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7 PERCEPTO, AFECTO E CONCEITO. _oSiteotst mamta dai ici at Soe ie fovem etrard dle ori mas rocomecart so nos eportarmioe a deter pagina ou a determinado momento. A arte cot 5 Ee ere este acta ede se ee cen nes w ay Sue fmt depende daguela que 0 fez. © ar mantém a agas80, 0 Boiieteti’mdacemesiided ee eee eal ‘maneira da. istria que acrescenti aie ec es ears taebecceraar Siac ns nate Sew peourreema Dei Ge aaa peas peas ona Soreness es SSO Ss Re era Soca Sr dn do ne pa all opeao fa ead gor gmnntan Sena paiies catmtiot Ste ‘loco de sensagses, isto é, um composto de perceptos e de peme s aoe, Ops no oj esado Heb os experimen so xs ren also noo ene sees, excedem a forca dos que passam por eles. As sensagé afectos, sto seres ees a DEERE fects, 80 srs que vale por propio e xcedefodo 6 vivido, Estdo na au demos diz#lo, porque st wséneia do homem, podemos 144 tphomen, al como &fnado na peda, na tela ou 0 longo das Pa Shorty sium compono de peezptos ede afectos. A obra de are Framn ser de sensagdo, e nada mais: existe em si. rer tga afeton, Consonants ou dissonant, os acoso ‘Je msi ou de pintura. Rameas sul do afecto, Q artista cria blocos de pet- ea a3 rs Pe oct pictural que nada tem a Ver ue dis posturas mais acrobéticas a forea fom contrapartida, muitas obras ave s© 'pe um tnico instante. Manter-se Wm a possiblidade fisica, para estarem em equilibrio. iclamam de arte nio se mantém de rarer aso nio€ ter um alto eum balsa, nfo € ser vein Go de Fé or fo pendentese de esgelia),€ apenas o ato pelo Ql tab as cas de sensagoeserado se conserva. em i prprio. Un mate comport & monumento pode manterse em agus 72008 ov A a como um poema de Emily Dikinson. © exbogo 0° one an nae atgado, «que marailal € feo com dois tems. Pee vet ea bases tals, em que a sensaed tester ep cotneadoy om pon de erabalho persistent tena, avon O mode tau metic ¢ uma exerci tanto mais exsencial quanto es a eo dsafio deo arrancar as suas combinantesclsnees HO aoe sido e durdvel, autoconservant, mesmo eM POSED So 0 sora deve act cesbrado tanto na sua extinglo Come 2a 2) vies ¢ desenvolvimento. Atavés da sun admiralo Pox Pt vr none, o que Cézanne censurava aos impression iss OO facto ane, no bastar para {azer um compost Sufi Druidade i actescena algo que conservara 0 impresionismy Pro ‘outa emma outra solider, outras bases © outros blocos. Tein whan 4, 1048, p26. (Tae de wm poe vo bain Winn ana que Teunia nia, pls de Snes sca Jn fram coments deine: © ola Fegan a fs inka bras, inna implements orn) do, enn ec Céeanne, Ea. Maca (Casas) P12 as ese en cell a realmente as «portas da percepeo», se nos entregam aos per- Spe eerste cst one Spa wel sella eee extraordinariamente fridveis, incapazes de se conservarem a si por rin deo wo meen gu em oe he ab na sion a as ae ee muito tempo. As pinturas de loucos, pelo contrdrio, mantém-se er spt cane Sal n't ta ae 2S fre mao ei me nee geo aaeoS serva-se no vazio conservando-se a si rio. Uma tela 2a page ees SV tm Sate econo «pn cnt ieee pela variedade dos planos)*. : Pina ees Cte cme se am sc tam-se, esculpem-se, compdem-se, escrevem-se sensagdes. AS = Cin ee ee cen Seco ie pra pt en pn, Cor feito apenas de cores, de tracos, de sombra ¢ de luz. Se a semel ¥ ode hablar a obra de arte pocue a smstko apna eee so pm opeioce ts eapt mnalSsons de Seo; ato de terracota, © impulso de metal, a posigaio aga- itil ae ar om cua vo npr nose do pine ou da rox, a cor no tubo) qu fl dizer ‘onde acaba conigcmeas semis tata a punto dre tn ‘outras coisas que esto aquém dela. Como poderia a sensacao ‘servar-se sem um material capaz de durar, ¢, por mais curto que en ae ee mere mn See ees aa etn emcees > Cr, Frangois Cheng, Vide ot pli, Hoang Pan) len, Bd. du Seu, p63 (Ststo do pintor 146 composigdo das proprias sensagdes, até fazer parte ou ser indiscer- cour dele, Diz-se neste sentido que o pintor é pintor, ¢ apenas um pit Ton acom a gor apreendida como quando ¢ espremida para fora do ato, com a marca dos pélos do pincel impressan, com esse azul que thao é um azul de Agua mas «um azul de pintura liquida». E no aaesato a sensagdo nao &a mesma coisa que © material, pelo menos qeaireito. O que se conserva de dreito ndo