Download as docx, pdf, or txt
Download as docx, pdf, or txt
You are on page 1of 12

Penal

Teoria geral do crime

- Não há, na legislação brasileira, uma conceituação de crime aplicável

- Doutrina: teoria tripartite/tripartida – Fato típico, antijurídico/ilícito e culpável

Obs: a observação dos substratos do crime deve ser feita de forma progressiva (na ordem
anterior) e cumulativamente

Obs2: regra da indiciariedade – quem acusa deve demonstrar a incidência do fato típico – daí
se presume indícios de ilicitude, e em sequência, indícios de culpabilidade – Cabe então à
outra parte afastar esses indícios, por excludentes de ilicitude ou de culpabilidade

Obs3: a exclusão da culpabilidade (e consequentemente, do crime), não inviabiliza a aplicação


de medida de segurança, como a internação, que é pena

Elementos constitutivos do fato típico (são cumulativos)

1. Conduta: aquilo que o indivíduo faz ou deixa de fazer (ação/conduta positiva ou


omissão/conduta negativa)

- Nem toda omissão é penalmente relevante 13, apenas com obrigação e possibilidade de agir

Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe
deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

Obs: qualquer pessoa do povo pode fazer prisão em flagrante delito, mas as autoridades
competentes devem

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender
quem quer que seja encontrado em flagrante delito.

--- Por vezes, com a conduta antecedente, o indivíduo chama para si uma obrigação que
originariamente ele não tinha

Ex: tomar conta do filho alheio

--- Teoria da cegueira deliberada: a pessoa se esforça por não tomar percepção da situação
para se esquivar das responsabilidades. Não exige a responsabilização penal por omissão,
podendo ser enquadrado como partícipe

2. Resultado

!!!!!!!!!a) Resultado formal/normativo: todo crime tem

- Quando se pratica a conduta que vai de encontro à proteção teórica e abstrata da lei (a
conduta tem a potencialidade de gerar um risco ao bem jurídico protegido na norma)

- Um crime consumado também pode só ter esse resultado, como o porte ilegal de arma

!!!!!!!!!b) Resultado naturalístico/material/concreto: alguns, além do anterior, têm esse

- Quando a conduta, além de expor a perigo o bem jurídico, gera-se um dano


material/concreto a esse bem
- Um crime tentado pode ter esse resultado (ex: tentativa de homicídio que chega a gerar um
dano à vida)

Obs: crimes vagos próprios/quanto ao sujeito passivo (crimes que não possuem uma vítima
propriamente demarcada, atingindo uma coletividade) x impróprios/quanto ao resultado (não
possui um resultado naturalístico, só tem resultado formal, como ter arma sem autorização)

!!!!!!!!!!!!!!! 3. Nexo de causalidade

- Teoria da equivalência dos antecedentes causais (causalidade simples/conditio sine qua non)
é a adotada: causa é tudo aquilo sem o qual o resultado não teria ocorrido – Relação direta

- Ruptura do nexo de causalidade: quebra nexo causal direto, não respondendo pelo resultado,
só pelos atos já praticados

--- Causa superveniente relativamente independente: caso da ambulância que explode –


responde só pelos atos já praticados, pela quebra do nexo causal (no caso da ambulância,
tentativa de homicídio)

4. Previsão normativa/tipo em sentido estrito

- Derivação/consequência lógica do princípio da legalidade penal (não há crime sem lei


anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal)

- Deve ser taxativamente tipificada na lei e em sentido estrito

Obs: crime unissubsistente – não admite modalidade tentada

Obs2: estupro de vulnerável – menor de 14 anos (presunção de vulnerabilidade absoluta – só


afasta se provar que não sabia da idade)

Obs3: contratar serviço de prostituição de menor de 18 anos é outro crime (favorecimento à


prostituição de vulnerável)

- As normas que estabelecem crimes/penas são normas federais

5. Elemento subjetivo/volitivo (dolo ou culpa) 18

- Sem dolo ou culpa, sem crime

- Dolo: quando o agente objetiva o resultado ou assume o risco de produzi-lo

--- Dolo direto: o indivíduo objetiva o resultado

--- Dolo eventual: assume o risco, apesar de não desejar previamente o crime; assunção
exacerbada de risco

----------- STF e STJ: Presume que a conduta do indivíduo extrapole em muito o risco que as
pessoas comuns estão dispostas a assumir no dia a dia – Incremento exagerado do risco
permitido

