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Como as pessoas conseguem Yecuperar memérias especica? ‘As pessoes realmente esquecem ees eee ante | acontece? GAZZANIGA © HEATHERTON ‘experiéncias. Vocé néo conseguiia lembrar de ter conhecide pessoas, do que fez ontem a noite ou mesmo do que comeu no café da rmanhd. Em poucos minutos, wore esqueceria até de ter pensado sobre esse problema. Esse ¢ o destino de um homem. que foi submetido a urna cirurgia cerebral para alviar sua epilepsia ‘As drogas anticonvulsivantes se mostraram inefetivas para controlar as conulsdes de H.M. e, assim, em setembro de 1953, seus médicos realizaram uma Citutgia € removeram parte dos lobos temporais medias, incluindo @ hipocarnpo (Figura 7.1). A ida era impedir que as convulsbes, que sé ariginavam nos lobos ‘emporas, se disseminassem por todo o cérebro. A crurgia foi um sucesso para acalmar as convulsbes, mas também teve um eteito colateral extremamente lementavel: HIM. perdeu a capacidade de formar novas memérias de longo prazo. Os problemas de meméria de H.M. S80 profundos. Seu mundo parou em setembro de 1953, quando ele tinha 27 anos de idade. Ele conseque falar sobre @ siya infancia, explicar as regras do-beisebol e descrever membros de sua famfia Sequndo a testagem neuropsicol6gica, seu Ql é leverente acima da mée Portanto, sua capacidade de pensamento & tima, e ele consegue mater uma conversa nonal enquanto nao for distratdo por aiguma coisa. No entanto, ele & incapaz de lembrar novas informagdes. Cada momento é novo, Ele nunca sabe o dia da semana, que ano é ou a propria idade. A psicéloga canadense Branda Milner, que acompanhou 0 caso de H.M, por mals de 40 anos, assim como outros qué trabatham com ele, continuam tendo de se apresentar cade vez que o encontram, Na verdade, ele parece aprender algumas coisas novas.. s6 que ele simplesmente ndo sabe disso. E impressionante a capacidade de H.M, de aprender novas tarefas motoras. Por exemnolo, em uma tarefa ele precisava tracar o contorno de uma estrela ‘enquanto observava a prdpria mao em um espelho. Essa é uma tarefa dificil, ea maforia das pessoas se sai mal da primeira vez em que tenta, H.M. foi solicitada a tragar a estrela 10 vezes por dia, em trés dias consecutivos, Como mostra a Figuia 7.2, 0 desempenno de H.M, melhorou ao longo dos trés dias, o que significa que ele reteve alguma informagio sobre a tarefa; entretanto, HiM. nao lembrava de ja ter realizado a tarefa previamerte, A capacidade de H.M, de aprender novas tarefas motoras lhe permitiu conseguir um emprego em uma fabvica, onde monta acendedores de cigatro em caixas de papeldo. Mas ele nao consegue deserever a natureza’de seu trabalho ou o focal onde trabalha, O caso de H.M contribuiu com muitas deixas de como as memérias sao armazenadas no cérebro, € nds 0 citaremos por todo o capitulo, | miagine como seria 0 mundo se vacé petdesse a capacidade de lembrar novas [Neste capitulo ns estames interessedos na meméria, a capecdade do sistema nervoso de adquirir « rete: habilidaes e conheciments utlidveis, pemitindo que os organismos se benefciem da cexperidnca. A memdria uma capacidade surpreendente. Nos lembrarnos milhées de informagies, GENCIA PSICOLOGICA das mais triviais as mais vitals, Todo 0 nosso senso de self & aquilo que sabemos por nasa meméria, nossas embrangas de caperincias pessoas. Que tipo de pessoa voce & Voc® ¢ tin d/o ou expansiva/o? Para responder a esas perguntas, as dependems de nosis membres das experincis pastadas. No entanto, como voc vai ver as sas lembrancas mutes ‘eres so incompletas,tendencosas edstoreidas Né,feqien- tetnente, nos surpreendems ao ver como as nossaslembrancas os aconteimentos diferem co imensamente ds de