(Schoueri, Luis Eduardo) P.133a148 PDF

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host ssquase capitulo|ttt Tributo naganto pp3edo Setermi- ids pe- Sminter- ‘slits ibiidade 0¢, por trado na sde paz, No estudo histézico da tributaedo, viu-se que o tributo acompanhou a prépria evolu- | §¥0 da cvilizasdo. De umn instrumento de opresslo e preso de liberdade dos antigos até ¢‘hitnimento da liberdade coletiva do Estado Fiscal, houve por certo uma mudanga nas iclagdes entre o soberano € seus siditos. O que no passado se achava legitimo, como | decorréncia das conquistas da guersa, hoje seria intolerivel. Nos dias atuais, nfo merece~ fia a denominagio “tributo” tal instrumento de opressio. O surgimento do Estado de © Direito definitivamente cxigiu que o poder de tributar se conformasse aos ditames cons- | Gtucionais, dando origem ao Direito Trbutirio, Resta saber, pois, o que o Estado de Direito reconhece como um tributo, papel 20 to, como s,0cos yequeo 1 Receitas origindrias e receitas derivadas ° A existéncia do Estado Fiscal esti atrelada & existencia de tibutos. Na medida do pigintamento das tarcfas estatais,cabe ao ondenamento prever os meios para o Estado | financiar seus gastos. Cogita-se, aqui, btengio de receita piblica A receita pica, por sua vez, pode decorrer de alguma riqueza produzida pelo pré- prio Estado. A riqueza assim gerada teri origem numa atividade do Estado (precos pii- biicos) ou seré uma remuneracio pelo emprego de patriménio pablico (juros sobre ‘sipréstimos pablicos, royalties pelo uso de bens publicos etc.). Em qualquer dos casos, W-se que o Estado, agente econdmico que atua no mercado, esté gerando riquezas,i., ‘9svalores assim reccbidos pelo Estado constituem um acréscimo de riqueza pata o Pais. Dis-se, assim que se esté diante de recefas origindrias do Estado, OpBem-ce a estas as _ rucitas derioadas, que, como set visto adiante, implicam trensferéncia ao Estado de 1i- ieza gerada pelo particular. Embora as receitasorigndras jamais tenham perdido sua importa & verdade que coma pré- ia evolugto do Estado, desde que pereceuo feudalismo, ats das atvals,o Estado foi ciminuindo, 205 poucos, seu quinhéo na produgso de riquezas. Anal, se no Estado Patimonial dono da ora ‘moderna, principe buscava seus recursos erm seu prdprio patimSnio,aetiradapauiatina do Estado osigio sara imento ree fase edie ‘ederal oda Slemas athaé ocala esses ‘eados desde dose, stodos prove opela ladoe Tribute 137 Spero bel Estado Arend dessascontaprestogSes do vem data, mas de um pagamento ate: tenia ol eacminktrtva, denomina-epre¢opibco. Além dio, acobtaneadeter Iinade pelo Departamento de Sanearent do Estado estvaautoizada pelo Lei n 382), de 21.1260" Par que se compreenda o eor do acérdao, vale vero seguint trecho do voto do Relator ‘ssi tod casa stuada ond passa rede agua obrigada a abostecerseda rede. Eobrigada Lomb a seri-s do rede de egota De onde vem esa obrgatriedade? Da sobernia do et, <2! Mo parece Decre ante etc, des exigncas do convo coleiva. Eicon pe ‘Rares de organiza deservcos geal «que o Estado ndo pode fear indlferente mos omatna mero serigo publica, E importante que se dia que esa etngto nfo pode er da por Si, Basta ze que na mente de eciso acima eproduzta da lvra da Segunda Turma do Supremo Tbunal Federal a Priel Tura lvtare Acro em sentido diamevalmente inveso. Esa ementa de dectoa in véspere: Taxa de douaeesgoto. ume axa thea, con tal apontade la genealidade des Mesves ded finance deo Uibutdra:assim, sua majoragdo depende dee.) 14 Sopemo Tena Federal Reco Exmortno 54491-PP, Tuma, Rel. Mn, Hennes Lim, 18.10.1963, 138 Direito Triburario Diferenga entre taxaseprecoscontatual de services pablices tara). (Oproblema ndo se modifica por se ratar de ume autarqua porque 2 constitu 0 Estado per sonficou ese 6:0 da administrogdo local howe uma descentralizagae mas cor sso nose alenou 0 carter plblico do servic, trates de rao poraesatal, a quem o Estado cede uma arte do seuimperium. A destinasaoespeclal nto descaractriza os tributes Toman, ent, tributes igados, confor- ‘mea terminologia alma fato de ser delegado ao tributo.aum sergo descentrollzado a uma ‘autorquia ndo Ihe alteraanaturezo. ‘Sea taxa ndo deixa deo ser pelo fato des6 se tomar devida quando voluntariamenteutlizedoo servo orga &concordar que, quando imposta por motivos de interesse pico (sade, higlene ‘etcJindependentemente daquelautlizagéo, ose carder tibutdrio se trnaindscutive Na taxa hd um benefco especial mensuravele um interes pdbic predominante, No preco pric, pagamnento éfeto por um servi ou mercadera do governo, em primero k= {garpora um