- Culpa: quando dá causa ao resultado por a) imperícia, b) imprudência ou c) negligência

a) Imperícia: Pratica uma conduta sem a técnica/habilidade/destreza/conhecimento


necessário – Conduta positiva
b) Imprudência: Ausência de cuidado/cautela/zelo na prática: tem a habilidade para o que está
fazendo – Conduta positiva

c) Negligência: deveria fazer alguma coisa, mas não fiz – Conduta negativa

- Culpa exclusiva da vítima: exclusão do crime por ausência de dolo ou culpa, mesmo com o
resultado delituoso sendo gerado

- Culpa consciente: o indivíduo consegue enxergar o risco carreado a sua conduta, mas só
pratica a conduta por acreditar sincera e inequivocamente que o resultado não irá ocorrer (ex:
atirador de facas no circo que erra)

- Culpa inconsciente: não conseguiu prever um resultado que lhe era previsível (ex: atropelar
alguém porque ficou distraído com o whatsapp)

Obs: crime sem referência a elemento subjetivo, é doloso (todo crime presume a modalidade
dolosa); só é admitido na modalidade culposa se a lei prever. Nesse sentido, não existe aborto
culposo

6. Relevância jurídica social (a situação não corresponde à criminalidade de bagatela/princípio


da insignificância)

- Esse princípio não é uma regra normativa, é supralegal

- A sua manifestação produz a atipicidade material da conduta (não haverá crime)

!!!!!!!!!!!!- 4 vetores/elementos que precisam estar presentes cumulativamente para


reconhecer a insignificância: mínima ofensividade da conduta do agente; ausência de
periculosidade social da ação; reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
inexpressividade da lesão jurídica causada

!!!!!!!!!!!Obs: certos crimes não admitem a aplicação: crime praticado com violência ou grave
ameaça; contra vulneráveis; de moeda falsa; lei de drogas

Obs: crimes contra a administração pública – aplica-se insignificância

Obs: no crime de descaminho 334 (entrada ou saída do país com mercadorias cuja exportação
e importação é permitida, mas sonega/ilude os tributos aduaneiros devidos) e de contrabando
334A (entrada ou saída do país com mercadorias que são proibidas/restritas/controladas,
desde que a conduta não caracterize conduta prevista em lei específica, como relativa a lei de
drogas) – não se aplica a insignificância ao delito de contrabando, mas descaminho se admite
(até vinte mil)

Obs: no caso de furto, analisar as consequências à vítima

Teoria geral do erro

- Pode eliminar o dolo e a culpa, logo, o próprio crime

- Erro de tipo 20
--- Todas as situações onde o indivíduo se equivoca em relação à interpretação da realidade
em que está inserido, praticando uma conduta que, no seu entendimento, tem certeza que
não é crime – Na percepção das elementares constitutivas do tipo penal no caso concreto

--- Inevitável/invencível/escusável: o indivíduo, por mais zelo/cuidado/cautela, incorreria em


erro (ser médio) – Exclui o dolo e a culpa e, portanto, o crime

--- Evitável/vencível/inescusável: o homem médio, com mais cuidado/zelo, não incorreria em


erro – Exclui o dolo, mas admite a responsabilização na modalidade culposa, desde que a lei
admita culpa para o caso concreto

Obs: descriminante putativa: quando o agente, por um erro na interpretação da realidade,


acredita, equivocadamente, estar diante de uma excludente de ilicitude (legítima defesa ou
estado de necessidade) – 20, §1º - deixa a pessoa isenta de pena se for erro
inevitável/invencível/escusável - se for evitável, responde pelo crime na modalidade culposa
(se possível), eliminando o dolo

Obs2: erro produzido por terceiros – induzido a erro por uma terceira pessoa (aplica-se a
teoria da marionete) – Autor mediato (que é quem responde pelo crime) que vai se utilizar de
um autor imediato para que este cometa um crime

!!!!!!!!!!!!!!!!!Obs3: erro quanto/sobre a pessoa – Agente delituoso se equivoca na


identificação da vítima originariamente pretendida – Sabe contra quem deseja praticar o
crime, mas se equivoca – Falha na identificação da vítima originariamente pretendida – Vítima
virtual (originariamente pretendida) x real (efetivamente atingida) – Transfere-se para a vítima
real todas a características que o crime teria caso a vítima originariamente pretendida (virtual)
tivesse sido atingida (independe se para beneficiar ou prejudicar o réu)

