequilibrios na sintese, utilizagao ou mobilizagao. «© Metabolismo lipidico. Lipides na deta (25 a 160 g/dia) = no Intestino delgado (Lipase pancredtica + Peristaltismo + Sais biliares /emulsificacdo em micelas = TG => AG + MG) => Absorgo no jejuno proximal (PINOCITOSE) = Micelas pinocitadas entram em contato com REL = Ressintese de TG e ésteres do colesterol > Formagao de quilomicrons => EXOCITOSE para vasos linfiticos (Quiliferos) => Ducto tordcico= Vasos sangiiineos =Tecido adiposo. {armazenamento principalmente no tecido subcutaneo, mesentério, epiploon e tecido peri renal]. =Figado. Passagem pelos capilares sinusGides (agdo de lipases) —> Hidrélise em Ac. Graxos e Glicerol => Contato com microvilosidades dos hepatécitos => ENDOCITOSE dos Ac. Graxos e Glicerol pelos hepatécitos => Utilizagdo no metabolismo energético (mitocdndrias) => "Estocagem" (lipossomos, quando excessivos = Esteatose) => Esterificagdo / conversdo para TG ¢ FL, que levados ao RER subsidiardo a sintese de Lipoprotcinas de baixa densidade para exportacdo. © Caracteristicas macroseépicas a. As modificages no volume e coloragao do érgao afetado dependerio da causa da esteatose e da quantidade de lipide acumulado. b. Geralmente ocorre ff de volume, consisténcia (6rgdo mais pastoso), ff friabilidade e amarelamento. além da presenga de gorduras emulsionadas na faca ao corte. c. No figado: ff de volume e peso (as vezes de 1,5 para 3 a 6 Kg, no ser humano) com bordas abauladas e consisténcia amolecida, coloragao amarelada, superficie externa lisa brilhante. e superficie de corte untuosa, sem marcagao lobular. d. No coragio: ateta principalmente os miisculos papilares, determinando 0 aparecimento de listas amareladas ("tipo coragdo tigrado") quando focal. Todo amarelado ¢ flécido quando difusa. e. Nos rins: 11 de volume, palidez ¢ amarelamento. + Caracteristicas microscépicas: a. Ocorre vacuolizagdo citoplasmdtica que deve ser diferenciada da Degeneragio hidrdpica - vacuolar e da Infiltragdo glicogénica através de coloragdes especiais. b. Nos hepatécitos: Vactolos pequenos € miltiplos (fase mais precoce) que podem se coalescer formando um inico e volumoso, deslocando 0 nicleo para a periferia ("Célula em anel de sinete"), as vezes levando inclusive 4 ruptura celular formando os "Cistos gordurosos”. Quando afetando a regido periportal e justasinusoidal, nao tem significado; quando periacinar ("centrolobular") decorre geralmente de hipéxia e quando panlobular é causada principalmente pela diabete canina e acetonemia bovina. c. No epitélio dos tiibulos renais (basalmente) e nas fibras do miocardio (entre miofibrilas): geralmente pequenos e miltiplos. d. No processamento de rotina (¢ utilizando-se de HE), 0 aicooi e o xilol dissolvem os lipides tornando © lipossomo um vactiolo vazio (espago claro = imagem negativa do lipide). Para confirmaao do lipide intracelular o melhor é usar microtomia de congelacao e corantes lipossoliveis como: Sudam III - laranja avermelhado; Sudam IV - Vermelho escarlate; Acido ésmico - negro; Sulfato azul do Nilo - Violeta azulado (predominio de acidos graxos) ou violeta avermelhado (predominio de gordura neutra) e. A esteatose & quase sempre precedida de Tumefacdo celular e as vezes ocorre simultaneamente com essa € com necrose. + Caracteristicas ultraestruturais: "Lipossomos" = pequenos granulos densos, as vezes em contato com o RE, que podem se coalescer formando "lipossomos gigantes". + Etiopatogenia: a. Esteatose miocardiaca: Intoxicag6es, leucemias. anemia aplastica, difteria, etc... b. Esreatose renal: Hiperlipemias. intoxicacdes principalmente por tetracloreto de carbono (C1,C) ¢ plantas toxicas. c. Esteatose Hepdtica [a mais estudada): Interferéncia com a dispersdéo micelar das gorduras intracitoplasmaticas: (discutivel, JONES & HUNT, 1983). Fe = Lipofanerose > Forma Globular — ees ESS re ee—e—e—eeS FE —reem@E@E$ST*” (de utilizacao) (de armazenamento) Por Deficiéncia de fosfolipides e/ou de proteinas: por destruigao enzimatica (ex: fosfolipase do Clostridium welchii) ou por intoxicagao (CL,C). Por deficiéncia de aminoacidos lipotroficos (metionina, inositol, colina, propriotenina, vitamina B,, e acido folio): que determinardo Ul da sintese de fosfolipideos qass e fi da estarificagao de acidos graxos em triglicérides. Por hipéxia, deficiéncia protéica na dieta, ou por excesso de colesterol ¢ gorduras na dieta, TULULLVLLLVVTTT Att Aumento quantitative da gordura intracelular sem aumento correspondente de Jfosfolipides e proteinas ee Por ff da sintese lipidica a partir de acetatos ou pela esterificagao dos dcidos graxos qs em triglicérides por ff dos alfa glicerofosfatos. Por ft do aporte de lipides nas dietas hiperlipemicas ou por mobilizagao excessiva de lipides do tecido adiposo (na diabete canina, acetonemia bovina, corticoidoterapia. intoxicagéo alcdolica, inanig&o, dietas policarenciais ["Kwashiokor"] e doengas consumptivas (Tbe, Ca, ete...) e- Bloqueio na utilizagdo de lipides. Por interferéncia na conversio de acidos graxos em fosfolipideos (na deficiéncia de aminoacidos lipotréficos e/ou sintese de proteina aceptora de lipides ["Apoproteina"] como conseqiiéncia do desacoplamento ribossémico no RE [nas intoxicagdes por toxinas, CIC, P, Puromicina, Etionina, Tetraciclina, etc...) Por bloqueio na utilizago € oxidagao de lipides por interferéncia com co-fatores essenciais para a oxidagdo de acidos graxos de @™ cadeia longa [Carnitidina favorece a penetracao de Acidos graxos nas mitocéndrias, onde @=s® ocorre a oxidagdo][Toxina diftérica e fitotoxinas]. Por bloqueio na unio lipide - apoproteina ou na secregio de lipoproteinas do qass hepatécito [acido orético]. ee 4 TTULTVVLATTVYA © Etiologia: Injiria toxico-infecciosa subletal (febre tifdide, leptospirose, difteria, aftosa, etc...): traumatismos (injecdo intramuscular. pancadas, etc...) e deficiéncia de vitamina Ee selénio ("Doenga do misculo branco"). 6. Corptisculos de inclusao intracitoplasmaticos: * Corpsculos de RUSSEL em Plasmocitos (tipo 1): Agregagdo de globulinas (tipo "colar de pérolas"), distendendo as cisternas do RER. E esférico, vitreo, homogéneo, acidéfilo ¢ birrefringente. ¢ € visto com freqiiéncia na Salmonelose aguda, na osteomielite crénica, etc... * Corpisculos de CROOKE em Células baséfilas da adenohipéfise, na Sindrome de CUSHING. + Corpiisculos de MALLORY em hepatécitos (tipo 1): Filamentos ou massa eosinofilica perinuclear (complexo insolitvel de fosfolipides e lipoproteinas originando filamentos desordenados devido a alteragées no citoesqueleto, a nivel de microtibulos e microfilamentos). E visto no alcoolismo crénico, na hepatite viral tipo A ou B, e na intoxicacao com griseofulvina. + Infeccdes virais (tipo 1 e 2): Acimulo de nucleoproteinas virais e/ou de produtos da reacdo a infec¢do viral no citoplasma (virus RNA) ou no nucleoplasma (virus DNA ou RNA). Exemplos: NEGRI (Raiva), GUARNIERI (Variola), COUNCILMAN- ROCHA LIMA (Febre amarela), SINEGAGLIA-LENTZ (Cinomose). * "Goticulas de proteina” nos tibulos contornados proximais (nas Glomérulopatias com proteiniiria) e nas vilosidades do intestino delgado do recém nascido alimentado com colostro. As proteinas reabsorvidas (pinocitadas) formam vesiculas pinocitéticas que se fundem com os lisossomos formando as "Goticulas de Proteina”, (C-\Anilton - Patger2Degencel doc PROF. ANILTON CESAR VASCONCELOS TOPICOS DE PATOLOGIA GERAL INSTITUTO DE CIENCIAS BIOLOGICAS DA UFMG - 1997 Curso de Patologia Geral Veterinaria Laboratorio de Apoptase TOPICO 3 - MORTE GERAL, APOPTOSE, NECROSE & GANGREN: Morte geral ¢ alteragdes cadavéricas; morte lacal (Apoptose e Necrose), diferencial entre necrose e autilise, caracteristicas morfoldgicas da necrose, causas, conseqiiéncias e evolugdo das necroses; Gangrenas - tipos, causas e conseqiténcias. "A morte celular tem papel importante em biologia, tanto fisiolégica quanto patologicamente. A more celular fisiolgica é parte importante no desenvolvimento embrionario ¢ fetal, na renovagao das células e em varios aspectos da maturagdo dos mecanismos imunolégicos de defesa. Ja a morte celular patolégica é um elemento central de algumas das mais importantes pragas que afetam a sociedade moderna”. W. Thomas SCHIER. Why study mechanisms of cell death? Meth. Achiev. Exp Pathol. 13:1-17, 1988 1, INTRODUCAO: Conceitos: Morte: Parada definitiva ¢ irreversivel dos processos metabélicos, das fungdes orginicas das atividades vitais. TTTUETULTITCECLCALELCTULATRAALRTeD A morte pode afetar parcial ou totalmente 0 organismo: Morte Geral ou Somatica ou Clinica ‘Afetando "in toro” 0 organismo. Morte Programada ou Apoptose Afetando células individualizadamente Morte Celular Acidental ou Morte Tissular ou Necrose _ | Afetando células ou grupo de células La estado de) um teci Na Neerose (do gr. "Nekpoo" = morte + enquanto 0 individuo como um todo estaria ainda vivo. “tet Na Morte Somatica o individuo como um todo estaria morto enquanto alguns tecidos ainda @ poderiam estar vives, pelo menos por algum tempo (base para que se ocorram os transplantes de ‘Orgaos) até que a Autdlise ocorra. A Autilise é a autodestruigdo celular por ativaso das lisosimas em decorréncia da falta de nutrientes e 02. E a desorganizagao progressiva até a desintegrasao completa. Diferencial Necrose x Autélise Caracteristicas: Nectose | Autolise Hemolise intravascular + Reagio inflamatoria adjacente* | - TT TTATLATTALICE * Lembrar que quando a necrose nao é causada por fenémenos inflamatérios, ainda assim o tecido necrdtico suscita uma reacdo inflamatéria, na medida que passa a agir como corpo estranho - pela liberagao de antigenos até entdo internos. 2. ALTERACOES CADAVERICAS: a, Classificacao e significado pratico: a.l. Alteragdes eadavéricas abidticas (que ndo modificam 0 cadaver no seu aspecto geral): a.1.1. Imediatas (significado: Morte Somatica): a.1.1.1. Insensibilidade- a.1.1.2. Imobilidade; a.1.1.3. Parada das fungdes cardiaca e respiratéria, a.1.1.4. Inconsciéncia; a.1.1.5. Arreflexia. a.L.2. Mediatas ou Consecutivas (significado: Autélise): a.1.2.1. "Livor Mortis" ou hipostase cadavérica; 2.1.2.4. Coagulagdo do sangue; a.1.2.5. Embebigao pela Hemoglobina; 2.1.2.6, Embebigao pela Bile; a..2.7. Timpanismo ou Meteorismo post mortem, a.1.2.8. Deslocamento, torgao e ruptura de visceras post mortenr, a.1.2.9, Pseudo prolapso retal. a2. Alteragdes cadavéricas transformativas (que modificam significativamente o cadaver no seu estado geral. inclusive dificultando o trabalho de andlise e interpretago dos achados) (significado: Decomposicdo. putrefagdo ou heterdlise). Sob o ponto de vista pratico ndo se justifica mais a necropsia, a nao ser que exista envolvimento judicial. 2.1, Pseudo-Melanose: 2.2. Enfizema tecidual: a.2.3, Maceragao; 2.2.4. Coliquagao; a.2.5. Redugdo esquelética Para o estudo mais detalhado das alteragdes cadavéricas recomenda-se (sem falsa modéstia) a seguinte publicagao: VASCONCELOS, Anilton Cesar Necropsia e remessa de material para laboratério em medicina veterinaria., Brasilia, MEC/ABEAS, 1988. 74 p. (Programa Agricultura nos Trépicos. V.4.). VASCONCELOS, Anilton Cesar Necropsia € conservagdo de espécimes para laboratorio. Cadernos Técnicos da Escola de Veterinaria da UFMG, 16: 5-30, 1996. 3. APOPTOSE Por definigao, Apoptose ou Morte Celular Programada é um tipo de “autodestruigdo celular" que requer energia e sintese protéica para a sua execugdo. Esta relacionado com a homeostase na regulagao fisiologica do tamanho dos tecidos. exercendo um papel oposto ao da mitose. O termo é derivado do grego “anontacnG”, que referia-se a queda das folhas das arvores no outono - um exemplo de morte programada fisioldgica e apropriada que também implica em renovagao. Fisiologicamente, esse suicidio celular ocorre no desenvolvimento embrionario, na organogénese. na renovagao de células epiteliais e hematopoiéticas, na involugao ciclica dos érgaos reprodutivos da mulher, na atrofia induzida pela remogao de fatores de crescimento ou horménios, na involucdo de alguns érgdos e ainda na regressdo de tumores (Tab. 1). Portanto consiste em um tipo de morte programada, desejavel e necesséria que participa na formagio dos érgios ¢ que persiste em alguns sistemas adultos como a pele e o sistema imunolégico. Tab. |. Ocorréncia de apoptose fisiolégica Apoptose Fisiologica Membranas interdigitais Desenvolvimento da mucosa intestinal Fusio do palato Tnvolugao normal de tecidos hormonio-dependentes Atresia folicular ovariana Leucécitos Maturagio linfoide e prevengao de autoimunidade Citotoxidade ‘A apoptose € um processo rapido, que se completa em aproximadamente 3 horas e ndo é sincronizado por todo o drgao, portanto diferentes estagios de apoptose coexistem em diversas secgdes dos tecidos. Devido a taxa répida de destruigdo celular & necessério que apenas 2 a 3% das células estejam em apoptose em determinado momento para que se obtenha uma regressio substancial de tecido, atingindo mesmo a proporgao de 25% por dia Microscopicamente ocorre fragmentagdo nuclear e celular em vesiculas apoptéticas. Diferente da necrose, nao existe libera¢do do contetido celular para 0 intersticio e portanto nao se observa inflamagao ao redor da célula morta, Outro fato importante é a fragmentagdo internucleossdmica do DNA, sem nenhuma especificidade de seqiéncia, porém mais intensamente na cromatina em configuragdo aberta: conseqiiéncia da atividade de uma endonuclease. Essa fragmentacdo caracteristica do genoma é facilmente visualizada laboratorialmente pela eletroforese do DNA em gel de agarose, produzindo 0 classico “padrao em escada”. A necrose difere da apoptose por representar um fenémeno degenerativo irreversivel, causado por um agressio intensa. Trata-se pois da degradacdo progressiva das estruturas celulares sempre que existam agressdes ambientais severas (Tab. 2). Estima Toxinas Retragto cel rojas digitoformes da ‘membrana cltoplanmstica velecsenta (EB) Compactacio periterica da YY cromatina ‘snlgenes prdprios (Detegdo decir autorenivs) CComvolugio da carixece Privagio de ftBres ‘armani TumetaeSo tarda des organelss Slates eativagt0 ‘ta endonuclease Frugmentacio Internuclesbiies tio DNA "Canibatsme caine” (lagocitose por elas crcunvninas) Sem extravasamento de conteldoncelulares{ = 7 para oimerstclo. ifamatcria Fig. 1. Seqiiéncia de eventos na apoptose. Através de um mecanismo ainda desconhecido, 0 estimulo apoptético ativa a expressdo de “genes letais” que induzirdo a sintese e ativagao de 2 uma endonuclease Ca*? ¢ Mg** dependente ¢ de uma transglutaminase. A endonuclease causard a fragmentagdo internucleossémica do DNA, levando ao classico “padrio em escada” na eletroforese em gel de agarose. A transglutaminase aumenta as ligagdes cruzadas das proteinas celulares, aumentando a estabilidade da membrana plasmatica, limitando assim © vazamento de constituintes citoplasmaticos durante a fragmentagao celular em corpos apoptoticos. Tab. . 2. Diferengas basicas entre apoptose e necrose Caracteristicas APOPTOSE NECROSE Morte Celular Programada —_| Morte Celular Acidental Estimulo Fisioldgico (Ativagio de um reldgio | Patoldgico (Agressdo ou ambiente binguimico, geneticamente reguiado) ov | hosti. patoldgic, Ocorrénci ‘Acomete células individuais. de maneira | Acomete um grupo de células. assincrOnica. Eliminagdo seletiva de catulas. Fendmeno degenerative, consequéncia de lesho celular severa ¢ irreversvel. Reversibilidade Ieveversvel, depots da ativagio da endonuclease, Irreversivel, aps 0 “ponto de no retorno"- Deposi¢do de material ‘oculento e amorfo na mauriz smitocondrial Ativacio da Endonuclease Sim, aparentemente Ca*? e Mg*? dependente, peso molecular varia entre 12 e 32 Kilodalions. iz Enrugamento. projegées digitiformes da ‘membrana celular e formacdo de corpos apopusticos. ‘Tumefagao celular, perda da integridade da membrana e posterior desinageagao, ‘© Adesoes entre células ‘membrana nuclear (carioreexe), erda (precoce) Perda (cardia. Membrana Basal ‘+ Organelas citoplasmaticas | Tumefaydo urdia. ‘Tumetasio precoce ‘+ Liberagao de enzimas ‘Ausente Present. lisossémicas + Nicleo Convolugio ¢fragmentagao da © Cromatina Nuclear CCompactagio em massas densa uniformes, alinhadas no lado interno da membrana nuclear (Crescentes). Formagio de grumos grosseiros e de limites imprecisos. ‘* Fagocitose pelas células da vizinhanea Presente, antes mesmo da lise celular ("Canialismo celular) ‘Ausente - Macrofagocitose pode ccorrer, apés a lise celular. * Inflamagdo Exsudativa ‘Ausente io hi iberagio de componeates eelulares para 0 espayo exracelular. Presente, induzida pela liberagao de omponentes celulares para 0 espago extrcelular + Formagao de cicatrizes ‘Auseate Pode ocorter, se a drea de necroe for ampia. Fragmentagao do DNA Tmernuciossimiea, deteetivel em 1 ou | Aleairia 2 horas (maxima em 24 horas). Proceso de “nado ou_nada *. de curea durseio, Padrao na Eletroforese do DNA em gel Agarose Em fragmentos com 180-200 pares de base ou multiple imegrais, produzindo 0 tipico "Padrao em escada * * Padrio em esfregago” E interessante salientar que o mesmo agente etiolégico pode provocar tanto necrose quanto apoptose; sendo que a severidade da agressio parece ser 0 fator determinante do tipo de morte celular. Varios agentes etiolégicos j4 foram confirmados como indutores de apoptose, entre eles diversas viroses, isquemia, hipertermia e v: Tab. 3. Apoptose induzida por agentes patogénicos. Categoria ‘Agente etiol6; Doengas imunossupressoras HIV/SIDA, Imunodeficiéncia dos Simios Leucemia Felina a virus Imunodeficiéncia Felina a virus Doenea Infecciosa da Bolsa de Fabricio Doenga de Newcastle Toxinas Gliotoxina Ricina Bleomicina Menadione Cycloheximide Toxina Diftérica Dioxina Tonofores do Cilcio ‘Alteracdes circulatérias Isquemia Alteracdes da temperatura Hipertermia Evidéncias recentes suportam 0 conceito de que © crescimento tumoral “in vivo” depende da evasio dos mecanismos homeostiticos de controle que operam via indugdo de morte celular por apoptose. A indugao de apoptose seja através de mecanismos imunolégicos, seja por outros mecanismos homeostiticos especificos, parece ser extremamente importante no proceso de eliminagdo de células sofrendo transformacao maligna. Danos nao reparéveis no DNA (por mutagdes ou infeccdes virais) aparentemente iniciam 0 proceso de apoptose. £ importante salientar que muitos dos genes que condicionam a proliferagao celular (chamados oncogenes e genes repressores de tumores) estdo também envolvidos na iniciaggo do processo de apopiose e que @ inibigdo por si s6 do proceso fisiolégico da apoptose leva a sobrevivéncia prolongada das células, favorecendo o acimulo de mutagdes € a transformagdo maligna. Assim, a apoptose representa um mecanismo de eliminacao seletiva de células cuja sobrevivéncia poderia prejudicar o bem estar do organismo. 4. NECROSE: a. Conceito e nomenclatura: al Necrose € 0 "ponto final" das alteragdes celulares, sendo uma conseqiiéncia comum de inflamagGes. de processos degenecrativos ¢ infiltrativos ¢ de muitas alteragdes circulatérias. E o resultado de uma injuria celular irreversivel, quando 0 entdo "nivel zero de habilidade homeostatica” {ou "ponto de nao retorno" ou ainda "ponto de morte celular") & ultrapassado, caracterizando a incapacidade de restauragao do equilibrio homeostatico. a.2. Necrobiose (do gr. "Nexpoa"= morte + "Biogtc" em patologia. Pode ter 2 significados: = Necrose lenta, precedida de degeneragdes, coexistindo numa mesma rea células vivas, degeneradas em graus varidveis e mortas: "Necrose fisioldgica’, observada naquelas eélulas que normalmente sdo substituidas pela renovacao tecidual. descamadas da superficie de um epitélio de revestimento ou mucosa. estar em vi ia). Termo muito controverso a3. Esfacelo (do gr. "owncxehoa"= gangrena) significa necrose de tecidos moles. a4. Ca ¢ (do It. "caries" = podridao) significa necrose de tecidos duros, osso ou dente a3. Seqiiestro (do It. "sequestru" = depésito) indica necrose extensa, circundada por halo inflamatério, com liquefacdo centripeta lenta a partir de enzimas lisossomieas dos PMN. Alguns autores (SANTOS. 