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Cacilda Gongalves Velasco BRINCAR o despertar psicomotor SPRINT Direitos exclusivos para a lingua portuguesa Copyright © 1996 by EDITORA SPRINT LTDA. Rua Adolfo Mota, 69 ‘CEP 20540-100 - Rio de Janeiro - RJ Tel.: (021) 264-8080 — Fax: (021) 284-9340 ISBN 85-7332-010-9 Reservados todos os direitos. Proibida a reproducao desta obra, ou de suas partes, ‘sem 0 consentimento expresso da Editora. Editoragao; Editora SPRINT CIP-Brasil. Catalogacao na fonte BRINCAR, 0 despertar psicomotor - Velasco, Cacilda Gongalves - Sprint Editora - Rio de Janeiro - RJ - 1996 ISBN 85-7332-010-9 1, Psicomotricidade 2. Educagao Fisica 3. Educacao 4, Recreagao I Titulo Depésito legal na Biblioteca Nacional, conforme Decreto n? 1825 de 20 de dezembro de 1967 Impresso no Brasil Printed in Brazil APRESENTACAO Convivendo, trabalhando e relacionando com a Cacilda hé alguns anos, notamos Seramiente a sua dedicacao, confianga, idealismo e, principalmente, amor existente em sm trabalho, em especial 4 Psicomotricidade e ao Brincar. Acreditando no desenvolvimento da crianga através destes, 6 que nasceu 0 ebalho na Recreagao Infantil Brinquedoteca em sua vida, que apesar de enfrentar “res barreiras, pois infelizmente estamos numa sociedade que nao valoriza 0 tao ‘mportante momento que 6 0 BRINCAR, jamais desanimou e quis desistir. Notamos, hoje, de um lado, criangas com muitos afazeres (escola, cursos, ssportes) ¢ do outro, criangas que trabalham desde cedo auxiliando no custeio da seman, mas ¢ 0 BRINCAR... onde se encontra? Com certeza escondidinio dentro de aca um de nds, criangas, educadores, pais, tilios, avis... f s6 acreditar e deixar aflorar =m cada ser este momento {ao rico, cada um a sua maneira, do seu jeito, assim quem sabe... poderemos ver uma sociedade mais alegre, cada um com sua liberdade de essio, criacdo, podendo modificar, transformar, lutar pelos seus ideais, como sambem reconhecer ¢ dar importancia ao préximo e a sua capacidade. =o Cacilda 6 uma dessas pessoas: idealista, confiante, que luta e acredita, fazendo @® BRINCAR 0 momento de grandes conquistas! Este livro nasceu a partir de todo trabalho que ela realiza e acredita, nao se msiringe apenas a Psicomotricidade mas também a relagao de prazer, espontaneidade © criatividade de cada sor humano. 0 trabalho apresentado por Cacilda neste livro pode causar uma certa ‘mepeelacdo, despertando no leilor a crianga que existe em cada um, sejam pais ou sspecialistas da area de Educacao. Fla tenta provar que 0 BRINCAR é 0 verdadeiro "Despertar Psicomotor". Cassia Akemi Yamada BRINQUEDISIA, PROFESSORA E PEDAGOGA. CURRIE CULO RESUMLDO Professora - Pedagoga - Psicomotricista. Especialista em Psicomotricidade, Especializagao em Psicomotricidade no Brasil, Argentina, Portugal ¢ Espanha. Varios cursos, palestras e conferéncias ministrados em varias cidades brasileiras. Participacao em conferéncias, seminarios, simpésios e congressos nas areas da shucacdo, esporie e satide. Temas Livres apresentados em diversos eventos sobre satide. Varios artigos publicados em diversos Orgaos de Imprensa do pais. Responsavel pela FLECHINHA - NATACAO E CURSOS e FLECHINHA - SRINQUEDOTECA. Aluagao no trabalho de Terapias Psicomotoras na Agua e Natagao Adaptada, tumeamentando a aplicagao da Psicomotricidade na Agua a nivel preventivo, habilitatério, teraceutico ¢ reabilitatorio, ha mais de 10 anos. Coordenadora do Curso de Especializagao em Psicomotricidade da FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas - SP e docente das disciplinas: Fundamentos Pscomolores, Educagao Psicomotora e Técnicas de Reeducagao Psicomotora. Aulora dos Livros: - “Habilitagdes ¢ Reabilitagdes Psicomotoras na Agua” e “Netac4o Segundo a Psicomotricidade”. CACILDA GONCQALVES VELASCO AGRADECI MENT OS A DEUS PELA VIDA QUE ME DEU... A MEUS PAIS POR TE-LA SIGNIFICADO... A MEU ESPOSO POR TE-LA ILUMINADO... E A MEUS FILHOS POR TEREM-NA COLORIDO... BRINCAR o despertar psicomotor Cacilda Goncalves Velasco. INDICE FUNDAMENTOS PSICOMOTORES. © EQUIPAMENTO “CORPO” . O SUJEITO ..... © LUGAR DO BRINCAR 0 TEMPO NO BRINCAR.. BRINCAR & DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOI = Equilibrio Pee ~ Coordenacao Dinamica Global .. - Respiragao Consciente . - Coordenagao Motora Fina - Esquema Corporel ..... - Controle Psicomotor ~ Laleralidade ... - Orientagao Corporal . - Orientagao Espacial ... ~ Orientagao Temporal .. BRINCAR . HISTORICO CONDICOES . EVOLUGAO OBJETIVOS SEGURANCA, DIREITO..... BRINQUEDOS