- Erro de proibição 21

--- Indivíduo se equivoca quanto aos limites permissivos da norma em relação a sua conduta

--- Sabe que a conduta caracteriza crime, mas acha que pode agir até um determinado limite
sem que seja abrangido pelo tipo penal

Ex: eutanásia, desde que com a falsa percepção; pessoa de país que não é proibido usar drogas
e dá um cigarro a outra pessoa aqui

--- Inevitável: isento de pena

--- Evitável: redução da pena

!!!!!!!!!!!!!!!!!Excludente de ilicitude

- Exclui os indícios estabelecidos a partir da demonstração do fato típico

- Com ela, não há crime

a) Normativos 23

1. Estado de necessidade: quem pratica o fato para salvar de perigo atual (perceptível
sensorialmente/concreto/já existe/já se manifesta – não precisa já estar atingindo alguém),
que não provocou por sua vontade (dolo direto não se enquadra), nem podia de outro modo
evitar (dolo eventual não se enquadra), direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se (razoabilidade do homem médio – sendo razoável
exigir, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços)

------- Manifesta-se em situação de risco aos bens jurídicos do indivíduo (in persona) ou de
terceiro (ex persona)

Obs: se gerar o perigo sem querer/desejar (culpa), cabe aplicar

Obs2: não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo

2. Legítima defesa (agressão humana direta): quem, usando moderadamente dos meios
necessários (até o estrito limite para deter a agressão), repele injusta agressão (agressão
descabida/não motivada/o indivíduo, com a sua conduta imediatamente antecedente, não a
provocou/gerou a situação ofensiva), atual ou iminente (em vias de acontecer/de se
manifestar/ainda não existe/uma pessoa razoável é capaz de antever), a direito seu ou de
outrem

------- Manifesta-se em situação de risco aos bens jurídicos do indivíduo ou de terceiro

------- Pode configurar excesso punível: quando se vai além dos limites da excludente de
ilicitude

------- Dicotomia de bens jurídicos não se aplica aqui (pode bens patrimoniais prevalecerem
sobre a vida do infrator, por exemplo)

------- Deve surgir como último recurso na proteção dos seus bens jurídicos

3. Estrito cumprimento do dever legal

-------- Indivíduo que faz exatamente aquilo que a lei manda não comete crime

4. Exercício regular do direito

-------- Difere do anterior porque aqui a lei dá uma possibilidade jurídica, sendo que a pessoa
pode exercê-la sem cometer crime

b) Causa supralegal

--- Consentimento do ofendido em relação a bens jurídicos disponíveis

Culpabilidade

!!!!!!!!!!! Imputabilidade penal (incluído em culpabilidade junto com a potencial consciência da


ilicitude do fato e exigibilidade de conduta diversa)

- Se o indivíduo pode ou não ser penalmente responsabilizado

- Critério para aferição: biopsicológico progressivo (biológico – idade mínima de 18 anos;


psicológico – capacidade de compreensão do que estava fazendo)

Obs: progressivo é porque vai do biológico para o psicológico em ordem

--- Causas de exclusão da imputabilidade


a) Menor de 18 anos é inimputável, mesmo emancipado (emancipação civil não produz efeitos
no âmbito penal) – não pratica crime (ou é submetido a pena), só atos infracionais (pode ser o
adolescente, e não a criança, submetido a medida socioeducativa) – Aplica-se o ECA

OBS: Criança é quem tem menos de 12 anos; adolescente tem de 12 até o momento
imediatamente anterior aos 18

Obs: ato infracional não gera antecedente criminal ou permite futura reincidência baseada
nele

Obs: o menor de 18 não é denunciado, é representado pelo MP

Obs: 65 – atenua a pena o agente ser menor de 21; 115 – prescrição dos crimes cai pela
metade se for menor de 21

Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:

I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na
data da sentença;

II - o desconhecimento da lei;

III - ter o agente:

a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;

b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou
minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;

c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de


autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da
vítima;

d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;

e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.

