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Revista Brasileira de
CIÊNCIAS DO ESPORTE
www.rbceonline.org.br
ARTIGO ORIGINAL
a
8 Universidade do Sagrado Coração (USC), Programa de Mestrado em Fisioterapia, Laboratório de Pesquisa em Fisioterapia
9 (Lapefis), Bauru, SP, Brasil
b
10 Universidade do Sagrado Coração (USC), Laboratório de Pesquisa em Fisioterapia (Lapefis), Escola de Educação Física do
11 Exército , Bauru, SP, Brasil
c
12 Universidade do Sagrado Coração (USC), Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Programa de Mestrado em Fisioterapia,
13 Bauru, SP, Brasil
15
PALAVRAS-CHAVE Resumo O presente artigo objetivou fazer a adaptação cultural da Physical Appearance Per-
16
Aparência física; fectionism Scale (PAPS) para o Brasil. Seguiu guideline que preconiza traduções, síntese das
17
Perfeccionismo; traduções, retrotraduções, reunião de comitê de peritos e pré-teste. Todo o material das
18
Inquéritos e traduções, síntese e retrotraduções foi discutido pelo comitê de juízes que estabeleceu uma
19
questionários; versão em português brasileiro com equivalências conceitual, cultural, idiomática e semântica,
20
Tradução; que foi aprovada pelos 50 participantes do pré-teste. A análise da frequência das respostas dos
21
Brasil itens indicou ser necessária atenção ao item 3 em futuro estudo psicométrico. O processo de
22 adaptação cultural da PAPS foi um rigoroso processo. Todavia, para seu uso em pesquisas, ainda
23 é necessário estudo psicométrico.
24 © 2018 Publicado por Elsevier Editora Ltda. em nome de Colégio Brasileiro de Ciências do
25 Esporte. Este é um artigo Open Access sob uma licença CC BY-NC-ND (http://creativecommons.
26 org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Como citar este artigo: Corazza JF, et al. Tradução e adaptação cultural da Escala de Perfeccionismo para Aparência Física
RBCE 2049 1---7
(PAPS) para a língua portuguesa no Brasil. Rev Bras Ciênc Esporte. 2018. https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.002
+Model
RBCE 2049 1---7 ARTICLE IN PRESS
2 Corazza JF et al.
34 idiomatic and semantic equivalence, which was approved by the 50 participants of the pre-test.
35 The analysis of the frequency of the answers of the items indicated that attention should be
36 given to item 3 in a future psychometric study. The process of cultural adaptation of PAPS was
37 a rigorous process. However, for its use in research, it is still necessary to psychometric study.
38 © 2018 Published by Elsevier Editora Ltda. on behalf of Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte.
39 This is an open access article under the CC BY-NC-ND license (http://creativecommons.org/
40 licenses/by-nc-nd/4.0/).
41 PALABRAS CLAVE Traducción y adaptación cultural de la Escala de Perfeccionismo del Aspecto Físico
42
Apariencia física; (PAPS) al portugués de Brasil
Perfeccionismo;
43 Resumen El objetivo del presente artículo fue realizar la adaptación cultural de la Escala de
Encuestas y
44 Perfeccionismo del Aspecto Físico (PAPS) a Brasil. Seguimos una guía que aboga por la realización
cuestionarios;
45 de traducciones, síntesis de traducciones, traducciones retrospectivas, comité de expertos y
Traducción;
46 pretest. Todo el material de traducción, síntesis y traducciones retrospectivas fue valorado
Brasil
47 por el comité de expertos, que estableció una versión en portugués brasileño con equivalencia
48 conceptual, cultural, idiomática y semántica, que fue aprobada por los 50 participantes del
49 pretest. El análisis de la frecuencia de las respuestas de los ítems indicó que se debe prestar
50 atención al ítem 3 en un futuro estudio psicométrico. El proceso de adaptación cultural de la
51 PAPS fue riguroso. Sin embargo, todavía es necesario un estudio psicométrico antes de utilizarla
52 en investigaciones.