HISTORICO FVOLUCAO DEFINICOES ..... IMPORIANCIA VALOR .... TIPOS .. peer aerereeee te BRINQUEDOS & DESENVOLVIMENTO INFANTIL CLASSIFICAGAO ..... SUCATA - 0 material mi UM BRINQUEDO CHAMADO AGUA... CRIANCA & AGUA ..ccssssessnee BRINCADEIRAS .... BRINCADEIRA OU BRINQUEDO ? BRINCADEIRAS POPULARES EVOLUGAO JOGOS .. CLASSIFICAQAO BRINQUEDISTAS .. O ADULTO NO BRINCAR INFANTIL REGREADOR TERAPEUTICO . ACRIANCA ESPECIAL .. BRINQUEDOTECAS DEFINIGAO ORIGEM ESTRUTURA TIPOS.... BIBLIOGRAFIA Othar criangas brincando @ uma oportunidade previlegiada para tentar compreender o fendmeno do sensivel e do inteligivel, A crianga brincando nao é sensivel, nem 1a pouco inteligivel - é motricidade. A cultura humana 6, de certa forma, a extensao cada vez mais ampla do corpo humano. 0 corpo nao seria humano, se nao fosse a cultura Esse corpo motor @ psicomotor 6 que serve como equipamento para essa atividade VITAL ao homem: Brine ar. Neste universo gigantesco de milhdes de pegas, somos seres que querem Sempreender 0 que nao é para ser compreendido e como todo ser humano (e por isso somos humanos) brincamos. Anatureza brinca e brincamos com os seus brinquedos. Brincamos de colocar em ordem 0 que nao 6 ordendvel. Brincamos de classificar 0 que nao é classilicay Deus, como crianga, nos oferece brinquedos que nao conseguimos catalogar, §8S sao dilerentes, tinicos, absolutos, originais e nao encontramos semelhantes entre ® 4nores, os bichos, a chuva, 0 vento, 0s rios, a terra e a gente. F interessante 0 que disse 0 tedlogo © mistico alemao do século XVI, Jacob ‘Sehem, que o primeiro Gasal humano foi expulso do paraiso quarido deixou de brinc ‘= comegou a trabalhar. 0 desejo de brincar nao teria sido criado por Deus? Deus levou a sua semelhanga a espécie humana - uma espécie crianga. Brincar ‘pera nds, nao 6 ludicidade, 6 necessidade. 0 homem tem que se conservar crianga, pois © atingir a maturidade acaba a sua “viagem”, neste planeta. As brincadeiras ¢ os jogos constituem as nossas fungdes, 0 nosso viver; os papéis ‘= representamos, realizando tarefas bem ou mal, tendo parceria ou nao, Em todo esse brincar, a nossa participagao 6 com o corpo e a alma. Essas “enlidades” nao sobrevivem separadas. 0 corpo 6 0 fisico que vemos, a alma sass do corpo. Um depend do outro, como constantemente se confundem. Impossivel ‘=separacao do sensivel ¢ inteligivel, do corpo ¢ da mente, do fisico e do espirito. Nao sao mais ou menos importante o papel da mente e do corpo. 0 cérebro pode -Seresentar acdes por imagons, a mao pode baler e arremessar. Pensar nao 6 mais ‘mperiante que acariciar. 0 cérebro representa 0 que a mao pega ea mao o que o Gtrebro desoja. Sensivel e inteligivel habitam um humano corporal. No jogo da vida ganhamos ‘= perdenios algo em cada acao, por minimo que seja. £ a partir desse momento que ‘@ enca forma consciéncia de si como individuo, que percebe o valor da morte. Somos seres motores em corpos locomotores. Pela capacidade existimos e pela ‘@eickade nos humanizamos. A motricidade nao 6 um movimento qualquer, @ expressao_ ‘Semmena. Somos locomotores diferentes dos vegetais, que onde nascem permanecem. Nossa historia ¢ de dominio do intelecto sobre 0 corpo, do senhor sobre 0 escravo, ‘@ petrao sobre 0 trabalhador, do trabalho intelectual ao corporal, portanto da alma sabre 0 corpo. Estar redigindo sobre 0 “brincar” 6 algo que transcende, que pessoalmente nos #2 4 reflexao das sutilizas do ser humano, no seu despertar psicomotor. Nesta obra citamos opinides ¢ pensamentos de diversos autores interossados no = crianca @ conclusbes observadas em experiéncias praticas com criancas, nesta essa “Viagem”. Alualmente, na sociedade moderna, nao sabemos se 0 espago 6 de convivéncia ‘© de individualismo. Se comparadas ao campo, as cidades oferecem mais gessbilidades de trabalho, educagao, satide, cultura, esporte, lazer, informagao, ‘semunicacao, etc. Nas cidades os valores sao diferentes dos do campo. As cidades parecem um ‘pesaico: um ntimero incontavel de individuos que correm @ se acotovelam em todos ‘= sspacos. No entanto cada um faz, pensa, fala e age a sua maneira, diferente dos ‘setes. Pouicos se lancam crialivamente a construir um espago humano, solidario, um ‘spec para convivéncia. Enlao, onde ficam as criangas? Esse ser que se faz suieito conforme 0 olhar e ‘Pteque do adulto?... A realidade infantil é constituida a partir da magia. O jogo, as brincadeiras e 0 ‘=se-conla para as criangas s40 como os sonhos para os adultos. Isso que a crianca ‘Sehea 6 coisa séria, 