Analise de Circuitos - Jonh Omalley PDF

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MAKRON Books ANALISE DE CIRCUITOS 2? EDICAO John O'Malley Professor de Engenharia Eleétrica da Universidade da Florida Traducao Moema Sant’Anna Belo Engenheira Eletricista (PUC/MG) Professora de EletrGnica Industrial do CETEL-SENAI/MG Professora de Materiais Elétricos da PUC/MG Revisdo Técnica Anténio PERTENCE Jinior Engenheiro Eletrénico e de Telecomunicagdes (PUC/MG) Supervisor Técnico do CETEL-SENAI/MG MAKRON Books do Brasil Editora Ltda. Sao Paulo Rua Tabapua, 1105, Itaim Bibi CEP 04533-905 (O11) 829-8604 e (011) 820-8528 Rio de Janeiro + Lisboa + Bogoté * Buenos Aires + Guatemala + Madrid + México + New York « Panamdé * San Juan + Santiago ‘Auckland + Hamburg + Kuala Lumpur + London + Milan + Montreal + New Delhi + Paris « Singapore + Sydney + Tokyo + Toronto Do original ‘Theory and Problems of Basic Circuit Analysis 2/ed — Schaum’s Outline Series Copyright © 1992, 1982 by McGraw-Hill, Inc. Copyright © 1994 Makron Books do Brasil Editora Ltda. ‘Todos os direitos para a lingua portuguesa reservados pela Makron Books do Brasil Editora Ltda. Nenhuma parte desta publicagdo poderé ser reproduzida, guardada pelo sistema “retrieval” ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, seja esie eletrénico, mecinico, de fotocépia, de gravacio, ou outros, sem prévia autorizaco, por escrito, da Editora. EDITOR: MILTON MIRA DE ASSUMPCAO FILHO Produtora Editorial: Daisy Pereira Daniel Produtor Gréfico: José Rodrigues Editoragdo e fotolitos em alta resolucao: JAG Dados de Catalogacao na Publicacao (CIP) Internacional (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) O'Malley, John, 1928- Anilise de circuitos / John O’Malley ; tradugdo Moema Sant’Anna Belo ; revisio técnica Antonio Pertence Junior. -d. — Sao Paulo : Makron Books 1993. 1. Circuitos elétricos 2. Circuitos elétricos — Anilises I. Titulo. 93-1719 CDD-621.3192 indices para catdlogo sistematico: 1, Circuitos elétricos : Engenharia 621.3192 2. Anilise de circuitos : Engenharia elétrica 621.3192 Em meméria de meu irméo Norman Joseph O’ Malley Advogado, engenheiro e conselheiro MAKRON Books Prefacio XI Capitulo 1 Conceitos Basicos 0.2.2.2... eee e eee eeeeeeeeeeeeee ee 1 Sistema Internacional de Unidades . 1 Carga Elétrica . 2 Corrente Blétrica . 3 Tensio ..... : 5 Fontes Dependentes . 7 Poténcia ...... 8 Energia 9 Capitulo 2 —_Resisténcia .. .. 27 Lei de Ohm . 27 Resistividade 28 Influéncia da Temperatura . 30 Resistores 31 Consumo de Poténcia no Resistor 32 Valores Nominais e Tolerancias . 32 Cédigo de Cores 32 vir vit Andlise de Circuitos ~ 2* Edigdo Capitulo 3 Capitulo 4 Capitulo 5 Capitulo 6 Circuito Aberto e Curto-circuito . Resisténcia Interna Divisores de Tensfo ............2.... see Lei de Kirchhoff das Correntes e Circuitos CC Paralelo Divisor de Corrente Andlise de Cireuitos CC... 2.02... cece eee eee Regra de Cramer ........2.045 : Solugao utilizando Calculadoras Transformagio de Fontes . Andlise de Malhas . Anilise de Lagos . Andlise de Nos Fontes Dependentes e Andlise de Circuitos - Circuitos CC Equivalentes, Teoremas de Rede e Circuitos-Ponte ..........cec000eecees Introdugdo .. Teoremas de Thévenin e Norton Teorema da Maxima Transferéncia de Poténcia Teorema da Superposigiio Teorema de Millman ...... Transformagio A-Y e Y-A . Circuitos Ponte ....... Amplificadores Operacionais . Introdugao Funcionamento do AOP 33 34 50 50 51 52 53 55 56 87 87 90 91 91 93 95 130 130 131 134 134 135 136 138 176 176 177 Capitulo 7 Capitulo 8 Capitulo 9 Sumdrio Circuitos Basicos com AOPS . . Circuitos com Varios AOPS - Anialise de Cireuitos CC com Pspice Introdugdo ... Comandos Basicos ..... Fontes Dependentes ............