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1.2 Equagées Lineares " [EEED sistemas de Equacées Lineares Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 soLucao ‘Um conjunto finito de equagdes lincates ¢ chamado sistema de equagées lineares, ou simplesmente sistema linear, Uma solugio que satisiaz todas as equagoes do sistema € chamada solugio do sistema. Acesséncia da algebra linear é um procedimento rotineiro de encontrar todas as solugses de qualquer sistema de equag6es lineares. Primeiro vejamos alguns exemplos. No Exemplo 1, 0 sistema de duas equagées lineares BF FMM a wtaco x = [*] = [0] Bet 50,000 71> [aso (Observe que ess sistema tem uma tinica solugéo, [Um sistema de equagies pode nao ter solusio, Por exemplo, o sistema xty =1 x -2=2 yeral iio tem solugao, Na verdade, a soma das dltimas duas equagdes da x + y = 3, contrariando @ primeira equagio, Um sistema de equagGes lineares ¢ chamado inconsistente” se le nao tiver nenhuma solucao, ¢ o sistema € chamado consistente quando ele admitir uma ou mais solugoes. Verifique que X = [1+ 5 244s st] éumasolugéo para o sistema sir 2e b3xy tay 3 Ixy — mt Baya = 0 para todos os valores dos niimeros 5 t, nesse contexto chamados pardmetros. Simplesmente substitua xj = 141 5,x = 24145 m= sex my-2n tig ty= (Ltt) 20+ E+s) + 3st t= Inj =m +3) y= UL += 3) HTS) em cada equacio: 3 aso Como ambas as equacdes sao satisfetas, X € solugdo para todo se todo t. Observe que esse sistema tem infinitas solugées, pois ha infinitas escolhas para os parimetros 5 ¢ De fato, toda solucao do sistema no Exemplo 5 € da forma mostrada, para alguma escolha de parimetros st, Para entender por que isso acontece, e para ver como se chega a conjuntos de solugdes como aqueles do Exemplo 5, desenvolvemos um procedimento geral para encontrar solugées dessa forma. Para simplificar os céleulos,introduzimos a notacao matricial para descrever sistemas de equacdes lincares, Dado o sistema wo Dat Bas x 3 Iya tay = 0 de duas equagdes ¢ quatro incégnitas, os coeficientes das incdgnitas formam uma matrin 2x4 chamada matriz dos coeficientes do sistema. A matriz. 2x5 ern TT Oreos imponivel cicomptivel usm sl dos prs enamina um stem de gues nets inonsie ‘sm ome a os paseo eampaelseumbem empregas pra deg am sea de eure content 12 Exemplo 6 SoLUGAO Cartruro 1 Equagdes Lineares e Matrizes € chamada matriz completa ou também matriz aumentada do sistema (€ a matriz dos coeficientes acrescida da coluna formada pelos termos constants) # evidente que o sistema fica totalmente descrito pela matriz completa,” portanto, nao é surpresa que possamos encontrar todas as solugoes do sistema com a manipulagio dessa matriz Para ver como isso ¢ feito, convém chamar dois sistemas de equivalentes se eles possulrem as mesmas solugdes. Comegando com um dado sistema de equagoes lineares, 'n6s 0 resolvemos escrevendo uma série de sistemas, um depois do outro, cada um deles ‘equivalente a0 anterior. Como todos os sistemas tém as mesmas solugdes, a finalidade & encontrar um que seja facil de resolver, Existe um método simples e rotineiro de realizar isso. ‘© exemplo a seguir proporciona uma ilustracao. Encontte todas as solugdes para o sistema do Exemplo 5: ayo dm 3m bay 3 2x =a b 345m = 0 weno basa al inet elimina, deg por meio da bag dea wae prime host devon Ovoladosoveune sta compan des at completa). an-m ay - iy bey tay = 3 [2 os dm. —3xs— 3 = 6 Esse novo sistema & equivalent a0 original (ver Teorems Ia seguit), Observe que anova ratriz completa pode ser obtidaditetamente da original se subtrairmos duas vezes a primeira linha da segunds. ‘Agora multiplicamos a segunda equagdo por } para obter outro sistema equivalente 3 syn de tis tx o eee 2 Mais una vez, a nova matriz completa é resultado da multiplicasio da segunda linka por }. Finalmente, eliminamos da equaeio | pela adigio de duns vezes a segunda equagio 8 primeira, O resultado 60 sistema (equivalents) 4 ty—Kel oa] Esse sistema € facil de resolver. De fato, escolhendo-se arbitrariamente