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Os Três Porquinhos de Porcelana – Tino Freitas

O autor Ficha Tino Freitas Walther Moreira Santos

Tino Freitas
escreveu ilustrou

Autor:

foto © Dante Accioly


Tino Freitas Tino Freitas é um dos integran- C ontrary to popular belief, Lorem Ipsum is not simply random text. It
has roots in a piece of classical Latin literature from 45 BC, making it over

Tino Freitas
PROJETO DE LEITURA

2000 years old. Richard McClintock, a Latin professor at Hampden-Sydney

tes do projeto Roedores de Livros,


College in Virginia, looked up one of the more obscure Latin words, con-

Assim como a COE-


sectetur, from a Lorem Ipsum passage, and going through the cites of the
word in classical literature, discovered the undoubtable source. Lorem

Os Três Porquinhos de Porcelana


Ipsum comes from sections 1.10.32 and 1.10.33 of "de Finibus Bonorum et

atuante há mais de dez anos, cujo Título:


Malorum" (The Extremes of Good and Evil) by Cicero, written in 45 BC. This

LHA dessa história,


book is a treatise on the theory of ethics, very popular during the Renais-
sance. The first line of Lorem Ipsum, "Lorem ipsum dolor sit amet..", comes
from a line in section 1.10.32.

desejo muito conhe- blog http://roedoresdelivros.blo- Os Três Porquinhos


The standard chunk of Lorem Ipsum used since the 1500s is reproduced
below for those interested. Sections 1.10.32 and 1.10.33 from "de Finibus
Bonorum et Malorum" by Cicero are also reproduced in their exact original
form, accompanied by English versions from the 1914 translation by.

cer o mundo. Desejo gspot.com é um dos mais impor- de Porcelana


também fazer ami- tantes e acessados blogs de litera- Ilustrador: Walther
gos. Para tanto, em tura infantojuvenil. Moreira Santos
vez de moedas, economizo pala- Acesse o site: Formato:
vras que colho com o olhar atento literatino.blogspot.com 20,5 x 27,5 cm
a cada passeio na rua, nas cachoei- N.º de páginas:
ras desse imenso Goiás, enfim, 48
nos meus sonhos. Daí, guardo-as Elaboradora:
na minha cuca maluca, onde ne- Regina Polycarpo
nhum LÔ BOMAU pode alcançar.
Um dia deposito-as no papel. Às
vezes, esse investimento fica perdi-
do num arquivo do computador e
é preciso economizar outras tantas Quadro sinóptico
palavras. Outras vezes, uma edito- Gênero: fábula
ra propõe uma troca: minhas eco- Palavras-chave: dinheiro,
nomias por um livro. E é aí que co- trabalho, preguiça, esperteza
meça mais uma viagem. No caso e honestidade
específico desta edição, minhas Temas transversais: ética,
palavras viajaram até a casa do trabalho e consumo e pluralidade INDICAÇÃO:

Walther, em Vitória de Santo An- Leitor


cultural em processo
tão. Ainda não viajei com elas. Ain- a partir dos
Interdisciplinaridade: Língua
da. Mas já ganhei um amigo. Estou
no lucro. Portuguesa, Geografia, História,
Artes e Matemática anos
8
ensino
fundamental
1
O ilustrador A elaboradora
Walther Moreira Santos Regina Polycarpo
A primeira vez que um lobo me en- Graduada em Letras pela Univer-
controu eu ainda era criança! Ele sidade Metodista de São Paulo
veio dentro de um livro cujo título (UMESP), de São Bernardo, come-
era Chamado Selvagem; a segun- cei a lecionar Português e Inglês
da vez foi este ano, quando a Me- antes mesmo de me formar. Foram
lhoramentos me mandou essa ma- quinze anos antes de me dedicar à
ravilhosa e divertida história escrita consultoria acadêmica de livros di-
pelo Tino Freitas. Acho que a histó- dáticos infantojuvenis em inglês.
ria encontrou a pessoa certa: por- A experiência adquirida no marke-
que eu adoro desenhar lobos, mes- ting editorial levou-me à paixão
mo quando eles são uns salafrários pelo livro e à grande admiração pe-
como o deste livro! Me diverti à los autores e ilustradores.
beça usando tinta acrílica, lápis de Tornei-me lexicógrafa trabalhan-
cor, aquarelas, colagens e massinha do ativamente na equipe de re-
– se você gostou das imagens, visi- visão do Michaelis – Moderno
te meu blog e seja bem-vindo! Dicionário da Língua Portuguesa,
E muito cuidado com os lobos que a ser lançado em 2012 pela Edito-
andam por aí... ra Melhoramentos, além de prestar
www.wmsbooks.blogspot.com consultoria ao Melhoramentos Di-
cionário Ilustrado da Língua Portu-
guesa,, também publicado por essa
editora em 2010.

