Histriadaeducaobrasileira Marialuisasantosribeiro 140211165510 Phpapp02 PDF

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Histoia ca ecucagco braslora: @ rganaacas exceat do Maria uso Santos Ribot, vem prestanco valoso auxiio aos protesores de discipna Hstora da EsucasGo. TNesia nova fsa, agora ecttodo pot Autores AssoctadoeCorer Fator, ce aparece revisto © ampliads procurondo responder ‘ainda mais saifatoiamente ds expeciavas e necossdades dos profetsores a estuciosos a hseria Go nasa educaeco, “Abordande 6 conjunio de historia da organzago escolar bral ‘om sous principals aspectos, este ro consi a primi |SSematio de Gbordar globamente a itera ce educacos erasiora mantond resents 9 vacuo ene o especifeamonio educacional oo ‘oservovimenle Go base molorial 6a socledade Drosera €, Gago o Seuplonarrimna imeona reconhecer que o empreendimento iol bem sgeato, Fors ata de ur texto escrito om inguagem clara, sem cai ern simplifcagdes: didation som set superficial acessvel mas nao {oxitadt © of lature leva, poxem nao aligorada, esa obra 6 dt aos professores de Hira da Educayao tanto dos cutsos de pecagogia ‘Como dos cusos de frmagdo de proessores para as quatro primetras {etes do entino Ge prior grou Inferessa, ademas, Todos 0: GUS te preooupar em commmeecndar 9 edieageo beastela do ponlo Ge ‘slo de sua historia, Esszs mmaeidorerin «dina eda Conta || | “= o BubEeeeese L@ e852 [77 Maria Luisa Santos Ribeiro Ware ALbivera Harco Kent Geraldo de Olioeia HISTORIA DA EDUCACAO BRASILEIRA A ORGANIZACAO ESCOLAR 12 edigdo HISTORIA DA EDUCAGKO BRASILEIRA ~ A orzmizagi esol “Mara Lai Santon Rie Conse edo: Asionio Jasin Severna, Casita dos Rei Fito, ‘Beemer Sven, Guberta Se Marino Jawa, Mion de Minds ‘Mons Gade Walter Garin Compose: Litpator Relinpago ‘Prog ediora fost Apri Cardoso Pro ra: Corea ‘Siperai etoria Aatoio de Pas Siva edi 1967 ‘Nenu paste deta obra poder sr repre dupes sem stor “apo xpi darn os ens. (© 1987 by Aatora Dirtos paras eto ‘CORTEZ EDITORA/AUTORES ASSOCIADOS Roary 361 —Ta LD HIT Apress ao Br — ag 1992 Sumério Apresentasso Preticio . Preticio & edigdo de 1979 Tateougo 1 Psd 1549 9 1808 — Coma do mma sportador dependente 1. A tase jorutien da. esolariagto colonial 2. A fase pombalna da escoarzagio colonial 2° Perodo: 1808 2 1850 — Crise do modelo agriso-expotador ‘dependent ¢ iniclo da estraturacio do modelo agrrio-comer- ial exportador dependeme 1. A fase joanina 2. A fase poltcameate aut6aoma 26 Fev 1850 1870 — Comino do modelo ape ‘comercial exporiador dependent 4° Period: 1870 1894 — Crise do. modelo agrvio-comercia ‘exportador dependents tentatva de Icentv i indutralias 0 1. A fase impesil n 8 19 19 30 37 37 2 50 2. A fase repubicana ao 59 Pesiode: 1994 a 1920 — Aindn 0 modelo agrilo-comercal cexportador dependente a © Perodo: 1920 a 1937 — Nova crise do modelo agrso-comer- lal exportador dependente« iniclo da esruturacdo do modelo iaciona-desenvolvimentia, com base a industaliragso 86 1. A fate anterior & “Revolugto de 30” 86 2. A ase posterior & “Revelugéo de 30" ot 719 Periodo: 1937 a 1955 — O modelo naciond-desenvalvientista com base ma industlizagio 113 [8° Periodo: 1985 a 1968 — Crise do modelo nacional-desenvolv- rmentst de indusrallzagio © Implanaeio do modelo “soci 4” de desenvolvimente econimico 133 1. 0 signiicado da etse: © peviodo anterior 20 golpe de 1968 133 2. © significado do gtpe militar de 1964 oo 186 Consist : F im Dibliogrfia sss esseeeee S ” Apresentagdo sia obra ¢ resultado de uma série de outros trabalhos pre- Jiminares feltos sob a orientagio do prof. Casemiro dos Reis Filho, bem como do curso de mestrado em Filosofia da Educs ‘io e da disseriagio defendida sob a orientagio do prof. Der eval Savini ‘Algumas alteracbes ainda foram feitas nestes trabalhos pie- liminares em decorréncia de sugestdes dadas pelo colega D. Sa- vlan, ao ler a Introdugso e os primeiros capitulos, pela colega. Mirian J..Warde apés trabalhar com tal material durante um semestre em um dos cursos de Historia da Educagdo da Univer- Sidade Federal de Si0 Carlos o Ales meu agradecimento, A primeira edigao deste livo data do ano de 1978. A presente cedicéo.contém uma discussie ampliada do ultimo periodo com Siderado, que tem como delimitacao inicial o ano de 1955. 6 o desenvolvimento, no tempo, dos acontecimentos tor rou possivel uma delimitacio final mais adequada. Descavolv- ‘mento este acompanhado, ¢ certo, por estudos com vistas a sua ‘compreensio.paultina Assim sendo, foi possfvel, hoje, defender a idéia de que 0 periodo om injeio em 1955 se estende até 1968 e tem que ser 1 considerado através de uma sublivisio interna, estabelecida trabalhada enquanto recurso necessirio & compreensio sobre dual dos “posstveis historcos" postos no inicio dos anos 60 2o- fre uma ruptura com 0 golpe de 1964 e qual “posstvel” tem nele a condigio de se generalizar e consolida. Foram também feitas algumas modificagdes é alguns acrés- cimos pequenos no capitulo que trata do 6° Periodo Maria Luisa Santos Ribeiro ‘Sao Paulo, setembro de 1986 Prefécio i muito tempo efetuei um levantamento sobre a historio- arafia da educagio brasileira (para um semindrio nacional sobre Historia da Educagao Brasileira promovido pelo INEP) em to- dos of catdlogos de editoras e listagens de dissertagbes © teses defendidas nos programas de pérgraduacio existentes no pals. Desse levantamento foi possivel derivar dados importantes, por cexemplo: a historia da educacéo brasileira & uma das éreas de ‘conhecimento que gera menos pesquisas académicss; do que tem Sido produrido na area, a quase totalidade dos trabalhos (publi tados ou nfo) slo referentes ao periodo pés30 pars oferecer, fapenas, aqueles antecedentes que importam para o estudo do pperiodo mais recente (em particular, pés-4); com raras exce- (Ges, so trabalhos que apresentam urn capitulo ou uma pequena parte referente a historia de um aspecto bastante particular da ‘educagdo (exemplifieando: uma modalidade, um famo ou um {grau de ensino; uma categoria profissiona, como 0 supervisor fe ensino ou o-diretor de escola; uma determinada lei assim ‘por diante). Também, com raras excecées, os trabalhos omitem ‘8 conexdes entre o objeto particular ¢ a configuracdo educacio- nal mais ampla, entre esse objeto e a dindmica social inclusiva ‘Outros dados poderiam ser mencionados, mas estes J& el cidam 0 que se pretende chamar atengio: um trabalho como 0 ‘de Maria Luisa Santos Ribeiro ¢ de grande valia no quadro da ° produsio historiografica. Nao ha professor de Historia da Edu- agdo que no caresa de uma bibliografia de apoio que o auxilie a conduzir os alunos & compreensio da educacio no processo historico, dos primérdios aos tempos atvais e nas suas multiples ‘manifestasdes. Mais do que isso, esse trabalho oferece uma clara referéncia metodologica através da qual 6 possivel compreender como se dio as determinagées séciopoliticas que vio configu. rando a educagio em diferentes momentos historieos. E sabido que maioria dos alunos chega aos bancos univer: sitérios carecendo de informagées sobre diferentes periodos da hnossa Historia; sem clas, nao hi referéncia metodologica que resolva a questio da compreensSo da Histéria, Quanto a isso, a cada capitulo, o livre da Maria Luisa é "metodicamente informa tivo". F claro que 0 professor ou 0 pesquisador que tier corho objetivo © maior aprofundamento de determinado periodo e/ou determinado aspecto da educagio deverd, necessariamente, so- mar outras leituras para as quals a bibliografia oferece exce- Tentes pistas. Para finalizar, esse trabalho é um bom exemplo de como as Jntengdes pedagégicas de um autor podem e devem ser concilis- das com as intengées de clareza e rigor. Mirian Jorge Warde Setembro de 1986 Preféicio a edigdo de 1979 Estas consideragies nos pareceram necessirias apds as dis- ‘cussdes, coordenadas por mim na UFSCar e pela colega Misian ‘JWarde na PUCSP, cfetuadas com alunos de mestrado em Edu- ‘cai. [A primeira consideracio a fazer & 2 de que este estudo tem nna onganizagio escolar seu panto de maior atengSo, sem cont A exgotilo, Isto porque a nossa atividade no magistério exigia luma abordagem que abrangesse um periodo multo extenso: da Coldnia (1549) a0 inicio dos anos 60 (1963). Desta forma, o que se tentou captar foram os fundamentos a organizagao escolar brasileira. Fundamentos estes indispensé- eis para estudos mais detalhados sobre este mesmo assunto, (ue, deredito, estao ou estardo sendo Feitos por um significative [Erupo de pessoas saidas dos cursos de pés-graduacio em Educa- ‘0, Por outro lado, como a Historia da Faucagio Brasileira nfo Se-esgota ai, mesmo com tal detalhamento,tais estudos deverso Ser integrados a uma série de outros que certamente Ja foram fu esto sendo realizados, centrando 2 atengdo em outros as estos. ‘Muitos acham até que pelo fato de a escola atender basiear mente aos interesses da minoria da populacao o seu estudo perde fem significado 1 Quanto isto, gostaria de ressaltar que, a meu ver, inte grandose a0 demais, o estudo tem rizso de ser, porave apesar de este tipo de escola, bem como a importincia social dada a tla, serem frutos de uma visio burguesa da realidade, pelos pro- prios mecanismos de dominagio (persuasSo) acabam por se tor far uma aspiragdo da maioria, E.como tal mecanismo nio dis. pensa, pelo contririo, até exige a dissimulacdo desta mesma pri tica, a evidéncia de tal dissimulacio pela demonstracao histérica da ipossbiidade de concretzasao do discus Hiberal na es ago se fax necesséria, ‘Uma segunda consideragio ¢ a de que quando fiz uso da categoria da dependéncia, a minha preocupacio era a de buscar ‘05 motivos pelos quais a dominacao capitalista provoca, em pat Ses perifricos como o Brasil, uma exploragao bem maior entre dominantes (em numero bastante reduzido) e dominados, Ex plorsgio esta que contribui, em Ultima instinca, para a suv ‘agdo desta mesma contradigio (dominante X dominados) nos palses eapitalistas centrais. Em terceiro lugar, este trace de dependéncia, limitando as possibilidades, tanto infra quanto superestruturais da sociedade brasileira, acaba por reforcar ainda mais a funcio dissimaladors da Tdeologia liberal, dada a impossibilidade de concretizagao der- ts ideals mesmo no que diz respeito a parcela conseguida nos palses centrais do sistema capitalisa, Dai a necessidade de enten- der e constatar concretamente como este processo esta se desen volvendo no. Brasil, Maria Luisa Santos Ribeiro Sto Paulo, janeiro de 1979 n Infrodugdo ‘Ao claborar este trabalho, alguns prinefplos tebricos se re- velaram fundamentals para a propria estruturaczo que ele acx. bou tendo, Aqul eles serdo tratados em suas Iinhas gerals, para tornar mais precisa a compreensio do significado de varios ca pitulos. © Capitulo TT de Introdupdo 2 historia da educacto brasileira (Ribeiro, 1978), bem como a bibliografia final aqui incerida, contribuirso para resolver dificuldades que indiquem a necessidade de ovtras consultas 1, Consideraées necessras 4) Visto de totaidade — Aceita-se que para se chegar a uma comprecnsio do fendmeno social — organtzapdo escolar brast Ieira— ha que se ter uma visto do contexto social — sociedade brasileira — do qual ¢ parte © com 0 qual estabelece uma rela ‘io permanente. Mas nio se trata de buscar uma compreensio profunda da sociedade brasileira para depois dirigir a atencso para a orga nizagdo escolar brasileira. necessirio ¢ que se tenha sempre presente esta relagio € se estabelega um movimento permanente entre os dois pélos — organizagdo escolar ¢ sociedade brasileira —, fazendo com que B seja garantido que 0 centro de preccupasées se mantenha na borganizagao ‘escolar ¢ que esta indique o que & indispensivel saber sobre a sociedade e quando € indispensvel Assim sendo, partese de uma visio, mesmo que superficial, da sociedade brasileira, ut a0 inicio do estado de sua organi: zagio escolar. No decorrer desse estudo, ficard evidente 0 que festd sendo possivel empreender com agusle conhecimento super ficial, bem como 0 que ndo estd. Este, © que nao esta sendo pos sivel compreender, indicara ao investigadar o quc deve ser est dado do contexto social, a fim de que a compreensio se torne possivel e possibilite novas indagacoes. Temse, assim, um aprofundamento constante na investiga 0 da sociedade Brasileira, exigido pelo aprofundamento conco- Imltante da investigacio sobre a organizacio escolar brasileira. 1b) Nopbes sobre estrutura social — Aceitase que para se che- ‘gar a uma compreensio do fendmeno social — organizagao es ‘colar brasileira — ha que se ter em mente ser cle um dos cle- ‘mentos de superestrutura que, em unidade com seu contrivio — infreestrutura —, formam a estrutura social. Esta infraestrutura, entendida como o modo do ser humano produzir sua existéncia, esta em constante mudanga com vistas ‘uma eficigncia cada ver maior. Estas mudangas € que pressio- nario, de forma determinante, as respectivas mudangas nos ele meatos que compéem-a superestrutura, que esti sendo enten: dida como a unidade entre dois elementos contrérios que so as idéiase as Institulgdes. Diante disso, a organizacto escolar, enquanto uma insti fo social criada pela e para a sociedade como um dos instru- mentos de transmisséo de cultura enquanto bem de consumo, como lembra Alvaro Vieira Pinto (1969: 124)* 4 um elemento de superestrutura, como jé foi dito, e, portanto, determinado pela infracestrutura Impée-se, desta forma, a visio de totalidade, j4 que o deter ‘minado no se compreende sem a referéncia ao determinante. Data 8 importing cones a sate ceplal ntinado “to an car 86 grande via nara “ Tal'detérminagto, no entanto; rdo & absolute, uma ver que ‘4 superestrutura tem refletida em si a contradicao social funda mental existente na infra-stnitura — conservagio X transfor. mapio — de modo que, mesmo tendo como funeéo contribuir ‘para o desenvolvimento de uma infraestrutura dominante, com- porta duas outras possibilidades. Deum lado, comporta uma ‘erta resiséncia das antigas idéias e instituigdes, de forma que a Substituigho ¢ inevitevel, mas no imediats, de outro, comporta luma certa critica as proprias caracteristicas da infraestrutura ‘dominant Desta forma, a infraestrutura age sobre a superestruturs, eterminando mudangas correspondentes,e esta age sobre aque: la go retardar ou acelerar o processo de mudangs original. c) A mudanca ¢ as suas causas — Aceita-se ser causa das mu- dancas pelas quais passam os fendmenos esta relagéo com ele. ‘mentos contraries, Ja apontada anteriormente. Mas a contradi- ‘40, causa primeira da mudanca, nao & esta exterior mas a inte Hor, isto é, aquela que cada elemento comporta dentro de si. No caso da organeagdo escolar, a contradicio existente é resultado de ela ter que atender a uma determinada clientela (quantidade) e atendéla bem (qualidade). O presente trabalho ¢ decorréncia de uma séile de indaga- ‘es, motivadas por esta contradicdo entre quantidade © quali- dade, como por exemplo: = A quem a organizagso escolar brasileira deve atender? — A todos em idade escolar. Tem stendido a todos ‘em idade escolar? = Nio, — Como tem que atender a este todo? = Tem que atender bem. — Tem atendido bem, mesmo ndo atendendo a este todo? — Nto. Como atender a todas estas pessoas ¢ atendé-las bem? 15 A investigagio histOrica se impie diante dn necessidade de solucionarse o problema retratado nesta ultima indagagao. E. la que dard as raizes do ndo-atendimento satisfatério da escola brasileira tanto em quatidade como em qualidade. 4d) A relagdo entre contrdrios — Accitase que esta se dé nio de forma direta, mas pela mediapao de outros elementos, ou ‘mesmo de um dos aspectos contrarios Interiores a cada clemen- to em relagio a0 out. Neste trabalho serd folto um estudo considerandose dols clementos mediadores na solusio da contradi¢zo — quantidade 1X qualidade — presente na organlzagio escolar brasileira, que Ho 08 recursos financeivos e a teoria educacional. Como o fendmeno social que nos interessa (organizagio es- colar brasileira), os elementos mediadores no podem ser tra tador de forma isolada, A insuficiéncia ou ndo destes s6 pode ser entendida quando se fizer referéncia 20 contexto do qual resulta F assim que, no estudo da organizagio escolar bras atentandose para sua contradigéo interna e para seus elementos Inediadores, partuse da constatacdo do fato de ter a sociedade brasileira, desde sua origem, uma vinculagio com 0 sistema eco- némico, politico e social capitalsta mundial. Apresenta-e como luma socledade periférica (dependente) nio central (hegem6 nica), no tendo, até nossos dias, superado a dominagéo externa, {sto é, a submissio dos interesses da populagso brasileira (inter ros) em favor dos da populagio de determinados outros paises (externos). Para que tais interesses externos sejam atendidos, constitui- se uma divisio interna da populagio brasileira, onde se contra- ‘poem os interesses da maioria da populsgio aos de uma minoria Drivilegiada, intermedidria no processo de atendimento dos inte- estes externos. Quanto a este trago de dependéncia que permeia toda a so- iedade brasileira, temse que assinalar duas coisas 2) Este trago nfo deve ser entendido de forma absoluts. AS medidas tomadas com o objetivo de manter a maioria em estado de submissio, mesmo que em sua forma camuflada, pelas pri- ‘vagdes, pela sobrecarga decorrente, vio sendo pouco a pouco pet ‘ebidas no seu verdadeiro sentido. Processase, vagarosamente, luma tomada de conseigncia do fendmeno da dominagdo e a com ‘quista paulatina de sua superasio. E neste sentido que se diz ue # dependéncia (como qualquer elemento) gera 0 seu com trario—'a independéncia — (ou, em outras palavras, a emanci- ‘papdo, a autonomia) e com ele estabelece uma unidade dialética ‘que, superada por mediacio, como jé foi assinalado, gera outra coniradiedo superior em quantidade e qualidade. 1) Este trago de dependéncia limita as possibilidades tanto infra quanto superestruturais da sociedade brasileira. Desta forma ira comprometer, isto ¢, ormar insufcientes os ‘elementos mediadores da contradicio apontada na organizacto ‘escolar, Os recursos financeiros necessirios & satisfagSo das necessi- dades escolares, a exemplo do, que ocorre nas demas areas na Sociedade brasileira, nfo estarao a disposiego. Isto porque a Capitalizaao se faz em beneficio apenas de alguns, tanto interna ‘como externamente, Por outro lado, a teoria educacional, 0 outro elemento me- diador, fica comprometids pelo fendmeno de transplante cul- tural que nada mais € que o reflexo, a nivel da superestratura, da dependéncia caracterizada na infra-estrutura (processo de ca Pitalizagio), Este fenémeno ¢ um mecanismo de importagio de lias, negativas pelo fato de resultar num atraso constante de ‘quem consome em relagio a quem cra, levando, de acordo com 2 intensidade deste transplante, a um comprometimento da pré- pria ado eriadora, 2 Jusitcngio da peviodienio A divisio dos periods foi feita seguindo o eritério de desta- ‘ar os instantes de relativa estabilidade dos diferentes modelos = politico, econémico, social — dos instantes de crise mais lntensa e que causaram as substituigbes dos modelos referidos. Estes, sob 0 ponto de vista educacional, sd0 bastante significatl vos dada a cfervescéncia das idéias que spontam as deficigncias "7 cexistentes, bem como propagam novas formas de organizagio cscolar. Significativos tambem, pelas experiéneiss coneretas que possibilitam. 1: Periodo: 1549 a 1808 (Consolidagio do modelo agrério- cexportador dependent). 2: Periodo: 1808 a 1850 (Crise do modelo anterior e inicio da estruturagio do modelo seguinte). 3 Periado: 1850 a 1870 (Consolidagio do modelo agrério- comercial exportador dependente) 4° Periodo: 1870 a 1894 (Crise do modelo anterior e tenta- tiva de incentivos & industralizagio). ‘5: Periodo: 1894 a 1920 (Ainda 0 modelo agrério-comercial ‘exportador dependente) {6° Periodo: 1920 a 1937 (Crise do modelo anterior e inielo da estruturagio do seguinte) 7 Periodo: 1937 a 1985 (0 modelo nacional-desenvolvimen- tista e a industrialzagio), {8° Periodo: 1955 1968 (Crise do modelo nacionaldesen- volvimentista de industralizacto e implantacio do modelo “asso- ciado" de desenvolvimento econémico). 18 1° Petiodo 1549 a 1808 Consolidapae do modelo agtétiexpodador dependent A las jsitica da esolarizagio colonial Diante das dificuldades encontradas com 0 regime’de capi- tanias hereditirias , ¢ erlado 0 Governo Geral. Este € 0 primeiro ropresentante do poder piblico na coldnia, que tinha como obr- {Endo ndo substitair, ¢ sim apotar as capitanias, a fim de que o Drovesto de colonlzagio conseguisse um desenvolvimento normal. Entre as dirctrizes bésicas constantes no Regimento, Isto é, ra nova politiea ditada entio por D, Joao TIT (1712-1548), & en ‘contrada uma, referente & conversio dos indigenas a f€ catéica pela eatequese © pela instructo. [Em cumprimento a Isto, chegam, com Tomé de Souza, qus- tro padres e dois irmlos jesuitas,chefiados por Manoel da N6- Dbrega (1549). Luiz A. de Mattos destaca a importincia deste item dos *Re- simentos", dizendo que Tr Come se t,o rede Porm no ato de 1532 eis adoro res te de cont betray no Bra, De S34 21536 so cagan. cre ‘Soins no objeto de tran pone! pave, «delet, ber Sm ‘popes fata O saerm de doapio spate peo ns olgenio inte ds intpcdade de Erk Rai ender at ote dees Sonia 19 ele deena...) 0 fo de ata emprm colonizers pit te, somene pls scturacio itemitct tes Gp clementa a thes aor aioe spine swan. cio cet ¢ ele € fue 2 coon porugese peta Tage rues Stina (= ‘Stans Task 3. Percebe-se, por estes poucos fatos, que a organtzagio eseo- lar yo BrasilColonia ests, como néo poderia deixar de ser, ex. treitamente vinculada 8 politica colonizadora dos portugueses. [Antes disso, em decorréncia do estigio primitivo em que s= fencontravam as populacées indigenas, a edueagio nfo chegara tse escolarizar. A participagto diveta da erianga as diferentes Atividades tribais era quase que suficiente pra a formagio neces- Sétia quando atingsse a idade adulta, Diante desta vinculagéo constatada, uma questo precisa ser resolvida: qual o motivo que levou & Colonizacso? Ou em outras 5: qual a funcio da coldnia e, conseqiientemente, da po- plagio colonial? Precisa ser resolvida, porque indicaré nao’ s6 & clientela como 0 objetivo da educacso organizada a partir da. Femando A. Novais diz que a politica colonial ie pyesentn como um tipo parce de rages polite, com doi lemerior m cero Se deside metopi)« out coon) sordid, 4 enn ee dat pos es (nove 998", eH noms), ste tipo de dinamizagio era necessivio para impulsionar a ppassagem do capitalismo mercantil ao capitalismo industrial No caso brasileiro, a metrépole a ter sua vida dinamizada cra Portugal que, por problemas a um tempo internos e exter nos, antecipou-se em relagio ao primeito passo, mas nao‘chegou a dar o segundo, 0s comerciantes portugueses (burguesia mercantil), enguan to participantes do poder politico representado pela centraliza: 0 monérquica, conseguida j4 no século XII, desempenham pe pel pioneiro na empresa de expansio naval. E assim que, na primeira metade do século XV, procuraram lugares, como a os- fa ocidental da Africa, onde ngo tivessem concorrentes, © em meados do mesmo século planejaram atingir o Oriente contor nando o continente africano. A tomada de posse do teritorio 20 Drasleiro © sua colonizagio so atitudes inseridas em tal con texto. Diante da questio formulada anteriormente, deve ser desta- ado, como sintese das consideragbes feitas, que 0 objetivo dos colonizadores era o lucro, e a functo da populagto colonial era propiciar tais lucros as camadas dominantes metropolitanas No entanto, para que a empress funcionasse, estes Iucros rio poderiam se concentrar exclisivamente nos grupos externas citades, Uma parte, pequena, ¢ certo, deveria permanecer na Co- Tonia com a camada que divigia internamente a atividade pro- diva (0 mecanismo era o seguinte: (on) detndo erie ds compen dor produto clit, oF met ‘reso mien pam sepinr ncldera son pes 6 Ao Me ‘etc o gual rin impo! sonneglo Wo proceno Pad, ho 2 Mfnonclamente 20 vel dos easton de podusar a roves a meee {ie coe dapuntam do acai dh oe zens sateen For ganado’ compra ¢' vena® (Nowa 195! 