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Fas te edeee Experimental sO a a Pera Acree Psicologia Experimental PSICOLOGIA PARA COMPREENDER A PESQUISA EM PSICOLOGIA Tradugdo da 8? edieao norte-americana Barry H. Kantowitz University of Michigan Henry L. Roediger HI Washington University in St. Louis David G. Elmes ‘Washington and Lee University Tradugao Roberto Galman Revisao técnica Gerson Yukio Tomanari Doutor em Psicologia Experimental pela Universidade de Sao Paulo e pela Massachusetts Medical School - Shriver Center, professor do Departamento de Psicologia Experimental da USP e pesquisador do CNPq Lourengo de Souza Barba Mestre em Psicologia Experimental pela Universidade de Sido Paulo, doutor ‘om Psicologia Experimental pela Universidade de Sao Paulo e professor na area de Psicologia Experimental ¢ ¢ CENGAGE *© Learning ‘Austrdlia + Brasil + Jap30 + Corela + México + Cingapura + Espanha + Reino Unido + Estados Unidos CAPITULO iMag Hib, fied TECNICAS DE PESQUISA: | EXPERIMENTACAO O QUE E UM EXPERIMENTO? Vantagens da Experimentagao Por que Sao Feitos Experimentos? VARIAVEIS Variaveis Independentes Variaveis Dependentes Varidveis de Controle Identifique as Varidveis Mais de uma Variavel Independente Mais de uma Variavel Dependente DELINEAMENTOS EXPERIMENTAIS Delineamentos de Grupo Delineamentos de Sujeito Unico Delineamentos de Baixo n Delineamentos Mistos Condigdes de Controle Armadilhas Quase-Experimentos Do Problema a Experiéncia DADOS Obtengao dos Dados Anélise dos Dados Relato dos Dados R MO TERMOS-CHAVE QUESTOES PARA DISCUSSAO 52 scologa Experimental Ninguém acredita em uma hipétese, a nfo ser quem a formula, poréin todos acreditam m experimento, exceto quem o realiza, (W. I. B. Beveridge magine que vocé seja um aluno em um curso de psicologia experimental e tenha recebido a seguinte farefa: ir & biblioteca e “apossar-se” de uma mesa, impedindo que qualquer outra pessoa sente-se a ela durante todo 0 tempo que voce puder. Vocé deve empregar apenas meios niio-verbais ¢ nfio-violentos para executar a sua tarefa. Para isso, vocé poderia esperar na biblioteca lotada até que uma mesa vagasse, sentando-se rapidamen- te e passando a espalhar seus livros, roupas ¢ outros pertenees por toda a mesa, esperando que essa desordem possa afastar as outras pessoas. Apés algum tempo, digamos, cerea de 15 minutos, alguém finalmente senta & sua mesa, encerrando sua tarefa, Vocé realizou um. experimento? Antes de responder a essa pergunta, vamos esbogar os principais critérios para um. experimento, os quais foram discutidos resumidamente nos capitulos precedentes. Um ex- perimento ocorre quando o ambiente é sistematicamente manipulado, de modo que o efeito causal dessa manipulagio em um comportamento possa ser observado. Aspectos do ambiente que nao sio de interesse e, portanto, no sfio manipulados, permanecem constantes, de modo a nao influenciar o resultado do experimento, Podemos, entao, concluir que 0 comportamento resultou da manipulagao realizada. Precisamos explicar dois termos especiais introduzidos brevemente no Capitulo 1 — varidveis independentes c dependentes =, a fim de descrever como 0 ambiente é manipulado ¢ como o comporta~ mento € observado. > O QUE E UM EXPERIMENTO? Muitos alunos ficam surpresos ao descobrir que as agées descritas em nosso exercicio envol- vendo uma mesa na biblioteca nfo constituem um experimento. Todos os experimentos requerem pelo menos duas caracteristicas essenciais, as variveis independente e depen- dente que acabamos de mencionar. A variével dependente é a medida da resposta de um experimento que 6 dependente da pessoa. Nesse caso, 0 tempo decorrido até que alguém se sentasse 4 mesa é a variavel dependente ou medida da resposta. A varidvel independente 6 uma manipulagio do ambiente controlado pelo experimentador. Nesse caso, € 0 ato de espalhar objetos sobre a mesa. Porém, um experimento precisa ter pelo menos dois valores, ou niveis, do ambiente. Esses niveis podem diferir em um sentido quantitative (objetos espalhados somente em uma parte da mesa versus objetos espalhados por toda a mesa) ou refletir uma diferenca qualitativa (a pessoa que se apossa da mesa demonstra uma expressio amigével e convida- tiva em oposigio a uma expresso rigida e de proibigaio). E necessiirio que ao menos duas condig&es sejam comparadas entre si para determinar se a variével independente (parte da mesa coberta ou a expressii facial) produz uma alteragio no comportamento ou no resulta- do. Algumas vezes, 's dois niveis poderiam ser simplesmente a existéncia ou a auséncia > uma manipulagdo, O exemplo da biblioteca deixa de atender a esse critério, pois envolve apenas um nivel da varidvel independente. » C88 Como poderiamos alterar o procedimento para obter um experimento? O modo mais simples seria sentar-se novamente, dessa vez sem espalhar nenhum objeto. Entio, el independente teria os dois niveis necessarios: a mesa com os objetos espa- mossa Kexrowna, Rormicen Ile Eumes Capitulo 3 Técnicas de Pesquisa: Experimentagao 53 © a mesa desimpedida, sem objetos espalhados. Agora temos algo para comparar & condigao. ‘O experimento tem trés resultados possiveis: (1) os objetos sobre a mesa resultam em. valo de tempo maior antes de ela ser invadida por outra pessoa; (2) o tempo até 6 0 mesmo, com ou sem artigos espalhados sobre a mesa; ¢ (3) espalhar objetos em um menor periodo de tempo até que ocorra a invasio. Sem o segundo nivel da independente (a mesa sem objetos espalhados), esses trés resultados nfo podem ser os. De fato, é impossivel afirmar algo sobre a eficécia dos objetos espalhados para mar a posse de mesas na biblioteca até que os dois nfveis da varidvel independente festados. “Quando esse experiment na biblioteca é exeeutado