1978) também atribuem a este termo a necrose dssea (nas osteites supuradas, quando um fragmento fica separado dos tecidos vivos por um halo de neutr6filos). a.6. Malacia (= amolecimento) é a necrose de coliquagdo do tecido nervoso, que assume um aspecta de "mingau" devido ao alto teor de lipides (mielina). 4.7, Infarto (do It. “in + fartu" = cheio, atulhado de...) indica necrose hipéxica em geral (isquémica ou coagulativa no Infarto branco, ¢ edematosa/hemorragica no infarto vermelho).. a.8. Erosio significa necrose superficial de um epitélio de revestimento (pele e mucosas). a9. Uleera (do It. “u/cus" = chaga) indica necrose profunda de epitélios de revestimento, com eliminagao de tecidos necréticos e aparecimento de solugdes de continuidade que exponha a lamina propria +/_ submucosa, a.10. Uleera fagedéniea (do gr. “mayedoavix (c” = fome canina) € 0 termo utilizado para se descrever ulceras alastrantes, de rapido crescimento. a. 1. Eseara indica tecido necrético em separacio do tecido vivo. b. Caracteristicas macroseépicas: Variam conforme 0 tipo morfolégico da necrose. Como caracteristicas comuns, pademos ter: bil. Diminuigdo da consisténcia e elasticidade (devido A lise dos constituintes celulares), verificados facilmente em Srgios parenquimatosos (ex.: figado e pulmées) quando uma simples compressio digital determina a perfuragao da cépsula ["friabilidade’] ou mesmo nas alcas intestinais, que quando suspendidas se rompem ndo suportando seu proprio peso. b.2. Alteragdes na coloragdo e aspecto geral: b.2.1. fda patidez e opacidade, determinando uma colorago mais brancacenta ou acinzentada, tipica da necrose de Coagulagao, vista nos infartos brancos ou isquemicos; b.2.2. Excurecimenta do 6rgo, quando este por ocasido da necrose estiver repleto de sangue - tipica da necrose edematosa e hemorragica, vista nos infartos vermelhos ou hemorragicos; 3. Liquefagdo do tecido necrético - tipica da necrose Coliquativa ou Liquefativa, vista nas malicias do SNC e nas necroses supurativas na regio central de abscessos. determinando a cavidade neoformada onde se alojara o pus: 6.2.4. Formagio de massa brancacenta ou amarelada, pastosa. fridvel, lembrando a caseina do queijo - tipica da necrose Caseosa ou de caseificagdo, vista no centro dos granulomas causados pelo Mycobacterium tuberculosis suas variedades (excega0: M. avium] na tuberculose: 6.2.5. Formagio de massa gomosa, compacta, "emborrachada" ou fluida, lembrando a "goma arabica" - tipica da necrose Gomosa, vista no centro dos granulomas vascularizados causados pelo Treponema palidum, na sifilis ou Lues tardia: b.2.6, Formagio de pequenas massas esbranquigadas, lembrando 4 "parafina derretida” em tecidos ricos em lipides - tipica da necrose Enzimatica das Gorduras, vista no omento e tecido pancreatico, nas pancreatites agudas e no tecido adiposo das glindulas mamarias ¢. Caracteristicas microseépicas: Variam conforme o tipo morfolégico da necrose. S6 constataveis quando 0 organismo como um todo sobrevive, e apés 3 a 8 horas da cessagao dos processos metabélicos e atividades vitais. (“Necrofanerose”). Alteragées nucleares: Cariopicnose (sr. “Tlyzvoo” = espessamento): Redugao de volume e aumento da basofilia, com homogeneizagao do niicleo ( Contragao nuclear + condensagao da cromatina’ Cariorrexe (gr. “Pnséec” = Ruptura): Ruptura em varios fragmentos, com distribuigdo irregular da cromatina, actimulo de grumos em torno da carioteca e posterior desintegragao em grupos amorfos com perda dos limites nucleares. Cariélise ou cromatolise (gr. “iyots” = dissolugao): Dissolugao da cromatina por hidrélise dos Acidos nucleicos gerando hipoacidez e redugao da basofilia nuclear. Auséncia de micleos: Conseqiéncia da caridlise total. Alteragdes citoplasmaiticas: Aumento da acidofilia citoplasmitica: devido a0 desacoplamento ribossémico (Diminuigo de RNA no citosol), ao aumento de acido lactico no citosol, e a desnaturagdo de cad incremento de cargas negativas, Granulagdv citoplusmitica: devido a tumefagao € posterior ruptura de organelas (principalmente mitocondrias e REL) Homogencizacdo citoplasmatica: com a lise das organelas ¢ coagulagao das proteinas forma-se uma massa opaca e acidéfila, vista principalmente nas necroses coagulativas. Ruptura da membrana celular: com \iberagao do material intracelular, formando uma massa indistinta eosinofilica homogénea, vista principalmente nas necroses de caseificagao. Alteracées da célula como um todo: Desapurccimento dos limites celulares, dificultando a individualizagao da célula, devido as alteragdes da membrana celular. Perda de coloragdo diferenciat (devido & diminuigao da basofilia nuclear); Desaparecimento das células como estruturas; padendo no entanto ocorrer: Destruicio completa das células © arcabougo tissular, produzindo espagos vazios (em algumas formas de necrose coliquativa), ou uma massa homogénea eosinofilica indistinta (nas necroses de caseificagio). Preservagdo do arcabougo tissular, permitindo ainda o reconhecimento histolégico do Org, apesar da necrose (nas necroses de coagula¢ao) d. Caracteristicas ultraestruturais: Alteragées citoplasmuiticas: Degranulagao. tumefagdo € posterior precipitagao de fosfato de Calcio na membrana interna das mitocdndrias. marcando “ponto de nao retorno™. Desacoplamento ribossémico no RER € dissociago dos polissomos, marcando a parada na sintese protéica ¢ liberacdo/ativacao de enzimas liticas. Alteragdes nucteares: Ruptura e coalescéneia dos cromossomes (condensagao da cromatina) marcando a parada na replicacao e sintese de RNAs. e. Etiologia das necroses: Qualquer agente agressivo, desde que a agressio seja letal, que ultrapasse 0 “nivel zero de habilidade homeostatica” grave. intensa, continua ou ndo, mas Exemplos: Anéxia: fatores mecanicos, frio, calor, eletricidade, irradiagdes, substancias cdusticas (dcidos e bases fortes). tdxicos. microorganismos. toxinas, etc. £. Conseqiiénei: Dependem de: érgdo afetado: quanto mais essencial 4 vida, mais graves as consequéncias; extensio da lesdo: quanto maiores, mais graves as conseqiléncias causas da necrose Infarto extenso no bago - Nao compromete seriamente a vida do paciente. Quaiquer necrose, de qualquer extenso, no encéfalo- hemiplegias, alteragdes neurologicas, € mesmo a morte; g. Evolucao: © tecido necrético comporta-se como um corpo estranho (devido @ liberagdo de Antigenos escondidos). suscitando uma reago inflamatéria na tentativa de eliminar a area necrosada Absorcdo: Se a area afetada for minima. Fagocitose por Macréfagos. Drenagent, Se area for proxima A vias excretoras ou se ocorrer fistulago (Ruptura drenagem de abscessos/necrose coliquativa). Cicatrizagdv: Proliferagao fibroblastica ¢ substituigdo do parénquima necrético por tecido conjuntivo fibroso. Calcificagizv: Comum na necrose caseosa. Encistamento ou Seqiiestro: Formacao de pseudo-cistos, quando a area de necrose é ampla limitando a absorgd0. Comum nas malacias do SNC (onde as células responsdveis pela cicatrizagao - 05 astrécitos - a0 contrario dos fibroblastos nao sio capazes de preencher extensas areas perdidas. Nesse caso os astrécitos circunscrevem a rea necrosada formando uma cépsula e ocorre entio 2 formacio de um cisto. 5. GANGRENA: (“Gangraina” = dicera devoradora) Conceitos: Tipo especial ou evolugao de um processo necrotizante, cujas caracteristicas variarao dependendo da velocidade de instalagao do processo, das causas e do aspecto morfolégico final do quadro (grau de hidratagao dos tecidos necréticos). ‘Sensu strict” : Necrose complicada com putrefagao, ocorrendo tanto em extremidades quanto em visceras internas. Compreende as gangrenas imida e gasosa. O proceso tende a se instalar rapidamente. diferentemente do que ocorre com a yangrena seca. “Sensu lutu” ; Necroses macigas, amplas, mesmo sem invasio de bactérias saprofitas (ainda que geralmente ocorre. embora em menor escala do que nas gangrenas Gmida e gasosa), Compreende a gangrena seca. O processo tendo a ter um desenvolvimento lento, possibilitando a drenagem e evaporagio de liquidos teciduais, ao tempo em que a isquemia vai se agravando, limitando 0 fluxo de sangue e liquidos nutrientes aos tecidos. a, Gangrena Seea: E também chamada de “Mumificagdo” e esta usualmente associada a necrose isquémica de extremidades. quando esta se desenvolve lenta € gradualmente, possibilitando a perda de liquido através da insuticigncia do fluxo de liquidos nutrientes, da drenagem e da evapora¢o dos mesmos no local afetado pela isquemia. Etiologia: Fisiolégica no cordao umbilical: Intoxicagdes com alcaldides do Ergot (produzidos pelo fungo Claviceps purpureum e Cl. paspali, parasitos do espordo de centeio € de outros cereais); Intoxicagdes com Festuca arundinacea (graminea comum no sul da América do Sul, com propriedades vasoconstrictoras); Doenca de Raynaud (espasmos vasculares); Frio / Congelamento: Gesso e bandagens muito apertadas: Caracteristicas macroscépicas: Ressecamento, endurecimento, esfriamento e “apergaminhamento” do érgio, com escurecimento (c6r pode variar de amarelo esverdeado & pardo enegrecido, em decorréncia da decomposigao local da Hemoglobina). A reagao intlamatéria do tecido vivo adjacente é intensa e deli uma linha de separar3o nitida entre 0 tecido sadio e a gangrena, Pode ocorrer também separacao do tecido sadio do tecido necrético por solugdo de continuidade e queda do segmento gangrenado... b. Gangrena Umida: E também chamada de “Gangrena piitrida” e quando afeta a cavidade oral recebe a denominagao especial de “Noma” (denotando a contaminagao com Fusobacterium spp). Pode ocorrer tanto em extremidades (pele. membros apendiculares, glandula mamaria) quanto em visceras internas ({itero, pulmées. intestinos, etc...) O importante é que haja facil acesso de bactérias ao tecido necratico. Etiologia: Nas extremidades ocorre em conseqtiéncia de isquemias graves, intensas e de rapida instalagdo, de maneira que o processo de necrose seja desencadeado sem que haja tempo para se desidratar o tecido em necrose Trombo-angeite obliterante trombose (também chamados de “Gangrena senil”, determinando infartos de extremidades - conseqiiéncias de ateromas e varizes, nos membros inferiores - Pode também evoluir para gangrena seca, dependendo da velocidade de instalagao do processo) Feridas traumaticas graves, infectadas (acidentes de transito, feridas de guerra, etc...) Evolucao de apendicites e colecistites graves: Torgdes de algas intestinais e / ou trombose de artérias mesentéricas, produzindo necrose isquémica de algas intestinais, liberando a proliferagao descontrolada da flora bacteriana saprofita. Evolugao de Pneumonias por aspiragdo de corpos estranhos; Evolucao da metrite puerperal. se nao tratada adequadamente Caracteristicay macrascépicas: Aumento de volume (edema) e amolecimento progressivo (coliquagao tecidual) com hemorragias e escurecimento (decomposiga0 local da hemoglobina) do local. A agdo das bactérias sapréfitas determina também um odor extremamente fétido e a produgio de grande quantidade de toxinas, 0 que determinara uma toxemia grave, geralmente fatal, chamada de “Sapremia”, que se nao tratada rapidamente (amputagdo ou exérese da area gangrenada) acabard por ocasionar a morte do paciente. c. Gangrena gasosa: E também conhecida como “Gangrena enfizematosa”, Trata-se de um grupo de entidades nosolégicas especificas (“Edema maligno” e “Carbiinculo sintomatico”). Sao causadas por bactérias anaerdbicas produtoras de gas (H2, CO2, CH4, NH3, SH), de Acido butirico (de onde o odor caracteristico de manteiga rangosa) e de Acido acético. Enzimas proteoliticas produzidas degradam os tecidos tornando-os escuros, tumefeitos e crepitantes. Etiologia: Bactérias do ucnero Clostridium (Cl. perfringens; Cl. novyi; CL norsi; CL septicum; Cl. hystoliticum: CL. feseri/chauvoei; Cl. bifermentans). ‘CMAnilton - Patger’BNecrgang doc PROF. ANILTON CESAR VASCONCELOS TOPICOS DE PATOLOGIA GERAL INSTITUTO DE CIENCIAS BIOLOGICAS DA UFMG - 1997 Curso de Patologia Geral Veterinaria Laboratorio de Apoptose TOPICO 4 PROCESSOS DEGENERATIVOS E INFILTRATIVOS INTERSTICIAIS: Degeneracéo Mucéide, Degeneragao Fibrinéide, Hialinose extracelular, Amiloidose, Arteriosclerose e Gota tirica. "A degencracdo amiloide, tida como lardécea por Rokitanski, é reconhecida quimicamente pela reagdo com o lugol que cora 0 material depositado como se fosse amido (vermetho escuro) sohre o fundo amarelado. Adicionando-se Acido sulfiirico a 1% ou cloreto de zinco, faz-se variar a cor para azul. passando-se pelo verde escuro”. VIRCHOW. 1. DEGENERAGAO MUCOIDE: (Designagao corrente. talvez imprépria/ "Nao degeneracao" - ROBBINS, 1974). © Sinonimia: Alterago Mixomatosa. Transformagao ou Entumescimento Mucdide (ou da Substancia Fundamental). Edema Mucoso, ou ainda Distrofia Mucosa do Tecido Conjuntivo. © Conceito: Alteragdo real ou aparente (embebigdo em agua e fons) da Substincia Fundamental Amorfa, que se apresenta entumecida, baséfila (devida aos Mucopolissacarides Acidos - MPS Ac), metacromatica, com dissociagdo das fibras coldgenas, e com fibroblastos apresentando nicleos hipercromdticos ¢ estrelados, devido a0 aumento da sintese ou a despolimerizacao incipiente (com liberag3o de MPS Acidos sulfatados ou carboxilados) resultando no aparecimento de material de aspecto mucdide (lembrando tecido conjuntivo fetal primitivo - "Gelatina de Wharton"). E um processo agudo e reversivel, sendo encontrado mais freqiientemente nos /igamentos, tenddes, meniscos, duramater espinhal, na mixomatose dos coethos (causada por um poxvirus. afetando principalmente o limite pele - mucosas e as orelhas). nv hiper ¢ hipotireoidismo (com formagao do "Mixedema” na derme) e em algumas imunopatias © Histoquimica: PAS amilase negativa (diferencial com Infiltracao Glicogénica), Azul de Metileno Policromo, Azul de Toluidina em pH 3,5 e Azul de Alcian. * Observacio: Alguns autores consideram também como Degeneragdo Mucéide: “Degeneragdo Mucéide Epitelial" (FARIA et alii, in BOGLIOLO, 1978; BARRETO NETO et alii. 1984): Aumento intracelular e/ou intersticial de mucinas e mucopolissacarides neutros (Eosinotilia! + do conceit classico). em conseqiiéncia do aumento da funcao secretora dos epitélios muciparos, vistos nas inflamacées agudas catarrais dos sistemas respiratorio, digestério e genital; ou nas neoplasias mucossecretoras (Carcinoma coléide, cistadenoma e cistadenocarcinoma mamérios ¢ gastrointestinais) onde a falta de acesso aos ductos resultam em acimulo intracelular ("Célula em anel de Sinete!") ou mesmo intersticial de mucina, "Atrofia Serosa ou Mucosa da Gordura" (JONES & HUNT. 1983): A inanig30 prolongada ou doenga crénica caquetizante ocasiona a mobilizacdo das gorduras corporais determinando a "Saponificag4o nos adipécitos", principalmente nos sulcos coronarianos, nos misculos esqueléticos. no mesentério e no omento. Estes tecidos tendem a assumir um aspecto macroscépico gelatinoso, translticido, aquoso. e mucoso caracteristico. Microscopicamente, ocorre proliferacdo de tecido conjuntivo de caracteristicas embrionarias, com matriz baséfila (MPS Ac) ¢ fibrilas em arranjos cruzados além de fibroblastos com niicleo hipereromatico estrelado. 2. DEGENERAGAO (OU NECROSE) FIBRINOIDE: * Conceito Designagiio corrente (e talvez imprdpria - "Nao Degeneragdo”/ ROBBINS, 1974) para a deposicao no tecido conjuntivo e paredes de arteriolas, de um material acelular amorfo, brithante. eosinéfilo. as vezes granular ou reticular, sem limites definidos, morfoldgica e tinturialmente (PAS positive) semelhante & Fibrina depositada (donde a denominagao "Fibrindide"). Ocorre também por vezes uma redug%io no numero de niicleos na drea afetada com degradagiio dos componentes tissulares (donde a denominagao também comum de "Necrose Fibrindide”) * Composi¢ao do Fibrinéide: Varidvel, geralmente contém: - Gamaglobulinas: - Fragmentos do complemento; - Albuminas: - Colégeno alterado e fibrina parcialmente digeridas; - Debris celulares. Com tal composigio, o fibrindide pode ser considerado um produto da deposicao de imunocomplexos circulantes (com posterior fixagao do complemento) e da degradacéo de Fibrina exsudada, de fibras coldgenas, e de glicoproteinas e células locais. +. Etiopatogenia Hipertensao Maligna (nas arterioloscleroses / arteriolas e glomérulos renais); Digestao enzimatica dos tecidos (ilceras pépticas); Vilosidades placentarias normais (Fibrinéide de Rohr); Autoimunopatias (ex. "Colagenoses"/ Reagio de Arthus, Artrite Reumatéide, Febre Reumatica. Periarterite Nodosa, entre outras), que levem a um aumento dos imunocomplexos circulantes com posterior fixagao do complemento. Tais alteragdes culminam com aumento da permeabilidade vascular (e conseqiiente saida de plasma e macromoléculas para o intersticio) e com quimiotaxia (com conseqdente liberacdo de enzimas lisossdmicas dos leucécitos nos tecidos, gerando o fibrinéide). 3. DISTURBIOS DO COLAGENO - Deficiéncia na biossintese (congénita /adquirida) Excesso na biossintese - HIALINOSE EXTRACELULAR OU DEGENERACAO HIALINA EXTRACELULAR OU AINDA TRANSFORMACAO HIALINA DO CONJUNTIVO © Conceito: Deposicéo exiracelular ou intersticial de material hialino (vitreo, claro, homogéneo, transliicilo. umorfo. dense. easinofilico ¢ refringente) no tecido conjuntivo € nas membranas basais. de modo a alterar a proporedo Niicleo/Coldgeno e aumentar a eosinofilia do tecido. * Componentes do tecido conjuntivo - Revisao: “Substancia Fundamental Amorfa”: Séo 0s Proteoglicanos ou Glicosaminoglicanos ou Mucopolissacarideos Acidos/MPS Ac (Reuniao de proteinas com Acido Urénico e N Acetil Hexosaminas). O alto teor de carbohidratos confere uma alta hidrofilia, facilitando a formagio de Géis rigidos com carga negativa. Colégeno: Representa 1/3 das proteinas totais, sendo composto de 33% de glicina, 13% de prolina ¢ 9% de hidroxiprolina. E sintetizado pelos fibroblastos, condroblastos e osteoblastos. Diferentes proporgdes entre carbohidratos e peptideos e diferentes seqiiéncias de aminodcidos determina caracteristicas especiais caracterizando 4 ou 5 tipos diferentes de colageno. Um tipo particular de colageno é a reticulina, que apresenta tamanho diminuto e arranjo diferente. ainda que composic’o quimica semelhante. Os varios tipos so, em geral, responsdveis pela resistencia Elastina: A reunido de aminoacidos hidréfobos (Valina, glicina, alanina, prolina) com a Lisina (que formard a bainha hidréfila) resulta na Tropoelastina, que oxidada pela lisiloxidase produzira a Elastina. Ela é sintetizada pelos fibroblastos e por fibras musculares lisas, responsaveis pela elasticidade ("tipo borracha"). Células Fixas: Fibroblastos, Células Mesenquimatosas, Adipécitos, Histiécitos, Plasmécitos ¢ Mastécitos. Livres: Monécitos/Macréfagos, Linfécitos, Eosinéfilos e Neutréfilos. * Alteragées Hialinas da Substéncia Fundamental Amorfa: Comentirio Inicial: Bem descritas por FARIA et alii, in BOGLIOLO, 1978; porém desconhecidas para KARLSON et alii, 1982. Aqui também se inserem as Degeneragies Mucdide e a Fibrindide ja tratadas anteriormente. Deposicao no intersticio, principalmente na intima vascular, de proteinas plasmaticas (Globulinas) e de componentes do Complemento, com escassa ou nenhuma fibrina. Tal deposicao hialina ocorre na membrana basal de pequenas arteriolas (principalmente nas renais - na Hipertenso Maligna, substrato da Arteriolosclerose hialina; nas esplénicas - em idosos mesmo normotensos, em cies maiores de 5 anos, em suinos afetados com Peste Suina, e na diabete melito.). A parede vascular alterada torna-se homogénea, résea, como se fosse de plistico * Alteracdcs Hialinas do Colageno Comentario Inicial: Considerando-se a etimologia da palavra, poder-se-ia empregar aqui o termo "Colagenoses", acrescentando-se no entanto que nesse caso nao se refere a0 sentido clissico de Autoimunopatias. Biossintese e Maturagao do Colageno - Revisao: Etapa Intrafibroblastica (no RER): a. Sintese de cadeias polipeptidicas com prolina ¢ lisina ndo hidroxiladas. b. Unio das cadeias por ligagdes tipo Pontes de Hidrogénio e Van der Walls, produzindo o Pré-coligeno c. Hidroxilacao da prolina e lisina do pré-col4geno (agiio da Pré-colageno prolina ou lisina hidroxilase. com 