29 © rapido esgotamento das matas costeiras de pau-brasl, Iimpossibilidade da populagSo indigena produit algo que inte- ressasse ao mercado curopeu, a possibilidade da existencia de fouro, bem como o perigo de usurpacdo do terrtério por outra poténcia,fizeram com que 0 governo portugues abandonasse a Drientacio de colonizar atraves da ocupacko “com agentes comer tuncontiont siiares prs a elem, opti ‘SS Ste ete sn yo mis ee iri eve non in eb ha Obrigatorio se tornou empreender a colonizagio em termos de povoamento e cultivo da terra. Os interesses das camadas ‘dominantes portuguesas, © em especial do componente capita- listammercantil, € que iriam determinar, como determinaram, 0 produto, a qusntidade e a forma de ser produzido, bem como os Clementos dispostos © em condigies de produzir. ‘Quanto a este altimo aspecto, constatase @ vinda de elemen: tos de pequena nobresa para organizar a empresa colonial ‘A natureta desta tarefa (producto de mercadorias), os ris- cos 8 que estavam sujcitos e a necessidade de capital inicial ex 2 cluiram, a um tempo, os elementos da burguesia mercantil, 06 da alta nobreza ¢ os servos. E se os que se dispuseram vieram para organizar, necessé rio se fer'a esravizagao de quem trabalhasse a terra: 0s indios 08 negros. Estes vieram satisfazer aos interesses da burguesia ‘mereantll portuguesa, porque possibilitavam a producio a baixo ‘custo porgue 0 escravo, enquanto mercadoria, era fonte de Tero, jf que era ela (burguesla) que transportava, assim que a grande produsdo acucareira foi a tniea base dda economia colonial até meados do século XVI [Num contexto social com tals caracteristicas, a instruszo, ‘edueagio escolarizada s6.podia ser conveniente ¢ interessar a festa camada dirigente (pequena nobreza e seus descendentes) ‘gue, segundo o modelo de colonizagio adotado, deveriaservir de eiclacto entre os itereses metropoltanas © as atvidades co Mas se for rctomado o item dos *Repimentos", versed que a clintla cltadaexpletamente fot indigens, através da cae: Guese 8 instrugdo. ‘Como compreender ita? Caberi aos Jesuitas apenas a ed cope de popes iar? A quem caer cca dos doveriam disto se ncumbir? = - 05 subsidios recebidos © a obrigacio daf decorrente também sugerem as idéias colocadas em forma de questio, j4 que os jesuttas deveriam fundar colégios que recebiam subsidios do Es- ado portugués relativos a missdes, Dessa forma, ficavam juti- dicamente obrigados formar gratuitamente sacerdotes para a eatequese. Mas esta determinacdo, que é mais especfica porque trata 46 da forma de financlamento da obra, parece retringit 0s obje- tivos ao dmbito da catequese: “formar gratuitamente sacerdotes para a catequese” Por outro lado, a0 analisarse o primeiro plano educacional, claborado pelo padre Manoel de Nabrega, percebese a intencio de catequisar e instrulr os indigenas, como determinavam os "Regimentos"; pereebe-se, também, « necessidade de incluir os a fithos dos colonos, uma vee que, naquele instante, eram os jes tas 08 tnieos educadores de profissa0 que contavam com signh fieativo apoio real na coldaia. E assim que planejara "Recolkimentos, nos quais se educas- ‘sem os mamelucos, os drfigs os filhos dos principals (cack ‘ques) da terra (...)" além “dos filhos dos colonos brancos dos povoados (..)" em regime de externato (Mattos, 1958; 843). 0 plano de estudos propriamente dito foi claborado de for ma diversficads, com o objetivo de atender & diversidade de interesses ¢ de capacidades. Comesando pelo aprendizado do portugues, inclula o ensino da doutrina crista, a escola de ler e fscrever. Daf em diante, continua, em carater opcional,o ensino de canto orfednico de misica instrumental, e uma bifurcacio tendo em um dos lados o aprendizado profissional e agricola e, de outro, aula de gramitica e viagem de estudos & Europa. [Nao tinha, inicialmente, de modo explicito, a intengio de fazer com que 0 ensino profissional atendesse & populagio ind- ‘gena e 0 outro & populagio “branca” exclusivamente. “Dentre os de maiores habilidades", afirma Luiz A. de ‘Mattos (1956: 86), “contava também Nobrega recrutar as voca- ‘es sacerdotals indigenas (...)" ‘Mas como cedo perceberam @ nioadequacio do indio para 1 formacio sacerdotal catdlica, esta percepso nio deve ter dei xado de exercer influéncia na proposicio de um ensino profssio- hal e agricola, ensino este que parecia a Nobrega imprescindivel para formar pessoal capacitado em outras fungdes essenciais & ida da coldnia © fato de este plano ter encontrado sérias resisténcias a par- tir de 1556, ano em que comegam a vigorar as "Constiuigies da Companhia de Jesus", exigindo de Ndbrega muito empenho até sua morte, em 1570, indica que ele devia entrar, de alguma forma, fem choque com a orientacio da propria ordem religiosa. Isto ¢ constatado pelo fato de o plano que vigora durante 6 perfodo de 1570 a 1759 excluir as etapas inicais de estudo, 0 aprendizado do canto, da misica instrumental, profisional € agricola. Graficamente isto seria representado da maneira como re- -presentamos no verso: 2 Plano de Estudo de Nobrega do Ratio sprenauade do portuate com de Homann Tecate pote) [aman Nota-se que a orientagio contids no Ratio, que era a orga- nizagio e plano de estudos da Companhia de Jesus publicado em 1599, concentra sua programacio nos elementos da cultura euro pela, Evidencia desta forma um desinteresse ou constatagio da Impossibilidade de “instruir” também 0 indio. Era necessério concentrar pessoal e recursos em “pontos es- trategicos", j4 que aqueles eram reduzidos. E tis "pontos" eram {0s filhos dos calonos em detrimento do fndio, os futures sacer dates em detrimento do lego, jutificam os rligiosos. Verifcase, desta maneira, que 0s colégios jesuitcos foram 6 Instrumento de formaeao da elite colonial 0 plano legal (catequisar e instrulr 0s tndios) e o plano real se distanciam. Os instruidos serdo descendentes des colonizado- tes, Os indigenas sero apenas catequisados. A catequese, do ponto de vista religioso, interessava.& Com panhia como fonte de novos adeptos do catolicismo, bastante {balado com © movimento de Reforma. Do ponto de vista econd- mmico, interessava tanto a ela como ao colonizador, & medida que tornava o indio mais décil¢, portanto, mals facil de ser apro- veitado como mao-de-cbra ‘A educacio profssional (trabalho manual), sempre muito ‘lementar diante das téenicas rudimentares de trabalho, era con fequida através do convivio, no ambiente de trabalho, quer de Indios, negros ou mestigos que formavam a maioria de popula- ho colonial A educacio feminina restringiase a boas manciras e prendas domésticas AA lite era preparada para o trabalho intelectual segundo tum modelo religioso (eatslico), mesmo que muitos de seus mem- bros ndo chegassem a ser sacerdotes. Isto porque, dante do apoio real oferecido, a Companhia de Jesus se tornou a ordem ddominante no campo eduicacional. Isto, por sua vez, fez com que ‘ seus colégios fossem procurados por muitos que nio tinkam realmente vocagio religiosa mas que reconheciam que esta era {a tinica via de preparo intelectual, Haja vista que, em determi- radas épocas, a procura era to maior que a capacidade, limita: 25 dda, é certo, dos colégios que chegou a causar problemas, como ‘8 ‘Questo dos Mogos Pardos”, resolvida em 1689°. No sécule XVII, os graus académicos obtidos nessas escolas eram, junta: ‘mente com a propriedade de terra e escravos, citerios importa tes de classficagio social Este componente religioso da elite colonial brasileira deve ser destacedo juntamente com seu desejo de lucro facil, ou me. Thor, ripido e abundante. E esta vinculacso tem suas origens na propria historia da constituigao da nagio portuguesa, onde 0 fuerreiro estava, conquistando 0 seu proprio terrtorio, © depois ‘outros, contra infigis arabes, africanos ¢ indigenas. Darey Ribeiro denomina Portugal e suas possessées de “Im: piério Mercantil Salvacionista” e assim se refere aos processos, hilizatérios desse tip: "Or inpiroe Mercane Saaconae sari sa pamagem do silo XV xvivem don srs margins — tate goyilca sono lanes SIS" Shay ach Rin, Ao em, i nrg ma ‘aretonet tae sece pres oun tba pin peo ‘costa Ciera, Sa" 1). E interessante notar que os movimentos de Reforma ¢ Con traReforma ocarridos no inicio do século XVI criam o mesmo problema no seio do cristianismo. £ assim que Portugal, entre foutras nagbes, se considera defensor do catolicismo e estimula 8 atuagio educacional, tanto no territério metropolitan como no colonial, de uma ordem religiosa que se constitui para servir de instrument de defesa do catolicsma e, conseqiientemente, de ataque a toda heresia, Nesta tarefa seus membros se dedicam por inteiro, como guerreiros de Cristo. Inicio de Loyola, © fur ador, como antigo militar espanhol, chega a imprimir direta- ‘mente um regime de trabalho modelado na sua anterior forma de vida. © importante a ressaltar é que a formaclo intelectual ofe- recida pelos jesuitas, ¢, portanto, a formacio da elite colonial, aia “ee re pois por pedo es, ma Same pbs pln wt ge sion fan bg 9 ea 2% ser marceda por uma intensa “rigidez" na maneira de pensar 6, conseqlentemente, de interpretar a realidade. Planejaram,¢ foram bastante eficientes em sua execusio, con verter, por assim dizer, seus alunos ao catolicismo, afastandoos das influénelas consideradas nocivas. E por isso que dedicavam especial atengio a0 preparo dos professores — que somente se tormam aptos apés os trinta anos —, sclecionavam cuidadosa- mente 0s livros e exerciam rigoroso controle sobre as questies a serem suscitadas pelos professores, especialmente em filosofia, ¢ teologia, Um trecho de uma das regras do Ratio diz o seguinte: “se alguns forem amigos de novidades ou de espirito demasiado livre devem ser afastados sem hesitagto do servico docente” (i Pim, 1967: 28), 0 seu objetivo acima de tudo religioso, o seu contedido lite- rivio, a metodologia dos cursos inferiores.(humanidades), que fulminava com @ movimento denominado “imitagio, ou sels, a pratica destinada a adguirir o estilo literério de autores classi 08 (...)" (Larroyo, 1970: 390), e a dos cursos superiores(Filoso- fia ¢ teologia), subordinada 30 “escolasticismo”, faziam com que ‘lo 36 of religiosos de profissdo como os intelectuals de forma feral se afgstassem nio apenas de outras orlentagSes religiosas ‘como também do espirito clentifico nascente e que atinge, du- Fante o séeulo XVIT, uma etapa bastante significativa, Isto por ‘que a busca de um nove método de conhecimento, método este ‘ue caracteriza a ciéncia moderna, tem origem no reconhecimen- to das insuficiéncias do metodo escolistico medieval, adotado pelos jesuitas. Este isolacionismo, fruto no apenas desta orientagio edu cacional come também do simples fato de ser ot6nia, e, enquan to tal, subordinada a um monopolio que & também intelectual, ro caso do Brasil feve conseqiiéncias bastante graves para a vida intelectual, porque a propria metrépole portuguesa encontrava- se afastada das infludncias modernas, [A formago da elite colonial em tais moldes adequa-se qua- se que completamente & politica colonial, uma vez que’ n 4) 8 orlentacso universalista jesuitica® baseada na literatura antiga € na lingua latina Dy a necessidade de complementagdo dos estudos na metré pole (Universidade de Coimbra) © ©) 0 privilegiamento do trabalho intelectual em detrimento do manual afastavam os alunos dos assuntos e problemas rela. tivos & realidade imediata, distinguiaos da maioria da popula: fo que era eserava e iletrada ¢ alimentava a idela de que 0 undo civilizado estava “Is fora” e servia de modelo. Os “letra ddos” acabavam por rejeltar nao apenas esta maioria, e exercer sobre ela uma eficiente dominagao, como também a propria rea Tidade colonial, contribuindo para a manutenco deste trago de dominagio externa ¢ nio para sua superacio. Foi dito que adequacio era quase completa porque este ‘mestno principio universalista visava formar o cristo. (eatl co) sem vinculagdes especifieamente declaradas com nenhum go- vero civil, Isto, acrescido do fato de que os melhores alunos ‘eram os escolhidos para cursarem Teologia e tomaremse flu. ros membros da‘ Companhia de Jesus, fazia com que a maior ‘eneficiada fosse, em teaidade, « propria ordem religiora 3 Or jis seri erento contin Ratio gtlgne que fase ‘rel one sume. A sega 3 do Provident "oma, orem. ta varndnde depres legen pesos pade sr cert lms vert bem ¢ no wnpo cmagado nx ston mux repcigen pan os ‘lecisor © sind aat ferns oer conten fosifessso par sr progteso us en infooe 0” Gel {Som as Scermiaser sconcniatm tne nt eceiadn de mode ror, ‘quae prornem © mar pote da vt fer) abs ness ehs™ Tene se0" 2, lo om). ‘to € ston mene ur se compan de qo es de wumatin (Gsegsar eipreno curs estat). uma de bomanindr (omega ee So'rea « seane) e ume de rc (asepua expres. Peto © 0 et. TOA ein er ¢ cota sapien oli se Sonpanero car de hamsnsadee career degen con Qo flor fowen acquis dentro dav pre falar dor sere de eng, [peat com ose S'No qo de repel to corpses a de maine, no Bras foram opens spas snaso »formao. or poder sega 28 [A adogdo da orientagao de administracio dos bens materiais contida nas “Constituighes” & mais uma indicacio de como esta lunigo entre o governo portugués ¢ os Jesuftas foi conduzida em benefiio maior destes‘iltimos, Isto Tevou posteriormente um choque, culminando com a expulsto da Companhia de Jesus de Portugal e do Brasil, em 1759, No plano de Nébrega, havia a proposicio de criagio de con- frarias para sustento da clientela dos Recolhimentos, que teriam nos missionérios os diretores espirituais e docentes © nos leigos ‘05 administradores dos bens materlais. No das “ConstituigSes”, no s6 se proibia a criagdo destes Recolhimentos e 0 atondimen. to de sua elientela, como ja foi discutido, como também Ficava eterminado que os bens materiais deveriam permanecer vin culados 8 Companhia de Jesus. E estes bens eram basicamente ‘conseguidos com a aplicagio dos recursos resultantes do “Pa- dro de Redizima”, colocado em execusto a partir de 1564, Isto cequivale a dizer que, a partir da, 10% de toda arrecidagio dos disimos reais (impostos), em todas as capitanias da colénia © seus povoados, ficavam para sempre vinculados & manutengio & sustento dos colégios jesuticos. Além disso, seria interessante destacar que as missdes jesu- ticas foram a base da economia florestal amazénica durante a primeira metade do século XVII, advindo dat grande luc. [A importincia social destes religiosos chogou a tal ponto, que se transformaram na tinica forga capaz de influir no domi. rio do senhor do engenko, Isto foi conseguido nao s6 através dos colégios, como do confessionério, do teatro e, particularmen- te, pelo terceiro filho, que deveria seguir a vida religiosa (0 primeito seria 0 herdeiro, 0 segundo, o letrado). (0 miimero de estabelecimentos que a ordem possuia quando de sua expulsio (1739) varia segundo os autores. Para Tito-Livio Ferreira eram "vinte Colégios, doze Seminarios, um Colégio © lum Recolhimento Feminine (...)" (Ferrera, 1966: 218). Para Femando de Azevedo eram "36 residéncias, 36 missdes © 17 co- Igios e semindrios, sem contar os semindrios menores e as esco- las de ler e escrever (...)" (Azevedo, 1944: 312). 2 2A tase pombalina da esolaizasio colonial Como jé foi lembrado no item anterior, a politica colonial objetivava a conquista de um capital necessirio & passagem da ctapa mercantil para a industrial do regime capitalist, Foi dito também que, por razdes internas e externas, Portugal, mesto tendo se antecipado em relagio & primeira etapa, no chegou 8 segunda, [A nagéo que lidera este processo no transcorrer dos séculos XVI 20 XIX'€ a Inglaterra. Esta pasta a ser beneficiada pelos proprios Tucros coloniais portugueses, especificamente partir o inicio do séeulo XVII, Com 0 Tratado de Methuen (1703), 0 Dprocesso de industralizagdo em Portugal é sufocado. Sew mer- ‘ado interno foi inundado pelas manufaturas inglesas, enquanto 4 Inglaterra se comprometia a comprar os vinhos fabricados ern Portugal. Canalizase, assim, para a Inglaterra, o capital port agus, dante da desvantagem dos pregos dos produtos agricolas fem relagdo aos manufaturados, Desta mancira, enquanto uma metrdpole entrava em dece dencia (Portugal) outra estava em ascensio (Inglatera) Leéncio Basbaum, 20 abordar a “situacio econdmica © po- Iitica dos pafses colonizaderes", conclui que: "(...) a partir do século XVFe, principalmente, do século XVII (. a Inglaterra fra Jd uma nagio burguesa e industrial” (Basbaum, 1957: 41), Quanto a Portugal, afirma: "Camo agi contains Poetga om pale pobre, seh capi, gute esporonia con um nour ecatene pel fal brag aes © e- atta, pes fer de caster feel aide seston Ula por ‘Ret sbi, um obrecn reid, gave nem sre «som tes Arend oie aetna burgess scl rc as olan ‘ist pescm ape sn npr © ve pea'o ease ee igs tn in moc : ‘meno sm ge Se conn tm captnnme soe Own suse Gaim 1 8), © conhecimonto destas distintas situagbes tem inportincia ‘quando se esta interessado na compreensio do processo de sub imissdo emancipacio, @ medida que os objetivos coloniais tam ‘bém serio diferentes e acabario por tornar tal processo mais 30 | ‘o4 menos acelerado. E importante, também, quando se esté ana Tisando as tentativas de transformaeio da situacio portuguesa tem meados do séeulo XVIM, consubstanciadas nas "Reformas Pombalinas", que ineluem o Smbito escolar metropolitan © colonial (0 marqués de Pombul (Sebsstite José de Carvalho e Melo), fenquanto ministro de um monarea ilustrado (D. José 1), orien. tase no sentido de recuperar # economia através de uma com ‘centragso do poder real ¢ de modernizar a cultura portuguesa. Quanto a0 aspecto econdmico, a decadéncia j4 pode ser cla- ramente constatada apés 0 periodo de dominagio espanhola de Portugal (1580-1640) Portga sala wruiado i domiasio epabol 1 wa matinha esr "inpt Sle enn") Ea Staten ‘Shr aes ings altri 0 re alguna pone aa ACen Diante desta realidade, era necessério tirar © malor prove to possivel da colonia. Era necesséria uma mais intensa fiscali- zagdo das atividades aqui desenvolvidas. Para tanto, 0 aparato ‘material © humano deveria ser aumentado e, ainda mais, deve- fla ser discriminado nascido na colénia do nascido na metté- pole, quando da distribuigao dos cargos: as posigdes superiores everiam ser ocupadas apenas pelos metropolitanos. Esta ampliagéo do aparelho administrativo e o conseaiiente ‘aumento de fungdes de categorla inferior passou a exigir um pessoal com um preparo elementar. As téenicas de leitura escrita Xe fazem necessérias, surgindo, com isto, a instrucéo priméria dada na escola, que antes cabia & familia Sern imeresmmterelembrar que em 1580 motre 0 eared! D. Henrie, simp smo" ea inna de Sik sem dear hedaes Tee ts tht ete generis oto, late avec por elie Ide open lm Ronaeat fm fngio ito que 0 period de S80 «edo denned Uo sos coes foe em os mien da spa ner bland) freer da pase ao, Guts Reon « de bgncgss quand [Chfprsto Jo rena ruleco por su pena u [A mineragio, com 08 primeiros achados no final do séeulo XVIT, neste contexto, parecin ser um acoatecimento providen- cial: era a solucio esperada. Na verdade, foi apenas esperanca, {4 que 0 ouro brasileiro seré, na sua parte mais significativa, canalizado para a Tngla- {erra, em decorréncia do Tratado de Methuen e, desta forma, im- pulsionat, sin, 0 procesto de industrializagdo, s6 que o inglés Por outro lado, este ciclo econdmico da mineragio provoeou ‘mudangas no Brasil que comecam a abalar « manutengio do pacto colonial nos moldes tradicionals, Entre elas, devem ser Gestacadas as que levam a0: — estabelecimento de vinculos entre as éreas baians,flumi- nense, pernambucana ¢ paulista; — aumento do prego da miodeobra eserava, provocando novo surto no trafico: — aumento das possbilidades de alforria © de impulso a rebeldia; — aparecimento de uma camada média © de wm mercado interno; » — deslocamento da populacio colonial e da capital para 0 sl (Rio de Janeiro, 1763); — descontentamento das camadas dominante e média colo- niais pelas diseriminactes, [A decadéncia intelectual ¢ institucional, tanto na metr6pole ‘como na colonia, decorre e simultaneamente reforga este estado scondmico. Portugal chega em meados do século XVIMI com sua Uni- versidade — a de Coimbra — to medieval como sempre fora AA filosofia moderna (Descartes), a cigncia fisicomatematica, 05 hhovos métodos de estudo da Iigua latina eram desconhecidos fem Portugal. 0 ensino jesutio, solidamente instalado, continua~ Va formando elementos da corte dentro dos moldes do Ratio Studiorwn. Isto tudo faz com que pelo menos boa parte da intelectuli- dade portuguesa tome conscléncia da necessidade de recupers- 2 ‘0, produza uma literatura expressando isto © apresentando um programa de modernizacao. Esta manifestagéo tem inicio ainda 40 reinado de D,Joto V, como apaeciento da Academia Real Real de Cléncias (179), como astnala Taerte Ramos de Carvalho A fonte das idéias af defendidas est6 no movimento dum nista_que toma corpo no final do século XVII'e caracteriza © XVIIL" A Inglaterra & o centro principal de 1680 3 1720, vindo, posteriormente, a compartilhar sua posigio com a Franga e de. ois com a Alcmanha. Dai or intlecuals portugues com tal influncia serem rotulados de “estrangeirados” pelos sus OpO- © que Pombal tent, enquanto ministro de Estado, ¢ tornar este programa conereto “A tforman nt AG ao ple, eno do plano de recuperacio nacional, 2 politica a ‘econdmicas Se oe pc dana” Car ae To E assim que nio chega a representa tima ruptura total com 4 tradiggo. Isto pode ser constatado pelas obras. dos fildsofos inspiradores, como Luis. Antonio. Verney ©. Antonio Genovest conde ¢ pereebda wma mudanca mais de conteido que de melo. do, Este ainda se mantém bastante preso& exposig escolstce Pode ser constatado, tambm, pelo fato de a Real Mesa Censbra, ‘tinda em 1768, ter profbido, durante sev peiodo de exereicio, bras de Locke, Hobbes, Rousseau, Spinona, Voli, ete. por ase pleriam lear o pais eyo do ek, stn © Entrlanto, a Companhia de Jens ¢atingidadirtamente e chesa'a ser expua, em 175, O matvo apontado ern fata de fla ser um empectno na conseragto dv unidaie crit © do Sociedade civil" raoho de Estado nvocada epoca poe 9 ra detentora de-um poder econtmico que devera ser devolvide ao governo; = ’ irc idenliedn ¢ pratcada como cooseqltain Jo movimento iit. Or Irons seri fsbo tonto popcsasem silo Gt congas Site © pitino Sten eos pes vee Ge 38 ) educava 0 cristdo a servigo da ordem religiosa € nao dos interesses do Pals. Do ponto de vista educacional, a orientagso adotada fot a de formar 0 perfeito nobre, agora neyociante; simplificar e abre Viar os estudos fazendo com que um maior nimero se interes sasse pelos cursos superiores; propiciar 0 aprimoramento da lin fzua portuguesa; diversifiear o conteldo, incluindo o de natureza lentfica; tornélos os mais praticos posiveis" Surge, com iss0, um ensino publico propriamente dito. Nao ‘mais aqucle financiado pelo Estado, mas que formava o indivi- duo para a Tgreja, e sim o financiado pelo © para o Estado. 0 Alvard de 284.1759 ériava 0 cargo de diretor geral dos cestudos, determinava a prestacio de exames para todos os pro- Fessores, que passaram 4 gozar do direito de nobres, proibia 0 ensino pablico ou particular sem licenga do diretor geral dos tstudos e designava comissdrios para o levantamento sobre. 0 estado das escolas e professores. Em cumprimento a ele, ainda neste mesmo ano foi aberto, ‘no Brasil, um inquérito com o fim de verificar quais os profes Sores que lecionavam sem licenca equals usavam 0s livros pro! bidos. Foram realizados concursos para provimento das catedras de latim e retérica na Bais, o que parece ter havido também no Rio, Foram enviados dois professores régios portugueses para Pernambuco. Dat por diante, 0 ensino secundatio, que ao tempo dos jesus tas era organizado em forma de curso — Humanidades —, passa 44 s8l0 em aulas avulsas (aulas régias) de latim, grego, filosofa, retorica, Pedagogicamente esta nova organizagio & um retro ‘essa, Representot um avango 20 exigir novos métodos © novos livros. Para 0 ensino do latim, a orientasao era a de ser entendido apenas como um instrumento de dominio da cultura latina © fadmitir 0 auxilio da lingua portuguesa TS chen Sr de onde cs eins om in sos Verde a Quanto ao prego (indispensével a tedlogos, advogados, arts: tas © médicos), as dificuldades deveriam ser gradualmente ver cidas: primeiro a leitura (reconhecer as letras, ilabas, palavras), ‘depois os preceitos gramaticais e, por sltimo, a construgao. [A retérica nfo deveria ter seu uso restrito ao publico © & citedra. Deverla tornarse Ut 30 contato cotidiano, As diretrizes para as aulas de filosofin ficaram para mais tarde e, na verdade, pouca colsa acontecou. Diante da ruptura parcial com a tradisdo, este campo causou muito recelo ou mu fa Incerteza em relagio 20 nove, As dificuldades que existiram, também na metrépole, quan- toa falta de gente preparada e de dinheir, se flzeram sentir no Brasil de forma mais aguda, AA primelra dificuldade teve como consegiiéncia a continui- dade do excrcicio profssional de boa parte de professores com Tormacio jesuitica. A segunda s6 fot minorada no reinado sequin te, de-D. Maria T, quando se aplicaram os recursos vindos da cobranca do “subsidio litertrio" decretado no governo anterior. As transformagies ocorridas no nivel secundario ndo afetam, ‘como no poderia deixar de ser, o fundamental. Ele permanecea desvinculado dos assuntos e problemas da realidade imediat, (© modelo continuo sendo o exterior “cvilizado” a ser imitado, Para maior garantia, aqueles que tinham interesse ¢ eondigées dle cursar 0 ensino superior deveriam continuar enfrentando os riscos das viagens ¢ freqiientar a Universidade de Coimbra re- formada c/ou outros centros europeus. Assim, fica evidenciado que as "Reformas Pombalinas” visa vam transformar Portugal numa metrépole capitalista, a exem- plo do que a Inglaterra jd era hi mais de um século, Visavam, também, provocar algumas mudancas no Brasil, com o objetivo de adaptélo, enquanto coldnia, & nova ordem pretendida em Portugal A formagSo “modernizada” da elite colonial (masculina) era uma das exigéncias para que ela se tomnasse mais eficiente em, sua funeso de articuladors das stividades internas e das inte: resses da camada dominante portuguesa. 