6 como a crianga constr6i a si mesma, a sua identidade e 0 mundo ‘= 2 rodcia. Ela precisa de espago e tempo para esse “crescer”. O FQUIPAMENT O “CORPO” O corpo, essa estrutura organica neuro-fisiolégica pode ser considerada como o fess “ equipamente’ existencial. © desenvolvimento psicomotor se processa de acordo com a maturagao do ‘Seema nervoso, capacitando o organismo a responder aos estimulos de uma ‘Wemetra mais ordenada e permitindo maior elaboracao dos atos motores voluntarios. + maturacao do sistema nervoso, para 0 desenvolvimento refere-se ao processo de miefinizacao. é “A crian¢a é a opinido de Deus que o mundo precisa continuar’ ai Para entendormios o desenvolvimento neuro-fisiol6gico usaremos de uma linguagem bem simples: -a partir de um estimulo externo (na acao do outro ou do ambiente) ou interno (nas suas necessidades fisiolégicas) 0 bebé percebe (em nivel cortical); percebendo , ele vai elaborar a sensacao, prograniar a resposia e execular a agao. Dessa forma, a sequéncia de movimentos necessarios para que uma crianga de 6 meses, ao ver um brinquedo, tente pega-lo 6 a seguinte: - ela observa 0 brinquedo visualmente, a zona do cérebro responsavel pelo movimento dé a ordem e seu esquema corporal realiza a agao no espago que a rodeta. Ela precisa ver 0 objeto, ter 0 impulso e se deslocar em direcao a ele, seguro e trazé- lo para si. Existe, pois, uma sequéncia no tempo e no espago e, nesse momento, o cérebro em aco funciona as custas das conexdes existentes entre as areas visuais, lateis, cinestésicas, motoras, equilibratérias ¢ intensionais. Dessa maneira é facil compreender, cientificamente, como 0 meio externa interfere na maturagao das estruturas nervosas do bebé. Mas, queremos nos aprofundar nestas colocages. ‘Segundo alguns autores, em especial Esteban Levin, ha um sistema de relaga entre mae/bebé fundamental para a formagao do eu, do sujeito, no equipamento corpo. OSUJEITO ‘Ao contrario de outros animais, 0 bebé humano depende do “outro” na su sobrevivencia, ele apresenta certa prematuridade biol6gica. Para que o equipamento sustente 0 “sujeito” ele depende totalmente relagdo mae/bebé. A evolugao das estruturas e a maturagao situa-se na qualida’ dessa relagao , que relaciona-se diretamente ao mecanismo de regulagao prazer desprazer. Esse equipamento sofre o efeito da linguagem da mae, que o signili Ela atribui um sentido aos mecanismos reflexos do bebé. Dessa maneira en) estimulos ao equipamento, que mielinizara as estruturas nervosas, possibilitant assim as reacdes secundarias. B ‘As criang.os necessitam de tipos diferentes de caricias em idades diferentes’, 22 Ha uma especial importancia dos reflexos arcaicos no desenvolvimento setentil. Estos surgem ainda no titero materno e sao chamados de “corticalizaveis”, ees do automatismo passam a integrarem-se aos esquemas do agdes intencionais J os reflexos neuro-vegelativos (relatives @ respiragao e a circula semguinea) cedem, apés um breve periodo de exercicio, passando a integrar 0 Seeionamento cortical. Quanto aos reflexos musculares proftndos, estes seetinuar&o por toda a vida, mantendo 0 seu carater automatico, ligados a alividade Subcortical. Bem, vollemos ao surgimento do “sujeilo”, nesse equipamento. Para que 0 stijeilo exista nesse corpo organico, 6 preciso que ele tenha =eenhecimento no olhar do Outro. Esse Outro é aquele que da sentido, significado & ‘Semetes desse equipamento. Um Outro @ alguém que deseja, deseja algo daquele a quem atribui seetido. 0 outro, no inicio da vida, 6 um lugar ocupado por alguém que se Ge e se faz mae. Para Levin 0 toque do Outro 6 que deixa a marca, e essa marca 6 que provoca = ta. Dai o “a-a- a” do bebé s6 @ agua, porque a mae assim Ihe atribuiu um Seriado. A mae ao dar sentido particular a algo que seria apenas do funcionamento sretnico, estimula 0 processo de mielinizagao das estruturas corticais que dao sempeténcia ao equipamento. Mas importante, acima de tudo, 6 saber 0 que é ser mae para uma mulher, ‘pes antes de existirmos enquanto organismo, fomos imaginados, estivemos em idéia © ®sejo num Outro. Aquele que nao passou por isso provavelmente tera a relagao soma descrita muito abalada em sua autenticidade. E importante termos sido sesejados, para que tenhamos uma boa receptividade enquanto sujeito. O que nao % maginado, “aconteceu”, provavelmente sofrera as consequéncias do desprazer, santo no equipamento (na estrutura organica - no corpo) quanto no psiquico (na =strulura psiquica - no eu). B As criangas em certas idades nao séo mas que o retrato das maes, A Gnica diferen¢a é que o tamanho é menor’, 23 Como vimos, 0 regulamento do prazer/desprazer interiere na maturagio da crianga (através da relacao mae/bebd). No bebé o desprazer tem na realidade psiquica. neurolog relagao com a realidade organica. 