mtimeros x ¢ x, entdo x; € 2 podem ser encontrados de maneita que as equagSes sejam satisfeitas. Mais precisamente, se estabelecermos que xy = s€ que x; = (onde se fsio parimetros arbitrdrios, as equagSes passam a ser x; + 5~t 2, portanto, x=l+ Dees Isso nos di a solusio exibida no Exemplo 5 ¢, como todos os sistemas na série si0 ‘equivalentes (como serd provado no Teorema 1), obtivemos todas as solugbes para 0 problema original Observe que, a cada estégio do procedimento acima, uma certa operagio € executada no sistema (e, portanto, na matriz completa) para produzir um sistema equivalente. ‘As operagbes a seguir, chamadas operacdes elementares, podem ser efetuadas rotineiramente em sistemas para produrir sistemas equivalentes: 1 Trocara ordem das equasses — Multiplicar uma equagao por um miimero diferente de zero. HI Somar win multiple de uma equagito com outra equasao. 7 und un era evade por um computa, lind mai complet, 1.2 Equagées Lineares 13 Valemo-nos apenas das procedimentos I e II pars o célculo no Exemplo 6, mas a operagio do tipo 1 as vezes também tem sua utilidade, O teorema a seguir € crucial para o método que cstamos desenvolvendo. TEOREMA @ DEMONSTRACAO Exemplo7 SoLUcAo Se uma operagao elementar € executada em um sistema linear de equagbes, 0 sistema resultante é equivalente ao original Demonstraremos o teorema para operagées do tipo IML; argumentos semelhantes funcionam para operagdes dos tipos Ie I. Suponha que modificamos o sistema original mediante a substituigdo da equagao p por ‘uma nova equagio, formada pela adicao de um miitiplo de outra equagao q a equacao p. Entéo qualquer solugdo do sistema original ira satisfazer a nova equacao (pois saisfaz ambas as equagies p ¢ ) ¢, portanto, seré a solugdo do novo sistema, Em contrapartida, 0 novo sistema contém a equagao q (porque p e q s40 equagdes diferentes). Isso significa que 0 novo sistema pode ser transformado de volta ao sistema original mediante a subtracao da nova cequagdo pelo mesmo miltiplo da equagao Logo, o mesmo argumento mostra que toda solusio para o novo sistema é uma solugdo do sistema original. Conseqiientemente os dois sistemas tém 0 mesmo conjunto de solusdes; portanto, operagdes do tipo III produzem. sistemas equivalentes. (0 Teorema 1 tem consequéncias profundas na algebra linear. Particularmente, ele possbilita o uso do procedimento do Exemplo 6 em qualquer sistema de equagies lineares. Aida € aplicar ao sistema uma série de operagies elementares com o objetivo de encontrar um sistema de fécil resolugdo. Como todos os sistemas criados dessa maneira s20 equivalentes (pelo Teorema 1), as solugées do sistema facil de resolver so também as solugbes do sistema original ‘Como no Exemplo 6, as operagdes clementares efetuadas em um sistema de equagoes lineares produzem manipulasées correspondentes nas linhas da matriz completa (vistas como matrizes-linha). Em caleulosfeitos a mao (e em programas de computador) linhas 0 ins fceis de manipular do que equagdes. Por esse motivo, reenunciamos as tés operagses clementares para as linhas 1 Trocar a ordem das linha. I Multiplicar wna linha por uns rsimero diferente de zero. TH Somar um multiple de uma linka com outra linka, sas sio as chamadas operagies elementares com as inhas. Temos aqui outro exemplo do nosso método no qual todo o célculo é efetuado por meio da manipulacio da matriz completa Encontre todas as solugoes para o seguinte sistema de equacées lineares: nit m—3y= 3 tm -4 de 42x 435 = 7 ‘A matriz completa do sistema original & bie Comecamos utilizando o 1 no canto superior esquerdo para “limpar” a coluna 1; ou seja, para obter zeros nas outras posigdes (isso corresponde a eliminar x, das equagGes 2 € 3) Mais precisamente, adicionamos duas vezes alinha 1 linha 2 e subtraimos quatro vezes a linha 3 da linha 1. 