outros que cexperienciaram mesmo evento, H4 muitos lados da hist, porque cada pessoa armazena ¢ ecupera memérias do evento de maneira diferente. A meméria néo & como uma cithera de video que capture felmente imagens obetivas. Em ver diso, a rmeméria ¢ uma histria que pode ser sutilmentealtereda por relatos e novos relatos. Neste capitulo, nds exploramos os processos ments en ‘lvides no adqitre refer conhecimentos. Comezando com uma discussio dos diferentes estigios de meméria, nds entio dlscutimos como diferentes tpos de informagGes slo represen tadas em memrias que petsistem eo longo do tempo. Depois de explicar os processosbsion nos niveiscognitivo e compor. tamental, passamos para os niveis de andlise neuroquimico e de sistemas cerebrais, Houve um ripido acimilo de conhec mento sobre a meméria na ima décads, gragasatéenicas de FIGURA 7. megem cerebral eestudos de caso de pessoas que desenvolve- ram transtomos de meméria por lesio cerebral. Finalmente, 1s examinamas os nives individual e social de andlise,enquanto consideramos como as lembran- «a5 que as pessoas ttm de events passados so seletiramenteditorides, QUAIS SAO OS ESTAGIOS BASICOS DA MEMORIA? [Nas iimas tris ddcades, a maiora dos picdlogos via a meme como uma forma de prooessa- mento da informagéo, em que os procesos de memria ocoriam como num computador. O compatae dor recebe informagées por meio do teclado ou do modem, proesse-a em softvre, amizzena-a no «ico rigid e depois reaper a iformaggo quando requsado peo ust ou por auto programs. De ua perspectiva de provessamento da informagéo, @ manera camum de deserever a meméria & através de um sistema de meméria de ts estigies, que envolve memsri sensorial, memria de curto _raso ememéria de ongo pros (Figura 73) Essa estrtarageraléreferida como o modelo modal de ‘meméria, por ele set tio arplamente utiliza; o temo “modal” significa gue o modelo &eomum ou padto,Popost po Richard Atkinson e Richard hifi em 1968, o modelo modal daminou opensa iment psicoligic sobre a emia, apesar de serum tanto inexat eincemplto, Bor exemplo, muitos clentsas picobgics agora aceditam que existe miipls sistemas de memera que no seguem a seajicia de tres estgis (enés dscuietos esses vss altemativas na préxima seg). Entretanto, ‘o movelo modal til para intzoduz iis sobre o sistema de meméria, eo veabuliro desse modelo continua sendo amplamenteutizado na pesquisa sobre a meméri, A memoria sensorial € breve As informacées sensorsis, como luzes e chet, deixam um taco no sistema nereoso por um breve segundo e depois desaparecem. Por exemplo, quando vocé olha para alguma coisa ¢ logo sesviaoolhar, vee poe repidamente formar a imagem e lembrar alguns de seus detalhes.Quando alguém proclama, com itritagéo: Voot no estava ouvindo 0 que eu dizi, talvex vocé consiga repetir a ltimas paavras da pessoa, mesmo que estivesse pensando em outra coisa. (E claro, iso nortalmente deixa a pessoa ainda mais initade) — Lobo frontal Lobe temporal Tecido exisado a tempora/mecial 'Asporges do labo temporal medal removes de HM 218 Numero de erro er cada tentat 2 EE Eto Z GAZZANIGA @ HEATHERTON Esse tapi sensorial emporio eer como ‘meméria sensorial. Ameria sensorial visual am bbém & chamada de memériaicénica, 20 passo que & meméria sensorial auditiva também échamada de me mériaecica. George Sperting (1960) foneoeu opr imeirosapoios cients pare a meméria sensorial. Em seu césico experimento, ts fleas de letras apee- cam rapidamente em uma tela, por um vigésimo de segundo, e depois de priodos vatiados de interval os participants eram soictadosalembrar uma das fle 13s, Apés um intervalo reve, as pessoas conseguiam realizar bem essa taref. Mas o seu desempento pioa- va progresixamente conforme