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Em poucas palavras Resenha
Ao ler um título como Os Três Por- A honestidade é vista como um moedas, e a personagem principal
quinhos de Porcelana, a primeira coisa obstáculo por certos indivíduos que é a Comadre Botelha, a COELHA,
que vem à cabeça é o tradicional con- querem, a qualquer preço, atingir que, ao descobrir que suas econo-
to de fadas em que um lobo mau está seus fins. mias de anos a fio foram roubadas
faminto e quer fazer dos três irmãos O objetivo da obra é tornar mais por Lourenço Boulenço Maurenço,
porquinhos uma tremenda refeição. intenso na criança o conceito de o LÔ BOMAU, resolve virar o jogo; e
Entretanto, o domínio literário de honradez em toda e qualquer reali- em vez de queimar o rabo do lobo
Tino Freitas, que dá uma abordagem zação; e, utilizando alguns elemen- num caldeirão da lareira para afu-
inusitada e surpreendente à obra, e as tos do tradicional conto de fadas de gentá-lo de vez, ou matar o trapa-
ilustrações de Walther Moreira San- título similar, Tino Freitas, em uma ceiro, usa inteligentemente a fra-
tos, que oferecem múltiplos olhares e linguagem moderna e coloquial, cria queza moral do bandido para fazer
novas possibilidades de leitura, farão uma história muito bem contada, algo mais edificante. Daí o diferen-
deste projeto um valioso instrumento divertida e imprevisível no livro Os cial do conto.
para o professor. Três Porquinhos de Porcelana, em O texto revela um lobo pobre
Como não se encantar com uma que os porquinhos são os recipien- e invejoso, que, para conseguir o
coelha dotada de inteligência emo- tes nos quais costumamos guardar que quer, impõe sua vontade esper-
cional ou com um Lô Bomau estres-
sado, que se acha esperto e se trans-
forma em Lô Bocó? >>
Tino faz isso: traz uma história
bem elaborada e cheia de humor
transmitindo princípios de boa con-
duta, valorizando as virtudes.
A proposta é dar ao educador opor-
tunidades várias de explorar a história,
da maneira que lhe for mais adequa-
da, fazendo com que a criança respire
a atmosfera da literatura desde a pri-
meira página. Basta entrar no mundo
imaginário, mas, garanto, funciona!
Bem-vindo!
3
neando, gritando, ameaçando e ba-
tendo; e ainda quer ganhar dinhei-
ro sem fazer esforço: “...ou simples-
mente esperar um descuido da COE-
LHA para roubar a dinheirama. De-
pois, bastava desaparecer do VALE
ÔSO e viver rico e feliz para sempre.
Dinheiro mole, fácil, fácil”.
Consegue por um tempo, mas,
claro, por pouco tempo, porque
COELHA, inteligente e pacientemen-
te, fazendo com que LÔ BOMAU,
sem perceber, seja produtivo, cons-
truindo três casas, uma para cada
filha da Comadre Botelha, e lhe de-
volva moeda por moeda roubada.
E como COELHA consegue essa
façanha? Ela sabe lidar com a for-
ma “bisbilhoteira” de ser do LÔ BO-
MAU: “...interrompeu o passeio,
levantou as orelhas e ouviu atenta-
mente por trás do muro”.
A narrativa e as ilustrações dia-
logam entre si e constroem a his-
tória em um crescendo tão perfei-
to que cria uma grande expectati-
va no leitor: como COELHA conse-
gue reaver todas as suas moedas
de ouro?

