Download as pdf
Download as pdf
You are on page 1of 17
DO lu Glace Oe AAU CoG ce ariel -SEUS OBIETIVOS 2 aliacao de Impacto Ambiental: conceitos e métodos A finalidade da avaliacso de impacto ambiental € considerar os impactos ambientais antes de se tomar qualquer decistio que possa acarretar significativa degradacao da qualidade do meio ambiente, Para cumprir esse papel, a AIA € organizada de forma a que seja realizada uma série de atividades seqlienciais, concatenadas de maneira logica. A esse conjunto de atividades ¢ procedimentos se dé o nome de processo de avatiagdo de impacto ambiental. Em geral, esse processo € objeto de reguiamentacao, que define deralhadamente os procedimentos @ serem seguidos, de acordo com os tipos de atividades sujeitos & elaboragde prévia de um estudo de impacto ambiental 0 contedide minimo desse estudo e as madalidades de consulia publica, entre outros assuntos, Em primeira aproximagao, pode-se apontar as seguintes caracteristicas do proceso de AIA: @ £ um conjunio estraturado de procedimentos: os procedimentos esto organi- camente ligados entre si e devem ser desenhados para atender aos objetivos da ayaliagao de impacto ambiental. E regido por kei ow regulamentagdo cspecifica: os principais componentes do processo silo previstos em Tei ou outa figura juridica que tenha instituldo a AIA com uma determinada jurisdigio; no caso de organizaches (como um banco mul- tilateral ow uma empresa que adote voluntariamente a ATA}, 0 pracesso € regido por disposicdes internas que emanam da alta direcio. ® E documcntado: esta caractcristica tem dupla conotacao; por um lado, os re- quisitos a serem atendidos sao estabelecides previamente; por outro, em cada caso, 0 cumprimento desses requisitos deve ser demonstrado com ajuda de r= gistros documentais (eg., a preparagio de um FIA, o parecer de andlise técnica, as atas de consulta piblica etc) ® Envolve diversos participaates: em qualquer caso, os envolvidos no processo de AIA so varios (0 proponente de uma agdo, a autoridade responsaivel, 0 consul= tor, 0 paiblico afetado, a3 grapos de interesse ete). ® F voltada para a andiise da viabilidade ambleniol de uma proposta: este ob- Jetivo-mestre da AIA é © que norteia todo © processo, ¢ sta finalidade; nao se estabelece uma série de requisitos © de procedimentos no vazio, mas para atingir determinado propdsito, perspectiva que nao se pode perder ao analisar 0 processo de ALA, pois procedimentos ou exigencias que nao se encaixem nessa Finalidade mio tém razao de ser e so mera formalidade burocratica. Estabelecidos esses fundamentas, pode-se definir processo de avaHiagdo de tmpacto ambiental como wit conjunte de procedimentos concatenados de maneira ligica, com. 4 finalidadc de analisar a viahilidade ambiental de projcios, planos ¢ programas, ¢ findamentar uma decisao a respeito. 0 conceito de processo de AIA & ampla e irrestritamente ulilizado nto na literatura especiaizada internacional como em documentos governamentais e de organizaces internacionais. 0 termo sistema de avaliagéo de impacto anibiental as vezes € em- pregado com significado prosimo 20 de proceso de ATA. Wood (1995) _utiliza-o, embora sem defini-to, no sentido de uma traducao legal do processo de AIA em cada Jurisdigtio, observando que “nem todos os passos do proceso de AIA (...) esto pre- semtes (..} em cada sistema de ALA" (p. 5} © que “cada sistema de AIA é produto de Pracesso ne Avatiacto ve bapacto AwalentaL E srus Opt um conjunto particular de circunstancias legais, administrativas e politicas” (p. 11). Espinoza e Alzina (2001) definem sistema de ATA como a estrutura organizativa ¢ administrativa necessdria para implementar 6 processo de AIA, que, por sua vee, & Gefinido como “os passos ¢ os estégios que devem ser cuumpridos para que uma anilise ambiental preventiva seja considerada suficiente e titil, de acorde com padrées usual- mente acettos no plano internacional” (p. 20). Portanio, um sistema de AIA é 0 mecanismo icgol e institucional que torna operacto- nal o processo de ATA em uma determinada jurisdicdo (am pais, um territério, um Esiado, uma provincia, um municipio ou qualquer outra entidade territorial admi- nistratival, 4.1 OS OBJETIVOS DA AVALIACAO DE IMPACTO AMBIENTAL A questo “para que serve a avaliagao de impacto ambiental?” vem scndo debatida desde sua origem. Esse debate tem sido ampliado @ medida que floresce 0 campo de aplicagdo da AIA. Se, de Inicio, a ATA voltava-se quase que exclusivamente a projetos de engenharia, seu campo