02. Acido alfacetoglutarico, ferro ferroso e vitamina C) com subsequente Transglicosilacdo (adi¢do de galactose ou glicose nas extremidades da hidroxiprolina). O naimero de glicides determinard o tipo do colageno. Se rico em carbohidratos, formaré fibrilas finas (tipo Membrana Basal); se pobre formara feixes compactos (tipo Tenddes). d. Exocitose. via microtiibulos. Durante o transporte, 0 pré-colageno sofre a agdo da pro- colageno peptidase transformando-se em Tropocolégeno. Etapa Extratibroblastica e Maturacao: a. Alinhamento das molgculas de tropocolageno (monémeros). b. Ligagdes transversas cruzadas entre residuos de lisina e hidroxiprolina, devido 4 ago da lisina oxidase. gerando lisinaldeido e hidroxilisinaldeido. Estas ligagdes tendem a aumentar com a idade ¢ sio responsaveis pela perda da distensibilidade.). c. Formagio de 3 cadeias entrelagadas. com estrutura tubular (1000 A de comprimento por 10 A de didmetro) em hélice tripla (muito resistente as proteases). Alteragdes durante a Biossintese a. De origem genética. por deficiéncia ou auséncia de uma ou mais enzimas (KARLSON et wee ee alii, 1982): Defeito bioquimico Patologia “Tecidos mais afetados (obs.) Sintese de coligeno | Osteogénese Imperfeita | Ossos, tenddes e pele (2 formas: [etal e tipo | tardia) Sintese do coligeno | Sindrome de EHLERS _| Pele, vasos e trato GI (Ruptura de vasos e tipo III DANLOS tipo IV intestinos.) Deficiéncia de Lisina | Sindrome de EHLERS __| Pele e olhos (Hiperelasticidade) * Hidroxilase DANLOS tipo VI Deficigncia de Pro Sindrome de EHLERS | Ossos e articulag6es Pele fina, fraturas Colageno peptidase | DANLOS tipo VII ésseas Dermatoparaxis espontaneas, etc Bovina/ovina Deficiéncia de Sindrome de EHLERS __| Pele e articulagSes Pirpuras, Lisiloxidase DANLOS tipo V deformidades dsseas; Aneurismas/Ratos, aneurismas aorta Disturbio desconhecido | Sindrome de MARFAN no entrelacamento Contorcionista". Ossos € vasos Obs.: A sindrome de Ehlers Danlos tipo VI é também chamada de "Doenga do b. De origem adquirida (KARLSON et alii. 1982; FARIA et alii. in BOGLIOLO, 1978): 1. Ingestdo de sementes da "Ervilha de Cheiro" (Lathyrus odoratus) - O Beta amino propionitrilo bloqueia a Lisiloxidase. causando 0 "“Latirismo Bovino e Ovino", com aneurismas aérticos caracteristicos. b.2. Influencias hormonais: b.2.1. Administragdo de cortisona inibe a lisina e prolina hidroxilase; b.2.2. STH e andrégenos estimulam a sintese de cadeias polipeptidicas; b.2.3. Na Diabete melito é observado um aumento na transglicosilagao - 0 que explica as alteragdes nas membranas basais nesta doenga. b.3. Outros: b.3.1. No Alcoolismo crénico ocorre aumento da atividade da Prolina hidroxilase; b.3.2. Ingestio de Substdncias quelantes de Ferro diminuem a atividade da Prolina hidroxilase. Alteragdes Hialinas do Colageno, apés a sua formagdo normal (Verdadeira Transformagio Hialina das fibras colégenas ou Degenera¢do Hialina do colégeno ou ainda Hialinose Coligena) (FARIA et alii, in BOGLIOLO, 1978): Caracteristicas Microsedpicas: Condensagao das fibras colégenas com aumento da sua espessura e rigide=. assumindo um aspecto hialino, vitreo, homogéneo, irregular (por solucao de continuidade das fibras e subsequente neossintese). Ocorréncia: & comum nos queldides, nas cicatrizes extensas, nas esclerodermias e nos foliculos ovarianos em atresia. Na vizinhanga de hemorragias, podem-se somar a hialinose a deposigao de Ferro e Calcio, formando os "Nédulos de GANDY-GAMMA" ou nédulos sidero-calcdreos do bago esclero - congestivo. Mecanismo: A fibroplasia excessiva se associa a desidratagdo progressiva e fragmentacao das fibras, 0 que estimula mais fibroplasia, com aumento da densidade dos componentes intersticiais (aproximagao das fibras colégenas, espessamento dessas, de modo a dificultar a distingo uma das outras e a comprimir células € vasos adjacentes). Alteragées Hialinas da Elastina (FARIA et alii, in BOGLIOLO, 1978): a. Diminuigao da quantidade de Elastina: a.1. Formas Congénitas: a.l.1. Sindrome de MARFAN: Deficiéncia de Lisina Oxidase > Inexisténcia de ligagdes transversais cruzadas = Dilatagao aneurismatica de grandes vasos. a.1.2. Sindrome de MENKES: Deficiéncia de Cobre plasmatico por altera¢des no trato gastro intestinal, com diminuigao da atividade da Lisina Oxidase e conseqiiente alteragdes vasculares, a.2. Formas Adquiridas 2.1. Osteolatirismo: Ingestdo de sementes da "Ervilha de Cheiro” (Lathyrus odoratus) que contem Beta amino propionitrilo. agente bloqueador da Lisiloxidase, causando 0 "Latirismo Bovino e Ovino", com aneurismas dissecantes adrticos. 4.2.2. Lise inflamatéria da Elastina: Ag&o de Elastases liberadas no foco por neutréfilos e macrdfagos. b. Aumento da quantidade de Elastina: b.1. Formas Congénitas: b.1.1, Sindrome de EHLERS DANLOS tipo VI: Responsavel pela hiperelasticidade dos contorcionistas; b.1.2. Pseudoxantoma elastico.(?) b.2. Formas Adquiridas: b.2.1. Fibroelatose do endocardio: b.2.2. Elastose da intima de pequenas artérias, arteriolas e veias na hipertensao. b.2.3. Senilidade. c, Alteragdes na qualidade da Elastina: Fragmentagao das fibras eldsticas da derme por ago da luz solar, “Degeneragdo Baséfila do Colageno” (Termo erréneo) - Visto nas dermatopatias atréficas, caracterizada por fragmentacdo e entumescimento das fibras eldsticas com basofilia. Calcificago da Lamina elastica de artérias de médio calibre ["Mediosclerose de MONCKEBERG"]J, na senilidade. 4, AMILOIDOSE: Sinonimia: Deposi¢ao. Infiltragdo ou "Degeneracao" Amiloide. * Conceito Deposi¢éio iniersticial de material fibrilar glicoproteico, de composigéo quimica varidvel, de aspecto hialino (ainda que tintorialmente diferente das hialinoses), eosinofilico, amorfo, homogéneo. hirrefringente, metacromético, especialmente nas membranas basais, com reagées tintoriais especificas. « Histérico: Rudolf Virchow. ao verificar reagao com Iodo (vermelho azulado, semelhante ao amido), batizou de amiloide. acreditando ser 0 material depositado de natureza glicilica. © Caracteristicas Macroscépicas: Aumento de volume e de consisténcia; Palidez (isquemia pela compress’o vascular, associada & propria natureza da substdncia amiloide): Tensdo capsular e friabilidade (predisposigao 4 rupturas/ no se recomenda bidpsias hepaticas quando se suspeita de amiloidose. Tal procedimento poderia causar rupturas ¢ hemorragias graves pela diminuigdo dos fatores de coagulacdo); Superficie de corte palida, transhicida, homogénea, (lardacea tipo toucinho quando a deposigdo amiloide é difusa) ou "em Saga" (se focal, perifolicular); Reagdo caracteristica com 0 lodo. * Caracteristicas Microseépicas: Material hialino, eosinofilico, amorfo, homogéneo, birrefringente, metacromédtico (i.e, cora-se com cor diferente daquela que cora os demais tecidos); ae eee ee ee ee ae ee ee ae ee Histoquimica: Réseo 4 HE: PAS positivo: Vermelho (em vez de verde ou roxo) aos corantes Verde Metileno. Violeta de Cresila e Violeta de Genciana. O melhor corante para a identiticagdo do amiloide & 0 Vermetho Congo (que cora 0 amiloide em alaranjado em contraste com 0 réseo de fundo). Ao exame com luz polarizada, o amiloide corado com Vermelho Congo mostra uma refringéncia verde (as vezes vermelha ou azul amarelada) e a0 exame com Ultra Violeta mostra uma fluorescéncia avermelhada. Sitios de predilecao: Glomérulos renais. sinusdides hepaticos, e em volta dos folicuios esplénicos. sempre diminuindo o espaco e comprimindo as células. © Composigio Quimica: Varidvel - num mesmo individuo, entre individuos e entre espécies: Nao existe "uma" substincia Amildide, mas sim varias. So, no entanto, sempre polipeptideos dispostos em arranjo molecular especial. constatavel 4 Microscopia eletronica de transmissdo. Assim. 0 termo Amildide define uma estrutura molecular fisica endo uma composicdo quimica: A substancia Amildide é composta de: Proteinas: Principalmente com aminoacidos acidificantes. Nao ha Hidroxilisina nem hidroxiprolina como no colégeno, na elastina ou na fibrina. Os aminodcidos acidificantes (em imimeras seqiéncias diferentes) formam peptideos empilhados e dobrados ("pregueamento Beta" - que the confere caracteristica resisténcia & degradacdo) formando uma estrutura molecular em ldmina ou folha pregueada antiparatela, semethante & da Beta ceratina v dda seda. quando observada com difragao de raios X. 5a 10% de Carbohidratos: principalmente galactose, glicose e manose. Explica a reagdo com PAS e com 0 Iodo. 10% de lipides: principalmente colesterol, esteres do colesterol, triglicerideos, dcidos graxos e fosfolipides © Amiléide € formado por fibrilas finas e de comprimento variével (70 a 100 A° de diémetro por 100 a 10.000 A° de comprimento), nao ramificadas, discretamente encurvadas, dispostas irregularmente e embebidas em matriz homogénea. © Origem: Parece estar ligada 4 fagocitose de imunocomplexos e proteinas desnaturadas circulantes pelos fagécitoy sanguineos ou do Sistema Mononuclear Fagocitério (ex. SRE), com degradacdo enzimdtica (cisdo) de varias proteinas e polipeptideos e exocitose de cadeias leves de globulinas. precursoras do Amildide. Estes corpos residuais exocitados é que ento forneceriam o substrato para a polimerizagao das fibrilas. * Classificagao (Tipos etiopatogenéticos de Amiloidose): a. Amiloidose de origem imunolégica: Causada em ultima andlise por alguma disfungdo do Sistema Imunolégico. Existem 2 tipos: a.l. Amiloidose Priméria: Decorre de um descontrole da resposta imunolégica/ "Discrasia de Plasmédcitos”. E vista no Plamocitoma ou Mieloma Miltiplo, quando plasmécitos anormais aumentam a produgo de precursores de globulinas e de Amiléide tipo B (de origem imunoglobulinica). Os sitios de deposi¢ao mais freqitentes sio 0 coragdo, os pulmées. os misculos. a lingua, os pequenos vasos, a pele, o trato gastrointestinal e os nervos. a.2. Amiloidose Secundaria: Decorre da exaustGo do Sistema Imunolégic conseqiiéncia de superestimulagdo e/ou da caréncia de fatores que o tornem eficiente. E visto nas Doencus Crénicas Caquetizantes (Toc, Osteomielite, lepra, sifilis, artrite reumatéide, carcinomas ¢ sarcomas. etc...) ¢ em animais utilizados na producdo de soro hiperimune, em quando 0 Amiléide que predomina ¢ 0 do tipo A ¢ C (de origem desconhecida). Os sitios de deposigdo muis freqiientes sio 0 figado. 0 baco, os rins, a adrenal, o pancreas e os linfonodos. © mecanismo mais provavel € o da supresséo da agéo dos linfécitos T com manutencio da imunidade humoral ou o do esgotamento do mecanismo pelo qual imunocemplexos ou proteinas desnaturadas sao normalmente eliminadas da circulago pelo Sistema Monocitico Fagocitario. Com a cataboliza¢ao incompleta, residuos sio depositados nos tecidos, b. Amiloidose de origem endécrina: Deposicaio de Amildide em concomitincia a ocorréncia de neoplasias de origem neuroectodérmica ("Amiloide Apud" - devido as caracteristicas das células secretoras de horménios polipeptideos com as quais esta associada), E vista no Carcinoma medular da tiredide, no gastrinoma, no feocromocitoma e¢ no insulinoma - quando se formam complexos de precursores de horménios polipeptideos andlogos as subunidades de Amildide. c. Outros: Doenga de Alzheimer. Scrapie, e demais encefalopatias espongiformes. © Conseqiiéncias: ‘A deposicao progressiva de Amildide acaba levando 4 atrofia compressiva do parénquima adjacente Nos ins: & um dos componentes da "Sindrome Nefrética" (Proteimiria + hipertensao arterial + Insuticigncia renal com uremia + obliteragéo glomerular com diminuigio da filtragdo glomerular). No coragdo: Leva 4 "Insuficiéncia Cardiaca refrataria aos digitalicos". Na adrenal: Pode determinar "Doenga de Addison" (Insuficiéneia adrenal). No figado © bago: Compressdo parenquimatosa + friabilidade = Predisposigao a rupturas (que no caso do figado geralmente determina hemorragia grave e letal em virtude da diminuigao dos fatores da coagulacao). 5. ARTERIOSCLEROSE. * Conceito: Grupo de processos que tém em comum o espessamento da parede ¢ a diminuigiio da elasticidade vaseular. © Classificagio: a. Aterosclerose ou Ateromatose: a.1.Coneeito: Doenga de progressio lenta, de inicio precoce, cuja caracteristica é 0 “Ateroma” - Depasito cireunserito de lipides na intima, formando uma placa fibrogordurosa focal e elevada, afetando artérias grandes e medias (principalmente as corondrias, as cerebrais, a aorta. 0 tronco braquicefillico e as iliacas). E a arteriosclerose mais freqtiente e mais importante. a.2. Etiopatoyenia: a.2.1, Fatores de risco: a.2.1.1. Dieta hiperlipfdica e obesidade: 2.2.1.2. Hipertensio arterial; 2.2.1.3. Doengas metabslicas (diabete melito, hipotireoidismo, etc...) a.2.1.4, Tabagismo: a.2.1.5. Idade; a.2.1.6. Tensio emocional (stress). 2.2.2. Inicia-se com a deposigiio de lipides na intima (formagio da placa ateromatosa): Posteriormente ocorre invasdo da tunica subjacente ¢ diminuigo da luz arterial: a2.4.Com a invasio da tinica subjacente ocorreri enfraquecimento da resisténcia vascular com predisposicao a formagao de aneurismas. 2.2.5. Com a diminuigdo da luz arterial ocorreré comprometimento do fluxo (de lamelar passa a turbulento, predispondo a trombose). a.3. Complicagdes 2.3.1. Calciticagdes distrdticas: . Hemorragias internas. as vezes para dentro do préprio ateroma, com distensdo ¢ aumento de volume da placa ateromatosa. Outra possibilidade € a ruptura de aneurismas. a3. 2.3.3. Trombose. devido 4 modificago do fluxo e 4 descamagdo de células endoteliais com exposi¢ao do colégeno subendotelial, 0 que permite adestio e agregagio plaquetéria. Como evolucao poderé advir isquemia, hipotrofia ou mesmo infarto. a.3.4. Embolizagio do trombo ou mesmo da placa ateromatosa (ulcerago endotelial com derrame de detritos ateromatosos na circulagao). a4. Caracteristicas Macroscépicas: Inicialmente formam-se "faixas gordurosas” elevadas na superficie, que se coram em laranja vivo pelo Sudam IV. Posteriormente essas faixas se avolumam tornando-se placas arredondadas. ovais ou irregulares (tipo "mapa geografico"), salientes, moles ¢ branco amareladas ou rigidas. brancas e fibrosas. Ao corte, apresentam uma colecao central de material mole granular e gorduroso. Podem também ocorrer as “lesGes complicadas" ja descritas anteriormente (hemorragia intra ateromatosa com distensdo da placa ateromatosa, com conseqiiente isquemia subita e infarto; ulceragdo endotelial, com microembolia e trombogénese: calcificagao e aneurismas.). 5. Caracteristicas Microscépicas: GEITZ et alii (1969) demonstraram que as células musculares lisas da tinica intima sdo capazes de sintetizar colégeno e fibras eldsticas (como os fibroblastos) e de fagocitar lipides do ateroma (como os macréfagos), razo pela qual as chamou de "eélulas miointimas ou mesenquimais potenciais". Inicialmente ocorre aciimulo progressivo de lipides nas células miointimas (entio chamadas "lipéfagos” ou "células esponjosas") e ao longo das fibras elisticas da limitante clistica interna. Posteriormente ocorre fibroplasia (talvez devido & necrose das células catregadas de lipides. que liberam radicais acidos) com 0 envolvimento da massa gordurosa e das células esponjosas por uma capa conjuntiva vascularizada, onde se observam por vezes grdnulos de hemossiderina e deposigéo progressiva de Calcio (granulos baséfilos). Os grandes ateromas tem a limitante eldstica interna destruida, com infiltragdo ¢ compressdo ateromatosa na camada média que se hipotrofia (perda de fibras elisticas e musculares ¢ fibrose). Na adventicia ocorre fibrosamento e infiltracdo linfocitaria. GENTE CMU A GENTE b. Esclerose calcificante da média de MONCKEBERG, ou Calcinose da média ou ainda Arteriosclerose de MONCKEBERG: b.1. Conceito: Doenca senil cuja caracteristica € 0 endurecimento das artérias musculares (ou distribuidoras ou de pequeno e médio calibre), devido a uma calcificagdo da tiinica média (muscular). b.2. Trata-se de uma entidade totalmente (clinica, patolégica e etiopatogeneticamente) distinta da aterosclerose, ainda que possa ocorrer_concomitantemente com esta no mesmo individuo. ou ainda. no mesmo vaso. b.3. Etiologia e patogenia ainda obscuras. Acredita-se no envolvimento prolongado de fatores vasomotores (nicotina, adrenalina, etc...) b.4. Artérias mais freqiientemente afetadas: Femoral, tibial, genitais e corondrias. b.5. Ocorre calcificagdes anulares ou em placa, que & palpagdo lembram “traguéia de passarinho", ou entao quando mais intensa, um tubo calcificado rigido, com abertura e secco do vaso dificultada. b.6. O endotélio pode estar um pouco deformado, mas permanece intacto a maior parte das vezes. A luz vascular, assim como as tinicas intima e adventicia, no estio afetadas, donde o pequeno significado clinico desta alteragao. ¢. Arteriolosclerose: c.1, Conceito: Espessamento da parede de pequenas artérias ou arteriolas, devido & proliferagao fibromuscular ou endotelial, geralmente associadas & hipertensao arterial. ©.2. Tipos: ¢.2.1. Arteridlosclerose Hialina: Espessamento homogéneo hialino das paredes arteriolares com mudanga no aspecto estrutural e estreitamento da luz do vaso. Mais freqiientemente encontrado nos vasos dos rins, pancreas, vesicula biliar, adrenais e mesentério. Ultraestruturalmente verifica-se espessamento irregular da membrana basal causado pela deposicao de material PAS positivo e colagenizacao da intima. E a caracteristica morfolégica da Nefroesclerose benigna (estreitamento arteriolar => isquemia renal difusa => “retragdo simétrica dos rins"). Encontrado freqtientemente em diabéticos e em idosos com hipertensao benigna (ff da Pressao Sistélica sem ff da Pressio diastélica). -« a a oe a a e: Arteriolosclerose Hiperpidsica: Espessamento em laminas concéntricas das paredes arteriolares com estreitamento progressivo da luz do vaso. A membrana basal mostra espessamento com proliferagdo das células miointimas. Ocorre também deposigao de material fibrindide e necrose aguda da parede de vasos (""arteriolite necrosante"). E rara, s6 sendo ericontravel na hipertensdo maligna (fl da Pressdo Sistélica e diastélica). E grave. Patogenia obscura. Os sitios mais comuns sao os vasos do tecido adiposo peri adrenais, peri pancretiticos ¢ intestinais 6. GOTA URICA: © Etimologia: latim "guia" = gota. refletindo uma crenga antiga de que a doenga era causada por um veneno que caia gota a gota dentro da articulagao... * Conceito: Deposi¢ao de cristais de Acido Urico (uratos) nos tecidos conjuntivos e membranas serosas. afetando principalmente as articulagées ("Gota articular”), pleura e/ou peritonio ¢ tubulos renais da regido papilar ("Gota visceral”), onde 0 pH baixo favorece a cristalizagao. * Historico: Hipécrates de Cés (século V a.C.) - "Podagra" (gota nos artelhos do pé), "Gonagra” (no joetho) e "Cheiagra" (no pulso): Galeno descreveu pela primeira vez os "tofos gotosos"; WOLLASTON & PEARSON (1796) demonstraram a presenga de urato nos tofos gotosos de pacientes com gota: * Emil FISHER (1898) estabeleceu a estrutura do acido bases purinicas dos acidos nucleicos. ico € relacionou-o com as + Etiopatogenia a. Distirbios na metabolizagao e eliminago dos catabélitos das purinas - principalmente anormalidades na produedo endégena de purina; b. Retengdo de uratos - nas nefropatias erdnicas: c. Deficiéncia de vitamina A e/ou restrigdo de agua em planteis avicolas: d. Dietas hiperproteicas (predisposicao); O excesso de uratos no sangue e nos fluidos organicos determinara a deposi¢ao no tecido conjuntivo ¢ nas serosas de crigtais hidrossoliiveis (retirados pelo processamento histoldgico de rotina) em forma de agulhas, circundados por reagio inflamatéria. A fagocitose dos cristais pelos faydcitos freqiientemente é frustrada pela perfuragdo dos fagossomas pelos cristais determinando morte celular e amplificacao da reagdo inflamatéria, com diminuico do pH, o que favorecera mais ainda a cristalizagdo e precipitagao de novos tofos gotosos, cronificando o processo inflamatério, com deformagao local e dor aguda e intensa. ‘C:Anilton -PatgersDegentec dos PROF. ANILTON CESAR VASCONCELOS TOPICOS DE PATOLOGIA GERAL INSTITUTO DE CIENCIAS BIOLOGICAS DA UFMG - 1997 Curso de Patologia Geral Veterinaria Laboratorio de Apoptose TOPICO 5- ALTERACOES CIRCULATORIAS I Hiperemia e edema “Signa inflammationi quatror sunt: Rubor et tumor, cum calor et dolor” Cornelius Celsus (redescoberto em 1443 pelo Papa Nicolau V) 1. INTRODUGAO: O Sistema Cardiovascular € um sistema fechado, composto de uma central de bombeamento (0 corago) e uma rede distribuidora tubular (os vasos). ERR RERERRRR REE O sangue circula dentro desse sistema fechado, bombeado pelo coragao - sendo a sistole responsavel pela chamada Pressdo Arterial Sistélica: e € mantido dentro dos vasos pela Resisténcia Vascular(que seus acomoda aos jatos de sangue sistélico, elasticamente), também é chamada de Pressio Diastdlica. 