35 ‘Sto exemplos de “ilustrados" que, a0 retornarem, tiveram grande atuagio: Francisco José Lacerda e Almeida (gedlogo), ‘Alexandre Rodrigues Ferreira (médico e naturalista), José Boni. facio de Andrada e Silva (mineralogista), Silva Alvarenga. (poe- ta), José Joaquim de Azeredo Coutinho (fundador do Seminario ‘de Olinda)” certo que csta “nova” formacio obtida por uns poucos Ievou alguns a participarem de movimentos que chegavam a propor a emancipacio politica, Mas 2 base do descontentamento io era fruto do contato com estar teorias iluministas e sim ddas madangas que estavam ocorrendo na estrutura social brasi- leira, ctadas anteriormente, quando da discussto do ciclo eo. némico da minera¢do. Estas teorias, com 0 passar do tempo, vio se caracterizar como inadequadas na interpretagio e solu- 0 dos problemas internos, por serem, resultado de circunstén Clas especiais de determinados paises europeus, ¢, enquanto tal, bastante artificials também para os problemas portuguese No governo seguinte de D. Maria I, ocorre © movimento conhecido sob o nome de “Viradeira”, isto ¢, 0 combate siste- Iatico ao pombalismo, a tentativa de fetorar & tradicéo, vista, mais ama vez, como a maneira adequada de se resolverem os problemas, problemas estes que, em reaidade, se vio agravando. 4 Cota Se Nobres ado en Lior eon 161. Meo a0 hepa toh ‘Sutsr ena inept waatrmowse no eer clega de nursio means Imlorsteo in sutelieas he ney fae eatreFe reponse la formagio de oma prio de pron mai voladoe pur © abe ware Cpa or milador iplorte' de ieee oar, poco ee) {ue trem ssetndenfuceca na tv penamboceen, de {H17. om © ‘nen iti orpnda > Tuco so. Resales io Now Senbors, 36 Faia 2° Petiodo 1808 a 1850 Cfse do mado agririo-exportador @ Inicio da esiuturapto do modelo ‘agtérloccomercial exportador dependent: L.A fase janina A estrutura social do Brasil Colonia foi caracterizada co- mo sendo organizada a base de relagses predominantemente de submisslo. Submissao externa em relacio & metrépole, submis So interna da maioria negra ou mestica (escrava ou semiescra- va) pela minoria “branca” (colonizadores). Submisséo interna refletindose nao s6 nas relagdes de trabalho como também nas relagdes familiares, como lembra Gilberto Freire: da esposa em relagso a0 marido, do filho em relagSo a0 pal, ete. ‘A opressio era tio intensa, blogueando as manifestagées de descontentamento, que aparenicmente parecia ser aceita como necessiria ou, pelo menos, como inevitavel Mas uma andlise mais profunda do periodo demonstra, co- ‘mo afirma Nelson W. Sodré, que tal “placides'é aparente”. “Hi convasier items sind, algimas chest 4 mosar Bas ice got demeiem concer 8 parler ane ele A. als ‘ig aa frase he lee epin vot, mt ‘Sons de iii, tetleindose nv ton qu apts clots de ms Sondre Owe conan anti ft 2 sue we leumo ete eave inn os ges dose conatio (). Now Us pees (ea) 37 Go scoters ot mating de rari, reins, 8 fuss snd os volley pericubrmetecraiindon m0 epios, ‘oe game") Cy Duras onder gram ¢ t ptolonprm, comings ar ‘smentit pace" Que ‘ol mesciadn, A conradete fee ot cermin de, «6 tonne oto ‘tm rebtfo marahene de Beckman.) Tal conadp prolngonse Teo lve epto to gnetvo hm ee Rae ¢ Olinda (2), ‘Ruse mre Cong’ encanta om centadgo. gor apatce aa soma IMiendora ence ov ecobrdoe paar © o aSventces ue ‘chenom 1 'Metrpate,seiton pelo oo, tebe te Snvemonay amar Geen ss Hott "Neit fn a thn ome & Taconic Miners € ma cri pen goss pte te Inetaio do epotnder guar ma topesio tn de joie mewpeltana” (Soars Tots 1683) aa Na contradigio fundamental entre submissio © emancipa- so, o elemento incialmente predominante (submissS0) vai em do vagarosamente atingide pelo outro. Acompanhandose este processo de manifestagio de descontentamento, verficase que 0 clemento nove (emancipacio) val se desenvolvendo a partir de reagies aos reflexos internos de tal contradigio; escravos negros fu indigenas versus senhores de escravos, por exemplo, © dal se Aesenvolve em diregdo ao trago externo de tal contradigao, Durante o perfodo que ora nos preocupa (primeira metade do século XIX), este trago fol primelramente identificado com ‘© monopdlio comercial, disto decorrendo a defesa da “abertura dos portos"; depois com a submissio politica & metropole, © entio a defesa da autonomia politica, Neste processo de desenvolvimento do elemento novo da contradigio (emaneipagio), devemos lembrar que este ¢ resul tado da conjugaczo de interessesinternos e externos & sociedade brasileira, decorrendo dai as proprias limitagées. E assim que a “abertura dos portos” tanto interessava “aos senhores de escravos e de terras” da coldnia, & boa parte da ccamada méala que aqui surge com a mineragio, como também Dburguesia dominante ou em processo do dominaglo nas socie dades industriis, especialmente a Inglaterr 38 certo que as razies de tals grupos variam em parte, ape sar de desencadear um mesto acontecimento. Para os primes Geuhores deters excravos), a metrpole, em consequence Cresta uno nto no em cone dd garamtr nem prego, nem mercado pare a produto colonial KX chmada media, 08 iflutncla da ieologia burgusn,defendia 6 liberalismo econdmico e politico. Os gropos internacional Gourguesia)necessttavam do aumento dos antigos mercados, Sem'como da conguista de novos, Quando Portugal é invadido (1807) pelas tropas francesas 1 familia real ea corte se véem obrigadas a virem para o Brasil Sob a guarda inglesa, a conjugacio de tals intresses (grupos co- foniaise ingleses) obriga o principe regente a decretar a "aber- tra dos portor™ (1808) mesmo sendo em carater tempor, tas que em realidade nunca chega a ser revogada. Caio Prado Jinior assim se expressa sobre tal aconteci mento: {svi ct por fea; s coment plo monopole comic exo Sie €ebsdo Go vtde Ge Sewmedaes que fort Man nels for i'n dengieagn 6 repime sonal, © rea ato tard tos Postutra awe aot vin dette sso de frmocio clea abe set alae dep do monopoo comia exes dow das prio ‘Sootmicon voor pwllar pltos eto or gus mi ‘hee eon pi Mu rote nar ae ¢ EePSamo tot ape ctor Wefamenta codon 0 Tso eta om cen evn soca Nas eum cola ie rout sew organ in par stents woes Pes, psy, afar sin eh 9 nn de, undemae ‘Erporaio cm soon da sings no ve cmpletot —, evel com Iermidacn cara de uma cso ol anc brim, pra © ‘men recur” (Prado Sy 190: 128 Esta necessidade de instalagio imediata do governo port gués em territério colonial obrigou a uma reorganizagso admi- histrativa com a nomeags0 dos titulares dos ministérios c o esta- belecimento, no Rio de Janeiro, entio capital, de quase todos 03 ‘Srpios de administragao publica e justiga, o que também ocor- rau em algumas das capitanias. Provocou, por outro lado, o de- 9 senvolvimento da vida urbana de Vila Rica, Salvador, Recife € Drincipalmente do’ Rio que, contando na época com cerca de 45,000 habitantes, vecebe mais de 15.000 pessoas. [A partir desta nova realidade (0 Brasil como sede da Corea portuguesa) se fez necessiria uma série de medidas atinentes 0 campo intelectual geral, como: a ctlagio da Imprensa Regia (135-1808), Biblioteca Péblica (1810 — franqucada ao piblico em 1814), Jardim Botinico do Rio (1810), Museu Nacional (1818). Em 1808 eireula.o primelro jornal (4 Gazeta do Rio), em 1812, 4 primoira revista (As Variaedes ou Ensaios de Literatura), em 1813, a primeira revista earioca — O Patriota ‘A possibilidade de um maior contato com povos ¢ idéias dt ferentes, acontecida com a "abertura dos portos", intensficase 1 partir de 1815, principalmente com a Franca. Em 1816 é con- tratada uma missio de artisias franceses composta de escultor, pintor, arqulteto, gravador, maquinista, empreiteiro de obra de Ferrara, oficial de serralheiro, surradores de peles, curtideres e carpinteiros de carros. Quanto a0 campo educacional propriamente dito, io cria dos cursos, por ser preciso 0 preparo de pessoal mais divers feado, E em ratio da defosa militar que sGo criadas, em 1808, a ‘Academia Real de Marinha ¢, em 1810, a Academia Real Miliat (que em 1858, passou a chamatse Escola Central; em 1874; Esco- la Politécnica, e hoje é a Escola Nacional de Engenharia), a fim de que atendesse & formasio de oficais e engenheiros civis e militares. Em 1808 ¢ criado 0 curso de cirurgia (Bahia), que Se instalou no Hospital Militar, © 0s cursos de cirurgia e anato- ‘la, no Rio. No ano sequinte, nesta mesma cldade organiea-se de medicina, Todos esses visam atender & formacio de médi- cos e cirurgides para 0 Exército ea Matinha. [Em razfo da revogagio do Alvaré de 1785, que fechara todas as fabricas, em 1812 ¢ eriada a escola de serralheiros,oficiais de Tima e espingardeiros (MG); sio eriados na Bahia os cursos de economia (1808); agricultura (1812), com estudos de botinica « jardim boténico anexos; o de quimica (1817), abrangendo qui- ‘mica industrial, geologia e mineralogia; em 1818, 0 de desenho 40 ‘téenico, No Rio, o laborstério de quimica (1812) © o curso de tericultura (18i4). Tals cursos deveriam formar téenicos em ‘economia, agricultura e industria. Estes cursos representam a inauguragio do n(vel superior de ensino no Brasil Seria bom ressaltar, em primeito lugar, que a expressio “curso” nio di idéia precisa, uma ver que, em verdade, muitos correspondiam a aulas, como as de economia, anatomia, etc. Em Seyundo lugar que, pelas condigdes imediatistas a que teve de se Subordinar, quae que exclusivamente se condicionow 0 prosse- ffuimento de tals estados conforme dias tendénclas que, de de- ferminado ponto de vista, foram prejudiciais ao seu pleno de- senvolvimento, Tais tendéncias sao: organizagio isolada (ndo- universitaria) e preocupacao basicamente profssionalizante. Entretanto, sob um outro ponto de vista, tals eriagses se revestiram de tum aspecto bastante positivo: o de terem surgido dde necessidades reais do Brasil, coisa que pela primeira ver ocor- Fla, embora essas necessidades ainda tenham sido em fungdo de fer_o Brasil sede do reino, Isto representa uma ruptura com 0 tensino jesuitico colonial e leva a entender a opinio de Fernando {de Azevedo: a vinda de D. Joo ocasionou para Salvador ¢ Rio ‘9 mesmo que o Seminirio de Olinda para 2 sua regio. Quanto 2 tal ruptura, tem que se ter sempre em vista que no fol total, ja que io howve reformulagdes nos nivels escolares anteriores e que o tratemento dado ao estudo da economia, biologi, ete. ‘sequla padroes mais Iterdrigs (retGricos) que cientificos, Com isso, temse a origem da estrutura do ensino imperial ccomposta dos trés nivels. Com relacao a seqiiéncia do primario ‘40 superior, podese afirmar seguinte: ‘Quanto a0 primério continua sendo unt nivel de instrumen- talizagdo téenica (escoln de ler ¢ escrever), pois apenas terse noticia da eriagio de “mals-de 60 cadeiras de primeiras letras". ‘Tem sua Importancia aumentada & medida que cresce o nimiero de pessoas que véem nele, nfo s6 um preparo para 0 secundario fcomo tambem para pequenos cargos burocraticos, Quanto a0 ensino secundério permanece a organizacio de aulas régia, tendo sido eviadas “pelo menos umas 20 cadeiras de 4“ ‘gramitica Iatina”, Essas cadelras ¢ as de matemética superior fem Pernambuco (1809), a de desenho e historia em Vila Rica (1817) ea de retériea ¢ filosofia em Paracatu (MG-1821) inte ‘gramse a um contetido de ensino em vigor desde a época Jesu tica. Foram criadas também duas cadeiras de inglés ¢ uma de francés no Rio. Fernando de Azevedo comentando os acontecimentos diz: “a ota de D. Jol, ater de tio ida peat nceidedes imate > Que sugrda por qualquer mote, lembre sob cron spetn 226 1 Revolpto Posen” (Awtedo, 194 327) Essa afirmagio chama a atengio para o fato de a propria reasio, empreendida pelo governo de D. Maria I (1777-1792), & rientacio pombalina no chegar a anular todas as idéias pre- sentes nas reformas anteriores. A prOpria rainha protege a Aca demia Real de Ciéncias, organizada polo duque de Lafbes (1779) ‘quando de volta do exit. Além disso, Silvestre Pinheiro Ferrel- depois de ter sido aconsolhado a doixar Portugal, por ser adepto de Locke, Condillac © rebelarse contra as doutrinas off- cials, cheya a0 Brasil em 1808 com a familia real e ascende posigéo de uma das principals figuras do governo imperial, Scupando as pastas do Exterior © da Guerra, 2. A fase politcamente autinoma Enquanto isto se passava no Brasil, em Port tentamento da populagso com relagio ‘a0 governo aumentava, ante do abandono do territério em mios dos ingleses, que se responsabilizaram pela expulsto dos franceses, pelos excessos cometidos por aqueles em tal desempenho, pela demora no re- agresso da familia veal e da corte, uma vez que a desocupagio do territorio portugués ocorrera em 1803 Este descontentamento leva, em 1820, & Revolusdo Constitu cionalista iniiada na cidade do Forto que, como o nome indice, visava uma liberalizacdo do regime, um fortalecimento das cor. tes, em detrimento do absolutismo real. ‘Tais acontecimentos nfo sé obrigam a volta do grupo che- fiado por D. Joo VI, em 1821, como também contribu para © aceleramento do processo de emancipagto politica. Isto porque 2 ‘as cortes portuguesas, cujos membros tinham sido escolhidos sob influgncia dos ideals iberais da citada revolugio, insistiam ‘numa politica colonialista em relagio ao Brasil, que nso mais tinha condigio de ser colocada em execucto. Impunham a perda fa categoria de vicervino e 0 "fechamento dos portos”. [Em decorréncia da. situagio’resultante do descontentamen- to interno, advindo da volta da familia real e da insistincia das hovas cortes portuguesas em restabelecer 0 *monopélio comer- Cal", dois grupos vio adquirindo significasio no processo pol- tico gue acaba por levar & autonomia Nelson W. Sodré, a0 tra- far deste assunto, denomina.os de direita e esquerda, 4 dea pretnde ge ache domiotte maropolian rcoect 4 chae dominate cna 9 eo 49 comers ire, por um ase tuto que 2 amber thug mata nsboriagSo de Clb 8 Meno anes pretene let 4 atonomis b rapt compltn com 2 ‘ho com a Inger no gee a ree 20 abl ‘n properio que or soneinetos Sedona crs ta ‘ine! nia, p 1» sexido Pn an S*Saueris pumps pane tei gue pam, andor {3 Sa oor ftom Quand at Cats Inboete gree impor 2 3 Sonnet! Catia spear age tm ineate reac 0 mat ‘etfform so lass com scl dominate portugues mans “S feeble des, cooseensh ‘perce de comin cma congue condi eines ptesio so seado de Imuet © Who aepebo € 0 two — {utendowe gor um inno de atrctes foray, ice pelt ‘resentar o Inpéro a ‘classe que emprerede a Tnlependéeca” (Soir, wis 1) Grosso modo, fariam parte da “direita’ os elementos da camada dominante, bem como elementos da camada média que fe colocavam a servigo dos interesses daqueles, A “esquerda” era 6 sentantes da camada inferior CConseguida a autonomia politica em 1822, se fazia necessé- via uma Constituigio, Da fase de projeto até sua outorga, em 124, comprova-se a afirmagto de Nelson W. Sodré,anteriormen: te citada, de que o grupo dominante colonial recebe da burgue- sa européia “0 aparato liberal, como forma exterior". O projeto era inspirado na Constituigho francesa de 1791 c, em vista dist, fra muito mais radical em suas proposigdes ‘Quanto a educasio, estava presente a idéia de um “sistema nacional de educagao" em seu duplo aspeoto: graduacio das es- colas e distribuicdo racional por todo o territério nacional. E fssim que em scu art. 250 declara: “Haveré no Império excolas primérias em cada termo, gindsios em cada comarca, e univer Sidades nos mais apropriados locais” (in Silva, 1969: 192). 44 no texto constitucional outorgado, esta iéin de “sistema nacional de educagéo" € abandonada, posto que, com relagdo.& educacto, o art. 179 se relere nos seguintes termos: “A inviola: bilidade dos direitos civis © politicos dos cidadaos brasleiros, que tem por base a liberdade, a seguranca individval e a pro priedade, ¢ garantida pela Constituigio do. Império", entre ou ras maneiras, pela “instrugfo priméria gratuita a todos os cida- aos” (ne 32) © pela eriagao de "Colégios e Universidades, onde Sserdo ensinados os clementos das ciéncias, bolas artes © artes” (n° 38) (Almeida & Barreto, 1967: 182). Analisandose a le de 15 de outubro de 1827, tnica lei geral relativa 0 ensino elementar até 1946, mals uma vez se tem a ‘comprovacio dos limites com que a organizacio educacional era encarads. Esta lei era o que resultara do projeto de Janurio da Cunha Barbosa (1826), onde estavam prosentes as idéias da educacio como dever do Estado, da distribuigio racional por todo o terzi- trio nacional das escolas dos diferentes graus e da necesséria graduagio do processo educativo, Do projeto vigorou simpler: ‘mente a idéia de distribuigio racional por todo o teritério na- ional, mas apenas das escolas de primeiras letras, 0 que equi “ vale a uma limitagio quanto a0 grau (sé um) © quanto aos ‘bjetivos de tal grau (primeiras letras). ‘Sundae fonwete formivo, 2 caution de pone lean smbolaea ntospasametes thice compa que it ate Sire doe reco oar nate 0 pe Muitos outros fatos poderiam ser citados para reforsar a ‘opinido anteriormente emitida, como, por exemplo: o de proje- tos (40) eo de leis aprovadas que tratam da educacto (2), a ‘dogio do método laneasteriano (influéncia inglesa'), pela lel de 15 de outubro de 1827, etc. (© que se conclui apés tais constatagées ¢ que a conquista ‘da autonomia politica, ot seja, 0 surgimento da naclo brasileira, impunha exigéncias 2 organizacio educacional. Mas, como foi visto, as condigSes em que tal autonomia foi conseguida, resis tindo as alteragdes internas, constituem sérios obstéculos @ um eficiente atendimento escola. ‘Tal effeéncia deveria traduzir-se num planejamento que, no mais curto praza possivel, reonganizasse os objetivos, os métor dos © © conteido, a fim de que passasse a atendler aos interesses ce necessidades dos futuros cidadaos da recente nagio — o Brasil ‘Le implantasse uma rede escolar capaz de reccber todos em idade escolar, distribuldos nos seus diferentes graus. frase Ese sonoe suse te denopioam ‘nos (owe nome ‘Site evens montora. --) Alem der mores ht claie ont Peres Unter sata de cestn premio mucin v din ee oF stagoe’@ee se semha um chee de Ubi gue tudo vin © a inn cai Mo es eo + on en es Se "Ein tm msaseplanjdo pare scucionr @ problem de edo 45 Mas, como a sociedade brasileira manteve sua base escra voerata, a clientela Ja se reduzia aos filhos dos “homens livres”. [A opsdo mondrquica, por seu turno, com seus padroes aristoers- Hea, quando muito eign « ampligso ou “popuarzagio" do No plano econdmico, as dificuldades, abrandadas logo apés 4 “abertura dos portos", cedo voltam a agravarse, diante do esequilbrio da balanga comercial pela estimulacio das neces: Sidades e consumo muito alem das capacidades produtivas do pais; diante da concorréncia agravada com o fim do Bloqueio Continental; diante da necessidade de substituicio da reduzida Sdministragdo colonial por um complexo aparelho administrati- Vo, inclusive com muita gente parasitaria. Desta forma, a regra serio deficit econémico e, sem recur- s0s, 0 poder central nio tinka condigbes de se impor Como resolver tal problema? A opetio felta fol a de adotar medidas que afetassem toda 1 populagdo e no apenas o sotor que se beneficiava com os hi ros da empresa econdmica nacional, Medidas estas quc, em rea- lidade, possibilitaram uma melhora da situagao apenas de ime diato e aparentemente, Foram taxadas, as importacées, foram feitas emissdes, fo- ram conseguldos empréstimos estrangeiros, dificeis de serem ppagos com 0 agravamento dos juros, cornando a economia bra- sileira dependente de tais capitis. 4 que a atividade manufatureira no tinha condigdes de Aesenvolver'se devide & concorréncia ingles, até que um outro produto agricola viesse a ser encontrado, a crise econdmica insta. lise e leva a perturbagses sociais que marcam a historia do Brasil durante a primeira metade do século XIX. Faltavam re- cursos para que fosse possivel dar vigéncia nacional ao aparelho de Estado, Conseqiientemente, os recursos exigidos para uma reorgani- acho da estrutura escolar ndo estario disponiveis, além do que, iante de tio grave situaed0, a educasdo escolarizada nio seré ‘Uma indicagio disto esté no fato de que apés a abdicacio de D. Pedro I (741831) & decretado o Ato Adicional @ Consti- tigdo (1834), resultado do dominio de uma orientagio descen- ttalizadora (maior autonomia as provincias), © que diz em seu art 10: “Compete tx mesmas Avent (Legis Movin) lpr (..) Sobre imsrio pica esbekeanenos prope a promo ai fonpitedento at facies etc or cue jaca, sede ‘Soest item e outer quer ibelsnects de isto go fara foro fem eros port gl” (Nein & Bret, 1967. 0 curioso & que, pelo art. 83 da Constituigso de 1824, ficava vedado as Assembléias Provinciais proposielo e deliberagio obre assuntos de intereste geral da naglo. Isto parece indicar ‘gue a instrugdo, em seus nivels elementar e secundéio, nfo era Considerada como “assunto de interesse geral da nacéo". Essa bfientagio continua vigorando mesmo apés a Lel Interpretativa do Ato Adicional (1840). ‘Tris niveis de instrugio sofrem, desta maneira; as conse- ‘iéncias da instabilidade politica, da insuficéneia de recursos, bbem como do regionalismo que imperava nas provincias, hoje cestados. io é, portanto, de se estranhar, levando-se em considera co fal contexto, que a organizacio excolar brasileira apresente, nha primeira metade do século XIX, graves deficicias quantita: tivas e qualficativas, Mesmo as “escolas de primeiras letras” sio em nimero re- ‘durido, como limitado ¢ 0 Seu objetivo, seu contedido e sua me- todologia, Elas enfrentam problemas dos quals se tem noticia através dos relatérios dos ministros da época: era dificil encon- trar pessoal preparado para o magistéig, havin completa falta de amparo profisional, fazendo da carrera algo desinteressante ‘e nlo motivando um aprimoramento constante, a populagéo era ‘minima. Em 1835 (Niterdi), 1836 (Bahia), 1845 (Cearé) © 1846 (Sto Paulo) sto criadas as primeiras escolas normals visando uma melhora no preparo do pessoal docente. Sto escolas de no m&- ximo dois anos e em nivel secundéio, a7 Quanto A instrugdo secundavia, assistose & proliferagio das aulas avulsas e particulares para meninos, sem a devida fiscal. acto e unidade’ de pensamento, Deviam chegar a uma centena ‘© consistiam no ensino do latim, da retdrca, da filosofia, da geo- metria, do francés e do comércio. Estes aulas vio diminuindo ‘com o'tempo, por nso incluirem todas as matérias necessérias ‘05 exames preparatorios, pela necessidade de deslocamento dos alunos as diversas residéncias dos professores, pelos numerosos fencargos que sobrecarregavam estes ttimos, como limpeza, con Servagio, etc. Nessas condigdes continuam a ser procuiradas so mente por agueles que, ou nio tinham condigaes de ingresso no curso superior e queriam ter algum elemento de cultura literéris, ‘ou precisavam esperar uma oportunidade (Financeira, por exem plo) para o ingresso em colegio ou faculdade. Mesmo em se tratando de uma sotiedade aristoeréties, 0 atendimento, em numero, era muito limitado em tals circuns- tincias. Estas, como e evidente, comprometem também a qua lidade, Na tentativa de imprimir alguma organicidade, sio criados liceus provincias, que, na prética, nfo passaram de reuniéo de aulas avulsas num mesmo prédio. B assim que, em 1825, foi eria- do. Atenew do Rio Grande do Norte; em 1836, 0s Liceus da Bahia e da Paratba; e, em 1837, 0 Colégio Pedro I, na Corte Este estava destinado a servir de padrio de ensino: adotaria e ‘manteria bons métodos, resistira a inovacies que nio tivessem ddemonstrado bons resultados e combateria os espertos e charla- tes. Se este objetivo fol ow nao aleangado, verficarsea quando do estudo da organizacdo escolar brasileira durante segunda mmetade do século XIX. Quanto a instrugio superior, a 91-1825 é criado um curso juridico provisdrio na Corte. Varios projetos (1826, 1827, 1898 ¢ 1830) so apresentados para o ensino médico. Inaugura-se a Aca demia de Belas Artes, que em 1831 passa por sua primeira refor ima, O observatério astrondmico, criado em 1827, € a insituigio entifiea surgida no periodo. Ficando a cargo do governo central pelo Ato Adicionsl, de- ‘monstra ser este © nivel que mais interessa as autoridades, isto 6, a0s representantes politicos da épaca. Eram os cursos que for: 6 ‘mariam a elite dirigente de uma sociedade aristocrética como.a brasileira ‘Mesmo assim, as queixas slo frequentes e dizem respeito a0 ‘mau preparo dos alunos, ao ertério “liberal” de aprovacdo, & falta de assiduidade dos’ professores pela necessidade de com: pletarem 0 orgamento com outras atividades, etc CContinuam sendo cursos fsolados e estritamente:profisio- nalizantes, com base na literatura européia consumida por pro- fessores e alunos. 