hoje inciui ptanos, programas c politicas {a avaliagaa ambiental estratégica, que se consolidou a partir dos anos de 1980), os impactos da producto, consumo ¢ descarte de bens € servigos {a avalingio do ciclo de vida, que se consolidox # partir dos anos de 1990) ¢ # avaliacao da contribuigfo Hquida de um, projeto, um pmo, um programa ou uma politica, para a sustentabilidade (a andlise de susteniabilidade, que vem se firmatido na primeira década do século XXI). A compreensao de objctivas € propésitas da AIA é essencial para aprender seus papéis, € funebes, © também para sc apreciar seu alcance e seus limites, A ALA € apenas um instrumento de politica publica ambiental e, por isso, nao é a solugdo para todas as deficiencias de planejamento ou brechas legais que permitem, consentcm ¢ facilitam a continuidade da degradagao ambiental, Como lembrado por Wathern (1988a),“o objetivo da ALA nfo ¢ 0 de Zorcar os tomadores de decisdo a adavar a alternativa de menor dano ambiental. Se fosse assim, poticos projetos seriam implementados. O impacto arabiental € apenas uma das questées” (p. 19). Ortolano ¢ Shepherd (1995a, 1995b) enumeram alguns “efeitos da ALA sobre os projetos”, ou seja, os resultados reais da ATA e sua influén- cia nas decis6es: (i) etivada de projetos inviiveis; (ii) legitimago de projetos viavels; {ii selegzo de melhores alternattvas locacionais; (iv) reformulacio de planos e projetos; {) redefinicao de objetivos c responsabilidades dos proponentes de projetos. HA convergencia xa literatura quanto as fungdes da AIA. Glasson, Therivel & Chadwick (1999) desctevem essas fumcoes como (2) ajuda a0 proceso decisério; Gi) ajuda a elaboragao de projetos ¢ propostas de desenvolvimento: (iii) um instru- mento para o desenvolvimento susientavel. Sénchez (1993) propie que a ATA é eficaz se desempenliar quatro papéis complementares: (i) ajuda 2 decisdo; (8) ajuda & concepgio e planejamento de projetos; (iii) instrumemo de negociagaa social; iy) instrumento de gestdo ambiental A fungo da ATA no processo decisério é a mais reconhecida, Trata-se de prevenir danos ~ © prevengéo requer previsio, ou antecipaggo da provavel situacao furura (Milaré ¢ Benjamin, 1993). A AIA pressupbe a racionalidade das decisdes publicas, que devcriam sempre observar princfpios juridicos administratives, como 0 da essa agéncia governamental ten: a utribuighe de projetar © consiruir obras elvis, sem relacio direis com a defesa ou ourtras Funcoes castrenses, como Barragens, abras de prosegao contra enchenies, aberrura e canservagao de bias navegavets, liagdo de Impacto Ambientai: conceitos € métodos impessoatidade, 0 da moralidade publica e 0 da publicidade (Mukai, 1992). Ora, decises governamentais sempre estiverar sujeitas a pressdes € intesesses privados, ea simples introdugdo de um novo requisite, o ambiental, néo € suficiente para mu- dar praticas arraigadas. As pessoas encarregadas da torada de decisdes, priblices ox privadas, decidem acer ca daquilo que Ihes é submerido. Raramente os tomadores de decisao sao também criativos, inovadores ou empreendedores, Logo, a prevengao do dano ambiental n&o pode comecar pelo fim (a tomada de decisdo), mas, € clsro, pelo comeco, ow Saja, a formulacao, a concepgao ¢ 2 criagdo de projetos @ alternarivas de solugdes para determinados problemas. Astin, a fungi do proceso de ATA seria a de “incitar os proponentes a conceber projetos embientalmente menos agressivos e no simples- mente julgar se os impactos de cade projera sdo aceitaveis ou nao” (Sanchez, 1993, p. 21). © que tradicionalmente fazem engenheiros € outros tecnicos ¢ reproduzir, para cada novo problema, manciras de soluciond-los que atendem a certos critérias tecnicos ¢ econdmicos, enquanto o que se pretende com a ATA ¢ Introduzir 9 concelio de viabilidade ambiental ¢ coloca-lo ent pe de igualdade com os critérios tradicionais, de analise de projeto. Pela AIA haveria uma busca de solugdes que puddessem atender 0s novos ¢ mais exigentes critérios ambiemtais, o que, idealmente, resultaria em vm aprendizado e, consegiientemente, cm projets que levassem em conta os aspectos ambientais desde sua concepgdo. ‘Uma das grandes dificuldades priticas da AIA € fazer com que alternativas de menor Impacto sejam foreulzdas e anlisadas comparativamenie as alternativas tradicionais. Ortolano (1997}, ao estudar a resistencia cultural dos engenheiros do Corpo de Enge- mheiros do Exército Americano (U.S. Army Corps of Engineers)! as novas exigéncias ambicntais na andlise de