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Chester Irving Barnard
Chester Irving Barnard
Chester Irving Barnard
Administração Eclesiástica
Prof. Nelson Pereira
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Chester Irving Barnard – Uma ordem em suas prioridades de organização empresarial
1º COMUNICAÇÃO
2º COOPERAÇÃO
3º RESPONSABILIDADE
4º PROPÓSITO
5º EFICIÊNCIA
6º QUALIDADE MORAL NA LIDERANÇA
Introdução
Chester Irving Barnard nasceu em 1886 e morreu em 1961. Foi um pensador da Escola das Relações
Humanas, corrente da Administração, surgida logo após a Crise de 1929 nos Estados Unidos.
Foi um dos primeiros teóricos da administração a ver o homem como um ser social e a estudar suas
organizações informais dentro das empresas. Barnard postulava que as organizações eram sistemas
sociais que exigiam cooperação (Chester Barnard, 2017).
“As funções do executivo”, de 1938, é a obra-prima de Barnard (As funções do executivo, 2017).
Barnard foi um executivo prático e um acadêmico amador. Educado em Harvard, passou quase 40
anos fazendo carreira dentro da American Telephone and Telegraph (ATT), passando de funcionário
do Departamento de Estatística a presidente da Bell Telephone Company de Nova Jersey.
Cabe salientar que Barnard não esteve ligado à experiência de Hawthorne (vide apêndice), que se
desenvolveu em outra empresa do grupo da ATT, a WEC - Western Electric Company, de Chicago,
mas conviveu com Elton Mayo, Whitehead, Roethilisberger e outras importantes figuras da Escola de
Relações Humanas. Além de executivo da ATT, Barnard preencheu diversas funções públicas, como
a de presidente da United Services Organization - USO durante a Segunda Guerra Mundial; Chefe do
Conselho Geral de Educação, presidente da Fundação Rockfeller, presidente da Fundação Nacional
de Ciência e assistente do Secretário de Tesouro.
Barnard começou a escrever “As funções do executivo” numa época em que o assunto das relações
humanas começava a tornar-se conflitante (polêmico) com a Escola Clássica de Administração, e que
as ideias do experimento de Hawthorne estavam sendo divulgadas, porém neste experimento (de
Hawthorne) não havia um tratamento dos fatores psicológicos da cooperação. Aproveitando esta
lacuna, Barnard então contribuiu para construir uma nova teoria da organização diferente da de Fayol,
e em linhas gerais, tentou apresentar uma teoria da cooperação na organização formal.
Contrário à Max Weber, Barnard considerava as empresas como instrumentos mais eficazes para
o progresso social do que o Estado ou as Igrejas (Chester I. Barnard, 2017). Para Barnard, o
Estado e as Igrejas são baseados na autoridade formal, enquanto que as empresas se regem pela
COOPERAÇÃO ENTRE INDIVÍDUOS ligados por uma causa comum, mas que têm vida curta.
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Estudo de caso – A implementação da Rede Local com Internet na Organização
Será analisado um estudo de caso que tipifica uma ordenação nas prioridades de organização
empresarial sugerida por Barnard. O estudo de caso é implementação da Rede Local com Internet.
1º COMUNICAÇÃO
Barnard Os canais de comunicação devem ser definidos.
A disposição para contribuir com ação significa disposição para sacrificar o controle da própria conduta
em benefício da coordenação. Essa disposição de confiar-se à organização varia de indivíduo para
indivíduo, de modo que o sistema total de contribuições é INSTÁVEL, dado que é resultante das
satisfações / insatisfações obtidas ou percebidas por cada um.
Estudo de Caso O projeto deve conter cenários que possuam estrutura de comunicação em Rede
Local com Internet.
2º COOPERAÇÃO
Barnard Todos devem conhecer e ter acesso aos canais formais de comunicação.
Neste aspecto, o executivo da organização precisa ser eficaz (atingir os propósitos da organização)
e eficiente (satisfazer as suas razões individuais) para sobreviver nesse sistema. Logo, a cooperação
é, pois, extremamente essencial para a sobrevivência da organização.
Estudo de Caso A execução do projeto deve contemplar aos personagens de cada cenário a
consulta de informações locais e remotas com Internet.
3º RESPONSABILIDADE
Barnard A linha de comunicação não deve ser interrompida enquanto a organização estiver
funcionando.