adequadamente, 6 obtido 0 resultado possivel, Uma mesa pode ser mais bem protegida por uma pessoa com espalhados do que somente por uma pessoa. Podemos constatar, entao, que os experimentos precisam ter, no minimo, as varidveis «lente e dependente. Os métodos de pesquisa discutidos no capitulo anterior nao per- ‘ou exigem a manipulagio do ambiente, porém, antes que um. experimento possa ser ido, sfio necessérias varidveis independentes possuindo, no mfnimo, dois ni gens da Experimentacao -ipal vantagem dos experimentos sobre os métodos discutidos no Capitulo 2 consiste thor controle das varidveis externas ao foco principal da pesquisa. No experimento nenhum fator (variaveis), exceto o estudado, pode influenciar o resultado; no jargio cologia experimental, dizemos que esses outros fatores esto controlados. Se, como no de experimentos ideais, todos os fatores, com excegao de um (aquele sob investigacao), antidos constantes, podemos concluir logicamente que todas as diferencas no resultado ser causadas pela manipulagio da varidvel independente. A medida que sio alterados is da varidvel independente, as diferencas resultantes na variével dependente podem somente porque a variével independente variou. Em outras palavras, variagdes da | independente causam as variagdes observadas na variével dependente. No exemplo joteca, poderfamos desejar manipular a expresso facial da pessoa que se “apossou” 2. Para controlar variiiveis externas, teriamos de prestar muita atenciio em outros que poderiam prejudicar nossa possibilidade de fazer afirmativas sobre a causacao. caso, poderiamos querer depender de apenas uma assistente para apossar-se da mesa. ito durasse o experimento, ou, entdo, estabelecer objetivamente que nossas assisten- ». por exemplo, igualmente atraentes. Também poderiamos decidir controlar o género. rando-o como uma variével independente adicional ou usando somente assistentes juisa do sexo feminino (ou masculino). Criar experimentos, de modo que possa existir plo, a variével independente nao exerce efeito-nada se ganha com o experimento. Em contraste, se nada de relevante ocorrer em um experimento cuidadoso para 0 qual uma teoria prevé que: aig» acontecerd, constatar a inexisténcia de diferenga pode ser titil. Devemos admitir ter tentado Ssperimentos “E se...?". A naioria deles niio deu certo, mas eram divertidos. Aconselhamos que Kanrowrz, Rocoicen Ill e Eiues Capitulo 3 Técnicas de Pesquisa: Experimentaco 55 verifique com seu professor antes de tentar um experimento “E se..2”. Ele provavelmente Ihe fomecer uma estimativa da possibilidade de voce descobrir algo ou pode até mesmo cer os resultados de um experimento similar que jé tenha sido realizado. Isso nos leva & tiltima razdo principal para realizar experimentos em pesquisa basica, o ‘consiste em repetir ou reproduzir uma descoberta anterior. Um experimento tinico per mito menos convincente do que uma série de experimentos relacionados. A replicacio simples consiste na repetigao direta de um experimento existente, sem alterar os proce- ‘os. Replicagdes diretas so especialmente titeis quando 0 experimento original repre- 2 uma iniciativa realmente inovadora. No entanto, geralmente a melhor maneira de um experimento consiste em ampliar o procedimento anterior, acrescentando algo © ao mesmo tempo conservando algo do antigo. Portanto, parte da replicagao ¢ uma 4o literal, porém a parte nova enriquece o conhecimento cientifico. Esse tipo de repli- demonstra a generalidade de um resultado, mostrando a maneira como é (ou no 6) > nas diferentes varidveis independentes. O conceito de replicagao e suas varias for- > discutidos com mais detalhes no Capttulo 11. RIAVEIS seis sfio as engrenagens que fazem os experimentos fimeionarem. A selegdo ¢ a mani- 20 eficazes das varidveis fazem a diferenga entre um bom e um mau experimento. Esta cobre os tr@s tipos de varidveis que precisam ser analisados cuidadosamente antes do de um experimento: varidveis independentes, dependentes e de controle. Concluimos sndo experimentos que possuem mais de uma varidvel independente ou dependente. eis Independentes srimentos de verdade, variaveis independentes so as manipuladas pelo experi- lor. O brilho de uma luz, a altura de um som, a temperatura de uma sala, 0 ntimero ihas de alimento dadas a um rato sao todas varidveis independentes, pois 0 experi- lor determina a qualidade ¢ a quantidade. As variaveis independentes so seleciona- jue um experimentador acredita que clas provocarao mudangas de comportamento. ra intensidade de um som deve aumentar a velocidade com que as pessoas reagem ‘Aumentar o niimero de bolinhas dadas a um rato quando pressiona uma barra deve- -ntar 0 niimero de vezes que a barra é pressionada, Quando uma Variagao no nivel lade) de uma varidvel independente causar uma mudanga de comportamento, dize- © comportamento est sob controle da variavel independente. A falha de uma variével independente em controlar © comportamento, muitas vezes inada resultado nulo, pode ter mais de uma interpretagio. Primeiro, 0 experimenta- ter intufdo incorretamente que a varidvel independente era importante: 0 resultado le estar correto. A maioria dos cientistas aceitard essa interpretag&io apenas de modo , portanto, so comuns as explicacdes alternativas que se seguem ao resulta- Oesperimentadorpode nioterfeito uma manipulagdo vilidadavariavelindependente. que voce esteja realizando um experimento com criangas da segunda série e que sua independente seja o mimero de pequenos confeitos (M&Ms, balas de goma) que -bem apés cada resposta correta. Algumas criangas recebem somente um confeito, que outras recebem dois. Vocé no constata uma diferenga de comportamento. No . se sua varidvel independente tivesse uma faixa