Aula Psicologia 1

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‘A UTILIZACKO DE ATIVIDADES EXPRESSIVAS COMO RECURSO TERAPEUTICO EM_UM GRUPO DE Vania Aparecida Gurian** Resumo: © trabalho refere-se @ utilizagdo de ativi- dades expressivas como recuxse terapgutico junto a uum grupo de clientes da Unido Brasileira Israelita do Bom Estar Social (UNIBES), portadores de miLti- plas deficiéncias. A autora pretende ressaltar o valor da ati- vidade tanto para o grupo como para cada cliente, na perspectiva da Terapia Ocupacional. T. A terapia ocupacional como meio facilitador do processo de desenvolvimento humano Em todo ser humano existe um proceso natu- ral e permanente de desenvolvimento onde o indivi- ™ Trabalho desenvolvido junto 4 instituicio: Unido See rereel teed bem Setar Sacial WATS), no periodo de fevereiro a junho de 1991, super- 7 ie aa ota seeapaicat onspscienaly or vneene updo. apr inty da nespe, snes sfasedoy Often agae See iolbreese Be Graduanda do, 89 per {gio do Curso de Terapia Ocu- Pacional da Universidade Federal ge sao Carlos. a duo estd em busca de sua auto-realizagéo, autono~ nia e@ ajustamento, Quando estes resultados nio sio alcancados & porque alguma barreira impediu e/ou esta impedindo tal proceso. A vide & forca positiva que constréi o in Gividuo, Todos os recursos de que alguém precisa para 0 seu desenvolvimento encontran-se nas expe rigncias que a vida oferece. Nem sempre essas ex- perigncias sio vividas ou possibilitadas ao indi- viduo a0 longo de seu desenvolvimento. & entio que © profissional terapeuta ocupacional, através de varios recursos dentre eles as atividades expres~ sivas, pode proporcionar e criar condigées favor: veis para que 0 individuo "Liberte" o seu desen- volvinente, iste é, identifigue e retire os obst: culos que Ihe estéo impedindo 0 crescimento, ben como experencie novas situagdes de vida. Un dos neios que o terapeuta dispée para que © individuo "construa seu processo de vida é © enfoque ndo diretive de uso das atividades, pre- tendendo oferecer ao individue oportunidades para se conhecer cono realnente , com limitacdes, ou nio,en suas habilidades e potencialidades. Nesta perspectiva o terapeuta ocupacional promove situa- ses em que o individuo possa moldar-se ao seu mo- do proprio de vida ¢ nele se inserir, afim de uti- lizar os recursos pessoais que as experiéncias ihe oferecem, para transformagées construtivas de ati- tudes © comportamento. © ajustanento do individuo ao seu mundo "bio-psico-social" nie ee faz pela mudanga do am- biente em que vive, mas pela mudanca que se opexa no préprio individuo, ou seja, na percepedo que ele tem de sie do ambiente. mudada a percepedo ou o Andividuo se adapta ac ambiente tal como ele o en- contra, ou entdo, descobre modes e meios de mudar © ambiente © a si mesmo naguile que é importante pa- rao seu ajustanento. # através do uso de ativida- des @ atitudes que a terapia ocupaeional possibi- litara as experigneias e descobertas daquilo que é importante para o individuo. B neste processo de auto-identificar-se ¢ de descobrir-se que o individue se faze se refaz constantemente em busca do que deseja e necesita. Nesta perspectiva é necessario permitir que o in- dividuo escolha qual atividade deseja fazer e co= mo, ficando 0 terapeuta ocupacional no papel de me- diador, estruturando © dirigindo a atividade ape- nas quando se fizer necessirio. Através do fazer, os seres humanos entran em determinadas relagdes consigo mesmo e com as coi- sas que o cercam. 0 mundo humano é formado dessa rede de relacdes: homem X honem X objetos, forman= do-se grupos. Segundo Pichon, “todo conjunto Ge pessoas, Ligadas entre si por constantes de tempo e de es~ pago e articuladas por sua mitua representacio in- terna, se coloca explicita ou implicitamente una tarefa, que conatitui sua finalidade. Podenos ai- zor entdo que estrutura, fungio, coesio e finali~ dade, junto com um nimero determinado de integran- tes, configuran a situacio grupal que tem seu mom delo natural" no grupo familiar.) “A fungie essencial de un grupo operativo & de aprender a pensar... A tarefa pode ser a apren- dizagem, a cura, 0 Giagndstico de dificuldades de wna organizagio de trabalhos, ete. Debaixo desta tarefa explicita subsiste outra implicit que aponta a ruptura de condutas esteriotipadas que 4ificultam a aprendizagen © a comunicacio, ¢ que podem funcionar cono obstéculo frente 4 una situa c&o de mudanca".” Quando se fala en mudanca, pode~se associar a rupturas e construcdes, e para isso trabalh: com processos de oseilagSes pessoais e/ou grupais, afin de se estruturar, chegar a um ponto de equi- 1ibrio pessoal e/ou grupal. Nessa busca pode-se trabalhar © grupo sob dois aspectos, segundo Pichon, © de verticalidade que estaria ligado 3 histéria 1. BAREMBLITT, Grupos, Teoria e Técnica , p. 21. 