o inervalo aumentava Speting conclu qu anemia nia persis por ceca ce um tego de segundo 2p5s 0 qe otro de mera sensrial desapareia e diva de ser aces Segundo muitos teérens, as memrias idee ¢ cobica nos permitem expetienciar 0 mundo como um fluso continu, ero em sensagbesseparadas, exit mente como um projet de filmes roda uma srie de fotos estticas que se seguem uma & outrasuficiente- ‘mente perto para parecer uma acio continua. Quando ‘ood vira acabeca, a cena passa suavemente dante de ve, no em pedagos facionads eexpasméicos. ‘A ldé da memria cna & um pouco controver sa. A maior paste das vidéncas da memériaidnica & econtrada em estuds de laboratio,ealguns pes sadores questionam se ela & ua idea til ao mundo real (Haber, 1983). Outros pesquisadores questionam se ela é,afinal de cons, uma forma de mem ot smplesmente um efito colatral percept, como os sinaspretos que vernos depois de serms ofuscacos pelo HES ty 2 4G B To flaskdeumachmera ksoocome devidoaprocessossen- Diaz fo Nimero de tentaives em coda dia sorias, nfo devido A meméria. Um fendmeno retaco FIGURA 7.2. EN. th fe wager 9 figura de uma esvela enquanto chserava em um nado éaafirmagio de que existe uma mera forogré- fica, pela qual um indviduo pode ofharrapidameate ‘spelho. Essa € urna teefa cifcl, mas H.M. melhorou com o passar do ternpo. Entretarto, ‘para uma cena ¢ depois lembrar detalhes com preciso. tle nao tna nerhums corsinei de tar eal a tarts antes Sua possi! existnca 6 exainada en “Utlizando a ciénia pscolgicr: Memb fotos. ‘A meméria de curto prazo é ativa ‘A informaggo a qual prestamos atencSo é tansmitda de depts sensrios pare a memérla de curto prazo (MCP), um sistema de memria de capacidade limitada que mantém infrmagées ra canstiéncia por um breve periodo. Muitos pesquisadores contempordnens wtlzam o termo me. mira imedita para capturar a idéia de que esse tnpio tempotétio consiste em nossos pensamen tos, sentiments e impresses fugazes do mundo, Umma analogia de computador para a meméria Jmeiata € « RAM, que 86 consegue lidar eom uma pequena quantidae de informaces, se compara: dda vasta quanidade armazenada no disco rig do computador O material na RAM € constante mente substituido por novasinformagéese, st no for salvo, pede-se para sempre. ‘A meméria de curto pravo ou imediata nfo consegue manterinforasagies por mais de 20 se gundos; depois dese interval clas desaparecer, a nenos que Yoeéatiramente impeea que iso acontea,pensendo sobre as informagées ou repetindo as, Por exemple, quando voeé pede alo & teleforistae esta he dé um nimero de telefone, voc! orepete vitias ezes até disci, Seo nimero estiver ocupad, ou se howeralguma demora até voc? poder disco, talvez vost equega o mero c tenha de pedir ajuda mais uma vez (¢ mais uma ver!) Da mesma forma, suponba que voc® est | __cIENGA PsicoLScica, 219 Repetigdo de manutensao A informagso 3 A informagao que Algurea ual nao se peste ‘do €repetide snformacio atencéo € perdi S perdi, ode ser perdida ‘como pessat do tempo, (© modelo modal de emia sere como uma extutura iti ara pensaros sobre os esti hisicos da meme tentando lembrar alguma informagio nova, como a série de consoantes de tés lettes, X, C e J Enquanto voeécontinuarrepetindo e série, vai manta na meméria de cuto prazo. Tipcemente,entretanto, oot é bombardeado/a por outrs eventos que tentam capturar asa tengo, e aver no consign permanecerfocado/2. Para simular so, rente novamente se lembrar da série, C, J, mas, desta vez, enquanto conta para ts, de ts em tes, desde o amero 309, Se voc for como a maiora das pessoas, edifice em Fembrarasconsoantes depois de alguns segunds de contagem retrospect. Esse procedimento demonstra que, quanto mais voé fear conrad, menos