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    Como o outro lado da escada chegou até nos (uma visdo bem bumorada e decididamente parcial...) Rito de York: a Pré-Historia no Brasil Irm, Joao Guilherme C. Ribeiro, PGSS, 14° | D isse Cervantes que “pam ver mucho es menester vivir mucho". Fara quem envelhece e guarda um certo senso vitoriano de justiga, nada mais reconfortante do que contar uma hist5ria em que os do Bem, os de bom caréter triunfam. Esta é uma delas, digna deCaliope, a Musa da poesia épica de que falou olrm José Mau » cada um de nds ¢ 0 Ulisses de Jo vou pedir desculpas se parecer parcial demais, Depois de tanta pancedaria, acho que mereco ao menos o direito de contara historia do jeito que lembro, ainda que eu nao seja oator principal... Ah, nio rec final, Elas sio nocossérias intoressantes. Loiam ecomprovem. mem do exeesso de notas, 1s no As roseiras precisam de esterco Greio que Jodo-sem-Terra foi o pior rei que a Inglaterra jamais teve, Tao ruim que, em 1215, 0s barées feudais o obrigarama assinara Magna Carta, 6 documento que seria o fundamento das liberdades ocidentais. Pois é. Mesmo no que hadepior, pode surgir algo debom. Em 1990, minha Loja-mae, Luiz de Camdes 1 43, de Sao Grist6vao, no Rio de Janeiro, teve um Veneravel indigesto. Era tao ruim que uniu a Loja-contraele, claro... Quando ele se foi, @ Loja estava respirando liberdade e desejo de malizar, sob o malhete tranquilo do novo Venerivel Mostro, Aluisio ‘Quecontrastee que alivio! iba lideranca dele, praticamente assumimoso dominio Demerval de Souza Barros. Comecamos obras necessérias e, seguindo o planejamento do Felisberto S. Rodrigues, 0 cérebro por trés de tudo, construimos mais um templo ¢ abrimos espaco para mais cinco Lojas. Nem de longe poderfamos quanta coisa aconte- ceria, produto daqueleclima de otimismo. Nesta 6poca, a Grande Loja MagOnica do Estado Esta é merecidamente uma das ilustracées magénicas ‘mais famosas, um panorama extremamente preciso ‘da Maconaria americana. Desenhoda pelo Irm. Everett Henry, fol publicada na revista Life em 1953. O lado direito é familiar aos Macons brasileiros, mas 0 lado ‘esquerdo s6 recentemente chegou até nés, quando o Capitulo José Guimaraes Goncalves de Masons do Real Arco recebeu 0 niimere 1 de General Grand Chapter of Royal Arch Masons Intemnctional, em outubre de 1997. O destino uniu estas as Lojas Luiz de Camées e York na luta pelos principios macénicos ~ dela, principalmente, dependeu a vitéria do Real Arco. do Rio de Janeiro merecia iniciais maitisculas. Vivia uma fase produtiva, também. ‘Tinha trés Inmios excepcionais: Paulo Roberto Curi, Grande Secretério, José Nunes dos Santos, Grande Secretério de Relagdes Exteriores, © Constantino Joao Neto, Chefe da Secretaria, Alem dacompetencia, trabalhavam com imensa dedicacao. © Curi implantou uma organizacao adminis- trativa sélida, informatizada, ¢ reduziu a babel de 72 formulérios diferentes a 26, apenas. O Nunes conseguiu os reconhecimentos inter nacionais necessérios. 5 o Constantino azeitou a maquina burocratica. Quem viveu aquela 6poca 6 testemunha: tudo funcionava. Até 0 plano funeral era pago em dia, A\roido pelo entusiasmo deles, juntei-me a ‘equipe. E fui desenhando ecriando—sempre na base do 800! — um monte de coisas para a Grande Loja; formulérios, selos, diplomas... Acabei Grande Secretario Adjunto (acho que para redigir as atas das assembleias, porque o Gurindotinha saco de irs reunides. No municipio do Rio de Janeiro nao oxistiam Lojas do que suptinhamos ser 0 Rito de York, 96 em Niter6i, Motivados pelo Nunes, que era do Rito, fundamos a Loja York n° 117, em 19 de junho de 1992. Dos 37 fundadores, 9 vieram da Luizde Camées. Naquela época antediluviana, pensdvamos que © rilual Emulagdo fosse 0 Rito de York, dai o nome da Loja. Gompramos uma cota do Gondominio © conseguimos que o tercoiro templo fosse, apropriadamente, construfdo em uum inico plano. Na Grande Loja era usado o ritual da Loja Liberdade, iguaidade Fraternidadel\. Para nos, que nao conheciamos o Rito, 0 ritual nio explicava bem como proceder. Eu iria ser 0 terceiro Veneravel da Loja e nio estava disposto adar vexames.... Entao, com aajuda eo incenti- vo do Nunes, decidi retraduzir o ritual Emulation direto do original inglés, edigao de 1986, uma canseira de cinco meses. Como as instrugées do original inglés vinham cifradas. foi preciso imitar Champollion para decifrar os hieroglifos|_ E eu nem desconfiavade como aquelaexperiéncia seria ttil no futuro, apesar de trazor muitas chateag6es imediatas”, Nao tardou muito para que o Nunes e 0 Constantino viessem com outra ideta: trazer um negécio chamado Real Arco para o Rio de Janoiro, quo ounem imaginava o que fosso. Bem que fiz corpo mole. Sabia que Tania, minha mulher, iria reclamar: —Por que vocé ndo casa logo coma Magonaria? Mas nao dou para sair pela tangtente, Com eles nunea dava, Ainda bem, digo hoje. Diligen- temente, reunimos 40 lrmaos, boa parte deles da York ¢ da Luiz de Camdes e, no dia 6 de maio de 1993, no Templo Thadentes, do Gondominio Magénico Demerval de Souza Barros, em Sao Cristévao, Rio de Janeiro, 0 Copitulo José Guimaraes Goncalves dle Macans do Real Arco foi instalado, Foram instaladores os Gompa- nheiros Adolfo Bley (PCM), José Rodrigues Filho © Mdefonso Ferreira, do Capitulo Jerusalém, do Parani, logo depois adormecido. O Nunes foi o primeiro Grande Sumo Sacerdote © o Esio de Figueiredo Macedo, uma figura exttaordindtia,o primeiro Escriba. A partir do Zero ‘No Real Arco, tudo era novo e fascinante, Claro que nao poderia haver fornecedores de material, se 0 Rito era desconhecido. A paraferndlia toda tove que ser criada do nada e 8 mao: aventais, diplomas. mobiliério, ferramentas, instru- mentos, formularios, tudo, enfim. Lembro do primeiro arco feito pelo Folisberto, uma reliquia que oCapitulo |GG usa até hoje. Tinhamos apenas uma copia da tradugio dos ais, endo meengano, do Irm, José Rodrigues Filho. Quando o Alex Vivian Leake foi aos Estados Unidos. ai sim, pudemos finalmente ter um ritual americano @ corrigir 0 que haviamos interpretadoerrado(ecomo tinha coisaerradal). Na época, eu tinha uma impressora Minolta, excelente, por sinal. Era pau para toda obra: circulares, formularios, diplomas e até para os chamamentos, que enviévamos paraevitar que o pessoal esquecesse das reunides mensais, cada vez mais cones a

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