Proc Civil 4 - 2018.1

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PROC CIVIL 4

1 - Ao iniciar cumprimento de sentença envolvendo obrigação de pagar, o credor pretende


que seja penhorado um bem imóvel do devedor, avaliado em R$ 1.000.000,00 (hum milhão de
reais), para o pagamento de uma dívida de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Se aplica o principio da menor onerosidade do devedor, de modo que é possível ( caso não
ocorra prejuízo para o credor. arti 805 do CPC.

2 - No curso de uma ação de indenização e antes da sentença de 1o grau, o réu vendeu seus
dois únicos imóveis por R$ 100.000,00 (cem mil reais), os quais constituíam a totalidade de
seu patrimônio. Julgado procedente o pedido, com sentença transitada em julgado, o autor
pretende receber o valor da indenização fixado pelo Juiz, ou seja, R$ 100.000,00 (cem mil
reais). Considerando o enunciado acima, distinga os institutos da fraude à execução e da
fraude contra credores, e, num segundo momento, indique os caminhos processuais
adequados para que o exequente, na prática, possa receber seu crédito

Na fraude a execução o seu termo inicial é a partir do início da execução. Já na fraude de


credores pode ocorrer no momento seguinte ao que a dívida foi contraída. Na fraude execução
é necessário demonstrar um estágio de insolvência, má-fé e pode ser reconhecida nos próprios
autos. Já na fraude aos credores deve ser demonstrada insolvência, conluio entre vendedor e
comprador e deve haver um processo de conhecimento pelo rito comum ação pauliana.

3 - Adalberto ajuizou uma ação em face da Seguradora Porto Bello pleiteando o recebimento
do seguro de vida realizado pelo seu tio Marcondes. Alega na inicial que a seguradora, de
forma injustificada, se negou a pagar a indenização sob o argumento de que o segurado agiu
de má-fé ao não informar que realizara uma cirurgia de coração 10 anos antes da assinatura do
contrato. Após a instrução o juiz julgou procedente o pedido para condenar a Seguradora a
pagar a respectiva indenização em valor a ser apurado em fase de liquidação. Diante do caso
concreto indaga-se:

a) Qual é a modalidade de liquidação de sentença mais adequada ao caso concreto? É possível


modificar a sentença em fase de liquidação?

A modalidade de liquidação mais adequada é por arbitramento considerando a necessidade de


conhecimento técnico, cálculo atuarial para apuração do valor do prédio, vide artigo 509,
inciso I, do CPC. Na liquidação é vedado modificar a sentença vide artigo 509, § 4°, CPC.

b) Como deverão proceder as partes caso discordem do valor apurado na liquidação?

Caso haja discordância em relação ao valor deverá a parte interpor agravo de instrumento
vide parágrafo único do artigo 1015 CPC.

4 - Juca Cipó ingressa em juízo com ação de cobrança em desfavor de Sinhozinho Malta, que,
citado pelo correio, quedou-se inerte, vindo, em consequência, o pedido autoral a ser julgado
procedente, com a condenação do réu ao pagamento de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).
Iniciado por Juca Cipó o cumprimento de sentença, após a segurança do juízo, Sinhozinho
Malta oferece impugnação, na qual alega a nulidade de sua citação na fase cognitiva. O juiz,
então, acata a impugnação de Sinhozinho Malta. Qual seria o recurso cabível contra esta
decisão judicial?
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O acolhimento da tese defensiva não era gerar o fim do processo, mas sim, a reabertura da
etapa de conhecimento. Assim trata-se de decisão interlocutória, sendo passível de ser
impugnada por via de agravo de instrumento, parágrafo único do artigo 1015 CPC.

5 - Repelidos Embargos de Devedor com fundamento em sua intempestividade, apresenta o


Executado petição avulsa, intitulando-a como Objeção de Não Executividade (também
conhecida como Exceção de Pré-Executividade), denunciando a nulidade do título. Deve tal
pleito, inobstante a rejeição dos Embargos, ser admitido ao exame do órgão judicial? Se
admissível a referida peça, teria a apresentação da mesma efeito suspensivo?

Sim, a exceção de pré-executividade poderá ser proposta a qualquer momento, tendo em


vista que trás consigo matéria de ordem pública, art.803, podendo o devedor apresentar
essa peça, sendo que o juiz poderia ter reconhecido de ofício a qualquer tempo ou grau de
jurisdição. É feita através de simples petição juntada aos autos, não tendo previsão legal
expressa e com isso não possui como regra efeito suspensivo.