maior de variagio ~ isto é, de um. confeitos -, talvez vocé tivesse obtido uma diferenga. Sua manipulagao poderia no suficiente para revelar um efeito da variével independente. Ou talvez, com o seu s Psicologia Experimental desconhecimento, as criancas estiveram em uma festa de aniversdrio um pouco antes deo xperimento ter sido iniciado, e seus pequenos estémagos estavam repletos de sorvete ¢ belo, Nesse caso, talvez dez, confeitos ndo tivessem nenhum efeito. E por esse motivo que, em estudos de aprendizagem animal com alimento como conseqiténcia, os animals sao pri- vados de alimentagdo antes do inicio do experimento. Podemos observar que os experimentadores precisam ser cuidadosos, a fim de produ- zir uma grande manipulagio da varidvel independente. A falha em conseguir isso constitut ‘ama catisa comum dos resultados mulos. Em virtude de nao haver um meio para determinar se a manipulacdo falhou ou se os resultados nulos estiio corretos, os experimentadores nao podem chegara uma conelusio a respeito do efeito da variével independente sobre a varidvel dependente, Outras causas comuns dos resultados nulos relacionam-se &s variévels depen- dentes ¢ de controle, que passamos a estudar agora. Varidveis Dependentes A varidvel dependente ¢ a medida obtida de um experimento que depende da reacio do individuo & nossa manipulacao do ambiente, Em outras palavras, 0 comportamento do indi- viduo 6 observado e registrado pelos experimentadores ¢ depende da varidvel independente, O tempo decorrido antes de uma pessoa sentar-se a uma mesa de posse de um assistente de pesquisa, a velocidade de um verme arrastando-se em um labirinto, o ntimero de vezes que um rato pressiona uma barra sio variéveis dependentes, porque dependem do modo pelo ¢qalo experimentador manipula o ambiente. No exemplo da biblioteca, podesfamos prever Gue uma pessoa demonstraria maior relutfncia em sentar-se a uma mesa de posse de um tente que exibisse uma expressio desagradvel do que se o assistente assumisse uma o simpaitica. Nesse caso, 0 comportamento da pessoa é dependente da expressao que oa sentar-se & mesa as expres instrufmos que seja adotada pelo assistente, O tempo decorrido até a pe representa a varidvel dependente de interesse, ‘A estabilidade constitui nosso critério para uma boa varidvel dependente. Quando um experimento for repetido com exatidao — a mesma pessoa, os mesmos niveis da varidvel independente, ¢ assim por diante =, a variével dependente deveria proporcionar o mesmo resultado constatado previamente. A falta de estabilidade pode ocorrer por causa dle certo Jéficit no modo como medimos algumas varidveis dependentes. Suponha que desejamos medi os pesos de um objeto em gramas~ por exerplo, uma vela—antes ¢ ap6s ter sido acess durante 15 minutos, Usamos uma escala que opera por meio de uma mola que move un ponteiro. A mola se contrai quando estiver fria ¢ se expande quando estiver quente. Desde que nossas medidas de peso sejam feitas em temperaturas constantes, elas serio confiiveis. Porém, se a temperatura variar enquanto os objetos est’io sendo pesados, 0 mesmo objeto proporcionara leituras diferentes. Nossa variével dependente no possui establidade, O resultado nulo muitas vezes pode ser causado por inadequagdes da variével depen- dente, mesmo se ela for estavel. A causa mais comum é uma faixa de variagéo restrita ou limitada da variével dependente, de modo que ela fica “presa” ao maior ou ao menor valor de sua escala, Imagine que vocé esteja ensinando a um amigo um tanto desajeitado como jogar boliche pela primeira vez. Como voce conhece, da Introdugao & Psicologia, as conseqiiéncias que podem aprimoraro desempenho, voeé se oferece para pagar uma cervejaa seu aanigo cada we ue cle fizer um ponto, Seu amigo erra todas as jogadas c, ento, voe® bebe as cervejas Desse modo, voc@ niio pode mais oferecer as cervejas e, portanto, tem a expectativa de um Gesempenho inferior. Porém, como é impossivel um desempenho pior do que errar todas a seaadas. voc# no consegue observar o resultado inferior. Seu amigo jf se encontra na parte Kerrowmrz, Roeoicer Ill: Eunes Capitulo 3 Técnicas de Pesquisa: Experimentagao 57 da escala. Isso 6 denominado efeito de piso. O problema oposto, obter 100% de chama-se efeito de teto. Os efeitos de piso ¢ de teto (ver C Zapitulo 10) evitam que a sa de uma varigvel independente reflita-se, de modo preciso, na varidvel dependente. eis de Controle ével de controle é uma varivel independente potencial, mantida constante durante rimento por ser controlada pelo experimentador. Para qualquer experimento, a lista eis de controle relevantes é muito grande, muito maior do que pode ser obtida Mesmo em um experimento relativamente simples — por exemplo, solicitar as que memorizem sflabas com trés letras —, muitas variéveis devem ser controladas. A do dia altera sua eficiéncia; idealmente, isso deveria ser controlado. A temperatura ser importante, porque voce poderia adormecer caso a sala de testes estivesse muito - 0 tempo decorrido desde sua titima refeicao também poderia afetar o desempenko ‘ria, A inteligéncia também esta relacionada. A lista poderia ser ampliada, Na pré experimentador tenta controlar © maior ntimero possivel de variave' importantes, lo que 0 efeito de fatores nao-controlados seja pequeno, relativamente ao efeito da independente. Embora seja sempre relevante exercer um controle rigoraso sobre externos, isso se torna até mais decisivo quando a variével independente produz ito reduzido na varidvel dependente. Manter uma variével constante no 6 a tinica a de climinar varidveis externas. Técnicas estatisticas (discutidas posteriormente no ») também controlam as variéveis externas. No entanto, manter uma varidvel constante ui a técnica experimental