53 © 2018 Publicado por Elsevier Editora Ltda. en nombre de Colégio Brasileiro de Ciências do
54 Esporte. Este es un artı́culo Open Access bajo la licencia CC BY-NC-ND (http://creativecommons.
55 org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
57 A busca por perfeição e padrões de realização excessi- Essa lógica conceitual se apoia na concepção de que 90
58 vamente elevados, aliados a uma tendência de avaliar o o perfeccionistas teriam duas grandes dimensões --- cada 91
59 próprio comportamento de forma excessivamente crítica, qual com seus domínios específicos. Uma das dimensões é 92
60 podem ser caracterizados como comportamentos perfeccio- denominada ‘‘esforço positive’’. Ela abrange o esforço de 93
61 nistas. Pessoas perfeccionistas valorizam demasiadamente auto-orientação, estabelecimento de altos padrões pessoais 94
62 a avaliação que outras pessoas fazem de si e geral- e a necessidade de parecer perfeito. É nessa dimensão que 95
63 mente sentem-se pressionadas a não decepcionar o outro e estaria alocado o fator esperança para perfeição do per- 96
64 submetem-se a padrões elevados de níveis de desempenho feccionismo da aparência (Yang e Stoeber, 2012). A outra 97
66 Os sujeitos perfeccionistas adotam um estilo de vida tive’’, que capta o perfeccionismo socialmente prescrito, 99
67 demarcado por um esforço intensivo, persistente e crítico, autoavaliativo, preocupações sobre erros acerca da 100
68 compulsivo para atingir metas dificilmente acessíveis, acom- avaliação dos outros, a necessidade de evitar a imperfeição 101
69 panhado por avaliações pessoais críticas, excessivas e (Bieling et al., 2004). Nessa dimensão é que se localiza 102
70 severas. O perfeccionismo e seus excessos podem acarre- o segundo fator do perfeccionismo da aparência (Yang e 103
71 tar danos à saúde do indivíduo, tem que ser estudado não Stoeber, 2012). 104
72 apenas pelos profissionais de saúde mental, mas por todos Já foi reportada forte associação entre perfeccionismo 105
73 os profissionais de saúde. O entendimento atual é que não e insatisfação corporal (Ruggerio et al., 2003), ansiedade 106
74 existe um traço perfeccionista geral. Antes, o mesmo tem físico-social (Haase et al., 2002) e excesso de exercício físico 107
75 domínios específicos que se dirigem a variados aspectos da (Gulker et al., 2001) e sintomatologia de dismorfia corporal 108
76 vida do indivíduo. Nesse sentido, evidências mais marcan- (Hanstock e O’Mahony, 2002) e dos transtornos alimentares 109
77 tes entre os domínios trabalho, área acadêmica, esporte, (Bardone-Cone et al., 2007; Stoeber e Yang, 2015).Sugere 110
78 relações interpessoais no âmbito familiar e aparência física que indivíduos perfeccionistas estão frequentemente insa- 111
79 (McArdle, 2010; Mitchelson, 2009; Stoeber e Stoeber, 2009; tisfeitos com corpo e que exigem de si altos níveis de 112
80 Yang e Stoeber, 2012). rendimento para alcançar um padrão ideal de corpo. 113
81 O perfeccionismo em relação à aparência pode ser Davis et al. (2005) e Grammas e Schwartz (2009) obser- 114
82 definido como uma forma de domínio-específico do perfec- varam que homens com tendências perfeccionistas eram 115
83 cionismo que compreende dois componentes: esperança de muito ---em sua aparência e aptidão física e demonstravam 116
84 perfeição e preocupação com a imperfeição (Yang e Stoeber, maior propensão a buscar um corpo musculoso, fomentavam 117
85 2012). Esperança de perfeição se relaciona com os esforços pensamentos preocupantes sobre a forma do corpo ideal 118
86 perfeccionistas para conquistar a aparência física desejada, e comportamentos pouco saudáveis ??em busca do elusivo 119
87 ideal. A preocupação com a imperfeição relaciona-se com padrão de perfeição de corpo masculino. Em mulheres, o 120
Como citar este artigo: Corazza JF, et al. Tradução e adaptação cultural da Escala de Perfeccionismo para Aparência Física
RBCE 2049 1---7
(PAPS) para a língua portuguesa no Brasil. Rev Bras Ciênc Esporte. 2018. https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.002
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Escala de Perfeccionismo para Aparência Física 3
121 perfeccionismo social --- que se relaciona ao perfeccionismo por semana para 38%, uma a duas vezes por semana para 178
122 da aparência por estabelecer crenças ou a percepção de que 26% e esporadicamente treinam 8% da amostra. 179
151 escala, o instrumento estará apto para a feitura do estudo da PAPS para a adaptação cultural do instrumento em por- 203
152 psicométrico, para estabelecer as devidas validades e a con- tuguês. O guideline adotado recomenda cinco passos para 204
Para a primeira fase --- tradução --- dois brasileiros com 209
155 Este é um estudo metodológico, que trata da adaptação
fluência na língua inglesa e dois brasileiros com fluência em 210
156 cultural de escala de medida. Foi autorizada pelo Comitê
mandarim fizeram as traduções de forma independente. Pos- 211
157 de Ética e Pesquisa da Universidade do Sagrado Coração sob
teriormente, na segunda fase, as traduções (T1inglês , T2inglês ) e
o parecer n◦ 1.734.372.
