04 Futurismo Manifestos

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crevendo em 1936] uma sucessio de formulas ou de modos poétices ‘Joram pronunciados, desde o tipo esrito e facilmente defnivel do Pamaso até as produgdes mais dissolutas eas tentatvas mais verda- deivramente livres. Convim, isto & importante, acrescentar a esse Conjunto de invencdes certas renovacdes, frequentemente mais fell- 25, como os empréstinos de formas puras ou cultas, tomados aos sé- culos XVL XVI e XVII, e cuja elegincia & talvesimprescrtivel” T 1. O Futurismo A histéra do futurimo realmente se confide coma de seu lider PT, Marine (1876-1944). Com seus inimeras (mais de trinta) ma- nifetos sobre literatura, pintura, escutura, misica, arte mecinica, mulher}, moral, uxiria, etc, com suas conferéncias suas polémi- cas, além de rudas eexcindalas em torno de sua pessoa (inclusive no Brasil), Marine exerceu inegavelmente grande influéncia em quase todas a teratwras modernas, mesmo quando curiosamente negadas, como no caso dos primeiras modernistasbrasieiros, Esse italiano de formagao cultural francesa nasceu no Fajita. Seu ai, advogado italiano, ali chegou por volta de 1869, na ocasido da ‘abertura do Canal de Suez, quando as terras do Nilo atvaiam grandes capitas estrangeiros. Meteu-senalegalizagdo dessastrras eacabou ‘acumulando grande riqueza, propiciando ao jovem Tom wma infncia Iusuosa em Alexandr, onde estudou com os jesutas e onde fundow a sua primeira revista etéico-litehria, 0 Papyrus. Chegow a Paris em 1893, estudando na Sorbonne, frequentando as bobmias intelectuais € fazendo grandes amigos entre decadentstas e simbolistas empenha- dos na teoria do verso livre, de que logo se fez adepto.Iniciow as suas ‘atividades tterias na revista franco-italiana Anthologie-revue de France ed"Itali,editada em Milo, manifestando-se contraa Tiplice Alianca. Em 1902, publicou em Paris seu primeira lio de poemas, Laconquéte des tiles. Em 1905, nouro rico apartamento de seupai, ‘agora em Mildo, Marineti fandou a revista pré-fuwrista Poesia, de 1s muta importncia na renovaco das las italiana. Ea 20 defeverei- 10 de 1909, Le Figaro publiou o seu primeiro manifesto futurist (Le futurisme”),langando ruidsamenteo movinentartstico mais famoso entre 0 simbolimo ea grande guerra. O manifesto (que depois ‘oi dvuigado em taliano pela revista esi) cexpowasprincirasco- ‘nas do jormal que o apresenton nos seguintes termes: “0 Se. Mai- eto jovern pootaitaliano feancts de talento notivel earebatado, «que retumbantesmanifestagdes izeram conhesio er todos os paises Innes, seguido de uma pléiade de discipulos entusiasas, acaba de fandara Escola do ‘Fuurismo’, us teorasulrapassam em au todas as das esol anteiores ou contemporiness Le Figaro, que servin detribuna a iris dente eles, eno os menores, oferee hoje seus eters o Manifest dos ‘Puursta’.E necesssi dice que de amos to sianatiriotode a responsabildade de suas ieias singulae- smenteaudacioss ede um exagero ffequentement injsto para com as coisas eminentementerespitivese, elizment, por todos rep tadas? Mas era interessante reservar a nossos litres primor desta manifesta, qualquer gue sea ulgamento qu cla comport”. Di- snsede pasagem queesse manifesto foi no mesmo ano publicado em dois jorais brasileiros; em $ de junho em 4 Replica, de Natal, RN; em 30 de dezembro no Jornal de Noticias, da Babi, BA. Apartr daa vida de Marinto\inteiramentededicada dteoria ‘vein de 1909, em Le Figaro, Pris. Diane de viris texts, optamos plo de Bonner Mitchel, em Les mans ltéraires de le blleépogue Pats, Seg ‘hers, 1966, Atravs de ndcages de Jost Adealdo Castelo e