mais direta para o controle de fatores externos ¢, portanto, 10S nossa definicao de variéveis de controle somente a essa técnica. O resultado nulo freqtientemente em um experimento porque existe um controle insuficicnte desses fatores, isto é, permitiu-se que variassem sistematicamente com a variével indepen- ~ Dependendo da relagao entre uma varidvel extema e uma varidvel independente, essa “io nio-controlada pode obscurecer ou aumentar o efeito da variével independente a varidvel dependente de interesse. O problema das varidveis externas ocorre com mais éncia em estudos conduzidos fora dos laboratérios, em que a habilidade para manter as seis de controle constantes reduz-se significativamente. A yariével INDEPENDENTE 6 MANIPULADA. A varidyel DEPENDENTE ¢ OBSERVADA. A variével DE CONTROLE € mantida CONSTANTE. itifique as Varidveis virtude de ser tio importante compreender as varidveis independentes, dependentes controle, inclufmos alguns exemplos para que voce teste sua compreensio. Identifique, cada situagio, os trés tipos de varidveis. As respostas encontram-se apés os exemplos. vale olhar antes! ‘Uma montadora de automveis quer saber qual deve ser a intensidade do brill do brake light, a fim de minimizar o tempo exigido do motorista do carro que vem atras para per- ceber que o carro & frente esta parando, F feito um experimento para obter a resposta, Identifique as variaveis. 3B Psicologia Experimental 2. Um pombo é treinado para bic: um disco de respostas se apareceT uma luz verde, e para nao fazé-lo, caso apareca uma luz vermelha. As bicadas corretas si seguidas por acesso a axaos de alimento. Identifique as varisveis. ‘Um terapeuta tenta melhorar a imagem que um paciente possi de si mesmo. Toda vez ue o paciente diz algo positive a seu respeito, 0 terapeuta reconhece meneando a cabeca, sortindo e sendo muito atencioso. Identifique as varlveis. 4, Um psicélogo social realiza um experimento para descobrir se homens ou mulheres atri- ues indices menores de desconforto quando seis pessoas se aglomieram erm wna cabine telefonica, [dentifique as variiveis RESPOSTAS 1, Variivel independente (manipulada): Intensidade (brilho) do brake light Varidvel dependente (observada); Tempo decorrido desde 0 aparecimento do brake light até 0 motorista do carro que vem atris pisar no pedal de freio Va sig de controle (constantes): Cor do brake light, forma do pedal de freto, forga necesséria para acionar 0 pedal de freio, iluminacdo externa ete. 2. Varidvel independente: Cor da luz (vermelha ou verde) Variével dependente: Ntimero de bicadas no disco de respostas Vuridveis de controle: Nrimero de horas de privacio de alimento, tamanho do disco, intensidade das luzes vermelha e verde ete. 3. Varidvel independente: Na realidade, esse nao é um experimento, rque existe somente um niv ce] da variével independente. Para torné-lo um experimento,, precisamos de um outro nivel — por exemplo, reconhecer comentarios positivos sobre sogra do paciente e desprezar os negativos Nesse caso, a varidvel independente seria o tipo de afirmativa elogiada Varidvel dependente: Neimero (ou freqii@ncia) de afirmativas Varidveis de controle: ‘Ambiente do consultério, terapenta_ 4. Variavel independente: Sexo do participante" Variavel dependente: Gran de desconforto Variiveis de controle: Dimensdes da eabine telefoniea, mimero de pes- soas (seis) na cabine, tamanho das pessoas ete. © sean & um tipo especial de vaiével independente denominado varivel de sjeto, discutida posteriormente neste Mais de uma Variavel Independente E incomum deparar-se com um experimento divulgado em wa publieagio de psicologia em que é usada somente uma yariével independente (manipulada); 0 experimento tipico Kewrownz, Roeocen ill Euves Capitulo3 Técnicas de Pesquisa: Experimentacaio 59 pula de duas a quatro varidveis independentes simultaneamente, Esse procedimento i diversas vantagens. Primeiro, com freqiténcia é mais eficiente conduzir um experi- 0, por exemplo, com trés variaveis independentes do que conduzir tres experimentos ‘atos. Segundo, o controle experimental muitas vezes @ melhor pois em um tinico imento algumas variéveis de controle —hora do dia, temperatura, uinidade ¢ assim por te ~ tém mais possibilidade de serem mantidas constantes do que em trés experimentos. ‘atos, Terceiro, ¢ mais importante, os resultados generalizados ~ isto que mostraram vilidos em diversas sitnacées — em diversas variiveis independentes sio mais valiosos que 0s dados que ainda devem ser generalizados. Do mesmo modo que 6 importante lecer 0 cardter geral dos resultados por diversos tipos de participantes experimentais Capitulo 12), os experimentadores também precisam deseobrir te algum resultado é ‘0 hos niveis das varidveis independentes. Quarto, isso nos permite estudar as intera- » que sfo as relagdes entre varidveis independentes. Iustramos essas vantagens por io de alguns exemplos. Vamos supor que desejamos saber, entre dois tipos de o tidizadlo de geomectria por alunos do curso secundirio. A primeira conseqiiéncia ¢ ofe- * dinheiro diretamente em fangao de problemas de geometria resohides corretamente; segunda consiste em dispensar mais cedo da aula, isto €, eda solucdo correta permite ao 0 sair da sala cinco minutos mais edo. Suponha que os resultados desse experimento otético mostrem que dispensar mais cedo seja a melhor conseqiiéncia. Antes de tomar- a dispensa uma regra na escola secundaria, deverfamos estabelecer inietalmente voy cralidade, comparando os dois tipos de conseqiiéncias em outras disciplinas, como hist6- ou biologia. Nesse caso, a matéria seria uma segunda varidvel independente. Seria melhor ir essas duas variéveis em um nico experimento do que condesit dois experimentos Sr SWos. Isso