212
158
(T1mandarim e T2mandarim ) foram sintetizadas por um juiz de sín- 213
160 A seleção da amostral foi não probabilística, por julgamento síntese T 12mandarim foi encaminhada para dois chineses nati- 217
161 (Malhotra, 2008), recrutada para feitura do pré-teste. De vos da língua mandarim com fluência na língua portuguesa. 218
162 acordo com o guideline adotado (Beaton et al., 2002), o A versão de síntese T12inglês foi enviada a dois americanos 219
163 número amostral adequado está entre 30 a 50 participan- nativos da língua inglesa e fluência na língua portuguesa. 220
164 tes. Os critérios de inclusão adotados foram: ter entre 18 Foram então produzidos mais quatro documentos --- RT1inglês , 221
165 e 59 anos, ser praticante de musculação em treinamento RT2inglês , RT1mandarim e RT2mandarim --- de forma independente. 222
166 regular havia pelo menos um ano, preferencialmente com Em seguida, fez-se a reunião de peritos, na qual o instru- 223
167 frequência de seis a três vezes na semana e duração mínima mento original e todas as versões produzidas (T1inglês , T2inglês , 224
168 de 30 minutos cada sessão. T1mandarim , T2mandarim , T12inglês ,T 12mandarim , RT1inglês , RT2inglês , 225
169 A amostra foi então constituída por 50 participantes, RT1mandarim e RT2mandarim ), bem como as dúvidas e anotações 226
170 27 homens e 23 mulheres, com média de 29,04 (± 10,42) que surgiram nas etapas anteriores, foram enviadas por meio 227
171 anos. Em relação à prática de exercício resistido, 18% rela- de um material único para análise. Além dos tradutores, 228
172 taram fazer essa atividade em intensidade pesada, 16% em juiz de síntese e retrotradutores, compuseram o comitê de 229
173 intensidade moderadamente pesada, 38% em intensidade peritos: um psicólogo, um profissional de educação física, 230
174 moderada e 28% em intensidade leve. A duração de cada um metodologista, um linguista e um representante da 231
175 sessão de treino para 44% excede 30 minutos e os demais população-alvo. Os peritos tiveram o papel de discutir os 232
176 ficam até esse período máximo de tempo. A frequência do itens de cada instrumento e julgar a equivalência entre o 233
177 treino é diária para 28% da amostra, de três a cinco vezes instrumento original e o instrumento traduzido em quatro 234
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(PAPS) para a língua portuguesa no Brasil. Rev Bras Ciênc Esporte. 2018. https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.002
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235 áreas: equivalências semântica, experimental ou cultural, entre os itens 2 e 7 foram analisadas tendo como pano de 291
236 idiomática e conceitual. Cada item foi julgada por cada fundo o conceito e a teoria sob a qual se apoia a PAPS. 292
237 equivalência e usaram-se os escores: (-1) não equivale --- A T1mandarim do item 2 propôs: ‘‘Desejo ter um corpo per- 293
238 e nova versão foi sugerida pelos peritos; (0) equivale --- e feito‘‘e a T2mandarim propôs: ‘‘Espero ter um corpo perfeito‘‘. 294
239 o item da escala estava adequado; e (1) equivale muito --- Optou-se pela T2mandarim , pois ao investigar palavras sinô- 295
240 o que indicava total adesão à equivalência. Os itens acei- nimas para os dois verbos (Desejar = ambicionar, ansiar, 296
241 tos e reformulados pelos peritos resultaram na versão de almejar, aspirar; esperar = acreditar, confiar, almejar, aguar- 297
242 pré-teste. dar) concluiu-se que o perfeccionista pode desejar ter um 298
243 Para o pré-teste, foi recrutada amostra em academias corpo perfeito, mas pode esperar não alcançar sua meta. 299