2. HIPEREMIA: -Etimologia: gr." Hyper" = aumento + "haima' = sangue. -Sinonimia: Cor Vii estdo (It. "Congestione" = acimulo) -Conceitv: Aumento do volume sangiineo localizado num drgio ou parte dele, com conseqilentiggss dilatacio vascular, por alteragao no sistema Pressio arterial versus Resistencia Pré e Pés capilar. = -Classificagao’ - a. Hiperemia Ativa (ou Arterial - ainda que 0 processo também envolve vénulas e capilares): a Aumento do afluxo sangilineo arterial por aumento da Presso Arterial e/ou diminuiggo dies Resisténcia Pré capilar. = Caracteristicas macroscépicas: "In vivo" = Aumento de volume, avermelhamento, aumento de temperatura local (quando em superficies corporais) e as vezes pulsacao. - a1. H, Ativa fisiolégica = Aumento do suprimento de 09 e nutrientes, paralelamente 4 demanda de maior trabalho. Ocorre expansii gat do leito vascular, com os vasos de reserva se tornando funcionais. Exemplos: ‘Tubo gastrointestinal durante a digestah™ Musculatura esquelética durante exercicios fisico! Cérebro durante estudcagsst Gléndula mamaria durante lactas2ggas Rubor facial apés hiperestimulagao psiquica Corpos cavernosos penianos durante excitagao sexual - Caracteristicas microscépicas: Ingurgitamento vascular, com hemacias em posigao periférica negest fluxo laminar. = 4.2, H. Ativa patologica: Aumento do afluxo sangilineo devido a liberagao local de mediadores bioquimicos da inflamacao (device 4 alguma agressio aos tecidos), com relaxamento de esfincteres pré capilares e diminuigio da Resisténciggs pré capilar. Do mesmo modo que na hiperemia fisiolégica, ocorre expansGo do leito vascular, com coy vasos de reserva se tornando funcionais. = = dl Exemplos: Injaria térmica (queimaduras ou congelamento), IrradiagSes intensas, traumatismos, infecgdes, Inflamaco aguda, Descompressio siibita ("Hiperemia Ex Vacuo". vista nas retiradas abruptas de liquido ascitico ou pleural, ou de Faixas de Esmarch" Sindrome de Horner (Paralisia de nervos vasoconstrictores). Caracteristicas microscépicas: Ingurgitamento vascular. com leucécitos em posi¢ao periférica no fluxo laminar - “Marginaedo, pavimentagao e diapedese leucocitéria” b. Hiperemia passiva (ou venosa: ou estase ou ainda congestio): Diminuigdo da drenagem venosa por aumento da Resisténcia Pés Capilar. Caracteristicas macroscépicas: Aumento de volume Cianose (gr. “Kyandsis” = azulado). b.L. H. Passiva local: Obstrucdo ou compressdo vascular; Garroteamento na pungo venosa; Torgdo de visceras (H. Passiva aguda), Trombos venosos, embolias em sistema porta, postura (ago da forga da gravidade) vs flebectasias (varizes): Compresso vascular por neoplasias, abscessos, granulomas e iitero gravidico (H. Passiva crénica). 6.2, H. Passiva "geral" ou setorial ou sistémic Na Insuficiéncia Cardiaca Congestiva: Trombose e embolia pulmonar, € nas lesdes pulmonares extensas (enfizemas graves em eqinos, Tbe, neoplasias pulmonares, etc...). Edema (ativa ¢ passiva). O aumento da Pressio Hidrostitica eleva a filtragdo e reduz a reabsorg30 capilar, Hemorragias (ativa e passiva). Por diapedese ou por ruptura de capilares e pequenas vénulas. Degeneracées. Necrose, Hipotrofias e Fibrose ("Induracdo de estase") (passiva). Por redugao do afluxo de O> e nutrientes. Trombose e Flebectasias (passiva). Por diminuigao da velocidade do fluxo. 3. EDEMA: -Etimologia: gc. ~oidema" = "inchagGo"(Aumento de volume brusco ou lento, em qualquer setor organico. englobando também neoplasias e distensdes de visceras ocas.) -Sinonimia: Hidvopsia. -Conceito: Acimulo anormal de liquido (égua + sais + proteinas) no compartimento extracelular intersticial e / ou nas cavidades corporais 60% do peso corporal = agua (dependendo, naturalmente do estado nutricional, da idade, do sexo): Distribuicio da agua Zgua intracelular agua extracelular 15% agua intersti -Nomenclatura: gua intravascular Prefixo HIDRO + Cavidade afetada (exemplos: Hidrotorax, hidroperitonio, hidrartro, hidrocele, hidrocefalia, etc...); “EDEMA DE + Orgio afetado” ou Orgio HIDROPICO. (ex.: edema pulmonar ou pulmao hidrépico); ANASARCA (""Ana" = sobre + "sarx" = carne) = edema generalizado. ASCITE (gr. “Askytes” /lt. “Ascitis” = tumefagao abdominal) : 0 mesmo que hidroperitonio. -Fisiopatogenia: Fatores envolvidos: Integridade vascular ¢ Forgas de Starling Forgas de Starling: Pressao Hidrostatica: efeito de sist, pressores; Pressao Osmética: equilibrio de concentragbes, Pressiio Coloidosmotica: | efeito dos coloides/agua O desequilibrio dessas forgas e/ou alteragdes vasculares podem fazer com que © liquido que sai na extremidade arteriolar do capilar exceda a quantidade de liquido que consegue retornar a circulacao (via' retorno a extremidade venular do capilar e via drenagem linfatica). CCL Mecanismos envolvidos: (agi do isoladamente ou concomitantemente) qtLCttd Saida excessiva de liquide, por: Aumento da Permeabilidade Vascular; causando edema local, com tendéneia a formar Exsudato, {alto teor de proteinas/ 34%, alta densidade/ 1020, alta celularidade e aspecto turvo, se coagulando quando’ exposto ao ar longamente). Macromoléculas passam para o intersticio, diminuindo a Pressic®™ Coloidosmética intravascular e aumentando a Pressdo Coloidosmética intersticial. = Causas: Inflamagdes, intoxicagdes, toxemias. alergias, hipéxia. Pode também ser considerado um fates agravante de edemas gerais (ICC = edema e anéxia = ff Permeabilidade vascular = edema). = Retorno deficiente do filtrado, por: = = Aumento da Pressio Hidrostitica a nivel da extremidade venular do eapilar: causando eden local ou geral, com tendéncia a formar Transudato (baixo teor de proteinas/ + 1g%, baixa densidade/ 1010 a 1018, pequena celularidade e aspecto limpido). Aumenta o tempo de filtragdo [transudagdo] e diminui 3 tempo de reabsoreao. = Causas: Obstdculos ao flrexo venoso (Trombose; embolia; compressdo venosa por abscessos, granulomas ay tumores, ritero gravidico, cirrose hepdtica, etc... ; forca da gravidade x postura) e ICC (Hipertensizo venosa sistémica). - Diminuigdo da Pressdo coloidosmética intravascular: causando edema geral, com tendéncia formar transudato. A diminuigao dos coléides intravasculares reduz a atragio do liquido durante a fase de reabsorcdo na extremidade yenular do capilar. — Causas: Hipoproteinemias por perda (Albuminiiria, verminoses, gastroenteropatias) ou por deficiéncia dees simese (Desnutri¢do, hipotireoidismo, cirrose hepatica) - Diminuigdo da drenagem linfética: causando edema local, com tendéncia a formar transudad®™ (neste caso chamado de "LINFEDEMA"). = Causas: Linfangites: compresséo e/ou invasdo com bloqueio de vias linféticas por neoplasia’ gg granulomas, abscesses, etc...; infestacdo com filarideos [Wulchereria brancofti e Parafilaria bovis]: esvaziamento ganglionar cinirgico e na Doenca de Milroy. - = Alteracées intersticiais com aumento da hidrofitia intercelular: causando edema local ou geral por aumento de Mucopolissacdrides [MPS] no intersticio com conseqiiente aumento da Pressio Onostica intersticial e da hidrofilia (Causa: Hipotireoidismo.) efou por aumento na complacéncia e diminuigao d Pressdo intersticial (Causa: Hipotrofias) TTT UDG ~Caracteristicas Macroscépicas: Anasarca/ edema no tecido subcutineo - "Sinal de Cacifo"(Compressao digital => depressio de retorno lento). Visceral - Aumento de volume e peso. diminuigao de consisténcia, aspecto liso ¢ brithante, palidez (em consequiéncia da compressio vascular), com vasos linféticos acinzentados distendidos na serosa (principalmente na pleura e mesentério). Caracteristicas Microscépicas: Bouin é melhor que o Formol para a fixagao de tecidos edemaciados, pois provoca menor retracdo [?]. Distensdo capsular (tumefagdo), dissociagio de fibras e células (com predisposigao 4 degeneragdes ¢ necrose), linfaticos dilatados (teor protéico da linfa ¢ indicativo da gravidade do processo inflamatério). fibrina, hemacias ¢ leucdcitos. Fibroplasia quando o edema é crénico. Consegiténcias: Lembrar que o edema é uma alteracao reversivel. Benéficas: Diluigdo de toxinas bacterianas e de metabilitos téxicos; Dispersio de colénias bacterianas e facilitago da fagocitose; Diminuigao da hipertonicidade; Seqiiestro de excessos de liquido. Maléficas: Dependem principalmente do érado afetado e da intensidade do proceso. O hidrotérax, o edema pulmonar ou o de glote dificultam ou impedem uma aeragao adequada e podem levar a asfixia. O hidropericardio pode provocar tamponamento cardiaco (i.e, limitar a expansdo diastélica), levando rapidamente a morte. O edema cerebral quando intenso e agudo determina hipertensdo craniana e as vezes até mesmo hemiagao de tonsilas cerebelares pelo forame magno. Ja o edema do tecido subcuténeo nao determina por si sé riscos para a vida do individuo. CAnitton-Patgen SAltctel doc PROE. ANILTON CESAR VASCONCELOS TOPICOS DE PATOLOGIA GERAL INSTITUTO DE CIENCIAS BIOLOGICAS DA UFMG - 1997 Curso de Patologia Gerai Veterinaria Laboratatio de Apoptose TOPICO 6 - ALTERAGOES CIRCULATORIAS IL Hemorragia e choque “L'emorragia é l'effusione di tutti i componenti del sangue dai vasi sanguigni; non @ un fenomeno esclusivamente patologico, poicht esistono emorragie necessariamente connesse a fatti normali. Morgagni, apud Cesare Sacerdotti & Bruno Polettini, 1949 1. HEMORRAGIA: -Etimologia: gr. "Haimorrhagia" ou “Haima’+“Rhegnymi” / It. "Haemorrhagia" = escorrer sangilineo. -Sinonimia: "Derrame"(vulgar). -Conceito: Extravasamento sangiiineo para fora do sistema cardiovascular, -Classifieagdo e nomenclatura: = Quanto é origem: --venosa, .arterial, capilar. cardiaca. (ECCT TALL « Quanto é relagdo com 0 organismo(? externas ou superficiais, internas com fluxo externo: exemplos: gastrorragia com hematémese, gastrorragia e/ou enterorragia com melena, otorragia, epistaxe ou rinorragia, pneumorragia com hemoptise, nefrorragia com @™ hematiria, etc... Utiliza-se 0 prefixo designativo do érgdo afetado acrescido do sufixo rragia. was Retorragia + Melena Epistaxe + Hemoptise. .ocultas (i.e., sem fluxo externo): viscerais (superficiais, parenquimatosas ou intersticiais) e ainda as cavitarias. Utiliza-se o prefixo Hemo ou Hemato acrescido de termo designativo da cavidade afetada. - Quanto ao mecanismo de formagéo: ~Por rexe ou ruptura de vasos: mais freqiientes, geralmente de origem traumética. Por diabrose ou digestdo/erosdo de vasos: por necrose (exemplo: cavernas pulmonares na tuberculose) ou digestdo enzimatica (exemplo: itlceras pépticas). Por diapedese ou didtese hemorrdgica: sem lesio evidente nos vasos, geralmente a nivel capilar = freqientemente do tipo petequial ou pirpura. As hemacias fluem através da parede vascular intacta. que Visto comumente nas coagulopatias (didteses hemorragicas) e nas congestdes prolongadas em vénulas e, capilares. 1tttt 1 - Quanto és idade do processo: ..Recente: Hemécias integras nos cortes histolégicos. Antiga:. Hemélise e hemossiderose presentes. AUUTtttt - Quanto & morfologia: Mais aplicavel as viscerais e tegumentares. ~Petéquias: \t. “Petecchia” = mancha roxa ou hemorragia puntiforme. Hemorragias mintisculas, de 1 a2 mm de didmetro, esparsas. Pirpuras: até aproximadamente 1 cm de didmeiro ou reunido de petéquias mais densamente. Este termo € também utilizado para descrever um quadro hemorragico generalizado (petéquias e sufusdes extensas em varias serosas € mucosas, geralmente associado as didteses hemorragicas - Sindromes com tendéncia a hemorragia por deficiéncia na coagulagdo e também as septicemias - viremias e toxemias - que induzem lesdes em pequenos vasos periféricos).. ~Sufusdes: \t. “Suffusionem” = extravasamento de humores. Também chamadas de “Médculas hemorragicas” ou “Hemorragias em lenco!”. Refletem manchas difusas, planas ¢ irregulares (0 termo "Equimose" também tem sido utilizado para descrever este tipo de hemorragia, quando afetando a pele - ou com dimensdes menores que a sufusdio - 23cm ). --Hematoma ou bossa sanguinea ou ainda hematocisto: refere-se 4 formacdo de uma cavidade com colegio sangitinea. -Apoplexia: gr. “apoplexis e manifestagoes gerais graves abater, cair. Hemorragia massiva, grave, intensa, com destruigao organica = Quanto a etiologia: .-Traumdtica - acidentes ¢ cirurgias; de origem hemética ~ Intoxicagdes (dicumarinicos, tricloroetileno, Preridium aquilinum, Crotalaria e Mellilotus ["trevo doce” nos EUA], acido acetilsalicilico, antihistaminicos, etc...); Hipovitaminoses (principalmente K / importante na Cascata de coagulasao, e C/ integridade das jungdes interendoteliais); Hepatopatias: Trombocitopenias; Hemofilias (homem e cao sé no macho, nos suinos tanto nos machos quanto nas fémeas). de origem vascular ~ Hipertensao intravascular (hipertensdo arterial, varizes, formagao e ruptura de aneurismas, obstrugao venosa); Toxinas e agentes infecciosos endoteliotrépicos (PSC e PSA, Newcastle, Pasteurella multocida Bacillus anthracis, etc...). - Quanto & intensidade (Conseqiiéncias): Fatores: local, volume; velocidade de perda Grave: quando afeta érgao essencial ou importante (ex: mesmo um pequeno hematoma subdural j pode determinar coma e morte), e/ou com perda répida de grandes volumes sangiineos (ultrapassando 1/3 da volemia, i.e. 3 a 4 % do peso corporal). Risco de vida evidente. Choque hemorragico. _Moderada: quando inspira cuidados, mas em si s6 nao indica ainda risco de vida. Leve: quando nao interfere significativamente na vida do individuo. -Caracteristicas macroscépicas: Avermelhamento vivo ou arroxeado na area atingida e/ou fluxo sangutineo. Para discussio: hiperemia versus hemorragia em medula éssea € no baco. -Caracteristicas microscépicas Hemécias fora de vasos (livres, aglomeradas em codgulos ou fagocitadas por macréfagos). Com a evolucio. a hemélise ¢ a metabolizacdo da hemogiobina leva a0 aparecimento de hemossiderina e hemossideréfagos. - Resolugio da Hemorragia: Quando a hemorragia no ¢ fatal, apés a hemostasia, pode ocorrer absorgdo do coagulo (nas hemorragias menores) ou organizacao e fibrose (nas hemorragias mais amplas). Pode ocorrer também formagio de aderencias, encistamento, calcificagdo, ossificagdo (comum no otohematomas caninos), colonizagio bacterianas e supurago. CHOQ! “Schock - a huge unhinging of the machinery of life” ‘Samuel Gross. 1972 -Etimologia: fr. “choc” = parada/al. “scoc” = sacudida. -Sinonimia: Sindrome da Insuficiéncia Vascular Periférica Aguda © (Hershley, 1964), -Conceito: Deficiéncia circulatéria aguda da perfusio tecidual, grave ¢ generalizada, resultante da redugio do débito cardiaco, seja por diminui¢ao da capacidade de bombeamento sangitineo do coragao ! ou por diminuicio do retorno venoso?. -Etiopatogenia A pressdo arterial depende do rendimento cardiaco ¢ do ténus vasomotor periférico. Uma grande redugo em um desses dois elementos, sem uma elevacdo compensatéria do outro, causa a hipotensdo sistémica E importante ter em mente também que 90% da area vascular geral corresponde & microcirculagio @ (Hershley. 1964) Com base nessas informagies os fatores determinantes potenciais do choque podem ser agrupados assim Diminui¢do da fun¢io miocardiaca (Choque Cardiogénico)! . Diminuigao da capacidade cardiaca: Infartos no miocardio, miocardites, insuficiéncia mitral, ICC em geral, arritmias (taquicardia paroxistica ou fibrilagdo auricular, bradicardia grave). Obstrugao ao fluxo sanguineo: Embolia pulmonar grave, pneumotérax, tamponamento cardiaco (hidro e/ou hemopericardio), aneurisma aértico dissecante. Diminuigao do retorno venoso ("n" tipos)2 Diminuigdo do volume sangiineo (Choque Hipovolémico): Por perdas extensas de liquido: Hemorragia grave (Choque Hemorragico), queimaduras extensas, intoxica¢do com diuréticos, diarréias intensas ¢ vémitos (obstrugées intestinais e estenose pilérica). A hemoconcentragao diminui a fluidez sangilinea e agrava a redugo no retorno venoso. Por seqiiestro interno: Ascite, hemotérax e hemoperitonio. .. Queda do ténus vasomotor (Choque Neurogénico). com expansio do leito vascular (vasodilatagao) ¢ hipovolemia relativa (retengdo da volemia em vasos periféricos): Traumatismos graves (Choque Traumético), depressio do SNC, dor intensa, bloqueadores ganglionares e anti-hipertensivos, retirada abrupta de liquido ascitico (dilatagao vascular "ex-vdicuo"), anafilaxia (Choque Anafildtico), ¢ infecgoes graves com bactérias Gram positivas (Choque Septicémico). «. Aumento da resisténcia ao fluxo sangtiineo (vénulo constricgao pés capilar): intoxicagdes com vasoconstrictores ( com lesdo tissular secundaria & perfusdo diminuida), infecgdes graves com bactérias Gram negativas (produtoras de endotoxinas) e Coagulagdo Intravascular Disseminada/CID. CHOQUE U Fungo U Debito) ¥ Retomo’ Lo ‘do Ténus Miocardiaca Cardiaco Venoso — | vascular T | fl da Resisténcia ao U Pressao Fluxo Sangiiineo Arterial é™ Deficigncia na Perfusio Tecidual Estagio Descompensado = Estagio Compensado Taquicardia, taquis ‘Vasoconstricgio periférica, Vasodilatagao pulmonar Hipéxia + Retengao de Catabélitos, determinando: Estagio Irreversivel Encefalopatia hipdxica (*U Capacidade, inconsciéncia), Necrose e hemorragia subendocardica, Edema pulmonar (S.A.R.A), - Necrose tubular aguda renal (*oliguria ou anuria), - "Stress Response"/necrose hemorrgica da adrenal, - Gastroenteropatia hemorragica, . Esteatose e necrose periacinar hepatica, - Acidose metabélica. - Coagulacao Intravascular Disseminada (CID/ McKAY, 1965 e hemorragias consecutivas a deficiéncia de fatores (“Coagulopatia de consumo”). (C\milton - Patgen6Alteire2 doc PROF. ANILTON CESAR VASCONCELOS TOPICOS DE PATOLOGIA GERAL INSTITUTO DE CIENCIAS BIOLOGICAS DA UFMG - 1997 Curso de Patologia Geral Veterinaria Laboratdrio de Apoptose TOPICO 7 - ALTERACOES CIRCULATORIAS IL Trombose, embolia, isquemia, lesdes de reperfusdo e infarto “A trombose é uma conseqiiéncia de 3 tipos de alteracdes, agindo isolada ou simultaneamente: . Alteracdes da parede vascular ou cardiaca; Alteragoes reologicas ou hemodindmicas; . Alteragdes na composicdo sangiiinea com hipercoagulabilidade.” "Triade de VIRCHOW AEULDLLADRDAELEETL TS 1. TROMBOSE: - Etimologia: " gr. “Thrombos" = coagulo + “osis" ay estado de... ~ Conetite: Salinicagaa des constinaines nirias do sangue, dentro do sistema cardiovascular, no‘ania® vivo. Trombo é a massa sélida formada a partir do processo da trombose. Deve ser diferenciado coagulagao extravascular (hemostasia) ¢ da coagulagao post mortem. - Classificacao @, Quanto a estrutura: a.1. Trombos vermelhos, ou “de coagulac4o" , ou ainda "de estase”: ricos em hemécias, mais frequentes veias (Flebotrombose); 4.2. Tromibos brancos ou “de conglutinagio": constitudos basicamente de plaquetas fibrina, est geralmente associados as alteragdes endoteliais, sendo mais freqiientes em artérias. ‘a.3. Trombos hialinos: constituidos principalmente de fibrina, estéo geraimente associados a alteracoes & composi¢ao sangitinea, sendo mais frequentes em capilares. a.4. Trombos mistos: sio os mais comuns. Formados por estratificagées fibrinosas (brancas), alternadas cg partes cruéricas (vermelhas). Sio alongados e apresentam 3 partes: ... Cabeca: trombo branco, pequeno, fixado no endotélio; = . Colo: porgdo estreita intermediiria, na qual se configuram as “linhas de Zahn" resultantes da alterninage de zonas brancacentas ¢ avermelhadas; . Cauda: trombo vermelho. Vid 6. Quanto é localizagéo: b.1. Venosos: Geralmente yermelhos ¢ localizados predominantemente dos membros infer (Flebotrombose humana). Séo timidos ¢ gelatinosos, associam-se as flebectasias ¢ 4 estase prolongada, ns podem advir também de flebites. Representam aproximadamente 70% das tromboses no ser huma (AMORIM et alii, 1960) e} b.2. Cardiacos: Murais (principalmente no endocardio da auricula direita ¢ no ventriculo esquerdo) oe valvulares (principalmente na adrtica ¢ na mitral). Representam aproximadamente 20% das tromboses no jg humano (AMORIM et alii, 1960). b.3. Arteriais: Geralmente brancos, acometendo mais comumente as corondrias, as cerebrais, as ilfacas e femurais no ser humano, representando apenas 10% das tromboses nessa espécie (AMORIM et alii, 1960.6 aorta, a celiaca ¢ a géstrica no cdo (Spirocerca lupi); as mesentéricas [principalmente a cranial], a renal esplénica ea cecal média nos eqiiinos (Strongylus vulgaris). a £ b.4. Capiiares: Geralmente hialinos, ocorrendo nas coagulopatias de consumo (Coagulagao Intravasc Disseminada). ¢. Quanto ao feito de interrupgao do fluxo sangiiineo: = cl. Oclusivos ou ocludentes: obstruem totalmente @ luz vascular. E relativamente comum tanto gos tromboses arteriais (aterosclerdticas) quanto nas venosas. c.2. Murais, parierais, ou semi-ocludentes: obstruem parcialmente a luz vascular. Comuns na tomb arterial e na cardiaca. A trombose venosa mural é rara ou nao existe.