Miso da Siva ‘Brit, tomaos conesimenio de que esse manifesto fol transrtono Jormalde [Noiis, da Bah, em ego de 30 de dezamio de 1909, no mesmo anode su pubic Bona Europe, Mas sabemes hoje gue, em de juno de 1909, ee ‘i pimeiramentepubicado no oma A Replica, de Ntal, RN. 10 1) Manifesto sboico da trata frit: 0 ais importante com fe- apo iteatura, por tratar-seexatamente do aspect expressive, Foi pbli= ‘ado emt Milfo, em 11 de mao de 1912. Seu txt foi extra do livio de Luigi Servo Sines de futurismo ~ Sora e document, Roma, M, Buizoni Eire, 1968, ©) SUPLEMENTO ao Manfst nico da literatura italiana: publica ‘docmMilfo,em 1 deagostode 1912. Utlizames texto pubicado por Gra- ‘2 Aran, sob o nome 6 Faturismo ~ Manfsts de Marinette seus com panheves. Rio de Fansite, Pmmenta de Mello Cia, 1926 8) Manifesto da mal fauriste,extaid do ivo Debuts la cime du monde, de lean-Piere de Villers. Pars: Dilecta, 2008, Tradugto de Eliane Vosconcllos uy O FUTURISMO, INés estivemos toda a noite em v ampades de mesquita cujas edpulas de cabre to esburacadas como nossa la tnham todavia os coregdeseltrcos.E espezinhando nos- ‘sanativa preguiga sobre opulent tpetes persas,discutimos ns fron- teirasextremas da ldgia e gritos o papel de dementes escrturas. ‘Um imenso orgulho enchia nosso peitos, ao nos sentir 0 tinicos - meus amigos © eu, sob as «em pé, como fardis ou como os sentinelasavangadas, face ao exérito de estes inimigas que acampam nos seus bivagues celestes. A ss com os mecinicos nas caldera infernais dos grandes navios,as6s com ‘os megos fntasmas que se mexem no vente vermelho das lacomativas < eo sims musics, 7) Os eseritresabandonaram at agora analog imediata, Compara- ram, por exemplo, o animal ao homem ous um outro aim o que exuivale snd, nas ou menos, a uma espcie de fotografia. Compara, por exem- Plo, um fox-terrer a um pequenisime puro-sngue. Ours, mas sana, ‘oderam compara agele meso fox-teret trepidante a ume pequens ma _quina. Morse, Buo compare, ao contri, «uma éguafrvendo, Exist nisso ‘uma gratagio de analopas sempre mais vasa, existem relagbes sempre mas profandaseslidas, se bom que longinguss. -Analogia no our coisa que «amor profide qu ig as coisa is- ‘antes, aparentemente diversas e hosts. 8 por meio das analogia vais :mas.um estilo orquestal, wo mesmo tempo poicrmo, plifnic epalimer: ‘, pode brag vid da mats, ‘Quando, na mina “Betaha de Tepoli", compare uma wincheira hina Aebionetas eunia rues, una metathadora aun mulher fia, tro: uz intuitvamente uma grande parte do univers num breve episode b= tala africana ‘Asimagens no io flores para escoereclher com parcimni, como izia Vota. Els constiuem osangue mesmo d poesi. A poesia deve ser uma sequent innterupta de imagens novas, sem 0 que no & out cosa ‘que anemia e loose (Quantomais as imagens cotenham figaSes vats, tanto mais tempo clas -conseevardo asus frga de estopetaio,E preciso dizem~ economia aina- ‘ila do letr. Ot! Cuidemo-n05, melhor, da fal costo do tempo, que destino 58 os valores expressivos de un ob de arte, mas também a sit orga de estupeisio. Os nssnsouvides muita vezesentusnts jn des- trum talvez Bethovene Wagne? preciso portato aboirna lingua. 