evitaria os problemas de controle, como uma classe ser testada na semana da I de um campeonato esportivo (caso em que nenhiuma dessas conseqiiéncias melhoraria vendizagem) e a outra ser testada na semana ap6s 0 campeonato ter acabado (quando os 0s sentiam-se mais 2 vontade a respeito do aprendizado), ‘onseqiiéncias, qual facilita o Quando os efeitos produzidos por uma varidvel independente sao diferentes para cada vel de uma segunda variével independente, temos uma interaeao. A busca Por interagdes stitui uma razio importante para o uso de mais de uma ~aridvel independente por expe- pento, Isso pode ser mais bem demonstrado por wn exemplo, Martell e Willis (1993) estavam interessados em descobrir como os comentarios do mpenho de um grupo influenciatiam aquilo que as pessoas lembrariann sobre oe rtamento do grupo. Antes da observagio do mesmo grupo de trabalho, as pessoas ouvi- 1 comentarios positivos ou negativos sobre 0 desempenho dele. As pessoas que ouviram tnentirios positives foram informadas que um painel de especialistas havia chusifeado 5 pO na faixa dos 20% mais elevados de todos os grupos de trabalho, As pessoas que ouvi- Oe uati0s negativos receberam a informacdo de que o grupo se classifica’ na fuse 98 20% mais baixos. Havia duas variaveis independentes. As pessoas ouviam inicialmente os comentarios sitivos ou negativos. Todas as Pessoas assistiram ao mesmo videotcipe de um grupo de sabalho. Os membros do grupo de trabalho esteriorizaram comportamentos tanto eficazes no ineficazes, em sua tentativa de construir uma ponte formada por tabuas ¢ cordas, a fim atravessar uma poca de Agua. Todas as pessoas assistiram ao mesmo videoteipe em que Stupo apresenta comportamentos eficazes e ineficazes, Portanto, as duas variaveis inde- ndentes eram 0 comentério Positivo ou negative sobre o desempenho e nento observado (eficaz ou ineficaz). Depois de o tipo de compor- as pessous assistirem ao videoteipe, uma 60 Paicolagia Experimental ‘Comportamentos Eficazes Comentarios Positives 40. MComportamentos ineficazes 4 9, BE Comentarios Negativos os 09) 2 og 0,8} : g 07 07| $3 a6 06 08 5S 82 05) 05 $3 oa ol 82 os oa| £ oal 02 & ot ot o! ° Eficaz Ineticaz Positive Negative Comportamento Comentério > FIGURA 3.1 Efeito de duas varidveis independentes sobre a proporgac de comportamentos atribuides ao grupo. ( de Martell e Willis, 1993.) lista de comportamentos foi mostrada ¢ foi-lhes solicitado que informassem qual deles haviam visto. A variével dependente era, entéio, a propor¢ao de comportamentos cficaz ineficazes que as pessoas atribufam ao grupo de trabalho. Os resultados desse experimento estio indicados na Figura 3.1, mostrando cada va vel independente. Quando as pessoas observaram um comportamento eficaz, foi verific uma propor¢io menor dos comportamentos atribufdos ao grupo do que quando observa: comportamentos ineficazes. Quando as pessoas ouviam comentirios positives, constatou: uma proporgio maior de comportamentos atribufdos ao grupo. A Figura 3.2 mostra, no entanto, que essa interpretagio simples dos resultados p ser enganosa. Comportamentos eficazes nem sempre produzem uma proporgio me: de comportamentos atribufdos ao grupo, como se poderia coneluir pela Figura 3.1. Cor alternativa, o sentido do cfeito do comportamento depende do tipo de comentirio fea Somente para comentarios negativos os comportamentos eficazes produzem uma propor menor de comportamentos atribuidos ao grupo. Isso nio foi verdadeiro para os comentira positivos. Lembre-se de que uma interagio entre duas varidveis indica que os efeitos prode dos por uma varigvel independente (comentiio sobre 0 desempenho) nfio so os mest para cada nivel de uma segunda varével independente (comportamento no trabalho efi versus ineficaz). F. exatamente isso que observamos na Figura 3.1. As pessoas que ouv comentdrios positivos sobre 0 grupo de trabalho reconheceram uma maior proporgio de ¢ portamentos eficazes em relagdo aos ineficazes. Em contraste, as pessoas que ouviram com tarios negativos responderam de modo contriirio, reconhecendo uma maior propor comportamentos ineficazes em relagio aos eficazes no grupo de trabalho. Esse julgame: representa uma ilusio de memaria criada pela exposigio a um comentario positivo ou ne; tivo. Apesar do fato de as pessoas nas duas condigdes terem visto efetivamente o mesi Kesrowirz, Rocce lle Ewes Capitulo 3 Técnicas de Pesquisa: Experimeniagao 61 Comentario Positivo Comentario Negative ‘Comporiamentos Eticazes ‘Comportamentos Eficazes, 4,0. Hi Comportamentos ineficazes 4,0. Mi Comportamentos ineficazes 0.9) o9| 2 og og Ba o7 07 Bo 06 06: Be 83 05 05 SS oa 04 BR os| 03 Bg Bol 02 & ot ot ol o Eficaz —_Ineficaz Eficaz —_Ineficaz Comportamento Comportamento do comentirio sobre o desempenho na proporeao dos comportamentos atribuidos 20 grupo. Os dos comentarios sobre o desempenho (positives ou negatives) stio mostrados separadamente para, ;portamentos eficazes ¢ ineficazes. (Dados de Martell e Willis, 1993.) oteipe, a meméria que possufam dos comportamentos do grupo estava distorcida pelas expectativas anteriores, A Figura 3.2 mostra as duas condigdes que envolvem 0s comentérios indicados no mo grafico. Nesse caso, 6 inais ficil ver a natureza da interagio; os efeitos produzidos manipulagdo do comentario sobre o desemmpenho dependem de os comentarios serem azes ow ineficazes, com as pessoas reconhecendo uma maior proporgto de compor- entos que sdo coerentes com 0 comentério (por exemplo, uma maior proporcao de aportamentos eficazes associados a comentirios positivos). Se os comentarios sobre os anpenhos produziram resultados similares para comportamentos eficazes ¢ ineficazes, resultados deveriam ser parecidos com um dos grificos de barra indicados na Figura 3. 