(?) = ¢.3. Canalizado: Trombo oclusivo que sofreu proliferacdo fibrobléstica ¢ neovascularizacao, restabeleccreses pelo menos parte do fluxo sangtiineo. o = 4. Quanto a presenca de infecgao: 4.1. Séptico: quando © trombo sofreu colonizagao becteriana ou quando se formou as custas de um processo inflamatério infectado (Ex.: Endocardite valvular) 4.2. Asséptico. - Etiopatogenia: A trombose € uma conseqiiéncia de 3 tipos de alteragdes ("Triade de Virchow"), agindo isolada ou simultaneamente: Alteragdes da parede vascular ou cardfaca; Alteragdes reolégicas ou hemodinamicas; AlteragSes na composi¢ao sangitinea com hipercoagulabilidade. a, Alteracées da parede vascular ou endocardiaca: Evidencidvel na maioria das tromboses arteriais ¢ cardiacas, ¢ em algumas venosas. Causas: Traumas (pungdes muito repetidas, por exemplo), localizagdo de bactérias na superficie vascular, infecgdes virais de células endoteliais, migragdo de parasitos na parede vascular (angeites € endocardites), arteriosclerose, infarto no miocardio, erosoes vasculares decorrentes de infiltracdes neoplasicas. Mecanismo: Lesio endotelial ou endocardiaca provocando exposi¢do do colégeno subendotelial, com conseqiiente adesdo e agregacdo plaquetéria, e desencadeamento do processo de “coagulacdo", além da contracao das células endoteliais ou endocardiacas. b. Alteragies reolégicas ou hemodindmicas: Por estase (1 velocidade do fluxo): Importante principalmente na trombose venosa. A estase altera o fluxo lamelar fazendo com que as células (inclusive plaquetas) que ocupavam a corrente axial passem a corrente marginal, facilitando o contato plaquetas - endotélio, ao tempo que concentra os fatores da coagulagao . Por turbuléncia: Predispdem a deposigao de plaquetas (por alterar © fluxo lamelar com modificagio da corrente axial em marginal) e por traumatizar a intima cardiovascular, facilitando a exposi¢ao do colageno subendotelial. Por esse motivo é consideravelmente maior a freqiiéncia de trombese nas areas de estenose € bifurcacao vasculares. ¢. Alteragdes sangiiineas (Hipercoagulabilidade): Um dos fatores mais importantes na trombogénese. Trombocitose: Anemias ferroprivas, apés hemorragias graves (pés operatérios, principalmente de esplenectomias), doenga de HODGKIN, disseminagdo de neoplasias malignas e sindromes mieloproliferativas. _ Incremento de fatores da coagulacdo: na gestagao (VIL e VIM), sindrome nefrética (V, VII, VIII e X) e em algumas neoplasias malignas. Redugao da atividade fibrinolitica: diabete melito, obesidade, sindrome nefrética (perda urindria de antagonistas da coagulacio). Aumento da viscosidade sangiiinea: Anemia falciforme ( da flexibilidade da hemédcia), policitemia, desidratagio e queimaduras. ~ Destino dos trombos: a. Lise: Acio da Plasmina (Fibrinolisina) sobre alguns dos fatores da coagulacéo (V, VII, XII e protrombina), fibrinogénio e fibrina digerindo-os. Impede também a ressintese da fibrina (impossibilita a polimerizagdo), inibe a agregacdo plaquetéria com efeito anti-trombina direto. A possibilidade e a velocidade da lise dependem do volume do trombo e da conservagao parcial do fluxo (fonte de fatores fibrinoliticos). b, Amolecimento puriforme: © trombo, como um corpo estranho, é invadido por neutréfilos que podem promover a digest4o enzimatica da massa central, convertendo-o num saco com conteido puriforme (ou purulento, se o trombo for séptico), que pode se romper ¢ liberar na circulagao 0 liquido assim produzido. Comum nos trombos volumosos das camaras cardiacas € sacos aneurismaticos. ¢. Organizagdo: Invasio do trombo por macréfagos, fibroblastos (ambos aparentemente oriundos de monécitos) e por brotos de neovascularizagao (proliferagdo endotelial), que culminam com a transformagéo do mesmo em tecido de granulacao. 4. Canalizagao: Ocorre quando os vasos neoformados na fase de organizacao anastomosam-se, permitindo 0 restabelecimento parcial do fluxo sangiineo (auxiliado pela fibrose e retraco do trombo). a e. Calcificagao: Comum nos trombos sépticos ¢ nos organizados , principalmente nos venosos (formando & “flebélitos") que podem permanecer firmes na parede vascular ou desprender-se e cair na correrl circulatéria f. Colonizagéo bacteriana: Nas septicemias, germes podem aderir e colonizar um trombo asséptic tomnando-o séptico. E mais freqliente nos trombos brancos, principalmente nos localizados no endocérdio. g. Embolizagdo: Muito freqiente. Decorrem da fragmentacdo ou descolamento de trombos inteiros favorecida pelo amolecimento puriforme, pela fragilidade na fixagao do trombo, pelo retardamento na lise na organizacao, pela compressao da regido, pelo esforco e aumento do fluxo sangilineo, etc. - Caracteristicas Macroseépicas: - Venosos: geralmente vermelhos e oclusivos, de aspecto timido ¢ gelatinoso (lembrando os codgulos po! ‘mortem, porem firmemente aderidos ao endotélio (quando retirados 4 necropsia, deixam uma superfi rugosa e sem brilho.). « Cardiacos: Brancos (secos, fridveis, ineldsticos, associados & alteraces no endocardio) ou vermelhos (semelhantes aos venosos, associados sobretudo ao retardamento da circulagdo sangiiinea nas cima cardiacas, como visto nos aneurismas cardiacos na miocardite chagésica crénica). . Arteriais: Geralmente brancos, oclusivos ou semi-ocludentes, - Caracteristicas Microscépicas: = Brancos: Apresenta lamelas amorfas, granulosas, desprovidas de células ¢ levemente eosinofilicas. formadas por plaquetas conglutinadas e desintegradas e se bifurcam ("lamelas secundarias") dando ao trom um aspecto coraliforme tipico. Na periferia das lamelas ocorre um grande infiltrado de neutr6filos chamada "Orla marginal”. - Vermelhos: Constituidos de rede de fibrina com conglomerados plaquetdrios nos pontos nodais, retendo suas malhas leucécitos e hemécias (lembrando um codgulo - a diferenga entre os dois sio as lame plaquetirias dos trombos). - Conseqiiéncias: Dependem de: . Tipo anatémico da circulagéo (terminal, colateral ou dup! Vulnerabilidade dos tecidos & hip6: Em geral temos: Isquemia, levando a degeneracdes e as hipotrofias ou ao infaf . Hiperemia passiva, levando ao edema, as degeneracdes e is hipotrofias, ou ao enfarte vermel' Embo' 2. EMBOLI - Etimologia: gr. "émbolo" tampao, rolha; e "emboleé" = irupgio = Conceitos: Embolia é a ocorréncia de qualquer elemento estranho (émbolo) a corrente circulat6y transportado por esta, até eventualmente se deter em vaso de menor calibre. - Tipos de embolias: . Embolia direta: & a mais freqiente. Embolos se deslocam no sentido do fluxo sangiiineo. Assim, émbag oriundos de artérias ou do lado esquerdo do coracdo segue para a “Arvore arterial sistémica", na direcio dps capilares ("Embolia sistémica", comum nas endocardites vegetativas, nas tromboses murais pés infarto ‘io miocardio, na aterosclerose aértica e nas arterites parasitérias). Os "alvos" mais freaiientes séo 0 cérebro, ® extremidades, o baco e os rins. J4 os émbolos oriundos de veias ou do lado direito do coragdo seguem par: pulmées ("Embolia pulmonar"), onde poderao determinar Insuficiéncia siibita do coragao (lado direitc morte por hipéxia sistémica. Esta é a forma mais comum e mais letal no ser humano, sendo determinada 95% dos casos por tromboembolismo dos membros inferiores. E importante verificar que normalmente tas embolo formado em veias vai parar no pulmo, exceto os formados nas veias tributérias da veia ports © figado ¢ do eixo hipotélamo-hipéfise. . Embolia cruzada ou " xal”; E quando o embolo passa da circulagao arterial para a venosa, ou vice- versa, sem atravessar a rede capilar, por intermédio de comunicagio interatrial ou interventricular, ou ainda de fistulas arterio-venosas Embolia retrégrada: Embolos se deslocam no sentido contrario ao do fluxo sangiiineo. Visto em algumas parasitoses, como por exemplo na migragio do Schistosoma mansoni do leito portal intra-hepatico até ramos de veias mesentéricas ¢ plexo hemorroidal no ser humano e provavelmente também na migracdo das larvas do Strongvlus vulgaris do intestino até as mesentéricas craniais. A embolia retrograda também pode explicar a ocorréncia de metastases vertebrais de adenocarcinomas prostaticos, situacio na qual geralmente ocorre certo tenesmo, 0 que determina aumento da tensio intra abdominal durante a defecagdo. Tal aumento da pressio intra abdominal pode inclusive inverter a pressio vascular (venosa > arterial) e 0 fluxo (sangue venoso retorna 4 artérias. as vezes com émbolos neoplasicos....) - Tipos de émbolos: « Embolos sélidos: Sdo os mais freqientes. A grande maioria provém de trombos (fragmenta¢do ou descolamento integral / "cromboembolismo" ou “embolia trombética"). Além desses, massas neoplisicas, massas bacterianas, larvas e ovos de parasitos e mesmo fragmentos de ateromas ulcerados podem aleancar a circulacao e agit como émbolos. . Embolos liquidos: Sio menos frequentes. Classicamente tém-se a Embolia amniética e a Embolia lipidica ou gordurosa. Na primeira o liquido amniético é injetado pelas contragSes uterinas durante 0 parto para dentro da circulagdo venosa, via seios placentarios rompidos, predispondo a C.1.D. devido aos altos teores de trombina nesse liquido. Lipides podem formar émbolos nas seguintes situacdes: . Esmagamento ésseo e/ou de tecido adiposo ("Crush Syndrome"); .. Esteatose hepatica intensa: .- Queimaduras extensas da pele; . Inflamacées agudas e intensas da medula dssea e tecido adiposo (osteomielites e celulites); .- Injegdo de grandes volumes de substancias olcosas via endovenosa; .. Acompanhando a embolia gasosa nas descompressdes sibitas, quando 0 N> dissolvido nas gorduras com pressdo maior, torna-se insolivel com a descompressao rompendo 0s adipécitos . Embolos gasosos: Sao mais raros. Gases podem ocorrer na circulacao nas seguintes situacdes: Injegdo de ar nas contragSes uterinas durante o parto; - Perfuracdo tordcica, com aspiragao de ar para instalaco de pneumot6rax tornando possivel a aspiracdo de ar também para vasos rompidos na area; Nas descompressées stibitas (Escafandristas, aviadores e astronautas). Quando sob pressurizacao, de acordo com a Lei de Henty (Volume de um gas dissolvido num liquido = Pressdo parcial deste gis X Coeficiente de solubilidade do gas), ocorre aumento do volume de gas dissolvido no plasma. Com a descompressio sibita, 0 gas se torna insolivel também rapidamente, na propria circulagao (fazendo com que © sangue "borbulhe”, principalmente o N2, que tem um coeficiente de solubilidade menor que os outros gases atmosféricos). Neste caso ocorre dentro do sistema circulatorio 0 mesmo que acontece quando vocé abre uma garrafa de Coca Cola... - Conseqiiéncias: c . Dependem de: _ -Natureza do embolo (Séptico/ abscessos; neoplésicos/ metastases) e volume do mesmo; «Local atingido (essencialidade, tipo de rede vascular, presenga ¢ eficiéncia de circulacdo colateral, vulnerabilidade a hip6xia, etc...); Em geral podemos ter: A jusante: Isquemia, levando a degeneracées e hipotrofia ou ao infarto isquémico, quando intensa ; . A montante: Hiperemia passiva, levando ao edema, 4 degeneragdes e a hipotrofia, ou ao infarto hemorragico. 3. ISQUEMIA: - Etimologia: gr. “ischaimos" = detencéo sangitinea; "iskho" = deter + "haima” = sangue - Sinonimia: Anemia ou oligoemia local = Conceito: Deficiéncia no aporte sangiiineo a determinado érgdo ou tecido por diminuicio da luz & artérias, arteriolas ou capilares e A isquemia € constantemente confundida com @ hiperemia passiva (mesmo em bons livros - texto... Enquamto a isquemia é a deficiéncia no afluxo sangiineo a um tecido, a hiperemia passiva com freqiéncia St conseqiéncia da deficiéncia do efluxo (ou drenagem) sangtiineo de um tecido. Em ambas as alteragées tecidos sofrem de hipéxia, e exatamente por essa razio sio tio confundidas. A isquemia pode ter congs consequéncia 0 infarto branco ou isquémico, enquanto a hiperemia passiva pode ter como consequénciaggy infarto vermelho ou hemorrdgico e Hiperemia> } Passiva e - Etiopatogenia: - = . Causas funcionais: ~ .-Espasmo vascular (dor, frio, alcaléides do ergot, Festuca arundinécea, etc...); en Hipotensao acentuada; .-Hemoglobina alterada (carboxihemoglobina); = ..Redistribuigéo sangiinea (exemplo clissico = sono por isquemia cerebral na digestio/ hipererit# gastrointestinal); e e « Causas mecinicas: Compressao vascular (neoplasias, fragmentos dsseos, calos dsseos, hematomas, abscessos, cicatrizes); © Obstrugdo vascular (trombose, embolia); .. Espessamento da patede vascular com diminuigao da luz (arteriolosclerose e arterites). - Conseqiténcias: . Dependem de: Velocidade com que se instala (lenta ou rapida); -- Grau de reducao do calibre da artéria afetada (total ou parcial); .. Vulnerabilidade do tecido; .. Eficiéncia da circulacao colateral. TEL CC Variam de insignificantes (exemplo do sono [ isquemia cerebral leve ] durante a digestio), passando jeg degeneragoes, hipotcofia e fibrose (adaptagao a uma isquemia gradual ¢ incompleta) até o infarto isquémicn gangrena (quando a isquemia é stbita ¢ intensa). Qt, 4, LESOES DE REPERFUSAG: = Conceito: Série complexa de alteragdes regressivas que se instalam nos tecidos pré isquemicos, apo restituigdo do fluxo sangiiineo, principalmente quando associado a reperfusdo ocorre produgdo de radiggix livres e infltracao neutrofitica, que paradoxalmente lesa esses tecidos, muitas vezes até mais do que iy isquemia fosse mais prolongada e seguida de reperfusdo menos intensa. £ um processo geral novo, ainda em estudo a Entre as fontes de radicais livres figuram as enzimas Xantino - Oxidase (presentes nas céltes parenquimatosas ¢ nas endoteliais) e a NADPH oxidase (dos neutrétilos) eo Entre os mediadores que ativardo e atraitdo os leuoscites para 0 local da reperfusdo esto Leucotriegsy (LTB4), fator ativador de plaquetas (PAF), C5a entre outros. = = —_ It. “in farte" = cheio, atulhado; “infarcire” = inchar. - Sinonimia: Enfarte (mas nunca infarte nem enfarto, ainda que alguns autores assim 0 designem - DE PAOLA, 1977; BARRETTO NETTO et alii, 1984) - Conceito: Necrose que se instala apés interrupeao do fluxo sangitineo. = Classificacdo: . Infarto Branco ou Anémico ou Isquémico: Area de necrose de coagulacdo (isquémica) ocasionada por hip6xia letal local, em territério com circulacdo do tipo terminal. A causa é sempre arterial (oclusao trombo- embélica, compressiva). Os rgdos mais comumente lesados so os rins, 0 baco, 0 coracdo ¢ 0 cérebro. .- Caracteristicas morfoldgicas: .. de 0'a 6 horas - Sem alterages visiveis, mesmo 4 microscopia dptica; de 6 a 12 horas - Area palida pouco definida, com ou sem estrias hemorragicas (resto de sangue X paredes vasculares lesadas pela anoxia); ... de 12 a 24 horas - Area pilida delimitada por halo hiperémico - hemorrégico, cuneiforme, com base voltada para a cépsula do érgio e vértice para 0 vaso ocluido; .. de 24a 48 horas - Area cuneiforme ou em mapa geografic .. do 2° a0 5° dias - Halo branco acinzentado leucocitério internamente ao hiperémico, com deposi¢ao de fibrina na serosa capsular; ... do 5° dia em diante - Proliferacdo fibro ¢ angioblistica (avermelhamento leve centripeto com posterior cicatrizagao e retracao cicatricial) . Infarto Vermelho ou Hemorragico: Area de necrose edematosa (SCHULZ, in KITT & SCHULZ, 1985) ¢ hemorragica, ocasionada por hipéxia letal local, em territério com circulagdo preferencialmente do tipo dupla ou colaierai. Tanto a oclusdo arterial como a venosa podem causar infartos vermelhos. A oclusdo arte: mesmo em érgios de circulacdo terminal como o bago, pode provocar também infartos vermelhos quando a area de necrose isquémica é pequena e a hemorragia da periferia invade a 4rea isquémica. Além disso, 0 deslocamento de um embolo com restituigdo do fluxo sangiineo apés o aparecimento de necrose (infarto branco ou isquémico inicial) determina hemorragias na area necrosada ("infarto vermetho secunddrio” - comuns no cérebro e cerebelo). Nos érgios de circulacao dupla (ex: pulmées e figado) e nos de circulacao tinica, mas com anastomoses arterio - arteriais (como nos intestinos), a oclusdo de um ramo arterial faz com que 0 sangue que chega pela irrigago colateral nem sempre tenha pressio de perfusdo suficiente para manter a nutrigdo e oxigenagao. Assim, com a hipéxia, ocorre abertura de esfincteres pré-capilares, com hiperemia e hemorragia capilar associada ao infarto. A obstrugdo venosa (causa mais comum de infarto vermelho) vista nas torgdes de visceras determina hipertensdo vénulo-capilar, com edema, hemorragia e necrose. Outros érgios comumente acometidos so: testiculos, tumores pediculados, encéfalo e intestinos. O infarto vermelho €, a despeito do tipo de circulaco dupla, rarissimo no figado. Os infartos vermelhos ndo sto tao bem delimitados quanto os brancos, em virtude da infiltragdo de sangue do parénquima adjacente a necrose. - Conseqiiéncias: Dependem basicamente da extensio do infarto e do 6rgio acometido. Variam de insignificantes (infarto esplénico, por exemplo) a gravissimos (infartos no miocardio, nos pulmdes, nas alcas intestinais, e no cérebro). Em geral ha dor local ou irradiante, alguma febre, aumento na velocidade de hemossedimentagao e de enzimas (transaminases, fosfatases, desidrogenases, etc...) ¢ as vezes até ictericia (nos infartos vermelhos extensos.). :\Anilton - Pargert7AlrCire3.doc PROF. ANILTON CESAR VASCONCELOS TOPICOS DE PATOLOGIA GERAL INSTITUTO DE CIENCIAS BIOLOGICAS DA UFMG - 1997 Curso de Patologia Geral Veterinaria Laboratério de Apoprose TOPICO 8 - ALTERACOES INFLAMATORIAS I Conceito, sinonimia, etimologia, nomenclatura, histdrico, ocorréncia, objetivos, resposta benéfica ou maléfica, causas e classificagao. “Nas células estéo o fundamento de todas os fendmenos biolégicos, e os distirbios circulatérios que ocorrem na inflamacéio sdo uma conseqiténcia das alteracées celulares estimuladas pelo agente flogistico e nao 0 fator primério das inflamacaes.” VIRCHOW 1. CONCEITO: Conjunto de fenémenos bioquimicos, morfolégicos e fisiolégicos, sucessivos, ativos e complexos, pelos quais se exterioriza a reacao vascular e tissular dos tecidos vivos a qualquer agressio. Outros adjetivos cabiveis: local, inespecifica e mesenquimal. 