++ Comandos de Controle .DC e PRINT . Restriges Capacitores e Capacitdncia ..... Introdugio .. Capacitfincia . Construgio de um Capacitor Capacitfncia Total . Energia ‘Armazenada Correntes ¢ Tensdes Varidveis no Tempo Corrente no Capacitor .........-.. Capacitor Alimentado por Tensao CC . Temporizadores e Osciladores RC . Indutores, Indutancias e Andlise de Transiente com PSPICE . Introdugio .... Fluxo Magnético . Indutancia e Construgéo do Indutor Relagdo entre V e I em um Indutor . Indutancia Total Energia Armazenada ........420e000seeeeeeeee Circuito Indutivo Simples Alimentado por Tensao CC . Anilise de Transiente com PSpice x 180 184 212 212 213 217 218 219 237 237 237 238 240 241 241 242 243 245 272 272 272 274 275 276 277 278 278 Andlise de Circuitos - 2° Edi¢ao Capitulo 10 Capitulo 11 Capitulo 12 Capitulo 13 Tensao e Corrente Senoidais Alternadas ..................- 305 Introdugio 0.2... 305 Ondas Senoidais e Co-senoidais 306 Relacées de Fase . 310 Valor Médio .. . 311 Resposta Senoidal de um Resistor . 312 Valores RMS ou Eficazes .... . 313 Resposta Senoidal em um Indutor . 313 Resposta Senoidal de um Capacitor .. 315 Algebra Complexa e Fasores........ 0002. .000e.0eeeeeee 340 Introdugdo ..... . 340 Niimeros Imaginérios . 341 Ntmetos Complexos e Forma Retangular . 343, Forma Polar 22.22... cece eee ee eee 345, Fasores 347 Andlise de Circuitos Basicos CA, Impedancia e Admitancia 366 Introdugo ........ wees 366 Elementos de Circuitos no Dominio de Fasores 367 Andlise de Circuitos CC Série 369 Impedancia . 371 Divisao de Tensiio . 375 Anilise de Circuito CA Paralelo . 375 Admitancia....... 316 Divisao de Corrente 378 Anilise de Malhas, Nés, Lagos e com PSPICE para Circuitos CA ........0..000 0000.00 cee 421 Introdugao Transformagao de Fontes Anélise de Malhas e Lagos . Andlise Nodal ........... Andlise com 0 PSpice em CA . Sumério XI Capitulo 14 Capitulo 15 Capitulo 16 Capitulo 17 Cireuitos CA Equivalentes, . Teoremas de Redes e Circuitos-Ponte .........6..6..00c00e 469 Introdugao Teoremas de Thévenin e de Norton Teorema da Maxima Transferéncia de Poténcia . Teorema da Superposi Transformagao A-Y & Circuitos-Ponte em CA... . Poténcia em Circuitos CA ..... 2.00... 2.0000. ee eee 521 Introdugao 521 Consumo de Poténcia do Circuito 521 Wattimetros ........... 523 Poténcia Reativa .... 525 Poténcia Complexa e Poténcia Aparente 526 Corregao do Fator de Poténcia 528 Transformadores ........ 2.002. 000ecceeeeeeeeeeeeeee ees 561 Introdugao .. 561 Regra da Mao Direita . 562 Convengao de Pontos ... 563 O Transformador Ideal . 564 O Transformador com Nicleo de Ar 568 O Autotransformador ..... . 371 Transformadores e PSpice Circuitos Trifasicos .. Introdugio .. 618 Uso de Indices . 618 Geragao de Tenso Trifasica . 619 Conex4o dos Enrolamentos do Gerador . 