benefcio especial do individu esecunderiamente no interesse da comunidade Nao como equiparardtaxa de dgua eesgoto as chamatds taxas correspandentes a utizayo ‘de asroportos (Deceto-ei n 9792, de 1946), que o Supreme Tribunal Federal considerouprecos _Pobicos tarfas),conformeas denomina oprépro Deceto-Lel em vdros de seus preceitos". Como se v8, no ¢ exato afiemar que nos idos de 1963 houvesse consenso naJursprudncia da CCorte"com relacéo a natureza da tata de esqoto;tampoucoadistingdono tem compulsoridade con forme oservgo publica fssealgotpico"dapoltica do Estado pode ser tomada como citéio seguro. Evidenciando a controvérsa, deve ser citada outra decisio do Plendrlo do Supremo Trbunal Federal, quando fo Relator o Minstro Morera Alves Versavao caso sore taxa de io, cobrada pelo Municipio do Rio de Janetro, quando o relator reconheceu que oservigo viava atender em primeiro ugar sae publica interesse da coletividade),sendo.um servgo bésico. Apontou que evidénca de que 0 servigo em questéo era pablico era o fato de que, eferentemente do que se esperara numa rlacéo contratal, mesmo que o referdo valor no fosse pago, no haveria corte do sevigo, para nd haverprejulzos 8 coletvidade. Provacado pelo Ministro Cordeiro Guerra, que invocera 0 precedente da tara de agua, considerada mero preco pli pelo Supremo Tribunal Federal, o Mi- isto Moreira Alves respondeu que no se questonava se Sgua ¢essenciala vida ou no, mas sim “5 0ndvidua dante do servco paiicoprestado pelo Estado, tem, pelo menes,odireito de ndo usar «dele, sem sorer pun por sso".Comparcu 20 caso do servgo de eletrcidade que, onquanto im Portante,néo éde uso compuisério, nadia impedindo que alguém opte pela luminacao a gSstam- bbém a éque poderia ser obtda por outros meios, que néo a fommecida pelo Poder Pablico, No caso da remocéo de Iko,evidenciado que o Poder Pablico proibia qualquer outa forma de remoséo, caractrizave-seo tributo, nso preso pili Daquele mesmo Acérdo, Luciano daSilva Amaro extra oentendimento de que(a legisl- dor no pede optrlvremente entre taxa e preso pablicr(b) ue o regime Juridica deve sero de taxa sempre que se pretenda cobrar a exaco pelo mero uso potenciat (¢) que a cicunstancta de ‘uma oxo 36 se cobrar pelo uso eetiv do servga no adesnatura; (f) que os servigos“propriannen= te pablicos, os qua 0 Estado tem 0 dever de prestar(e por iso sto “obrigatios" para 0 Poder Pyblicol,s6se compadecem com anocio de taxa (e) que esses sevicas (obrigatérios para o Estado) 15 Spremo Tibual Fedral, Recaro Beraordindso 84194, 1 Terms, Rel Min. Le allo. 14.10.1963, 16 Recaro Betndindio 69.975, Peni, Rel. Mi, Meira Alren,DJ, 10.10.1980. ado per rondo se deuma confor foouma stieago0 coupreos i. inca da lade, con- insegur. Tribunal ‘ada pelo ‘pimelro eidéncia ‘esperatia servis, alo Mi ymassim anto i gisitam- No caso remogio, Dolegite- eserode sinc de >piamen- a0 Poder soFstado) 6 Tribute 138 'néo podem ser interrompidos, mesmo que o particular dee de pagar a taxa pois a inteFrupgio tinge o interesse dacoletividade"”. A partir detalleitura, 0 autor sugere que haa servos que ne- cessaiamente dever ser remunerados por taxas, enquante nouttos, a adogo de taxa ou prego plco ¢ opclonat £m suma, hd stuagbes em que o legsiador (2 vsta da execugdo pelo Estado de un servigo dvs vel tema via da taxa. Noutos casos, para os quais sejapossivel o preso pbc, olegilader pode optarentreadotarorepine jurfdico das taxas ou o dos precos pblios Seinstulataxa (por p¢80 04 porque nae €aplzdvel regime de precos, a exogdosujlta-se ao regime jurdo re pctv: principio da leelidade principio da anteriridade, estrigbes quant a base de cleulo (CE. art 145, 29 etc Se odotadoo regime jrdico de prego pAbico (nos casos em que o Estado Go este adstrito autitzara taxa, é bo), sua cobranca dependerd do que estipular contrato comos individ que sllterem a prestagdo do servigo™ Asolucdo propostaécriativa, ao admit possibilidade de. legislador cra taxas mesmo quan do nto precsariafazélo Nao resiste, entretanto, 20 questionamento que se poderé fazer sobre a cobranca de um tributo em situago no prevista pelo Ordenammento, Anal adotado sem a devida ‘autelao entencimento acima expressado, um servigo de mercado podetia, por decisée do legisla do, ser remunerado por taxa. O que nio fica esclarecido és, pati dai 0 servico detaria de ser mercado, sendo sua prestagdo compulsiia pelo Estado, Ou see: se o"contibuinte do pagasse a "taxa 0 Estado poderia deixar de prestar o servigo? Um exemplo pode evidenctarodilema consdere-se que um municipio resolvaprestarservigos

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