Obs: observa-se o momento da conduta para saber se é maior ou menor – quantos anos ele
tinha no exato momento que praticou a ação/omissão (mesmo que o resultado ocorra depois),
regra geral

--- O maior pode cumprir medida socioeducativa até completar os 21

--- Crimes permanentes (se consumam num determinado momento, com ela se estendendo ao
longo do lapso temporal em que o crime durar) e continuados: observa-se a idade do indivíduo
ao término da permanência ou da continuidade delitiva

b) Anomalia psíquica: doença mental ou desenvolvimento mental incompleto/retardado que


impossibilite compreender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento 26

Obs: a pena pode ser reduzida de um a 2 terços quando não é inteiramente capaz de entender
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento
c) Embriaguez: em sentido amplo – Toda e qualquer pessoa que estiver submetida a uma
alteração na sua capacidade de discernimento/cognitivo/psicomotora em decorrência da
ingestão de substância entorpecente

- Classificação

--- Quanto à intensidade dos seus efeitos

-------- Completa/total/plena: perde totalmente a capacidade de discernimento – não comete


crime

-------- Incompleta/parcial/relativa: capacidade cognitiva alterada/diminuída, sem perder


totalmente

--- Quanto à origem

-------- Culposa/voluntária: quando ingere por seus próprios meios e vontade, mas sem
nenhuma pretensão criminosa prévia

-------- Preordenada/premeditada: também consome por seus próprios meios e vontade, mas
consome desejando se valer da condição de embriaguez como elemento facilitador da prática
de conduta delituosa previamente pretendida

Obs: 61, II, l – todo crime praticado nessa situação é genericamente agravado

-------- Involuntária/proveniente de caso fortuito ou força maior: atinge o indivíduo à revelia da


sua vontade

- Em regra geral, quem cometer crime embriagado será punido, mesmo que a embriaguez seja
completa, sequer afastando qualificadoras

--- Mas caso completa e involuntária, o agente é inimputável 28 §1º

--- Involuntária e incompleta, pode ser reduzida a pena de 1 a 2 terços 28 §2º

d) Dependência química: lei de drogas 45 estabelece

Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito,
proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão,
qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Paixão (sentimentos prévios que o indivíduo já traz consigo e podem levá-lo a cometer um
crime) e emoção (transtornos momentâneos e casuísticos no estado de espirito do indivíduo –
não tem sentimento prévio em relação à vítima ou ao caso): não excluem a imputabilidade
penal

- Efeitos jurídicos variados: podem ser qualificadora, ou mesmo para privilegiar

Teoria geral da pena 32

- Pena em abstrato/cominada: pena estabelecida em lei para o crime


- Pena em concreto/sentenciada/imputada: imputada pelo juiz no caso concreto

--- O juiz, entendendo que é culpado, faz a dosimetria da pena (cálculo da pena que o
condenado deve cumprir de acordo com as regras do 68)

--- Essa pena atingida é a pena em concreto

- Penas são subdivididas

--- Vedadas/proibidas CF 5º XLVII

------- Absolutas: de caráter perpétuo (no máximo 30 anos); de trabalhos forçados (o seu
trabalho é uma possibilidade, e não direito, que é estimulada pela LEP e CP – remunerado e
assistido pela previdência social se for o contrato for homologado pela vara, mas não é
regulamentado pela CLT – remissão no regime fechado ou semiaberto na proporção de 3x1 e
detração de pena pelo trabalho); de banimento (expulsar brasileiro nato/naturalizado do
nosso território como forma de punir); cruéis

------- Relativa: de morte, aplicável em caso de guerra declarada, nos termos do 84 XIX
(compete privativamente ao presidente da república declarar guerra em caso de agressão
estrangeira, desde que autorizado pelo CN ou ratificado quando ocorrer intervalo das sessões
legislativas, e nas mesmas condições, decretar total ou parcial mobilização nacional) – São
para os crimes do CPM

--- Permitidas/aplicáveis 32

1. Privativas de liberdade (PPL): fica “preso”

a) Reclusão: normalmente, crimes mais graves

Obs: só crimes com pena de reclusão podem ter interceptação telefônica

- Regime inicial de cumprimento de pena pode ser iniciada no regime fechado


(estabelecimento de segurança máxima ou média)/semi-aberto (colônia agrícola, industrial ou
estabelecimento similar)/aberto (em casa de albergado ou estabelecimento adequado)

Obs: em regime fechado, excepcionalmente pode trabalhar fora do estabelecimento em obras


ou serviços públicos

Obs: semi-aberto, em regra geral, tem que ficar dentro do estabelecimento penal, mas o juiz
das execuções penais pode conceder autorizações de saída para trabalho e estudo