621 Seqiiéncia de Fase beveeee . Circuito Y Equilibrado 0.2.0... e cece eee eee eeee 624 XI Andlise de Circuitos ~ 2 Edigao Carga A Equilibrada .. Cargas em Paralelo Poténcia ..... Circuitos Desequlioraoe Analise com Pspice de Circuitos Trifasicos indice Analitico ...... : 627 629 630 631 633 633 MAKRON ‘Books PREFACIO (0 estudante de engenharia elétrica ¢ de cursos técnicos poderd utilizar este livro para aprender andlise de circuitos sem despender esforgos. Poder utilizé-lo ainda como complementagio a outras bibliografias. Embora este livro apresente problemas com derivadas nos capitulos sobre capacitores, indutores ¢ transformadores, 0 leitor nao precisa ter conhecimentos de célculo diferencial ou integral, pois esses problemas possuem uma clara explanagio fisica ¢ nfo existe nem mesmo uma tinica integral simples em todo 0 livro. Apesar da auséncia dessa matematica elevada, este livro pode ser usado por engenheiros eletricis- tas, uma vez que a maior parte do contetido visto em andlise de circuitos nos cursos de engenharia necessita apenas do conhecimento de dlgebra. Nos tépicos onde existem diferengas entre os conceitos vistos pela engenharia ¢ pelo curso técnico, como em reatncias capacitivas, fasores e poténcia reativa, 0 leitor € alertado e algumas defini- ges sao inclufdas. ‘Um dos aspectos especiais deste livro € a apresentago do PSpice — um programa para anilise ¢ simulagdo de circuitos para computadores pessoais (PCs). O PSpice é similar ao SPICE, muito utilizado pela indéstria eletrénica para andlise simulagio de circuitos analégicos. Outro aspecto importante é a incluso de circuitos com amplificadores operacionais. Ambos os t6picos so novos nesta segunda digo. O livro mostra também como usar calculadoras cientificas programdveis na solugio de equagées simultneas que aparecem na andlise de circuitos. Embora seja necessério que as equagées estejam na forma matricial, nao € preciso qualquer conhecimento de élge- at XIV __Andlise de Circuitos ~ 2* Edicado bra matricial. Finalmente, existe um grande mimero de problemas envolvendo circuitos com fontes dependentes, Eu gostaria de agradecer ao dr. R. L. Sullivan, chef do Departamento de Engenharia Elétrica da Fidrida, que tornou possivel a realizago deste trabalho. Agrade- go também a minha esposa Lois Anne © a meu filho Mathew pelo apoio constante ¢ encorajamento. JOHN R. O'MALLEY MAKRON capituLo 1 Rooks CONCEITOS BASICOS SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES Z 0 Sistema Internacional de Unidades (SN) € a linguagem internacional de medidas. O SI tem nove unidades bésicas, mostradas na Tabela 1.1 com seus respectivos simbolos. As unidades de todas as outras grandezas fisicas sdo derivadas destas. Existe uma relagdo decimal, indicada por prefixo, entre miltiplos e submdlti- plos de cada unidade bésica. Esse prefixo é anteposto ao nome da unidade SI para formar cada miiltiplo ou submiiltiplo decimal. Por exemplo, uma vez que “quilo” € 0 prefixo para um mil, um quilmetro é igual a 1000 m. E sendo “micro” o prefixo para um milionésimo, um microssegundo € igual a 0,000 001 s prefixos SI tém simbolos, como mostrado na Tabela 1.2, onde também esté indicada a poténcia de dex correspondent. Para a maior parte das andlises de circuitos, apenas mega, quilo, mili, micro, nano e pico so importantes. O simbolo do prefixo devé ser colocado ém frente ao simbolo da unidade, como em km para quilémetro ou ‘om para centifriétro. 