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Criando uma atmosfera literária
Sempre que se tem um objetivo a alcançar, deve-se ter também a força de
vontade necessária para conseguir o que é pretendido. “Para que seu desejo se realizas-
se, ela precisava juntar trezentas
• Analise o recurso imagético do livro, de economia, que permite à criança moedas de ouro. Só assim poderia
para que as crianças percebam todo compreender a complexidade do mun- dar a volta ao mundo, visitar luga-
o trabalho que COELHA realiza para do econômico de hoje. res distantes, se hospedar em ho-
juntar as moedas de ouro, as quais se- téis, passear à vontade em parques
riam utilizadas para viajar pelo mundo de diversões, zoológicos, provar as
• Conheça a obra e trabalhe com os melhores comidas do planeta, en-
e construir uma casa para cada filha. alunos todos os meios de troca que tre outras coisas.”
• Procure saber dos alunos os lugares já existiram. O lançamento educati-
que gostariam de conhecer.
• Traga um mapa-múndi para a sala,
de forma que as crianças apontem os
vo encontra-se na seção Conhecen-
do um pouco mais. >>
países aonde gostariam de ir. Entretanto, lidar com dinheiro não
• Os alunos podem trazer gravuras ou é fácil para ninguém, imagine para as
postais das cidades preferidas e mon- crianças... Gastar tudo até receber ou-
tar um painel com curiosidades sobre tra mesada ou semanada? Guardar um
os lugares. pouco para outras coisas legais? Tudo é
• Sugira que façam uma grande árvore uma questão de escolha.
com materiais reciclados, para que se
pendurem os desejos. • Discuta o tema com a classe: gastar
• Trabalhe com os alunos as maneiras versus economizar.
de terem seus desejos realizados.
É hora de falar em dinheiro; afinal,
E o que é o dinheiro? O Banco Cen- COELHA só realizaria seu sonho com
tral do Brasil publicou uma série educa- as trezentas moedas de ouro que havia
tiva, em dezembro de 2002, com tex- economizado com muito trabalho.
tos simples, temas e conceitos básicos

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• Procure saber o que cada criança fa- – quando ganham um pre-
ria para economizar dinheiro. sente,
– quando alguém fala que re-
Outro aspecto abordado no texto é clamam de tudo,
a forma como LÔ BOMAU se manifes- – quando ganham uma festa sur-
ta para conseguir o que quer. Enquan- presa,
to ele esperneia, bate, grita e ameaça, – quando não os convidam para
COELHA lida com as emoções sabia- uma festinha/brincadeira,
mente. O que não é nada fácil, não é – quando não lhes em-
mesmo? prestam determi-
nado brinquedo.
• Procure saber das crianças como elas • Informe-se sobre o
lidam com as emoções. Peça aos alu- que eles mais gostam de
nos que façam cartelas com os emo- fazer e o que menos gostam
ticons (carinhas com as diversas emo- também.
ções) utilizados para enviar mensa-
gens pelo computador ou pelo tele-
fone celular e os mostrem como re-
presentação dos sentimentos confor-
me as situações mencionadas pelo
professor. Por exemplo:
– quando não entendem o que está
acontecendo,
– quando pedem algo e não lhe dão,
– quando levam um tombo,
– quando recebem uma bronca,
– quando veem uma barata,
– quando brigam com um amigo,

