Professional Documents
Culture Documents
Que É Pena
Que É Pena
Obs: a observação dos substratos do crime deve ser feita de forma progressiva (na ordem
anterior) e cumulativamente
Obs2: regra da indiciariedade – quem acusa deve demonstrar a incidência do fato típico – daí
se presume indícios de ilicitude, e em sequência, indícios de culpabilidade – Cabe então à
outra parte afastar esses indícios, por excludentes de ilicitude ou de culpabilidade
- Nem toda omissão é penalmente relevante 13, apenas com obrigação e possibilidade de agir
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe
deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Obs: qualquer pessoa do povo pode fazer prisão em flagrante delito, mas as autoridades
competentes devem
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender
quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
--- Por vezes, com a conduta antecedente, o indivíduo chama para si uma obrigação que
originariamente ele não tinha
--- Teoria da cegueira deliberada: a pessoa se esforça por não tomar percepção da situação
para se esquivar das responsabilidades. Não exige a responsabilização penal por omissão,
podendo ser enquadrado como partícipe
2. Resultado
- Quando se pratica a conduta que vai de encontro à proteção teórica e abstrata da lei (a
conduta tem a potencialidade de gerar um risco ao bem jurídico protegido na norma)
- Um crime consumado também pode só ter esse resultado, como o porte ilegal de arma
Obs: crimes vagos próprios/quanto ao sujeito passivo (crimes que não possuem uma vítima
propriamente demarcada, atingindo uma coletividade) x impróprios/quanto ao resultado (não
possui um resultado naturalístico, só tem resultado formal, como ter arma sem autorização)
- Teoria da equivalência dos antecedentes causais (causalidade simples/conditio sine qua non)
é a adotada: causa é tudo aquilo sem o qual o resultado não teria ocorrido – Relação direta
- Ruptura do nexo de causalidade: quebra nexo causal direto, não respondendo pelo resultado,
só pelos atos já praticados
--- Dolo eventual: assume o risco, apesar de não desejar previamente o crime; assunção
exacerbada de risco
----------- STF e STJ: Presume que a conduta do indivíduo extrapole em muito o risco que as
pessoas comuns estão dispostas a assumir no dia a dia – Incremento exagerado do risco
permitido
c) Negligência: deveria fazer alguma coisa, mas não fiz – Conduta negativa
- Culpa exclusiva da vítima: exclusão do crime por ausência de dolo ou culpa, mesmo com o
resultado delituoso sendo gerado
- Culpa consciente: o indivíduo consegue enxergar o risco carreado a sua conduta, mas só
pratica a conduta por acreditar sincera e inequivocamente que o resultado não irá ocorrer (ex:
atirador de facas no circo que erra)
- Culpa inconsciente: não conseguiu prever um resultado que lhe era previsível (ex: atropelar
alguém porque ficou distraído com o whatsapp)
Obs: crime sem referência a elemento subjetivo, é doloso (todo crime presume a modalidade
dolosa); só é admitido na modalidade culposa se a lei prever. Nesse sentido, não existe aborto
culposo
!!!!!!!!!!!Obs: certos crimes não admitem a aplicação: crime praticado com violência ou grave
ameaça; contra vulneráveis; de moeda falsa; lei de drogas
Obs: no crime de descaminho 334 (entrada ou saída do país com mercadorias cuja exportação
e importação é permitida, mas sonega/ilude os tributos aduaneiros devidos) e de contrabando
334A (entrada ou saída do país com mercadorias que são proibidas/restritas/controladas,
desde que a conduta não caracterize conduta prevista em lei específica, como relativa a lei de
drogas) – não se aplica a insignificância ao delito de contrabando, mas descaminho se admite
(até vinte mil)
- Erro de tipo 20
--- Todas as situações onde o indivíduo se equivoca em relação à interpretação da realidade
em que está inserido, praticando uma conduta que, no seu entendimento, tem certeza que
não é crime – Na percepção das elementares constitutivas do tipo penal no caso concreto
Obs2: erro produzido por terceiros – induzido a erro por uma terceira pessoa (aplica-se a
teoria da marionete) – Autor mediato (que é quem responde pelo crime) que vai se utilizar de
um autor imediato para que este cometa um crime
- Erro de proibição 21
--- Indivíduo se equivoca quanto aos limites permissivos da norma em relação a sua conduta
--- Sabe que a conduta caracteriza crime, mas acha que pode agir até um determinado limite
sem que seja abrangido pelo tipo penal
Ex: eutanásia, desde que com a falsa percepção; pessoa de país que não é proibido usar drogas
e dá um cigarro a outra pessoa aqui
!!!!!!!!!!!!!!!!!Excludente de ilicitude
a) Normativos 23
1. Estado de necessidade: quem pratica o fato para salvar de perigo atual (perceptível
sensorialmente/concreto/já existe/já se manifesta – não precisa já estar atingindo alguém),
que não provocou por sua vontade (dolo direto não se enquadra), nem podia de outro modo
evitar (dolo eventual não se enquadra), direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se (razoabilidade do homem médio – sendo razoável