2 Anilise de Cireultos ~ 2* Rico Cap. 1 Tabela LI Grandeza Fisica Unidade Simbolo Comprimento retro m Massa uilograma kg Tempo segundo : Comente ampere A Temperatura kelvin k Quantidade de substincia ol mol Intensdade luminosa candela ed Angulo plano radianos rad Angulo sido esferorradianos = 7 CARGA ELETRICA s cientistas descobriram dois tipos de carga elétrica: positiva e negativa. Os portado- res de carga positiva so as particulas subatOmicas chamadas prétons, e os portadores de carga negativa s4o as partfculas subatOmicas chamadas elétrons. Todas as demais cargas so miltiplos inteiros dessas cargas elementares. Os cientistas descobriram também que essas cargas exercem forcas umas sobre as outras: cargas de mesmo sinal se repelem e cargas de sinais opostos se atraem. Além disso, em circuitos elétricos existe a conservagdo das cargas, 0 que significa que a carga em uma rede elétrica Permanece constante — a carga nfo € criada nem destruida, (Componentes elétricos interconectados formando um caminho fechado compreendem um circuito elétrico ou rede.) A carga de um elétron ou de um préton € muito pequena para ser a unidade bésica da carga. Dessa forma, a unidade SI de carga € 0 coulomb, cujo simbolo é C. O simbolo utilizado para uma carga constante & Q; ¢ para uma carga varidvel no tempo. q. A carga de um elétron € ~1,602 x 10°? C e a de um proton € 1,602 x 10-9 C. Da Cap. Conceitos bésicos 3 mesma forma, a combinagao da carga de 6,241 x 10'* elétrons é igual a -1 C, e de, 6,241 x 1018 protons ¢ igual a 1 C. Tubela 1.2 Mattipticador| Prefixo | Simbolo | Multiplicador| Prefixo | Simbolo 108 hhexa E 104 deci 4 1085 peta P 12 | cei ¢ 10! tera T 103 mi m 1 sie |G 10 micro “ 108 mega M 109 nano a 108 guile k 10? P 10? hecto bh 10°15 femto f 10! deca éa 108 atto a Cada dtomo da matéria tem um miicleo com carga positiva formado de protons e de particulas sem carga chamadas néutrons. Os elétrons ficam em érbita ao redor do niicleo e sob a forga de atracao dos protons. Para um dtomo estével, 0 nimero de elétrons igual a0 ntimero de prétons, fazendo com que o étomo seja cletricamente neutro. Mas se um elétron recebe energia externa, como por exemplo calor, ele pode adquirir energia suficiente para romper a forca de atragdo do proton ¢ se tornar um elétron livre. O tomo entio fica com mais cargas positivas que negativas, trans- formando-se em um fon positivo. Alguns stomos podem também “capturar” elétrons livres, adquirindo uma carga negativa adicional e se tornando um fon negativo, CORRENTE ELETRICA ‘A corrente elétrica & 0 resultado do movimento de cargas clétricas. A unidade SI de corrente € 0 ampére, cujo simbolo € A. Os simbolos utilizados sao 0 J para uma corrente constante ¢ i para uma corrente varidvel no tempo. Se um fluxo constante de 1 C de 4 Anilise de Circuitos ~2* Figo Cap. 1 carga passa por um dado ponto em um condutor durante 1 s, a corrente resultante é 1 A. Assim, Q(coulombs) 1 (segundos) I (amperes) onde 1 € simbolo de tempo. A corrente possui uma diregao associada. Por convengio, a diregao do fluxo de corrente é em diregao ao movimento de cargas positivas e oposta ao movimento de cargas negativas. Nos s6lidos, apenas elétrons livres se movem para produzir o fluxo de corrente — os fons néio podem se mover, mas em gases ¢ liquidos, fons positivos negativos podem se mover na producto do fluxo de corrente. Uma vez que os circuitos eléiricos consistem quase totalmente em s6lidos, apenas elétrons produzem fluxo de corrente em quase todos 0s circuitos. Mas esse fato € pouco importante na anélise de circuitos, porque as andlises so quase sempre feitas a nivel de corrente, e nfo a nivel de carga. Em _um diagrama de circuito, cada J (ou i) vem associado a uma set para indicar a referéncia da direcdo da corrente, como mostrado na Figura 1.1. A seta especifica a ditegao do fluxo positivo de