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Exergía 1
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DESCRIÇÃO DA DINÂMICA DE COLETOR SOLAR PARA AQUECIMENTO DE ÁGUA SALOBRA OU SALGADA View project
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Resumo
O processo de produção de etanol a partir de materiais lignocelulósicos (etanol de segunda geração - 2G) é uma das
propostas de destaque para a segurança energética mundial. Atualmente, há um grande esforço técnico-científico a
fim de se obter rotas alternativas sustentáveis para a produção de etanol 2G. A propriedade termodinâmica exergia
pode ser usada para a realização da análise energética deste tipo de sistema. Por se caracterizar como o potencial de
realização de trabalho, a análise do conteúdo exergético indica um valor econômico associado ao processo. Nesse
sentido, a análise exergética tem se mostrado uma ferramenta de crescente uso na literatura na avaliação de
tecnologias alternativas para o desenvolvimento sustentável. Contudo, observa-se um volume reduzido de
documentos de revisão, principalmente na literatura nacional, destinados a apresentar aplicações da técnica em
processos de produção de etanol 2G. Assim, este artigo tem como objetivo elencar alguns conceitos fundamentais
sobre a técnica, bem como indicadores e métodos de análise baseados em exergia. Além disso, são apresentadas
aplicações da técnica em processos de produção de etanol 2G a fim de destacar a aplicabilidade da avaliação
termodinâmica, análises e métodos exergéticos empregados e principais diagnósticos obtidos por meio da técnica.
Palavras-chave: Termodinâmica; Exergia; Etanol lignocelulósico; Sustentabilidade.
* Universidade Federal de Mina Gerais, Escola de Engenharia, Departamento de Engenharia Química, Campus
Pampulha, CEP 31270-901, Belo Horizonte-MG - Brasil.
suzireiss@hotmail.com
DOI: 10.21577/1984-6835.20180087
1. Introdução
2. Exergia
2.1. Balanço de exergia
2.2. Componentes exergéticos
3. Análise de Desempenho Baseada em Exergia
4. Aplicações de Análise Exergética na Produção de Etanol Lignocelulósico
5. Conclusão
𝑒 𝑠
𝑑(𝑚𝑣𝑐 . 𝑢𝑣𝑐 ) 𝑑𝑉𝑣𝑐
= ∑ 𝑚̇ 𝑖 ℎ𝑖 − ∑ 𝑚̇ 𝑗 ℎ𝑗 + 𝑄̇ 0 + 𝑄̇ 𝑗 + 𝑊̇ ú𝑡𝑖𝑙 − 𝑃0 (1)
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑖=1 𝑗=1
𝑒 𝑠
𝑑(𝑚𝑣𝑐 . 𝑠𝑣𝑐 ) 𝑄̇ 0 𝑄̇ 𝑗
= ∑ 𝑚̇ 𝑖 𝑠𝑖 − ∑ 𝑚̇ 𝑗 𝑠𝑗 + + + 𝑆̇ 𝑔𝑒𝑛 (2)
𝑑𝑡 𝑇0 𝑇𝑗
𝑖=1 𝑗=1
𝑑(𝑚
𝑣𝑐 𝑣𝑐 𝑢 ) realizado pela atmosfera no volume de
Na Equação 1, indica a variação
𝑑𝑡 controle (J/s).
de energia no volume de controle; e o número
𝑑(𝑚 .𝑠 )
de correntes de entrada; s o número de Na Equação 2, 𝑣𝑐 𝑣𝑐
descreve a
𝑑𝑡
correntes de saída; 𝑚̇ 𝑖 e 𝑚̇ 𝑗 o fluxo mássico variação da entropia no volume de controle;
(kg/s) das correntes de entrada e saída do 𝑠𝑖 e 𝑠𝑗 definem a entropia dos fluxos (J/kg.K)
volume de controle; ℎ𝑖 e ℎ𝑗 as entalpias dos que entram e saem do volume de controle,
fluxos que entram e saem do volume de respectivamente; 𝑄̇ 0 a taxa de troca de calor
controle (J/mol ou J/kg); 𝑄̇ 0 o calor que é com a atmosfera; T0 a temperatura do
trocado entre o sistema e a atmosfera; 𝑄̇ 𝑗 o ambiente; Tj a temperatura do reservatório
calor que é trocado entre o sistema e um térmico j; e 𝑆̇ 𝑔𝑒𝑛 a geração de entropia no
reservatório térmico (J/s); 𝑊̇ ú𝑡𝑖𝑙 o trabalho útil volume de controle.