1 ambos os grupos que ouvem comentérios reconhecendo comportamentos mais efica- (gnifico & esquerda) ou comportamentos mais ineficazes (gréfico & direita) do grupo de alho. Vamos agora imaginar que esse experimento foi realizado com as duas condigdes de nentarios, mas os experimentadores decidiram desprezar (ou deixaram de considerar) a tinciio entre comportamentos eficazes ¢ incficazes no trabalho. Em outras palavras, os timentadores investigaram 0 efeito do comentario sobre 0 desempenho em geral. A ra 3.4 demonstra os perigos de nao dar importancia a variaiveis importantes quando se uejam experimentos. A partir dos resultados mostrados nesse gréfico de barras, os expe- nentadores teriam sido Ievados a concluir que 0 comentirio sobre o desempenho produz co ow nenhum efeito na proporgéo de comportamentos atribufdos ao grupo de trabalho. :é pode observar que, realizando o experimento desse modo, os experinentadores teriam, final, resultados nulos ¢, como conseqiiéncia, nio teriam consegnido constatar um fato 62 Psicologia Experimental ™ Comportamentos Eficazes Comportamentos Eficazes 4,0 i Comportamentos Ineficazes 4,0, 1 Comportamentos Ineficazes 0,9) 0,9 er) 08] &8 07 07 26 06 06] 88 og 05 BS oa| oa BZ os oa gs 02 02| & Of Ot ° ° Positivo, Negativo, Positivo Negativo Comentario Comentario > FIGURA 3.3 Dados hipotéticos indicando a auséncia de interag’o do comentério sobre o desempenho e a tipo de com- portamento no trabalho em relagao & proporcao de comportamentos atribuidos ao grupo. importante a respeito dos efeitos dos comentirios sobre 0 desempenho nas avaliagdes de comportamento no trabalho. (Os resultados na Figura 3.4 so simplesmente a média dos resultados dos dois tipos de comportamento mostrados na Figura 3.1 ou na Figura 3.2.) , que contém os resultados efetivos, indica uma interagio. Os efeitos de uma variével independente dependem do nivel da outra varidvel independente. As pessoas > FIGURA3.4 Comportamentos Eficazes assy va 49 - _i Comportamentos ineficazes Efelto do comentério sobre 0 desempenho no comportamento durante 0 trabalho em geral (Isto a 6, com os dados agrupados dos comportamentos 08} eficazes e ineficazes). (Dados de Martell e Willis, a 1993) 06 08 04 os 02] 4 ol Proporgao dos Comportamentos ‘Atribuidos ao Grupo Positive Negativo ‘Comentario sobre o Desempenho Kanrownz, Roosen le Eves Capitulo 3 Técnicas de Pesquisa: Experimentagaio 63 tnham maior possibilidade de endossar ou “lembrar-se” de comportamentos no trabalho ‘que fossem coerentes com os comentrios que ouviram a respeito do grupo de trabalho. Muitos experimentos incluem duas ou mais varidveis independentes: isso significa que fs resultados podem conter uma interagio. Em virtude da freqiiéncia com que se tem possi- bilidade de constatar interagSes, apresentamos um outro exemplo de um experimento com nas variéveis para ajudé-lo na interpretacdo dos resultados de experimentos complexos. No esperimento sobre inércia social (ver Capitulo 1) feito por Brickner, Harkins e \strom (1986), os autores quiseram determinar 0 efeito do envolvimento pessoal na tarefa Jbre o gran de inéreia social mostrado na tarefa, Briekner e seus colaboradores observaran ¢ tarelas com pouco envolvimento, como bater ruidosamente ¢ inventar usos para uma a, haviam sido usadas em pesquisas anteriores sobre inércia social. Os autores raciocina- n que o esforgo dedicado a uma tarefa deveria estar relacionado & importéncia intrinseca a0 significado pessoal que ela tem para o individuo, Um envolimento pessoal elevado em fa tarefa deveria reduzir a inéreia social, porque as pessoas dedicariam muito esforgo a tais fas, independentemente de seu desempenho pessoal ser controlado. Portanto, os pes- ssadores variaram 0 envolvimento dos participantes na tarefa e também variaram o gra esforco individual que poderia ser avaliado. Se o raciocinio dos pesquisadores estivesse eto, deveria ocorrer uma interagio: 0 pouco envolvimento deveria resultar em inércia al (esforco reduzido quando 0 esforgo individual nfio pode ser avaliado), porém wm nde envolvimento deveria resultar no mesmo gran aproximado de esforgo, se o individuo esse ou nao ser identificado. Brickner e seus colaboradores solicitaram que altmos de curso superior gerassem 0 x mimero de idéias que pudessem, durante um perfodo de 12 minutos, a respeito de proposta para implementar exames avangados abrangentes a que um aluno teria de neter, a fim de concluir 0 curso. Na condigo de muito envolvimento, os alunos foram ios a acreditar que a proposta seria institufda na faculdade que cursavam antes de cles marem, Portanto, a incluso de exames abrangentes como um pré-requisito para a gradua- ia ter grande relevancia pessoal. Na condigao de pouco envolvimento pessoal, os s foram levados a acreditar que os exames seriam institufdos posteriormente, em uma faculdade, A condicao da possibilidade de identificagao do esforgo individual também jipulada por instrugSes. Os participantes escreveram cada uma de suas idéias sobre s abrangentes em uma folha de papel. Na condigio de pouca possibilidade de identi- as pessoas foram informadas de que suas idéias seriam agrupadas com as de outras, 6 comité de avaliac&o das idéias desejava analisar a variedade de opinides para o como um todo. Na condigao de muita identificagao, as pessoas foram informadas de opinides seriam analisadas separadamente das demais, porque 0 comité encarrega- -java avaliar as respostas individuais. Resumindo, a varidvel dependente era o ntimero de idéias geradas nas quatro con- = pouca possibilidade de identificagaio ¢ pouco envolvimento; pouca possibilidade de (0 ¢ grande cnvolvimento; muita possibilidade de identificagao ¢ pouco envoli- muita possibilidade de identificagao e grande envolvimento. 