capa serd de lembrac a série de consoantes (Figura 7.4) Acs 18 segundos de contagem, as pessoas Jembram muito malas consoants, Isso ocore devido 8 interferécia de tens prévios na MCE selon perunta somtee de 50 Fosse realmente uma imagem meméria fotogrética genuine. FIGURA 7.4 Psa tear a mmeméta de cuto raz, 0 particpante ecebe ura sie de cengoantes ¢ deve levis fenguanto conta para ts, de ts emt, 2 partir de um nimero dado pelo experimentadr, pss parodos que vata de 3.2 18 segurdos, 0 parkipante @ sofctado a lembrar repetr em ‘or ata a série de consantes. CObsere que a capaccade de lemorar a sie dina canforme aurentam os inervales de tetencio. ¥ Experimentador i 98 os 18 seg. —— 3 r 2 | z i] & ten KOI) 0.2) Latencie (seg) Alcance de meméria e agrupamento Por qu os novos itensinterferem na recordagio dos itens mis antigos? A memeria de cuto prazo € un recurso linitado que sb consegue manter ‘uma detesminada quantidade de informagées. psiclogo cognitive George Miller observou que & MCP getabnente se limit a sete itens, mais ou menos dos, o que & comumente referida como ance de mend, Agus rab recente sugerem que oalcance de memsria poe limitarse a ‘quatro unidades, em média (Covan, 2001). O aleance de memria também varia etre as pessoas, Na verde, alguns testes de inteligtnclaustizam o alance de meméria como uma medida do QI “Hi que a MEP ¢limitada, poderfamos esperar que as pessoas tvessem grande ificuldade para fembrar de uma sce de letras como (OSUPHDNYUMAUCLABAMIT. ssa 20 fetras sera difieis até para o maior de todos os aleances de meni. Mas e se orgaizar- masa informagéo em unidades menores ¢significativas? OSU-PHD-NYU-MA-UCLA-BAMIT Aqui nds vemos as letas searadas para produit os nomes de universidades ou graus académicos ssa otganizaio torna muito mais fil lembrar, por duas razdes, Primtiro, oalcance de meméria se lita no maximo a see itens, ¢ provavelmente menos, mas os itens podem ser letras, nimeros, GENCIA PSICOLOGICA palavras ou, inlusive, cmcetos, Segundo, ¢ mais fc lembrarunidedessigifcativas do que uni- dades sem sentido, O processo de organizar a informagio em unidadessignifictivas é conhecido como agruparient, como quando separams as informadesem partes. Quanto mais efcentemente agrupamos as informagies, mais conseguimoslembrar. Os grandes jogadores de xadrex conseguem thar por alguns segundos para um tabuleiroe, depois, reproduair oarranjo exato das peas (Chase «Simon, 1973) Elesconseguem fazer isso porque Sio capazes de divi tabuleiro em subanidades significativas com base em sua experidncia passada com o jogo. Interessantemente, se as pegas do tabuleio esto colocadas aleatoramente sobre o tbuleiro, de modo que o arranjo no faz sentido em termos de aden os petites nao conseguem reproduzio tabulito melhor do que os inciantes. En geal, quanto maior a sua expriéncia no assunto, mals efcientemente voeéconsegue agrupar a informacio e, portanto, mais vai lembrat. A capacidade de agrupar a informagio eficientemente depende do nosso sistema de meméa de longo prezo; que logo discutiremos. Meméria de trabalho 0 concetyinicial de meraria de curt prazo era ode que se tratava simplesmente de um tampéo em que as informagSes verbais era repetidas até serem armazenadas ‘ou esquecids. Mas ficou claro que a MCP no ¢ um simples sistema de armazenamento, e sim uma unidade processadora aiva, que lida com miltplos tipas de informago, como sons, imagens e ‘dss. O psioblogo bitnico Alan Baddeley e seus colegasdesenvolveram um inluente modelo de sistema de mera ativo com ts partes, que chamsram ce memdria de trabalho Figura 7.5). A ‘meméria de trabalho & um sistema de procesemento ati que mantém as informagies “na linha’, para que possam ser utlizadas para