0 prazer \ ‘ Cook Neste desenho estd retratade toda wna rela¢de afetiva inportante e significativa. O LUGAR DO BRINCAR Na auséncia do prazer, como a erlanga evoca a sua pre Brincando. senga? O brincar, da mesma forma como os disttirbios psicomotores, esta no lugar entre ) prazer real e sta evocagao. Fnquanto o adulto realiza tarefas que Ihe promovem: eer (ler, pintar, escrever, elc.), a crianga brinca. Ainfancia tem urgéncia na vida da crianga. £ nessa fase que o lugar do br ‘Sr © seul maior projeto - o ser adulto, Ha trés momentos na infancia que diferenciam o brincar infantil: ~ 0 primeiro 6 aquele onde 6 fundamental a fun “Beeems, 0 desenvolviniento e a maturacao das estruturas corticais; - 0 segundo 6 0 momento da vivéncia edipica, em que o pai assume-se como tal > = erianca Vive no sistoma simbélico do war pais; ¢ -o lerceiro, quando a crianga inicia o processo de aprondizagem da lingtiagom S97 onde ela insere-se no simbolismo do mundo que a cerca. E nesse momento que “SS crianga o registro do simbélico, do real © do imaginario. Como dissemos anteriormonte, a existéncia do sujeito esta relacionada, vente, ao. desejo dos pais. No desejo © no discurso dos pais, a crianga i 6, de anlecipada, menino, menina, advogado, professora, elc. 25 4 um projeto ¢ ele faz parte do inconsciente dos pais. Mas. s6 a partir do desejo do Outro que a crianga constluiré o set proprio, alé enlao s6 realiza uma antecipacao do futuro, Levin nos coloca que a crianga brinca num futuro anterior. Ela imaginariza 0 real, ela imaginariza 0 que nao sabe e que faz parte do sou desejo inconsciente. Isso. 6 0 fundamento do jogo do faz-de-conta: ela alta e representa papéis numa elaboragao do que vira a ser o sou desejo. OTEMPO NO BRINCAR 0 brincar da crianga conjuga-se em trés tempos: passado, presente e futuro. Quando ela utiliza do imaginario no real ela podera estar antecipando o futuro, Ou presentilicando 0 passado ou alé mesmo modilicando o presente. A criagao na representatividade da crianga enquanto brinca transforma 0 tempo, dai a infancia ter urgéncia. Quando brinca a crianga pode elaborar uma siliagao desprazerosa que jd aconteceu, Mas a0 mesmo tempo evoca um projeto, uma forma de resolugao, algo que sesiltia no future. Nesse momento esta presente uma situagao passada e ouutra que esta por vir - ambas: represcntadas em unia aluagao que se faz no presente, A crianga brinca de vir a ser (ou até de ser). O tempo representa os _papéis de desejo da crianga ou de seus pais. Nesse campo de representagies o futuro tornase presente e 0 presente pode vir a ser futuro. F um jogo de ensaios, de faz-de-conta, qu sai do imagindrio, passa pelo simbélico e expressase no real. Para | roud 0 prazer da atividade ltidica reside em um desprazer causado por tn siltiagao que a crianga nao pode ainda dar conta. Ja para Bergés, o prazer que una crian sente na alividade Kidica provém de una auséncia de prazer vivenciada em uma determined siluiacao, onde 0 brincar aparece como uma evocagao sua enquanto projeto, Justifica-se com 0 colocado acima como deveria ser a postura “erapéutic adequada do adulto, enquanto tentando lidar con problemas infantis - ele deve brine - brincar de verdade quando entrar no jogo da linguagem, no terreno d representagdes, gulado pelo que @ crkanga propde, Pots isso a Crianga sabe lazor. t "As crian¢as dizem o que fazem, os velhos o que fizeram @ 0S tolos o que querem fazer.” 26 BRINCAR & DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR Jentaremos agora colocar o papel significative que o brincar tem no olvimento infantil, Alem de representar, desde a idealizagao da concepgao humana, do desejo, da ara de base, ele colabora no surgimento de todas as nossas expressées: noloras de maneira harmoniosa ¢ prazeirosa, © desenvolvimento psicomotar obedece a estruturagao de tres condutas, a CONDUTAS MOTORAS DE BASE: ~ equilibrio - coordenagao dinamica geral = respiragao consciente. - coordenacao motora fina CONDUTAS NEURO - MOTORAS: = esquema corporal - controle psicomotor - lateralidade: CONDUIAS PERCEPTIVO - MOTORAS: = orientacao corporeal = orientagao espacial = orientagao temporal ® sBrincar € poder ficar so esaber fazer, a7 Equilibrio Esta conduta motora comega a ser elaborada