0 que ‘essa contin de imaginagdes estereotpaas, de metforasdescolerias, isto @, quase to, 8) Nio existem eateorias de imagens, nobres ow groseira,eegantes cu valgares, xcntrcas ovatus. intuigdo que aspercebe nfo tem pefe- ‘acias nem premditages. O extiloanalgico € portanto done absolute de ‘ode a marae ds sua ntensa vida. {9) Para dar os movimento sucesivs de um objeto & precio dara eadeia das anaogias que ele evoca, cada uma condensada, concentrada em uma pa lava essen Eisum exemploexpressvo dea cadei de analogias ainda mascara .camegada pele sintxe tradicional “OW! sim! esos pequena meralhador, wma mulher fscnante eh stra, e diving adr dew invsive cemcavaos, que rage com eplo- ses de impaciéncia, Oh! cera, dentro em breve pularels no creuto da moy- te, em diegdo cambaltora fracassada ow d vital. Querels que eu vos aga madrigascheos de prague decor? A vase escola, senkor. Vis pa- recels, para ml, um aibunoestenido, ca lingua eloquent, insacve, _golpeieoconagao dos onintes em trno, enterecido?.. Soi neste momen ‘ouma brocaonpotene, que fur ocrnto mals dro desta note obstinada, Sots anbé, un lanizador, um torso elérico, que outa coisa? Un gran- ddecanudo axidrco que queina, modelaefundelentamente as pons metdi- as das itinasesrelas..” (“Batalha de Tipo). Emeertos cass seri necesérouniras imagens dues aduas,como.sba- Jas encadeadas que rompem, no seu veo, rodo um grupo de evores Paraenvolver ecole tudooque existe demas fgivo ede mais nar: vel ma mati, & preciso formar a8 estas redes de imagens ow snalogis, ‘que sero lnjadas no mar misteroso dos fenémenos Salvoa forma de fetes troicionss est periodo do meu "Mafak,o fuss” um exerplo de uma Semelhant extra ede de imagens “Toda amarga docura da vente desaparecida the eubla pla gar- santa, como dos pio das escola sobem os gritos alegres dos mennas em nm lee do aos velhs mesrs debragados no parapeito das teragas, de onde vee fir sobre o mar as bareagas.." cis inda trodes de imagens: ‘Em torn do pogo da Bumeline, sob a olveiras cei de folhas, rs ‘ameloscomodamentajoehados na area gargargiavam de conentamenta, ‘como vthasgoeras de pera, mstrando os chaque-chague de sua usp dda as tombes regulares da bomba a vapor que di de beber cidade str dores¢ dssondneasfaurisas, na orqustraprofunéa das trincheras dos ‘buracossinozas eda cantinassonoras, entre ire vir das Balonets, aco ‘de violins que a vermetha bata do cea inflama de entusase..” “Eo ocaso-detor da orquesva gue, com wn pesto ampl,recoleasflv- ‘as exprsas dos pissaras nas dries, a hapas queivoeas dos into, 2 0 ferfahardos ramos, eo sto das peas. ele que parade repenteostinpanas sas marmitase des fis chocantes, para dear cantar apalavradesdobroda sobre a orquestra dos insrunentos om surdin, oda at etrelas ds vestidos de owe, eruid, as brags abertos, sobre a bata do bu Bel una grande daa no specu. Vastamentedecotads,odeserta defo pe d masa o se seo imenso de curva liqufta, toda emernzade de cosmic vrmelhos sob as peas preiosasabaladas da prédign note” (“Baal de Trip) 10) Assim como ead expéciedeordem éfetalmente um prod inte Tigcia pradnte ciruspecta€ preciso orquestar as imagens, dispondo-st segundo um maximo de desordem 11) Destrirna literatura “eu” 0, toda pcologi, O bore som pletamenteavariado pla biblioteca e pelo muse, subjugad a uma ligiea ea uma sabedoria apavorante, io oferece absolutamente mais interesse algun, Portant,devemos abo naliteratr,substit-ofinalmente pla matéia, aqua se deve extairaessécia a golpes de intuigo, que io poderto nun 8 fier 05 isos e 0s quimicos. ‘urpreende através ds objetos em ibedadee dos motores aprichosos aespiracdoa Sensibilidad eos instntos; dos mets, das peda da mad "ae Substtuir psicolopia do homem, agora exauria, pela obsess lirica dba mati (Cuidai-vs de oferecermatérin os seatimentos humanos, mas avin tes seus diferentes impulsos diretivas, as suas forgs de compreensSo de Asta, de coeso ede desapregto, a su grande quantidade de moléeu- las em massa ou os seus turilhes de elétrons. Ndo se tata de exprimir as

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