244 em Bauru (SP) e cidades vizinhas. Com a permissão do res- No caso do item 7, as possibilidades ‘‘Desejo ser mais 300
245 ponsável pela academia, foi colocado cartaz na entrada atraente‘‘(T1mandarim ) ou ‘‘Espero que outros me achem atra- 301
246 da academia que divulgava a pesquisa e o pesquisador se ente‘‘(T2mandarim ) relatam conceitos distintos. Observando o 302
247 colocou à disposição para esclarecer aos que procuravam item na escala original, concluíram que o sentido da asser- 303
248 espontaneamente por mais informações e convidar o aluno tiva assemelhava-se ao proposto pela T2mandarim . Por fim, foi 304
249 a participar. A pesquisa foi também divulgada no sistema consensual a escolha da T2mandarim para o item 8. 305
250 de áudio da academia. A todos os interessados foi ofere- Em relação às retrotraduções da T12inglês e da T12mandarim , 306
251 cido o termo de consentimento livre e esclarecido para observou-se que os quatro documentos estão muito próximos 307
252 leitura e assinatura e em seguida o pacote com a escala. da versão original da PAPS em inglês e mandarim. Isso é um 308
253 Cada aplicação ocorreu de forma individual, em sala cedida indício de que as primeiras fases de tradução e síntese foram 309
254 pela academia. Após o preenchimento do instrumento, cada bem executadas. Vale destacar que a fase de retrotradução 310
255 participante foi entrevistado sobre as dificuldades de preen- dos instrumentos é de suma importância para verificar se as 311
256 chimento, clareza dos itens, adequação dos itens ao que era traduções anteriores não perderam o sentido proposto no 312
257 avaliado no instrumento, adequação dos itens à população instrumento original (Weeks, Swerissen & Belfrage, 2007). A 313
258 de interesse. Todas as respostas foram registradas em for- figura 1 apresenta a versão de síntese, bem como os itens 314
263 padrões de estudos do tipo metodológicos. Foi apresentada tro horas e 37 minutos. Cada equivalência --- semântica, 318
264 a distribuição das respostas para análise preliminar da sen- experimental, idiomática e conceitual --- de cada item e da 319
265 sibilidade do instrumento, com o propósito de indicar erros instrução foi discutida, considerando todo o material pro- 320
266 e bias que pudessem ter sido gerados na adaptação cultural. duzido. O comitê teve por objetivo produzir uma versão 321
270 Tanto as duas traduções em inglês quanto as duas traduções cia ao nome original da escala e sua visibilidade no cenário 329
271 em mandariam tiveram poucas dissemelhanças entre si. Na internacional. Divergências maiores foram observadas nas 330
272 versão inglesa, os tradutores buscaram consenso para a instruções da escala e os membros do comitê orientaram o 331
273 T12inglês em relação às instruções da escala e os itens 3, 4, 5 e pesquisador a avaliar cuidadosamente seu entendimento no 332
275 Em relação à instrução do instrumento, adotou-se a proposta Em relação aos itens, os que foram mais profundamente 334
276 da T1inglês e adicionou-se a observação de que foi avaliada modificados foram 1, 10 e 11. Eles deixaram de atender 335
277 ainda como insatisfatória pelos tradutores para o comitê de a uma ou mais equivalências na T12 mandarim e /ou T12ingles . 336
278 peritos. A T1inglês foi igualmente escolhida para ser a ver- Pesquisas anteriores de adaptação cultural relataram a difi- 337
279 são de síntese para os itens 4 e 5 consensualmente. Já o culdade do participante com assertivas com duplas negativas 338
