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Atuação Profissional Dos Egressos Da Licenciatura em Música Da UERN
Atuação Profissional Dos Egressos Da Licenciatura em Música Da UERN
Atuação Profissional Dos Egressos Da Licenciatura em Música Da UERN
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RESUMO
ABSTRACT
This research paper approaches the professional work of the egressed students from
the Licenciatura (teaching credentials) Degree in Music of the Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte - UERN (University of the State of Rio Grande
do Norte) from the years of 2008 to 2015. It aims to investigate the
characteristics of personal identification, professional work and situation,
academic preparation and expectations in regards to the institution. In order to
obtain the data, a questionnaire was conducted with the egressed students from
UERN’s music course through the arrangement of a list of the alumnus. The
survey was composed of 31 questions approaching the professional areas
engaged by the graduates, such as professional performance, academic training,
pedagogical practices and methodologies, and the contributing opportunities
created by the music course. The results obtained corresponds to a sample of
92.8% of 84 egressed students from the course at UERN during the years of 2008
to 2015. The findings show a predominance of male individuals. The
geographical scope of the course goes beyond the western region of the state of Rio
Grande do Norte, besides the presence of students from the state of Ceará. As
pertaining to the professional field, the egressed students indicated as the most
promising areas: the primary and secondary schools, music schools, Non-
Governmental Organizations (NGOs), music bands and colleges. Less than half of
the sample (40%) obtained a graduate degree, 26% were students in a graduate
program, and 85% had plans for a graduate program, thus it shows the necessity of a
continuing academic training for these college graduates.The graduates consider
pedagogical knowledge as most important for the professional field in detriment to
instrumental and technical knowledge. It was also possible to notice that the
egressed students from UERN’s music course prefer to work in primary and
secondary schools, in spite of the lack of interest by graduates from music courses in
Brazil. Through this research, we can demonstrate the return in regards to the
investments and time spent by these individuals for their academic training. The
research will also contribute in a certain way for us to evaluate necessary methods
for a more contextualized structuration in regards to the professional field of work for
graduates of the Licenciatura degree in music from UERN.
KEY WORDS: graduates, music degree, professional work.
-8-
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... - 11 -
3. O CAMPO DA PESQUISA............................................................................... - 28 -
REFERÊNCIAS .................................................................................................... - 57 -
- 10 -
INTRODUÇÃO
2. REVISÃO DE LITERATURA
Dazzani e Lordelo (2012) trazem em seu texto a importância dos estudos com
egressos como uma forma de avaliar programas ou instituições. Chelimsky (2009
apud DAZZANI E LORDELO, 2012) ressalta a importância desse tipo de pesquisa
por se tratar de uma forma de investigar se o investimento feito valeu a pena. Nessa
perspectiva é possível que esta pesquisa possa servir como uma forma de avaliar o
curso de música da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Concordamos
com Chelimsky quando este se preocupa com os investimentos públicos, para ele:
Freire (2001, p.14 apud GROSSI, 2003 p.88) destacou “teatros, igrejas,
estúdios de gravação, escolas de música, academias de dança, escolas de samba,
bumbódromos, estádios, danceterias, boates e ruas” como os espaços com maior
demanda de profissionais que trabalham com música. Destaca ainda que os locais
de atuação desses profissionais vão além de instituições regulares de ensino e que
é necessária uma capacitação para uma melhor atuação nesses espaços.
Como mostra a pesquisa relatada em seu artigo, Penna (2002) mostra que o
número de formados na área específica de música é reduzido em relação a outras
áreas como, por exemplo, artes plásticas, o que dificulta ainda mais a afirmação da
música nas escolas básicas. Se o número de formados já é pouco e esse número
foge das escolas de ensino básico, realmente é necessário que a área se mobilize
para tentar mudar essa situação.
culpa entre instituição (escola) e a própria área da educação musical. Sobre isso ela
faz a seguinte pergunta: “até que ponto a reduzida presença da música na educação
básica não reflete o fato de que a educação musical reluta em reconhecer a escola
regular de ensino fundamental como um espaço de trabalho seu?” (PENNA, 2002,
p.17).
Dentro do ensino nas escolas básicas a música está localizada nos conteúdos
do componente curricular arte, sendo uma das quatro modalidades artísticas que
devem ser trabalhadas dentro do campo. Com a lei 11.769/2008 o ensino de música
torna-se obrigatório no componente Arte. Devido as condições de trabalho
inadequadas e a falta de profissionais com formação na área, o ensino de música
muitas vezes fica submetido a um profissional não habilitado a trabalhar com
música.