0 resultado é | | Isso completa o trabalho na coluna 1 14 Cartrvro 1 Equagées Lineares ¢ Matrizes Agora, usamos o 1 na segunda posisio da linha 2 para limpar a coluna 2; isto 6, para ‘obter zeros nas posigdes acima e abaixo (isso corresponde a eliminar x; das equagdes 1 € 3). ‘Conseguimos isto subtraindo a linha 1 da 2, e adicionando duas veres a linha 2 & linka 3, Assim, temos ‘Observe que essas duas aperagées ndo afetaram a coluna 1 porque o primeito elemento da linha 2 € zero ‘A seguis, dividimos a linha 3 por 3 para obter o niimero I na terceira posigio: [ita] Finalmente, limpamos a coluna 3 por meio da subtzaglo da linha 1 pot pela adigio de seis vezes a linha 3 8 linha 2: ere (0 sistema de equagdes lineates correspondente & a =2 a solusio (dnica) X = [2 0 —2]" estéaparente. Como esse sistema de equagées ‘equivalent ao sistema original, essa €a solugdo para o sistema original. [EEE Método de Eliminagao de Gauss" Nos cdlculos dos Exemplos 6 e 7, operagdes elementares com as linhas (na matriz completa) conduziram a matrizes da forma respectivamente, onde cada * indica um niimero. Em ambos os casos, a solus80 foi faciimente ‘obtida pelos sistemas de equagées correspondentes. As matrizes que aparecem sio geralmente deseritas da maneira a seguir. Dizemos que uma matriz esté na forma escalonada por linha (c ser chamads matriz, escalonada por linhas’) se as seguintes condigoes forem satiseitas 1. Todas as linhas nulas esti abaixo de todas as linhas néo nulas 2. O primeiro elemento nio nulo em cada linha nao aula € igual a 1 ¢ € chamado piv.” 3. Cada pivé se localiza a diteita de todos os pivds das linhas acima dele. ‘Uma matriz esté na forma escalonada reduzida se, além disso, satisfizer 4. Cada pivé € 0 nico clemento nao nulo em sua coluna dich Gu 1777-1055) fo um ds moe mate dead eos. He rei Secor Fndamecais toto os epoca meni fer emporane conus sano 8 fa ISIT'04 sinseneatedanmisade mau ecloneds [NTT-Algey stor cham kde 1.2 Equagées Lineares 15 ‘Assim, as matrizes escalonadas possuem uma forma de “escada” como indicado a seguir {novamente, 0s asteriscos indicam nuimeros arbitrarios): Os pivds se localizam & direita e abaixo uns dos outros, a0 longo da matriz, ¢ todo elemento & esquerda e abaixo de um pivé é nulo, Em uma matriz escalonada reducida, a condigio adicional é que todos os elementos acima de cada pivé também sejam nulos. Qualquer rattiz escalonada pode ser colocada na forma reduzda por meio de mais algumas ‘operagses elementares por linhas (zerando um por um os elementos acima dos piv) Exemplo 8 A primeira matriz abaixo esta na forma escalonada, ¢a segunda, na forma escalonada ~~) reduzida, para qual pode ser transformada por meio de operagdes por linhas: mies Em geral usamos uma seta —> para indicar que foram efetuadas operacoes com as linha. ‘Aqui temos um procedimento pelo qual qualquer matri2 pode ser levada & forma escalonada (e depois, a forma escalonada reduzida, se desejado) utilizando nada além de ‘operagies elementares de linhas ALGORITMO DE GAUSS? Qualquer matriz pode ser levada a forma escalonada pelo método a seguir: Passo 1. Sea matrix consiste inteiramente de zeros, pare: ela jé se encontra na forma cexcalonada, Passo 2. Caso contrério, encontre « primeira coluna, vindo da esquerda, que contém um elemento k nao nulo, e mova a linha contendo esse elemento ao topo da matriz. Passo 3. Multiplique a linha no topo por } para obter o primeiro pivd. Passo4. Anule cada clemento abaixo do piv6, subtraindo miltiplos de suas linhas das linhas inferiores Isso completa a primeira linha; todas as demas operagdes por linha sto efetuadas nas ddemais linhas, Passo 5. Repita os passos 1-4 na matriz formada pelaslinhas remanescentes. Observe que o algoritmo de Gauss’ é recursivo no seguinte sentido: depois de se obter 0 primeiro pivé, todo o processo € repetido nas demaislinhas. Isso torna féeil de se usar 0 método no computador. Observe ainda que, no passo 4, podemos também anular cada clemento acima do piv. Nesse caso, o algoritmo leva a matriz forma escalonada reduzida (como nos exemplos 6 ¢ 7). A razao para a distincao entre as duas formas de escalonamento serd discutida posteriormente. algoritmo de Gauss certamente demonstra o teorema a seguir, TEOREMA €) Toda mattz pode ser colocada na forma escalonada (reduzida, se desejado) mediante uma seqUéncia de operagies elementares por linkas Exemplo 9 soLucAo Método de Eliminagio de Gauss Cartruro 1 Equagdes Lineares e Matrizes Encontre todas as solugdes do seguinte sistema de equagdes lineares: xy-2m— my t3m = 1 Iacdat <5 ny- 2x + 2x B= 4 A matriz completa é dada a seguir. Como o primeiro pivé esta no lugar, passamos a anular ‘0s demais elementos da coluna 1 pat a | Agora subtraimos a segunda linha da terceira e entio!