2. SINONIMIA: Flogose 3. ETIMOLOGIA: It. “inflammatio" = incéndio : gr. “phlogosis" = ["phlox" = fogo + "osis" = estado de...) ATA ataa et ata ataaaaaneanedeaqe 4. NOMENCLATURA: : Termo designativo do local (6rgio, tecido, ou cavidade) afetado, acrescido do sufixo ITE. A gy adjetivacao devera ser feita conforme o tipo do processo [ ver classificagao] 5. HISTORICO: A idéia de se comparar uma lesdo cuténea avermelhada, quente, inchada e dolorida ("ardida") com gt algo em chamas é muito antiga e talvez decorra dos primeiros contatos do homem das cavernas com 0 fogo. Ja nos escritos cuneiformes da antiga mesopotimia os termos "Uinmu" [em fogo, inflamado] e "Napaiu {soprar, aliviar érea inflamada] se inseriam nesse contexto. e Nos hierdglifos do antigo Egito ((2.000 a.C.) apareciam termos como "Seref" [quente, inflamado] © “napahu" [pus] e Na Grécia antiga ja eram comuns os termos "Phlegmoné" [inflamado}, "erisipela” [inflamagao@ cutnea] e "oidema' [inchagao] e Na antiga Roma, por volta de 30 A.D., Cormelius Celsus descreve os 4 sinais cardeais da inflamago ["Signa inflammationis quatror sunt: Rubor et tumor, cum calor et dolor"}, redescobertos em© 1443 pelo Papa Nicolas V. e e John Hunter, um cirurgido escocés, afirmou em 1793 que a inflamagio nao deveria ser encarada gy como uma doen¢a, mas sim como uma rea¢ao inespecifica e benéfica do organismo as agressdes. e Rudolph Virchow, autor do livro "Patologia Celular" (em 1858), onde batiza a maior parte da@ nomenclatura histopatolégica ainda hoje utilizada e também o famoso 5° sinal cardeal da inflamacdo "Functio laesa”, atribuido por muito tempo 4 Galeno (130-200 A.D.){ Leo Rather, 1971 - "Disturbance oj function - Functio laesa: The legendary fifth cardinal sign of inflammation, added by Galeno to the four signs of Celsus" | Guido Majno, 1975). Julius Conhein. um pupilo de Virchow. em 1882, utilizando-se de um microscépio dptico e de mesentério € lingua de ris, descreveu os eventos vasculo - celulares da inflamagao (migragao de leucécitos), explicando os 4 sinais de Celsus. Pfeffer, em 1884, trabalhando com microorganismos e dcido mélico em tubos capilares, descreveu ¢ batizou a Quimiotaxia. Elie Metchinikoff, um russo que trabalhava no /nstituto Pasteur em Paris, descreveu e batizou a Fagocitose Almoroth Wright, em 1903, descreve as Opsoninas (Anticorpos). Lewis, em 1927, acatando as sugestdes de Ebecke, afirmou que as trocas vasculares ¢ exsudativas da inflamagao decorriam da ativagdo da "Substancia H" ["Histamina"], liberadas na lesfo tissular. A classica "iiplice reacao de Lewis" consiste em: linha branca [vasoconstricg%io momenténea); linha vermelha (vasodilatagao consecutiva]; halo avermelhado que envolve a linha (reflexo axénico) com tumefagdo [edema]. Entre os brasileiros que contribuiram de alguma maneira no esclarecimento de algum ponto dentro de inflamagdes, podemos citar: Mauricio da Rocha & Silva (em mediadores bioquimicos da inflamagao/"Anafilotoxinas"), Mario Mariano (em Células Gigantes e Macréfagos) além dos trabalhos de Wilson Beraldo e mais recentemente de Jodo Garcia Leme e Sérgio Ferreira (Mediadores da resposta inflamatéria). 6. OCORRENCIA: Uma das respostas mais comuns dos organismos vertebrados as agressGes. 7. OBJETIVOS: Dominar, minimizar, enclausurar, neutralizar, destruir e eliminar a causa da agressao; e induzir a Reparagao (reposigao de células ¢ tecidos mortos por células sadias, oriundas do epitélio adjacente - ""Reepitelizagdo"; do parénquima - "Regeneracdo", ou do estroma - "Cicatrizagao"). 8. A INFLAMACGAO COMO UMA "RESPOSTA BENEFICA"... Se no existisse 0 processo inflamatério, os microorganismos estariam livres para penetrar nas mucosas € feridas, proliferar, disseminar ¢ finalmente comprometer de tal forma o organismo hospedeiro que fatalmente 0 mataria. Além disso, se nao existisse a inflamagdo, nao existiria cicatrizagao de feridas nem cura € reparacdo das lesdes. Dessa maneira o organismo seria como uma maquina sem pegas de reposigao, que ao primeiro defeito estaria condenada... 9. A INFLAMAGAO COMO UMA "RESPOSTA MALEFICA".. Existem ocasides em que 0 processo inflamatério pode interferir seriamente na fungdo do érgio acometido, podendo até mesmo levar a uma condig’o mais ameagadora que a agressio inicial que o determinou. Nesses casos, ocorre a perda do controle homeostatico na resposta, assumindo a inflamagao um papel destrutivo, maléfico ao organismo. Exemplos: . Cirrose hepatica; Gloméruloneftites auto-imunes ¢ por imunocomplexos; . Artrites reumatoides; - Ceratites; . Choque anafilatico (hipersensibilidade & penicilina, por exemplo). . Granuloma contra ovo do Schistosoma mansoni 10. CAUSA‘ Tudo que possa agredir 0 organismo pode ser considerado como eventual agente etiolégico da inflamacdo, vez que esta é uma resposta organica a qualquer agressio. Bogliolo & Lima Pereira (1978) classificaram em causas: Endégenas: as derivadas de degeneragdes ou necroses tissulares e as derivadas de alteragdes na resposta imunolégica (por imunocomplexo ou autoimune). -Exégenas Agents Fisicos: Calor ¢ frio: eletricidade; radiagdes: sons e ultra-sons, magnetismo; gravidade; traumas mecanicos e atritos; --Agentes Quimicos: Inorganicos: Causticos, metais pesados, acidos e Alcalis fortes, etc. Organicos: Exo e endotoxinas bacterianas, micotoxinas, venenos vegetais e animais. Agentes Biolégicos: Infecciosos: Virus, bactérias, micoplasmas, fungos e protozoarios. . Parasitarios: Helmintos e artropodes. Observagao: E muito importante considerarmos a interrelagdo "Agente Agressivo - Contato Agente Tecido - Tecido" na caracterizagao da gravidade da agressdo e da intensidade da inflamacao, Patogenicidad [Viruléncia do Agente Agressive kL = CSSmICICaC® Resisténcia [Contato Ag.Agressivo-Tecido| [Tecido Untensidade (vulnerabilidade jidade, imunidade [Persisténcia| Facoressistemicos fnutrigao [doengas intercorrentes Assim, um agente pouco patogénico, em contato unico e ligeiro com um tecido saudavel pode determinar tao somente uma agressdo leve com reacao inflamatéria de curta duragao (aguda) e de pequena intensidade. Por outro lado, um agente muito resistente ¢ patogénico, em contatos repetidos ¢ persistentes, ws mesmo em tecidos saudaveis, ird determinar uma agressdo mais grave com reago inflamatéria de longa gg duragao (crénica) e de maior intensidade. FELEL CEL ALTACE CETL ALA ge CTT ias 11. CLASSIFICACAO: CRITERIOS DE CLASSIFICACAO DAS INFLAMACOE! TEMPO (Duragao): Super aguda, Aguda, -Subaguda, Crénica, ..Crénica ativa. .CARATER (Tipo de resposta predominant): Inflamagao Exsudativa: ..Serosa (Vesicula e Bolha); Mucosa ou Catarral; ..Purulenta ou Supurada (Piistula, Furiinculo, Antraz, Colegao de pus, Abscesso e Fleimdo); Fibrinosa; ..Pseudomembranosa (Crupal e Diftérica): Hemorragica; Mista, . Inflamagao Alterativa: Erosiva: .- Uleerativa; Atrofiante; Necrosante; Gangrenosa. .. Inflamagao Proliferativa: Hipertrofica/Hiperplasica; ..Esclerosante; Granulomatosa. DISTRIBUICAO: .-Focal, -- Multifocal, Localmente Extensiva (ou Extensiva local), Difusa. -INTENSIDADE: --Leve, -Moderada, = ..Grave ou severa. a. TEMPO (DURACAO)/ QUADRO HISTOLOGICO: A classificagao quanto 4 duragao é muito arbitraria! Regra geral, utiliza-se 0 seguinte critério: a.l. Superaguda: de horas a dias; a2. Aguda: de dias a semanas; a3. Subaguda: de semanas a meses; a.4. Crénica: de meses (>3 meses, BOGLIOLO, 1978) a anos; Quanto 20 quadro histologico (Nem sempre hé sobrepasicao das classificagdes quanto a duragao e quadro histolégico), os critérios sto os seguintes: a.1. Aguda: Predomina fendmenos vasculares - exsudativos (hiperemia ativa patolégica, edema, e infiltrado de PMN, principalmente Neutréfilos.). Exceso: Hepatite Viral Aguda, na qual o infiltrado € sempre de Mononucleares. a2. Crénica: Predomina fendmenos proliferativos (Proliferacao fibroblastica e angioblastica, e infiltrado de células Mononucleares, principalmente de Linfocitos, Plasmécitos e Macréfagos.). Excegio: Osteomielite Crénica. na qual o infiltrado é sempre de PMN. a3. Subaguda: Caracteriza-se por fendmenos tanto vasculares - exsudativos quanto proliferativos, ocorrendo hiperemia, edema, proliferagao fibroblistica e angioblistica, com infiltrado de PMN - principalmente Eosinofilos, e também de MN - Linfocitos, Plasmécitos e Macréfagos. a4, Cronica Ativa: Trata-se da inflamagao crénica reagudizada, isto é, com superposi¢ao de fenémenos vasculares exsudativos em area inflamada cronicamente. b. CARATER: Varia de acordo com o tipo morfolégico predominante da resposta inflamatéria. E um pouco subjetivo, mas academicamente podemos dividir os processos inflamatorios em: 6.1. Inflamacao Exsudativa: b.1.1. Serosa: Quando 0 exsudato produzido é aquoso, limpido e pobre em células. Pode-se subdividir em dois tipos: b.L.L.L. Vesicula: Inflamagao circunscrita de epitélio de revestimento, com elevagio na superficie, e didmetro igual ou inferior 4 3 mm, com exsudato seroso b.1.1.2. Bolha: Inflamagao exsudativa circunscrita de epitélio de revestimento, com elevacdo na supertic ¢ didmetro superior a 5 mm, com exsudato seroso.(ROBBINS et alii, 1986). b.1.2. Mucosa ou Catarral: Quando o exsudato produzido é viscoso, com alto teor de mucina, e cor e celularidade variavel. b.1.3. Purulenta ou Supurada ou Apostematosa: Quando 0 exsudato produzido é cremoso, amarelo- esverdeado, rico em PMN vivos e mortos ("Pidcitos") e em células necréticas. b.1.3.1. Péstula: Inflamagdo exsudativa circunscrita de pequena area da camada superficial da derme ou da espessura da epiderme, com diémetro inferior ou igual 4 3 mm (ROBBINS et alii, 1986). b.1.3.2. Furinculo: Inflamacao exsudativa circunscrita na derme ou hipoderme, afetando foliculo piloso, geralmente associado com infecgdes com Staphylococcus aureus b.1.3.3. Antraz: Conjunto de furinculos (confluentes) com necrose de superficie externa e de tecidos que o circunscreve. Trata-se de um processo grave. b.1.3.4. Abscesso: Inflamacao circunscrita (apostematosa ou abscedante) caracterizada por: Cavidade neoformada (as custas de necrose liquefativa ou coliquativa devido a agdo das lisosimas dos PMN) e pus (exsudato purulento); Membrana piogénica (parede interna da cépsula do abscesso, rica em PMN, fonte da exsudacao); Membrana externa ou capsula propriamente dita, constituida de tecido conjuntivo fibroso. EECCECEC KCK ELTA TCAAHAAEEETEC Trad Com essa constituigao, o abscesso nao ocorre em dente, nem em osso e cartilagem (MATERA, 1975)[?] Um abscesso pode evoluir para fistulagao, drenagem, drenagem e cicatrizagdo, ou para @# formasio de cisto e calcificacdo. Quando a fistulagdo é interna, pode dar origem 4 chamada "Coleco de eg pus". b.1.3.5. Fleimao ou Flegmdo: Inflamagao difusa e infiltrativa do tecido conjuntivo, geralmente associada 4 infec¢do com estreptococos beta hemoliticos. Nao se forma uma membrana piogénica ¢ o exsudato é muito fluido, devido exagerada coliquagdo enzimatica dos tecidos. b.1.3.6. Colegio de pus: Aciimulo de pus em cavidades naturais, em conseqiiéncia de inflamagées purulentas nas serosas ou mucosas que as revestem ou de fistulagao para dentro da cavidade de algum abscesso visceral. Nomenclatura: Prefixo "P/O" + termo designativo da cavidade afetada (térax, peritonio, artro {cavidade articular], cele [cavidade vaginal testicular], salpinge [cavidade da tuba uterina], etc...). ant b.1.4. Fibrinosa: Quando 0 exsudato produzido é filamentoso, rico em fibrina, com celularidade variavel. . b.L.5. Pseudomembranosa: Quando ocorre formacdo de crostas. placas ou pseudomembranas a partir de exsudato fibrinoso. E. na verdade. um tipo especial de inflamagao fibrinosa. b.1.5.1, Crupal ou Cruposa: Inflamagio fibrinosa pseudomembranosa em que ocorre necrose do epitélio de revestimento ou mucosa, com abundante exsudago de fibrina e formacao de placas brancacentas brilhantes facilmente removiveis (Associa-se com infec¢des estreptocéccicas). b.1.5.2. Diftérica: Inflamacao fibrinosa pseudomembranosa em que ocorre necrose mais profunda, atingindo mucosa ¢ submucosa, com formagao de uma placa acinzentada opaca ¢ que sangra facilmente a tentativa de remogdo (associa-se com infecgdes com Corynebacterium difteriae no ser humano e com Shigella sp.) b.1.6. Hemorrdgica: Quando o exsudato ¢ avermelhado e rico em hemécias. b.1.7. Mista: Quando ocorre 0 predominio de 2 ou mais tipos de exsudatos, simultaneamente. Exemplos: "Sero mucoso", “Muco purulento", "Muco hemorragico", etc... 4.2. Inflamagao Alterativa: 2.1. Erosiva: Tipica de epitélios de revestimento (pele © mucosas), com degeneragao, necrose, ¢ descamagio restritas a0 epitélio, nao atingindo a submucosa. 6.2.2, Ulcerativa: Tipica de epitélios de revestimento (pele e mucosas), com degeneracao, descamagao epitelial e necrose profunda , ocorrendo solucdo de continuidade da mucosa, atingindo a submucosa e provocando freqiientemente hemorragias. A tilcera ("péptica", "botonosa” [por Entamoeba hystolitica, ¢ nas Pestes Suinas Africana e Cléssica), Leishmaniética, "de decibito"] é caracterizada morfologicamente por: Material necrético exsudativo superficial; . Infiltrado inflamatério; Tecido conjuntivo frouxo com fendmenos flogégenos e reparativos Tecido cicatricial.; b.2.3. Atrofiante ou Hipotrofiante: Inflamagao crénica, tipica de mucosas e glindulas, com tendéneia & involugao (diminuigdo do volume da fungao do tecido) com proliferagao ou nao de tecido conjuntivo fibroso e metaplasia escamosa. b.2.4. Necrosante: Quando a necrose atinge grande parte do foco inflamatério, seja por agao do agente agressor (primaria) ou em conseqiiéncia da prépria reacdo inflamatoria (secundaria), b.2.5.Gangrenosa: Quando os tecidos inflamados e necrosados sofrem a agdo de agentes exégenos, quase sempre conseqiiéncia e agravamento de inflamagées do tipo necrosante, em partes do organismo que se comunicam com o exterior (contato com ambiente contaminado). 6.3. Inflamagao Proliferativa ou "Produtiva": b3.1. Hipertrofiante ou hiperplasiante:[ou ainda hipertrofica © hiperplasica] Inflamagao crénica, preferencialmente de mucosas, com proliferago conjuntivo - vascular e/ou parenquimatosa, com espessamento e maior evidenciagdo de estruturas da mucosa (papilas, pregas, dobras, etc...) podendo evoluir para crescimentos papilares e poliposos, as vezes com aspecto tumoral vegetante, papilar ou poliposo. Exemplos: Gastrite catarral crénica hipertrofiante; Retite, Colite, Gastrite © Cistite poliposas; Dermatite verrugosa; Habronemose cutnea eqilina e Zigomicose / Hifomicose cuténea eqiiina. b3.2. Esclerosante: Inflamagao crdnica, preferencialmente de parénquimas, com produgéo excessiva de coldgeno (fibroplasia), antes mesmo da extingdo do proceso inflamatorio em si (antes de desencadeada a reparaco), resultando em alteragdes profundas na morfologia ¢ fisiologia do érgio Exemplos: Cirrose hepatica; Carnificagio [fibrose] pulmonar; ete. 6.3.3. Granulomatosa: Inflamagao crénica que se caracteriza pela formagéo de estruturas nodulares (os "granulomas", de VIRCHOW, do It. "Granulo" = em forma de grao + "oma" = tumor ou aumento de volume), com arquitetura histolégica tal, que muitas vezes permitem 0 diagnéstico da doenga , mesmo sem a visualizagaio do seu agente causal (donde a denominagio também corrente de "Inflamagao especifica”). Basicamente trata-se de uma reagao de macrdfagos & agentes inanimados e inertes (agentes inflamatérios ndo imunogénicos nos casos de Granulomas de baixo tarn-over ou tipo corpo estranho) ou animados de ™ baixa viruléncia e grande resisténcia (agentes inflamatérios imunogénicos nos casos de Granulomas de alto © turn-over ou imunogranulomas). Q granuloma completo (do tipo tuberculdide, de alto surn-over) se compéem de: c, DISTRIBUICAO: c.1. Focal: Quando atinge um {inico ou muito poucos pontos, de | mm a poucos cm de Q C3 s 4. INTENSIDADE: 4.1. Leve ow discreta: Quando o tecido ou drgao afetado tem sua fungao alterada levemente, de modo a . Foco central de necrose caseosa + cal icacio distréfica, Células gigantes tipo LANGHANS e/ou CORPO ESTRANHO (oriundas da fusto de células epitelidides, alcancando até 300 Micrometros de diametro); . Células —epitelidides —(macréfagos —_agrupados compactamente, assumindo o aspecto de células epiteliais pela compressiio mitua, pela ago de um fator agregador de macréfagos); Macréfagos nao envelhecidos (Monécitos migrados para 0 foco inflamatério sob a agdo de linfocinas, produzidas por linfocitos T em presenga de antigeno); Manto linfo-plasmocitario; Capsula fibrosa. €.2. Multifocal: Quando atinge varios pequenos pontos, esparsamente. A base para a distribui¢do dos varios focos freqiientemente é a rede vascular, a partir de embolia séptica leve ou moderada; ©.3. Localmente extensiva ou Extensiva local: Quando uma consideravel area do orgio atingida, por agravamento de lesdes focais ou multifocais (coalescéncia de focos); cA. Difusa: Quando todo 0 érgao é atingido, podendo apresentar variag6es localizadas na intensidade (mas todo 0 érgao exibe a lesio). nao comprometer seriamente 0 organismo como um todo; 4.2. Moderada: Quando © tecido ou Srgéo afetado tem sua fungio alterada de modo a comprometer razoavelmente 0 organismo como um todo, ainda que nao signifique por si s6 risco de vida; EEC EC EE CEC EEE CC CTC ahaa!’ 4.3. Grave ow severa: Quando o tecido ou drgio afetado tem stia fungao muito alterada, comprometendo gy seriamente 0 organismo como um todo, inclusive pondo em risco a vida, ‘CMnilton - Patger\8inflamal doc i PROF. ANILTON CESAR VASCONCELOS Ro TOPICOS DE PATOLOGIA GERAL 3S INSTITUTO DE CIENCIAS BIOLOGICAS DA UFMG - 1997 Laboratorio de ewERORR Curso de Patologia Geral Veterinaria TOPICO 9 - . . ALTERACOES INFLAMATORIAS II Sinais locais, gerais e especiais. Mediadores bioquimicos da inflamagdo. “Nas células estdio o fundamento de todas os fenémenos biolégicos. e os distirbios circulatérios que ocorrem na inflamagdo so uma conseqiténcia das alteragdes celulares estimuladas pelo agente flogistico endo 0 fator primario das inflamagées."” VIRCHOW 1. SINAIS LOCAIS: “— Sio os 4 sinais cardeais, descobertos por Comelius Celsus, ¢ redescobertos em 1443 pelo Papa Nicolas V. Calor: Perceptivel nas superficies corporais. Decorre da hiperemia e do ft do metabolismo local; . Rubor: Hiperemia /Reflexo axénico (U de impulsos vasoconstrictores); "Tumor’. Decorre do ft da permeabilidade vascular (edema). Pode determinar aumento do volume hidrico local em até 5 ou 7 vezes. Dor: Causada pela irritagao quimica nas terminagdes nervosas e pela compressio mecanica (edema). 