4” 3° Periodo| 1850 a 1870 Consolicagao do modelo ‘ogréxo- comercial exportocor Com a decadéncia da mineragio ¢ um certo desenvolvimen- to da agricultura tradicional, ainda no século XVIII deixa de cxistir aguela proximidade entre centro econémico e centro poli fico, conseguida com a transferéncia da capital para o Rio de Janciro, em 1763, A posterior decadéncia de tais atividades em Fungo da concorréncia internacional, como jé foi apontado, apro- funda ainda mais os problemas para o centro politico, agora nacional. ‘As rebelies replonais se sucedem apés a autonomia pol tica até 0 final da primeira metade do século XIX, em fungio ‘esta situagio interna bem como de certo incentive da burgue- sia curopéia, Interessada numa politica divisionista Tals rebelides no chegam, no entanto, a provocar o rompi- ‘mento ou o fracionamento territorial porque, em realidade, tanto © poder central como o provincial (regional) eram fracos. |Além do mais, estas Tutas representavam choques entre gru- pos, com fundamento mals econdmico que politico. As provine Cas apresentavam interiormente desavencas entre os que domi- hnavam e os que eram dominados em cada regiio, ¢ um dos gr pos acaba por apolar o poder central, quando este ld se fazia presente para reprimir a rebelifo, 50 0s recursos arrecadados através dos empréstimos, das emis: s€es e da taxagio das importagdes mostravam-se insuficientes “pura eragio de um pode cena alo een em do 0 teri, ‘mo lstrumewio de unas que, ore mo sect, ee or a vene” (Soe, 195" 195) [A solusdo, mesmo que temporiria, para esta crise vem com ‘9 sucesso da lavoura cafecira que, partir de 1840, comega a propiciar Tucres. Apesar de ser uma matéria;prima de origem agricola, como a canadeagicar, as diferentes relagies estabelecidas na socie- dado brasileira nfo representarso uma pura e simples repeticio da situagio caracteristica das épocas éureas do ciclo da cana. [Nelson W. Sodeé, discutindo este periodo, afirma: Nem 2 Invoun do café quer forma agora + athnde concn epondernt ef setae & do apa. qe comsetare» preemies Sane toda ase colonia, ten a scednie be fet poy en _pade ‘indo oma ctgho gal trasaa"yeeda ao conde itran © paviclamente de recurs Imes. por so famine enw (O'goedostnie, netan com mas imparting por, Soveando o gue etn de elo Bro geet 9 novo. Tatas stele ty candies tnpermiescmlen se dos mlon Se Powos “ponte Ser im, piano pde”propietade tno taba ‘stavo Permnetced ica nc meted sero endo conti haere, cola de produ ‘Mas h-medda em b's ia © we desevoe, gata = ers de iculago © 2 ines msde produto Em epdy, moron poste omen Sw. Por eao tals Wow ase hacia gem ‘Smpetbiade Gm ivouts de bce, Ne edn em ge see ‘tro demogrfce ¢ lem wrtadzago 20 ttre eh ingulonst {Gira dat clas, ombos pat eft ietaa Out oe sect Spe tere flac” eae ars doinagio Ge exprcin as Tera. Na mende do scl co Estado Unicon seen Hono diate tomo mca consmidoy, retbodo nr ex meta Sapo {afloat Solr, HT 226), Estava ocorrendo, desta forma, @ passagem de uma socieda- de exportadora com base rurabagricola para urbano-agricola-co- ‘mercial. Evolueio esta exigida nfo s6 pelas necessidades inter- fas, 0 que jé foi astinalado, como também por exigéncias ou interesses do capitalismo Internacional. Este requer o deseavol- st vimento do mercado capitalista competitive nes paises periféri- ‘cor como condigio de sua propria expansio Tals circunstancias internas ¢ externas, a0 mesmo tempo ‘que propiciam, impaem limites a tal evolugio. Por parte do capi- falismo internacional, j4 que este tem todo o cuidado em m0 ‘ontribuir diretamente para o aparecimento de um concorrente Tnternamente, porque a persisténcia de setores arcaicos funcio- rardo como condigao de maior exploragio e conseqiiente con centragio de capital que impulsionaré o setor novo. Melo, sem ‘ivida, insuficiente, dat a persistcla da necessidade de se lan ‘ar mio de medidas que solucionam aparente e temporariamen: fe 0 problema econdmico, como empréstimos e agora também em forma de investimentos,transferindo para os Investidores es trangeiros a responsabilidade de erlagio e funcionamento de ser- vigos publicos, como o transporte. As cldades passam a ser os pélos dintmicos do erescimento capitalista intemo, Else promover: — uma reorganizagio do sistema de trabalho urbano, fazen: do surgir novas eategorias econdmicas de relativa. importéncia; uma atragio sobre significative contingents populacio- nal: de rendas altas ¢ médias, de origem nativa (rebentos de familias tradicionals emopobrecidas) ou estrangeira (que em sua rmaioria Iria operar as varias posigdes do complexo.comercial- financeiro); de renda baixa, de origem estrangeira (comércio, ceupagses artesanais, servigos, inclusive publicos) e nacional, es teravos forr0s e 08 varios tipas de libertos (servigos domésticos, trabalho artesanal, servigo por alugue, inclusive prostituigdo, co: smercio ambulante) (Fernandes, 1975: 229-30). [Neste processo, por volta de 1850, 0 Império tem condigdes de consolidarse. A monarquia, sob o dominio dos senhores cujas atividades produtivas ligase & exportacto, admite a participa ‘slo dos senhores desigados dela 2 medida que suas cont f2es sto de ordem secundaria, Mesmo assim tals contradigbes ‘So expressas, quando ha oportunidade, uma delas levando a pré- pria Proclamasio da Repiblica. ‘A camada média em crescimento (comerciantes, funcion’- ros do Estado, profissoes liberais, militares, religiosos,intelec- fusis, pequenoe propritarios agricolas) e a trabalhadora (escra- 2 ‘8, semiescravos, trabalhadores livres) compiem a maioria do- ‘minada na sociedade brasileira. Com relagio it educasio, a década de 1850 ¢ apontada como tuma época de férteis realizagies, no entanto, restritas em sua maloria a0 municipio da Corte, por forga da lei em vigor. As realizagdes a que se refere sio: criagdo da Inspetoria Ge- ral da Instrupio Primdria e Secundaria do Municipio dx Corte, estinada a fiscalizar ¢ orientar o ensino piblico e particular {(UB54); estabelecimento das normas para 0 exereiio da liberda- de de ensino e de um sistema de preparacso do professor pri mério (1854); reformulaczo dos estatutos do Colégio de Prepara- tories, tomandose por base programas e livros adotados nas escolas oficials (1854); reformulaggo dos estatutos da Academia de Belas Artes (1855); reorganizagao do Conservatdrio de Masica ereformulagio dos estatutos da Aula de Coméreio da Corte 0 crescimento econémico © a concliagio dos partidos (1853) ‘ho razdes apontadas para esta “década de fértels realizagées", ‘Além disso, € apontada como sendo o resultado da atwagio de hhomens considerados notéveis a exemplo de Couto Ferraz, Ita- Doray, Buzdbio de Queiroz et Esta ultima razio nos alerts para dois aspectos. 0 primeiro deles é 0 de que a responsabilidade e, portanto, o interesse eco- némicopoliticosocial dos grupos dominantes durante o periodo ‘agora analisado restringiam-se ao cnsino superior (em ambito nacional) e, quanto aos outros nivls, restringlam-se & sede do governo (Rio de Janelro). 0 segundo aspocto é 0 de que numa fganizaco econdmicopoliticosocial como a do BrasiLimpério, fas medidas especialmente relacionadas & escola acabavam por depender marcadamente da boa vontade das. pessoas. Pessoas estas que atuam dentro ¢ nos limites da estrutura educacional fexistente. As modificagdes propostas sto superfcials por serem pessoas pertencentes & camada privileiada, sem razdes funda- Imentais para interessar-se pela transformacio da estrutura social eral e educacional, especificamente. Sio\superficias, também, pelo tpo de formaga0 superior recebida, que oferece uma inter: Dretagdo da realidade, fruto desta perspectiva de prvilégios a se- rem conservados ou quando muito uma interpretagio da. reali- dade segundo modelos importados, os mais avancados, mas 72- sulted de situagées distintas e, por iseo, inoperantes. 3 E assim que os formados no Brasil tinham conhectmento © iscutiam as ultimas novidades que podiam ser consumidas atr ve da literatura predominantemente curopéia. Este tipo de a Vidade escolar envolve um gosto acentuado pela palavra e limita 4 possbilidades de coneretizagso das Idélas. Lulz Agassiz, apés tuma visita a0 Brasil, declara: “Neahum pais tem mals oradores nem melhores programas; a pritica, entretanto, € © que falta completamente” (in Azevedo, 1944: 342), Continua send cursos superiores isolados e com preocupa- ses profissionalizantes estrellas, como j foi demonstrado, ante- Hlormente, pela constatada desvinculacdo entre teoria © pritia, 0s cursos juridicos de Olinda e Sao Paulo eram os que ‘maior clientela'atendiam. Existiam, ainda, cursos médicos na Bahia c no Rio, a Escola Politéenica (Rio), os cursos militares no Rio Grande do Sul, no Rio e em Fortaleza, 0 curso de Minas ‘em Ouro Preto, o curso de Marinha (Rio), 0 ensino artistico {(Rio) € 0 ensino religioso em seis semindrios, Faltavam instituigdes que se dedicassem & pesquisa clenti- fica e aos estudos floséficos metsdicos. Estes foram desenvolv dos, na época, om grande parte pelos formados nos cursos jurl- dlicos sob influéneia quase sempre francesa, numa linha eclétca CContinuam sendo freqlentes as queixas quanto 20 mau pre- pero dos alunos, ao critério “liberal” de aprovagio e & falta de ‘ssiduidade dos professores, prinelpalmente dos cursos juridico & ‘médico, pela necessidade de completarem 0 orgamento com ou tras atividades, ‘© mau preparo dos alunos remete as deficinelas dos niveis anteriores, 0 que demonstra que # medida referente ao controle do governo central sobre o ensino superior, apenas como forma de garantir uma conveniente formacio da cite dominante e par- ticipante do poder, nfo foi uma medida das mais eficazes. Fal tou uma politica educacional integrada entre centro e provincias [Néo se instituiu um plano nacional de fiscalizagio das esco- las primarias e secundérias, com vistas a um aprimoramento de ‘objetivos, contedidos © métodos ¢, conseqientemente, uma me Ihore de aproveitamento por parte dos alunos. sé ‘A instrugio priméria continuou constituida de aulas de lei- tua, eserita e efleulo. Pressupce-se que cerca de um décimo da popilaglo a ser alendida o era realmente. Nio se tem certeza, j& {ue no existiam estatisticas educacionals, ‘A organizacao das escolas normals, niciadas na terosira dé cada do século XIX, trouxe pequena melhora. Pequena, devido & Ssituagso de instabilidade de tais cursos, por estarem em nivel secundario © 56 em 1880, em Sio Paulo, passarem a trés anos; por apresentarem problemas quanto & programagio (detalhavam esnecessariamente alguns aspectos c tratavam superficialmente 4e outros); por serem noturnos e, portanto, terem poucas aulas préticas; pela naogarantia de profissionalizagio; e pelo mau pre- paro dos professores. A escola aberta em Sa0 Paulo, em 1846, fecha em 1867, reabre em 1876, vindo a fechar novamente em 1877. Em 1880 reabre. Neste mesmo ano € eriada a primeira escola oficial no Rio de Janeiro, A instrusdo secundaria se caracterizou por ser predominan- temente para alunos do sexo masculing, pela falta de organici- dade (reuniao espacial de antigas aula régias), pelo predominio literdrio, pela aplicagdo de métodos tradicionais e pela atuagio da injcativa privada, Se, como foi dito, © governo centrab omitiu-se na tarefa de reorganizagio dos niveis anteriores ao superior, jé que a deixou sob a responsabilidade das provincias, acabou por ser 0 respon Savel, mesmo que de forma indieta, pelas caracteristicas negat vas assinaladas aclma. Isto porque manteve os erios prepare. trios e os exames parcelados pars o ingresso no curso superior; em consoquéncia, Gos) 06 pat...) lo pee 0s dors de clés queen seus fen, we sinplemest gue or Halen tomer Paz Fone come meg icboedo delat. pas, ede sole fiona ok eae Sere i i sere Seo coo ee 0 objetivo era o Iucro © dat serem organizadas aulas ¢ colé- ios preparatdrios mais baratos que os que pudessem dar uma fnstrugao mais solida, T elasvio do er. Suniine lee da Roch (1850), cto por Prine Moxey (19360 7, 30 55 [Numa “meméria histérica” de 1880 da Faculdade de Dieito de Sao Paulo, depois de, em outras palavras,caracterizar a situa: ‘slo assinalads acim, afirme: “a ae rere, ne oa on om et at ‘Giem ourns egies ims gor a concn ar teas one ‘esiamente nou pono anim expt e-gte tee serve de ano Fire nr ifs Assen oun coef, melas vse teowtce go 2) ‘ism tums qe iia cree ar sae povs de oma tt erste « susie Gn de drei Inari A esti a comprovasio de o governo central ter exercido, de forma indireta e negativa, uma agio centralizadora nos outros ‘graus de ensino, Com isto anulou uma outra medida, que foi a criaggo (1837) © a inauguraczo (1838) do Colégio Pedro 11, destinado a servic fe padrio de ensino. Na realidade, os papéis se invertem e ele é que acaba por reduzit'se a um curso preparatério na Reforma José Bento da Cunha Figueiredo (187678), onde houve a concentragio dos es- tudos exigidos pelos exames a0 superior nas cinco primeiras sé ves e passou a aceitar a matricula por diseiplina Plo quadro analisado e pelas deficitncias constatadas, vése ‘quc, mesmo neste periodo onde a regra foi o superivit exondral- 0, a educagio no contou com verbas suficientes que possibi- Iitassem, a0 Final do século XIX, um atendimento pelo menos clementar da populasio em idade escolar. {Isto demonstra que para x monarquia brasileira, 20 contré- vo das monarquias europelas a que ela procurava moldar-se, nem. a Instrugdo primaria tornouse necesséria a toda a populagéo. ‘Tendose em mente © contexto anteriormente analisado, & relativamente Facil compreender a razio do ocorrido; no Brasil acontecia a passagem de uma sociedade exportadoraruralagri- ‘ola para uma exportadoreurbanocomercial; na Fran, por outro lado, a passagem era para uma sociedade industrial ava ‘ada, E-é determinada pela estrutura social resultante do capita- 7, Mars tnrienaprnntadn pelo roe Rubino e Ole, cdo oe Marin de Lourdes M. Hayar (B72: 612) 56 lismo industrial que surge e se desenvolve a escolarizagio, mes: smo que elementar, de um contingente maior da populagto. No Brasil nao se efetivou a distribuicdo racional de escolas pelo terrtério nacional porque a gran selesio continuava sem do felta em termos de ndoescolarizados ¢ escolarizados ‘A exclusio nio se faria paulatinamente, de um nivel de ens: no para outro, ¢ sim, marcadamente, no inicio da escolarizacto, pois a grande msioria ndo tinka eondigées e, em boa parte, nem Interesse, diante do regime de vida a gue estava aubmetia, erm ingressar © permanecer na escola, [A reduzida camada média, que vai ampliandose nas sltimas Aécadas do Império, € que pressiona pela abertura de escola Como © prepare intelectual representava oportunidade de ascensio social, 0s poucos alunos que conseguiam matricularse nos colégios, nos liceus, nfo tinkam outro objetivo sento 0 de ingressar no curse superior, qualquer que fosse sua origem social media ou alta, 0 que ocorren no Colégio Pedro II (1859) vem demonstra ‘essa orlentacso da clientela: neste ano deveria funcionar, pela primeira vez, a 52 série especial, ue conferiria um certificado & {quem nio.quisesse continuar os estudos e sim completar sua formagio de grau médio, Ninguém matriculouse ai, todos se di rigiram ao primeiro dos tris anos sequintes, que davam cond. 988 de ingresso na faculdade. 0 ensino secundtio brasileiro no conseguia concilar o pre pparo para o curso superior com uma formagio humana a nivel ‘édio, mesmo atendendo a to reduzido ntimero. As condigbes. coneretas do meio determinavam uma tniea Fungo — prepare para o superior. E necessério assinalarse que, além dessa pressio no meio, as limitacdes decorriam, também, da atitude dos interessados na solugio dos problemas escolares em buscar solugées teéricas em modelos estrangeiros. O Colégio Pedro II continua sendo um exemplo significativo, j4 que foi proposto como padrio, como algo a ser imitado. Um acompanhamento das reformas pelas fquais esta instituigdo passou evidencia o reflexo das modifica. 7 ‘es acorridas nos liceus franceses, que buscavam uma conciiae ‘gio entre formacio literdria e cientifics, Hd inicialmente uma predominancia ‘dos estudos literérios acentuada na Reforma AntOnio Carlos (1841), No regulamento de 1854 percebese um “(...) timido reflexo (...) das realschu len alemas e que vinham agitando a opintlo francesa a partir da ‘écada de 30 (...)", nas palavras de M. de Lourdes M. Haydar, dando um bom desenvolvimento aos estudos cientificos. E a mes ‘ma autora que diz: NC Bienes conto» fel ¢ cep obdinn a compton otsden, gporata © groin de gelogm a parla do 100 Toss ceqnmo inl edo cada fteoo pen (.-)” (Giada, Tee [Em 1862 ¢feita uma reforma acentuando os estudos literé- 0s. Com a de 1870, voltam os conhecimentos cientificos a ter Jmportincia. Nas reformas de 1878 e 1881 ¢ no decreto de 1888 ‘estas diferentes tendéncias se repetem. [Neste acompanhamento fica revelado, como diz Geraldo B. Silva, “o cariter transplantado e antecipatério" do dilema e da tentativa de coneliagso entre formagao humana com base na literatura eldssiea e formagio humana com base na eiéncia. Este cra o problema enfrentado pela estrutura escolar francesa. A brasileira, em realidade, enfrentava um dilema anterior — conci- liar a formagio humana e o preparo para o ensino superior. Ante eimes sem econ px io ao nro. eh = ‘Sram, ou prt ome tenaion rave © pooerala de supe ee Soma etattcmento de un edsiso‘Je ovo to. Sem da Sur ve enon con ee ty dO problen agile opto, ou do Seat et os coon esenineris na rae ite ancien edret. ‘Mon econ de anager mermete dou, dagule qb fin tin pote para duces eu, eer de lage de sar ate peus'e de ovale dev tnmplo det steels cada cafe Ut Frstima sr ro em fengio de noe conn bjt flo abelccent des oegustaio pedgopca ealmente operas” (Sh, or Este trago de transplante cultural {4 foi assinalado quando da consideragao do preparo da elite imperial e lt também foram ‘apontados 08 prejulzos dele decorrentes. 58 0s colégios particulares que conseguem a conciliagdo, quer seja através de uma formacto humana de tipo eléssico, como © Caraga, reaberto em 1886 pelos lzaristas franceses, ou de uma ormacio moderna, como 0 Gindsio Baiano (1858-1871), sob a corientagio de Ablio César Borges, slo excagSes de existéncia bastante interrompida. Como seria de esperar, o ensino téenico, agricola e industrial fica a nivel de enssios, Assim aconteces com o Licew de Artes © Oficios no Rio, com dois cursos de comércio (Rio Pernambu: 0), com trés de agricultura (Rio, Para e Maranhso) ¢ os insti- tutos de agricultura do Rio, Bahia e Pernambuco, Sergipe e Rio Grande, Criou-se na Corte 0 ensino para cegos (1854) e surdosmmudos (1856). Estes incluiam a instrugéo elementar e a iniciaglo téenk ‘ca e 86 continuaram pela boa vontade de diretores e professores 4° Periodo| 1870 a 1894 ise do modelo Cgretio-comercial exportador dependente €@ feniativa de incentvo & industiaizagdo CAC ase imperil 0 fim do trifico de escravos (1850) © a solusio cafeci fazem com que haja internamente uma disponibilidade de ca- pitas. © primeiro acontecimento apontado ¢ significative no sen- tido da solugio das divergéncias entre a burguesia, inglesa em ‘especial, ¢ a camada dos sonhores de terra e escravos no que diz respeito ao regime de trabalho mais adequado & nova estrutu- rasio social capitalist em sa fase concorrencial, Isto contribui para a cltada disponibilidade de capitais tanto de origem exter- ‘a (ingleses) em forma de empréstimos ede investimentos, como de origem interna: agueles que eram aplicados na compra de Em conseaiiéncia, a sociedade brasileira passa por uma épo- ca acelerada de mudancas. “Memo ep Se wads reson rue, an ue oot Scare sow tot 3a 3 Ain ae c,d at fandose‘S npendo aco 60 Sal) eo 10S, ogre eke legen ide do Rio de nee. Eo 1853 fds Banco Rul « Hipesie(..) Bm 1854 sbeae ao eens pina Tia nade, ferro dopa (-). A epg, oe leat 8 {Cort cpa 8a province. S20 Polo, comers a cosas = TSS" (Hata, 1975" 42). Comparandose as percentagens referentes a 183944 © 1870.75, notase 0 crescimento de-10% para 3,5% da importagio do carvio, que de 17" lugar passa a 8°, ¢ de 0.2% para 29% da Importacio de miquinas, que passa de 25° para 112"lugar. Isto indica certo desenvolvimento de atividades industrais, din tomo socom nano ton 4 Etope, fom forectarafo 13'son noon sins losrunentan" ue importamon mas sr, Sis novar ddr gee Rauarum seca no aenkao monet (i redo do neo IX rae” (Ree Fhe, 1990" 1). esc ei nlc a ee nila la composts de estrone oma tot Est rsa om cose Sates & mero do ste ened po dr arate senso al BE ats oine he ede prs on i des © tinier d's comes 9 nce fe le ‘ipin uc vain ono Ingen eo ear Re vi “fang nm ore a 3 srry coats ees am enters tae See ee Se ees on oor ae ee coe cm tne eprops dela dusts Soh Satara ae ‘ais propostas sio feitas porque “(...) a conguista do le- islativo através do qual se poderia fixar em leis impositivas 0 ‘modelo estrangeiro” era vista como a forma de acio. na ibhm id ce pm» wt dat st Usandose a Hnguagem liberal, tratava-se de “liberar 0 tra- ‘batho, a consciéncia, 0 voto". Na linguagem positivista, segundo Luiz Pereira Barreto, tratavase de loa oil do sl, dno wd cn de [er fenre in teas hamadede cin, expan ue © que aon dere 1 Cozi edna @'ume quo defn nio de natura” (Rowe Ate Bacon tr Res Fah 970s 3). Liberais © cientificistas (positvistas) estabelecem pontos comuns em seus programas de agio: aboligio dos_privlégios aristocréticos, separagao da Tgreja do Estado, instituigso do ca- Samento e registro civil, secularizagéo dos cemitérios, abolicio da escravidio, libertagio da mulher para, através da instrugio, desempenhar seu papel de esposa e mae ¢ a crenca na educacio fenquanto chave dos problemas fundamentais do pais. Deve ser lembrado, mais uma vez, que tal modemizagdo da sociedade brasileira era uma exigénela de fato, fruto do estégio stingido no processo de mudanca da base da sociedade export dora brasileira, que de ruralagricola passa para urbano-comer- lal. E interessante ressaltar, mais uma vez, que tanto os grupos interes (parte da camada dominante e média) como externos (urguesia que evolui de mereantil para concorrencial) esto int rossados nela. E uma necessaria adaptacao entre repides hegem6- sles ¢ peifrias que inegram © sistema coptalisa ma fase AA organizacio escolar, em tal contexto, & atinglda nto 56 elas crticas as deficiéncias constatadas como tambem pela pro: posigio e até decretagio de reforms. Um exemplo de proposigio de modelo atual a ser imitado std na difusto das idéias a respeito do ensino alemio, visto por intelecusis como Tobias Barreto, Vieira da Silva e Teixeira de Macedo como causa da vitéria nas lutas de unificagio do pais consegulda em 1870. Despertava especial atenelo a organizacio do ensino superior © é assim que: ormese (.,.) um gripe de adenorr Jo tka waver sent {ee o ror camo fore de sigur tea acon qe oe ber “ein uso a Unvernde Braiaze, Eto jm ten so Srizndo ao", 9 modelo germina reeset dat ‘mullo {eno apace db inant queso connor stele. Pars maton teal, iveide sem sinttien «femal reagio. de sa adh pas formaglo de unin cic nelson de alo nivel Unvented ‘Alem plnn brie oq esa, € apendet C-.) (O'Taado cin s mann viernes tsa nuo oe de exin, o Imarve ox seins, ineiemente utoare™ (Roque: M. de Bato, Rew Bio, 1546" 89). A119 de abril de 1879 ¢ decretada a reforma Lebneio de Car valho, Alguns de seus principios fleam dependentés da aprova- ‘glo do Legislativo, aprovacao esta que nio chega a ocorrer. Mes- Ino assim ¢ difundida e algumas (povcas) conseqUenclas praticas Leéncio de Carvalho entendia que muito havia a ser feito para imprimir um impulso a educagao, Entre as medidas neces- 1) Liberdade de ensino, ito 6, a possbilidade de todos 08 ‘que se sentissem capacitados exporem suas idéias segundo o mé- todo que Ihes parccesse mais adequado, Entendia que o segredo da prosperidade dos Estados Uni dose dos paises europeus estava na adopio do principio de iber- dade de ensino Em casos do abuso doveria Raver uma repressio criminal A inspesto verficaria as condigdes de moralidade e higiene. 1») exerctcio do magistério era incompativel com o de car 08 piblicos e administrativos Para que Isso fosse possivel, necessrio se fazia o Estado ter condigies de pagar bem e oferecer outras garantias profssionss, Como reconhecidamente tals condigoes nto existiam, a proibicio nfo seria balxada de imediato, ©) Liberdade de freqiéncia, ox seja, dar liberdade para os alunos dos cursos secundério e superior estudarem como e com ‘quem entendessem. A escola caberia, especificamente, ser severa, fos examen. Isto implicava, também, a organizacio do curso por ‘matdria e no mais por anes, possibilitando 30 aluno escolher fas materi e o tempo para cumprir toda a série estipulada ‘As povicas conseqldncias priticas dizem respeito & decreta: cio da liberdade de credo religioro dos alunos e 8 abertura ou e organizagdo de colégios, onde outras tendéncias pedagégleas, co: ‘mo a positivsta, tentavam ser aplicadas Data deste final de século o aparecimento do ensino femi- nino em nivel secundario, como resultado da iniciativa particular. Dado o grau de subordinagio da mulher no periodo, a maio- ria dessa faixa da populacio era analfabeta. Uma poquena parte ‘era tradicionalmente preparada na familia pelos pais e precep- tore, limitandost, entretanto, as primeiras letras e a0 aprend- 2ado das prendas domésticas e de boas manelras. Uma quanti: ‘dade menor ainda é que, no perfodo tratado, recebe uma instru ‘elo secundiria ndo muito profunda. Mas pelo fato de estes cur- sos estarem desobrigados da preparagio para o superior, eles bam tendo maior organicidade, grande importanela & dada As linguas modernas, as cincias (especialmente consideradas em ‘suas aplicagées prétieas) e incliem éadciras pedagépicas, Em termos de inicitivas particulares, protestantes norte- americanos (Escola Americana, 1870, Coligio Piracicabano) e po- Sistas (Esola Neuralidade, 184) clam esclas priméras ‘A inicativa norte-americana a este nivel & bastante signif: cativa e vai ampliarse durante a Primeira Repiblica. Contribuit diretamente na organizagao escolar e nos processos didaticos e ‘menos em termos doutrinarios propriamente dios. Na relage anmplniavam para 0 Br expense gpe Fenny Un hv doi rt nt a ee sn cxpenio foes ¢ jes ela america tend 4 eign ie condgter ssovclin aon lena Dee modo, art a ‘cir experince de Peclts, oma oie! Modes do metal {i cvno ange no any XIX a ebnegio tari. oven do ‘ogres nee campo qos as competes repows pete red am unten com seus mints quando again rn so misionis ‘ides stadonfleres no Roy Sto Pala, Povo Alero aparece. de felis puto itor de norteamerins era dno mm meio erent elo ue Vitam posdine feline nett, iftac dese modelo ange exolk pbc, cape- lal em io Pl, m0 nko Repoin” (Bein Filo, 19. 