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Ler por prazer

• Decore a sala com moedas, cédu- “LÔ BOMAU enlouqueceu. Desceu


las e outras coisas que já serviram a montanha de uma vez e só parou
de instrumento de troca. para descansar quando chegou ao
• Organize os alunos em círculo. VALE NADA, onde passou a fazer
• Sugira algum comentário sobre o companhia ao DOIDU ENDE. Ago-
título. ra, quando ele passa pela praça,
todo mundo acha graça e sempre
• Aproveite a oportunidade para
há quem diz:
fazer uma intertextualidade com
o conto infantil “Os três porqui- – Pessoal, lá vai o LÔ BOCÓ.”
nhos” e apresentar o vídeo do
site: www.desenhosanimados.
tv/tres-porquinhos-lobo-mau/.
• Fale sobre os pontos comuns en-
tre o vídeo e a história que vão
ler: trabalho, preguiça, esperte-
za, honestidade e outros.
• Mostre as ilustrações e faça com
que os alunos interpretem as
imagens.
• Leia uma página e desperte a
curiosidade para a página se-
guinte.
• Será que as crianças teriam ou-
tra maneira de reaver as moedas
de ouro e dar um final diferente
à história? Ouça com atenção o
que elas têm a dizer.

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ATIVIDADES INTERDISCIPLINARES

• Utilize um dos ditados populares “É através de uma história que


referentes a dinheiro, de escolha se pode descobrir outros lugares,
dos alunos, para a produção de outros tempos, outros jeitos de
texto, com desenhos, colagens, agir e de ser, outras regras, outra
fotos e outros tipos de ilustração: ética, outra ótica... É ficar sabendo
– De grão em grão, a galinha en- história, filosofia, direito, política,
che o papo. sociologia, antropologia etc. sem
– Nem tudo o que reluz é ouro. precisar saber o nome disso tudo
e muito menos achar que tem cara
– Quem tudo quer nada tem.
de aula.” (Fanny Abramovich – pe-
– Quando a esmola é demais, até o dagoga e escritora de livro infantil
santo desconfia. e juvenil.)
• Solicite uma pesquisa sobre a his-
tória das moedas no Brasil.
• Organize uma feira de trocas de
objetos (os alunos podem utilizar
cédulas ou moedas desenhadas
em cartelas ou, ainda, outras coi-
sas que sirvam de meio de troca –
o objetivo é treinar a negociação
honesta).
• Peça aos alunos que produzam
uma peça teatral para recontar a
história, utilizando máscaras ou
fantasias confeccionadas por eles.
É uma oportunidade para a famí-
lia acompanhar o aprendizado.

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Conhecendo um pouco mais

História do dinheiro preciso que houvesse concordância en-


As moedas e as notas, usadas para tre as partes.
comprar quase tudo de que você pre- Se alguém quisesse trocar uma va-
cisa ou que você quer (comida, roupas, silha por uma faca, por exemplo, teria
brinquedos) são uma invenção recente que procurar por quem tivesse uma faca
na história da humanidade. e verificar se essa pessoa estaria dispos-
Há milhares de anos, os homens não ta a receber a vasilha em troca. Às vezes
precisavam de dinheiro. As poucas pes- o negócio acabava sem problemas:
soas que existiam moravam em caver- – Tome a sua faca! Dê a minha vasilha!
nas, cobriam os corpos com peles de Outras vezes, porém, não era interes-
animais e comiam aquilo que caçavam se do dono da faca trocá-la por uma va-
ou pescavam. silha, e sim trocar por um co-
Mais tarde, quando o número de pes- lar de conchas do
soas aumentou, formaram-se pequenas mar.
comunidades. Além da caça e da pesca, Então, o dono
algumas pessoas passaram a se dedicar da vasilha, que queria a
à agricultura e a produzir ferramentas, faca, teria que procurar alguém que
armas e vasilhas de barro para cozinhar. possuísse um colar de conchas do mar
Quando as pessoas de uma comuni- e que quisesse trocá-lo pela vasilha. Em
dade precisavam de algum objeto que seguida, se conseguisse trocar a vasilha,
não produziam, iam a uma comunidade voltaria à casa do dono da faca e, final-
vizinha e faziam a troca por coisas que mente, faria a troca pelo colar de con-
não existiam por lá. Assim foi criado o chas do mar.
escambo, que é a troca de uma coisa Como você pode ver, essa troca cau-
por outra. sava muita confusão. Por isso, as pes-
O escambo foi a primeira forma de soas entraram em acordo para dar um
comércio. valor a alguns objetos ou alimentos e
É claro que nem tudo era tão sim- poder trocá-los por aquilo que cada um
ples. Para se trocar algo, primeiro era quisesse ou de que necessitasse.