Até aqui vemos que existiu um avanço, em 2002, Penna destacava que para
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Porém esse momento de transição pode ter sido barrado pela a provação de
uma nova lei, a 13.278/2016, por trazer à tona novamente a questão da polivalência
do professor de arte. Para Oliveira e Souza (2015) que investigaram egressos do
curso de música da Universidade Estadual de Maringá – UEM licenciado em música
não é preparado para a polivalência:
mercado de trabalho, o campo para licenciados é bem mais amplo, e isso acaba
levando muitos bacharéis a ingressarem na licenciatura.
Cereser (2007) coloca ainda que alguns alunos entrevistados defendiam que
existisse um equilíbrio onde o Bacharel visse mais didática e o Licenciado mais
técnica instrumental, fazendo assim com que ambos saíssem preparados para o
mercado de trabalho. Vemos que se isso acontecer não teria porque manter então
duas titulações diferentes, Bacharel e Licenciado, já que em ambos os cursos os
alunos receberiam a mesma formação.
A pesquisa realizada por Almeida e Silva (2013) teve como objetivo investigar
o perfil dos alunos egressos do curso de licenciatura em música da UFPE, e foi
realizada com cinco egressos com tempos de trabalho diferentes para abranger
todas as fases da vida profissional mencionadas por Huberman (2007 apud Almeida
e Silva 2013, p.42) quando relaciona a vida profissional com o ciclo da vida humana,
ele divide então da seguinte forma: 1) Estabilização, que são os seis primeiros anos
de vida profissional onde o professor começa a sentir uma autonomia em sala de
aula e passa a se sentir parte de um corpo profissional; 2) Diversificação, dos sete
aos vinte e cinco anos de profissão, é quando o professor se lança em novas
experiências, buscando novas metodologias, novo material didático, é o período das
experiências; 3) Pôr-se em questão, vinte e cinco aos trinta e cinco anos de
profissão, período de crise profissional, serenidade e distanciamento afetivo; 4)
Desinvestimento, trinta e cinco a quarenta anos de profissão, período destinado a
fase final da carreira.
curso e pretendia fazer um Mestrado. Isso é importante porque nos mostra que a
idade do indivíduo e o tempo de trabalho influenciam muito no quesito de formação
continuada, na procura de renovação, os anos de trabalho e o cansaço acumulado
com eles podem desestimular os professores a estarem se renovando como
profissionais.
Entende-se assim que o aluno que estuda e trabalha ao mesmo tempo está
recebendo duas formações concomitantemente, uma baseada na teoria e outra na
prática. Essa situação pode ter seus pontos positivos e negativos, uma das
vantagens em estudar e trabalhar ao mesmo tempo é que assim o aluno tem a
oportunidade de colocar em prática o que aprende no curso mais cedo do que
aqueles que só estudam. Uma desvantagem é o pouco tempo que sobra para o
aluno dedicar-se ao curso deixando de aproveitar melhor esse momento de
formação, tendo que se dedicar ao trabalho o aluno deixa, por falta de tempo, de
participar de projetos e programas extra aulas que complementam a formação de
qualquer estudante.
devido a isso ainda jovens obtêm um nível no qual já é possível repassar o que
aprendeu para outras pessoas não sendo necessário uma formação acadêmica para
que isso aconteça, como diz Morato (2009, p.45) “ Numa profissão valorizada e
legitimada pelo saber fazer, o professor é reconhecido pelas habilidades que
domina, as quais crê-se poder ser ensinadas”.
3. O CAMPO DA PESQUISA
1° Período
Componente curricular CH
Fundamentos da língua inglesa 60h
Instrumento Harmônico I 30h
Seminário em acompanhamento instrumental 30h
Introdução a Universidade e Curso 30h
Língua portuguesa instrumental 60h
Metodologia do Trabalho científico 60h
Técnica Vocal I 30h
Teoria e percepção musical I 60h
2° Período
História da Arte 30h
Instrumento Harmônico II 30h
Seminário em percepção 30h
Introdução a antropologia 60h
Prática Coral I 30h
Prática instrumental I 30h
Teoria e percepção musical II 60h
Seminários em psicologia da educação musical 30h
Optativa I 30h
3° Período
História da Música I 90h
Introdução a Etnomusicologia 30h
Língua brasileira de sinais 60h
Psicopedagogia 60h
Prática Coral II 60h
Prática instrumental II 30h
Teoria e percepção musical III 60h
4° Período
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Nos dias atuais, o corpo docente é formado por dez professores efetivos:
Giann Mendes Ribeiro (Doutor), Alexandre Milne-Jones Nader (Mestre), Antônio
Carlos Batista de Souza (Especialista), Henderson de Jesus R. dos Santos (Mestre),
Isac Rufino de Araújo (Mestre), Vera Cidley Paz de Lira e Castro Soares (Mestre),
Andersonn Henrique Simões de Araújo (Mestre), Daniel Augusto de Lima Mariano
(Mestre), Flávia Maiara Lima Fagundes (Mestre) e Renan Colombo Simões (Mestre).