90), ‘Assim, a atengio é chameda para o fato de a crianga ser um ser ativo, da necensidade de se respeitar a ordem natural do seu Creseimento, de desenvolver os sentidos, capacitando-a a desco- Drie as colsas por si mesma e, em conseqléncia, o preparo do professor parece indispensével Lens |A influéncte positvista torna-se mais marcante, no que se refere & educagto nacional, alguns anos depols, om decorréncia ‘das transformagies politicas, Estas sto consegiéncias de todo teste procesto de inguletago. Como jé foi dita, o governo imperial atendia aos interesses dda camada senhorial constituida de duas facgbes signficativas: 4 ligada a lavoura tradicional (cana, tabaco, algodio) « a ligada {nova lavoura (café). Esta ultima dominava o aparelho de Esta do, admitindo, no entanto, a participasao da outra Faccio. (Diereseimento celeraido da eamadaiméaia ea’ partieipacso jets elementos'na vida pablica atraves das atividades intelec: {wais;mltares (exércita)'e mesmo feligiosas criam condigoes de ‘expressio de ses interesses mais amplos como 0 de participacko ‘novaparelho de Estadoras duas ultimas décadas do Império sio ‘pontihadas. por "quesides’ — dos eseravos,eleitoral, politica, steligicaa militar =, Que demonstram claramente que’o regime ‘sib. alesis 38 asplracoes de um setor importante da, populagso, ino fina do séeulo XIX, ‘Apesar de seu crescimento e descontentamento, a camada rmédia nio chegava a ser socialmente tio forte que, sozinha, pu- dese levar avante um movimento que resultasse na modificagéo do regime politico, Por outro lado, a aliansa com 0 outro grupo descontente (camada baixa de trabalhadores) no tinh condi- ‘es objetivas Isto pelo fato de os elementos do setor médio, pela Sua formagio preponderantomente resultante do transplante cul- tural, estarem distanciados das bases, das caracteristicas, dos problemas coneretos da realidade brasicira (entre eles a margi- nalizagio ou exclusso da maioria da populacto brasileira do pro- ‘cesso de crescimento). Além disso, 0 fato de a propria exclusio slstemtica do citado setor social fazer com que este nfo tivesse tido, até ent3o, condigées de se torner uma forsa politica. 6s Desta forma, a mudanca na ordem politica ficava depen- endo de uma cisio na camada dominante que fizesse com que luma das facgbes passasse a se Interessar. por tal modificasio, |i que a burguesia internacional nto faria pressGo em contrario, Nas circunstincias do periodo, o apoio tanto da faces dom! ante interna como externa era indispensivel a concretizacao dos planos e, como ocorrera durante 0 processo de autonomia poli- fies, acabava por limitar a amplitude das modificagées. Seria tum componente a mais no processo de modernizaséo. Neste instante o elemento novo na contradicZo fundamental dda soviedade brasileira — submissdo X emaneipagdo — se desen: volve em termos de reconhecer que a forma de governo republi- ‘ano seria uma garantia, 2 exemplo do que aconteceu no inicio do séeulo, quando a "abertura dos portos" (1808) e a “autono, mia politica” (1822) desempenharam este papel Asforcas compo’ de tl-maneick au sh dora de.clementas.da camada.meédia (especialmente. militar), com 0, poi significative da caida dominente do cafe com apa: Tente-omissio.da-maioria da populasio,¢ proclamada a Rep bien 1889). Nelson W. Sodr, analisando a stuato, asim se expres: {S'S forme rms ens tan ele realise ecoobmes «olka, afore nm Wasoiba A Rept ‘inode stem ail pro de Fan tai 9 lena: eo ‘ens, al 4 nobran ila cil wold goveradoter rons, ‘retrace iin «coms maa ai, cr i Tele dane gue se prove em polio Nip srs ‘ant Sadr» ered te sue cm ete (Soar, tra: 3), eee ae Politicamente, adota-e 0 modelo norteamericano quo, so- agundo Rui Barbosa, era 0 que mais se adaptava ao “vastissimo ‘arquipélago de ilhas humanas que era 0 Brasil" Em realidade, a descentralizacio atendia aos interesses tanto dos setores Iberais da eamada media, como da facgdo dominam 66 te que participa do proceso (senhores do café ou burguesia fgroexportadora). Esta via na descentalizacSo um instrumento {de concentracio de rendas, é que nlo teria que dividi-las com a foutra facsio decadente (senhores da lavoura tradicional) B por essa raaio qu se instala na oreanizacio escolar da Primeite Republica oma. doalidads, frato da descenralizacte Pela Constitigao de 169: Cut! Snaptlcn, eset, mat elo hese, Clan fogdes de eno tector‘ Estados © promover a istusio no Dis Se aa tan wm eh Siro sion ee, cnr: oF Beatie ke Quanto politica trifiiae cambio entant,havia diver séncn, como 4 tao de Nelson W. Sodre jt asinlon. Ao ge Po do “sonhores” cra mais interessante contnuae #taxar sim Portage, pos o dns er dstrbutdo por toda popula. Aos mentor de camadn media‘ baixa, que vivian de aalérios 6 portato, no partcipavam dos lero das atividadesprodutives {sta pola ceondmica pesava muito e a sligto do problema fareci estar na tanagio das exprtagbs e mo fncentivo das al “ads Industrie Percebe-se com isto que, se havia pontos em comum que possibilitaram a composicio, exstiam também sérias diversén- Clas, 0 que fazia com que tal composi¢ho Fosse bastante circans- fancial © instével, sendo caracterizado o periodo até 1894 como 0 de “crise da Republica’ ‘Se do ponto de vista econémico a divergéneia era frontal, a “pequena Burguesia urbana", de que os militares no poder (Deo: ddoro e depois Floriano) faziam parte, nio era suficientemente forte enguanto apoio a uma nova orientacio, uma vez que tal orientagio comprometia os interestes dos donos da terra que detinham os meios de producio. esta mancira, a continuidade da camada média na lideran- ga do processo politico brasileiro 36 podia ocorrer pela forsa das armas, pois faltavahe esta base de classe por nto dominar 1s meios de producto. o 0 governe de Floriano Pelxoto (1891-1894), que passa para a Historia como 0 “Marechal de Ferro”, retrata esta situacto. Neste répido e agitado periodo em que o componente médio lidera © processo politico, acontece uma tentativa de mudanca tanta na orientaglo econdmica como na escolar. No primeiro caso, tenta-se intensificar a aplicagio de wm plano jo final do Impézio com o objetivo de eobrir os deficits txistentes ¢ ativar os negécios, orfentanda 0 capital movimen- fado inclusive para a eriagio de empresas finanesiras, comerciais industria. [A falta de controle dos responséveis pela aplicagSo e 0 desin- teresse do significativos setores internos (senhores gricolas) © externos (burguesia) em relacto 20 incentive das atvidades vol. ‘tadas para o mercado nacional leva a iniiativa a0 fracasso, J em 1891 “Sob 9 asi dete fro emir, no trdard que cada atasso oe eg i pee. rapdnete arn = specaia pars Conestm ‘rpr'em inde sdmero aor emproms de fon ofden «file From Sante fits comer compan ini, de era de fr, feds soe de mascir ponte € imposes” (Prado Ie, 1969" 218) E a primeira tentativa, mesmo que em grande parte frus. trada, de fazer do governo um instrumento de diversficagao das atividades econémicas, Atitude retomada apés 1930, Quanto & organizacio escolar, pereebese a influtncla posi- tivista, Era a forma de tentar implantar e difundir tais ideias através da educasio escolarizada, j4 que, politicamente, tal cor- rente de pensamento sofre um declinio de influéncia a partir de 1890, Decretada neste ano ¢ colocada em pratica no ano seguinte, ‘4 Reforma Benjamin Constant tinha como principios orientado- res a liberdade e Iniidade do ensino, como também a gratuidade da escola primaria. Estava, quanto a isto, seguindo a orientagio do texto constitucional Atingia, por forga da descentralizagdo reinante, a instrugio publica priméria e secundéria no Distrito Federal ¢ a instrusao superior, artistiea e téeniea em todo o terrtério nacional. 6 ‘Acescola primérla ficava organizada em duas categoras, isto 4 de 1* grau para criangas de 7 a 13 anos e-de 2° grau para ‘riangas de 13a 15 anos, A secundéria tinka « duracao de’ sete ‘anos. No nivel superior afetou o ensino politécnico, o de direito, fo de medicina e o militar. Quanto & escola de Minas, nem che- fou a ser colocada em exccucée, ‘Uma das intenges era tornar os diversos nivels de ensino “formadores" e nao apenas preparadores dos alunos, com vistas ‘0 ensino superior. Para que este aspecto fosse conseguido no tensino secundario, por exemplo, foi eriado o exame de madureea, ‘estinado a verficar se 0 shuno tinha a cultura intelectual neces: ‘siria a0 término do curso. A partir do 3° ano, seria inteoduzido tempo para a revisSo da matéria e, no 72, isto ocuparia @ maior parte do horatio. ‘A outra intengo era fundamentar esta formagéo na ciéncia, rompendo com a tradigio humanista classica, responsével pelo ‘academismo-dominante no ensino brasileiro. A predominéncia Ineravia deveria ser substtuida pela cientifica ¢, para tanto, for ‘aim introduzidas as cigncias, respeitandosse a ordenagso positi- vista (matematies, astronomia, fisica, quimica, biologia, socio Togia e moral) Podese notar que estava sendo atacado 0 diloma mais real (formacio humana X preparacio para o superior) © © menos real CReMTRASAERMCA TERNS X ORNMAGAO GS \Hisnaebasoadatnaieiehels) enfrentado pelo ensino secundério imperial. Por vésios motives, o resultado desta decsto fol alvo de crt tica, Pelo fato de nfo ter respeitado © modelo pedagdgico de Comte (representante maximo da corrente filosofica postivista) no que diz respeito & idade de introdugio dos estudos cientificos, (8 proprios positivistas fizeram restrigdes & Reforma Nuns dates vacaretsoiuactsrimenae materia sautteaeasanncomisciomiagdeasrsig endslopedca| Ee Tr comit,nfo rcomtndara 0 eno det clase nko ap op cts sos ‘At ot» ctnge devera rcter uma eoung Se srr tice ‘misc, so demo + me laps, Benanin Contant i Te"pau'n tintin a pometta etic «m0 de {ato constitul outro motivo de critica e acaba por comprometer defesa do principio de que a base da formacio humana deve- ria ser cientifica, dando forga aqueles que defendiam a predo- mindincia literdtia. Pelos relatérios do perfodo, percebese que estes problemas de precocidade ¢ actmulo foram sentidos e en- carados como de diftll solucdo. 34 em 1893 hi uma modifcagio visando uma distribuigéo mais proporeional das matérias do Gi nnésio Nacional com ampliagko da parte lterdra, anteriormente sacrificada, E esta vai ser uma caracteristica do primeiro perfodo repu blicano: ora uma reforma pende para uma predomindncia, ora para outra, sem, contudo, progredir no sentido de conseguirse tm nsin Secundérto mais adequndo ts novas tendencis socas no Brasil Caracteriza se, desta forma, a continuidade do movimento de atualizasdo histérica, de modernizacao da vida brasileira, anali- sado ¢ eriteado quando da discussao das wtimas décadas do Imperio. 0s resultados conseguidos, completamente distintos. dos “idealizados", comprovam, mais uma vez, a ineficicia e os pre- juizos de tal'atitude intelectual, 7 52 Periodo 1894 a 1920 Anda 0 modelo agrérlo-comercial ‘exportador depencierie Para que se apreenda a caracteristca bésica da organizacio ‘escolar neste periodo republicano, necesséria se faz a comprect- so da caracteristca, também basica, da sociedade brasileira, E Isto requer o esclarecimento dos signiticados do combate 30 flo- lanismo, que sio: 2) afastar do poder 0 componente militar que nele repre- sentava a camada média; ») utilizar © novo regime (republicano) para conseguir an tigos fins (atendimento dos interesses da "camada senhorial”). Percebese, neste instante, que a alianca entre camada média ce uma facglo da eamada dominante, stil por ocasido da necss- Siria alteracdo do regime politic, agora jé niio o era mais. O possivel e mais conveniente era a reunificagéo das facobes domi nantes como condicéo de conseguirse © que foi afirmado no item b, E a queda de Floriano Pelxoto representa a vitoria desse grupo © a solusio da crise politica ‘As possbilidades de saida da crise econémica pareciam ser ‘a allanga com a burguesia internacional ea reorganizasao interna, ‘Ao se analisarem as medidas tomadas em decorréncia da aceitagio destas possibilidades, evidenciarsed 0 fato de que par n +a tanto era indispensivel deslocar do poder © componente mé- ‘dio que, como os outros setores da populasio, com excesio do dominante, seriam bastante prejudicados. B assim que, no ano de 1898, so empreendidas certas refor- mas que eram, inclusive, uma’ das condigées impostas pelos credores 0 arande heii dt rls Se 19S fo, em vi tage in, inament, sr interes = snk anes com a a ‘conimice tai, Een fo Ths pode mn io cede ap. Con Irae wn stugio de deena qe evi frmanda vin uo tna ae somette hora eocontard seu eau” (Prado ty 1989: 221). ‘A reorganizagio interna foi conseguida com a adogio da “po- Iitia dos governadores" “Tate de een ala sda Getkndo, cme feeds pric, 1 algrge regal gos 0 docioua ie focmm aw ae eth tran hciaeSn Sele com © wld wucat ov Mona Senet ‘Eid un pl dns om +f ae eines moor ‘ears propria bane ae om sanatao ‘mmieod om aa eins etn to « ee none AA politica econdmica de *valorizagao” dos produtos agrico- las, mais diretamente 0 café, feita com a utlizagao do capital estrangeiro, concentrava os lueros nas mos da burguesiaestran fein e da “camads senhorial”, também chamada burguesia agrarioexportadora” brasileira, Deata mania, ao 4 fo! restabeledo “ee te ey ee in rate ce ime rae oes Faas ADT oe a etn (Prado Jr, 1969: 221). ee ‘Assim, a sociedade brasileira continua a modemizar-se, mas ‘a um custo muito alto, pesadamente pago pela maioria da popu: lagdo, excluida de tals benelicios por viver no campo. B, curios mente, sendo aquela que produz a riqueza, uma vez que é a mBo- deobra da lavoura cafeeira ‘As condigies de trabalho e 0 isolamento em que vivia esta populagso rural impossiblitavam manifestagdes de descontenta- mento, Este fato e a representacio.eleitoral manubrada pelo ‘oronelismo, pelos “currais eleitorais", garantiram o sucesso do fegime sem malores problemas até o final da Primeira Guerra ‘Mundial, quando as manifestagdes urbanas de descontentamento Wo se intensficando. A caracterizagio do reforcamento do trago de dependéncia| nna base da estrutura social durante os anos de 1894 a 1918, que fcabou de ser feta, € necesséria porque se refletiré na organ ‘ago escolar, reafirmando o trago de dependéncia cultural ‘A série de reformas pelas quais passa a organizagio escolar revela uma oscllagto entie a influéneia humanista clissica e a Fealista ou cientfica, O ovdigo Bpitacio Pessoa (1901) acentua {2 parte literria a0 ineluir a logic e retirar a biologi, a socio- Togia e a moral; a reforma Rivadévia (1911) retoma a orienta- io positivista tentando infundir um critério pratico ao estudo das disciplinas, ampliando a aplicacto do principio de liberdade fexpiritual ao pregar a liberdade de ensino (desoficializagao) © Ge fregliéneia, abolinda o diploma em favor de um certificado dde assisténcia © aprovellamento, e transferindo os exames de ‘admissio a0 ensino superior para as faculdades, com 0 objetivo ‘de que o secundario 20 tornasse formador do cidadio © nio do ‘candidato a0 nivel seguinte. Os resultados, no entanto, foram ‘desastrosos, Dai as reformas de 1915 (Carlos Maximiliano) © de 1925 (Luis Alves/Rocha Vaz). ‘A citagio abaixo ¢ um bom exemplo de mais algumas das limitagbes impostas pelo mecanismo de transplante cultural: pss mgamin ede do eth, x dee dou tien que vs somnenido fount sm grpo’ deepen no Bras 0. posv, nste"E hav sdo needs ments or tia Mat oe lee onsilse de sgrender © mundo nm sda” (Disaum 1962: 9, bite on). n [A dependéncia cultural traduzse nisto: falta de capacidade criativa e atraso constante ¢ cada ver mais profundo em relagio 80 centro criador que serve de modelo. Representa, ainda, como 4H foi assinalado, um ideaismo estreito e inoperante a0 formar lum pessoal sem a instrumentacso teérica adequada & transfor. ‘macko da realidade em beneficio de interesses da populagto co- mo um todo e ndo de interesses de uma pequena parte dela © de grupos estrangeiros, em detrimento da maior, Enquanto uma reforms, com base em determinado modelo, cra vista como solugao para os problemas apresentados pelo ou ‘0 modelo, os problemas reais agravavamse e, no dian eseo- lar, profissionas e alunos “solucionavam como podiam’, isto é, Improvisadamente e, portanto, também de forma ineficente. Daf sair desacreditada tanto a teoria importada, e por isso desligads da pritica, como a prética sem 2 teoris, ou mebhor, uma pratica ‘com base numa "teoria” fruto do senso comum, onde Ado se tem conscidacia clara das razdes desta nossa forma de agin, E assim que o problema do analfabetismo nfo pode ser so- Iucfonado, ficando muito longe disto, jé que aumentou em niime- 0s absolutos e, em 1920, 65% da popiilagio de quinze anos © ‘mais era analfabeta. (Ver Tabelas Te TI.) irecticie 80 1900 i Noten recceer | nanae | mown [anes de salon s 7 75 1920 havi Font Tonto Nasal Ge Esa, ana Bacco do Bras oo Th ‘Mais da metade da populagio de quinze anos e mais em sido totalmente excluids da escola * ‘TABELA IL Props de lobia ¢ de sali opr ase Biren 1900 10 Sem eco ZL = “Sater ir « ere 330.081 ase ‘Nie se er @ eer 6308 869 0178 % a nates 6 @ ‘Fonts’ Florstan Fernie, Edtcaplo sociedade wo Bros, Quadro 1, #7 vA Com a sociedad brasileira se desenvolvendo em base urbs- rno-comercial desde a segunda metade do séeulo XIX, o analfabe- tismo passa a se constituir um problema, porque as téenicas de Teitura e escrita vio se tornando instrumentos necessirios & inte- gragio em tal contexto socal. Desta forma, o défiit acumulado e as novas tendncias da sociedade brasileira passavam a exigir mudangas radicals visan- ‘do A solucio do problems apontado. Campanhas proclamando a necessidade da difusio da escola primatia foram organizadas. Eram lideradas por politicos que, Enquanto tals; reconheciam a necessidade da difusio especial- mente da escola primaria como base da nacionalidade, o que fez om que alguns defendessem nfo $6 0 combate ao analfabetismo, Como tambem a introdugso da formagao patritica, através do ensino elven Pelos resultados, podese perceber que tals campanhas nfo representaram medidas radicais: o aumento de analfabetos em hhumeros absolutes © a manutengio do percentual indicam inst ficigncia de verbas e/ow insuficléncia teériea no enfrentamento do problema, Esta ultima afirmagio, ao tocar na possivel insuficitncia de ‘verbas, chama a atengao para um outro fato: a falta de regstros 18 sistematicos das despesas do governo com relagio a0 ensino, Podese, como se fez, apenas inferir que tenham sido bastante Inguficientes diante do procario atendimento escolar dado A po- pulagdo brasileira, ‘Mas até a elaboragio de um quadro que retrate numerics: mente a situagge, € impossivel, devido & precariedade dos levan- famentos estaisticos em relaclo ao periodo anterior a 1930, impossibilitando qualquer comprovacdo. “0 Baal (..) 40 em 16 meio s poliasho do seu Anmirio ‘Eun oo pinto St endo no pido de 1907 8 1912 8 tele Inkiaa portm, no. tee. contntnde © a ten br, cons sn © ead citam car Os 50 pobres io pan titi, fas sive, ta 2 miodeebra Or 10 feng et fatto eames, dep serio hchres,maen enero, frm, barren poly, ch ocean «seo stirs a site nasal tc") Nat cana neme 10 apes Te ee ete se 6 cps” Mans eh, Apesar do “simplismo” do raciosialo, & um valloso depo mento sobre a intensa selogdo e conseqlente marginalizacto es- colar que é, a um tempo, resultado e reforgo de uma margina Tiaagao social (econdmica) da maioria da populagso brasileira, para outras cidades onde tem certeza de obter @ aprovacio fic" Denincias dessa natureza jé aparecem no periodo imperial Outra conseqiiéncia da intensa selecio feita desde o inicio ddevido falta de escolas primérias, 20 problema da evasio, bem como a0 fato de as escolas secundérias Serem predominantemen- te pagar ¢ que o mimero de alunos com condigdes de cursar r= resiringla aos elementos origindrios de setores socials altos ©, paulatinamente, também dos médios, cujo objetivo era o curso ‘superior. Dai © eardter propedéutico do ensino secundirio se 10 tito mais digzo de giao do poo de vii tal ese peviodo de qos seactomet de facarelomo no, pie seo, sears "amu perc eee rection pu former © bo, athe (ke galer moda um nile de doar) (Go, 10 sr dot, ea ed eur, cramene cine, or relores argon na een (ont, 196 258) ‘Quanto & balxa capacidade da elite brasilelra, € neoessarlo estacar no s6 0 que fol indicado anteriormente no que se 70. fere a0 ctitério de selesio em base nio-pedagégica, como tam- bbém a falta de rigor no ensino olerecido aos que’ conseguiam gressar. Tanto que, por volta do 1904, ¢ declarada a decadén- cia do ensino secundirio, d de mA qualidade no Império, E, na pagina seguinte, o mesmo autor declara: “Eramos um pais de doutores ¢analfabotos". Esto direcionamonto estreito de interesses que mareava a clientela do ensino secundério € responsivel pela orientagio centralizadora, apesar de a Consti tuigdo de 189] consagrar a descentralizagto, fruto do principio federativo, que significava a pouca intervengio de governo fe- deral nos estados, “De fo, erin deer attends po dct? no ve ft mar swetio de arent ou de ensinas, porque dus peop eis, S°%er ps wendo que thes compeatem © ie seunro n0 Inetortspgo de tempo Foie © ook nls eu ano ec tn Gn Monet, 1942, IN" 7) * Esta é uma declaragio feita em 1910 por ocasifo da prepa: ragio da reforma Rivadistia Correa (1911), Outras expressées indicam a falta de rigor nos exames pre- paratérios ao superior. "Se, por ventura, na cidade onde estuda em wm dado ano, os examinadores se mostram algum tanto exigentes, ele emigra ¥0 'S6 que agora (Repiblica) tal orientagio mio se Faz apenas de forma indireta, pelo controle dos exames de ingresso nas fa culdades, a exempio do que aconteceu no Tmpério, como também {e Forma direta, pelos mecanismos de fiscalizagao e equiparagio fem poder do governo federal Continuava, também, um ensing de tipo literétio, desde que ‘as tenlativas em contritio, fruto das relormas sob influénela Positivista, por exemplo, acabaram por tornélo enciclopédico. Aprendiam-se os conhecimentos cientificos como eram assimila. ‘dos os de natureza litersria, Nao se fazin ciénca, mio se aplicava 6 todo ence, Tomavese conbecimeto dos restados da co esbin om Me (aH, 2; epee ple er a Este nio era 0 tnico tipo de ensino médio: era 0 predomi ante, Havia o ensino profissional, que atendia a uma ctescente, ‘mas, mesmo assim, diminuta clietela, ‘Seguindo a Tabela TV, percebese que tanto o setor publico como 0 particular apresentaram um crescimento, sendo mais fcentuado na area federal. Somente o ensino niutico nio apre- fort indices de creseimento,exsto com relgso 8 conluso sion ert 90 Bes (9071912) Como os dados a respelto do ensino secundirio io bas- tante incompletos, no se pode estabelecer uma comparagio. Seria interessante sssinalar que, na opiniéo do prof. Jorge Nagle, a manutengio dos padrées tradicionalistas no ensino se- ceundério e a permangneia da idéin de que o ensino profissional (clementar e medio) destinavase &s camadas menos favorecidas, ‘caba por agravar o problema referente as distintas formagbes: tm conjuntg de escolas propicara « formasso dap “eles” c, outro, a do "pave" (0 erescimento do ensino profssional, se, de um lado, pode repretentar o encaminhamento da contradicaa entre ndo-esco- larizados e escolarizados, de outro, pode representar 0 surgimen- to e/ou aprofundamenta de outra contradigéo entre formapto de “elite” e de “povo", como foi assinalado anteriormente Feet eT Pie | arf aT ao] iw | ae Mente | to] ia | io tet | se | too | ist Puro | eo | 203] 0 sos | sss | too | 76 esgteco J ae | 38 | io | 5 | 1m | en Auonomico] “4 | 33 | 00 | otf im | ae Mara Concise de Cas Easino superior Pela Tabela V, verificase que durante os anos de 1907 a 1912 as escolas particulares é que apresentaram um maior aumento. ‘A esfora estadual parece ter buscado um maior, € no ne: cessariamente melhor, aproveitamento de suas escolas, uma vez ‘gue, mesmo diminvinda © mimero de suas escolas © professores, apresentou um aumento de matricula e conclusio de curso aor | tora [oor [6 [user [wiz [oor [wie ‘Quanto a0 tipo de curso, 0 médico-irirgicofarmactutico © politéenico suplantaram em erescimento 0 juriico. Outro dado a destacar é 0 de que a matricula no ensino superior representava 0,05% da populaedo total do pals, que, em 1900, era de mais de 17 milhdes de habitantes (ver Tabela 1) Isto 6, em 2.000 habitantes, um estava cursando o superior. sat | s663 | soo } 170] sox | anss | too | 225 seer) yey im] aL | ay as | 2 © Tenémeno do bacharelismo, assinalado quando da ceussio do ensino secundatio, jé indica o tipo de formacio con sequido através do ensino superior. A este nivel (superior) constata-se, também, uma dicotom entre atividades literérias, proporcionadas pelas escolas,e stivie dades cientifcas. Como lembra Fernando de Azevedo (1944: 369) 3 figs epee denne naturesh — my ate ete ens nbrsree gue no svat so sino © mt eng ‘Eola ‘Pent Docente No Abate | N° Todor [N° Abo | NO Tae Retest [© Pim | ao ase [566 [ aon [oe unio fo) 1s | 00 aso] a9 | 265 | 00 | 20 waa cre Farm] ‘9 | 21 | too | 233] 239 | 90 | 100 | us Toa a | | 10 | 20 | om [ro [| Ne bmn | N® tne [No Abott | NS tai voor [wa [oer [ora [om [oo [or [oe adat ‘v0 | ast | 100 | rae rae | 206 | 00.) 