2. SINAIS GERAIS: Embora seja considerada uma reago local, a inflamagdo suscita varias reagdes gerais em conseqiiéncia de: ~ Agdo direta de componentes do agente inflamatério (Antigenos, pirdgenos, toxinas, etc...); .» Liberagao por células do foco inflamatério de substancias de ago geral, durante a fagocitose, a histélise, a ativagao do complemento, a coagulagao do sangue: @. Febre: Sindrome caracterizada por: .. Hipertermia mista (ff termogénese + !! termélise); ‘Taqui ou dispnéia (como adaptacao a hipertermia, a acidose e ao ft do metabolismo); .. Taquicardia (Grosseiramente 1° C acima da temperatura corpérea normal corresponde a um aumento de 8 ppm); Anorexia + Polidipsia ( secregdes digestivas + ft retencao hidrica nos tecidos); .. Lassitude, obnubilagao e fadiga. Conceito: "Conjunto de transtornos gerais de origem téxico- infecciosa, motivadas por um ajustamento do sistema termorregulador do organismo em um nivel superior de temperatura, sem paralisagdo do funcionamento dos mecanismos reguladores”. Causas: yenos exdgenos (toxinas bacterianas); - Pirégenos endégenos (polipeptideos derivados da degradacao celular liberados na fagocitose (IL-1: ‘TNF ar; IL-6], nas reagdes Ag-Ac nas necroses, em neoplasias. etc... Conseqiiéncias: Benéficas: ... | Viruléncia e do crescimento bacteriano (muitas vezes pouco significativo...); Estimulo das defesas inespecificas do organismo ("Fogo que purifica", de Hipécrates); ft da atividade fagocitéria dos PMN; da producao de interferon; fl da glicdlise, com f de acido lactico e & do pH, resultando em inibigao do crescimente bacteriano e viral; AVLALavat .. Maléficas . Quando intensa e/ou prolongada, determina exaustdo organica pelas modificagdes metabslicas que acarreta: .. Consumo do glicogénio hepatico; Mobilizagao rapida dos acidos graxos; Acetonemia e cetoniria; ff da eliminacao urinaria de nitrogénio, 4 da filtragdo glomerular; Retencao de cloretos; Deplecio de potassio e fosforo. NIQUEL NAUSEA ESSAS_, DE BACTERIAS! b. Alteracaes hematolégicas TEETER EL CCL AATAL ET TAS U Niveis séricos de Ferro: O Fe é essencial para o crescimento bacteriano. Durante a fagocitose, os neutréfilos liberal “Apolactoferrina" que transforma a "Transferrina sérica" em "Lactoferrina" que é prontamente captack por monécitos e macréfagos. _Leucocitose: Produtos liberados pela célula em necrose nos focos inflamatérios estimulariam a medula éssea hematogénica, no sentido de se produzir mais leucécitos. Simples injegdes de nucleoproteinas, com¥ também de proteinas bacterianas, j4 determinariam leucocitose (SANTOS, 1978). A drenagem de ust abscesso leva a queda imediata da leucocitose, da neutrofilia ¢ da febre (BOGLIOLO & LIMA PEREIR gt 1978). Numerosos fatores tem sido propostos [IL-1; TNFa; CSF’s ou Fatores Estimulantes de Colonia gay "Bator Promotor da Leucocitose", "Neutropoietina", "Leucopoietina G", etc...] Nas inflamagGes agudas, especialmente nas supurativas, ocorre leucocitose com neutrofilia (até 8S& 90% dos leucécitos totais, com desvio para esquerda - i.e. com aumento das formas jovens.). Ja n@# - - % « aut inflamagdes com envolvimento imune (exemplo: Anafilaxia, urticaria, asma brénquica e localizagao de ovos e/ou vermes imaturos nos tecidos) tende a ocorrer eosinofilia Aumento da velocidade de sedimentaco das hemécias: A histélise, as infecgdes agudas, as neoplasias, as supuracdes, assim como a gestagio ¢ as dietas hiperproteicas favorecem a elevagio da taxa de fibrinogénio. Por outro lado o aumento da permeabilidade vascular visto nas inflamagdes agudas aumenta a viscosidade sangilinea, favorecendo mais ainda a coagulagao. c. Reagdo dos érgios linféides: corre exaltagtio das fungdes do tecido linfbide, em conseqiiéncia da estimulago extraordinaria, por antigenos do agente inflamatério, que chegam as formages linfaticas regionais e as distantes através dos vasos aferentes ou pela circulagao sangiiinea : A reacdo linféide pode ocorrer de 3 maneiras: Estado reacional com predomindncia linfocitica: ff area paracortical (T dependente) + J foliculos linfaiticos e centros germinativos (B dependentes). Resposta tipica @ antigenos indutores de reago imunoldgica retardada, mediada por linfécitos T. Exemplo: Inflamagdes crénicas granulomatosas (reagdo generalizada com predominancia linfocitica) Estado reacional com predominancia linfoblastica, plasmoblastica e plasmocitica: ff foliculos linfaticos e centros germinativos (B dependentes), com espessamento de cordées medulares com plasmécitos + I areas paracorticais (T dependentes). Resposta tipica a antigenos indutores de reacao imunolégica humoral, mediada por linfécitos B. Exemplo: Inflamagdes agudas, principal mente as supuradas, com reaco regional - i.e. dos linfonodos que drenam a regio do foco inflamatério. Estado de deplegao linfocitéria: U areas paracorticais, de foliculos linféides e de seus centros germinativos com hipocelularidade geral. Reflete exaustdo da resposta imunolégica e/ou terapia com imunodepressores. 4. Degeneracdo parenquimatosa: Freqiiente nas inflamarGes graves, tanto agudas como cronicas. Os tipos mais comuns sdo a esteatose e a degeneracao hidrépica vacuolar, acometendo de modo difuso varios érgaos, notadamente o miocardio, o figado ¢ os rins. As causas si pouco conhecidas, mas supde-se o envolvimento de catabilitos do foco flogistico (tanto do agente flogistico quanto dos tecidos lesados - ex: TNFa), da elevagao dos niveis de corticdides, da anemia (freqdente nas inflamagdes crénicas), e da hipertermia (acelerando processos oxidativos e aumentando a agdo catabolizante).. 3. SINAIS ESPECIAIS: E 0 5° sinal cardeal da Inflamagao - "Functio Laesa” , descrito por Galeno[?] ou por Virchow (Rather, 1971). Relaciona-se a0 local do foco inflamatério e depende da vulnerabilidade, essencialidade e capacidade regenerativa do tecido afetado, assim como da gravidade do processo inflamatério. Regra geral pode ocorrer hiper, hipo ou afuncionalidade. 4. MEDIADORES BIOQUIMICOS DA INFLAMAGAO: (Breve resumo) a. Conceito de mediadores : Substancias endo ou exégenas que uma vez ativadas participam, desencadeando, mantendo ¢ amplificando os diversos processos envolvidos na resposta inflamatéria. Condigées para enquadramento como mediador da inflamacao Serem isolados do foco inflamatério; . Se injetados, provocarem reaco inflamatéria: . Se bloqueados, impedirem o fenémeno inflamatério. agate 6. Mediadores Exégenos: Fatores soliveis, geralmente de baixo peso molecular (até 20.000 daltons), produzidos ¢ liberados poft# bactérias, virus, protozoarios, e mesmo metazoérios, que direta ou indiretamente (através de reagdes Aggs Ac com ativacdo do complemento) determinariam fendmenos inflamatérios, principalmente quimiotaxia c Mediadores Endégenos: Podem ser agrupados da seguinte forma: .. Aminas Vasoativas: Histamina e Serotonina (SHT ou 5 Hidrox-Triptamina]; .. Cininas ou Peptideos basicos: Bradicininas ¢ Calicreina [Fator Ativador do Plasminogénio]; TUTULAVTAVA Fragmentos de clivagem do Sistema de Complemento: Anafilotoxinas (C3q ¢ C5q, Complex macromolecular C567 e Cinina C}. - .. Fatores do Sistema de Coagulagdo: Fibrinopeptideos, "Fator de Miles" (PF dil], Plasmina oft! Fibrinolisina, e Produtos da degradagao da fibrina; e Componentes lisosémicos de fagécitos: "Peptideos basicos de neutréfilos", "Proteinas catiénicas” "Proteases acidas e neutras", "Leucocinas” (Polipeptideos] e .. Linfocinas: "Fator inibidor da migraydo”, "Linfocitotoxinas” [Fatores quimiotiticos}, "Linfotoxinas’ggt "Fatores Reativos Cutaneos", "Fator mitogénico”, "Fator permeabilizante de linfonodos” [Lpf]; e . Lipideos dcidos (derivados do Acido Araquidénico] : "Substincia de Agao Lenta” [SRS-AS™ Prostaglandinas [PGE2, PGD, PGG2j, PGH9;, PGA, PGB, PGF2qJ, Tromboxanes [TXAj, TXB> lel Leucotrienos (LTAgj, LTB4, LTC4, LTDg, LTEg e S-HPETE]. - - -. Outros: "Fator Ativador de Plaquetas" (PAF], PirSgenos endégenos, "Substincia P", outros fatoregy de leucocitose, "Neurotensina", AMP Ciclico, Fragmentos de colégeno, Hialuronidase, nucleosideos As Cininas, os Fragmentos de clivagem do Sistema de Complemento e os Fatores do Sistema 4 Coagulacao se originam do plasma. J4 as Aminas Vasoativas se originam dos bas6filos, dos mastécitos a das plaquetas ativadas pelo PAF, dos eosindfilos e das células e das células argentafins do tub, digestorio, do trato respiratério e do génito-urinario. Os Componentes lisossémicos e as linfocinas tem sua origem, respectivamente, nos fagécitos ¢ nos linfécitos. Os lipideos écidos s&o liberados pelos leucdcitos 9% mastécitos e também podem derivar das membranas fosfolipidicas da maioria das células. Aw Prostaglandinas e Tromboxanes derivam do acido araquidénico da membrana celular por via Ciclogel Oxigenase, enquanto os Leucotrienos ¢ 0 5-HPETE (5 Hidroxi Peroxi 6-8-11-14 Eicosa Tetra Endico] pojgas via Lipoxigenases. d. Principais mediadores, segundo sua aco: d.1. ft Permeabilidade vascular: 4.1.1. Aminas vasoativas [Histamina e Serotonina]: ago rapida e precoce, mas de curta duragao: 4.1.2. Cininas [Bradicinina, Lisilbradicinina, Metilisil-bradicinina, Calidina, etc...]: ago mai duradoura. LLLLELLEiLet d.1.3. Prostaglandinas [E2/ a mais ativa, A, B ¢ Dj: de agao mais tardia. A PGF2g, assim como a PGG2 ¢ a PGHg (estas iiltimas muito instaveis e por isso mesmo reunidas a0 TXA3 para formar 0 RCS) de maneira oposta, determinam contra¢do da musculatura lisa e hipertensio. 4.1.4, Fragmentos C3q € C5q, através da liberacao de aminas. d.1.5, Fator de Miles (PF-dil ou "Permeability Factor of Diluted serum"], SRS-A ["Slow Reaction Substance of Anaphylaxis"], Leucocinas, "Substincia P", Fator Ativador de Plaquetas [PAF]. d.1.6. NO - Oxido Nitrico 4.2. Quimiotaxia: 4.2.1. Citotaxinas [Agao direta sobre as células} 4.2.1.1. Endégenas: Fragmentos do Complemento [Csq para PMN e MN; C567 para PMN]; Leucocinas [PMN]; PAF [PMN e MNJ; Fator Ativador do Plasminogénio ou "Calicreina” [PMN e MN]; Fibrinopeptideos [PMN]; AMP ciclico [PMN] e LTB4. 4.2.1.2. Exdgenas: Caseina; Filtrados de culturas bacterianas; polipeptideos sintéticos. 4.2.2. Citotaxigenos [ induzem formagao de citotaxinas]: 4.2.2.1. Endégenos: Enzimas [Plasmina, Tripsina, Proteases, Convertases de C3 }. 4.2.2.2. Exégenos: Endotoxinas bacterianas, Complexos Ag-Ac etc... 3. Dor: Bradicinina e Prostaglandinas. 4, Lise Tissular: Componentes lisossmicos ou "Lisosimas” (Proteases acidas e neutras] e Linfotoxinas. ‘CAAnilton - Patger9inflama2.doc DEGRANULAGAO | LOCALDE { | SISTEMA DE MASTOCITOS COMPLEMENTO Fai " JUIMIOTAXIA “ | essa (Anafilotoxinas) e - LIBERAGAO DET wec1_ SSFORMACAO DE? | HISTAMINA E ERMEABILIDADE AA EXSUDATOS | SEROTONINA VASCULAR vA [ ‘Ativagao de i _ 7 FIBRINOPEPTIDEOS : S ISAIDA e ATIVAGAO do; opera or ivagdo da FATOR DE HAGEMAN? puivaras de "ALICREINA ¢ PLASMINA 7 :CALICREINA’ ee seed ““Fatores estimuiadores | de Fibroplasia e gio de Lise _ FOSFOLIPASES ie 7 TECIDUAL, (sobre membranas a celulares) “Estimulagao | * trmunitéria, * PROF. ANILTON CESAR VASCONCELOS TOPICOS DE PATOLOGIA GERAL INSTITUTO DE CIENCIAS BIOLOGICAS DA UFMG - 1997 Curso de Patologia Geral Veterinaria Laboratsria de Apoptose TOPICO 10- ALTERACOES INFLAMATORIAS III Patogenia (Fenémenos irritativos, vasculares, exsudativos, degenerativos - necrotizantes e produtivos - reparativos); Processos de reparagdo (Regeneracdo e cicatrizagdo por 14 ow 24 intengdo) “Signa inflammationi quatror sunt: Rubor et tumor, cum calor et dolor” Cornelius Celsus (redescoberto em 1443 pelo Papa Nicolau V) 1. PATOGENIA: Os fendmenos ou momentos da inflamagdo podem ser clasificados em: a. Irritativos: Provocados pela agresso. Sdo representados pelas modificagdes que ocorrem nas células, na substéncia fundamental amorfa e no liquido intersticial, com produgdo de substancias quimicas, cuja agao desencadeara os fendmenos seguintes 6. Vasculares: bil. Vasoconstricg#0 momentinea: Decorre do reflexo axonal simples, mediada por catecolaminas, de curta duragdo (A Monoaminooxidase metaboliza rapidamente a Adrenalina, a noradrenalina e a dopamina). Fugaz ou mesmo ausente b.2. Hiperemia: Dilatagfo arteriolar, com abertura de esfincteres pré capilares (H. ativa ou arterial) e dilatacao de vénulas (H. passiva). Apresenta 2 fases distintas: b.2.1. Transitéria: E de curta duracao [5 a 20 '] e decorre da aco de Histamina e/ou do reflexo antidromico (vias sensitivas, em diregdo centrifuga) b.2.2. Persistente: Duradoura, mediada por fatores plasméticos [Cininas, SRS-a, Prostaglandinas, Fragmentos do complemento ] (ndo ocorre exaustao, como ocorre com a histamina).. b.3. Contragao das células endoteliais, com fl da permeabilidade vascular (propiciando a exsudagio) + Expressdo de selectinas na superficie das células endoteliais (tornando os leucdcitos mais aderentes), b.4. Modificagdes hemodinamicas: b4.1. fl na quantidade do Fluxo sangilineo (nd na velocidade do mesmo/ pois hi Estase) : Dilatagao arteriolar e abertura de esfincteres pré capilares, com desaparecimento de vias preferenciais (expandindo em 80 a 90% o leito vascular) e dilatagao de vénulas. bA.2. Exsudagao: Extravasamento de liquidos, principalmente de vénulas, mas também de capilares arteriolas. b.4.3. Hemoconcentracao Pés exsudacio: ft viscosidade sanguinea. b.4.4, Alteracdo na corrente axial: Marginagao leucocitéria { U velocidade do fluxo + quimiotaxia + expresso de selectinas na superficie das células endoteliais tornando os leucécitos mais aderentes] cc. Exsudativos: c.1. Exsudagio de liguidos: {1 da permeabilidade vascular determina a saida de agua e macromoléculas (+ 4%) formando 0 exsudato e/ou edema inflamatério. Fenémenos envolvidos: cll. Abertura de poros interendoteliais: Contrago de microfilamentos citoplasmaticos das Ste endoteliais e distensio (dilatagao) vascular (ac3o do EDRF - Fator de relaxamento derivado de endotélio/ Oxido Nitroso). ¢.1.2. Citopempse ou diacitose: Transporte ativo através das células endoteliais. Inconstante e secundarin ©.1.3. ff Presso hidrostatica (Hiperemia ativa) + ff Pressio Oncética intersticial (devido 4 sai macromoléculas e a liberacao de peptideos dos tecidos lesados e desintegrados. c.1.4, ff Hidrofilia intersticial; devido ao ff das proteinas no intersticio ¢ a despolimerizacao de subst fundamental amorfa (Gel => Sol, por J pH e ago de lisosimas). c.1.5, Limitagdo da drenagem linfatica: Aumentada, ainda que insuficiente para carregar todo 0 ex; Além disso, a compressdo do exsudato € a ocorréncia eventual de linfangite ou trombose linfatica podem bloriyg até 25% da drenagem ©.2. Exsudagao de células [Migragao]: Maior para Neutréfilos e Monécitos. Mais intensa a partir de v (mas também ocorre a partir de capilares). Fenémenos envolvidos €.2.1. Leucocitose local: Ampliagéo da rede capilar + Agao de mediadores quimiotaticos e de F: Promotores da Leucocitose (estimulando a maturac3o e liberagao de células pela medula éssea). ¢.2.2. Marginagaio Leucocitaria: Leucécitos passam da corrente axial para a periférica. ©.2.3. Aderéncia ou Pavimentago leucocitéria: Atraidos pelas substincias quimiotaticas, os P! Monécitos (futuros Mo/) emitem pseudépodes (lamelipédios) que penetram os espagos interendoteliais. ©.2.4. Diapedese Leucocitiria: Passage do leucécito através dos “poros interendoteliais" e deslocamex a0 longo da membrana basal até encontrar descontinuidade desta ou liberar enzimas ativas nesta. Os lini também atravessam o vaso por diapedese, mas podem também atravessar 0 citoplasma da célula endoteliat processo similar a citopempse chamado "Emperilopoiese" €.2.5. Migragdo para o foco: A quimiotaxia orienta 0 deslocamento celular e aumenta o metaboltre preparando para a fagocitose 2,6. Extravasamento de hemécias ["Hemorragia por diapedese"/ ainda que hemacias nao t movimentos amebdides ]: decorre do ff da Pressio intravascular + Dilatagdo vascular com fi dos ng interendoteliais + Lesao vascular. 3. Fagocitose: Variedade de endocitose que se caracteriza pelo englobamento de particulas pela emis: pseudépodes ou lamelipédios, originando o fagosoma. Fendmenos envolvidos: 3.1, Selegao do alvo: Decorre de: €3.1.1. Liberagao de fatores quimiotiticos; . Presenga de substincias (proteinas desnaturadas) na superficie das particulas, que reager receptores de membrana do fagécito. €3.1.3. Opsonizagao [Aderéncia de opsoninas - [gG3 com Fe intacto e Fragmento C3], que facilifer: reconhecimento das particulas a serem fagocitadas através de reagdes com receptores de membrana de fagoci ¢.3.2. Englobamento da particula: Apés 0 contato (Reago entre a substincia da superficie da particu receptores de membrana do fagécito) ocorre a ativagao da Guanidil ciclase e sintese de 3-5 GMP ciclico a par ATP, o que ird facilitar a polimerizagao de microtabulos e microfilamentos no fagécito possibilitando a emi: pseudépodes ou lamelipédios e o deslocamento lisosémico. O resultado final seré o englobamento da particula e a liberagdo das enzimas lisossomicas no fagosoma. €.3.3. Digestdo enzimatica do fagosoma com formaso do corpo residual e exocitose deste: A partir da acao de componentes lisosémicos de fagécitos (principalmente das lisosimas (Muramidase], proteinas catinicas. apolactoferrina, 0" /radical livre superéxido e H202 produzida pela agdo da oxidase e NADPH, que halogeniza as proteinas bacterianas e peroxidam os lipides da membrana do fagosoma liberando aldeidos microbicidas.) d. Degenerativos - necrotizantes: A degeneragio, necrose ¢ atrofia verificados por vezes no processo inflamatério tem como causas: d.1. Agio direta do agente agressivo [Exemplo: Efeito citopatico de virus, agao de toxinas bacterianas, etc...). 4.2. Acdo indireta, através da propria reacao inflamatéria que determina [ Aco de enzimas liticas liberadas durante a fagocitose). d.3. Alteragdes circulatérias secundarias & inflamagao [edema, predisposigdo a trombose, etc...] d.4. Acdo de exsudatos, afastando as células umas das outras, comprimindo-as, digerindo-as, etc...) d.5. Desequilibrio nos processos de cura e reparago (quando a fibrose excessiva [esclerose] tende a substituir 0 parénquima). e. Produtivos - reparativo: Podem ocorrer: el. Antes mesmo da total eliminagio do agente agressivo, comumente nas inflamagdes crénicas {principalmente nas do tipo esclerosante € nas granulomatosas). A persisténcia do agente agressor no foco + resposta imunitéria capaz de perpetuar a inflamacao é que determinam a cronicidade do processo, levando ao acimulo de MN (Monécitos, linfécitos e plasmécitos] no foco. Os linfécitos B dio origem a Plasmécitos no foco, produzindo gamaglobulinas. Ja os linfdcitos T, quando contactados com Antigenos, liberardo linfocinas que iro estimular @ migrac3o de monécitos € histidcitos para 0 foco, as vezes determinando 0 aparecimento de Células epitelidides e/ou de Células Gigantes Policariontes. As células epitelidides decorrem da reunio em grupos compactos [0 aspecto epitelidide ¢ devido & compressao miitua] dependendo de Fator Agregador de Macréfagos, secretados pelos Linfécitos T. Ja as células gigantes policariontes decorrem da fusio de macréfagos "envelhecidos” determinando a formagao de um sincicio policarionte volumoso [As vezes atingindo até 300 Micrémetros de diametro]. Os tipos de células gigantes mais conhecidos sio: *. CG de LANGHANS: Citoplasma acidéfilo e niicleos periféricos ["em ferradura"], encontrado com freqiiéncia na tuberculose, sifilis tardia, blastomicose sul americana, leishmaniose tegumentar e micoses profundas. *. CG tipo CORPO ESTRANHO: Forma mais irregular e volume maior que o da CG de LANGHANS, com niicleos dispostos centralmente , encontrados com freqiiéncia fagocitando corpos estranhos nao digeriveis também nas doengas supracitadas [alguns autores afirmam que as CG nessas enfermidades _assumiriam inicialmente um aspecto tipo CORPO ESTRANHO antes de se rearranjarem em CG de LANGHANS - BOGLIOLO & LIMA PEREIRA, 1987]. +. CG de VIRCHOW: Mono ou binucleada, com citoplasma abundante, espumoso, rico em lipides e bacilos encontrada freqtientemente no leproma [Morbus Hansen]. *. CG de MICULICZ: idem & CG de VIRCHOW, mas ocorrendo no rinoescleroma. *. Outros tipos: Podem ser vistas na "Doenga reumatica" ["nédulo de ASCHOFF"], na Sarcoidose, no Granuloma Eosinofilico humano, etc... Apés a total eliminagao do agente agressivo, com a diminuigao da intensidade dos fenémenos exsudati irritativos, a fibroplasia e angioplasia comecam a aparecer. dependendo de Fatores de Crescimento liberad. fagécitos ¢ linfécitos T. 2, PROCESSOS DE REPARACAO: - Conceito: Reposigao de tecidos e células lesados ou necroticos , por novos elementos sadios, oriundos : io epitélio adjacente: Reepitelizacao; jo parénquima adjacente: Regeneragao; jo estroma : Cicatrizagao. . Fatores que influenciam na reparacao: Capacidade regenerativas das células: Quanto mais especializado for um tecido, menor a capacidade regenerativa de suas células. Nesse context células podem ser classificadas em: ... Labeis ou intermitéticas ativas: Epitélios de revestimento, células mieldides e linféides. Regenera¥™ comum. . Estveis ou intermitéticas potenciais: Células parenquimatosas (figado, tibulos renais, lang exécrinas e endécrinas, e células mesenquimais. Regeneracdo € possivel. Perenes ou permanentes ou ainda pos mitsticas: Neurénios, hemacias e fibras musculares[?]. Regence CUELETATTELL EL COL { é impossivel. Ocorre cicatrizagao. - = Grau de destruigao: Quanto maior a histlise, menor a possibilidade de regeneraglo © maior a de cicatrizagto. A lise do este dificulta a regeneracdo, ja que este funciona como guia e suporte, 1 .. Tipo de inflamagao Quanto maior a durasdo do processo inflamatério menor a possibilidade de regeneragdo. A presents infecgao e/ou de corpo estranho diminui as chances de regeneragao e inclusive complica a cicatrizacao (dete a mudanga de 1@ intengao para de 28), .