ALEXANDRE TRAVESSONI Coordenador Geral AGT ASOTICN ANIBAL MAGALHAES DA CRUZ MATOS obeviser eotistib 20 eobot © ‘CRISTIANE NUNES CAETANO es 2 odineurgel au GILTONIO MAURILIO PEREIRA SANTOS fost > LIVIA ROSA FRANCO lies ~ F2 olusl 0&2 MARA PIRES PENA TOLENGIS (11) snot MAURO CATTABRIGA DE BARROS PAULA MARIA NASSER®CURY 9/7 ofper0tibd 9 saitinD ofubord AZAD :0q8 9b otsjoxT TIAGO LOPES MOS roc 3 yah ai jo 103.3 ADHASIO ATAMOD :ofseanqenl — 0.88 aT 110 onions céjegolcts) 9b zisnonemsint 2obeCt id ob uigfjesntl wwii) fsb ob stiorolh 9 ahos! 9b oftinobi O82 — .inoeeovexT atbnexalA Imag robsnshroe> 1108 9 cole emroberodslon 2oisV B-2EBI-TE-ZB-B0e MA2I AnhosT — otiniC.S sftoeoliil — otioiCt F srbnsxslA inozesveit entioe-uaa (eopsrone sonilamsteie ogoliteo wisq ea0ibnl pil : otniC] ob sitosT Isi egional rederal/ 4° Reaiac EDITORA LTDA. © Todos os direitos reservados Rua Jaguaribe, 571 CEP 01224-001 Sio Paulo, SP — Brasil Fone (11) 2167-1101 Produgio Grafica e Editoracao Eletronica: RLUX Projeto de Capa: GENESIS Impressao: COMETA GRAFICA E EDITORA LTr 4284.0 Janeiro, 2011 3 de Catalogasie na Fis feira de Livi, SP. Braeiti Dicionazio de teoria e filosofia do dirsite. coordenador geral Alexandre 7: Paulo: UTr, 2021 ravessoni. ~ Sho Varies colaboradores ISBN 978-85-361-1658-6 Direito -- Filsotia 2. Dizeite ~ 7. ani, Alexandre, Inclices para cataloge sis 1. Teoria de Diveito : Dicionarios 340.1203) 1. Filosofia do Direito : Diciunaivion 340,12403)Lacunas (ver também Ordenamento Juridico) A ideia de lacuna foi delineada, com maior interesse, a partir das codificagBes que, no prin- cipio do século XIX, vieram atender 0 reclamo positivista de implantar 0 monopélio do Estado na elaboracdo das normas juridicas. Os defenso- res de tais monumentos legisiativos, é sabido, almejavam pretensSo inatingivel, consistente na completude formal e material. Isto porque a0 cédigo caberia conter a disciplina de todas as re- lagdes juridicas, juntamente com a circunstancia de que ao legislador, ao langar-se a tal tarefa, incumbiria regular cada situagdo da maneira mais inteira possivel, ndo deixando escapar nenhum aspecto a ser tratado. Embora salutar, a ambicao incidiu em dois grandes equivocos. O primeiro deles foi o de que © legislador ndo é — e nunca seré — infalivel. Seria desconhecer a natureza humana. De outro lado, ignorou-se, até pela impossibilidade da previsio do futuro, que as relagdes socials se ‘encontravam em constante e radical transforma- 40, provocada pela Revolugo Industrial. Novas relaces juridicas foram — e continuam ainda — surgindo, sem que haja a menor possibilidade de pronto acompanhamento pela lei. Por isto, 0 acerto de Portalis, em seu famoso Discurso Pre- liminar durante a apresentac3o do projeto de Gédigo Civil francs ao Consetho de Estado, quando atentou para a insuficiéncia da legislago: “Héga- se lo que se haga, las leyes positivas no sabrian nunca sustituir completamente el uso de fa razén ‘natural en fos negocios de la vida. Las necesidades Edilson Pereira Nobre Jinior de la sociedad son tan variadas, la comunicacién de los hombres es tan activa, sus intereses tan miiltiples y sus relaciones tan extensas que le resulta imposible al legislador proveer a todo.” (PORTALS, 1997, p. 35). © estudo das lacunas, assim, pode ser visua- lizado sob dois Sngulos de vista, quais sejam: 0 de saber de sua existéncia no 4mbito do sistema juridico ou no da lei. Isso porque um sistema juridico que impo- nha ao juiz decidir todas as controvérsias que Ihe sejam submetidas, evitando, desse modo, 0 non liquet, no é lacunoso. 0 caso, por exemplo, do sistema juridico pétrio, o qual, influenciado por regra similar 20 art. 42 do Cédigo Civil frances, impde 20 julgador indeclinavel obrigagSo de decidir, conforme o art. 42 da Lei de Introduco ao Cédigo Civil, secun- dado pelo art. 126 do CPC. Por isso, Larenz (1997, p. 521-522) aponta que, diversamente de outrora, onde se identifi- cava 0 direito com a lei, a atualidade permite amplo desenvolvimento do primeira pelo juiz, 0 qual pode integrar as lacunas, valendo-se, para tanto, de critérios postos no somente pele lei, mas pela ordem juridica como um todo. Louvan- do-se no art. 20.3 da Lei Fundamental de Bonn, a0 submeter Administraco e Judicidrio @ lel e a0 direito, reconhece que estes no so a mesma coi- sa, correspondendo © direito, quando comparado ‘com a primeira, a um conteddo suplementar. —2—