6 - Determinado credor instaurou processo de execução, lastreado em título executivo


extrajudicial, em face de um incapaz, que se encontra regularmente representado nos autos.
A penhora recaiu sobre um determinado bem e não foram oferecidos embargos à execução.
Como o exequente não manifestou interesse na adjudicação, o magistrado determinou a
expropriação por alienação em leilão judicial. No segundo leilão, o bem constricto recebeu um
lance equivalente a 75% do valor da avaliação, o que gerou a assinatura no auto de
arrematação. Imediatamente, o executado peticionou ao juízo, postulando o reconhecimento
da ineficácia da arrematação, uma vez que o bem foi expropriado por preço vil. Já o credor,
por sua vez, ponderou que, de acordo com o art. 891, parágrafo único, do CPC, a arrematação
teria sido perfeitamente válida. Indaga-se: como deve decidir o magistrado?

Trata-se realmente de arrematação inválida pois não foi atingido o preço mínimo na
hipótese em que incapaz é sujeito passivo na execução vide artigo 896 CPC.

7 - Após a vigência do CPC, Rodolfo promove execução em face de Matheus e Lucas,


objetivando o recebimento de determinada quantia. A citação de ambos foi realizada
regularmente e não foram localizados bens passíveis de penhora. Diante desta situação, o
magistrado suspendeu o processo pelo prazo de um ano. Findo este período e, também tendo
sido ultrapassado o prazo prescricional da obrigação, os executados peticionam ao juízo
requerendo o desarquivamento do processo e a pronúncia da prescrição intercorrente.
Devidamente intimado, o exequente se posiciona em sentido contrário, ao argumento de que
esta suspensão deveria permanecer sine die, ou seja, indefinidamente, até que sejam
localizados bens passíveis de constrição judicial. Como deverá se posicionar o magistrado
quanto ao tema?

O CPC admite expressamente a possibilidade da suspensão do processo pela ausência de


bens penhoráveis artigo 921, inciso III do CPC, também estabelece que findo este prazo
iniciará o transcurso da prescrição intercorrente vide § 4°, artigo 921 e artigo 924, inciso V do
CPC.
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8 - Em determinado processo, o magistrado fixou astreintes diárias para compelir o devedor


a cumprir obrigação de entrega de coisa, o que não ocorreu no prazo estabelecido. Levando
em consideração que o valor acumulado das astreintes está próximo de R$ 100.000,00 (Cem
Mil Reais) e que o conteúdo econômico discutido no processo é de no máximo R$ 20.000,00
(Vinte Mil Reais), a parte ré peticiona requerendo a redução do valor retroativamente. Ocorre
que a exequente, por seu turno, sustenta que este montante de R$ 100.000,00 (Cem Mil Reais)
já integra o seu patrimônio. Vindo os autos conclusos para decisão, o magistrado percebe, na
ambiência de seu gabinete, que o CPC fornece um tratamento inconclusivo quanto ao tema
astreintes. Em determinada norma, por exemplo, autoriza que o magistrado possa alterar ou
mesmo excluir o valor das multas, mas apenas para aquelas vincendas (art. 537, par. 1º), o que
contraria entendimento jurisprudencial. Por outro lado, em outro momento, deixa o tema um
tanto vago (art. 806, par. 1º), nada dispondo se a revisão do valor pode ser realizada em
caráter retroativo. Indaga-se: Como decidir? O valor das astreintes poderia ser reduzido ex
tunc? E, para os casos de fixação desta multa, não seria melhor simplesmente o magistrado
fixar multa de incidência única, em valor mais substancial, para que a mesma realmente possa
funcionar como fator coercitivo?

Tema polêmico e não pacifico, pois de um lado há quem entenda que o valor poderá ser
reduzido, mas o valor já acumulado já integra o patrimônio do credor. Por outro lado há
quem entenda que está decisão tem caráter retroativo.

9 - Maurício promove execução por título extrajudicial em face da Fazenda Pública, para
cumprimento de obrigação de fazer, observando o disposto entre o art. 815 e art. 821 do CPC.
Esta, ao ser citada, aduz em sua defesa que há error in procedendo, eis que tem a prerrogativa
de ser executada por modelo próprio estatuído no art. 910 do NCPC. A quem assiste razão?

Assiste razão a Maurício o procedimento presente do artigo 910 do CPC refere-se apenas
para as obrigações de pagar, e que a Fazenda Pública possua bens empenhoráveis e deve
realizar o cumprimento po uma sistemática própria (precatório ou RPV “Requisição de
pequeno valor”).