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>>
Assim, através do tempo e em di- tes e podiam ser divididos em pe-
versas comunidades, certos objetos e quenas partes.
alimentos, como conchas, plumas, ta- Assim, os primeiros comerciantes via-
baco, peles, pedras, sementes, cereais javam carregando seus sacos de ouro e
e sal foram usados como dinheiro prata e algumas balanças, com as quais
para comprar e vender mercadorias. pesavam a quantidade necessária para
Quando alguém realizava um traba- comprar ou vender mercadorias.
lho para outra pessoa, também po- O trabalho de carregar todo esse
dia receber em troca uma quantidade peso, porém, era complicado. Foi en-
dessas coisas. tão que apareceram as primeiras moe-
No Brasil, após a chegada dos por- das – peças de ouro, de prata ou de
tugueses, o pau-brasil passou a ser a combinação dos dois metais. Essas moe-
principal mercadoria utilizada como das, em que eram inscritos seu peso e
instrumento de troca. Posteriormente, seu valor, eram marcadas também com
o pano de algodão, o açúcar, o fumo os nomes, desenhos ou legendas dos
e o zimbo (tipo de concha utilizada governantes que as faziam circular em
nas trocas entre os escravos) foram seus domínios.
utilizados como moeda/mercadoria. Mas sair com um saco de moedas
Muito antes da descoberta do Brasil, para comprar mercadoria não era uma
à medida que as comunidades cres- boa ideia. As estradas estavam cheias
ciam e aumentavam as trocas entre de ladrões. Então, os comerciantes en-
diferentes povos, os metais – espe- contraram uma solução. Começaram a
cialmente os metais preciosos, como depositar suas moedas na casa de uma
a prata e o ouro – começaram a ser pessoa em quem confiavam: o ourives,
utilizados como instrumento de tro- que era encarregado de trabalhar com
ca para facilitar o comércio. Isso por- o ouro e com os outros metais nobres.
que além de serem muito desejados, Ali, suas moedas estariam seguras.
por causa de sua beleza e dificulda- Em troca das moedas que lhe davam
de de obtenção – o que aumentava para guardar, o ourives entregava um re-
o seu valor –, eram muito resisten- cibo no qual prometia devolvê-las quan-