E dois professores substitutos: Iris Emanuella de Castro Nascimento (Especialista) e
Ruãnn Cezar Cezario Silva (Mestre).
Antes do envio dos questionários, a partir da lista feita com os nomes dos
egressos, criamos um grupo no facebook para tentar reunir todos eles em um único
canal de comunicação, o que não foi possível pois alguns dos egressos não
possuíam conta no facebook, pensamos em enviar o questionário para esses
através do e-mail, só que mais um problema surgiu, que foi o fato de alguns deles
não terem muita afinidade com tecnologias digitais. Tinham pouco contato com
computadores, a saída encontrada para esses egressos foi levar o questionário até
eles com os nossos computadores pessoais ou levá-los até a sala do grupo de
pesquisa onde dispúnhamos de computadores com acesso à internet e poderíamos
ajudá-los na hora de responder. Esse deslocamento de levá-los até a sala de
pesquisa foi possível porque alguns deles trabalham no mesmo ambiente onde
funciona o curso de música.
A maior dificuldade que encontramos foi o longo período em que tivemos que
ficar pedindo insistentemente para que eles respondessem o questionário, muitos
deles prometiam responder no mesmo momento em que recebiam a mensagem e
mesmo assim levavam muito tempo para responder. Além das cobranças no
facebook, contamos também com a ajuda de amigos e membros do grupo de
pesquisa que conheciam alguns deles e reforçavam pessoalmente o pedido para
que eles respondessem.
5. RESULTADOS DA PESQUISA
auto administrado.
Outro dado mostra que o curso de música da UERN não atende somente a
região Oeste do Estado do Rio Grande do Norte e a cidade de Mossoró onde está
sediado o curso. Os dados obtidos demostram que a maioria dos alunos egressos
são de outras cidades da região, até mesmo de outros estados. O resultado aponta
que 37% são da cidade de Mossoró, 63 % são de outras cidades do Rio Grande do
Norte e de algumas cidades de outros estados (Carnaubais- RN, Grossos-RN, Areia
Branca-RN, Natal-RN, Apodi-RN, Assú-RN, Umarizal-RN, Luís Gomes-RN, Gov. Dix-
Sept Rosado-RN, Baraúna-RN, Almino Afonso-RN, Upanema-RN, Jaguaruana-CE,
Aracati-CE, Russas-CE, Quixeré-CE, Êrece-CE, Fortaleza-CE, Limoeiro do Norte-
CE, Icapuí-CE, Irecê-BA, Juiz de Fora – MG). Apesar do curso ser na cidade de
Mossoró, a maior parte dos alunos são de outras cidades.
Dos egressos respondentes a maior parte são das turmas de 2011 e 2015. No
ano de 2008, que foi o ano que se formou a primeira turma do curso de música,
concluíram o curso 6 alunos, cinco responderam o questionário. Na turma de 2009,
dos 10 alunos formados, 9 responderam. Na turma de 2010, constam 10 nomes na
lista de concluintes, porém, 11 egressos disseram ser dessa turma. Da turma de
2011 todos os 15 responderam. Da turma de 2012, 13 egressos confirmaram ter
respondido o questionário, porém no gráfico abaixo é possível notar que apenas 9
responderam. Na turma de 2013 constava apenas 8 nomes na lista e 10 egressos
disseram ser dessa turma. Na turma de 2014 concluíram 8 alunos, apenas 1 não
confirmou resposta, porém no gráfico só está registrado a resposta de 4 deles. Da
turma de 2015, todos responderam. Percebe-se que entre os anos de 2011 à 2015 é
crescente o número de alunos egressos no curso de música da UERN. Esse fato
pode ser compreendido pelo aumento de procura e acúmulo de egressos de anos
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O
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curso de música da UERN tem a duração mínima de 4 anos, o aluno pode concluir o
curso até 7 anos após seu ingresso. Com essa pesquisa obtivemos a informação de
que 39.7% dos egressos concluíram o curso de música no período regular de 4
anos, 43.6% concluíram entre 4 e 5 anos, 3.8% entre 5 e 6 anos e 12.8% concluíram
o curso após 6 anos do seu ingresso.
arte - educação com ênfase em música pela Faculdade do Vale do Jaguaribe - FVJ,
outros em Metodologias do Ensino das Artes/Educação Musical - Instituto
PROMINAS e em Psicopedagogia. Atualmente quatro egressos do curso de música
da UERN estão cursando Mestrado na área de música, um em Educação e dois na
área de Ensino.