corrente, mas nfo necessariamente a dirego do fluxo atual. Se, apés céleulos, a corrente J encontrada ¢ positiva, 0 atual fluxo de corrente na diregdo da seta. Mas se / é negativa, o fluxo & em direc oposta, L 2 Figura 1.1 A corrente que flui em apenas uma dirego por todo o tempo é uma corrente continua (CC) enquanto uma corrente que alterna a direcao do fluxo é uma corrente alternada (CA). Usualmente, entretanto, corrente continua se refere apenas a correntes constantes, e corrente alternada se refere apenas a correntes que variam senoidalmente com o tempo. Uma fonte de corrente € um elemento de circuito que fomece uma dada corrente. A Figura 1.2 mostra 0 simbolo de diagrama de circuitos para uma fonte de corrente, Essa fonte fornece uma corrente de 6 A na diregdo da seta, independente da tensdo (préximo item) sobre a fonte. Cap. Conceitos bésicos 5 6A Figura 1.2 TENSAO . conceito de tensdo envolve trabalho, que por sua vez envolve forga ¢ distiincia. A unidade SI de trabalho € 0 joule, cujo simbolo é J. A unidade de forga € 0 newton, cujo simbolo € N e, conforme citado, a unidade ST de distancia € 0 metro, cujo simbolo € m. Para se mover um objeto € necessério trabalho, para que seja vencida a forga cexistente em oposicgo a0 movimento. Por exemplo, levantar alguma coisa opondo-se & forca da gravidade requer trabalho. De forma genérica, o trabalho requerido, em joules, 0 produto da forga em newton pela distincia de deslocamento em metros: W(oules) = F(newtons) x s(metros) onde W, F € s so os simbolos de trabalho, forga ¢ distancia, respectivamente. Energia é a capacidade de realizar trabalho. Uma de suas formas € a energia potencial, que é a energia que um corpo possui devido a sua posicao. A diferenca de tensdo entre dois pontos, também chamada de diferenca de potencial, € o trabalho necessério em joules para mover 1 C de carga de um ponto a outro. A unidade SI de tensao € 0 volt, cujo simbolo € V. O simbolo de tensao € V ou v, sendo utilizados também E ¢ e. Assim, W (oules) Q (coulombs) V (volts) O simbolo da tensio (V) possui, as vezes, indices para designar os dois pontos ‘aos quais a tenstio corresponde. Se a letra a designa um ponto € a letra b 0 outro, e se W joule de trabalho so necessdrios para mover Q coulombs do ponto b para 0 Ponto a, entao V,, = W/Q. Observe que o primeiro indice € 0 ponto para o qual a 6 Andlise de Cirewitos ~2* Edigo Cap. 1 carga é movida. O simbolo de trabalho (W) as vezes possui também indices, como em. Van = War/Q- . Se 0 deslocamento de uma carga positiva de & para a (ou de uma carga negativa de a para b) necesita de trabalho, 0 ponto a é positivo em relago ao ponto b. Esta é a definigao da polaridade da tensao. Em diagramas de circuitos, essa polaridade 6 indicada por um sinal positivo (+) no ponto a e por um sinal negativo (~) no ponto b, como mostrado na Figura 1.32 para uma tensio de 6 V. Essa tensio pode ser definida como uma elevacao de tensdo ou de-potencial de b para a ou uma queda de tensdo ou de potencial de a para b. OY gM a $b 8 ° @ © Figura 1.3 Se a tensiio € designada por um simbolo como na Figura 1.3b, os sinais positivo ¢ negativo sdo as referencias de polaridade, mas ndo necessariamente a polari- dade atual. Além disso, se 0s indices s4o utilizados, o sinal de polaridade positiva esta no ponto correspondente ao 1° indice (a no exemplo) ¢ 0 sinal de polaridade negativa estd no ponto correspondente ao 2° indice (b no exemplo). Se apés os célculos 