exigir, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços)
------- Manifesta-se em situação de risco aos bens jurídicos do indivíduo (in persona) ou de
terceiro (ex persona)
Obs2: não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo
2. Legítima defesa (agressão humana direta): quem, usando moderadamente dos meios
necessários (até o estrito limite para deter a agressão), repele injusta agressão (agressão
descabida/não motivada/o indivíduo, com a sua conduta imediatamente antecedente, não a
provocou/gerou a situação ofensiva), atual ou iminente (em vias de acontecer/de se
manifestar/ainda não existe/uma pessoa razoável é capaz de antever), a direito seu ou de
outrem
------- Pode configurar excesso punível: quando se vai além dos limites da excludente de
ilicitude
------- Dicotomia de bens jurídicos não se aplica aqui (pode bens patrimoniais prevalecerem
sobre a vida do infrator, por exemplo)
------- Deve surgir como último recurso na proteção dos seus bens jurídicos
-------- Indivíduo que faz exatamente aquilo que a lei manda não comete crime
-------- Difere do anterior porque aqui a lei dá uma possibilidade jurídica, sendo que a pessoa
pode exercê-la sem cometer crime
b) Causa supralegal
Culpabilidade
OBS: Criança é quem tem menos de 12 anos; adolescente tem de 12 até o momento
imediatamente anterior aos 18
Obs: ato infracional não gera antecedente criminal ou permite futura reincidência baseada
nele
Obs: 65 – atenua a pena o agente ser menor de 21; 115 – prescrição dos crimes cai pela
metade se for menor de 21
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na
data da sentença;
II - o desconhecimento da lei;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou
minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
Obs: observa-se o momento da conduta para saber se é maior ou menor – quantos anos ele
tinha no exato momento que praticou a ação/omissão (mesmo que o resultado ocorra depois),
regra geral
--- Crimes permanentes (se consumam num determinado momento, com ela se estendendo ao
longo do lapso temporal em que o crime durar) e continuados: observa-se a idade do indivíduo
ao término da permanência ou da continuidade delitiva
Obs: a pena pode ser reduzida de um a 2 terços quando não é inteiramente capaz de entender
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento
c) Embriaguez: em sentido amplo – Toda e qualquer pessoa que estiver submetida a uma
alteração na sua capacidade de discernimento/cognitivo/psicomotora em decorrência da
ingestão de substância entorpecente
- Classificação
-------- Culposa/voluntária: quando ingere por seus próprios meios e vontade, mas sem
nenhuma pretensão criminosa prévia
-------- Preordenada/premeditada: também consome por seus próprios meios e vontade, mas
consome desejando se valer da condição de embriaguez como elemento facilitador da prática
de conduta delituosa previamente pretendida
Obs: 61, II, l – todo crime praticado nessa situação é genericamente agravado
- Em regra geral, quem cometer crime embriagado será punido, mesmo que a embriaguez seja
completa, sequer afastando qualificadoras
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito,
proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão,
qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Paixão (sentimentos prévios que o indivíduo já traz consigo e podem levá-lo a cometer um
crime) e emoção (transtornos momentâneos e casuísticos no estado de espirito do indivíduo –
não tem sentimento prévio em relação à vítima ou ao caso): não excluem a imputabilidade
penal
--- O juiz, entendendo que é culpado, faz a dosimetria da pena (cálculo da pena que o
condenado deve cumprir de acordo com as regras do 68)
------- Absolutas: de caráter perpétuo (no máximo 30 anos); de trabalhos forçados (o seu
trabalho é uma possibilidade, e não direito, que é estimulada pela LEP e CP – remunerado e
assistido pela previdência social se for o contrato for homologado pela vara, mas não é
regulamentado pela CLT – remissão no regime fechado ou semiaberto na proporção de 3x1 e
detração de pena pelo trabalho); de banimento (expulsar brasileiro nato/naturalizado do
nosso território como forma de punir); cruéis
------- Relativa: de morte, aplicável em caso de guerra declarada, nos termos do 84 XIX
(compete privativamente ao presidente da república declarar guerra em caso de agressão
estrangeira, desde que autorizado pelo CN ou ratificado quando ocorrer intervalo das sessões
legislativas, e nas mesmas condições, decretar total ou parcial mobilização nacional) – São
para os crimes do CPM
--- Permitidas/aplicáveis 32
Obs: semi-aberto, em regra geral, tem que ficar dentro do estabelecimento penal, mas o juiz
das execuções penais pode conceder autorizações de saída para trabalho e estudo
Obs: regime aberto, o indivíduo só precisa se recolher à casa de albergado no período noturno
ou nos dias de folga
- CP estabelece as normas para estabelecer qual o regime, não é dado ao magistrado escolher
ao seu bel-prazer: observa-se a pena em concreto e se o condenado é reincidente ou não
Obs: crimes hediondos próprios (1º 8072) e equiparados (tortura, terrorismo e tráfico de