Os demais egressos que não concluíram e não estão cursando uma Pós-
graduação, 85% afirmaram que pretendem cursar uma Pós-Graduação stricto sensu
na área de educação musical. Também foram mencionados mestrados em
Etnomusicologia, em Educação, Composição, Práticas interpretativas e em outras
áreas do conhecimento como: Direito, Ciências Sociais e Administração de
Empresas. Apenas dois deles pretendem cursar especialização em psicopedagogia
e em Arte. As universidades pretendidas pelos egressos para cursar a Pós-
Graduação são: UERN, UFRN, UFPE, UFPB, FIP, FVJ e UFC.
A duração do curso para 79% dos egressos deve ser a atual de 4 anos, para
10% dos egressos o curso deveria durar menos tempo, 3 anos, e para 11% o curso
deveria durar 5 anos, alguns dos que escolheram a duração de 5 anos justificaram
que essa duração seria para aqueles alunos que entram no curso sem saber a teoria
musical, esse ano acrescentado seria um período destinado a uma espécie de
nivelamento.
possível notar nas duas sugestões que se seguem dadas por egressos: “Melhorar
as salas de aula, inserir uma disciplina voltada para bateria e percussão e também
inserir uma disciplina que ajudasse músicos que trabalham com Studio de gravação
de áudio/vídeo” e “Disciplinas referentes a processos de gravação em estúdio como
também conhecimentos básicos sobre equipamentos de som”.
Outros acham que o curso deve ter mais disciplinas práticas como diz esses
egressos: “Que haja mais disciplinas práticas, inclusive com mais aulas de campo e
que acrescente a disciplina metodologia do som e do ritmo 2, pois foi uma disciplina
muito boa e que valeria a pena ter outra” e “Que o curso pudesse oferecer
licenciatura em alguns instrumentos, e claro tivesse mais práticas tanto instrumental
como em regência. Gostaria de ressaltar que todas as informações dadas estar
relacionado a minha turma 2007.2”.
Também teve aqueles que pediram mais disciplinas pedagógicas e didáticas,
como por exemplo esse egresso: “Acredito que seria interessante (e por que não
necessário) no currículo de estágio e práticas pedagógicas, abordar também a parte
de estruturação de diários e também um reforço na parte de lecionar sobre
planejamentos (seja de aula, bimestre, anual, etc.)”.
O que também foi muito solicitado foi a inserção do estudante mais cedo no
campo de estágio, como diz esse egresso: “Algumas sugestões: considero muito
importante a inserção dos licenciando, desde o primeiro período do curso, em
práticas docentes nas escolas públicas (estaduais e municipais) regulares de ensino,
pois são nessas instituições onde as dificuldades na docência são mais sentidas
profundamente. Além disso, sugiro a realização de encontros anuais ou semestrais
envolvendo ex-alunos que estão em atividade profissional e os alunos licenciando,
como forma de abrir um espaço para troca de experiências”.
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Tocar na noite foi referida entre os egressos por ser um local onde reúne um
público considerável para absorver a música como entretenimento e nesse espaço
haver uma intensa interação social. Tivemos ainda respostas de egressos que
tratam todos esses campos mencionados anteriormente como promissores para o
professor de música. Segundo eles o curso da UERN os preparam para atuar nos
múltiplos contextos apontados nessa pesquisa.
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Mesmo após concluírem o curso, o gráfico nos mostra que, os egressos não
se acomodaram em relação a busca pelo conhecimento e atualização de sua
formação, 83.3% deles afirmam terem lidos livros ou revistas especializadas em
música/educação no último ano, 16.7% afirmaram terem participado de curso de
música a distância, 50% dos egressos participaram de encontros/congressos, 17.9%
publicaram artigos em anais de eventos ou revistas e 60.3% participaram de cursos
de capacitação em música.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Cristiane Maria Galdino de; SILVA, Priscila Daniele da. Atuação
profissional de licenciados em música em escolas específicas: um estudo com
egressos da Universidade Federal de Pernambuco. I CONFERÊNCIA
INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO MUSICAL DE SOBRAL,2013, Ciems, p. 40 – 49.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares
nacionais: arte / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF,
1997.130p.