56 - PDFsam - Teologia Concisa - Sabedoria

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SABEDORIA A DUPLA VONTADE DE DEUS E UMA Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder. DANIEL 2.20 Sabedoria na Escritura significa escolher o fim melhor e mais nobre a que visamos, servindo-nos dos meios mais apropriados e¢ efetivos para isso, A sabedoria humana é exposta nos livros da Sabedoria do Velho Testamento (J6, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Canticos de Salomio, mostrando-nos como sofrer, orar, viver, desfrutar e amar, respectivamente) ¢ na carta de Tiago (recomendando uma consistente conduta crista): isto significa desenvolver o “temor” de Deus — ou seja, culto € servico reverente a Ele — © propésito do homem (Py 1.7; 9.10; Ec 12.13), e cultivar a prudéncia, constancia, paciéncia e zelo, como meios de alcanca-la. A sabedoria de Deus é vista nas suas obras da criagdo, preservacdo e redencao: é sua escolha para sua prépria gloria como alvo (SI 46.10; Is 42.8; 48.11), e sua deci- sao de alcangé-la, primeiro pela criagao de uma variedade maravilhosa de coisas e pessoas (SI 104.24; Pv 3.19,20), segundo, por suas bondosas providéncias de toda sorte (Sl 145.13-16; At 14.17), e terceiro, pela “sabedoria” redentora do “Cristo crucificado” (1 Co 1.18-2.16), bem como pela igreja universal resultante (Ef 3.10). A operacao da sabedoria de Deus envolve a expressao de sua vontade em ambos os sentidos que essa frase contém. No primeiro ¢ fundamental sentido, a vontade de Deus é sua 46 decisao, ou decreto, acerca do que aconteceré — “seu eterno propésito, de acordo com o conselho de sua vontade, pelo qual, para a sua propria gloria, ele predestinou tudo quanto sucede” (Catecismo Menor de Westminster, Pergunta 7). Esta € a vontade de Deus sobre os eventos, referida em Efésios 1.11. No segundo e secundario sentido, a vontade de Deus é sua ordem, isto é, sua instrucdo, dada na Escritura, de como as pessoas devem e nao devem conduzirse: é algumas vezes chamada sua vontade de preceito (ver Rm 12.2; Ef 5.17; C1 1.9; 1 Ts 4.3-6). Algumas dessas exigéncias tém rafzes em seu carater santo, que nos cumpre imitar: como sAo os principios do Decalogo e dos dois grandes mandamentos (Ex 20.1-17; Mt 22.37-40; cf. Ef 4.32-5.2). Algumas de suas exigéncias emanam simplesmente da divina instituigdo: como sao a circuncisao e as leis sacrificiais e purificadoras do Velho Testamento, e como sao o batismo e a Ceia do Senhor em nossos dias. Todas, porém, obrigam igualmente a consciéncia, e o plano de Deus para os eventos ja inclui as “boas obras” de obediéncia que os que créem realizarao (Ef 2.10). E as vezes dificil acreditar que a penosa obediéncia, que nos coloca em desvantagem no mundo (como a obediéncia leal a Deus comumente faz), seja parte de um plano predestinado a promover tanto a gloria de Deus como nosso proprio bem (Rm 8.28). Porém, temos de glorificar a Deus crendo que assim é, € que um dia veremos como sera; porquanto sua sabedoria é suprema e infalivel. Uma das formas em que Deus realiza a sua vontade de eventos, ou decretos, € tornando conhecida a sua vontade de preceitos, sua instrugdo, e admi- nistrando a resposta de livre arbitrio a ela, mesmo quando essa resposta do homem for de incredulidade e desobedién- cia. Paulo ilustra isto quando diz aos Romanos que a descren- ¢a de Israel tem seu lugar no plano de Deus para o progresso do evangelho (Rm 11.11-15,25-32): uma compreensao que induz ao clamor: “O profundidade da riqueza... da sabedoria... de Deus! ... A ele, pois, a gloria eternamente. Amém” (wv. 33,36). Seja este também nosso clamor. 47

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