Adequação de Uma Prensa Excêntrica de Engate Por Chaveta As Normas de Segurança Brasileira

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Adequação de uma prensa excêntrica de engate por chaveta as normas de


segurança brasileira

Chapter · February 2014


DOI: 10.13140/RG.2.1.3007.9125

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4 authors, including:

Jonhatan Magno Norte da Silva Lenilson Rocha


Universidade Federal de Alagoas Universidade Federal da Paraíba
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Adequação de uma prensa excêntrica de engate por chaveta as normas de
segurança brasileira

Adaptation of an eccentric press of coupling by keyway the norms Brazilian


safety
Abstract
Eccentric presses of coupling by keyway are equipment extremely dangerous and are responsible for deaths and
amputations of limbs and fingers in many Brazilian companies. Known this problematic , was idealized this article that
aims to analyze the function and mode of operation of an eccentric press of coupling by keyway, and thus deploy safety
devices and technical of security necessary to ensure the safety and physical integrity of operators of these presses , as
well as compliance to national security norms. Methodologically picked up a press and analyzed its operation, catalog,
safety features and mode of operation, and upon these was thought up and implemented a number of changes in order to
accommodate this machine the safety norms. The machine showed inadequacies both from the point of view of safety
of the work, of the ergonomics and comfort. Thus changes took place in the machine, with the deployment of fixed
protection in parts of power transmission and cut, as well as replacement of the mechanical drive pedal by another
pneumatic, added buttonholes and outlet to prevent accidental drive after equipment power. The solutions are relevant
for control the risk of accidents and illnesses, in addition to adapting the machine the national security norms.

Keywords: Work Safety in Presses, Machine Protection, Risk of Amputation and Deaths.

1. INTRODUÇÃO
A NR 12 - Norma Regulamentadora 12 - foi idealizada, inicialmente, com o objetivo principal de estabelecer medidas
de proteção em máquinas e equipamentos, no intuito de garantir a integridade física dos trabalhadores por meio de
proteções fixas e móveis, nas partes que tem potencial de causar acidentes de trabalho (BRASIL, 2012).
Contudo, reformulações foram feitas nessa Norma a fim de adequar também máquinas mais antigas que são comumente
utilizadas nas indústrias brasileiras. Citando a Convenção 119 da OIT – Organização Internacional do Trabalho -
afirmam Mattos e Másculo (2011) que cabe a autoridade de cada país determinar se e em que medidas as máquinas,
novas ou de segunda mão, movidas pela força humana, apresentam perigos para a integridade física dos trabalhadores.
Na realidade poucas são as empresa que, por pressão do Ministério do Trabalho e Emprego, modificaram suas
máquinas, no intuito de tornar as operações mais seguras. Entre as que já modificaram suas máquinas, menos ainda são
aquelas empresas que de fato respeitaram de forma integral o principio da falha segura, e por isso acabam por
“resolver” o problema da falta se segurança de modo paliativo.
Nos seus estudos Clemente (1974) já relatava a ausência de dispositivos de proteção nas máquinas industriais em
flagrante desrespeito ao artigo 193 da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho – que regula a fabricação, locação e
venda de máquinas e equipamentos. No entanto, ainda hoje muitas máquinas, como são o caso das prensas excêntricas,
não possuem sistema de segurança nas zonas de prensagem, dispositivos de parada e emergência, e proteção das partes
de transmissão de força e corte. Além disso, apresentam inadequações graves, tais como, pedais de acionamento
mecânico que permitem o acionamento por várias direções.
É comum encontrar tais tipos de máquinas em pleno funcionamento, ainda que tenham sido fabricadas em meados dos
anos 70 e 80, época esta em que a preocupação era centrada na fabricação de equipamentos capazes de, simplesmente,
produzir em altos volumes, não levando em consideração a existência do homem e suas necessidades de segurança e
conforto. Essas máquinas antigas são as mesmas responsáveis por 85,5% dos acidentes, sendo as prensas responsáveis
por 31,8% do total de ocorrências, na década de 70 (VILELA, 2000).
Segundo a FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - (2011) o Brasil é o quarto país em acidentes
fatais nas empresas, com 83 acidentes de trabalho por hora e 4 mortes por dia. Tais números são alarmantes e mostram a
necessidade urgente de mudança. Empresas situadas no estado da Paraíba, Brasil, em especial as metalúrgicas, trabalha
ainda com prensas excêntricas antigas e perigosas. Esse tipo de máquina se destaca como equipamento com alto grau de
risco de amputação de membros e mortes durante as atividades laborais. Segundo a NR 12, Brasil (2012), prensas com
esse tipo de acoplamento são extremamente perigosas, e sua fabricação e proibida.
Logo, foi-se idealizado esse artigo, com o objetivo de analisar o funcionamento e modo de operação de uma prensa
excêntrica de engate por chaveta, e assim, implantar dispositivos de segurança e técnicas de proteção necessárias para
garantir à segurança e integridade física dos operadores dessas prensas, além da adequação de tais máquinas às
legislações nacionais de segurança.

2. MATERIAIS E MÉTODOS
Quanto à natureza o artigo se caracteriza como uma pesquisa aplicada, com forma de abordagem qualitativa. O objetivo
da pesquisa é exploratório, através de visitas in loco em um empreendimento que utiliza prensas excêntricas por engate
e chaveta. Assim esse artigo reúne elementos que o tornam um estudo de caso.
Metodologicamente, o ponto de partida foi à seleção de uma prensa excêntrica por engate por chaveta para se focar o
estudo. Escolheu-se a prensa excêntrica fabricada pela Gutmann Brasil do modelo PEI-75. Escolhidas a máquina,
analisou-se seu catálogo, funcionamento e modo correto de operá-la. Em paralelo verificou-se quais dispositivos de
segurança na máquina existia e quais estavam faltando. Conhecidas essas informações observou-se os riscos presentes
em tal prensa e implantou-se as medidas de segurança necessárias para tornar a atividade laboral segura.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Situação anterior encontrada


A prensa excêntrica escolhida apresentavam as irregularidades apresentadas na figura 1, a seguir:

Figura 1 – Prensa excêntrica e suas inadequações quanto a segurança.