na medida em que a crianga muda ‘sua posigao corporal da horizontal para @ vertical, isto 6, da quadrupedia para a postura bipede do andar, Para que ele se estrulure 6 necessario que o tonus muscular (afetivo e mental) da crianga estejam adequados. Nas brincadeiras mais informais ha a estimulagao para: 0 equilibrio ¢ normalmente acompanhada da atengao e concentragao que a proposta Itidica exige. Fle podera ser estatico ou dindmico, mas gostarianios de salientar que até pela, justificativa dada pela ciéncia, nao ha a menor possibilidade de estarmos em equilibrio estalico, no sentido da auséncia de movimentos, pois contemos inerentes 0 pulsar respiratorio e circulatorio. 0 que devemos entender como equilibrio estatico s deslocamento no espago. - Wo ‘pular cordas ‘esta condula motora de base (0 equilibrio) se faz presente. e “Se acrian¢a nao obter as caricias positivas, arrumard uma forma de receber as negativas* 28 Coordena¢ao Dinamica Global Amaturacao motora e neurologica da crianga 6 que concrotiza esta _conduta motora de base. Para vencd- la haveré um refinamento das sonsagdes © percepgdes: visual, auditiva, cinestésica, {alil © principalmente proprio- cepliva. Comprovadamente ela ocorre devido a grande solicitagao motora ¢ muscular que as atividades Mi JS infantis requerem. co utllz arse do escorregador a crian¢ca necessitard da coordenagdo de movimentos e da localz a¢de do seu corpo no tempo eno espace’. Respirag ao Consciente Esta 6 uma das condutas mais importantes. Mas podemios perceber no sor Semano a evolugao “inadequada’ dessa funcao, no decorrer da vida. Enquanto crianca ha toda uma pulsao vital, que nos energiza moloramente, dai a agitagao da crianga, Ha quem diga: “crianga nao cansa...” £ realmente nao, pois ela oxigeniza seu organismo adequadamente (salvo as ewessbes ocortidas devido a problemas como rinite, asmia ¢ outras do aparetho piratorio). 4J4 quando adullo, as posturas corporais inadoquadas ¢ as tonsdes emocionais do processo respiratorio, gerando ico ¢ um nao atendimento de cerlas necessidades organi smo “pique” das cri nes fazem mod Sesgasio energé maa das raves de nao termos 0 ni gas. 29 Nas ilustragoes 9 © 10 podemos veriticar como a crianga 6 capaz de pass para o papel todo o sot ritmo biologico natural,sogundo Bernard Aucouturrier Orsco que voi e vem a representa¢de do ritmo biolégico da respira¢do € do batimento cardiaco. @ srincar @ a maior forma de pesqusa.” Coordena¢ao Motora Fina F a boa utlizagao das nossas extremidades. Segundo a Psicomotricidade desenvolvimento acorre no sentido gPeemo-distal, obedecendo mais vinte axiom secessario espociticar. falo-cautdal, mportantes, mas que aqui nao se faz Essa conduta abrange tr8s aspectos: a coordlenacao viso-motora, a motoracina = = misculo-facial, que podem ser entendidas melhor através do esquomia que seaizamios no gratico 1 As alividades Widic janga na coordenacao viso- motora na medica == spe a0 visualizar objotos ou pessoas realizam as agdes de interagao, Por exemplo, ee crianga consegue manter uma bola parada?... Ela logo pe} Setenlo, numa relagao de jogo e brincadoira. 4 a coordenagao motorafina comega a ser elaborada quando a crianga sterage com objelos pequonos, jogos de encaixe, sobreposicao, quebracabega, tc Sos alvidades exigem dela movinientos de preensao e pinga que sao a base par seerdenagao. F um treino que ela estara fazendo para a escrita \ coordenacao miisculo-facial é aquela que a todo momento a crianga esta ssivando, na medida em que (por ser crianga 6 pura e auténcia) demonstra com stias eressies laciais 0 que the agrada ou dosagrada. Sous sentimentos © emogoes so Sehizidos através da comunicagao corporal, com os objetos 6 as pessoas. estimulani a cr 4, langando ou ‘GBORDENACAO | MUSCULATURA | DEPENDE DE PRODUCAO: FINA unuzapa | maTuragio | MoTORA DA MAO 2 5 i PERCEPGAO WSOMOTORA ae NEUROLOGICA | FOCALMOTORA VISUAL WOTORATINA, wio | _neurowdica | w. RETINADOS TSGRITA NeuROLOGIGA |, ? we SCLLOFAGIAL RosIO 1 ai ae UNGUAGEM EMOCIONAL = : Grafico-1 ® 'Brincar é sanidade - fisica e mental” 31 Esquema Corporal Como colocamos anteriormente, através do “outro” a crianga se far sujoito.0 Sujeito agindo através do equipamento corpo tent em acao 3 sistemas respansaveis pelo desenvolvimento do esquema corporal, que sao: inleroceptive (0 que nos chega), propriaceptiva (0 que vem de nds) ¢ exteraceptive (0 que sai de nds). Dossa maneira podemos justificar a importancia do brincar no desenvolvimento dessa conduta neuto-motora. { na interagao informal