® multiplicamos a segunda linha por }, ppara conseguir a matriz abaixo (agora na forma escalonada por linhas) [Agora use o segundo pivé (na coluna 3) para anular os demais elementos da coluna 3 ¢, portanto, conseguir a forma escalonada: > |: eiaal Essa forma € alé onde o algoritmo de Gauss pode nos levar, © sistema de equagbes correspondente é xictm + me? sy 2x= 1 o-0 (0s pivés estdo nas colunas 1 3 e as incégnitas correspondentes, x; ¢ x5, s40 chamadas variaveis dependentes. Para resolver o sistema, atribusmos valores arbiteaxios as varidveis independentes’(chamados parimetros),¢ entéo as duas equagGes sto usadas para m. Ser &o posto da matriz completa, enlao r < m porque o numero rde pivés néo pode exceder o nimero m de equagées. Portanto, rm < n, donde r < n. Pelo Teorema 3 dia Segdo 1.2 isso significa que 0 numero nr de pardmetros é nio-nulo. Entéo existem (infinitas)solugoes nao-teviais Exemplo 1 soLucho Aexisténcia de uma solugao ndo-trivial é frequentemente o resultado desejado para um sistema homogéneo. O exemplo a seguir fornece uma ilustragao de como 0 Teorema 1 pode ser usado em geometra. (© grafico de uma equagio ax? + bay + 0 + de + ey +f = 0 € chamada cénica se a, be € forem nao todos nulos, (Circunferéncias, clipses, hipérboles e pardbolas sio exemplos de cBnicas.) Mostre que hé pelo menos uma cénica que passa por quaisquer cinco pontos fixados no plano que nao estejam alinhados. Suponha que as coordenadas dos cinco pontos sejam (pi, 41). (Pas 42) (Ps 4s)s (Pe 40) € (ps, 43). O grafico da equasio ax + bay + o# + de ey +f = 0 passa pelo ponto (Pi, 4) se apt + bpagi tog + dps t+ eq +f =0 ‘Como ha cinco pontos, temos cinco equagées lineares homogéneas nas seis incégnitas 4,8, 6,d, ee f Consequentemente, hi uma solucio nao-trvial, pelo Teorema 1, Se nessa solugio ocorrer a = B = ¢ = 0, entéo todos os cinco pontos estdo sobre a reta de equagao det ey + f = 0, contrario as nossas suposigoes. Por essa r8zdo, a,b ou ¢ €ndo-nulo e temos 22 Cartruro 1 Equagdes Lineares e Matrizes [EEEET Solucées Basicas Exemplo2 soLucAo Claramente, o método de eliminagio de Gauss também funciona para sistemas homogéneos. Na verdade, ele fornece um modo de escrever as solugdes de modo conveniente, que ser necessirio mais adiante. esl seu sistema homosiac siete n=8 mereutn =o A matiz completa edad site mani purtmsuon nj says Asim an cq asm a demi vats Spenser sume tt elas om peda imod qu neds un ape apes es pans fF [efi Assim, X; = ° ¢X, =| °| sao solugdes particulares, ¢ a solugao geral X tem. AAs solugdes particulates X; ¢ X; no Exemplo 2 sto chamadas solugies bésicas do sistema homogéneo, Elas tém a propriedade que toda solusio X é da forma X= +n onde se 140 némeros arbitrarios Esse fato acontece em todo sistema homogéneo. Para descrever a situacao geral, a seguinte terminologia serd Wt: se Xi, Xa, +, Xp sio ccolunas, uma expressio da forma siXi + Xp + aXe onde sy, ++, 5 sd0 nimeros arbitirios 6 chamada combinagio linear das colunas Xi, X, ---, Xj. Dado qualquer sistema de ‘equasiies lineares homogéneo, um calculo como o feito no Exemplo 2 resulta na expressio de toda solucio do sistema como uma combinagao linear de certas solugdes particulares, Essas solucoes particulates sao chamadas solugées bdsicas produzidas pelo algoritmo de Gauss. (F claro que o sistema pode ter apenas a solucao trivial; nesse caso, dizemos que 0 sistema nao tem solugses bésicas,)

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