No que tange aos pontos indicados na figura 1, este se encontravam em desacordo com as legislações pelos seguintes
motivos:
 (1) Eixo excêntrico de rotação sem proteção fixa: nas prensas excêntricas mecânicas deve haver proteção fixa
das bielas e das pontas de seus eixos que resistam aos esforços de solicitação em caso de ruptura (BRASIL,
2012).
 (2) Ponto de corte desprotegido: as prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta ou de sistema de
acoplamento equivalente de ciclo completo de fricção com acionamento por fuso e seus respectivos similares,
não podem permitir o ingresso das mãos ou dos dedos dos operadores nas zonas de prensagem (BRASIL,
2012);
 (3) Pedal de acionamento mecânico: as prensas e similares que possuem zona de prensagem podem ser
acionadas por pedal com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica, não sendo permitido o uso de pedais com
atuação mecânica. Além disso, os pedais de acionamento devem permitir o acesso somente por uma única
direção e por um pé, devendo ser protegidos para evitar seu acionamento acidental (BRASIL, 2012).
 (4) Conjunto de tração motor/volante sem proteção: as transmissões de forca, como volantes, polias, correias e
engrenagens devem ser protegidas (BRASIL, 2012);
 (5) Calço de madeira para apoio do pé: as máquinas e equipamentos devem ser projetados, construídos e
mantidos com observância e respeito às exigências posturais, cognitivas, movimentos e esforços físicos
demandados pelos operadores (BRASIL, 2012).
Além das irregularidades já indicadas na figura 1, a máquina possuía algumas inadequações quanto às normas de
segurança, tais como:
 (6) Ausência de medidas de segurança adicionais: os comandos de partida ou acionamento das maquinas
estacionarias devem possuir dispositivos que impeçam seu funcionamento automático ao serem energizadas
(BRASIL, 2012).
3.2 Modificações realizadas
As mudanças necessárias para adequação às normas são ilustradas na figura 2, a seguir:

Figura 2 – Modificações realizadas na prensa excêntrica.

Na figura 2, podem-se verificar as seguintes mudanças: (1) Colocou-se a proteção fixa na ponta do eixo evitando
acidentes principalmente por ruptura de suas partes; (2) Foi adotada proteção fixa na matriz de corte, evitando o acesso
de dedos na zona de corte; (3) Se adotou a proteção fixa para o conjunto motor/volante, evitando acidentes relacionados
com os locais de tração e força; (4) Foi substituído também o pedal de acionamento mecânico por outro de acionamento
pneumático; (5) Colocou-se uma proteção no pedal para que este possa ser acionado apenas por uma direção evitando
acionamentos acidentais; (6) Corrigiu-se também a posição do pedal de modo que este fique paralelo ao chão,
propiciando o apoio da sola do pé e maior conforto durante as atividades laborais; e (7) Também se colocou um sistema
que utiliza uma tomada para evitar o acionamento acidental após ligar o disjuntor da máquina e energização da mesma,
semelhante a uma trava de segurança ou sistema de retenção mecânico, obrigatório para travar o martelo da prensa em
operações de troca de ferramentas e manutenções.

4. CONCLUSIONS
Pode-se observar que todos os pontos de inadequação foram solucionados, tornando o trabalho mais seguro e
confortável, evitando doenças e acidentes do trabalho, e desse modo, a garantia da manutenção da integridade física dos
colaboradores. Assim o risco de amputação e esmagamento de membros e dedos foi controlado. Também se controlou o
risco de doenças ergonômicas devido ao posicionamento inadequado dos pedais. Tais soluções adequa esse tipo de
prensa excêntrica de engate por chaveta a Norma Regulamentadora 12, evitando que a máquina seja interditada pelos
auditores do Ministério do Trabalho e Emprego. Como proposta de futuros estudos, deve-se elaborar um checklist com
os procedimentos de segurança que os colaboradores devem realizar antes de utilizar a máquina, além da elaboração de
um plano de manutenção preventiva para essa máquina, visto que o catálogo desse equipamento, por ser muito antigo,
não apresenta tais dois pontos tão relevantes para um correto uso dessa máquina.

6. REFERENCES
Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego (2012). Norma Regulamentadora 12: Segurança do Trabalho em Máquinas e
Equipamentos (70a Edição). São Paulo: Atlas.
Mattos, U., Másculo F.S. (2011). Higiene e Segurança do trabalho para engenharia de produção (1a Edição). Rio de
Janeiro: Elsevier: ABEPRO.
Clemente, D. S. (1974). Investigação de 1000 acidentes graves. Anais do 13º Congresso Nacional de Prevenção de
Acidentes do Trabalho. São Paulo: Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho.
Vilela, R. A. G. (2000). Caderno de Saúde do Trabalhador: Acidentes do trabalho com máquinas – identificação de
riscos de prevenção. São Paulo: Instituto Nacional de Saúde do Trabalho.
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP - (2011). Brasil é o 4º país em acidentes fatais nas empresas,
informa advogada do Desin/Fiesp. Retirado em 18 de Julho de 2014, acessado em
http://www.fiesp.com.br/noticias/brasil-e-o-4o-pais-em-acidentes-fatais-nas-empresas-informa-advogada-do-
desinfiesp/.

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