projetos, obscrvou mudangas “notaveis" que se seguiram t contrataglio de "centenas de especialistas ambientais” para atender avs requisitos da NEPA. O autorconstata que alguns desses profissionais, contratados fundamentalmente para elaborar EIAs, souberam “influenciar os engenheitos responsaveis pela elabora- ao de projetos", encontrando, as vezes, solugdes inovadoras, Ortolano conchuiu que as mudancas “foram extraordinarias, dada a enorme burocracia dominada por enge- nhefros com uma tradicio de construtores, € seus atiados no Cangresso, interessados, em promover novos projetos em siuas bases politicas”, 0 conceito de viabilidade ambiental nao € univoco, como, aliis, também nao 0 € 0 de viabilidade econémica. Para a anilis¢ econémica, um projeto ¢ vidvel dentro de determinadas condigdes presemtes, dadas determinadas hipéreses que se faz sobre 0 futuro (custos, precos, demandas etc.) ¢ em fungdia do nivel de risco aceitavel para os investidores, Para a andlise ambiental, um projeto pode ser vidvel sob determinados pontas de vista, desde que certas condicdes sejam observadas (o acendimento a requi- sitos legais, por exempio). Mas os impactos socioambientais de um projete {que na analise econdmica sao tratados como externalidades) distribuemi-se de maneira desi- gual. Os grupos humanos beneficiados por um projeto geraimente nao so os mesos que suporiam as conseqhéncias negatives — um novo aterro sanitério beneficia toda 8 populagio de um municipio, mas pode prejudicar os vizinhos; uma usina hidrelé= ‘rica beneficia consumidores residenciais ¢ industriais, porém, prejudice aqueles que vivem na drea de inundacao. 0 Proceso os AVALIAgKO DE In¢PAcTo AMBIENTAL E StUS OBi © debate sobre onus € eneficios de projecos de desenvolvimento & atualmente mediado pela avaliacao de impacto ambiental, que passou a desempenhar um papel de instrumenta de negoctagdo entre atores sociais. Muites dos projetos submctidos a0 processo de AIA sio polémics, e pode-se mesmo argumentar que, se um projeto ndo for controvertido, nfo faz sentido submeté-lo a ALA: € melhor que sefa tratado por procedimentos mais simpies ¢ baratos, como o licenciamento ambiental tradicional, 0 processo de ATA pode urganizar 0 debate com os interessados (z constilta piiblica € parte do processo}, tendo o ELA ¢ 0 Rima como fontes de informacao e base para as negociagdes. A ATA tem também o papel de facilitar a gestéo ambiental do futuro empreen- dimento, A aprovacéo do projeto implica certos compromissos assumidos pelo cmpreendedor, que sio delineados no estudo de impacto ambiental, podendo ser modificados em virtude de negociagdes com os interessados. A maneira de imple- mentar as medidas mitigadoras e compensatérias, seu cronograma, a participagao de outros ateres na qualidade de parceiros © 05 indicadores de sucesso podem ser Quadro 4.1 Objetivos da avotiagdo de impacto ambiental bE as Coidid ofp ahibiertats Sejm expliettamente cstabelecidas durante 0 processo de TWAReGuaRE; ATA, gue n2o termina com 2 aprovacao —tatadas-¢,icorporads 40 prosesso.cke dorio, de uma licenca, mas continua durante 2. Antecipar, e todo 0 ciclo de vida do projeto. relevantes biofisicos, sociais e outros, - Protegeria, produtividalle e'd Gapadidai Para conchur esta segao, 0 Quadro 4.1 assim, Cornd.oy processos etolédiegs que antes mostra os objelives da AIA, segundo a 4. Promaver o desenvolvimento sustentavel e otimizar © uso ¢ as Associagio Internacional de Avaliagao oportunidades de gestao de secursos de impactos - 7ALA, Fonte: FAIA {1999} 4.2 O oRDENAMENTO po PROcESsO ne AIA E contra o pano de Fundo desses objetivos que deve ser entendida o processo de ATA. Embora as diferentes jurisdigdes estabelecam procedimentos de acordo com suas narticularidedes e a legislagio vigente, qualquer sistema de avaliagdo de impacto ambiental deve obrigatoriamente ter um certo nitimero ménimo de componentes, que sicfinem como serdo executadas certas Tarefas obrigatérias. Isso faz com que os sis- temas de AIA vigeates nas mais diversas jurisdicdes guardem intimeras semelhangas entre si, A Fig. 4.1 mostra essas atividades ao representar um esquema genérico de AIA. Nao se trata do processo brasileiro, paulista ou americano, mas de am proceso universal. Cada jurisdicgo pode conceder maior ox menor importéncia 2 alguma des- sas atividades, ou até mesmo omitir uma delas, mas, essencialmente, 0 processo sera sempre muito semelhante. A literatura internacional sobre AIA valida a fdéia de um proceso genérico, Wathern (1988a) fala em “principais componentes de um sistema de ATA", Wood (2995), um dos principais pesquisadores sobre estudos comparativos em AIA, fala em “elementos do proceso de AIA’. Para Glasson, Therivel ¢ Chadwick (1999), “ene esséncia, ATA € um provesso, um processo sistematico que examina as conseqiiéncias amblentais de ages de desenvolvimento, previamente’ (p. 4). Espinoza e Alzina (2001 mostram um processo de AIA “padronizado” ou “cldssico”, André et al (2003, p. 69) apresentam um “processo tipo de AIA”, Weaver (2003) descreve 0s principais “passos” , minimizar ou compersar o5 efelios negatives teab rialiois, 95 HA Matiacdo de Impacto Ambiental: conceitos € métodos -presentagSo de ume proposta do proceso. © Manual de Treinamento Fraps inicialstriagem | em Avaliagdo de impacto Ambiental, do ‘As poposta pe cavsarmnpactos Programa das Nag6es Unidas para 0 Meio ambietas sigatcotivas? Ambiente (Unep, 1996), define um pro- cesso de AIA e seus “principais estigios”. BD Tver a 0 Estude Internacional sobre a Eficacia da Avaliagdo de Impacto Ambiental (Sadler, | atc srs st | 1996) estabelece os elementos basicos do processo,ao passo que os Prinefpios para as Uenciamento —__t eran apoiads Melhores Priticas da Avatiagdo de Impac- ambiental convencal ose meat 10 Ambiental, elaborados peia Associagéo | Internacional de Avaliagdo de Impactos, descrevem “principios operacionais” ¢ “os serait do principais passes e atividades especth- ‘sort eto cas” da AIA (AIA, 1999). Finalmente, @ 6° Conferéncia das Partes da Convencdo da Diversidade Biolégica reitera 0 estabe- ‘Anlisethenica poate do Jecido na literatura internacionsl em suas ike Bima | Ditetrizes para incorporagito de questies Const pie relativas @ biodiversidade & legislagao ef ow ao process de avaliagéo de impacto Deeisso ambiental @ avaliagdo ambiental estra- régica {Resolucko VIJ7). Anilise detalnada Rearovagio ‘Ayrovaeso Pode-se dividir 0 proceso de ATA em trés tapas, cada uma delas agrupando Hapa pés-aprovacto diferentes atividades: (i) a etapa inicial, Mositocomentd c gestao ambiental.) —«{il) a etapa de andtise detalhada e (iii) a ‘ etapa pés-aprovacto, no caso da decisto Acarpanhariento. ter sido fayordvel & implantagio do empreendimento. As etapas iniviais (ém a fungio de determinar se € necessério avaliar de maneira detalhada os impac~ tos ambientais de uma futura ago ¢, em caso positive, defmir o aleance e a profundidade dos estudos necessérios. Pode-se exemplificar com a legislagdo ambiental brasileira, segundo a qual uma série de em- preendimentos sao sujeitos ao ficenciamento ambiental, mas nem todos precisarm da preparacéo previa de um estudo de impacto ambiental. Segundo o regime de licen- ciamento, as atividades que utilizam recursos ambientais ou que, por alguma razio, possam concorrer para degradar a qualidade ambiental, devem obter previamente uma autorizacdo governamenrai, sem a qual nan podem ser construidas, instaladas nem funcionar. Em alguns desses casos, quanda houver o patencial de ocarréncia de impactos ambientais significativos, a autoridade governamental exigiré a apresemtagao de um estudo de impacto ambiental. 4.1 Processo de avoliagdo de impacto ambiental E importante notar que, na hipdtese de nia serjulgade necessério apresentarum estuda de impacto ambiental, ha outros instrumentos que permizem um controle governa- mental sobre essas alividades e seus impactos ambientais. Assim, o licenciamento ambiental baseia-se em diferentes normas — téenicas ¢ juridicas —, que regulam € disciplinam a atividade licenciada, como, entre outras, normas © padroes de emissies de poluenics, regras de destinacdo de residuos sdlidos, regras que determinam a manutengdo de uma certa porcentagem de cobertura vegetal em cada imével rural € © zoneamcato, que estabclece condigdes € fimitagdes para 0 exercicio de uma série de atividades em fangao de su localizagio. 