aividades como solugéo de problemas, raciocinio compreensio. Por exemplo, HIM, do info deste capitulo, 6 consegue manter una conversa en- ‘quanto estiverativamente envolvdo nea, Os trés componentes da meméra de trabalho si a ereau tiv centre, a aga fonoliica eo blonde notasvisuoespaiaL ‘Acaecutva central preside as interagGes entre os subsstemas ea memeria de longo prazo: ea 6 4 chefe. Hla codifininformacSes dos sistemas sensoraise fra as informagGes sufcentemente inporantes para serem atmazenadas na meméria de long prac. Bla tsmbém recupera informa: Ges da meméria de longo prazo conforme necessério. A exeutiva central depende de dois subcom- Ponentes que retém temporariamente informagées auditivas ou vsunis, ‘Alea fonoldgia codifcainformagées audiivase ect ativa sempre que emes,flamos ou repetimos palavras para 1s mesmos a fim de nfo esquectlas, Ved provavelmente percebeu essa “vor interior” que 8 conforme seus olhos ro- cessamn 0 material escrito. Se ndo percebeu, tent ler a pro- aim frase sem “falar” as palavas na sua cabega E dif cbter um significado simplesmente passando os olhos pelo texto. Bvdéncias de alg fonoligica so encontradas em es- tudos em que as pessoas so solctadas alr listas de con soantese lembri-las depois, As pessoas tendem a cometet ‘ertos com consoantes que soam parevdas, por exemplo, ‘rocam um G por um, em vez de um Q. A reondagéo tm ‘én por quando muitaspelares de uma isa tém o mes- ‘no som, se comparadasapaavras que soam diferentemen te, mesmo quando as éitmas palaras esti relacionadas ‘uma outas em significado ses exemplas sugerem que as palavtas sio processadas na mem funcional por seu sont endo por seu significa, 0 Bloco de notes visuoespacal& utilizado para pro- cessat informagies visuas, ais como as caratersicas de ‘um objeto ¢ onde estéo localizados. Suponka que voce sai para dat una caminhada e vé um eachorro. 0 bloco de nota vsuoespacal he permite saher onde o cachoroesté Jocalizado € se € 0 tipo de cachotro com o qual precisa- ‘os ser especialmente cuidadosos A distingdo entre a alga Fonolfgica eo bloco de notasvisuoespacial fot demonstra- Repeticao da estudando-se pacientes com lesbes cerebrais especifi- FIGURA 7.5 0 sicema de meméra de vabalho deveriio por Bale. Ee cas, Pacentes com certos tipos de leséo cerebral podem incu a erecutva central, a ala fonoligica eo bioco de nots vsuoespacal Probabildade de lembrar Peosigao da palavra na tsta Efelto de SAZZANIGA @ HEATHERTON ter grande dfiuldade para lombrar configuracies espaciais, nas pouca difcuklade para lembrar palavtas, ao passa que outros apresentam justamente o padrio oposto, Essesachados de pesquisa demonstram que a meméra de curto prazo consste em muito mais do que simplesmente um tampto gue inci tudo. A meméria de longo prazo é relativamente permanente Quando as pessoas falam sobre suas memérias, elas geralmente esto se tferindo ao armare hamentorelativamente permanente de informagies, connecdo como memria de longo prazo (MLP). Ne analosia com o computador a MLP€ semelhane is informagbes guardadas em um disco rigdo, No entano, diferentemente da armazenagem em computador, a MLP humana é quase iim ‘ada, A meméria de longo prazo nos permite lembrar cangoes de ninar da nossa infnca, os signif cados egrafa de palavas raramente uilizadas como asodiscbutirnizila © o que voc comet ot tem no almogo Distinguindo a meméria de longo prazo da meméria de curto prazo A :emé tia de longo prazo & dstnta da meméri de curto prazo et dois aspects importantes: durecGo € capacidade, Mas existe wma controvésia: serd que a MLP 6 um tipo de armerenamento de meméria realmente diferente da MCP? As evdéncias inicas de que a MLP e a MCP sio sistemas separados, ‘vm da pesquisa que pede as pesoas que lembrem longas lists de palavas. A capacidade de recor ar itens da lista depende da ordem de apresentago, com ositens apresentados no inicio ou no fim a lista mais bem lembrados do que os do meio. Essa melhor retordagio dos primeiros e sitios itens & enahevida como o efeito de posig&o serial (Figura 7.6), que na verdade envove dois efeitos separados. 