05 resultados so mostrados na Figura 3.5, que indica o nfimero de idéias geradas ¢ a didade de identificago para as duas condigées de envolvimento. Pesquisas anteriores inércia social sfio reproduzidas na condigio de pouco envolvimento: foram geradas idéias quando as pessoas acreditavam que seu desempenho individual nao estava avaliado. Examine agora os resultados quando houve um grande envolvimento: 0 de idéias era aproximadamente 0 mesmo, independentemente da possibilidade de Keown, Roenicen Ill Eves Capitulo 3 —_—_‘Téenicas de Pesquisa: Experimentago 65 (ver Notterman e Mintz, 1965; Neuringer, 2002, p. 680), do mesmo modo que a laténcia (0 tempo decorrido para responder). Os pesquisadores geralmente podem utilizar diver- sas varidveis dependentes que possam ser apropriadas. Digamos que desejamos studar a legibilidade dos tipos grificos que vooé esti Jendo neste momento. Evidentemente, nao podemos observar a “legibilidade”. Que varidveis dependentes poderfamos observar? Fis algumas que foram usadas no passado: retengio de informagées significativas apés a leitura de texto, tempo necessirio para ler um ntimero fixo de palavras, mimero de crros ao reconhecer letras individuais, velocidade na transcrigio ou na redigitagio do texto. batimentos cardfacos durante a leitura ¢ tensio muscular durante a leitura, a lista é muito mais extensa Raves de economia justificam 0 maior mimero de medigdes simultaneas da varidvel dependente que seja vidvel. Apesar disso, 0 experimento tipico usa somente wna ou, no miximo, duas varidveis dependentes simultancamente. Isso € lamentavel: do mesmo modo que a generalidade de um experimento é ampliada empregando mais de uma variavel inde- pendente, ela também se amplia com diversas varidveis dependentes. A razo pela qual nio Go usadas mais varidveis dependentes 6 provavelmente por ser dificil analisar estatistica- mente, ao mesmo tempo, diversas varidveis dependentes. Embora as técnicas modernas de mputacao tornem os célculos muito vidveis, muitos psicélogos experimentais niio foram m treinados nesses procedimentos estatisticos multivariados e, portanto, hesitam em uti- -é-los, Poderiam ser feitas andlises separadas para cada varidvel dependente per si, porém so acarreta a perda de informagies de modo qnase idéntico que uma anilise separada das aridveis independentes nao leva em conta as interagdes. A anilise multivariada é complexa; entanto, vocé deve ficar ciente de que, muitas vezes, 6 vantajoso usar mais de uma varid- ‘| dependente em um experimento. DELINEAMENTOS EXPERIMENTAIS propésito do delineamento experimental consiste em minimizar os efeitos de varidveis ernas ou incontroladas, aumentando, desse modo, a possibilidade de um experimento duzir resultados vilidos ¢ cocrentes. Livros inteiros foram escritos sobre delineamentos verimentais. Nesta seco, cobrimos uma amostra de algumas das técnicas mais comuns das para melhorar o delineamento dos experimentos. Uma das primeiras decisbes relativas a delineamento que o experimentador precisa ‘ar consiste em como designar participantes para os varios niveis das varidveis inde- dentes, As duas principais possibilidades sao designar apenas algims sujeitos para cada cel ou designar cada sujeito para todos os nfveis. A primeira possibilidade denomina-se ineamento de grupo ¢ a segunda, delineamento de sujeito tnico. A diferenca pode mostrada por meio de um exemplo simples. Trinta alunos do curso de Introdugao Psicologia se apresentaram para participar de um experimento que vocé esté condu- lo, a fim de testar a habilidade para se lembrar de palavras absurdas. Sua variével pendente é 0 mimero de vezes que voce dirs cada palavra: uma ou cinco vez € espera que uma palavra apresentada cinco vezes seja mais bem grav ada do que apresentada somente uma vez. O delineamento de grupo requer que voce divida o .0 completo por dois, isto &, dois grupos de 15 alunos cada, com um grupo ouvindo palavra cinco vezes ¢ © outro, uma vez. (Discutiremos brevemente como distribuir sujeitos em cada grupo.) O delineamento de sujeito tinico engloba todas as 30 pessoas andendo com ambos os nfveis da varidvel independente, isto 6, cada um ¢ testado com citacao ¢ também repetindo a palavra cinco vezes, (Como determinar a ordem pela cd Paicologia Experimental qual cada sujeito expie-se a essas duas situagdes também é discutido posteriormente.) Que delineamento vocé deveria usar? Delineamentos de Grupo O delineamento de grupo é conservador. Nao hi possibilidade de que um tratamento continue a interferir no outro, porque cada pessoa recebe apenas um tratamento (uma citagio ou cinco repetig6es, mas nfo ambas). Uma desvantagem, contudo, 6 que o delineamento de grupo pre- cisa lidar com diferengas entre pessoas ¢ isso diminui sua eficiéncia, isto ¢, sua habilidade para detectar diferengas reais entre uma e cinco repeticdes das palavras a serem memorizadas. Em todo delineamento de grupo, o experimentador precisa tentar minimizar a diferengas entre os individuos em dois ou mais grupos de tratamento. De modo claro, se escolhéssemos as cinco pessoas com melhor meméria € as colocéssemos deliberadamente no grupo de uma citagiio ¢ os cinco piores no grupo de cinco repetigdes, poderfamos, ao final, no obter resultados diferentes, mesmo que o grupo de uma citagio tenha um desempenho melhor. A fim de evitar esse resultado, 0 experimentador precisa assegurar que ambos os grupos sejam equivalentes no infcio do experimento. Grupos Equivalentes Um modo para assegurar a equivaléncia seria apliear um teste de memoria para 0s 30 individuos antes de o experimento ter inicio, a fim de obter uma medida de linha de base relativa a habilidade das pessoas para memorizar palavras absur- das, Os resultados da linha de base