0 pracedimento de andlise desalhada ¢ apticada somente aos casos de atividades que ienham 0 poiencial de causar impactos significativos. A anélise detalhada, por sua ver, € composta de uma série de atividades, que vio desde a defimicao do conteide preciso do estudo de impacto ambiental até sua eventual aprovagio, par meio de um proceso decisério préprio a cada jurisdigao. Finalmente, caso o empreendimento seja implantado, a avaliagéo de impacto ambiental continua, por melo da aplicagdo das medidas de gestio preconizadas no estudo de impacto ambiental ¢ do monitoramento dos impactos reais causados pela atividade, no mais, portanto, como exercicio de previsdo de conseqiigneias futuras, mas por meto de comparacdo entre a situagio posterior & implantagao do empreendimento con a situacio anterior. Um bom estudo de impacto ambiental fornecerd elementos © informagoes de grande valia para a gestdo ambiental do empreendimento, prineipal- mente se for adotado um sistema de gest3o ambiental nos moldes preconizados pela nortaa 180 14.001, 4.3. AS PRINCIPAIS ETAPAS DO PROCESSO A Fig. 4. representa um processo genérico de AIA. Cada jurisdicao, baseada em suas leis ¢ normas juridicas, assim como em sua estrutura institucional e seus proce- dimentos arministrativos, adapta o processe genético as suas necessidades. Esse modelo genérico simplesmente representa uma concatenac&o légica para atender 4 necessidade de executar certas tarefas. Os componentes bisicos do processo de ALA, que correspondem as tarefas a serem realizadas, sto: AAPRESENTACAO DA PROPOSTA 6 processo tem inicio quando uma determinada iniciativa, como um projeto ou um plano, programa ou politica (PPP) ¢ apresentada para aprovacio ou anilise de uma insténcia deciséria, no Ambito de uma organizacdo que pessua um mecanismo institucionalizado de decisao. Essa organizacéo pode ser uma empresa privada, um organismo financeiro, uma agéncla de desenvolvimento, ou ainda um drgao gover namenial. Esie tiltimo é 0 caso mais geral e por isso seré usado aqui como modelo de referéncia. Normalmente deve-se descrever a iniciativa em suas linhas gerais, infor- mando a localizag3o de um projet ou a abrangéncia de um PPP. Muitas {niclativas tém baixissimo potencial de causar impactos ambientais relevantes, enguanto outras, incontestavelmente, serio capazes de causar profundas e duradouras modificagécs, Como regra geral, a avaliagio prévia dos impactos ambientais somente sera reali- zada para as Inicialivas que tenham o potencial de causar impactos significativos’, Na Fig. 4.1, para fins de simplificacdo, ¢ ntilizado o termo “proposta” para designar qualquer ago que possa causar impactos ambientals (significativos ou nao), incluindo projetos, programas ou politicas. © Proceso De AvatiAcAd n€ Impacto Anpikvral E seus OBvETN 2Esse principio cosiuma ser egatmense estabelecide, por exempta, na Nepa ena Constitwigio Federal brasileira (Ari, 225, $1, TY). liacdo de Impacto Ambiental: conceitas ¢ métodos °Na literatura de Fiagua inglesa, essa etapa € conhectda como seveening, rerma que também ade ser rraduzide spor classifieastia, ou ainda enquadramenro, Na literatura de Lingua inglesa, essa etapa € cankecida ‘como scoping. Na legislacto portuguesa, € denorrinada “definigaw do Ambitv do estudo de impacto ambiental” No Quebec, é conliecida como dcfinigaa do aleance {portee) do estudo de impacto ambiental, Adota- se agui a palavra escape, com 6 significado de ‘alvo, mira, invite, intengto. ‘Também para fins de simplificacao, denomina-se “licenciamento ambiental conven- clonal” 0 procedimento de analise de solicitagdes de licenga ambiental que nio requeira a apresentagto de um estado de impacto ambiental. Deve-se notar que a expressao "licenciamento ambiental convencional” nao existe na legislacio brasileira © € empregada aqui somente para fins didticos. TRiAGEM? Trata-se de selecionar, dentre as intimeras agdes humanas, aquelas que tenham um potencial de causar alteragies ambientais significativas. Devido a0 conhecimento acumutado sedre o impacto das agdes humanas, sabe-se de nmitos tives de agées que realmente tém causado Impactos significativos, enquanto outras causam impactos irrelevanies ou tem medidas amplamente conhecidas de controle dos impactos. Ha, porém, um campe intermediario no qual nao sto claras as conseqliéncias que padem advir de determinada ado, casos em que unt estudo simplificado ¢ necessario para enguadrd-la cm uma das categorias. A triager resulta em um enquadramento do projeto, usualineme em uma de tres categorias: (a) so necessarios estudos aprofun- dads; (b) nao so necessarios estattos aprofundados; (c) ha davidas sobre 0 potencial de causar impactos significativos ou sobre as medidas de controle, Os eritérios basicos de enquadramemto costamam set: # Listas positivas: sAo listas de projetos para os quais € obrigatdria a realizagio de um estudo detaihado; Listas negativas: sdo Listas dc exclusdo, que compreendem projetos cujos impactos sao sabidamente pouco significetivos ou projetos para os quats ¢ conhecida a chicdcia de medidas, téenicas ou gerenciais, para mitigar os impactos negativos; #% Critérios de corte: aplicados