Para se cumprir essa função de “manutenção de sistema”, a contribuição individual é mais importante
exigida de um executivo: colocar a pessoa certa no lugar certo. Isto posto, promover a contemplação
da lealdade, ou pelas palavras de Barnard, a gerência da dominação pela personalidade da
organização. Tal controle é de primeira necessidade, pois as linhas de comunicação não poderão
funcionar se os executivos não estiverem presentes no lugar e no tempo necessário (certo). Tal
qualificação é conhecida como: nas organizações seculares, “responsabilidade”; nas organizações
políticas, “regularidade”; nas organizações governamentais, “lealdade” e nas organizações religiosas,
“completa submissão”.
Estudo de Caso Nenhum tipo de consulta técnica ou administrativa em ambiente local ou remoto
com Internet deve ser considerada como faltosa em comunicação durante o expediente dos cenários.
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4º PROPÓSITO
Barnard A competência de pessoas que servem como centros de comunicação deve ser adequada.
Todas organizações têm um propósito, mas este não produz cooperação a não ser quando aceito
pelos participantes. Além de seu aspecto objetivo, o propósito tem um significado subjetivo para cada
pessoa. Logo, uma das “funções do executivo” consiste em INCULCAR a crença na existência real do
propósito comum. A continuidade de uma organização não depende só dessa habilidade executiva
em propagar o propósito, mas também na habilidade em rever e renovar o propósito.
Estudo de Caso Uma vez estabelecida, isto é, gerada e mantida a comunicação, os personagens
técnicos ou administrativos agem e se comunicam em distintos cenários: locais ou remotos.
5º EFICIÊNCIA
Barnard Linhas de comunicação devem ser mais curtas e diretas possível.
Quanto às relações entre a organização formal e a informal, Barnard imagina uma interação contínua
entre ambas. A organização informal, à medida que se torna eficaz, transforma-se em organização
formal, pela explicitação de suas atitudes e instituições. A organização formal, uma vez estabelecida,
começa a criar organizações informais para poder comunicar e para coordenar de maneira mais
eficiente.
Estudo de Caso A execução do projeto deve contemplar aos personagens de cada cenário a
consulta de informações locais e remotas com Internet de maneira simples, rápida e poderosa.
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Conclusão de Barnard – Incluindo-se o Estudo de caso
É necessário assegurar os serviços gerais para cada indivíduo dentro de uma organização, trazendo-
os para a relação cooperativa.
Todos os elementos da administração não têm sentido sem o fator moral que tem a sua expressão na
liderança.
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Apêndice
A experiência de Hawthorne
Foi realizada em 1927, pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos (National Research
Council), em uma fábrica da Western Electric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne
e sua finalidade era determinar a relação entre a intensidade da iluminação e a eficiência dos operários
medida através da produção. A experiência foi coordenada por Elton Mayo e colaboradores, e
estendeu-se à fadiga, acidentes no trabalho, rotatividade do pessoal (turnover) e ao efeito das
condições de trabalho sobre a produtividade do pessoal (Experiência de Hawthorne, 2017).
A direção da fábrica de Western Electric, situada no bairro Hawthorne da cidade de Chicago, Condado
de Cook, estado de Illinois, contratou uma equipe de Harvard (Elton Mayo- médico especializado em
psicopatologia e Fritz Roethlisberger) para conduzir experimentos relacionando produtividade e
condições físicas de trabalho. Nessa fábrica havia um grande departamento onde moças montavam
relés de telefone. A tese era que aumentando a luminosidade, a produtividade também aumentaria. A
Western Electric fabrica equipamentos e componentes telefônicos. Na época, valorizava o bem-estar
dos operários, mantendo salários satisfatórios e boas condições de trabalho. A empresa não estava
interessada em aumentar a produção, mas em conhecer melhor seus empregados.
1° período: Durou duas semanas. Foi estabelecida a capacidade produtiva em condições normais de
trabalho (2.400 unidades semanais por moça) que passou a ser comparada com os demais períodos.
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2° período: Durou cinco semanas. O grupo experimental foi isolado na sala de provas, mantendo-se
as condições e o horário de trabalho normais e medindo-se o ritmo de produção. Serviu para verificar
o efeito da mudança de local de trabalho.
5° período: Os intervalos de descanso foram aumentados para dez minutos cada, verificando-se
novo aumento de produção.