0 valor encontrado para V,, for positivo, entao a polaridade instantanea corresponde a indicada, Mas, se 0 valor encontrado for negativo, a tensio instantnea tem polaridade oposta & indicada. Uma tensao constante é chamada de tensdo CC, e uma tenso que varia senoi- dalmente com o tempo é chamada de tensdo CA, ‘Uma fonte de tensdo, como uma bateria ou um gerador, fomece uma tensio que, para uma fonte ideal, nfo depende da corrente que circula através da fonte. A Figura 1.4a mostra 0 sfmbolo de uma bateria. Essa fonte fornece uma tensio CC de 12 V. Esse mesmo simbolo € também utilizado para outros tipos de fonte CC. Muitas vezes os sinais + ¢ ~ no so utilizados, porque, por convencio, 0 trago maior repre~ senta 0 terminal positivo e 0 trago menor, o terminal negativo. Outro simbolo utilizado para representar uma fonte CC & mostrado na Figura 1.46. Uma bateria usa energia quimica para mover cargas negativas para o terminal positivo, onde hid um depésito de protons, para repulsdo no terminal negativo, onde hé um depésito de elétrons. Um gerador de voltagem converte esta energia para energia mecfnica que roda um eixo magnético. Cap. Conceitos bdsicos 7 r v av (@ ® Figura 4 FONTES DEPENDENTES As fontes das Figura 1.2 ¢ Figura 1.4 so fontes independentes. Uma fonte de corrente independente fornece uma corrente definida, e uma fonte de tenso independente fome- ce uma tensio definida, sendo as duas independentes de qualquer outra tensao ou corrente do circuito. Por outro lado, uma fonte déependente (também chamada fonte controlada) fornece uma tensio ou corrente que depende da tenso ou da corrente em ‘outra parte do circuito, Em um diagrama de circuitos, uma fonte dependente é indicada por um losango. Como exemplo, o circuito da Figura 1.5 possui uma fonte de tensio dependente, que fornece uma tensio de SV;, que € cinco vezes a tensfio V, que aparece sobre o resistor na outra parte do circuito. (O resistor mostrado serd discutido no prOximo capftulo.) Existem quatro tipos de fontes dependentes: fonte de tensio com {ensio controlada, como mostrado na Figura 1.5, fonte de tensao com corrente contro- lada, fonte de corrente com corrente controlada ¢ fonte de corrente com tensio contro- lada, Fontes independentes de tenso raramente so componentes fisicos separados, mas sio importantes quando utilizadas em modelos de componentes eletrénicos, como amplificadores operacionais e transistores. yy My Figura 15 8 Andlise de Cireuitas— Raigdo Cap. POTENCIA ‘A razdo na qual algum corpo absorve ou produz energia é a poténcia absorvida ou produzida por esse corpo. Uma fonte de energia produz ou desenvolve energia, ¢ uma carga absorve energia. A unidade SI da poténcia ¢ 0 watt, cujo simbolo € W. O simbolo de poténcia € P para poténcias constantes e p para poténcias varidveis no tempo. Se 1 J de trabalho € absorvido ou liberado numa taxa constante durante | s, a poténcia corres- pondente € 1 W. Assim, P(watts) = W(joules) / segundos) A poténcia absorvida por um componente elétrico € produto da tensao pela corrente, se a seta que indica a comrente est em diregdo ao terminal positivo da referén- cia de tenséo, como mostrado na Figura 1.6. P(watts) = V(volts) x I(amptre) Essas referéncias sto chamadas referéncias associadas, (O termo convencdo passiva de sinal & também usado.) Se as referéncias nfo so associadas (a seta da corrente indica © terminal negativo), a poténcia € P = -VI. 1 4Ve Figura L6 Se a poténcia calculada € positiva para as duas férmulas, 0 componente esté absorvendo-poténcia. Mas se P é negativo, 0 componente produ? poténcia — ele é, entio, uma fonte de energia elétrica. A poténcia de saida de um motor é usualmente expressa em uma unidade chamada horsepower (cavalo-vapor), cujo simbolo € hp, que nao é uma unidade SI. A relagio entre 0 hp eo watt € 1 hp = 745,7 W. Cap.1_Conceitos bésicos 9 ‘Motores elétricos ¢ outros sistemas tém uma eficiéncia de operagao (n) defini- da por: i P, oréncia de salda i9g@ gyn = PH x 100% Bficiéncia = otencia de entrada Acficiéncia é usualmente expressa como uma fragdo decimal, que é a porcen- tagem dividida por 100. Aceficiéncia total de um sistema em cascata, como mostrado na Figura 1.7 €0 produto das eficiéncias individuais: Presid P. = TMM - Pout Figura 17 ENERGIA A energia elétrica consumida ou produzida € o produto da poténcia elétrica de entrada ou saida e tempo durante 0 qual essa entrada ou safda ocorre: ‘WGoules) = P(watts) x ¢ (segundos) Energia elétrica € aquilo que os consumidores compram das companhias elétricas. Essas companhias nao usam o joule como unidade de energia. A unidade utilizada € 0 quilo- watt-hora (kWh), por ser maior € mais conveniente. O kWh ndo € uma unidade SLO iniimero de kWh consumidos € igual ao produto da poténcia absorvida em kW e 0 tempo durante o qual ocorreu esse consumo: Wiquilowatts-horas) = P(quilowatts) x r(horas) 10 Andlise de Cireuivos ~2* Edigdo Cap. 1 at 12 13 Problemas Resolvidos Encontre a carga em coulombs de (a) 5,31 x 10% elétrons e (b) 2,9 x 10? prétons. (@) Sendo a carga de um elétron = -1,602 x 10-19 C, a carga total € =1,602 x 10-19°¢ 531 x 1020 glean 3c =H602 10-7 € () Da mesma forma, a carga total € 85,1 19” 29 x 10 prt WLEIDPE « sesye Quantos prétons séo necessérios para formar uma carga de 6,8 pC? Como a carga de 6,241 x 10!8 prétons € igual a1 C, entio / 1088 68 x 10-13 62H x ION proms 4.34 x 107 protons Encontre 0 valor de corrente através do bulbo de uma lampada causado por um movimento constante de (a) 60 C em 4 s, (b) 15 C em 2 min ¢ (c) 10 elétrons em1h, Sendo a corrente a taxa de movimento de cargas em coulombs por segundo, ternos: soc Te TIS C= ISA = BBS a Mm. guasere = 0128 yg EI y, = 1.602 x 10-19 36005 1 elééeen= 0,445 C/s 0.445 A. Cap. 1_Conceitos basicos 14 1s © sinal negativo no resultado da letra (c) indica que o fluxo de comente & em diregao ‘oposta 0 movimento de elétrons. Mas esse sinal nao é importante aqui e pode ser ‘omitido, porque 0 problema ndo especifica a dirego do movimento dos elétrons. Elétrons cruzam, da esquerda para a direita, a se¢ao de um condutor a uma taxa de 6,4 x 102! elétrons por minuto. Qual a corrente que ¢ estabelecida no condu- tor? Sendo a corrente a taxa de movimento de cargas em coulombs por segundo, temos: x 1Lesseons c Lai’ Lair 6241 x 1018 elétrons* 608 =ITIC/s = =I A O sinal negativo na resposta indica que a corrente € para a esquerda em dite¢o oposta 20 movimento de elétrons. Em um Liquido, fons negativos, cada um com um elétron em excesso, movem-se para a esquerda em uma taxa constante de 2,1 x 10% por minuto, ¢ fons positives, cada um com dois prétons em excesso, movem-se para a direita em uma taxa constante de 4,8 x 10!? fons por minuto. Encontre a corrente resultante para a direita, (© movimento de fons negativos para a esquerda e de fons positivos para a direita produz. uma corrente para a direita, uma vez que 0 fluxo de corrente & em diregéo oposta ‘20 