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>>
do o dono as pedisse. Sempre que com- zia antes. Com elas, compramos as coi-
prava mercadorias, o comerciante ia à sas de que precisamos ou queremos.
casa do ourives para retirar parte de suas No mundo moderno, quase tudo
moedas. Por sua vez, o dono da merca- tem preço. Se você quer, por exem-
doria recebia a moeda do comerciante e plo, um chocolate, deve pagar o valor
também a depositava na casa do ourives. que o vendedor pede. A mesma coisa
Os ourives estavam cansados de tan- acontece com os outros alimentos que
to dar recibos pelas mesmas moedas. você come, com a roupa que você usa,
Tiveram, então, uma grande ideia: em com a luz que ilumina sua casa à noi-
vez de ficarem entregando o ouro e te, com a água que você usa para to-
a prata, era melhor que o comprador mar banho e com o telefone que você
pagasse o vendedor com um recibo, usa para conversar com seus amigos.
que era, no final das contas, a pro- Como você pode ver, cada coisa tem
va de que o comprador tinha depó- seu preço, que se mede com o dinhei-
sitos na casa do ourives. Essas foram ro. E, sendo o preço uma medida co-
as primeiras cédulas: recibos de papel mum, expressa por cédulas e moedas,
que representavam uma quantidade pode-se comparar o valor dos diferen-
de ouro e de prata. tes bens e serviços.
Além de guardar o dinheiro, os ou- Pode-se guardar dinheiro para usá-lo
rives começaram a emprestá-lo a reis, de outras maneiras. As pessoas traba-
governantes e outras pessoas, em tro- lham e, por seu trabalho, recebem o pa-
ca de algum benefício ou favor. Assim, gamento em dinheiro. Esse pagamen-
muitos ourives se tornaram os primei- to é chamado de salário. Com o salário
ros banqueiros. que recebem, as pessoas pagam a co-
Durante muito tempo, os recibos dos mida, a roupa, o lugar onde moram, a
ourives foram usados como cédulas, escola, a luz, a água e as demais coisas
trocados pelo ouro e prata depositados de que necessitam. Se, depois de todos
nas arcas dos banqueiros. Hoje, conti- esses gastos, lhes sobra algum dinhei-
nuamos usando cédulas, mas já não as ro, elas o guardam em um banco, fa-
trocamos por ouro e prata, como se fa- zendo uma poupança para utilizar no
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>>
futuro. Pode ser para comprar um car- o pagamento eletrônico, feito também
ro novo, viajar, pagar um médico se fi- com cartão ou por computador. Não
carem doentes ou ainda para abrir um parece mais cômodo e seguro pagar
negócio próprio, como uma sorveteria, assim?
um restaurante ou uma fábrica de sa- O fato é que, quando uma família
patos, e assim ganhar mais dinheiro. trabalha, usa bem o dinheiro e tem al-
Atualmente, além das moedas e das guma poupança, pode viver melhor.
cédulas, existem outras formas de pa- A mesma coisa acontece com os paí-
gamento. Você se lembra de que os ses. Por isso se diz que a verdadeira ri-
ourives entregavam aos comerciantes queza de um país é a capacidade de
um recibo em troca do ouro e da pra- produção de seus habitantes.
ta? Da mesma maneira, se tivermos di- Quanto mais eles produzirem, me-
nheiro em um banco, poderemos rece- lhor viverão.
ber um talão de cheques e um cartão
de crédito. Com o desenvolvimento
da informática, outras formas de pa-
gamento passaram a ser usadas, como

12
Curiosidades
A palavra dinheiro vem do latim A palavra moeda significa peça
denarius, nome dado a uma anti- de metal, normalmente de formato
ga moeda romana. Essa palavra foi circular, usada como meio de paga-
usada para denominar uma moe- mento. Pode também ter um senti-
da de prata e cobre que circulava do mais amplo, significando dinhei-
em Castilha, na Espanha; depois foi ro, englobando as moedas propria-
utilizada para todas as moedas e mente ditas e as cédulas.
todo tipo de dinheiro. O primeiro papel-moeda (as pri-
A palavra troca vem do catalão meiras cédulas) foi utilizado na Chi-
troc e quer dizer “golpear”, “chocar”, na, no século VII, há mais de mil
por causa do choque ou aperto de anos.
mãos que os comerciantes se davam As primeiras formas de dinheiro
no momento de fechar um negócio. conhecidas são os lingotes (ou bar-
A palavra comércio vem do latim ras de metal), que eram usados na
comercium, formada com as pala- Babilônia há 5 mil anos.
vras cum e merx-cis, que significam A moeda foi inventada na Lídia,
comércio de coisas miúdas ou de uma parte da Turquia atual, há uns
pouco valor. 2.500 anos. Não era totalmente re-
Em geral, cada país tem sua pró- donda e somente um dos lados era
pria moeda: no Japão, o iene; nos gravado.
Estados Unidos, o dólar; no Méxi- O sal também foi usado como
co, o peso mexicano; na Venezuela, dinheiro em determinada época
o bolívar. No entanto, vários países da história. Os soldados romanos
do continente europeu, a exemplo eram pagos com sal. Daí a origem
de Alemanha, Espanha, França, Itá- da palavra salário para definir o pa-
lia e Portugal, uniram-se, formando gamento que os trabalhadores re-
a Comunidade Econômica Europeia, cebem de seus patrões.
e, a partir de 2002, adotaram uma O gado foi uma mercadoria mui-
moeda única para todos eles. Essa to utilizada como dinheiro. Era um
moeda chama-se “euro”. No Brasil, tipo de dinheiro interessante por-
a moeda que utilizamos é o real. que se multiplicava quando as va-
13
>>
cas davam cria; porém dava prejuí-
zo quando ficavam doentes e mor-
riam. Além disso, era uma moe-
da de difícil transporte. Em latim,
gado se chama pecus. Dessa pala-
vra surgiu a expressão “valores pe-
cuniários”, que até hoje significa
“valores em dinheiro”.
Um dos benefícios que o apare-
cimento do dinheiro trouxe para as
pessoas foi o de facilitar a vida da-
queles que pretendiam guardar parte
dos seus ganhos para gastar no futu-
ro. É muito mais fácil guardar dinhei-
ro que vacas, cereais, sal, que podem
desaparecer repentinamente.