6° período: Introduziram-se três intervalos de cinco minutos na manhã e três à tarde. A produção não
aumentou e houve quebra no ritmo de trabalho.
7° período: Voltou-se a dois intervalos de dez minutos, em cada período, servindo-se um lanche leve.
A produção aumentou novamente.
8° período: O grupo experimental passou a trabalhar até às 16h30min e não até às 17 horas, como o
grupo de controle. Houve acentuado aumento na produção.
10° período: O grupo experimental voltou a trabalhar até às 17 horas. A produção aumentou bastante.
11° período: Estabeleceu-se a semana de cinco dias, com sábado livre. A produção diária do grupo
experimental continuou a subir.
12° período: Voltou-se às mesmas condições do 3° período, tirando-se todos os benefícios dados,
com a aceitação das moças. Esse período durou 12 semanas. Inesperadamente a produção atingiu
um índice jamais alcançado anteriormente (3.000 unidades semanais por moça = +25% = 3000/2400).
Conclusão dessa fase As moças gostavam de trabalhar na sala de provas porque era divertido e
a supervisão branda (ao contrário da supervisão de controle rígido na sala de montagem) permitia
trabalhar com liberdade e menor ansiedade;
Havia um ambiente amistoso e sem pressões, na qual a conversa era permitida, o que aumentava
a satisfação no trabalho;
O grupo desenvolveu objetivos comuns, como o de aumentar o ritmo de produção, embora fosse
solicitado trabalhar normalmente.
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3ª Fase - O programa de entrevistas
Os pesquisadores, fixados no estudo das relações humanas no trabalho, verificaram que, no grupo de
controle, as moças consideravam humilhante a supervisão vigilante e constrangedora. Assim,
em 1928 iniciou-se o Programa de Entrevistas (Interviewing Program) com os empregados para
conhecer suas atitudes e sentimentos, ouvir suas opiniões quanto ao trabalho e tratamento
que recebiam, bem como ouvir sugestões a respeito do treinamento dos supervisores. O
programa obteve sucesso. Foi, então, criada a Divisão de Pesquisas Industriais para ampliar o
Programa de Entrevistas. Entre 1928 e 1930 foram entrevistados cerca de 21.126 empregados. Em
1931 adotou-se a técnica da entrevista não diretiva, onde o operário pode falar livremente, sem que
o entrevistador desvie o assunto ou tente impor um roteiro prévio. O Programa de Entrevista revelou
a existência da Organização Informal dos Operários a fim de se protegerem das ameaças da
Administração. Nela, os operários se mantêm unidos através de laços de lealdade.
Grupos Informais
Enquanto os clássicos se preocupavam com aspectos formais da organização como autoridade,
responsabilidade, especialização, estudos de tempos e movimentos, princípios gerais de
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Administração, departamentalização etc., os autores humanistas se concentravam nos aspectos
informais da organização como grupos informais, comportamento social dos empregados,
crenças, atitude e expectativa, motivação etc. A empresa passou a ser visualizada como uma
organização social composta de grupos sociais informais. Esses definem suas regras de
comportamento, formas de recompensas ou sanções sociais, objetivos, escala de valores sociais,
crenças e expectativas que cada participante vai assimilando e integrando em suas atitudes e
comportamento.
Relações Humanas
As relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas a partir dos contatos entre pessoas e
grupos. Cada pessoa possui uma personalidade própria e diferenciada que influi no
comportamento e atitudes das outras com quem mantém contato. A compreensão das relações
humanas permite ao administrador melhores resultados de seus subordinados e a criação de uma
atmosfera na qual cada pessoa é encorajada a exprimir-se de forma livre e sadia.
Críticas ao Experimento
Recentemente a Experiência de Hawthorne tem sido revista e criticada no seu aspecto metodológico.
Em 1998 um artigo do New York Times apontou que somente cinco funcionárias participaram da
experiência e duas foram substituídas. Além disto, dois economistas da Universidade de Chicago,
Steven Levitt e John List, refizeram uma análise usando econometria e não encontraram ligação entre
a produtividade e a luminosidade.
1- Ingenuidade e romantismo.
2- Paternalismo tutorial.
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Bibliografia
As funções do executivo. (17 de 09 de 2017). Fonte: Scientific Electronic Library Online:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901971000300014
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