drogas) – por ser inconstitucional, não necessariamente iniciam em regime fechado como na
letra da lei – crime praticado antes da vigência da lei 11.464/07 (29/03/2007) terão a
progressão regulada pela LEP (1/6) – se foi praticado depois da vigência (de 29/03/2007 em
diante), será regida pela própria lei dos crimes hediondos (2/5 para primário ou 3/5 para
reincidente genericamente)
Obs: reincidência – cometer crime após ter sido condenado em sentença irrecorrível
(transitada em julgado) no Brasil ou estrangeiro por outro crime – conta a data do fato do
segundo crime, caso nela não exista sentença transitado em julgado, é réu primário,
independentemente da data da sentença ou do trânsito em julgado
--- Não se conta para reincidência crimes propriamente militares/crimes militares próprios
(legislação penal militar) e políticos (LSN – atentado contra a vida do presidente; desestabilizar
a ordem democrática brasileira; pregar o separatismo)
b) Detenção
- 43: Prestação pecuniária, perda de bens e valores, limitação de fim de semana, prestação de
serviços à comunidade ou a entidade públicas e interdição temporária de direitos
a) Não superior a 4 anos + crime doloso + sem violência ou grave ameaça à pessoa
Obs: reincidente em crime doloso, não cabe se for no mesmo crime e só cabe se o juiz
entender que a medida for socialmente adequada
--- Condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça, subordina-se a
concessão à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará
a delinquir
--- Se foi condenado por mais de um delito, soma as penas para efeito do livramento
--- Prescrição da pretensão punitiva (PPP): antes da sentença transitar em julgado 109
-------- Regula-se pela pena máxima prevista em lei para o delito, regra geral: maior prazo é de
20 anos (se o máximo da pena é maior que 12), menor 3 – Copiar 109
-------- 115 – Redução do PPP e PPE – São reduzidos pela metade quando o criminoso era
menor de 21 ao tempo do crime ou maior de 70 na data da sentença
-------- 111 – PPP – Começa a correr: I do dia em que o crime se consumou (crime consumado);
II no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; III nos crimes
permanentes/continuados (o último por jurisprudência), do dia em que cessou a
permanência/continuidade; IV nos crimes de bigamia (sendo casado de direito, contrai novo
casamento) e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em
que o fato se tornou conhecido; nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e
adolescentes, da data em que a vítima completar 18 anos, salvo se a esse tempo já houver sido
proposta a ação penal (Lei Joana Maranhão de 2012 – não retroage, por mais gravosa)
--- Prescrição da pretensão executória (PPE): depois da sentença transitada em julgado (prazo
do Estado para, após esse trânsito, conseguir encontrar o condenado e submetê-lo ao
cumprimento da pena)
-------- 110 Regula-se pela pena aplicada (efetivamente imputada ao réu) e verifica-se nos
prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é
reincidente (só PPE)
3. Multa
- Prescrição: 114 – 2 anos, quando for a única cominada ou aplicada; no mesmo prazo da PPL,
quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada
Obs: Remissão pelo estudo - cada 3 dias (12h-aula de no mínimo 4h diárias) de efetiva
frequência em curso regular de educação reduz a pena em 1 dia (3x1) – basta frequência – Se
estudar enquanto trabalha, soma a remissão
Obs2: Remissão pela leitura
Crimes em espécie
- Homicídio qualificado:
--- Emboscada, traição, dissimulação ou qualquer outro meio que impeça/dificulte a defesa da
vítima
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são
ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com
a ofendida, independentemente de coabitação.
Obs: gênero natural – qual veio ao mundo (o que se analisa no feminicídio); gênero social:
opção/forma como o indivíduo decide se portar diante da coletividade
Obs2: cirurgia de mudança de sexo – se alterar o registro de nascimento civil, é mulher, para o
Direito
--- Energia elétrica §3º: equiparada ou qualquer outra que tenha utilidade econômica (gato é
crime de furto) – Modalidade permanente
Obs: interceptação clandestina de TV (há lei específica que estabelece crime sem pena para
isso – para a prova, não pratica crime, infração de natureza administrativa) por assinatura e
Wi-Fi não caracteriza o furto
--- Furto de veículo pode ser qualificado se for para outro estado ou para fora do território
brasileiro §5º
--- §6º: se o objeto for semovente (ser irracional) domesticável (podem ser criados em
cativeiro, ainda que extensivo) de produção (finalidade econômica), há qualificação
--- Vulnerabilidade em função da idade da vítima: ter ou praticar conjunção carnal ou outro ato
libidinoso com menor de 14 anos (desde que saiba ou seja razoável presumir a idade da
vítima)
--- Vulnerabilidade a outros títulos: não tenha a capacidade de refratar a prática do ato
sexual/condição de perceber que será submetida/não ter condição de dar consenso ou
dissenso e o indivíduo se aproveita da situação para praticar o ato (loucura, embriaguez...)