de grandes rolagbes como meio, com os objetos & as pessoas, que a crianga reconhece as artes de sett corpo Esse processo ocorre pelo fato da crianga necessitar que 0 outro signitique 6 Seti alo e alé 0 Seu corpo. A mie, como ja dissemos, significa ao bebd o seu corpo, o a imagem corporal da a crianga 0 seu “eu”. A partir de entao desernvalve- se 0 esquema corporal. Psico MOTOR Y IMAGE. YQ — CORPORAT G ESQUEMA Y CORPORAL PSICOMOIRICIDADL Gratico-2 ESQUIMA CORPORAL | IMAGEM CORPORAL ORGANIC PsiQuico coRrO SLIT UR SER SE. CONSTROL SE CONSTITUL St DESI WOIVE i SE ESIRLTURA - PRE-CONSCIENIL | INCOYSCIINTE Grdtiee-2 32 \4 Iransposigao grafica, 0 esquema corporal aparece segundo toda uma Ser 40 neurologica © emocional, a partir das garalujas 3608 de cima para baixo, do direita para a esquerda se transformarée em tronce e membros e as formas redendas em 10510. Tentonde decodificar 0 desenho infant, chegaremos wverpreta¢do, em nives de real a¢ae, de pé (movimento), mao (escrita), boc0 (fala), cabe¢a (cogni¢ do), etc. 33 Controle Psicomotor Fsta condita neuro-motora dependerd de intimeras fungdes, que esta intimamento relacionad Para que ocorra 0 controle psicomotor havera nocessidade que haja, alm ¢ maluragao organica e neurologica, a integragao motora da crianga em rolagao ao mei ambiente, Os estimtilos representam grande importancia nas respostas motoras psicomotoras. Nesta conduta poderao ocorror diag manitostagdes. di (bloquoios generatizados, na maioria das vezes de origem emocional) ¢ sincinesia (extremamente comuns até os 7 anos, que dependem de uma conscientizagao para corregao dessas posttiras motoras repetitivas ou tensionadas). intas: paratoni No cena infantil precsamos ser cuidedesos a0 avoliarmos 0 controle psicomotor uma crianco, pebs ela é a expressae viva do proceso ‘estimuloresposta.” B ‘Osorriso € 0 idioma do amor universal,” cay eralidade Quando lidamos com psicomotricidade somos “vacinados” contra os crimes que ont relagao a laleralidado Awualmonte, emi nosso sistema educacional, a sitracao esti mais esclarocedora, pois anette encontranios pais ¢ professores respeilanclo a dominanicia lateral inata das criangas, Geotescamnite pocerianios dizer que somos un equipamento com 6 alos: o de cima, Seto, 0 da frente, 0 de tras, 0 da esquerda e 0 da dircita. Mas como os 4 primiros ‘ait de: Ln Certo referencial espacial, vamos determinar os tossos ladlos em rekagao =e teristica humana da simetria bilateral. J4 no nosso cérebro a encontramos com 0 “rio Direilo ¢ 0 Hemistério Esquerdo, Atuaimionte a cidncia tem se preocupado em alravés de documentarios, as tuned es de cada um desses hemistérios cerebrais, © que & importante colocarmos 6 que o brincar oferece a possibilidade de Smrenlacao global do corpo da crianga. Com isso, ola miais ire 6 espontancamiente fara spo lateral de atuiagao, A definigdo acorre por volta dos 6 a7 anos, 0 que i fica que cla de’xe de utilizar 0 outro lado, que Nee ae ‘ s = opcAo nao possa tor sido percebida antes i ilade, etc. Sabemos que a crianga » abssoltuto de agao e sensacao, 0 et, wi) ste 6 saliontarmios que nao somos 4 ninguiom, nent nossos préprios corporais sao id@nticos. Auravés de pesquisas, os desenvol 3 ‘las ios Colocan que alé os 3 ahios ‘uma dominaneia lateral inata; entre 0s 4 °5 Surge a conscientizagao do ebxo corporal, quentemente dos 2 lados; j4 aos 7 anos @ 4 projela essa laleralidade no espago; com 8 projeta no outro e acina dos 9 atios, Gaso esse: esso no ocorra, provavelmente Lereni0s UI 478 mesme na transpesi¢ ao srbio de laleralidade a ser tratado, grdtica percebemes a3 nossas ferengas latera’s, 35) Orienta¢-do Corporal Cuma conduta perceptivo-motora, surge por volta dos 5 anos e acontece pela (0 organica e neurolégica. A erianga pri controla set equipamento (corpo). malt sente, depois usa e s6 depois 0 mundo exterior 6 a via de acesso para a identificagao @ intorprotacao impressdes sonsoriais. Esi40 envolvidos a meméria, a concentragao, 0 tonus & dissociagao de movimentos na aprendizagem progressiva do dominio corporal. A crianga $6 sabe de seu tamanhe através das vivencias corporais que realiza com: meio ambiente, objetos e pessoas. ® ‘Ebrincando que a crian¢a pode ser chefe, pai, professor e general.” 