0 efeito de primazia se refete & melhor memiria das pessoas para os itens apresentados primero, enquanto o efeito de recentidade se refete & melhor meméria para os itens mais reeentes, Uma explicacio comum para oefeito da posicio serial basea-se numa dstingéo entre a MCP ea MLE Quando as pessoas estudam a longa lista, elas repetem mais os primeira itens,e essa {nformagio € transfrida para a MLP Os itimos itens, ao conrdto, esto na MCB A idéia de que os efeitos de primazia se deve a ML. enquanto os efeitos de recentidade se devem a MCR &apoiada por estudos em que existe um intevalo entre 9 apre- sentacio da lista e a tarefa de reordar. sve intervalo interfere no efeito de re centidade, mas ndo no efeto de prima. 1a, exatamente como poderiamos es- peter se 0 primeiro envolve a MCP Entretanto, € questionével atribuir o feito de recentidade intetamente & MCP Afinal de contas, voce provavel mente se fembra desua iim aula me- Thor do que das anteriores, mesmo que nfo esteja mantendoo material na MCB Naverdade,estudos mostram que exis- te umefeto de recentidade mesmo para as informagbes apresentadas to decor- rer de dias e semanas, 0 que torna im- provével que o material seja mantido 25 na MCP Assim, oefeito de recentidade, soxinho, no prova que a MCP ea MLP reanicade sejam realmente tipo diferentes de a- mazenamento de meméria, ‘Talvez a melhor conficmagio da 10 FIGURA 7.6 Apis owir ura lista de tens, 5 pessons, tcarente, lembram mebor os Hers Jo Wide {efoto de primis do fina da sta fofeto de reentidade) do que os do meio. distingio entre a MCP e a MLP sea en- contrada em estudos de caso como 0 ssh GiENCIA PsICoLSGICA de HM, em que o sistema de MCP estava perfeitamente normal e grande parte do ss tema de MLPestava intact, mas ele nao con seguia transfert novas informagbes da MCP para a MLE Em um caso diferente, uma vt @ e © © ma de acidente, de 28 anos, com leséo no lobo temporal esquerdo tinha uma péssime MCB com win interval de apeces um ou dois (Shollicee Warrington, 1969). De alguma for ma, apesat da obstugao em sia MCB um fe xo nora de informagdes esta chegendo itens,Enttetanto, su MLP era perfeitamen- te normal — ele tnha ume étima meméria para acontecimentos do dia--diae umn razo- vel conhecimento de eventos passedos 0 @ ") 0 es signifcativas com base em in es armazenadas na MLE © que entra na meméria de longo da pigha 2 esposta arcta. pprazo._Considerando que somos tomate clos com tantas informacées e nos empenha nis em tantasatvidades, parece Sbvio que algum tipo de sistema de iltagem ou sie de regras precisa limitar 0 que entra na MLP Os pesquisedores ofereceram vriasexplcagbes possves para ‘esse processo. Uma possibilidadeé a informagéo entrar no armazenammento permanente por racio da repetcio. Quando voeéestuda para as suas prova,talver lea o material mutas vees para ter certeza de ter aprendido, Os pesquisadores da memndra jd demonstraram, inclusive, que a superar prendizagem, em que voc fica repetindo moterais que jd conhece bem, leva & meméria melhor da, especiakmente por perfados mais longos de tempo, por isso que o estudo dividido ao longo do tempo, conhecido como price dstribu(d, faz-com que a pessoa lembre melhor o material do que 0 estudo conventrado num breve periodo de tempo, chamado de pricaconcentrada ou vita:

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