relativos aos sujeitos poderiam ser usados, entiio, para formar pares de sujcitos que possufssem resultados iguais ou muito similares. Um membro. de cada par seria designado aleatoriamente a um grupo, ¢ outro membro, ao segundo grupo. Essa técnica é denominada pareamento por igualagao. Uma dificuldade do pareamento por igualagao é que 0 experimentador nao pode combinar sujeitos em termos de toda carac- teristica possivel. Portanto, sempre existe a possibilidade de que os grupos, muito embora pareados por igualagio de acordo com alguma(s) caracteristica(s), difiram em alguma outra aracteristica que pode ser relevante (o pareamento por igualacao é discutido em mais deta- lhes posteriormente neste capitulo). Uma técnica mais comum usada para assegurar que grupos equivalentes sejam formados é a randomizagao. Randomizacio significa que cada pessoa participante de um experimento possui igual probabilidade de ser colocada em um grupo espeeifico. Em nosso experimento de memorizagiio, um modo para formar dois grupos por meio da rando- mizago consiste em sortear nomes de um saco. Ou poderiamos solicitar a cada pessoa para que viesse ¢, entio, jogasse um dado. Um resultado par corresponderia a um grupo ¢ um resultado fmpar, a outro. Se nao possufssemos dados, uma tabela de ntimeros aleatérios pode- ria ser empregada para gerar digitos pares e fmpares. Esse método de designar individuos de acordo com as condigées experimentais no possui viés, pois niio leva em consideracio todas as caracteristicas das pessoas; temos a expectativa de que os grupos formados dessa maneira sejam equivalentes sob todos os aspectos relevantes. A randomizacao, no entanto, ndo garante que 08 grupos sero sempre ignais. Um ntimero maior de individuos com melhor meméria poderia vir a fazer parte de um dos grupos por acaso. A possibilidade de isso ocorrer pode ser calculada pelos métodos da teoria da probabilidade, conforme aplicados a estatistica ver Apéndice B). Essa ¢ uma razo pela qual os delineamentos experimentais ¢ a estatistica muitas vezes so tratados como 0 mesmo t6pico. No entanto, o delineamento experimental preocupa-se com a légiea de planejar experimentos, 20 passo que a estatistica lida com 0 caleulo de possibilidades, probabilidades ¢ outras quantidades matematicas. Kaxrowrz, Roeocer Ile Euwes Capitulo 3 ‘Técnicas de Pesquisa: Experimentagao 67 © pareamento por igualagio ¢ preferivel a randomizagio, se todos os aspectos rele- tiverem sido levados em consideragio. Porém, como poucas vezes temos certeza, nizagao 6 usada com mais freqiiéneia eamentos de Sujeito Unico psicélogos experimentais podem preferir o delineamento de sujeito tinico no qual 08 30 individuos so testados com uma citagZo e novamente com cinco repeti¢des “See-versa). Ele € mais eficiente, pois cada individuo 6 comparado consigo mesmo. er diferenca resultante de wma citagio versus cinco repetigdes ndio pode ser o lo de diferengas entre as pessoas nos dois grupos, como poderia ser 0 caso para eamento de grupo, Efeitos de Pratica Geral Existe um risco, no entanto, mesmo no delineamento jeito tinico mais eficiente. Imagine que todos os 30 individuos gravem primeiro um mimero de palavras por meio de cinco repetigdes ¢, entdo, gravem com uma cita- Na ocasitio em que os individnos iniciarem o tratamento de uma citagao, eles podem tornado mais habeis no aprendizado das palavras absurdas ou podem estar sentindo tédio ou cansago em relagao a tarefa. Ambas as possibilidades sto denominadas s de pratica geral. Assume-se geralmente que esses efeitos sejaim os mesmos para as condigdes de tratamento, de modo a néio importar se os individuos aprenderam. mma citagao segnida por cinco repetigdes ou com cinco repetigbes seguidas por uma So. Em virtude de os efeitos de priitica geral serem os mesmos para todas as condigdes tamento, eles podem ser controlados, em grande parte, por meio de contrabalanco, pemmite ao experimentador enfrentar a dificuldade de determinar a ordem pela qual amentos devem ser apresentados aos sujeitos. Novamente, uma solugao consiste em 2 randomizagao, sorteando a ordem dos tratamentos, usando uma tabela de niéimeros irios ou utilizando um computador para dispor as condigées alcatoriamente. A légica desse procedimento foi discutida anteriormente. No entanto, embora contrabalan- tratamentos por meio da randomizagao produza ordens equivalentes a longo prazo, mos provivel que seja adequado quando houver somente um mimero reduzido de zentos. Na maioria dos experimentos, 0 nimero de participantes excede o mtimero tamentos e, entdo, a randomizagao constitui uma boa técnica para designar sujeitos fratamentos contrabalango completo assegura que sejam usadas todas as ordens possiveis de mento. No experimento das citagdes, isso é facil, pois ha somente duas ordens: wna ico citagdes, cinco e uma citagdes. Metade do mimero de individuos ouviria uma 40 seguida por cinco repetigdes ¢ a outra metade teria a ordem inversa. A medida aumenta 0 niimero de tratamentos, o ntimero de ordens torna-se realmente grande, tratamentos possuem seis ordens diferentes; quatro tratamentos, 24 ordens dife- cinco tratamentos, 120 ordens diferentes, ¢ assim por diante. A medida que os de uma varidvel independente aumentam, 0 contrabalango completo logo se torna iticdvel. O contrabalango nao elimina os efeitos da ordem. Ele permite aos experimentadores 08 seus possiveis efeitos. Caso tais efeitos estejam presentes ¢, especialmente, se tive Interagdes com outras variéveis independentes, é necessério tomar providéncias para gir o delineamento. O experimentador poderia decidir pela repetigo do experimento io um delincamento de grupo, a fim de evitar efeitos na ordem. Alternativamente,

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