tanto para listas pasitivas como para listas negatives, geralmente baseados no porte do empreendimento; ® Localizagéo do empreendiracnto: em areas consideradas sensiveis, pode-se exigir a realizacao de estados compleios independentemenie do porte au do tipo de empreendimento; # Recursos ambientais potencialmente afetados: para projetos que afetom determi- nnados tipos de ambiente que se qucira proteder (como cavernas, dreas timsidas de importancia interacional ete: As listas auxiliam no enquadramento, mas mio conseguem resolver todas as situa- ses, A elaboragao de algum tipo de estudo simplificado prética comnm em intimeras Jurisdigdes (Canada e Estados Unidos, por exemplo). DeTeRMINACAO DO ESCOPO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL* Nos casos em que se mostra necessaria a realizac3o do EIA, antes de inicii-lo & pre- ciso estabelecer seu escopo, ou seja, a abrangéncia e a profundidade dos estudos a serem feitos. Embora 0 contetide genérico de um ELA seja definido de antemao pela prdpria regulamentacao, tais normas sto gerais, aplicando-se a todos os estudos; por- tanto, nfo podem ser normas especificas rem normas aplieaveis a um caso particalar, uma vez que a regulamentagio deve prever todas as situacdes possiveis. Na verdade, em fungio dos impactos que podem decorrer de cada emprecadimento que deve ser definida um plano de trabalho para a realizagéo de estudos, que, uma vez concluidos, ‘mostrario como se manifestardo esses impacts, sua magnitude ou intensidade ¢ os incios disponiveis para mitigé-los ou compensi-los. coeiey (0 Processo o€ Avaliacio ne IweacTa AMBIENTAL F SEUS Por exemplo, en um projeto de geracdo de eletricidade a partir de combustiveis fés~ seis, evidentemente o FIA deverd dar grande ateng3o aos problemas de qualidade do ar. Jd em uma barragem, certamente devem reccber grande atencdo as questbes relativas a qualidade das dtfuas, a existéncia de cemanescentes de vegetagéo nativa na area de intmdacio ¢ A presenca de populagdes ¢ atividades humanas nessa area, enquanto a qualidade do ar possivelmente seria tratada de maneira répida no EIA, uma vez que os impactos de uma barragem sobre esse elemento S30 geralmente de pequena magnitude ¢ importincia, A ctapa de determinagao da abrangéncia € usualmente cancluida com @ preparagio de um documento que estabelece as diretrizes dos estudos a serem executados, conhe= cdo como rermos de referéncia ou instrugses téciticas. EtasoracA0 DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL Essa € a atividade central do proceso de avaliago de impacto ambiental, a que normalmenie consome mais tempo € recursos ¢ cstabelece as bases para a andlise da viabilidade ambiental do empreendimento. 0 estudo deve ser preparado por uma equine composta de profissionais de diferentes areas, visando determinar a extensio © a itmensidade dos impactos ambientais que poderd causar e, se necessario, propor modificasdes no projeto, de forma a reduzir ou, se possivel, eliminsr os impactos negatives. Como os relutérios que descrevems os resultados desses estudos costusniam ser bastante wcnicos, ¢ usual preparar um resumo escrito em linguagem simplificada © destinado @ comunicar as principais caracteristicas do empreendimento © seus impacts a todos os interessados?. ANAUSE TECNICA D0 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL Os estudos devem ser analisados por uma terceira parte, ntormalmence a equipe técnica do drgio governamental encarregado de autorizar o empreendimento ~ ou a cquipe da instituisao financeiva & qual foi solicitade um empréstimo para realizar 0 projeto. Trata-se de verificar sua conformidade aos termos de referéncia e & regulamentagao ou procedimentas aplicdveis. Trata-se também de verificar se 0 estudo descreve adequadamente 0 projeto proposto, se analisa devidamente seus impactos ¢ se propde medidas mitigadoras capazes de atenuar suficientemente os impactos nega- tivos. A aniilise é feita néo somente por equipe multidisciplinar, como também pode ser interinstitucional, ou seja, podem-se consultar diferentes drgtios especia- Tizados da administracao, como aquele encerregado do patriménia cultural, oa 0 responsavel peia utilizacao das aguas de uma bacia hidrogedfica. Normalmente os analistas preocupam-se mais com os aspectos técnicos dos esiudos, como o grat de detathamento do diagnéstico ambiental, 0s métodos utilizados para a previsao da magnitude dos impactos e€ a adequagao das medidas mitigadoras propostas. As manifestagdes expressas na consulta