é o material, que consti, tui apenas a condigho de facto, mas, enquanto esta condi¢do for preenchida (enquanto a tela, acor ow a pedra ndo se desfizerem em ojo que se conserva em si €0 percepto ou o afecto, Mesmo que pewaterial nio durasse sendo alguns segundos, daria & sensagdo 0 oder de existire de se conservar em si na eternidade que coexiste rom esta eurta duragdo. Enquanto o material durar, €de wma eter Giute que.a sensagao goza nesses momentos. A sensagdo nfo s© tea fia no material sem que o material passe inteiramente na sensaqa0, Hat Meeepto ou no afecto. Toda a matéria se torna expressva. E ifsc que é metilico eristalino, pétreo, et. €a sensago nao € colo- ide, € corante, como diz Cézanne. E por isso que todo aquele que Tee pintor é também mais do que pintor, poraue «faz suri perante ‘hésena frente da tela fina», no a semelhanca, mas a pura sensacdo ‘Mda flor torturada, da paisagem riscada, suleada ¢ prensada», devol ee ca dgua da pintura a natureza*. Nao se passa de um mate- Til para out, como do violino para o piano, do pincel para a broxa, ‘te deo para o pastel, sendo por exigéncia do composto de sensagdes. fF por mais que um artista se intresse pela ciéncia, jamais um com- ‘roto de semsapbes se confundiri com as aaisturas» do material aue Pesenaia determina em estados de coisas, como nos dao conta de uma, forma eminente a «mistura Optica» dos impressionistas. "D objenivo da arte, com 0s meios do Material, €0 de arrancer cc percepto 2s percepedes de objecto e aos estados de um sujeto de Gecepeto, o de arrancar 0 afecto as afeegdes como passagem de um Mrado a outro. Extrair um bloco de sensag6es, um puro ser de sen ‘goao. Para isso & preciso um método, que varia com cada autor € senfaz parte da obra: basta comparar Proust ¢ Pessoa, no qual a MMpcura "da sensagio como ser inventa processos diferentes’. Os “TArmads Yon Gogh, e suc dl sci, Climard, Pal Tin 8, so: abnnay apenas par, Yn Gpghpeeow nos eis da pra intr 6 no os 2 yarn ¢ eee anor qu apes pn. dos a ae que mms fr eng ue enaron 8 er com oR a vcr um capil aoe rocos pew quae Pesan el © spo ct un poeepyes en, nomcadament oa «Ce Maina (Femand Fee ti Merce dar Senses, Ed Rlipio Agus, <9. 1 ur escritores, quanto a ist, no esto numa situacio diferente da dos Pintores, misicos, arquitectos. material particular dos eseritores siio as palavras,e a sintaxe, a sintaxe eriada que emerge iresistvel- mente na sa obra © passa na sensagdo. Para sair das percepgdes vividas, nao basta evidentemente a meméria que convoca apenas ‘antigas percepe@es, nem 2 meméria involuntéria que acrescenta a Feminiseéncia como factor que conserva o presente. A meméria intervém pouco na arte (mesmo, e sobretudo, em Proust) F verdade {que toda a obra de arte & um monumento, mas o monumento no € aqui o que comemora um passado, é um bloco de sensagies pre- sents que s6 devem a si proprias a sua conservacio, e do 20 acon- tecimento o composto que o celebra. O acto do monumento no & 4 meméria, mas a fabulacto. Nao se escreve com recordagées de Infancia, mas por meio de blocos de infincia que sao formas de devir-crianca do presente. A miisica esté cheia delas, O que & neces sitio nfo € a meméria, mas um material complexo que nfo se encontra na _meméria, mas nas palavras, nos sons: «Meméria, odeio-te»» $6 se chega ao percepto ou afecto como a seres aut6no- ‘mos e suficientes que nio devem nada Aqueles que os experimentam ‘ow experimentaram: Combray tal como nunca foi vivide, no 0 & nem nunca o seri, Combray como eatedral ow monumento, E se 0s métodos sio muito diferentes, ndo apenas conforme as artes mas segundo cada autor, podem-se todavia caracterizar gran- des tipos monumentais, ou «ariedades» de compostos de sensa- ‘io: a vibragdo que caracteriza a sensaco simples (mas ela & jé luravel ou composta, porque sobe e desce, implica uma diferenca de nivel constitutiva, segue uma corda invisivel mais nervosa que cerebral); abrapo ou 0 corpo a corpo (quando duas sensagdes res- soam uma na outra, apertando-se tao estreitamente, mim corpo a corpo que ndo é mais do que «energias»); 0 recua, a divisda, a dis- fensdo (quando duas sensagdes se desviam em sentido inverso, se

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