36 Orientag do Espacial F airavés do movimento que imprime ao objeto e ao proprio corpo que a erianga Sscobre 0 espaco. la projela ese projeta nossa descoberta. Estar dentro/ fora, em cina/ “sebeixo, cle um lado 011 de outro vai fazer com que ela dimensione c descubra o espago que eer. Para a cran¢a 0 mundo € enorme e 0 expa¢e é Iridimensional, Orenta¢ao Temporal Polo ritmo das agdes e dos acontecimentos. num contexto de rotinas, & que a eee aly pesado, pres Conforme comentamos anteriormente, quando brinca, @ crianga 0 faz num 4 nocio tomporal nec ente e tuturo, a conviver CoM 0 anos & 0 depois, Com Semero anterior, pois atitecipa os papsis pessoa os acontecimentos que estao em se desejo (de maneira inconsciente, ainda). ( a sua maneira de se fazer “sujeito” Be aio. [sla envolvido na orientagao temporal 0 “prazer” e 0 “desprazer™, Isso nao sO na Seenca. mas tambénr no adullo, Tudo aquilo que nos da prazer parece ser breve perto Be chiracao do desprazer. 37 Nas de fazer algo que the 6 agradavel, Para ela o tempo nao existe naquele momento se © percebe delecta que cle 6 exiremamente curto. 4 nao acontece 0 mesmo quande em alividades desagradaveis, nessa acasiao ola fica extremamente aborrecida pola “demora” (do tempo). lividades infantis 6 comun verificarmos o quanto a crianga no quer parae nam td © tempo pare a crianga nde é 0 mesmo que para e adullo, porsse a infancia Tem a ‘wgéncia'’, dai ela brincar de ser addulto -isto € futuro anterior 38 BRINCAR HIST ORICO Desde os primérdias da chilizacoo brin = dos adultos. Na antiguidade as criangas participavam das lestividades, lazer e jogos dos seullos, mas tinham, ao mesmo tempo, um ambionte separado para os jogos. Estes scorriam em pragas piiblicas, espacos livres, sem supervisao do adulto, em grupos & criangas de diferentos idades @ sexos. r é uma alividade das rianga Naquela época a brincadeira era considerada um elemento da cultura, do =s9. do folclore © do carnaval. Fla era (@ na verdade continua sendo) uma presentagao da vida, modolo em miniatura da hist6ria e destino da humanidade. A brincadeira era 0 fendmeno social do qual todos participavam e foi = bem mais tarde que ela perdeu seus vinculos comunitarios, tornando-se moividual. Com 0 progresso social da civilizacao veriticamos 0 surgimento da sociedade ‘Secustrial moderna ¢ 0 surgimento da sociedade burguesa, que desencadearam dois ‘etores importantes: - a segregacao das criangas em um grupo separado da vida es adiullos @ a institucionalizagao das criancas, utilizando-se das atividades tidicas somo um instrumento de aprendizagem. O brincar transformou-se no trabalho infantil. A infancia tornou-se “educavel”, sendo que 0 objetivo basico dos pedagogos dentro das instiluigdes e da familia era » & criar um novo homem. Mas, no decorrer dos tempos, pudemos comprovar @ necessidade da seczalizagao. Ela 6 (@o fundamental no desenvolvimento infantil quanto a nutrigao, cuidados @ alendimento as necessidades vitais. A crianga que convive em uma comunidade ou instituigao vai, srecressivamente, alravés das trocas com os outros, interiorizando os valores e ‘eeais daquele grupo, Como a crianca vira incorporar esses elementos na sua personalidade dependera do carater dessas interagdes sociais, assim como da setureza e variedade de trocas sociais disponiveis a ela é "Brinc ar € a mae das artes.” ul CONDIGOES TEMPO -£ fundamental que a crianga tenha tempo para brincar, dentro do seu dia a-lia, Que os alazeres a ela alribuidos the permitam um periodo livre de obrigacdes, pos se ola “tom que...” nao 6 brinear. ESPAGO-0 espaco 6 importante, mas a crianga descobre 0 prazer' do brincar nos proprios botdes de sua camisa, Isso nao significa que o adulto nao deva oferacer espiagos reservatlos para as alividaces infantis, muilo pelo contrério, a cada dia devemios estar mais preocupados onde a crianga brinca. Accrianga deve ter oportunidade de brincar na escola, em casa, na rua, en parques ¢ Areas livres. Muilas vezes ela nao escolhe 0 lugar, pois 0 importante é « momento, ACOMPANHANTES -Com quem a erianga brinca? Consigo mesma, com outras criangas, da mesma ou de idade diferente, com adultos. enfim... a companhia é a representagao do Outro na vida da erianga. E em capitulo anterior comprovamos a importancia que 0 Outro tem na fornragao da imagem corporal ¢ na personalidade de cada uma, portanto Fle 6 muito significativo no brincar. BRINQUEDOS ~- Eles podem existir concreta e/ou abstratamente, pois el representam 0 instrumento do brincar. i0 importa o tipo, o material, a fungao, a cor, a forma, 0 tamanho nem a origem. crianga 6 capaz de descobrtlo no préprio corpo. Fle 6 um meio, uma estratégia, um caminho da crianga entrar no mundo, magico d imaginacao, de simbolizar sentimentos ou de representar a realidade. AGAO -Fla 6 0 proprio