piblica podem ser consideradas ¢ eventual meate incorporadas para fins de andlise dos estudos. Consutta PUBLICA Desde sus origem, na legisiacde americana, o processo de ALA compreende mecanismos formals de consulta aos imeressados, inclaindo os diretamente afetados pela deciso, No Brasil, a requlamentacdo tora obrigasiria a preparagho desse documento, denoreinade relatirio de impacta ambiental ~ Rima. Na fterarura ae Hing inglesa, o termo correspondente & Tollove-up. faliago de Impacto Ambiental: conceitos e métados mas nio se limirando a estes. Hé diferentes procedimentos de consulta, dos quais a audigncia publica € um dos mais conhecidos. Hé também diferentes momentos no proceso de AIA nos quais pode-se proceder & consulta, como a preparagao dos termos de referencia, a etapa que leva & decisto sobre a necessidade de realizacdo de um estudo de impacto ambiental, ou mesmo durante a realizacao desse estuda, Apés sua conclusao, no entanto, essa consulta é mais tipica e necessdria, ja que somente esse momento haveré 0 quadro mais completo possivel sobre as implicagdes da de- cisdo a ser tomada, Decisdo 03 modelos decisérios no processo de AIA so muito variados ¢ estio mais Tigados a tradiedio politica de cada jurisdicao que a caracteristicas intrinsecas da avalfacao de impacto ambiental. Em linhas gerais, @ decisdo final pode caber (i) & autoridade ambiental, (if) & autoridade da area de tutela & qual se subordina © empreendimento {decisies sobre um projeto florestal, por exemplo, cabern a0 ministério responsdvel por esse setor), ou lili) ao governa (por mefo de um conselho de minisiros ou do chefe de governo}. Ha ainda o modelo de decisto colegiada, pur meio de um canselho com participagio da sociedade civi] - muito usado no Brasil - em que esses colegiadas sto subordinados & autoridade ambiental, Trés tipos de decisdo so possiveis: {i) nic autorizar 0 empreendimenta, (il) aprova-lo incondicionalmente, ov (iii) aprové-lo com condighes. Cabe ainda retornar a etapas anteriores, solicitando modificagdcs ou a complementacaa dos estudos apresentados. MoniToRAMENTO GESTAO AMBIENTAL ‘Em seqiiéncia a uma decisio positiva, « implantagao do empreendimento deve ser ‘acompanhada da implementago de todas as medidas visando reduzir, eliminar ou compensar 0s impactos negativos, ou potencializat os positivos, 0 mesmo deve ser observado durante as fases de funcionamento ¢ de desativacao ¢ fechamento da obra ow atividade. A gestdo ambicntal, no sentido aqui empregado, corresponde a todas: as atividades que se seguem ao planejamento ambiental e que visam assegurar a implementacéo satisfatoria do plano. 0 monitoramento € parte essencial das ativi- dades de gestio ambiental ¢, entre outras fungdes, deve permitir confirmar ou nio as previsoes feitas no estudo de impacto ambiental, constaiar se o empreendimento atende aos requisitos aplicaveis (exigencias legais, condigdes da licenga ambiental ¢ outros compromissos) ¢, por conseguinte, alertar para a necessidade de ajustes ¢ correcdes. A gestio ambiental € hoje uma atividade cada vez mais sofisticada € hi diversas ferramentas desenvolvidas para gest4o de empreendimentos e de organizacies, ‘que podem ser conjugadas ¢ integradas 4 avaliacdo de impacto ambiental (Sanchez, 2006a), (ais como sistemas de gestio ambiental (ISO 14,001), auditorias ambientais, (IS0 19.011) c avaliacgo de desempenho ambiental (ISO 14.031}. ACOMPANHAMENTO® ‘Tem-se constatado, no mundo todo, varias dificuldades na correta implememagéo das medidas propostas pela esiudo de impacto ambiental e adotadas como condigées 0 Processo n& Avatiacta De Impacto AMBIENTAL E seus ORiET? vinculadas & Heenca ambiental do empreendimento (de acordo com, entre outros, Sadler, 1996). Por essa raztio, tem sido buscados mecanismos para garantir 0 pleno cumprimento de tados os compromissos assumidos pelo empreendedor ¢ demais inter- venientes, 0 acompankamento agrua o conjunta de atividades que se seguem & Acciséo de autorizar a implantacao do empreendimento, As atividedes de acompanhamento inchiem fiscalizagao, supervistio efou auditoria, observando-se que 0 monttoramento € também essencial para esta etapa, A fungso da supervisio € primariamente a de assegurar que as condigdes cxpressas na au- torizagéo (Hicencas ambientais, no caso do Brasil) sejam efetivamente cumpridas. No sentido empregado aqui, a superviséo ambiental é realizada pelo empreendedor, a0 passo que a fiscalizacao & uma fungio dos agentes governamentais: ja a auditoria podic ter caréter ptibtico ou privada, Documentacko A complexidade do processo de ALA e suas miiltiplas atividades tornam necesséria a preparacto de grande niimero de documentos. 