(Autorização para reprodução e


adaptação concedida pelo Banco
Central da Venezuela.
Gerência de Comunicações Institu-
cionais: Mary Batista Lorenzo
Créditos da Publicação Original –
Direção Editorial
Adaptado pelo Banco Central do
Brasil – dezembro de 2002)

14
Histórico das moedas no Brasil

Real: (plural: réis): do período colonial Cruzado: de 28 de fevereiro de 1986


a 7 de outubro de 1833 a 15 de janeiro de 1989
Mil-réis: de 8 de outubro de 1833 a
31 de outubro de 1942. (Obs.: o con- Cruzado novo: de 16 de janeiro de
to de réis equivalia a 1 milhão de réis, 1989 a 15 de março de 1990
ou 1.000 mil-réis.)
Cruzeiro: de 1.º de novembro de Cruzeiro: de 16 de março de 1990 a
1942 a 12 de fevereiro de 1967 31 de julho de 1993
Cruzeiro novo: de 13 de fevereiro de Cruzeiro real: de 1.o de agosto de
1967 a 14 de maio de 1970 1993 a 30 de junho de 1994
Cruzeiro: de 15 de maio de 1970 a Real: de 1.o de julho de 1994 até os
27 de fevereiro de 1986 dias atuais

Inteligência emocional
Ter inteligência emocional signi- emoções, produzindo um equilíbrio
fica não somente possuir os conhe- interno que se reflete numa eficaz
cimentos técnicos ou saberes inte- capacidade de lidar com situações
lectuais. É muito mais que isso. É ter adversas e solucionar problemas.
o controle das emoções e aplicar A inteligência emocional bem trei-
a inteligência para obter êxito nos nada e elaborada é a base propí-
relacionamentos afetivos, sociais cia para a conquista da excelência,
e profissionais. É ter amor-próprio aprimorada com base numa asso-
e autoestima elevada. É desenvol- ciação favorável entre a razão e a
ver a capacidade de gostar do que emoção.
se faz. É acreditar no próprio po-
tencial. Ser capaz de gerenciar as
15
Bibliografia:

MICHAELIS – Moderno Dicionário


da Língua Portuguesa. São Paulo:
Melhoramentos, 1998.
ARGONDIZZO, Carmen. Children in
Action. Hemel Hempstead, Inglaterra:
Prentice Hall International Ltd., 1992.
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura
Infantil: Gostosuras e bobices. São
Paulo: Scipione, 1989.
GOLEMAN, Daniel, Ph.D. Inteligência
Emocional. Rio de Janeiro: Objetiva,
1996.
WIKIPEDIA. www.wikipedia.org.

16

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