«Fatores locais: irrigagdo ¢ inervago, o tamanho e a localizagaio da lesio, aposigao e imobilizacao. . Mecanismo geral das reparagaes(fases): Cessagao da agdo de agente agressivo; Formagao de coagulo (no caso de feridas) - horas; Restituigdo epitelial - 1 a3 dias; .. Reago inflamatéria, com invasao do codgulo e da drea necrosada por PMN (principalmente Neutréfil 1 a5 dias, posteriormente por Macréfagos - Mo/ - com velocidade = 0,2 mm/dia -de 3 a 20 dias; .. Dissolugo € fluidificagao de exsudatos e restos celulares (debris) e posteriormente reabsorgo via lings e/ou via fagocitose (PMN e Mo/); .. Formacdo de tecido de Granulagao com neovascularizacao (3 a 7 dias) e fibroplasia (do 3° ao 30° dias maximo no 14° dia); .. Fuso dos tecidos de granulago (quando a cicatrizagao de feridas for por 18 intengao) - 3.a 4 dias; Devascularizagdo (colégeno espesso estrangula alguns vasos) - 15 a 20 dias; .. Regressdo do processo inflamatério, com desaparecimento dos PMN (3 a 8 dias) e dos Mo/(7 a 30 dias): . Cicatrizacdo colagenosa (35 2 300 dias) ou proliferacao parenquimatosa; EVALLLEELE *. GEttit . Mediadores da Reparagao: Horménios estimuladores: Progesterona, Estrégenos ({itero), somatotrofina, eritropoetina (medula éssea), ¢ tireoxina Fatores do crescimento ("Fatores Séricos” ou "Horménios das Feridas" ou ainda "Trefonas de Carrel .. Polipeptideos (macromoléculas): Insulina, somatomedinas, fatores do crescimento fibroblistico, fatores do crescimento epidérmico, fatores do crescimento plaquetirio, fatores do crescimento de nervos, fatores de crescimento ovariano, fatores de crescimento mesenquimal, etc. Fatores de baixo peso molecular: Nucleotideos ciclicos, ions Ca e PO4, aminoacidos , glicose, etc... Enzimas proteoliticas: Tripsina, Trombina, etc... ... Fatores inibidores ("Chalones” - gr. = "folgar a vela para diminuir a velocidade do barco” Sao polipeptideos (com especificidade celular mas nao espécie-especifico) e glicoproteinas que agem como mensageiros intercelulares controlando mitoses por inibigao via feed back negativo. Ja esto descritos os calonios epidérmico, granulocitico e linfocitico. . Gradiente de pressao (7): Células destruidas nao ini 1m células sadias das proximidades... Classificagdo das reparacbes/cura: Regeneracdo: ou Reconstituigao da integridade anatémica e funcional ("Curatio cum restutio ad integrum") sem modificagao na relagao Parénquima/Estroma - Comum em érgios com células labeis e estveis, portadoras de inflamagdes agudas exsudativas (com répida reabsorgao). Exemplos: Pneumonia lobar, hepatite, gastroenterocolites e linfadenites. A regenerago pode ocorrer de maneira descontrolada ["Regeneracdo Patolégica"] quando o arcabougo de orientagao € sustentagdo das células parenquimatosas - 0 Estroma - foi também seriamente agredido ¢ ndo se organiza em tempo habil para orientar o proceso de regeneracdo. Nesses casos, a regeneragdo pode ocorrer desordenadamente, resultando numa proliferagao de células parenquimatosas sem a preservagdo da arquitetura tissular do érgéo em questo. Exemplo classico: Proliferagao pseudo - regenerativa dos hepatécitos na Cirrose [forma-se nédulos e nao traves de hepatécitos]. » Cicatrizagao: Tipo mais freqiiente de reparagao, caracterizado pela neoformagao de tecido conjuntivo fibroso (cicatriz), substituindo as células parenquimatosas perdidas; ie com U na relacao Parénquima/Estroma A cicatrizagao pode ocorrer de maneira excessiva, formando © "Queloide", comum nas cicatrizagdes por 2a imtengao [ver abaixo] € nos eqilinos e suinos. Quando ocorre em érgao parenquimatoso, se a massa fibrotica na viscera exceder a reserva funcional do parénquima ["Fibrose ou Camificagdo do érgao") pode-se ter como consequéncia uma insuficiéncia, A cicatrizacio pode ocorrer de duas maneiras: ... por 14 intengao, ... por 24 intengdo. QUADRO COMPARATIVO - CICATRIZACOES e- - - Caracteristica diferencial Tipo de Ferida Por primeira intengao Linear, coaptante, Pouco traumatizada com perda minima de substancia Por segunda intengao = Trregular, anfractuosa, Nao coaptante, traumatizada, com perda de substéncia (comum em tlceras) Contaminagao nao contaminada Contaminada ou nao, Intensidade da reagao inflamatoria_| Menor Maior Formagao de tecido de granulagao _| Menor Major, as_vezes exuberante ‘Volume da cicatriz final Menor Major, as vezes com formagao de queloi Retragao cicatricial Menor Maior Perda de células especializadas Menor Maior Tempo de Resolugao Menor Maior VELLA LVVLL Eee ier ccd INFLAMAGAO - VISAO INTEGRADA DO PROCESSO Reverberagao (ocorre até que a agtio do agente agressor esteja ‘Quimiotaxia |(Ativagao de Leucécitos) (10.a.20° mpliagiio dos [Marginagio Leucocitaria ‘Abertura de mene ares © vénulas il Fiemoconcentragio Pavimentagio Leucocitaria previamente local Predisposigiio & trombose ¢ a Formagio coagulagiio de Exsudatos A Velocidade e a duragio dos ev processo muito Morte leucocitiria e tecidual }-— tos dependem da gravidade da agressao ico € as reagdes co s que a formam podem desenrolar-se sim nea ou sucessivamente. Ss . e PROF. ANILTON CESAR VASCONCELOS ee TOPICOS DE PATOLOGIA GERAL @& INSTITUTO DE CIENCIAS BIOLOGICAS DA UFMG - 1997 gg Agenesia, aplasia, hipoplasia, atresia, estenose congénita ou constri¢do, fistulas, fendas, diverticulos, duplicacao, fusio, atrofia ou hipotrofia, hipertrofia, hiperplasia, metaplasia, prosoplasia, anaplasia, distopia ou heterotopia, displasia, coristia, hamartia, distrofia ¢ disgenesia. 7 Curso de Patologia Geral Veterinaria e Laboratério de ‘Apoptose ¢ . e TOPICO 11 - . e ALTERAGOES DO DESENVOLVIMENTO, DO CRESCIMENTO E DA ¢ DIFERENCIAGAO CELULAR. ¢ © © I. INTRODUGAO A TERATOLOGIA: Conceitos: Teratologia: Estudo das “disontogenias” (Anomalias, defeitos e malformacdes congénitas) Hemitérios: Pequenos defeitos organicos: + Alteracdes do desenvolvimento: Agenesia, fissura, ocorréncia extranumeréria, etc. © Persisténcia de estruturas fetais: Uraco, forame oval, canal tireoglosso, etc. * Fuso de caracteres sexuais: Hermafroditismo, Free Martin. + Deslocamentos de drgaos ou tecidos: Distopias, hamartias, coristias. ‘© Duplos inteiramente separados: Assimetria, amorfo ‘+ Unicos: Anencefalia, acrania, ciclopia, Schistosomus reflexus etc... ‘+ Duplos com duplicidade: anterior, posterior, ou quase completa (‘pagus’).. GESTACO Sumario de Patologia da Gestagao: MEP = Monialidade Embriondria Precoce, com repetigio de cio, apé: a reabsorcdo do embriso; MF = Morte Fetal, com abortamento (ou feto macerado ou feto mumificado); Parto a termo patol6gico: Natimorto, Monstro; GP = Gestagao Prolongada ECC Cease asc_ae€e ted Pano GP Natimorto Monstro IL ALTERAGOES DO DESENVOLVIMENTO, CRESCIMENTO E DA DIFERENCIACAO CELULAR: Alteracdes do Desenvolvimento = Congénitas Alteragdes do Crescimento = Adquiridas Alteragdes da Diferenciagdo Celular = Congénitas e/ou Adquiridas 1. AGENESIA: * -Auséncia de iniciagdo do desenvolvimento. * -Macro: auséncia total do 6rglo ou de parte dele. © -Obs.: Letal quando o érgio afetado e’ tinico e essencial & vida. . -Exemplos: Anencefalia, acrania, agnatia, mononefrose, ciclopia, amelia. LHRERARELELELALREELE 2. APLASIA: + -Auséncia de formacao. «-Macro: $6 rudimentos do érgio ou tecido. + -Obs.: Iniciou-se 0 desenvolvimento, porém interrompeu-o precocemente. Letal quando o érgio afetado e" tnico e essencial. . -Exemplo: Microcefalia. 3. HIPOPLASIA: * -Deficiéncia na formacio. © -Macro: érgio menor e com fungio reduzida. * -Obs.: Iniciou-se 0 desenvolvimento, porem néo 0 completou. Difere da hipotrofia por ndo ter atingido o desenvolvi mento completo. Fisiologicamente representa menor gravidade que a agenesia e aplasia. Grande importincia clinica e zootécnica quando afetando érgios da reproducdo em animais domésticos. «-Exemplos: Micrognatia, ipoplasia renal, cerebelar, testicular e ovariana. 4. ATRESIA: ~Auséncia de perfuracao, «Macro: Estruura se forma, porem nao apresenta luz. QQ. >—_c_ 0 * -Obs.: $6 ocorre em 6rgios tubulares ou em orificios narurais. . -Exemplos: Acesia anal, atresia esofigica, atresia do aqueduto de Sylvius (na hidrocefalia interna). 5. ESTENOSE CONGENITA ou CONSTRICAO: + -Estreitamento de um orificio natural ou de um érgao tubular. . -Exemplo: Constrigao retal. 6. FISTULAS: =e © -Comunicacdo anémala entre uma estrutura e 0 exterior ou entre diversas estruturas ocas entre si. + -Macro/Exemplo classico : Fistula reto-vaginal ou reto- vesical ou ainda reto-uretral na atresia anal, ¢ tréqueo-esofiigica na atresia esofaigica. 7. FENDAS: * -Aberturas devido a nao fusao de estruturas embrionérias, por atraso ou parada no desenvolvimento: ‘embriondrio no estégio correspondente & formacao da estrurura. + -Macro/Exemplos: Queilosquise, palatosquise, schistossomus reflexus. * -Obs.: Possiveis etiologias (BADIM, 1984): interferéncia de andrégenos, ACTH, tireoidectomia, cortisona, inibidores hormoniais, deficiéncias vitaminicas (ppte A, B6, B12, Riboflavina, Ac. Pantoténico), radiacoes, infegdes virais, hipéxia, implantagao zigética anormal, fatores mecinicos e genéticos. 8. DIVERTICULOS: + -Dilatagdes saculiformes de érgios tubulares dcos. + -Macro/exemplo clissico: “Diverticulo de Meckel” / remanescente do canal énfalo-mesentérico, no final do fleo. © -Obs.: similar aos aneurismas (Dilatagbes saculiformes ou ndo de vasos. ). 9. DUPLICACAO ou OCORRENCIA EXTRA NUMERARIA: © -Ocorréncia em débro ou em mimero superior 20 normal de qualquer estrunura. + -Exemplos: Dicefalia, diprosopia, coracdo supra numerério, Poliotia, poliomelia, polidactilia, polimastia, politelia. 10. FUSAO: ‘© -Uniio de estruturas que normalmente seriam separadas. + -Exemplos: Ciclopia, "ren arcuatus"("Rim em ferradura’). o © -Obs.: Quando afetando dois individuos (nas monstruosidades), utiliza-se 0 sufixo "PAGUS", associado a0 termo designativo da regio em que ocorre a fusio. Exemplos: Pyopagus (regido pélvica, corpos lado a lado), Ischiopagus (regio pélvica, corpos em ngulo obtuso), Craniopagus (cranios unidos), @ Cephalothoracopagus (cabeca e térax unidos), etc.. 11, ATROFIA ou HIPOTROFI . -Auséncia, privacio ou deficiéncia de autrigao, geralmente associada com apoptose © autofagia (com formacdo de ») 0) t citossegressomos/ Catabolismo > Anabolismo) e diminuicao das organelas na célula, além da redugo do volume e funcdo celular. + -Macro: diminuigdo de volume (involugdo) de 6rgio ou tecido previamente desenvolvido normal e plenamente. Pode ocorrer também redugio do peso, enrrugamento da cApsula ¢ fibrose. © -Nomenclatura dos estados atréficos (DAHME & SCHRODER, 1985/KITT): Abiotrofia = Perda de substancia durante o crescimento tissular pés natal, do que resulta um, desenvolvimento orginico incompleto ("Meio termo entre hipoplasia e atrofia’). Caquexia = Atrofia generalizada ("Kakos”= mal +"exis" = estado). Marasmo = Atrofia ligada a° senilidade ("marasmés = consumpgao). + -Classificagao: a, morfoldgica (DAHME & SCHRODER, 1985/KITT): a.1. Atrofia Simples ou Quantitativa: diminuicdo de volume celular € do 6rgdo, com estrutura, forma ¢ nimero de células normais. a.2. Alrofia Numérica: diminuicao do ntimero de células ¢ do volume do 6rga0, com volume celular normal. CEALLALALELALALLARADARAR 3. Atrofia Numérica com Proliferacdo Ex-Vécuo: Diminuicso do niimero de células parenquimatosas do érgio, com proliferacao fibroblastica e adipocitéria (glial , se no SNC). Volume do érgio pode permanecer normal, diminuir, ou ate’ mesmo aumentar (Pseudo- hipertrofia). b. etiolégica: . b.1. Atrofia Fisiolégica: involucdo de tecidos ou érgos, naturalmente. Exemplos: Timo, bolsa de Fabricio, veia e artérias umbelicais, condutos venoso de Arancio e arterial de Botal, titero P6s parto, mama Pés lactacao, senilidade (cérebro e musculatura, acompanhada de actimulo de lipofuscina - " Atrofia parda”). b.2. Atrofia "Patolégica": Causas: -Por desnutricao ow inanigto (Atrofia serosa ou gelatinosa das gorduras corporais); -Por denervacao (Atrofia neurogénica ou neuropatica, cléssica na poliomielite ; ¢ Atrofia trans-sindptica); -Por disendocrinias (Atrofia endécrina, exemplos: mama ¢ endométrio na menopausa; adrenais, tiredides e gonadas no hipopituitarismo); -Por compressio ou distirbios cireulatérios (Atrofia isquémica ou vascular ou compressiva - exemplos; hidrocefalia, hidronefrose, tumores etc...); -Por inatividade ou desuso (Amiotrofia classica da imobilizaao e engessamento); -Por esgotamento ou uso excessivo -Por substancias téxicas (Atrofia t6xica, exemplo : musculatura do antebraco no saturnismo); -Por radiagdes (Atrofia actinica - anemia aplastica e trombocitopenia nas radiagées). rEERELETEALAEATLALAE EE 12, HIPERTROFIA: 5 © -"Nuttiggo — excessiva", significando aumento da sintese dos constituintes —_celulares (Anabolismo >Catabolismo), em células que tem bloqueada sua capacidade para dividir-se (células pés mit6ticas ou permanentes ou perenes). * -Macro: Aumento de volume de um 6rg3o por aumento da demanda funcional (adaptagao) ou por aumento dos estimulos troficos (ex.: hormoniais). + -Micro: Aumento de volume das células que compéem o érgio, associado a0 aumento do estroma, com aumento da sintese intracelular (+ de tumefagao turva) em células pds mitéticas ou permanentes ou perenes (exemplo: misculo estriado). * -Condigdes necessarias para ocorréncia da Hipertrofia: Integridade morfofisiolégica, fluxo sangiineo adequado, inervagdo e especificidade do estimulo. + -Tipos especiais: Hipertrofia Compensatoria: Orgio par aumenta de volume e assume fungdo do homélogo alterado ou ausente; Hipertrofia Vieariante: Tecido intacto de érgdo tinico lesado compensa a fungdo da fragao deficiente (KOHLER, 1985/KITT); Hipertrofia Subcelular Do Reticulo Endoplasmatico Liso: Aumento do R.E.L. apés a administragio de barbitiricos, esterdides, hidrocarbonetos (JONES & FAWCETT, 1966), explicando a tolerdncia progressiva a estas substancias (aumento da capacidade de detoxificagao por aumento da desmetilacdo oxidativa) © -Obs. 1: Existe uma tendéncia (principalmente por parte dos clinicos) a se denominar de “Hipertrofia” qualquer aumento de volume orginico, seja por aumento do volume celular ou mesmo por aumento do niimero de células (THOMSON, 1983; BARRETO NETO et alii, 1984) © -Obs. 2: A hipertrofia ¢ a hiperplasia podem ocorrer concomitantemente, como por exemplo, no itero durame a gravidez. 13, HIPERPLASIA: © ~*Formagao excessiva” * -Macro; Aumento de volume ¢ peso de um érgio por aumento da demanda funcional (adaptagdo) ou por aumento de estimulos troficos (ex.: hormoniais) devido ao aumento do numero de células que 0 compdem. * -Micro: Aumenco do niimeto de células que 0 compdem (Células intermitéticas ou estaveis e/ou labeis), conseqiiéncia do aumento de mitoses. © -Mecanismo: Ciclo celular Célula em Esti Sintese de RNA Repouse + SU" qui Ge proteinas (61) Duplicacao do (co) DNA (5) Diferenciaglo Celular (€0) Sintese de novos RNAs (Duplicacao de organelas e membranas] {G2} Bloqueio na Bloqueio Hiperplasia na Hipertrolf@ Divisao Celular (M) I s 14, METAPLASIA: « s * -"Mudanca na formacao (i... na DIFERENCIACAO)". Transformacao de um tecido jé’ diferenciado em outro diferente (mais resistente a0 ambiente adverso), mas de mesma origem embrionéria *. E’ uma substituicdo adaptativa reversivel que s6 ocorre em tecidos renovaveis (epitélios e conjuntivos, nunca em @ risculo ou tecido nervoso.). E’ um processo indireto, i.e., a camada de células indiferenciadas de reserva e' @ que se diferenciam alteradamente € Obs. *: Mesma origem embrionéria significa que um tecido epitelial s6 se transforma em outro epitelial, e@ tum tecido conjuntivo $6 se transforma em outro conjuntivo, nunca um conjuntivo pode se metaplasiar em gy epitélio ou vice versa. ‘a + Tipos: e Metaplasia Escamosa, Epiderméide ou Cérnea: transformagdo do epitélio simples pseudoestratificado® colunar ciliado com células caliciformes das vias aéreas (nos fumantes crénicos e nas broncopneumonias @ parasitérias), das vias genitais (infecdes, traumatismos, intoxicacdéo com Naftalenos clorados ¢ administracdo, Ge estrgenos - “Stimplants"/bovinos © deficiéncia de vitamina A), ductos das glandulas salivares (na sialolitiase) e ductos pancreaticos (na pancreolitiase), em epitélio estratificado pavimentoso (mais resistente ao ambiente adverso). © Metaplasia Osea: transformagéo do tecido conjuntive frouxo ou cartilaginoso de articulagdes™ ironicamente irritadas (ex.: traumas constantes) em tecido conjuntivo Osseo (mais resistente a0 ambiente adverso). e . Metaplasia Mieldide: Transformagao do tecido conjuntivo reticular (estroma, principalmente de 6rgios®™ como 0 Baco, figado, pulmoes e rins) em tecido miel6ide na anemia ferropriva cronica intensa (comum er leitdezinhos ndo suplementados com ferro). e 15. PROSOPLASIA: ‘ iS * -"Avango na formacao (i.e., na Diferenciagao)". Conceito antigo, ja’ ultrapassado e em desuso significandcgs dliferenciagio excessiva de um tecido (quase que exclusiva de epitéios), ultrapassando o limite normal destegy tecido. a * -Exemplos tipicos: Ceratinizagio de epitélio estratificado pavimentoso nio ceratinizado no esdfago di Balichos que tém 0 habito de beber chimarrao quente e na ectocervix de individuos com prolapso, infegoes ou ‘traumatismos cervicais. e 16. ANAPLASIA + -*Retrocesso da formagio (j.e., na diferenciagao)". Desdiferenciaeao. Classicamente era tida como S transformacao de um tecido j4° diferenciado num indiferenciado, i.e. a reversao de células adultas para suf forma embrionéria, com aumento consideravel da capacidade de multiplicaco de tais células, sendo comurigs nas neoplasias malignas. e © -Atualmente tal concepcao tem sido revista, j4° que muitos autores acreditam que tal reversdo realmente ni@gt ccorra, mas sim uma proliferagdo desordenada (determinada pelo processo neopldsico) das célulajgg indiferenciadas de reserva e 17. DISPLASIA: f e + -"Disuirbio na formagdo” - Conceito muito abrangente ¢ confuso. Existe uma tendéncia a distinguir displasia quando afetando um 6rgéo (Anatomia Patolégica) da displasia quando afetando um tecidS™ (Histopatologia). - © Assim, a displasia, quando afetando um érgao, abrange varios distirbios do desenvolvimento € crescimento, geralmente processos regressivos, com freqliéncia ligados ° condigées genéticas. Existem varias entidade™ nosol6gicas que aqui se enquadram, como a "Displasia Coxo-Femural” (Comum em cies de ragas maiores a "Displasia fibrosa do osso”, a "Condrodisplasia fetal ou acondroplasia”, a "Osteogénese imperfeita", etc. e J’ a displasia, quando afetando um tecido, abrange os ertos locais do desenvolvimento (Hamartias */ Hamartomas ¢ Coristias **/ Coristomas) e as "Displasias Adquiridas" ou "Hiperplasias Atipicas". que podem ser conceituadas como uma resposta proliferativa atipica ¢ irregular as irritacdes crénicas, reversivel, caracterizada por perda de diferenciagdo (anaplasia), atipia celular (pleomorfismo e hipercromasia), e atipia estrutural. Tais displasias podem ser enquadradas também no grupo das lesdes pré" malignas. -Obs.: * Hamartias (gr. “Amattao"= faltar) so erros locais do crescimento no qual um tecido se cesenvolve mais que 0 devido, com células maduras ¢ normais, mas com arquitetura tissular anormal. Quando volumosos e com aspecto tumoral recebemm a denominacéo de Hamartomas. Exemplos: Nevos pigmentados, endometriose interna ou adenomiose (endométrio profundamente no miométrio), hemangiomas, linfangiomas e adenomas hepéticos(? ** Coristias (gr. "Cotisto”= dividir) s40 erros locais congénitos do desenvolvimento no qual um tecido aparentemente normal se desenvolve heterotopicamente. Quando volumosos € com aspecto tumoral recebem a denominaco de Coristomas. Exemplos: Fragmentos de pancreas nas paredes gistricas, de cértex de adrenal nos tins, nos pulmdes ¢ nos ovarios, e de endométrio no ovario(endometriose externa). 18, DISTOPIAS ou HETEROTOPIAS: -Anormalidade no posicionamento de visceras. Erroneamente tém se empregado largamente 0 térmo “Ectopia", que na verdade reflete to somente a localizaco externa de um determinado érgao. -Tipos: Paratopias: localizacao de viscera no antimero oposto. Exemplos: "Paratopia cordis" ou “Dextrocardia”: “Situs inversus” Ectopias: localizagao de viscera exteriormente. exemplo: Ectopia cordis (coracdo externamente, sobre 0 esterno - Ectopia cordis fissisternalis, na regiao cervical - Ectopia cordis cervicalis, ou mesmo fora do tegumento). 19, DISTROFIA: -Conceito muito abrangente € confuso. Etimologicamente significa distirbio na nutrigao. térmo largamente empregado para designar processos regressivos em geral, sendo inclusive considerado por alguns (ex DAHME & SCHRODER, 1985) como sindnimo de degeneragio, Exemplo: Osteodistrofie fibrosa. 20. DISGENESIA: -Conceito muito abrangente ¢ confuso. Eximotogicamente significa disuirbio no inicio ou durante a fase de formacao de um tecido ou érgio. (C:\Anilton- Patgerl IDeserdif. dos

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