10 - Geisa, servidora pública estadual, promove demanda em face da Fazenda Pública que se
encontra vinculada, pleiteando o pagamento de determinada importância em dinheiro, que
lhe foi indevidamente descontada em sua remuneração. A demanda se processa
regularmente, tendo sido proferida sentença favorável condenando a ré ao pagamento. Na
etapa de cumprimento e, diante da demora na executada em liquidar a sua obrigação sujeita a
pagamento por meio de precatório, a exequente peticiona ao juízo requerendo que seja
aplicada a multa de 10%, prevista no art. 523, parágrafo 1º, do CPC. Este pleito deve ser
deferido?

Resposta negativa. A sistemática para que as obrigações de pagar sejam liquidadas pela
Fazenda Pública é naturalmente mais morosa do que aquelas devidas por particulares.
Aliado a este fato o CPC expressamente proibiu a aplicação desta multa de 10% nos casos em
que a Fazenda Pública estiver sendo executada (artigo 534, § 2° CPC).

11 – O CPC prevê que, na execução por título extrajudicial por dívida alimentar, é possível
oficiar o empregador do executado para que o mesmo efetue o desconto em folha de
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pagamento, o que coincide com o modelo do CPC-73. Contudo, o mesmo inova ao prever que
o descumprimento pelo empregador gera a prática de crime de desobediência (art. 912, par.
1º). Ocorre que a lei de alimentos já possui tipo penal específico para esta situação (art. 22,
parágrafo único, Lei 5.478/68), não tendo o mesmo sido revogado pelo CPC/2015, ao contrário
de diversas outras normas (art. 1.072). Qual tipo penal deve prevalecer?

Segundo a Doutrina podemos afirmar: havendo descumprimento desta determinação


judicial o CPC inova ao prever que esta circunstância caracterizará crime de desobediência
contudo, já existe figura penal delituosa prevista na lei de alimento. Assim, nesta situação e
atendendo as peculiaridades que norteiam o direito penal deverá continuar sendo aplicável
o disposto na lei específica.

12 - Determinada entidade de classe impetrou mandado de segurança coletivo em defesa de


interesses de seus membros, o qual foi denegado pelo órgão competente, havendo tal decisão
transitado em julgado. É cabível a posterior propositura de ação, pelo procedimento comum,
individualmente, por qualquer dos membros da entidade, para pedir o reconhecimento do
direito que alega e compreendido no pedido formulado no anterior mandado segurança
coletivo?

O processo coletivo foi criado como instrumento para racionalizar a atividade jurisdicional,
de modo a evitar a pulverização de demandas individuais. Assim a promoção de um processo
coletivo não prejudica aqueles particulares que optaram pelo ajuizamento de demandas
individuais. Em outras palavras qualquer que seja o resultado do processo coletivo pela
procedência ou improcedência em regra a coisa julgada somente irá se formar no plano
coletivo.

13 - Associação de Consumidores do Estado do Paraná ingressou com uma ação coletiva em


face do Hipermercado Novo Horizonte, na Comarca do referido estado, visando obter tutela
específica no sentido de determinar a abstenção do mercado de comercializar leite da marca
Vacaboa, fora do prazo de validade e com alto índice de formol, cumulado com pleito
indenizatório por danos morais e materiais decorrentes para os consumidores que adquiriram
o referido produto. O juiz deferiu tutela específica, nos termos do art.84§3º do Código de
Defesa do Consumidor, para determinar a abstenção do réu em comercializar o produto e
condenou o réu a indenizar os consumidores prejudicados pelos danos materiais e imateriais
sofridos, cujo quantum será apurado em sede de liquidação de sentença. Diante do caso
discuta as seguintes indagações: a) Considerando que o Hipermercado possui diversas filiais
em todo Brasil, os consumidores do Estado do Rio de Janeiro e Minas Gerais poderão
promover a liquidação da referida sentença genérica? Qual modalidade de liquidação de
sentença poderá ser utilizada neste caso? Qual o juízo competente para promoção da
execução do julgado para os consumidores de Minas Gerais e do Rio de Janeiro?

A) Considerando a dimensão da tutela coletiva, os consumidores do Rio e de Minas poderão


promover a liquidação e a execução de sentença em seus respectivos Estados conforme
artigo 98 e 101, inciso I do CPC. B) A liquidação no processo coletivo será definida de acordo
com a necessidade do caso concreto, podendo ser por arbitramento ou pelo procedimento
comum. C) A competência para execução da tutela coletiva é concorrente, podendo ser no
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juízo sentencial (Paraná) ou no juízo da liquidação que em regra é o domicílio do devedor


(artigo 98 do CDC).