2. Idem, p. 93. pessoal do individuo, e 0 de horizontalidade, ao processo atual gue ocorre ne agui e agora com a to talidade dos membros do grupo. Busea-se a auto-realizagdo, autonomia, 0 ajustamento consigo mesmo ¢ com 0 grupo social. For- tanto & possivel trabalhar um grupo heterogGneo de pessoas, isto é, com caracteristicas individuais aparentemente tio préprias de cada um. & possivel reunir essas pessoas em um espago-tempo e traba- Inar com 0 recurso "atividades expressivas" pro poreionando a cada um que se construa a partir de identidades e diferencas, experiéneias concretas © possibilidades. 0 grupo se constréi a partir dos procesgos individuais, focalizando os processos da vida cultural, social e polftico de cada ser hu- mano. IT. Sobre © Grupo Teata-se do "Grupo Shalom, cujo nome de origem hebrdica significa PAZ. Estd inserido den- tro dos progranas existentes na instituicio UNIBES. 0 objetivo é prestar assisténcia social aos ind: viduos da comunidade juddica. Este grupo “nasceu" hé quinze anos, com 0 propésito de se criar um espaco onde as pessoas pu- dessen se reunix e se ocupar de alguna forme, afin de evitar a ociosidade em suas casas. Durante sete anos foi coordenado por voluntérias da institui- so. Foi também a porta de entrada para o profis- sional terapeuta ccupacional nesta —_instituicio, diante da necessidade de se ter um profiesional qualificado para coordenar 0 grupo e que viesse a dar um novo sentido para o espaco-tempo "ocupados" pelo mesmo. Este profissional deveria identificar as necessidades e interesses individuais e grupais através de atividades, Atualmente 0 grupo & composto por quinze clientes, masculinos e femininos. Além dos clien- tos, participam trés voluntarias que atuan como. auxiliares de terapia ocupacional, uma professora de misica (uma vez por semana), a profissional te— rapeuta ocupacional e atualnente uma estagiéria de terapia ocupacional. © grupo acontece duas vezes. por semana com duracio de duas horas e neia a trés horas por encontro. A faixa etaria e demais caracteristicas in= dividuais dos clientes si Pode-se Gizer que se tem um leque de miltiplas ca~ racteristicas: faixa etiria de 22.475 anos, bem cono pessoas com distirbios, tanto os considerados muito diversificadas. orginicos com suas sequelas e limitacées, tanto aqueles considerados peico-sociais. Porém, em meio diversidade, existe um ponto que os une: a busca de preencher um "buraco" que existe em cada wm. "Falta alguna coisa...", dizia um dos clientes em meios & uma discussio. Mo entanto essa "falta", esse “buraco", tao Presente em cada cliente, aparece sob formas diver sificadas e prdprias. Concretamente 0 que se vé sto “faltas" de vivéncias, ae experigncias, de possibi lidades, de afeto, de expresso, que transparecen na maioria das vezes durante a atividade, através do FAZER. Parece-nos que a necessidade de se ocu- par, de fazer algo, 4 busca de preencher esse “buraco", que durante 0 desenvolvimento de cada un ficou "faltando". III. Caracteristicas dos clientes A. Clientes Masculinos Quadro I - identificacdo. ioe Tanck ism Givi cn lw Telnicte Soleetre Ye 1st etndets Soteetrs ce. [a 7 Soleetre = velo pare a Quadro IT - Condicdes Sociais woe [ma Ow | Simo PORTA aris er] Me | etme” | SREESGS Se’ tataze vers | ne | eet agae on : ese, | corime | MEAG RIEI | actatace (auninnte io eneree cu | Ge dee | Bethe uae de ste | Nethon abe. Quadro III - Condicées Clinicas ian, | ONOTSTG FRSA TESTOR CLENTERT hoe 7 ‘axial, TERAPEVIECA liarentesence Toma esteseteo | | a [ESERIES fog = Tat, em howpical petqaisericoy ae 1 [awccorarent lsersiger ae" reabeiteagas | ee, fawvic. — [Segpetae 4 Mestoare [ostaow « prottsaio ee [arcs [nia teve : ae pape (es ee eee 10-

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