280 item 10 da versão de síntese é uma reformulação na qual (Ferreira et al., 2014). Considerando esse ponto, o item 1 339
281 mesclaram-se a T1inglês e a T2inglês . foi reescrito: ‘‘Estou insatisfeito com a minha aparência‘‘. 340
282 Na síntese das versões em mandarim, T12mandarim , foi O item 10, tanto como apresentado na T12inglês e na 341
283 necessário alcançar o consenso para os itens 2, 3, 4, 5, 9, T12mandarim , foi julgado como tendo equivalência semân- 342
284 10 e 11 e as instruções da escala. Quanto a esses três últi- tica insuficiente pelos membros do comitê. Sua redação 343
285 mos, em consenso, todos decidiram adotar a T2mandarim para no pré-teste é baseada nessas duas versões mescla- 344
286 a T12mandarim . Entretanto, foi sugerida a revisão da instrução das. Para também atender à equivalência semântica, no 345
287 da escala e dos itens 10 e 11 na reunião de comitê de peri- item 11 foi substituída a palavra shortcomings (defeitos) 346
288 tos, pois suas traduções levavam a interpretações distintas por ‘‘imperfeições‘‘, evitou-se um sentido pejorativo em 347
289 acerca dos itens. Os itens 1, 3, 4 e 5 foram escritos na relação ao corpo. Além disso, considerou-se que a palavra 348
290 T12mandarim assim como propostos na T1mandarim . Asdivergências ‘‘imperfeições‘‘está relacionada ao constructo de estudo 349
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Escala de Perfeccionismo para Aparência Física 5
Figura 1 Versões originais, sínteses das traduções (T12ingles e T12 mandarim ) e conclusões da apreciação do comitê de peritos
Fonte: elaborado pelos autores.
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6 Corazza JF et al.
Tabela 1 Frequência das respostas para os itens da Versão em Português Brasileiro da PAPS
Itens Respostas (%)
Figura 2 Versão Brasileira da Escala de Perfeccionismo para Aparência Física Fonte: elaborado pelos autores.
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Escala de Perfeccionismo para Aparência Física 7
350 ‘‘perfeccionismo‘‘. Por fim, vale mencionar que os itens 2, Referências 400
351 3,5, 6, 7, 8 e 9 foram enviados para a versão pré-teste assim
352 como propostos na T12inglês. A figura 1 sumariza as conclusões Bardone-Cone AM. Self-oriented and socially prescribed perfectio- 401
353 do comitê de peritos. nism dimensions and their associations with disordered eating. 402
Behaviour Research and Therapy 2009;45:1977---86. 403
Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommen- 404
354 Pré-teste da versão brasileira da PAPS
dations for the cross-cultural adaptation of healthy status 405
measures. Chicago, IL: American Academy of Orthopedic Sur- 406
355 Todos os 50 participantes preencheram a PAPS integralmente geons/Institute for Work e Health; 2002. 407
356 e depois foram entrevistados pelo mesmo pesquisador. Na Bielinga PJ, Israelib AL, Antonya MM. Is perfectionism good, bad, or 408
357 entrevista pode-se verificar que não foi relatada dificul- both? Examining models of the perfectionism construct. Perso- 409
358 dade de entendimento, o layout da escala foi aprovado, as nality and Individual Differences 2004;36:1373---85. 410
359 possibilidades de resposta foram julgadas adequadas, assim Davis C, Karvinen K, McCreary D. Personality correlates of a drive for 411
360 como a pertinência dos itens ao que se deseja avaliar e à muscularity in young men. Personality and Individual Differences 412
361 população alvo. Logo, não houve necessidade de retornar 2005;39:349---59. 413
Flett GL, Hewitt PL. Perfectionism. Washington: APA; 2002. 414
362 ao comitê de peritos.