Obs: regime aberto, o indivíduo só precisa se recolher à casa de albergado no período noturno
ou nos dias de folga

- CP estabelece as normas para estabelecer qual o regime, não é dado ao magistrado escolher
ao seu bel-prazer: observa-se a pena em concreto e se o condenado é reincidente ou não

--- Superior a 8 anos, fechado

--- entre oito (incluso) a 4, primário semi-aberto, reincidente, fechado

--- quatro ou menos, primário aberto, reincidente, semi-aberto


!!!!!!!!!!!!!!!!- Regimes, sempre que possível, devem ser progredidos, tratamos do inicial até
agora (Obs: crimes hediondos são exceção para o que será dito adiante)

--- Progressão depois do cumprimento no mínimo de 1/6 da pena do regime originariamente


imposto, e desde que o apenado tenha bom aproveitamento carcerário (não existe progressão
por salto)

Obs: crimes hediondos próprios (1º 8072) e equiparados (tortura, terrorismo e tráfico de
drogas) – por ser inconstitucional, não necessariamente iniciam em regime fechado como na
letra da lei – crime praticado antes da vigência da lei 11.464/07 (29/03/2007) terão a
progressão regulada pela LEP (1/6) – se foi praticado depois da vigência (de 29/03/2007 em
diante), será regida pela própria lei dos crimes hediondos (2/5 para primário ou 3/5 para
reincidente genericamente)

Obs: reincidência – cometer crime após ter sido condenado em sentença irrecorrível
(transitada em julgado) no Brasil ou estrangeiro por outro crime – conta a data do fato do
segundo crime, caso nela não exista sentença transitado em julgado, é réu primário,
independentemente da data da sentença ou do trânsito em julgado

--- Não se conta para reincidência crimes propriamente militares/crimes militares próprios
(legislação penal militar) e políticos (LSN – atentado contra a vida do presidente; desestabilizar
a ordem democrática brasileira; pregar o separatismo)

--- Prazo de validade da reincidência: depois de 5 anos do efetivo cumprimento da pena


anterior

b) Detenção

- Em regra geral, semi-aberto ou regime aberto, salvo necessidade de transferência a regime


fechado

2. Penas restritivas de direitos (PRD): natureza substitutiva e autônoma às PPL

- Depois de estabelecer a PPL, se as condições do 44 estiverem presentes, o magistrado pode


substituir a PPL por PRD (não existem para ser penas primárias, em regra)

- A substituição é uma possibilidade, não obrigação, do magistrado

- Se cumprir a PRD, extingue a pena (logo, é autônoma)

- 43: Prestação pecuniária, perda de bens e valores, limitação de fim de semana, prestação de
serviços à comunidade ou a entidade públicas e interdição temporária de direitos

- Critérios variam se o crime for culposo ou doloso

a) Não superior a 4 anos + crime doloso + sem violência ou grave ameaça à pessoa

Obs: reincidente em crime doloso, não cabe se for no mesmo crime e só cabe se o juiz
entender que a medida for socialmente adequada

b) Crime culposo independe da pena aplicada

!!!!!!!!!!!!!Obs: livramento condicional 83 (situações onde o juiz da execução pode dar


liberdade antes do fim da pena) – pode conceder se a PPL for igual ou superior a 2 anos, desde
que: I Cumprida mais de 1/3 da pena e se o condenado não for reincidente em crime doloso e
tiver bons antecedentes; II cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime
doloso; III comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom
desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência
mediante trabalho honesto; IV tenha reparado o dano, salvo impossibilidade (jurisprudência
abranda); V cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime
hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecente e drogas afins, tráfico de pessoas
(este não é crime hediondo) e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em
crimes dessa natureza

--- Condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça, subordina-se a
concessão à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará
a delinquir

--- Se foi condenado por mais de um delito, soma as penas para efeito do livramento

!!!!!!!!!!!!!!!!!!Obs: prescrição – causa extintiva de punibilidade

--- Prescrição da pretensão punitiva (PPP): antes da sentença transitar em julgado 109

-------- Regula-se pela pena máxima prevista em lei para o delito, regra geral: maior prazo é de
20 anos (se o máximo da pena é maior que 12), menor 3 – Copiar 109

-------- 115 – Redução do PPP e PPE – São reduzidos pela metade quando o criminoso era
menor de 21 ao tempo do crime ou maior de 70 na data da sentença