14 - O Juizado Especial Cível decidiu ação, recorrendo o vencido, tendo a turma Recursal
própria mantido a sentença, que rejeitou arguição de incompetência absoluta daquele Órgão
Julgador, em razão do valor em discussão superior ao atribuído, legalmente, à competência
dos Juizados Especiais. Contra essa decisão da Turma impetrou o interessado Mandado de
Segurança, perante o Tribunal de Justiça, repisando a alegação de incompetência absoluta,
vindo o órgão da Justiça comum a denegar a ordem, afirmando a incompetência do Tribunal
de Justiça para rever decisões prolatadas por Juizados Especiais e respectivas Turmas
Recursais. Pergunta-se: 1) Qual o recurso cabível contra a decisão do Tribunal de Justiça? 2) O
que deve decidir o órgão competente para apreciar esse recurso? Justificar as respostas.

Quanto ao primeiro questionamento a resposta deve ser pelo uso do recurso ordinário.
Quanto a segunda dúvida o STJ em caráter excepcional que o Tribunal de Justiça exerça o
controle sobre a competência dos processos que observam a lei 9099/95 caso seja
empetrado Mandato de Segurança perante a corte inferior vide RESPE N° 17.524/BA.

15 - Consumidor promove demanda em face da EBCT (Empresa Brasileira de Correios e


Telegráfos) e da empresa Rodsoft Informática, perante um Juizado Especial Federal.
Argumenta, em sua petição inicial, que comprou um determinado produto no site da segunda,
para que o mesmo fosse entregue pela primeira em seu endereço residencial, o que não
ocorreu em razão de extravio. Também aduz que não foi ressarcido, o que justificaria a
instauração do presente processo em face de ambas, objetivando o recebimento de danos
materiais e morais. Ocorre que a empresa Rodsoft já encerrou suas atividades, embora tenha
ficado evidente nos autos que a mesma vinha sendo utilizada por seus sócios para a prática de
diversos ilícitos civis. Diante desta situação, o autor pleiteia que, no Juizado Especial Federal,
seja autorizada a desconsideração da personalidade jurídica. Ocorre que este requerimento foi
indeferido pelo magistrado, ao argumento de que o CPC trata deste incidente como uma
modalidade de intervenção de terceiros (art. 132 ? art. 137), o que é vedado no sistema dos
Juizados Especiais (art. 10, Lei nº 9.099/95). Esta decisão foi objeto de posterior mandado de
segurança impetrado perante a Turma Recursal Federal, com o intuito de reformá-la. Indaga-
se: os magistrados lotados no órgão revisor, analisando as normas constantes no CPC, deverão
conceder ou negar a segurança? Por quais fundamentos?

A turma Recursal federal deverá conceder a segurança uma vez que embora realmente o CPC
considere a desconsideração da personalidade jurídica como uma nova hipótese de
intervenção de terceiros, ainda assim está modalidade pode ser admitida no sistema do
juizado conforme artigo 1062 do Código do CPC.

16 - Max ingressou com uma ação indenizatória em face do Banco X visando obter reparação
pelos danos decorrentes de negativação indevida de seu nome. O feito tramitou perante o
juízo cível da Comarca de Duque de Caxias e após a instrução o réu foi condenado a pagar a
quantia de R$150.000,00. Transitada em julgado a decisão, o exequente promove a execução
do julgado, devidamente atualizado, cujo valor perfaz a quantia de 195.000,00. O devedor
discorda do valor exequendo e pretende se defender alegando excesso de execução. Diante do
caso Indaga-se: a) Qual meio de defesa deverá ser utilizado pelo devedor e em que prazo?
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Justifique. b) A defesa apresentada pelo devedor acarretará a suspensão da execução do


julgado? Justifique c) Caso a alegação do devedor seja acolhida qual o recurso cabível para
impugnar a respectiva decisão e em qual prazo? Justifique.

A) Max deverá apresentar impugnação no prazo de 15 dias conforme arti 525 CPC. B) A
apresentação de impugnação não acarreta em regra a suspensão de execução (arti 525, § 6°,
CPC), no entanto admite-se o efeito suspensivo nas hipóteses em que haja fundamento
relevante para tanto e o executado efetue alguma garantia. C) O recurso cabível depende do
conteúdo alegado na impugnação (arti 525, § 1° CPC). Caso seja acolhida a alegação de
excesso de execução, está não será extinta sendo cabível agravo de instrumento art 1015.
Mas se o devedor alegar inexigibilidade do título e for acolhida pelo juiz a execução será
extinta cabendo apelação.

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