0 Quadro 4.2 fornece uma visi de conjunto da documentagSo, tomando por base as exigéucias brasileiras de ficen- ciamento ambiental. Dada a relativa outonoraia de cada Srgio licenciador, & parte © {ermo estado de impacto ambiental, os nomes dados a cada documenta dependeréo da regulamentacao em vigor em cada jurisdigso. O grande mimero de documentos cnvol- Vides da uma ideia ¢o tempo necessério até a obrencae de uma ticenga ambiental, & (ambem permite mferir que os custos nio sio despreziveis, tanto para o empreendedor como para 0 agente publico gestor do processo. 4.4 O processo DE AIA No Brasit A primeira norma de referéneia para avaliagko de impacto ambiental no Brasil foi a Resolucdo Conama 1/86. F essa resolugio que estabelece a orientacao basica para a preparagio de um estudo de impacto ambiental. Ainda que de modo cenciso, os principais elementos do processo de ATA sio iratados nessa norma, Outras resolugées Conama ¢ regulamentos cstaduais e municipais estabelecem requisitos adicionais, mas os clementos essenciais do processo estdo inaltcrados desde 1986. ‘® Triagem: ¢ feita por meio de uma lista positiva (Art. 2°) (outras resolugdes do Conama introduziram owtros critérios deflagradores para um ETA, conforme Cap. 5). '® Determinagdo do escopo: o pargrafo tinico do Art. 6° estabelece gue cabe ao orgao liceneiador definir “instrugies adicionais” para a preparagio dos estudos de impacto ambiental, levando em conta “peculiaridades do projeto e caracteris~ ticas ambientais da drea” (Nao ha requisitos de procedimento para a definigao. da abrangéncia de um E1A. 0 orgdo ambiental pode fazé-lo internamente, sem nenhuma forma de consulta). # ElahoragSa do BIA € do Rima: tratada nos Arts. 5°, 6", 7%, 8° ¢ 9°; a Resolucao estabelece as diretrizes ¢ 0 contetida minimo dos estudos, ¢ define a respon- sabilidade por sua execugdo (“equipe multidisciplinar habilitada”) e a quem sao imputados os custos (ao empreendedar). Andlise técnica do EIA: 0 Art, 10 estabelece que deve haver um prazo para manifestacgdo do érgao licenciador, mas nao estipula esse prazo. or FVeliacao de Impacto Ambiental: conceitos ¢ métodas % Consulta publica: o Art, 11 determina que o Rima sera acessivel ao ptiblico © aos drgios puiblicos que manifestatem interesse ou tiverem relagdo direta com 0 projeta: os interessados terdo um prazo para enviar seus comentarios; poderd ser promovida audiéncia publica para “informacio sobre o projeto € seus impactos ambientais € discussao do Rima’, Quadro 4.2 Principis documentos ténicos ds diverse etaps do processo de avagdo de impacto ambtetal Memorial descritiva Apresentacdo ——_Parecer té | de aveliagdo ambiental do projeia! a proposta €.0 tipo de estuco ambiental necessirios Publicagéo em jorral enunciando 2 intencio de realizar determinada iniciativa? Avaliagio ambiental /< Tiiagen _Pasecer técnica obs o vel de avalide anbietl Fetacoro ce scoping Anise teenies do retatirio IMentifeagdo de questacs ede alternatives que accessitem mus eetades Defnisiodafbvancéncae «dO prajeta, caso em que sao estabelecidas contd de estado condigdes para sua implantacéo ¢ funcio- taboragdo do Bia namento. Quando se trata de casos mais A sd do fin comptexos, todavia, o relatéria de scoping 1 forma a base para o futuro estuto de Aeros Impacto ambiental; nesse caso, um novo Dee sree plano de estudos € apresentado, aprovei- selcisio aresntada tarda os levantamentos e as andlises jd tee realizados. Apés a aprovagio desse plano pela autoridade competente, © interesseddo Cordgsedeenmvise repara c apresenta 0 BIA. Aejetada Etapa pos-aprovagao Plana de esto ambienta’ e maniterament ‘A. consulta publica ocorre em viirios momentos: na definic&o do conteido do rela- Fig. 4.3 Process0 de ovatiaedo de imoocto ambiental na Aitica da Sui trio de scoping e em sua anélise, ¢ também Fante:Adapstade de Rassouvi et of {2003} na preparagao do plano de estudos para 0 O Proceso ve AvaLiacdo ve Inapacto AMBiENTAL £ seus Opver ELA e em sua andlise. Apés aprovacdo do FIA, a autoridade decide sobre a aprovagio do prajelo, podenda impor condigées ¢ requerer a preparacao de um plano de gestao ambiental. Esses dois exemplos ilustram aquilo que foi afirmado ao infefo do capitulo acerca da convergéncia dos sistemas de avaliagao de impacto ambiental. Swas semelangas devem-se aos ohjetivos similares,

You might also like