-------- 111 – PPP – Começa a correr: I do dia em que o crime se consumou (crime consumado);
II no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; III nos crimes
permanentes/continuados (o último por jurisprudência), do dia em que cessou a
permanência/continuidade; IV nos crimes de bigamia (sendo casado de direito, contrai novo
casamento) e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em
que o fato se tornou conhecido; nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e
adolescentes, da data em que a vítima completar 18 anos, salvo se a esse tempo já houver sido
proposta a ação penal (Lei Joana Maranhão de 2012 – não retroage, por mais gravosa)

--- Prescrição da pretensão executória (PPE): depois da sentença transitada em julgado (prazo
do Estado para, após esse trânsito, conseguir encontrar o condenado e submetê-lo ao
cumprimento da pena)

-------- 110 Regula-se pela pena aplicada (efetivamente imputada ao réu) e verifica-se nos
prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é
reincidente (só PPE)

3. Multa

- Prescrição: 114 – 2 anos, quando for a única cominada ou aplicada; no mesmo prazo da PPL,
quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada

Obs: Remissão pelo estudo - cada 3 dias (12h-aula de no mínimo 4h diárias) de efetiva
frequência em curso regular de educação reduz a pena em 1 dia (3x1) – basta frequência – Se
estudar enquanto trabalha, soma a remissão
Obs2: Remissão pela leitura

Crimes em espécie

- Homicídio qualificado:

--- Paga/promessa de recompensa/ou outro motivo torpe

--- Por motivo fútil/ínfimo

--- Emprego de veneno/fogo/asfixia/explosivo/tortura/outro meio insidioso ou cruel ou que


dele possa resultar em perigo comum

--- Emboscada, traição, dissimulação ou qualquer outro meio que impeça/dificulte a defesa da
vítima

--- Para assegurar execução/ocultação/impunidade/vantagem em relação a outro delito


(homicídio qualificado por conexão)

--- Feminicídio: matar mulher em um contexto de violência doméstica/familiar [norma penal


em branco – complementada pela Maria da Penha 5º - coabitação/convivendo com as pessoas
no seio da unidade doméstica ou sendo vínculo sanguíneo ou por afinidade (ou que se julgue)
ou tem/teve relação íntima de afeto] ou por preconceito/desprezo/menoscabo em relação ao
gênero da vítima

Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente


de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são
ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com
a ofendida, independentemente de coabitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação


sexual.

Obs: gênero natural – qual veio ao mundo (o que se analisa no feminicídio); gênero social:
opção/forma como o indivíduo decide se portar diante da coletividade

Obs2: cirurgia de mudança de sexo – se alterar o registro de nascimento civil, é mulher, para o
Direito

--- Homicídio funcional: praticado contra autoridades militares, policiais, integrantes do


sistema prisional, integrantes da força nacional de segurança ou seus familiares (no exercício
da função ou em razão delas)
- Crime de furto 155: §1º - Pena majorada durante o repouso noturno (só se ele se aproveitar
da redução da vigilância social do fato de terem se recolhido para repousar durante o período
noturno – jurisprudência: é aplicável quando for praticada em casa desabitada,
estabelecimento comercial ou veículo estacionado em via pública) - Crepúsculo a aurora do
local

--- Energia elétrica §3º: equiparada ou qualquer outra que tenha utilidade econômica (gato é
crime de furto) – Modalidade permanente

Obs: interceptação clandestina de TV (há lei específica que estabelece crime sem pena para
isso – para a prova, não pratica crime, infração de natureza administrativa) por assinatura e
Wi-Fi não caracteriza o furto

--- Furto de veículo pode ser qualificado se for para outro estado ou para fora do território
brasileiro §5º

--- §6º: se o objeto for semovente (ser irracional) domesticável (podem ser criados em
cativeiro, ainda que extensivo) de produção (finalidade econômica), há qualificação

Obs: se criar animal, como um cachorro, para reprodução e venda, vale

- Estupro de vulnerável 217A

--- Vulnerabilidade em função da idade da vítima: ter ou praticar conjunção carnal ou outro ato
libidinoso com menor de 14 anos (desde que saiba ou seja razoável presumir a idade da
vítima)

--- Vulnerabilidade a outros títulos: não tenha a capacidade de refratar a prática do ato
sexual/condição de perceber que será submetida/não ter condição de dar consenso ou
dissenso e o indivíduo se aproveita da situação para praticar o ato (loucura, embriaguez...)

You might also like