62 Paruir | ran | aan | too | 252] 36 | 10 | 100 | 136 Patiéenko | 28 | 12% | 100 | 300] tip | 14 | 100 | 102 od sas [an | von [ 1s [tom [assy | wo [oe 86 ‘A nica excegio fol a Faculdade de Medicina da Bahia, de 1891 2 1905, por influéncia de Nina Rodrigues: esta servia A pesquisa © a0 ensino 2 ‘A reforma Carlos Maximiliano (1915) waz a seguinte reso: Jug: “O Governo Federal, quando achar oportuno, rouniré em Universidade a Escola Politéenica e de Medicina do Rio de Ja- neiro, incorporando a elas uma das Faculdades Livres de Direito Tal oportunidade acontece a 7 de setembro de 1920, Criow se nesta oportunidade a Universidade do Rio de Janelto, {rut da reunido “nominal” das faculdades citadas, Seria necessirio assinalar, ainda, que continuou a ser dada pouca atencao a formagio do magisterio. Foram criadas algumas fescolas normais, das quals tr em Sto Paulo, como resultado das reformas Caetano de Campos, Bernardino de Campos e Ce. ‘irio Mota (1890-1893); no foram organizados cursos para Formagav do magisterio secundstio e os eriterios de selegao dos professores de nivel superior no eram elicientes, Carlos Maximiliano que declara na “Exposigio de Moti- vos” da reforma de 1915: Pane cinco Academia de Dito a ap ui pls de anal ‘ecu io stim auto Enon nitro sn neu Sn poco popdianon ae ans ta eigen poset Seteto do psa! dcente, todos or médcon oy ‘adot ndgnn ior tetemam profesor Mosc 962 Ws 9) 85 Thor cise do modelo agraro-comercil emortador dependionte @ inicio de estuturagoo }] do modelo nacional-cesenvolvmentst, -Facamos a revolucio antes que 0 povo a facal” Esta € a famosa frase de Antonio Carlos, governador de Minas e presidente do PRM (Partido Republicano Minelro), pro: hnuneiada fs vésperas da “Revolucio de 30°. Ela ¢ interessante porque chama a atengdo nfo s6 para a ocorréncia de significa {vos acontecimentos na década anterior, como também indica a brientagio © conseqiente limitagio do’ proprio movimento de fostubro de 1930, [A fase anfetor A “Revol de 30" Nelson W. Sodré denomina “declinio das oligarquias” a0 pe iodo republicano de 1918 2 1930, Tal declinio evidentemente ‘corre devido A existéncia de novas forcas sociais, em decorrén tla das modifeagdes na estrutura econdmica |A modificacio bisiea & representada pelo impulso sofrido pelo pargue manufatureiro que, apesar de débil, passa a ter pe pel indispensivel no conjunto da economia brasileira. Se em 1907 Existiam, no. Brasil 3238 estabelecimentos industrials, 150.000 ‘operdrlos e um capital de 666,000 contos de réis, em 1920 estes hhumeros haviam auimentado para 13.336, 276,000 € 1.816.000, res: pectivamente (Sodré, 1973: 310) 86 Esta industralizagio “florescia espontaneamente no ‘vazio" deixado pela produgao primérioexportadora interna e pela pro- ucio industrial das sociedades capitalists ‘centrais'" (Perc 13, 1970: 127) Socialmente cla representa a consolidagio de dois compo- nentes: a burguesia industrial e © operaviado. © componente re- presentado pela burguesia industrial apresenta pontos de con fato com os outros setores da classe dominante, nio-s0 pelo fato de muitos dos industriais serem ou terem sido fazendeiros, como também por se colocarem numa telagio de dominagao no que dliz respelto @ miodeobra. Ao mesmo tempo apresenta tragos de distingio que levam a choques de interesses econdmicos que facabam por atinglr, as vezes, 8 area politica. A propria "Revo- Tugdo de'30" representa um dos Instantes agudos de um destes ‘hoques: 0s varios setores se polarizam contra um dos setores dominantes representado pelos cafeicultores, com o objetivo de conseguir uma mudanga na orientags. 0 significado do outro componente social — 0 operariado — ests no fato de representar a existencia, a partir dat, do povo fenquanto expressao politica. As manifestagoes urbanas organ ‘zadas retratavam de forma mais objetiva a insatsfagso dos seto- res de classe dominada, [Nos anos de 1917 e 1918 os movimentor grevistas recrudes em @ acontece a primeira greve geral em Sé0 Paulo, que dura tina dias e chega a levar © governo ® sbandonar a cidade ‘Mas apesar de tais acontecimentos, os politicos da década de 20 insistiram na tentativa de ignorar esta emersio popular. O echo a seguir transeritoflustra a afrmasto anterormente "es on ars mn a Por outro lado, em 1922 ¢ criado o Partido Comunista Bra- sileiro (PCB), que tem duragio legal de apenas quatro meses em ecorréncia do estado de sitio decretado logo em seguida. 7 [Nesta caracterizgo social dos anos 20, ¢ interessante tam- bém assinalar 0 crescimento do setor médio da populagso, com posto, como lembra L. Basbaum, is geaena berpisin dos cues, por uma grande mans. {woos ‘itn smpepnon do como, br chumass easer Hera lest ‘ror fn on tare a gem scl eu aga hola cae dl oiteum, Be 2). Boa parte deste setor em crescimento sentese prejudicada pela politica vigente e também tem suas relvindieagdes e condi oes de expressilar © exighas. Flas estio sintetizadas num mo- Vimento chamado "tenentismo” que, ao interpretar a situacio, Conclul que o regime politico era bom, ruim eram os homens que festavaun no poder. Estes é que eram corruptos. Diante disso, reivindicavam representacio ¢ justiga, pois 0 ‘mal estava todo ele na forma como eram escolhides os manda- tirlos, forma esta que tormava impossivel 8 oposicao chegar a0 poder, ‘Mais uma ver, como 4 acontece por ocasido da Proclama- io da Republica, os militares ¢ que lideram tal movimento con {estatGrio e provocam uma série de revotas, como a do Forte de Copacabana, cm 1922, 8 liderada por Tsidoro Dias Lopes, em 1924, e a Coluna Presies — 1924 1927 [Nelson W. Sodré lembra multo bem que 0 fato de estes re- presentantes militares terem se transformado em idolos nacio- thas era bastante sintomético, Deveria haver,e certamente havia, fanto nos setores dominantes como nos dominados, uma insatis- fagto geral e um desejo de mudanga, mesmo que na maior parte ides vezes nio tivessem claro como deveria ser este “novo Bra- sil” ou que tentassem resolver de forma por demais simplista a {questio, acreditando que bestaria a substituiglo dos governan tes através de uma votagao secreta Era de se esperar que neste ambiente de agitasdo, de con- testagho de ideas e pratiess estabelecidas, também aquelas que Ceracterizavam & organizagao escolar do’ periodo fossem Gom- batidas. {Héniio eram apenas ou predominantemente os politicos que denunciavamn a insuficgneia do atendimento escolar elementar € os omnes ids nln 0 pons ps eel pe ee SEA oe alte Soe Be tn a eres Se tee a pat pe Berd ae oe eet ere Peis Sean eat Se Peistion: de otimismo pedagdgica, isto &, A ree de que determiots formulae doutidrs sobre « eae ‘ago Insam 9 caminbo part edad fragt a home bra” (ape, one 99.10) 0 modelo de escolarizago que estava sendo assimilado era 0 da Escola Nova “0 exam pol edcap © o oininme peda, qe to bem araeitn» Sade Sos an 2, comet ot set cena, Sirsa queso eenvaen nat coves deus ovineo Pl pelt doclo © liao epic” (Nagle 1974" 10) Analisando esta atitude que se desenvolve nos anos 10, No ple firma: “(3 emguemo 0 tema da staerglo era propo ¢ atalino de socio Som um stplo progres deo dog caret ou ovine, theron s topaten xtosares oo euapegcpcon erate Pe ‘he onan, psu lnporat, tom Sis, as norte neste pst SSS ibeieom protons Se oun dot, genesis poleward fate pica ("-) pena tage fina Drink Rep = ‘Stag vl ser alerada, com spescneno 69 ea et alana, ‘torn categoria proiionl (.") laments ee momo, oat “a 'SCotrgio vio se Yostegind formelgéer meramente ecnenns oe sain tam 9 Gu en Hn is pb Se ‘Sars mtr” (ol, HC 103) FFazendo uma comparacio entre as fases do movimento es- colanovista universal e nacional, J. Nagle considera 0 seguinte: “(means it mn, daniel tg S prmeia” (Nasly 19752 20), —— ° A série de reformas pedagdgicas empreendida nos anos 20, cera mais ou menos a repetigao da primelra etapa ocorrida em “Ambito universal na sltima década do século passado ‘Tis reformas representavam a tentatva de implantaczo da “escola primiria integral’, definida da seguinte maneira no art. 65 da Lel m2" 1846, que reformulou o ensino primario balano frm 1928 rao rissa Segerand ber o itraue poe es © co {Gussr de hunni pnmtanlohes noter radii de at hts ptr, azndos mange «Tague porupies eon Insane 4p" penamento «do expenio. panes os asics mtrals dot Shore dar mios medant dermis aleqotas de tatuor patkos © Feccandotempee encarta ¢ 0 meio que 2 els dee ‘Sr llapdoseo prfenor deter of ecancsprm napa o enne| A purrs Sa regi © so ambiene (--)* (Nagle 174" 312) Quanto aos nivels médio ¢ superior sfo defendidas ideias que nfo chegam a alterar, nem em parte, as insttuigdes do pri- teira perioda republicano. Para o ensino de grau médio, 0 objetivo propagado era 0 desenvolvimento do espirito cientifico, a organizagio envolvendo ‘ultiplos tipos de cursos e integrado com o primario e superior. Para este, defendiam 2 organizacio universitiria, visando 0 atendimento das necessidades profissionals © de pesquisa, © a criagdo da faculdade de Filosofia letras. Tendo-se em mente 0 conjunto da organizasio escolar bra: sileira, as realizag6es citadas apresentam grandes limitagdes; nfo ‘6 por serem regionais como também por se restringirem a0 fnsino primario e dependerem da permanéacia dos educadores, no cargo piblico, que oferocia condigées legals. Substituidos es- tes relormadores, na matoria das vezes seguiramse reformas do tipo tradicional Ty Re fis cada conta at reformat de Lotega Flo (Cars, 192), Ai Tescen (ai, 1928), Frasise Canpos e Milo Cassa (Mins, {ay Fertanto\de-Aievedo (Dirto Fer 92h), Caro Leto (Pete toy 193). 0 ‘Uma limitasio tedrica a ser assinalada esta no fato de repre sentar mais uma forma de transplante cultural e de pedagogis ‘mo, isto ¢, de interpretagio do fendmeno educacional sem ter claro as verdadeiras relagées que ele estabelece com 0 contexto {do qual ¢ parte, Assim sendo, acabam por acreditar ser a edit fagdo um fator determinante’ na mudanga social. E tal erenga tevidencia que, em realidade, o fendmeno educacional esta sendo ‘concebido coma isolado do contexto, uma ver quo a agio que este exerce sobre aquele nio ¢ bem definida. 0s textos abaixo cltados indicam tal orientagso: °C.) comment se dete, se ieciiem e a ai of ‘andes rrotinar masons, pan on ga w popien Goninon maar wae feavadiécee de slates Ene ees se prvles 0 és ein et Ios eptoswraormndoe no nico Rove problema So talon (Gage, Bre oh P(e ables oliggaco se fod oa inonia pop, de mani Gv sb into pede superar ete edo tp cometh, fetrur age to deforma soa ‘As died: ecotmicofimnesan, ae, fo Suton da fala patti nd, = fai de calurat ou Ge formas ‘Studia super, abe Imes 0 alsfunesio compen dee! fo mzsro rows te sos ean” (Nase 74. 10040), ‘Mesmo partindo desta visio superficial da realidade social, superfcialidade constatada também no tenentismo, € importan- te destacar a atuacto de tais educadores defendendo a idéia de ‘que nio 36 era preciso difundir a educagio e a cultura, como também era necessiri reestruturéas: ¢ isto como um dever do regime republicano, que se diria democritico ¢ nio aristocréti- 0; tentando implantar reformas, mesmo que parcias, mas sein pre denunciando os graves problemas existentes na organizaclo scolar brasileira de seu tempo. 2. A fase posterior “Revolugho de 30° Luiz Pereira se refere ao periodo da “Revolugio de 30° como sendo o do “grande despertar” da sociedade brasileira (Pereira, 1970: 126), ot i Fazendo-se uma investigacio evi o fim de saber para que a sociedade brasileira teve sua atencio despertada, dirseia que fol, de forma significative, para as causas.do seu subdesenvolvi- mento, do seu atraso em relasio as sociedades tidas como de- senvolvidas Duas cauisas bésieas deste atraso passaram a sor atacadas de forma intensa, as vezss mais, as Vezos menos [Em primeiro lugar, terseia a destacar o reconhecimento de ‘que uma economia onde o setor central era a agricultura de ex: portage nio oferecia condigies de desenvolvimento, Desenvol- Vimento esté aqui por nés sendo empregedo com o sentido de "(---) um processe de transformacio econdmico, politico, social através do qual o crescimento do padrio de vida’ da popalacio tende a tomarse automatico e autdnomo” (Pereira, 1968: 15), fe nio com o sentido de altas taxas de crescimento econémieo ‘que reflitam no erescimento do padrio de vida de apenas uma parcela, as vezes muito pequena, da populacdo. Em segundo lugar, o paulatino reconhecimento de que a ependéncia da economia brasileira em relagso & economia ex tera tinha que ser rompida. [As duas causas, em realidade se interpenetram e quate se confundem no periodo, & medida que tal dependéncia € caracte- izada como sendo resultado de a economia estar baseada na agricultura de exportagio, exigindo a importacio de manufati rados. Neste contexto a estimulagio do setor industrial brasileiro aparece como solucio dos dois problemas. esta forma tem origem, mesmo que de uma mancira um ppouco confusa de inico, a Idcologia politica ~ o nacionaldesen- volvimentismo — e 0 modelo econdmico compativel — a substi tuigdo de importagées. Inicialmente isto se dé de forma confusa, porque os descon fentes que se unem para tomar o poder tém claramente em o- ‘mum a intengio de derrubar o Partido Republicano, liderado pela facedo paulista ligada & plantacio e exportagio de café, fem especial, 20 Instituto do Café. Estes detalhes so importantes para que se entenda a com posigéo de forcas, porque no proprio PRP ocorre uma divisio pouco antes de 1930, e os cafeicultores, descontentes com a polt- tica de valorizagdo do café, evada a efito pelo Instituto do Calé, dele se desligam e passam a formar o Partido Democratico (PD). 0 mesmo motivo aproxima o Partido Republiceno Mineiro (PRM) do PD, afastandoo do PRP. ais cafeicultores descontentes reconhecem que a politica de valorizagio esta, em realidade, enriquecendo os financistas in sleses e empobrecendo os cafeicutores. 0s financistas norte-americanos, desejosos de ocuparem 0 ugar até entio ccupado pelos ingleses, também tém interesses ‘na madanga S6 no inerferem mais dictamente devido & cxse fem que se encontram em 1929, Outro grupo descontente ¢ representado pelos setores do rminantes do Rio Grande do Sul (pecuaristas), eujos partidos ‘vais, 0 Partido Republicano Rio-Grandense e o Partide Liberta- dor, se unem numa frente Gniea. ‘As camadas médias, lideradas pelos tenentes, os “intelec- tuais desiludidos", como diz Lebneio Basbaum, e a8 msssas po- ppulares completam o quadro que compe a “Alianga Liberal”, nome dado ao movimento politico nacional que marca o period. E fell poreebor que, além de derrubar © PRP, pouca coisa ‘em comum grupos tio diversficados podiam ter em relagio As novas bases de estruturagio do pais. Os prépris itens do prov 9% ‘grama da Allanga Liberal foram esquecidos®, Tanto é que, apés 4 deposicio de Washington Luis e a entrega do governo a Gets Tig Vargas, a confusio ¢ que caracteriza os meses seguintes, onde fo problema fundamental passa a ser o manter-se no poder. A so brevivéncia nacional, 2 organizacao politica dos estados, a inss Hisfagdo das massas, o pavor dos comunistas prestistas ea necessidade de satisfaer os amigos so citados por Ledncio Bas ‘baum como problemas decorrentes do fundamental Talvez seja interessante lembrar que prestistas © prestismo silo designagdes originadas do nome de Luls Carlos Prestes, chefe do estadomaior da Coluna Prestes, movimento politicomilitar |i citado, Tal grupo tinka como ideal, entre outras coisss, 0 3, Guan & pms Gti Vr far um retno do pogae de 9 Game ti 2) einen er i eee Sinn maine eesti (0) — foe va Comte ‘ccm das in sonst (9) = nomena te Covi Ge Sndelacia ‘Soni uo empress doe sober pubs (6) — rerio to Fxcio © {5 Seema stor, ero em vista polenta guanta do wis; @) Teocanango do apr crn 9 est de toma alte epenscle ‘tara th maa se ou court ncn © Poe Kisio sobre s cua de sue reprenrnnto (10) — conolgso ot nora Moinsrtae om 0 nto ge ampiiar = enfoaecomle leylgo Sega: (It) amer ama sdmaisaso de ips cosy cern Tote as dpe poten ¢wntdran (12) — reorganize do Miners Agel: (13) — fvesienr » pode fla polesira endear um peutic inerecioeal dp aprosimaio onde, Yaclanso © ecanmento ot euar sas aporves (8) ree osha tire de modo 2 ampsrot {Trango tcl, rbanonto © prosecocine dapemdo ar inn at 1's Tomentar ‘0 constbando, (15) — lar © Mineo do Trablo, Sinn ¢ rly (16) = promower em vind 2 ening propenive do ae find, prtsenda ogenango & pquena propia tte» setae tirade Toes de tres de arse inulin agen, else ‘cml, etmulsnd-o conse, com spi mim em tor pop ‘ified sun prvperdade (7) —eranner © paneer feroviee © Todo. ‘so prs sou Pale” (Sis, 1972 503), 94 ‘combate ao dominio das oligarquias durante a Primeira Repablic eae a tomada do poder politico por parte de uma lideranga mais jista, Com s aproximacao de Prestes e do PCB a partir de 1928, levando a publicasgo de'um Manifesto em 1930, 0 prestismo passa a ser alvo de combate. [A pequena burguesia e as camadas médias, nesses primeiros anos, acreditavam excrcer a lideranca, j4 que seus chefes (te- FRentes) eram ministros interventores Ledncio Basbaum descreve a situagio da seguinte forma: toms dele mpd.) (ann, 16) Mais adiante, este mesmo autor dectars: "Ato on stds pln «At tumas dor netlsis que priferam Wow‘lmint peupado agent som pater que te camara 0 FR, dei ext o's untae tun ti opal selena, oa lo SE's nem tes em 1980 gland comepsram os nites pe a aelo"Gd Sov retene, « quale dey war «3 ae tbe (Gsteum, a) tio, em sua campanha, j4 dela claro que tentard em Ppreenier tna lata contra 0 imperialism, a quem responsabt Tava por stn deposigio em 195, Afimava que defenderia 0 us petréleo brasileiro de “poderosas forcas estrangeiras” e culpava © governo Dutra de ter sido Favordvel ao capital estrangeiro, Em verdade eram lideres oriundos e em defesa de grupos dominantes que apenas reconheciam que a defesa de tais Ideals fra condigéo de permanecer no poder e de gozar de seus privi- Ieglos, depois da ascensao das massas populares. Era, em ltima Instineis, uma atitude de mantélas dantro do limite das estru- turas vigontes sem Ignorélas, & moda dos politicos de antes de 19530 Caio Prado Jinior afirma: at sepia oe do. Oe Vie rane eden EE ova ae plea, du tensa de grup sconemicer reer ode ‘os em eesencn do intmo proce Ue capi « covmectato| Yeadon Beal Se 8 es 7) (Pa ia influéncia parece corresponder ao apoio de grupos fi: “ianceiros ¢ industriais, em sua maior parte da pequena e média ‘empresa, baseados em capital nacional. Tsto porque os ligados grande empresa, na sua maloria subordinada ao capital estat seiro, sio identificados como Integrantes ot simpatizantes da Unige Democritica Nacional (UDN). A UDN, afirma Ledneio Basbaum (s.d: 198), “era no Brasil © partido da grande indistria e do eapital financeiro e dos seus ‘stlariados bravo — dstors, svogndos,publerlations 44 no governo, Getilio Vargas decide reiniciar a politica de ‘aproximacao com as massas", inlerrompida em 1945, e, para tanto, entrega © Ministerio do Trabalho a Joo Goulart, gue se liga aos Iideres sindicais, inaugurando a politica conbecida como peleguismo (pelego era o lider trabalhista ligado 20 governo & base de suborno). Fixou-se, também, 0 salirio minimo, Pouca depois, sanciona @ Lei n* 2004, que criou a Petrobris, Mas tudo isto nio foi conseguido com facilidade. Os 128s anos e meio do governo foram um dos mais agitados perlodos da vida constitucional brasileira Feita a caracterizagdo geral do contexto, para terse uma vi slo de conjunto e para identificar-se a orientagao que fundamenta 9 © mesmo, passarsed & discussto dos elementos mediadores da Contradigao que se est estudando — quantidade X qualidade — ra organizagio escolar do perfodo 1937 2 1955, os aa cas) sa cy) a Recursos fnanciros Como 2 Tabela I demonstra, a porcentagem destinada & edueagio e cultura sempre aumentou, Sendo o aumento bastante Significativo no ano de 1955, visto que a porcentagem relativa & teducagao e cultura espocificamente passa a ser superior & det nada & educagio e sate nos dois anos anteriormente destacados, espe celina pen Unio (lle perce MUNIN 64 C68) 6 ne Gs) as 9, 100 4 80. VIL, 1946, 5. 48S © 4715 ano HVT, 1956 ‘eon es wa Gon ms 164 a9) 2 1 Marsha 8 ats) 2e| "63 73 esate BL Sota} sot See so tlse se] A oma Piss ay te ae un & wc a 193 (58) > poniiand, apes, a simpareto das wee dene nin elo por tee. Deeps reins eos Ed fad plo nies (lll persata) Sesora Nevis ntenor [ts a cay lisr os ESTADO 96 ¢68) Reaper eres 2 Tia ar ts Fone: Taro Naval e Fst, Anurio Extco do Bl. oxo VD, 1946p. el ano XVIL 1986 A B a 4° (1935/45) ow 5* (1955) dea de despesa da Uniio fem relagSo aos ministérios, 0 que, 2 primeira vista, indica uma prloridade de atencdo. Mas, a0 constatar-se que as tres primeiras areas (Militaes, Fazenda © ViagSo e Obras Publicas) consomem 85,3 (1935), 7855 (1945) e 73,1% (1955) das despesas, percebese que © que esta para os outros ministérios ¢ ainda uma impor: tincia bastante relative, > Pela Tabela TT, constatase que, pereentualmente, a taxa das espesas reaizadas pelos estados ndo chegou a ser alcangada nos dois anos posteriores destacados e, conseqientemente, na classi ficagdo goral o lugar da educacto pablica caiu de 2* para4?e3*. ro de 1935 ako sncide wo seu td le Eric, dnurio Ein do. Bra "2 Qeano 20 miso nip ae Font: anttto Naco Antas ‘Adminsasto Gea nase Fazio Finns Serine Uidde Pin Escala Pibia Dine bli a 120 ma A 4rea municipal, que em 1935 nio tinha ainda uma apre- sentagio discriminada, apresenta uma tendéncia de crescimento relativo. CConcluise, desta mancira, que © aumento de verbas, mesmo em termos percentuais, tendose por base 194558, 6 0 acantec! mento constante e mals significative quanto & Unido e aos muni- tipios, Mas nio chega a ser em tal graa que indique condigées financeiras absolutamente diferentes na tarefa de organizacio nacional da educacho, (0 que tal aumento propiciou foi o seguinte 12) Quanto a alfabetizacdo, propiciou um ataque a tal pro- bblema, mas nao de forma t30 agressiva e constante para que ele foste resolvido, mesmo que médio prazo, [ANALFARETISMO Bapecteato 10 1950 160 No neem ip amaa | ena [ear Font: sto Naina de Exaica, Amuro Eun do ral, ano XXIV. Tah pe 26 Cayenne Rem Piha, Revotuo Basie ¢ © Eoin We: 2 Pela Tabela III, percebese que o esforgo no combate a0 analfabetismo esteve presente nas duas décadas agora analisa- as, provocando wna queda percentual Por outro lado, nfo chegou a ser de tal monta, a ponto de representar tum decréscimo em némeros absolutes, jé que na primeira década aumentou em 2.003.251 pessoas e, na segunda, em 543271. A falta de constincia poe ser constatda, pela seaiécin de porcentagens e no gra de sua diminuiclo: 10% em der anos (1890-1900), 0% ‘nos vinte anos seguintes (1900-1920), 108% nos m anos que vio de 192041940 © 5.5% nos dez anos de 1940-1950" Desta Forma ndo se tem garantia de que © significativo indice de diminaiggo (11,1%) conseguido na década de 195060 venha a ser mantido ou amplindo de forma signilicativa DISTRIBUIGAO DA POPULAGAO BRASILEIRA | Tot wawus] & |sismast | | momae | & SurtanwUrama | zaose2 | st | omzeessr | 36 | szqoeery | 45 A Tabela IV demonstra, por outro lado, que a tendéncia a concentragdo da populagdo ‘nas zonas urbanas e suburbanas & luma realidade, agravando 0 problema do analfabetismo devido 0 fato de a partcipacto neste novo ambiente exigir, pclo me ros, as tenicas de leitura © escrta, como jé fo discutido ante- 2°) Este aumento de recursos financeiros propiciou 0 se suinte, quanta ao ensino elementar: ‘A Tabela V demonstra que » ampliagio da rede escolar & ‘uma constante, tanto quanto ao pessoal docente como quanto & matricula. Mesmo assim, nao chega a atender a toda a popula gio em idade escolar que, em 1938, era de aprosimadamente 5287.587 (Ribeiro, 1978: 71, Tabela XVII) e, em 1955, era de 6127996 (Anuario Estatistico do Brasil, ano XVII, p. 29), Desta forma, mesmo nao se descontando os repetentes ‘ou retardaté- vos, que eertamente estavam nas quatro primeiras séries, com mais de dez anos, 5448 (1935) e 258% (1955) da populagio fm idade escolar continuava sem escola. i Mas se for juntada a esta a tabela seguinte (VI), se € leva o a aflemar que ¢ uma ampliacio que conserva e, conseqlien- temente, agrava os mesmos problemas, isto ¢, 0 alto grau de seletividade e a reprovagio, que vio recair sobre o anterior, ust ver que varias repeténcias acabam por levar ao abandono da escola. Além da scletividade inicial j4 apontada, velativa & quanti- dade de criangas em idade escolar sem escola, a seletividade ‘que te val processando no decorrer da vida escolar nto foi supe- Fada, visto que: 1) Polo menos 15% da populagso que se matricula nio che gaa freqlentar a escola regularmente 1) A matricula na 4° série do curso primério ¢ de apenas 103 (1935), 148 (1945) 16.5% (1955) em relagio aos matri- eulados no mesmo ano da 1 série ©) Apenas 13,0 (1935), 164 (1945) © 209% (1955) dos que Inieiam © curso, concluemne quatro anos depois, (Gru de sponta ear ne gossst farans [tof] —| | Quanto & reprovacio, infelizmente nto se tem o dado de me | teeam Jana" Yam] |g ae pt, nt nko ono dade on Lee Sle) eee ++ Ronados de 1994, 1948 6195, rpectvarete Font note Nacional de Exati, Amaro Esatieo do Bras ano. 124 ‘A melhor formagio do professor e a organizasio de classes ‘menos numerosas, duas das condigoes indispenssvels para um atendimento mais adequado da poptlagio escolar, como era de Se prever, no apresentam mudanga significativa, Quanto & pri melra (formacio do professor), a ampliacto da rede escolar aca- ‘ba por exigir uma solicitagio maior sos ndo-normalistas, Quanto ns {segunda (classe menos numerosa), a melhora foi de pouco mais de um aluno por tuema. 