Dunkley DM, Blankstein KR. Self-critical perfectionism, coping, 415
363 Verificamos a distribuição das respostas para cada item. hassles, and current distress: A structural equation mode- 416
364 Uma distribuição relativamente equilibrada ente as cinco ling approach. Cognitive Therapy and Research 2000;24: 417
365 opções de resposta indicaria baixa possibilidade de o item 713---30. 418
366 provocar uma tendência à resposta. Essa tendência pode Ferreira L, Neves AN, Tavares MCGCF. Validity of body image scales 419
367 ocorrer por itens mal redigidos, confusos ou que levam o for Brazilian older adults. Motriz: Revista de Educação Física; 420
369 Com exceção do item 3, todos parecem equilibrados, Frost RO, Marten P, Lahart C, Rosenblate R. The dimensions 422
370 o que indica não haver tendência gerada pela redação do of perfectionism. Cognitive therapy and research 1990;14: 423
371 item. Voltamos aos materiais do comitê de peritos, relemos 449---68. 424
Grammas DL, Schwartz JP. Internalization of messages from society 425
372 as anotações desse e das entrevistas do pré-teste. O item
and perfectionism as predictors of male body image. Body Image 426
373 3 foi um daqueles modificados pelo comitê de peritos por 2009;6:1---36. 427
374 baixa equivalência conceitual. Mas no pré-teste foi muito Haase AM, Prapavessis H, Owens RG. Perfectionism, social physi- 428
375 bem compreendido, julgado adequado e pertinente. Assim, que anxiety and disordered eating: A comparison of male and 429
376 cabe ficar atento num próximo trabalho de validação psico- female elite athletes. Psychology of sport and Exercise 2002;3: 430
377 métrica ao item 3, que nessa nossa breve análise se mostrou 209---22. 431
378 mais frágil. A versão final da PAPS adaptada ao Brasil está Hamachek DE. Psychodynamics of normal and neurotic perfec- 432
379 disposta na figura 2. tionism. Psychology: A Journal of Human Behavior 1978;15: 433
27---33. 434
Hanstock TL, O’Mahony JF. Perfectionism, acne and appe- 435
380 Conclusão arance concerns. Personality and Individual Differences 436
2002;32:1317---25. 437
381 O presente estudo descreveu o processo de adaptação cultu- McArdle S. Exploring domain-specific perfectionism. Journal of Per- 438
382 ral da Escala de Perfeccionismo para Aparência Física (PAPS) sonality 1010; 78: 493-508. 439
383 para a língua portuguesa no Brasil. As instruções da escala Malhotra NK. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. Porto 440
384 e cada item foi cuidadosamente discutido, seguiram-se cri- Alegre: Bookman; 2008. 441
385 teriosamente os procedimentos do guideline adotado. Mitchelson JK. Seeking the perfect balance: Perfectionism and 442
work---family conflict. Journal of Occupational and Organizati- 443
386 Cabe ressaltar que apenas esse processo inicial não é
onal Psychology 2009;82:349---67. 444
387 suficiente para que a escala possa ser imediatamente empre- Ruggiero GM, Levi D, Ciuna A, Sassaroli S. Stress situation 445
388 gada em pesquisas. A adaptação cultural --- por melhor que reveals an association between perfectionism and drive for 446
389 seja --- não garante que o instrumento traduzido e adaptado thinness. International Journal of Eating Disorders 2003;34: 447
390 seja válido e confiável. Por isso, é necessária uma continui- 220---6. 448
391 dade dessa pesquisa metodológica, destinada à verificação Stoeber J, Stoeber FS. Domains of perfectionism: Prevalence and 449
392 das qualidades psicométricas do instrumento. relationships with perfectionism, gender, age, and satisfac- 450
tion with life. Personality and Individual Differences 2009;46: 451
530---5. 452
393 Financeiro Stoeber J, Yang H. Physical appearance perfectionism explains vari- 453
ance in eating disorder symptoms above general perfectionism. 454
394 O presente trabalho não contou com apoio financeiro. Personality and Individual Differences 2015;86:303---7. 455
Sherry SB, Vriend JL, Hewitt PL, Sherr DL, Flett GL, Wardrop AA. 456
395 Conflitos de interesse Perfectionism dimensions, appearance schemas, and body image 457
disturbance in community members and university students. 458
Body Image 2009;6:83---9. 459
396 Os autores declaram não haver conflitos de interesse. Weeks A, Swerissen H, Belfrage J. Issues, challenges and solu- 460
tions in translating study instruments. Evaluation Review 461
Q2
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Como citar este artigo: Corazza JF, et al. Tradução e adaptação cultural da Escala de Perfeccionismo para Aparência Física
RBCE 2049 1---7
(PAPS) para a língua portuguesa no Brasil. Rev Bras Ciênc Esporte. 2018. https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.002