movimento de cargas negativas e na mesma diego do movimento de cargas positi- vvas. Para uma corrente para a direita, 0 movimento de eléirons para a esquerda é um movimento negativo. Da mesma forma, cada fon positive, sendo duplamente ionizado, possui 0 dobro da carga de um proton. Assim, = 2A X 1OMedéeons = 1,602 x 10°C, Lmint | 2 x 4.8 x 10! pastons 5 ar Lslétront 0s Lie » i x 1602. x 10°C Lit 7 xs 7 OBITA 12__Andlise de Cireuitos = 2" Edigdo Cap. 1 1.6 Um fusivel de 10 A ird se romper para um fluxo constante de cargas de 45.000 Cin? Accorrente resultante desse fluxo é 45000 Ur | DP * 3a0g5 725A que € superior a 10 A, Dessa forma o fustvel iré se romper. 1.7 Considerando que uma corrente constante flui através de uma chave, encontre 0 tempo necessario para que (a) 20 C circulem para uma corrente de 15 mA, (6) 12 UC circulem para uma comente de 30 pA e (c) 2,58 x 10!5 elétrons cireulem para uma corrente de — 64,2 nA. Sendo I= Qjt temos que t= O/t, 20 Fe = 3 18s = 222 oer x1 ‘min : 12 x 10-6 o PAN = 4% 1085 = O tee s= 1h 2,58 x 1015 elgtroms- =1c © 2,58 x 1015 elétrons = 644 x 103s = 17 © 642x109 ™ 6241 x 10! cldwone ~ OM 10% eh 1.8 A carga total que uma bateria pode desenvolver é usualmente especificada em ampéres-horas (Ah). Um ampere-hora é a quantidade de carga correspondente a uma corrente de 1 A durante 1 h, Encontre 0 ntimero de coulombs correspondente al Ah ‘Sendo Q =r, 1 C igual a 1 ampére-segundo (As), = 3800s = 1 arn AE = 1.9 Uma certa bateria de carro ¢ especificada para 700 Ah para 3,5 A, 0 que significa que ela pode desenvolver 3,5 A por aproximadamente 700/3,5 = 200 h. Por ‘quanto tempo essa bateria fornece 2 A? 1.10 Ln Laz Cap. Conceitos bésicos 13 © tempo que a corrente pode fluir & aproximadamente igual ao valor do ampére- hora dividido pela corrente. Assim, 700 Ah _ 03 Ty = 3508 [Nessa situagio a bateria pode desenvolver 2 A por mais de 350 h, porque © ampére-hora para uma corrente menor é maior que para 3,5 A. Encontre a velocidade média de deslocamento dos elétrons em um condutor de cobre 14 AWG que esté conduzindo uma corrente de 10 A, sendo que 0 cobre possui 8,42 x 10%? elétrons livres por cm? e a drea de segdo reta de um condutor 14 AWG é de 2,1 x 10-2 cm? A velocidade média de destocamento (v) ¢ igual & corrente dividida pelo produto da frea de segto rete pela densidade de elétrons: ye WE tem letvo _ Ts “3 x 10-2amt * 942 x 10 eléons “ — 1,602 x 10° 0 sinal negativo no resultado indica que os elétrons se movem em dirego oposta 20 fluxo de corrente. Observe a baixa velocidade encontrada. Um elétron se desloca apenas 1,28 mem I h, mas, na verdade, os impulsos produzidos pelo deslocamento dos elétrons est perto da velocidade da luz (2,998 x 108 m/s). Qual o trabalho necessério para erguer um elevador vertical de 4500 kg por uma distancia de 50 m? O trabalho necessério € o produto da distincia de deslocamento pela forga necesséria para vencer 0 peso do elevador. Sendo o peso em newtons 9,8 vezes a massa em quilogramas, W = Fs = (98 x 4500)(50)J = 22M Encontre a energia potencial em joules adquirida por um homem de 82 kg a0 subir em cima de uma escada com 1,8 m de altura. A energia potencial adquirida pelo homem € igual ao trabalho gasto por ele para subir na escada. A forga envolvida é seu peso, ¢ a distincia é a altura da escada, Sendo 0 peso em newtons 9,8 vezes a massa em quilogramias, temos W = @8 x 82) x (18)J = L451

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