3°) Quanto ao ensino médio, o aumento constatado nos re cursos financeitos propiciow © seguinte “SITUAGKO BO ENSINO MEDIO o ides eclrs | pea dcene | marin nea arti ws | ais | tom | 220s | sora | ss0 tence | rs | 39 | amas | a0 | 2eaie | ara peinsinio | 1m | tee | 10 wo | 56 | eee | docome | “na | ‘aa | deve | pewot [ena |e ire mt_| chron | Sls |docone | erat | ee vos tape [za | aan [setae | vm | aco [aw | 0 ‘we arto, p22 Hats ano X, 198, pL Ae; ane XX, 19%, psn ash 126 ERSTE pes ‘A necessidade de apresentacio dos resultados em duas eta- pas surgiv poraue o aparecimento de varios cursos e a extingio de outros fizeram com que a apresentagio estatstica se modi ‘casse em 1955, impossibilitanda a comparagto. Por outro lado, ‘ano de 1946 nao traz a rubrica geral de ensino médio. ‘Apesar deste nivel continuar atendendo a uma popuilacio bastante reduzida em comparacio com a do ensino elementar — 72 (1935) e 18,25 (1945) —, constatase, pela Tabela VIT, que, com excegio do ensino doméstico ¢ do pedagogica, no ave dir Fespeito 8 matricua gers, todos os ramos do ensino médio apre- fentaram significative aumento nos primeiros dez anos, agora analisados. O ensino industrial, além de ser o que mais apre- Sentou erescimento de matricula, foi o que parece ter recebido maior atengao quanto ao reaparelhamento, uma vez que, quanto ‘30 pestoal docente e especialmente quanto as tnidades escola Fes, 0 aumento foi bastante superior. O ensino comercial, segun- do ‘em crescimento no periodo, ja demonstra uma tendéncin de maior aproveitamento da orzanizacio cxistente, isto porque 0 aumento de matrieula, pessoal docente e unidades escolares apre- Sentamse em ordem decrescente Como os dados estatisticos para 0 ensino médio ¢ superior rio sio tio minuciosos quanto os do ensino elementar, no pode hhaver @ comprovagio detalhada da manutencho e agravamento dos problemas apontados anteriormente (seletividade, reprova- 80). Mas 0 tinico dado disponivel, matricula geral ¢ efetiva (1935 ¢ 1955), indica a existencia do. problema, uma vez que 5,758 dos que se matricularamm em 1935 nao chegaram a fre- Gientar. Em 1955, esta porcentagem aumenta para 9, Um outro problema relativo & desvalorizagio da “via” do ensino profissionaizante em relaclo a “via” do ensino secunds. to, parece nio ter caminhado tanto em termos de uma solucko, © proprio texto constitucional de 1937, em seu art. 129, jé transcrito, di providéncia, no programa de politica escolar, a0 ensino pré-vocacional e profissional afirma que ele “se destina as classes menos favorecidas". Para se afirmar que o erescimento equivale 8 uma nova ten- déneia, procisarseia ter em mos dados a respeito da origem i da clientela, a fim de que fosse comprovado 0 fato de que, tanto hno ramo tradicional como no téenico, alunos dos setores priv Tepiados e desprivilegiados socialmente se distribuiram regular- mente ¢ chegavam a exercer, enquanto téenieos de nivel médio, 2 sua profissio. 4°) Quanto ao ensino superior, 0 aumento constatado nos recursos financeiros propicion 0 seguinte: Pela Tabela VIII, pode-se perceber que, durante 0 primeiro perfodo da politica gotulina (19301945), a atencio esteve mais voltada para os niveis elementar ¢ médio que para 0 superior. Ti na década seguinte, apresenta a tendéncia de ampliagio mar- ‘ante deste ultimo nivel em todas 08 aspectos , especialmente, ‘guanto as unidades escolates e pessoal docente, demonstrando ‘erta preccupagéo com o "resparelhamento escola” st et i seco Faas [om [| oe ae fear ee lees TSs9/ist, pe b2t 80 no XA, pe HBL 8 BS, ano A, 1989, © problema da evasio (seletividade) parece continuar pre- sente, j4 que 55% (1935) e 5,0% (1955) dos alunos matricula- dos no chegam a freqlentar ropularmente. A matricua efetiva 4o ensino superior, por outro lado, equivale a1,3% (1935) e1,5% (1955) da relativa so ensino elementar. 128 { | Um significativ avanco ¢ constatado através da tomada de medidas que visaram concretizar 0 principio de ser tragada uma politica educacional de mbito nacional, principio este grande mente defendido desde a década de 20 pelo grupo que pregava 8 modernizacio educacional Isto ocorreu, em primeito lugar, através da erlagio de uma série de orgios, como'o Instituto Nacional de Estudos Pedagogy 0s (INEP, 1938), Servigo Nacional de Radiodifusdo Educativa (1939), Instituto Nacional do Cinema Educativo (1937), Servi go do Patriménio Historico e Artstico Nacional (1937), Servigo Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI, 1942), Servigo Na cional de Aprendizagem Comercial (SENAC, 1946), Conselho ‘Nacional de Pesquisa (CNP, 1951), Campanha Nacional de Aper: feigoamento de Pessoal de Nivel Superior (CAPES, 1951), Cam panha de Aperfeigoamento e Difusso do Ensino Secundario (CA DES, 1954), Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais e Cem tros Regionais de Pesquisas Educacionals (1955), alem de mul tos outos de carter splementa © provi, de nica of cial ow particular Em segundo lugar, através do inicio do trabalho de elabo- ragho de um anteprojeto de lei de diretrizes ¢ bases da educasao nacional, em cumprimento ao art. Inlso XV, alinea d, cap. , Titulo 1, que dava @ Unido competéncia para legislar sobre esta ‘29 de outubro de 1948, foi encaminhado & Camara Federal © projeto de lei, acompanhado da exposigio de motives, subs- crite por Clemente Mariani, entdo ministro da Educagio e Saude. Transformar-soia em lel somente Ineze anos depois, a 20 de de. sombro de 1961 - [Até 1952, 0 projeto ndo passou do exame das comissbes par 7 lamentares; de 1952 a 1958, transcorre uma fase de debates sobre 2 interpretagto do texto constitucional e, de 1958 a 1961, trans: corre uma segunda fase de debates no plendrio da Cémara, ini ciada a partir da apresentagio de um substitutivo do entio deputado Carlos Lacerda, 9 $$$ oe Nesta unidade de estudo, serio tratados ‘os aspectos refe-t ‘éntes & primeira fase de discussio, motivada pelos choques entre fas diversas correntes, em defesa dos principios de centralizacdo tou descentralizagao educacional, Por intermeédio do acompanha- Iento de tal discussio, podersed ter uma visio dos prineipios tedricos orientadores da agio educactonal A orientagdo das atengdes para o problema centralizagao- ‘entralizagao parece ter tido, consclentemente ou no, a fune |//oio de fazer com que fcasse em segundo plano a preocupacio Bésica, que era a de aprovar uma lei que servisse de instrumento adequado a democratizacio da edvcagio em seus diferentes fraus. Nos fins dos anor $0, Clemente Mariani j4 faz esta de- inci 'A preocupasio nio deveria ser, lembrava Clemente Mariani, a de adequar um modelo centrallzador ou descentralizador, Snquanto modelo, © sim a de Interpretar estes diferentes tpos ar'Sgunizasto, © objetivo seria de e chegar uma conclsso a respcito da forma que seria‘ mais efclente na taefa de ame Dllar as oportunidades edicaclonals, dlante das caractersicas Thuis historic do Bras centrlaar o que fsse necessrio 2Nidsontalear 0 que tambémn 0 foe ‘A tendénciacentaliadora parecia um perigo a ser atacado diante da experténcin anterior do. Estado Novo, caracerizado Sono una dtadurebaseade moma icologa de deta (Ise) Dessn fora a centalzago era ideniicada, pels corentes con. ‘iia, com tniformiagio ob esttizasao Os edendrs “din nova ra contri el dencia em fungdo de principos pelagogicos, uma vez que ace: dltavam no proceso ecativo coma um proceso onde a5 adap fagbes av dlferengas repionals © individual exigam a descen tallasto. Os educadores catiics, por se ado, eram contra a cen traliagio legal, porque eta ria contra a iberdade individual ods fama, so metmo tempo que efa vista como instrament de ‘nroducto propagagao da idelopia do Estado, que iin ‘ontea da ieein © contro problema que dé origem a outras divcisates diz respeto i defesa da eacola pba ow da escola particular, mas, 130 como transcorreu num perfodo posterior, seré tratada na un dade seguinte. Percebe-se, por tals acontecimentos, que a tendéncia “nacior nalista’ verificada no campo econdmicopolitico atinge paulati- rnamente 0 educacional, Como naqucle campo, ela teve que én frentar sérios obstéculos também neste sltimo, haja vista a de- mora na aprovacio da lei, bem como dos problemas apontados ro texto aprovado em 1961 em 0 fot deends reforms Capa gv abana 0 eno secant ¢ ionkoincutial.Assnauso’ 9 carter este € sao Scone de formgio. de feronaldale Scopes deo calars fer eaten umm wifrmicae do cele ede aang Plt ‘imc ve fl ates relgio dot virion camon Ge ening mi, Stew sfretcan pels espeinio de Cade um deol 4, sce tha meudizou ‘r ceor de ean 90 meade snd gee ‘ium de See? ann gue pata 2s Ge 4 ¢3 soy tempt: tele Ao pine coieipnde 8 chamado cine gata 30 ro, "cus colep om dua avalide" cr ct ‘e"o cae ce tie, em ques acetnm, repectvament eto ot tat aon oda incon Tab cts conlumm indiatimes 4 sige Ficle ‘Seperior. sable, mbt, tm ergo de OnestasSo Edson em dn eblecineta C). ‘Quam no san ine, de pae mdi, esta, pel pine ‘vet em Conuny sable oe cr fata erat ‘Sitcom dos los © prime, com & anon“ a ex sua dt Iti Uscon mt ses Intaly« gue forma ari epee neon "pra formato "de lee eectalzndon Prev tmben ‘isos de est enon © eta correspondent econ ba Wain bsicon css plapges mandi de tm ao pr pepo Ae otenorese naminsrdorsFxabeecn adn, 3 enone 8 ‘sels arenas eats mato pln Bt En Inde 195, 0 sono fenarure © emiao comercial, também ‘ano de ering mei, Eaten © sin omer degra oe Gein om Pisce, det anon © euro tion de 9 ane ern Tunis, consti. ‘inetd a wun eigto de 3 pra 4 anon Despari © {Cro Serie de Adare Finan, Qe 0 sini ply Crs te 'Ganen Eeonimer = Cana de Coens Conable Atta” (He ‘nda 196: 999) Treches do proprio Capanema sobre o ensino secundério indicam a influéneia da tendéncia fascista presente no periodo chamado de “Estado Novo" (1937-1985). 1 vatlcimento caune wcndsio tomato cua pei santo mara ¢ svc denen almon, tse nels fora, come base 2"fuiomna, 5 compress da coniniade bir co pore be Ison e som problemas © digi de sua mio ee meio 80 poo ey ‘ever ber devervavidon nos adlecene of elementos esac da moraine’ @ spt de doing, Seip oy leas» cons da repontiide, Os respons pein edcogla tural « cn a Sfiscisc terko tins em mn que fide do exo ends {cnar ao indvidsitacs confers elo qe fre denote nos ah fa capac Je incite de’ deco todos ost ete etd are 3) ir Sit, 1900-987), Fica reafirmada, aqui, a discriminagio, j4 constatada no texto constitucional de 1937, entre desfavorecidos e fevorecidos. ‘A “paz social” seria conseguida pela formacio eficiente da elite, que teria a fungio social de conduzir as massas, 0 Povo passive. Nao 6 neste aspecto, do ponto de vista educacional, se cons- ‘tata um retrocesso, Também acontece pelo fato de, na formacto dessa elite, er sido privilegiado © modelo humanista clissico, ‘em detrimento do humanista de base cientifica, por exemplo, tornar obrigatério o latim nas quatro séries do primeiro ciclo {(Secundario) e no curso “cléssico" do segundo ciel bbém 0 grego figurava como tinica discpl © eurriculo. Estes aspectos apontados como retrocesso sintonizamese com ‘© modelo nazifascista de desenvolvimento, “um modelo para a promogio do desenvolvimento econdmico’ sem modificagso da ‘ordem social existento” (in Jaguaribe, 1968). ‘A reforma Capanems, inciada em 1942, como jé fot assina- lado, vigorou até a aprovacio da Lei de Diretrizs © Bases da Diretrizes e Bases da Educagio Nacional, em 1961., 132 8° Periodo| 1955 0 1968 ise do modelo nacionatdeserwolvimentis de Industiiizagdo @ impaniapdo do modelo “associado’ de desenvoivimerto econémico 1.0 sigiticado da crise: © period anterior ao golpe de 1964 Para se entender esta crise, que se intensifica no periodo agora analisado, & preciso recordar slguns acontecimentos do fano anterior (1954), como 0 suieidio a que Getilio Vargas fot levado pelo isolacionismo politico em que ealu, bem como & pu blicagso da carta-testamento, Tais fatos abalaram anasto, che- gando a provocar uma revolts popular. Na area politica isto se traduz em sérios obstéculos as for- sas udenistas que conseguem chegar ao poder nessas circunstin- sia, jd que 0 presidente Café Filho entrega quase todos 08, Iministérios aos elementos deste partido, A prépria viteria do candidato da UDN (Juarez Tévora) nas elegbes que se aproxt ‘mavam nio era garantida, dando margem & tentativa de adislas, (© que no se conscgulu coneretizar. [hs eleigdes sio reaizadas e vence a dupla Juscelino Kubits- chek de Oliveira/Joao Goulart, com 0 programa de fazer o Brasil Drogredir “$0 anos em 5": atacando 0 problema das estradas, ds energia, dos transportes ¢ a construgio de Brasilia, Contaram com 0 apoio de varios setores socials, entre os quals a burguesis Industrial, a burguesia agréria, com sua maquina eleitoral do campo (PSD), o operariado sindicalizado e as forgas nacionalis: tas, reavivadas pela cartatestamento. 138, pds varias tentativas de impedimento da posse, esta foi gar rantida atraves de um golpe liderado pelo general Lott, em no- Yembro de 1988: desttul do poder Carlos Luz, que substtuiu Gale Fitho, deereta 6 "estado de sitio" ¢ fax 0 presidente do Se- fhado (Nereu Ramos) assumir o poder até 31 de janciro de 1956, data da posse. Este curto intervalo entre a morte de Getilio © a posse de “Juscelino fol o bastante para se conseguir # aprovacio da Instr Gio 113 da Sumoc, um dos clementos responsiveis pela aliena- Ho da economia nacional jé que (..) ave dl rcobeca ae eneas estan, intends ster no Bras t commode fvores ambi are tare de 60 lie de orem, agers iden epee, come wos ti Tron so ew octane ines |Apés um ano de governo agitado pelo inconformismo das forgas derrotadas, diante da intengao de executar seu programa de govern, Juseclino, contando com 0 apoio de significativos Sctores da Sociedade brasileira, estabelece uma real lberdade po- Tica (ndo. houve presos politicos no periodo) que, Juntamente com as promessas de melhoria de condicées de vida, resultante da exccucto do programa, obtém um clima de paz social que blerece condigbes de apio. Procurou, por outro lado, infundir um ftimismo ilimitado, uma conflanga nas possibilidades do pats © do povo que *(...) era wma nezacio frontal do complexo de Inferioridade colonial em relagdo particularmente aos povos de grigem anglosax, que eato. gratava no Brasil’ ¢ rodeowse Sun) de uma equipe de técnicos, particularmente de economis- tas Que viera surgindo no Brasil partir da Segunda Guerra ‘Mundial (...)” (Pereira, 1968: 6), o que fez com que pela pri Imeira vez 0 governo federal se transformasse em um instrumen- to deliberada efetivo do desenvolvimento brasileiro _77Néan deste, um outro fator foi responsével pelo desenvolvi- Ante industrial oeorido no perido: © grande fluo de cai tais estrangeiros. Esta intensifcacio na entrada de capitais fot Vista ¢ aceita como necesséria & execucdo do projeto de desen- Yolvimento, diante das resistencias s mudancas na estrutura in emma, As necessidades imediatas de capital eram grandes nfo 36 pela crise econdmica atravessada durante governo anterior. ie come pelo flo de a initia estar passando para a segunia fave do proce de sbsttulgh de inportagtes” que no = faeterave pela isalgso indie de'censumo © sim pela dofte ha prodgSo de equlpamentos, bens de consume di Five reo gil,» coment, Fo coplns ial eleva, ‘Com isso, no transcorrer do governo de Juscelino, ha a ten va de colar @ modelo polico — nacional-dsevolvinen tista—com 0 modelo econdmico — substituigao de importagoes em sua segunda fase, agora contando basicamente com a parti cipacio do capital estrangciro. Com isso o modelo politica trans- formasse apenas num aparato, isto ¢, em aparéncia sem conteiido ‘correspondente, para ser ostentada em atos publicos, 0 contetido nio correspondente se expressa nas caracters: ticas embrionérias de um novo modelo econdmico que vai sendo adotado, 0 predominio tendencial do capital estrangeiro (caracteris tica 1), capital este que passa a ser introduzido também por via direta para controlar agora o setor industrial, determina quatro foutras tendéncias de predominio, quais sejam: da indstria de hens de consumo de luxo (caracteristica 2), principalmente da industria sutomobilistica; da "monopolizacao precoce” da econo: ‘mia do pais (caracteristica 3), uma ver que exte capital entra sob a forma de grandes empresas, pois j existe assim internacional reate, o que leva 4 insolvéncia de pequenas © médias empresas; de intensiticacto do procesto de concentragdo de terras (carac- teristca 4) e do aprofundamento da aluagio bancéria no finan ciamento a eurto prazo, onde as possibilidades de Iucro eram maiores, resultando na formagfo de um capital bancdrio basica- mente especulativo (caracteristia 5) (Campos & Souza, 1981). Desta forma, os anos de 1956 a 1961 consttuiram o period “iureo” do desenvolvimento econémico, aumentando 8 possib lidades de emprego, mas concentrando os lucros marcadamente fem setores minoritarios internos e, mais que tudo, externos, Miu ta coisa, conseqiientemente, nto fol possivel de ser realiznda © € sil conslderar os erros apontados por LeOncio Basbaum: J. inverter a proposigto um pov rico faz wma napa rica". ‘Uma nagéo rica nao faz necessariamente um povo rico. O que bs fo contegido de repel uo esiquacimento dn nasto gu Shears belt moro dominane) Coa © empobrecnest dat nndas populares 2, contundi expnso indus com industrial de serscviments nacional (atop 9 pmo dees Ceetton 5. abordar a reid nordestin (a maior da popula de ta rope foo mal be ade 4 ecltar aexrara eqn ncompate com a exanso indus ¢'o decrvevinato nana (alo aba © mercado ttm exo mantra rsrug 13 da Sumo, pertindo a enteade do calalesrange em conics pleads com serie & cpl acon, que eva 2 una eomeqesic dental ticle burgus Indust (Babee sd 28655 Tata crenata econdmica, com relesos na compose s0- cla police brace pos sak Por spon a as frst {tdhoms eprecentadas Fela UBM pele POD ee wes age tment dos dlomas erento pelo Brel tanto no able tee como encecs proverande nove perio denen se {eaginds rcormulale do modelo en seu speci plies eu Saree epee senda’ vob ene etme sete Sve eaten Snr. sels, o porto ea rencle de tem cone oe vere o's @uelds Toto Coa. (770 aus a ex efretndo, para bo pate ds forts pal ea om Gusto, es 0 de comatlin ce nspeioe Plt © tcontmice do moss: opsnde pes marsenpio da center Scontnca rnudanga an eens pallies opto ro ‘manatee da rena pollca © mudanga na onentglo sce ‘Aopeo fea — deforma meno intenclonal Stl) ot mals imcieinal (Jl Gata), menos rea nls Gear at tmedoy de 168) cu'mats radial (Goulart de meals de 1983 Meo inkl de IM) —fol ade conpatliae, muneado 0 mo thio plc — raion eseeeimenia-"'e dando 't orients scone Para ane, alguna refrmas era ntti, coo were ve Mon Bandi 136 erate muitho de 200.009 poo, arepnesiade peor sndetn ‘rae oransgis para comico de 13 de mara (Je 1964), Goda p= limos = neste Ge mdheay se Coosulgo, qbelegaaya ‘Tero conics sopersdn, nua domme’ Banani adoro sr\imponaies median araée de dest como’ encanperbo da Fe Finaran prt, 0 ibloment doy algote os sive tsoepedos 1 deupeoprag duran hy marge Sos uo Tedonirion © or apse, gue pudenem toearprosavs sees taaprade, Arce ¢-Bo20b, ‘Se premodo tconocsto det Const, smarentm 20 My © fim 5 somolae Yormario«'sidde Prete Popular de sat ‘Seem qos o pce de Republcs rameters a0 Congreno. Neco 1. Relea sad, com emeade 20 ar Contino qe previa ideas pronto abe 2: elorma poli com exteno o dio e voto 20s aaa race de pee. send 2 doin Se que “ar sisne Sve br eee 3 eorma univers, ameprando ple ierdade de eso abo Td wee Je eta 4, Reforma du Consiga dleago de pers faves 20 'S. Conus & vonnde poplar, sans de peice pra 0 eee Erbors see euron teen amcandog do nat dndedhe minor Sion A form egies gues baguette ee, ‘elie e ambiaimete voids 26 und, So tata cee de ‘estar, comitsi soet, um ntromest para smplgto Sore Si nies encase sp demehiemer de wins jee nso (> pas (Bander, 1977. 163. Este programa de reformas democrético-burguesas, como bbem assinala Moniz Bandeira, contava também com 0 apoio de setores mais & esquerda, Setores estes que negavam o modelo fecondmico que ia sendo gestado, ndo em nome de uma compat Bilizagao com © modelo politico do nacional-desenvolvimentismo de bave capitalistae sim em nome de uma compatibilizasio eco: nomico politica de base socialist, 0 movimento de principio de 1964 foi desencadeado pelos ‘grupos que acreditavam na conveniéncia da compatibilizacio, ‘mantendo a orientagio econdmica (com base no capital externo) fe mudando a orientagio politica (abandono do nacionaldesen: volvimentismo em beneficio de um modelo “associado”). a7 0 que se tem a destacar, em sintese, desta, caracterizagio contextual, basica para a compreensio dos acontecimentos edt cacionais, é que durante este periodo (1955-1964) hé 0 aprofun- amento das conseaiiéneias apontadas em capitulo anterior, ou sj, diversficagio das atividades econémicas criando novos em pregos em quantidade e qualidade, manatencio da exploragio da méodeobra como forma de acumulagio; modifica, em parte, a situagdo de.um certo contingente desta mio-deobra (opera. riado urbano), que, pelas poucas vantagens conseguidas e pela nnatureza ¢ localizagao de seu trabalho ([abrica/cidade), conquis ta alguma condigio de manifestacio de seus interesses; amplia- ‘so do setor médio agora integrado no processo de descavolvi- mento. O que se destaca neste perfodo de forma especifica na sociedade brasileira € 0 novo grupo, em formagao desde 1951, Pela Tabela I, fica demonstrado que houve um aumento per centual de quase 40% nas despesas realizadas pela Unio com a educagio e cultura Fica demonstrado, também, que o Ministério da Educagdo e Cultura permanoce em 4° lugar nas prioridades governamentais, prioridade esta que se mantém relativa, porque, como jé fol Imostrado anteriormente, 73,1% (1955) e 76,18 (1965) das dé ‘esas so consumidas por tr dreas (Militares, Fazenda e Obras Publicas) espe ends plas aos « andes ple mnispos composto de dirigentes brasileiros de empresas estrangeiras, en- = entero sealers, advogsos,relagSe publica, cafes Inlrescs coo ou Pat SS ISlimamentericlonses noe dos grapes exceageon) ase de tian tls empress [peeaeee ee eels onl anf am ‘pss tal contextuago,e tendon como fandamento, pasar Peco [ton] Meo ee se4 andlie dos elemenicemediadres na slur ds conte ee er on peo ET sao — quantidade X qualidade — constatada na organizaggo coueee ead ‘Solar rater. passes bar eae a aa aT ects fans Sone Zran[ eros [araa sa ee eel Te sercef eben = oe Sei a aaae ty isa ey RT Aaronbaticn i oa if = Tas pes) foo ay |S) fone a z ae 7 3 Soe oan ~ yur nes 964 pc ie cn nnn sie wt aoe = a Sates ee tt Se =e s a wits sete oa Tags ¢ Regi Tor [a ae | © Estado dedicon uma quantidade percentual maior em Reinier Exon as 3 om 1,1, fazendo com que em 1965 a educacao publica flcasse em Tasah ae scone | “33 — {te fined ca, a - Visio ¢ Ona Pais | Gs} —— to) fe — Fonte: Waite Nacoal de Baits, Ado Bute do Bra, ay XVI, 193 p41 vo 38, 16 pH 138 Os municipios, no entanto, baixaram em 2/6% as dotagoes para a educagio pitblica, 139 ‘A andlice numérica que serd feita a seguir dari uma idéia do que os auumentos percentuais nos recursos financelros, dedi- cados A educacao pela Unido e pelos estados, possbilitaram. 