brincar. Acontece fisica ou mentaimente na atividade Iidlc O importante que ela é a pulsao maior do prazer e o simples ato de divertir a crianga a important CARATER -Ele pode ser formal ou informal, isto 6, 0 brincar sempre ter’ um fune de aprendizagem, independente dos objetivos de cada brincadeira. B Obebé adorabrincar de ‘jogar conversa fora’... faando bester: ebrincando comsuacapacidade de perceber sons e gestos” wa EVOLUGAO Com o progresso clas grandes cidades ¢ a muiclanca de habitos que a evolugao da enizagdo nos impos, o brincar sofreu varias mudangas no decorrer dos séculos. Nas cidlades houve a redugio do espago fisico ea falta de seguranca para as criangas Sencarom, 0 ritmo da vida moderna fe7 diminuir 0 tempo reservado para as ativicades. Saicas. A tecnologia reduziu 0 estinulo a brincadeira ( como por exemplo a IV) ea ‘exusirializacdo modilicou a relagao da erianca com o brinquuedo. “abe a cada adulto estar preoctpado com 0 resgate do espaco, do tempo 6 da ssaturalidace do brincar infantil, Se isso nao for pensado, a nossa crianga sera cada vez mais ‘=dullo, precocemente responsavel e possivelmente infeliz, Proservar e valorizar o brincar espontaneo 6 una maneira de fazormos a nossa historia a nossa cultura O brincar nunca deixara de ter o set pape! importante na aprendizagem = na lorapia, dai a nocossidade de nao permitirmos suas transformagdes negativas © estinularmos a permanéncia ¢ existéncia (auténtica ¢ esponténea) da atividade Widica infant OBJETIVOS Direta ou Indiretamente j4 demos varios objetivos para o ato de brincar. 0 que ha de importante na expresso mais auléntica do brincar 6 0 crescimento Semano saudavel. 7 Accrianca que brinca, portanto vive a sua infancia, tonar-se-4 uni adulto muito mais equilibrado fisica ¢ emocionalmente, suportara muito melhor as pressdes das eesponsabilidades adullas ¢ tera maior criatividade para solucionar os problentas quo be surgirem, Na crianga em que 6 privada essa atividade, por condigdes de satid, financoiras ‘ou sociais, ficam “marcas” profundas dessa falta de vivenoia Widica. Talvez poderiamos ver que muitos dos problemas apresentados em consultdrios médicos ou psicologicos surgiram pela privaao desse “trabalho” infantil. 5 B TV @ ababé eletrénica - é receber passivamente informacgées e emocees sobre as quais nao se pode fazer nada.” 43 Utiizar do seu tenipo (livre) na realizagio de brincadeiras faz da crianga un ser Criativo, responsavel ¢ trabalhador. As tarefas do brincar sao ligSes de vida que nents professor 6 capaz de ensinar. Essas lige, quando na quantidade nocessar futuramente polas necessidadies pessoais de cada adulto frente a diferentes sittiagbes. A crianga que brinca sera capar der ser 0 inventor, 0 cientista, 0 socidlogo © « filésofo que esta nos fallando para os problemas do mundo e, quem sabe, 0 grand salvador da patria. SEGURANGA A crianga 6 curiosa e inaginativa, esta sempre experimentando 0 mundo precisa explorar todas as suas possibilidades. Sua imaginagao ¢ fantasia lovann-t muitas vezes, a transiormar um brinquedo em arma perigosa, sem porceber 0 risco que esta se expondo. Dai a atengao especial do adulto, Quanto menor a crianga, maior a exigéncia de que suas brincadoiras se) supervisionadas & a qualidade dos brinquedos rigorosamente observada. Pontas alia material quebravel, pecinhas mitidas, cordes perigosos, tintas t6xicas podem estar « brinqudos que esconden riscos, mas que devem ser previstos e elimiinados DIRELTO Conforme a conferéncia apresentada na abertura do Il Congreso Brasileiro Brinquedotecas por Vital Dodonel, Vice-Presidente Mundial da OMEP (Organiza Mundial para a Educagao Pré-Escolar), nao ha como se gastar tinta escrevenda sol esse direito, Como 0 direito de respirar, é io natural, to espontaneo, tao intrinseco a vida, no precisa ser objeto de declaragies, convengdes ot leis. As pessoas simplestmonte respi endo ha porque colocar isso numia lo. Analogamente, o brincar & io espontaneo, o nal lao proprio da crianga que nao haveria como entencler sua vida sem brinquedo, B ‘Ohomemsé é realmente homem, quando brinca.’ ud | Brincar 6 uma alividade nao apenas natural mas sobretudo sécio-cultural, cujo | m2 comeca a ser objeto de interesse dos que fazen politica. A questao esta mais Sedamentalmente na eletivagdo desse direito. Ele nao esta sendo cumprido, Muitas ‘enicas nao brincam, outras brincam muito pouco. | Ha duas questdes muito importantes: o fempo e 0 espaco do brinear. As criangas =

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