4) Analfabetismo Ansan m ppt de aan sno ¢ mai Eeicsio 7960 17 ‘alate 590 sar Poe ae 6 parandose este dado com o da Tabela IIT, entende-se a seguinte fopiniio, que alerta para a gravidade do problema tii ropa insta. As expan de ear rear des obra acentnmses Qwanlo imple alaeteote id nao bat Seinen seq oerccis » ma de IS minted rales! Or, treo socal, mur mcm de sobre nd. At idee at ‘ete ate mene Week Fito Te ES fe soso ome: Cito doe Kes Fi, A Revie Brave + @ Bran, 197, 2. Pela Tabela II, constatase que, percentualmente, continua hhavendo uma melhora com relsgéo ao problema do’ analfabe- Verifca-se, também, que tal melhora permanece tendo um significado relatvo, em primeiro lugar porque, em mimeros abso- Iutos, os analfabetos atimentaram em 2331074 pessoas e, em segundo, porque a intensidade e regularidade no combate a este problema nao acontecem: a melhora de 11,1% (1950-1960) nio ‘se mantém, De 1960 a 1970 & de apenas 58%. istic de pout ta ple fens ome Gra barns aa eta m0 | % ms Tost Tama Tasos Situtaararbom | s20neni7 | Gs) | saom7e | Gam Ren paomre | se) [Leoni | cao, Fos Ine Nea Ett, Auto Ease de Ba ak 3 Pela Tabela IV, comprova-se que a concentrasio da popula ‘Zo nas zonas urbanas e suburbanas continua, stingindo, no ano de 1970, mais da metade da populagdo (56.0%). Tendo-se em vista que a sociedade urbana ¢ também de base industrial, com- 140 Popes 1 68 Ne | nic See To m away et = ¥-061 0 —[ J + Remade 6 196K Laonasio 4 sr antes Init Nacional be Bani, Arai, Eatin do Bra, a0 X b) Ensino elementar ‘A Tabela V confirma a continuidade da ampliagio da rede escolar tanto quanto ao pessoal docente como # matricula. Na cade de 5545 ela mais do que dobrou Avaliandose tais resultados com o aurilio dos dados da Ta bela VI vése que, apesar de uma melhora de 4.1%, tal ampliagio ainda exige um contingente de professores nionormalistas de mais de 40.0% do total. Quanto & porcentagem de evasio de ali 1 apc m7 ma én nape Bo 320 T Direnia eave mouicla geal « eee + Poo mal a qe 6 ceo fo ato coe mare pra porgue no ont Table V - ros durante o ano letivo, medida pela diferenga entre a matri- fila geral ea efetiva, que desde 1935 vinha se mantendo em tor- no de 15%, em 1968 baixa signficativamente para 8,7%, 0 que indies uma melhora na capacidede de retengao do. aluno na escola. Tal capacidade de retengio nfo chega @ representar uma permanéncia de 9.0% dos matriculados a mais a ponto de con Cluirem o curso. Ela parece significar melhores condigoes de ga- rantir um aumento de escolaridade em um ou dois anos, uma vez que a0 nivel de 4* série ela é de 40% c, de conclusio, de 2,06: Parece que a barreira se coloca agora do 2° para o 3° ano, tuma ver que, dos que cheyam ao 4° ano, 77% so aprovados avo |Reaoat | Mavic | Marte | Pesos! Toro. | ona ecome | Sout | “etna | doce wa | naass | w8.07 | 782.106 | 1 | 100 | 100 toes | naage | aase'so | 2ttesos | ise | 20 | oat Fonte Toto Nacbeal de Faas, Arie Evite wo ral wok 2, provaon 178121 Cad to lotto Nac de Ein, Anus ies Ma ©) Ensino médio Comparandose a matricula geral deste nivel com a do ele mentar, verificase que 0 atendimento ainda ¢ reduzido © a me- Thora é muito vagarosa (7.2% - 1935, 18,28 - 1955, 21,7% - 1968), Pela Tabela VIL, vése que a matricula efetiva quase que tr- plicou, 0 que deve representar um aumento no numero de alu: fos por professor, ja que quanto a0 pessoal docente quase ave dduplicou. A média aluno/professor no easino médio era multo a, sendo de dez alunos em 1936, A evasio durante o ano let vo, que era de9,18%, em 1935, baixa para 186%, em 1965 ae Pest a tea doce ‘el eve Fone tet Nacoal G Evan, Aniro Entiico do Brash vol 2 [A Tabela VIII indica que 0 ensino sceundério, mesmo con- tinuando académico, tradicional, ainda desperta interes, ape sar das transformagses tdenicoindustriais pelas quais passa a sociedade brasileira (73.0% da matricula efetiva do ensino medio corresponde ao ensino secundaria). Isto parece comprovar que, uma fase primeira, 0s novos grupos sociais procuram partici. par da antiga ordem social, para depois pressionar, em termos de uma destruigio e de sua substituigde por uma nova ordem, 4) Ensino superior “TARELA 1x. Fine Ne aul Na To Bes] es | ss Fon: Into Nacional de Exniicn,dnwério Esato do Bras ol 2, 13 Pelos dados da Tabela IX, podese apenas verficar que, quanto a este nivel escolar, houve mals do que duplica de capactdade, tanto no que diz respeito so pessoal docente co. ‘mo 2 matricula efetiva No entanto, a matricula do ensino superior em relagéo & do clementar continua sendo reduzida (1,7%), representando uma tmelhora de spenas 0,2% em relagao a 1955 (1.5%) © que se conelui apés a andlise numérica ¢ que o aumento percentual nos recursos financeiros dedicados & educacdo pela Unido e pelos estados possibilitou apenas uma significativa am pliagSo da rede escolar, Como vem ocorrendo, nao chegot & ser Sufcene para supercio da sletvidade ainda intense que caracteriza a escola brasileira ‘Ao destacer esta insuficiéncia, seria interessante assinalar, também, que os percentuais de despesas com 0 ensino nunca chegaram a atingir aqueles determinados elas Consttulcoes (1984, art. 156, e° 1946, art. 169). Mesmo na area federal, onde (0s indices foram sempre erescentes de 1938 a 1965 (ver Tabelas ido 72 e do 8° periods), nao atinglu o “nunca menos de 10%" estipulads nos artigos cltados, ficando em menos de 5%, em 1935, © 916%, em 1965. Os esiados, que nio deveriam aplicar “menos de 209%", em 1935 aplicaram 15%, caindo nos qlinglé- nos seguintes para, em 1964, chegar a 148%». Com relacto aos ‘municipios, que deveriam aplicar “nunca’ menos de 10%" pela Constituigio de 1934 e, pela de 1946, “nunca menos de 20%", sgastaram 95 (1945), 114 (1955) e 88% (1968). ‘Teoria edscacional Fo dito, no eapitulo anterior, que, em cumprimento a um artigo da Constituiggo de 1946, que determinava ser da compe: téncia da Unio leislar sobre as diretrizes e bases da educagio ‘nacional, a29 de abril de 1947 uma comissto inici os trabalhos para a claboracio de um anteprojeto. Foi dito, também, que a partir dai ¢ apresentado a CAmara Federal 0 projeto (2910-48), ‘que somente treze anos depois desta data (20-12-1961) se trans formaria em lei. Apresentou-se, naguela oportunidade, a prime a fase dos debates a que o projeto deu origem (centraliragio X descentralizagio). 6 Analisarses, agora, a segunda fase, que vai de 1958 2 1961 ‘Um substitutivo ao projeto, que até entdo estava sendo dis- cutide, & apresentado pelo depuiado Carlos Lacerda que, por ser Targamente favoravel aos interesses da escola particular, faz.com que os animos se acendam e que se inicie uma eampanha em Spoia ou contra tal substitutivo, Esta campanha extrapola o pré- prio ambito parlamentar, dela partcipando nio s6 educadores € Gstudantes como diferentes profissionais, inclusive operdtios, través de palestras nas escolas, nas associagSes de classe, no Fidio © publicagées na imprensa Apesar de alguns autores, como M. José G. Werebe, afirma- rom, ja hé algum tempo, que o problema nao esti bem colocado, costumese dizer que a discussio nesta fase foi motivada pelos ‘hoques entre as diversas correntes em defesa dos principios da scola publica ¢ da escola particular Colocar-seo os principais argumentos utiizados pelos gru pos na defesa de seus prineipios. Desta forma, terse caracteri- ado as orientagées tebricas predominantes no pensamento pe. dagégico do periodo, cujo texto legal, apés sua aprovacio, iri retrater Antes, porém; ¢ interessante ressaltar que 0s responsévels pelas escolas particulares leigas nGo elaboraram uma defesa es. Pecifies, limitandose @ apoiar os responsiveis pela escola par- ticular catdlica, uma vez que, desde que os prineipios destes ulti- ‘mos fossem acetos, os beneficlos recairiam sobre todas as orga- nizagoes partieulares Do pouto de vista pedasdsico, 9 lereja Catdlica acusa a ‘escola publica de ter condigtes de desenvolver someate a intel igeneia¢, enquanto ta, nstrul mas ngo educa. Ela nfo tem “wma Fosofia'integral da vida". A resolugao do “problema do homem, das suas origens ¢ dos seus destinos" s6 podera vir através da “solugio religiosa da existéncia humana’. Assim, a escola con fessional seria a nica que teria condigbes de desenvolver a inte ligéncia e formar 0 cardter, ou seja, de educar. Em conseailea- cla. deste racocinio, acusa a escola pblica de desadaptadora dos Individuos as exigéacias da vida coletiva. "E preciso antes for- ‘mar as almas, Onde faltar esta cultura interior que dispoe as ‘onscléncias a qualquer sacrificio no cumprimento fiel dos seus ddoveres, toda a tentativa de harmonizacio entre 0 bem dos indie 45 viduos e o bem das sociedades acha-se de antemio condenada a ‘um malogro irreparivel.” Relacionam © aumento do indice de ‘riminalidade com propagacio da escola publica ednesday: tri ein ee ee ee ee tra mu Br ipa acer Sy Macee da We sae Se oe oo Snare ace reel atom ter Seis eee arena coe ne Sees ae oe eo ee ¢ SET aes ce ee ses on erin tn ‘gui. nso tro neveniade de See eRe cies Sec ee DS AScoSe ot np eects Sores ee Soar Seen’ ts doin eile aia se trie eal pork vor © peo! ‘suborinar © problema pedapsico on don metdon ao problem fiostce SenvtS seers ote Se eee Se ee Saree eee oe ate eee er erates TS 2. Leonel Finca (1931: 9:10, 28). A p17, 0 ator cad ecise: “As Ign evan reads et corre no Ri apr pus bio resi econecendo tinpotiia scene do ening rligam © rl, param ‘tudo que no doera se minsrarae sue exon pobicas ar tit ‘us eas pega” B mat adam 4p. 150 cet: “Que Manet 1 tcs"dor reese € ade ton qe, poo a uon scan i est io coed de parecer ue 50 90 bode fon € ue deve at ermngi res 146, Outro argumento do grupo catdico, 6 mais usado, tna um laspecto juridico, Aceitava set a familia anterior a0 Estado, co tendo a este 0 dever de no violentar a consciéacia do cidadio, ’A eflanga nfo pertence ao Estado, 90s pals, incumbe o dever € assiste 0 direito de Ihe ministrar « educacto, fsica, intelectual, ‘moral ¢ roigiosa a que tem direito inviolivel.” Acusava os de fensores da escola publica de serem socialistas, comunistas tenguanto (al, pertencentes aos “partidos radicais,extremistas da ‘exqucrd, os inimigos de Deus, da Patria e da Familia” (Francs, 1931: 60.1, 72). 0s educadores influenciados pelas "idéias novas” rebattam tal argumento, afirmando que ago cabia nem ao Estado © nem 4 familia determinar desta forma o tipo de formagao do indivi duo, 0 que oF grupos socials deviam proporcionar eram as con digdes para que cada um fosse responsivel pela propria Forma- ‘0, Dai ser a escola publica a mais adequads. Além deste argumento, Florestan Fernandes, abordando a democtatizagio educacional, conelui que no Brasil as eseolas re ligiosas sempre se ditigiram ou se interessaram predominant mente pela educacio de elementos pertencentes a grupos socials privlegiados, contribuindo, desta forma, para a conservacio de {ais privilégios, A democratizacio educacional no Brasil iniciou- Se com a Replica e através da escola publica, sendo esta mais tama razéo pata a defesa deste tipo de escola. O mesmo autor & de opiniao que a interveneio do Estado no ambito da educacéo lapresenta tm saldo positive em todas as sociedades modernas, ‘Outro ponto de controvérsias diz respeito ao financiamento 0 defensores das cseolas particulares defendem a ideia de que o Ertado, a0 invés de criar escolas, deveria financiar as particule res para ue estas se fornassem gratuitas ¢ os pais tivessem di- feito 2 escolha da escola, E por isso que Leonel Franca sfirma: ‘Que faz 9 East Abe ecole ¢ toes impos o nme eda intoparset com a contince deinen fia A eta, 4 toot (rf repnos gue em comegitni Slim origedor nafo ear 1S Sos lion ena ign ipsindor ij imp oun eas WeSth petro evsine e mas ees bin The io poe see nea Ble 3 A isso 08 defensores da escola publica respondem, afirman- do que o real problema dos pais brasileiros ¢ arranjar escola 17 para seus filhos e néo escolher entre as que existem, As familias ‘que tm a preocupaco de que seus filhos estudem em tal ou qual escola sio uma minoria e socialmente bem colocados, po. ddendo pagar por tal prvilégi. © sistema de concessio de bolsas de estudo para a escola particular em termos de pagamento de anuidade, pretendida no texto do projeto substtutive, ¢ Inefieaz, segundo os defensores da escola publica, representando, na realidade, uma descapital- ‘zagio do Estado em favor de grupos, A permanéncia de boa parte dos alunos na escola nao é garantida somente com tal pagamen- to, jd que as familias pobres, que slo a maioria, necessitam da ajuda financeira dos filhos. Assim, se o Estado estivesse inte- ressado em resolver 0 problema, além da anuidade deveria for. necet uma ajuda de custo a familia. Num pais com deficiencia, econdmiea como o Brasil seria mais légico que o montante pago fem anuidades fosse aplicado em escolas piblicas, cujo patrim> hio eontinuaria sendo do Estado, 4024 Gina andlise Jia Lei de Diretrizes © Bases da Edu o Nacional (Lei n-C6}24/61), em eapecial no capitulo sobre Zs fnalidades da educasso evans 3 adntir um predominio do ‘gue € chamado de concepeio "humanisa” moderna. Concepeso sta hegeménia entre as correntes que defendiam escola po. bic, Sobre a concepedo “humanista” tradicional vertente rel om dominant no rupo ctslco que defenda 8 esol pa ticular Agora, se passarmos da andlise do texto para sua anélise contextualizada, encontramos alguns fortes indicadores da inten sidade da influéncia do "humanismo" tradicional — vertente religioss. Uma intensidade, em eorta medida, mais forte no re- sultado (texto legal) que na campanha, ou seja, no processo de discussfo da questo da educagio no seio da sociedade. ais indicadores sugerom que a correlagdo de forgas expres: sa no poder legislativo era mais conservadora (para reaciondria) que aquela que se expressava através dos diferentes movimen- tos sociais. Podemos encontrar os indicadores referidos também 3, Tl htc & delenit por Derneval Svan em capo doe vgusinde por Menses (198) we | | | | | | nas palavras de Joao Eduardo R. Villalobos, que poderia ser con: Siderado como representante do “humanismo” tradicional — ver ees. ‘Aicma le que a lei aT manese em vets eens Mon, ei 80 okt prin ¢ 2° rau. Ele demonstra, no etanto, que tal conclusao s6 pode ser for smulada quando nio nos deixames iludir (ow confundir) pelo aparente, sto é pelo que esta deciarado no capitulo dos objeti- Vos gerais e especificos de cada grau de ensing (objetivos pro- clamadas). Indo em busca dos ebjtines cen’ tale dt dos bjetios que “ie of os sncrens {orogens den ston peace em que elaraments Ssempeahdn 2 socedae nim. + miso hgulo que a et bie fo reer ou moter (1-7 Nese gun obj fis pose Scefsrarse somo conrisgtes pari dor jeter prokimor nn Eis oc eee pocanseeeoden 8 masa oe” von TO. a Impressio de que a inspiracio da Lei n 5692/71 & de base liberal (humanista moderna), causada pelo exame dos obje- tivos proclamados, passase & conclusso de que a inspiracio € fem slkima instancia de base tecnicista, quando do exame dos objetivos reais, orientads por uma compreenséo sobre 0 com texto no boje do qual a lei fol projetada © aprovada Ele demonstra, no entanto, que tal conclusto s6 pode ser for Revelase assim a énfase na quantidade e nio na qualidade nos métodos (técnicas) nfo nos fins (ideals), na adaptagio €-no na autonomia, nas necessidades socials e no nas aspira. 8es individuais, na formacto profissional em detrimento da cul Tura geral 10 ‘acoso conetngn,& ntreomplenentridae © Pio {Sie emits oy sprontants de toy, £ ainda Cunha, na obra citada anteriormente, que aponta para um outro fato, 0 de como a ampliagao de quatro para oito ‘anos de tempo de’escolaridede obrigatoria esta também rela: ionado ao discurso do Brasil-poténcia. Isto porque, para tanto, no s6 o analfabetismo era um obstaculo, mas também a baixa média de escolaridade, ou seja, de permanéncia na escola. Era necessirio, conseqlentemente, aos governos que se iim poem com 0 golpe de 1964, no minimo proclamar a intencio, ‘Aqui também 0 proclamado parece mais, tim mascaramento das intengdes reais, Ja que a intengio de tornar realidade a obriga- toriedade de quatro anos, ha muito proclamada e nunes cumpri- ds, se configuraria melhor, a nosso ver, como intensio de cot ‘eretizacao parcial de objetivos proclamados, m Conclusdo A andlise feita sobre as caracteristicas da organizacio esco- lar brasileira torna possvel algumas conclusdes a respeito das raises mals profundas das causas pelas quais tem se revelado, ‘endo impossvel, pelo menos muito dificil o encaminhamento ‘minimamente ratifatcrio dos problemas centrals apresentados pela organizagio escola. CConstatase com certa facilidade que, apés 0 advento da Re pdblica, a cada década vai aumentando a pressio de signficat vos setores da populacko brasileira no sentido do ingresso © ppermanéncia na escola. Esta pressao tem origem, num primeiro momento, mais nos setores médios, mas vai se intensificando com a presensa de setores populares propriamente ditos. ‘Ao procurar explcar os fatores que levam a esta busea ge- neralizada pela escola e a sua conseqlente ampliagso — & certo ‘que irregular, mas sempre presente em alguma medida — das ‘ue iregular, mas sempre presente em alguma medida — das uni- dades escolares, da matricula e do almero de professores, encom ‘ramos o fendmeno da urbanizagdo, que se acclera cada vez mais ‘partir do final do século XIX, constituindo uma base social hecessaria a uma sociedade que, tornada nacio, ainda que de- pendente! no inicio do século XIX (1822), tem que assumir as 7, “Ald que dependent” pois come stbenceo Brus sl condo de celia de Portas! peu a de mio neolonl Spensnte tng, Qe ‘ipa, etn com «Faas Meptonn 0 stems cps mon m responsabilidades dos aspectos internos das atividades de co- ‘mereializagao das mercadorias produzidas para o mercado exter ro. Sociedade que, a partir das primeiras décadas do século XX, ‘passa a desenvolver também uma base industrial, para substi: Tur as importagies de produtos simples a serem comercializa- dos internamente 0 fendmeno da urbanizacio, como foi visto, é basicamente produto da necessidade de adaptagio da sociedade brasileira 40s interesses do regime capltalista internacional, nesse momien- to entrando em sua fase imperialist (monopolista) Estas transformagées econémicas provocam 0 aparecimento de “novas" foreas socials, como a fragso “moderna” da classe inante proprictaria de terra — os "bardes do café” —, tam: bem chamada de burguesiaagréria e urbana, bem como a ampl gio © a diversifieagio dos setores médios. “Novas” Forgas que Se organizam e se articulam provocando mudancas a nivel pol tico, isto ¢, levando a alteracZo do regime monarquico de gover no, para o republicano. Neste processo de passayem, que se da no final do séewlo XIX, de um lado, o trabalhador deixa juridicamente de ser es ‘eravo e passa a ser assalariado; de outro, todos os membros da sociedade brasileira deixam de ser siditos para serem efetiva fou potencialmente cidadsos. Defendese, e portanto difundese, um ideério de exercicio de cidadania onde a instrugso (a alfabetizacio e a escolarizagko regular) passa a ser entendida como de dever do Estado, agora republicano CConstituise, assim, um outro fator de pressto no sentido da ampliagdo da rede escolar, fator este de natureza politica — 0 idedrio republicano —, mas, como a urbanizacio, também pro- duto das alteragdes na base econdmiea da sociedade, 0 idedrio republicano, como se viu, tem poueas chances de se realizar historicamente diante dos limites representados pelo nicrompimento das relagdes de dependéncia com o capitalism Interacional, bem como pela manutengio do latifndio © da monocultura, e pela implantacko de uma industralizagso que, {até 0s anos 40, se desenvolve mais em razio de espacos deixados mm pela crise porque pation os patses capitalists hegeménicos € [io proprinmente em rarto de forges cai interas nea inte tesa tec se sido vitorieae um Gonfronto drto com a5 forgan externas Come haviase chgado a0 século XIX como uma nasto de scponds ise chee stulo XX famberm como tu Rep biea de sogunda ls E, pols, neste cantexto de presses sociais © poiticas de di- terentes origens, surgidas dentro de limites Bastante marcados, {que acontece uma signficativa alteragéo, mais de ordem quantic fativa que qualitative, na organizagio escolar brasileir Mais de ordem quantitativa porque é uma ampliagio, como se viu, que mantém, © de forma agucada, ou seja, agravads, 05 problemas {é tradicionais, visto que até hoje & impossivel aten fer & toda populagso em idade escolar; sio altos os indices de repeténcia ¢ de evasdo, Uma ampliagio que, se de um lado, com (0 atumento da populagio, representa em nimeros absolutos © atendimento de tm maior numero de pessoas, de outro, repre- Senta, também em nimeras absolutos, mals gente sendo repro- ‘ada, expulsa da escola logo apés a entrada ‘io resultados que evidenciam quio pouco se conseguiu — nos limites econdmico-ociais apontadlos em que vem acontecen ddo um processo mais de adaplacio da socicdade brasileira a0 Adesenvolvimento capitalists internacional do que de desenvolvi ‘mento propriamente dito — no sentido de alterar expressivamen- te as condigies de vida da maioria da populagio, para que ela poses sustentar seus filhos na escola, asim como no de mudar Sigificativamente os requisits imprescindiveis @ uma reorgani- ‘agio estrutural do aparato escolar, a fim de que em seu interior ‘desenvolvame stividades necessérias a essa mesma populagio, Afirmei que, mesmo asim, al ampliagio foi significativa, uma ver que nao se resolvem as questbes de qualidade sem se resolverem as de quantidade. E mais, € forvandose pela quan- fidade que se provoca, pelo agravamento dos problemas, 0 es forgo coletivo necessirio & solugso dos problemas. [Em outras palavras, no € deixando grandes parcelas da populagdo em idade escolar fora da escola que se vai descobrir (© modelo escolar que vird atender as nocessidades relativas & fducacio escolarizada de toda a populacio ¢ nfo apenas de pe quenos grupos. E ltando para que todos ingressem e permane- ‘gam na escola, € lutando, portanto, para que os obstaculos esco- Tares'e sociais mais gerais que dificultam ou impossibilitar tal ingresso e permanéncia deixem de existir, que sera possvel cons ‘ruir uma organizacao escolar de qualidade. A andlise de dois dos elementos mediadores necessirios & consirusao de tal organizacao escolar — os recursos financeltos ©-8 orientacao teoricorpedagogica (teoria educacional) —, apon- ta na direcio de que a ralz de todos os obsticulos encontrase nna submisséo da sociedade brasileira aos interesses do capita lismo internacional. Esta submmissio beneficia uma parcela mi 'o reduzida da populacdo brasileira, mas mesmo assim é uma parcela sempre frigil diante da parcela internacional, hoje sob a hegemonia da burguesia monopolsta. Nao atentar para Isto ¢, a nosso ver, tomar efeitos desta causa como se fossem as propriss eausas; & dar a0s efeitos, que cettamente estio a exigir uma ateneio especfica, uma dimensso ‘maior e, purtanto,falseada; ¢, a0 nlo atacar a causa e sim seus efeitos, atuar no séntido de mantéls, de conssgréla, voluntaria fu involuntariamente (¢ isto ndo muds o resultado). [A chamada insuficigneia de recursos finaneciros para satie- fazer a5 necessidades relativas a0 atendimento adequado da po- pulagio em idade escolar e daquela que em idade escolar nto {oj atendida nio decorre fundamentalmente da amplitude de tais necessidades e sim de wma estrutura econtmica consirulda para produsir a concentragdo de tais recursos em mos de minorias Internas ¢, acima de tudo, externas & socledade brasileira (bur sucsia manopolisa). Portanto, os recursos existem:; sio produzidos pelo trabalho da maioria, sé que ndo sto distribuidos em beneficio de todos, Diante de tal realidade ¢ preciso que se entenda que esta estrutura que produz tal concentragao capitalista ¢ ela mesma produto que historleamente foi construida em substituigio. a fstruturas anteriores que produziam a concentragio sob outras condigies, Um produto historico que, a partir de determinado momento, possivel e necessirio que venha a ser substituldo por outro, isto ¢, por uma estrutura econémicopolitica que produza « disteibuigio (socializagao) segundo os interesses da Palavras tnas| pin cts entidon sobre a stra da construe socal da organizagao escolar brasileira ata, a conclasto fundamental fue chego, em sintese, a de que aqules (educadoresescolares undo) que estiverem realmente preocupados com os resulta dos apresentados por tal organizagdo ampliada, vale dizer, preo. ‘pads 2 ponto de nfo. conseguir mais conviver com cles sem sfetivamente se engajarem no processo arduo, longo e ate arrscado, é certo, que leve as solugbes adequads & nossa epoca © portanto, adequadss tanto quanttativamente quanto qualia tivamente sos inteesses populares, acabario pot 1) sentirem a necessidade de uma compreensto no apenas dos efeitos, mas das eausas e da causa mais fundamental de tais problemas; ) interessaremse © esforgaremse por compreender a di- rmensio historiea da origem e desenvolvimento de tals problemas; © concluiem comigo que as solugdes adequadas dos pro bea enfrentados na educagio escolar exigem uma compreen So rigorosa de sua raiz econémica, bem como uma reago cole tiva organzada com vistas h destruigio de um tipo de estratura conémics, politica socal, vle dae, de socedade, 8 cons trugio de um novo tipo; reagio esta que € expresso de um com. roma police commie coms preocparer etac- oes ‘Sao Paulo, setembro de 1986, 176 — Bibliografia ALMEIDA, Feetpdo H. 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