envolvido no processo (J/s); P0 a pressão
𝑑𝑉𝑣𝑐 Multiplicando a segunda relação por 𝑇0 e
atmosférica (Pa); e 𝑃0 é o trabalho subtraindo-a da primeira, temos:
𝑑𝑡
𝑒 𝑠
𝑑(𝑈 + 𝑃0 𝑉 − 𝑇0 𝑆)𝑣𝑐 𝑇0
= ∑ 𝑚̇ 𝑖 (ℎ𝑖 − 𝑇0 𝑠𝑖 ) − ∑ 𝑚̇ 𝑗 (ℎ𝑗 − 𝑇0 𝑠𝑗 ) + 𝑄̇ 𝑗 . (1 − ) + 𝑊̇ ú𝑡𝑖𝑙 − 𝑇0 𝑆̇ 𝑔𝑒𝑛 (3)
𝑑𝑡 𝑇𝑗
𝑖=1 𝑗=1
𝑠 𝑒
𝑇0
𝑊̇ ú𝑡𝑖𝑙 = ∑ 𝑚̇ 𝑗 (ℎ𝑗 − 𝑇0 𝑠𝑗 ) − ∑ 𝑚̇ 𝑖 (ℎ𝑖 − 𝑇0 𝑠𝑖 ) − 𝑄̇ 𝑗 (1 − ) (4)
𝑇𝑗
𝑗=1 𝑖=1
etanol pode ser avaliada por meio do índice de produção de etanol 2G. A análise do consumo
desempenho de renovabilidade (λ) (Tabela cumulativo de exergia (CExC) permite
2).20 O índice leva em consideração a relação estender a análise exergética para todos os
entre a exergia dos produtos/subprodutos processos de uma cadeia produtiva.24
(𝐸𝑥𝑝𝑟𝑜𝑑/𝑠𝑢𝑏 ) e as exergias não renováveis Contudo, este método ignora a contribuição
(fóssil) utilizadas (𝐸𝑥𝑁𝑅 ), a exergia de de insumos ecológicos necessários para os
desativação dos resíduos (𝐸𝑥𝐷𝐸 − exergia processos/produtos que estão sendo
requerida para o tratamento dos resíduos analisados.31 Uma das análises propostas para
gerados), a exergia das emissões/resíduos superar as limitações do CExC é o método
(𝐸𝑥𝑟𝑒𝑠í𝑑 ) e a exergia destruída ECEC (consumo de exergia ecológico
(𝐼 − irreversibilidade total do processo), cumulativo), o qual avalia a exergia nas etapas
conforme apresentado na Tabela 2. industriais e ecológicas de uma cadeia de
produção (Tabela 3).31,32 Esta metodologia foi
O índice de sustentabilidade
discutida de forma minuciosa por Hau e
termodinâmica (IST) foi utilizado para indicar
Bakshi31.
como a eficiência exergética afeta o
desenvolvimento sustentável de A avaliação de impactos ambientais
biorrefinarias, por meio da relação entre a associados ao ciclo de vida dos
exergia de entrada (𝐸𝑥𝑒 ) e a exergia destruída produtos/processos também tem sido
(𝐸𝑥𝑑𝑒𝑠 ) (Tabela 2).22 analisada através da ACVEx (análise do ciclo
de vida exergético) (Tabela 3). Este método
Com base nos conceitos
consiste na integração do conceito de exergia
termoeconômicos, Palacios-Bereche et al.30
ao método de ACV (análise do ciclo de vida) -
aplicaram a análise exergética de custos para
ferramenta analítica de gestão ambiental
investigar a viabilidade de integração de uma
utilizada para identificar, quantificar e
planta de etanol 2G a uma convencional
diminuir o impacto ambiental de um
(Tabela 2).
produto/sistema.22 Por fim, o método TCExL
Várias metodologias baseadas em exergia (perda total de exergia cumulativa) baseia-se
foram propostas na literatura para a avaliação no cálculo das perdas de exergia e leva em
da sustentabilidade de processos e/ou consideração todas as perdas exergéticas
sistemas. Na Tabela 3, são apresentados causadas por um sistema tecnológico durante
alguns métodos aplicados à processos de seu ciclo de vida (Tabela 3).33
31
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Símbolos
Ex Exergia (J) Subscrito
Exc Custo exergético (J) CH Química
h Entalpia específica ((J/mol ou J/kg) DE Desativação
H Entalpia (J) des Destruída
kc Constante de custo exergético (-) e Entrada
𝑚̇ Vazão mássica (kg/s) gen Geração
n Número de moles (-) I Irreversibilidades
NN Número de nucleotídeos (-) MO Micro-organismo
NRG Número de genes repetidos (-) NR Não renovável
𝑄̇ Taxa de transferência de calor (J/s) PH Física
R Constante universal dos gases (J/mol.K) prod Produtos
S Entropia (J/K) prod/sub Produtos/subprodutos
𝑠 Entropia específica (J/kg.K) s Saída
T Temperatura (K) VC Volume de controle
t Tempo (s) 0 Estado morto
U Energia interna (J)
u Energia interna específica (J/kg)
V Volume (m³)
𝑊̇ Taxa de realização de trabalho (J/s)
y Fração molar (-)
Gregos
𝜀𝟎 Exergia química padrão específica (J/mol)
𝜓 Eficiência exergética (-)
𝜙 Eficiência exergética racional (-)
Ψ Índice de produtividade exergética (-)
𝜑 Eco-exergia (J)
𝜆 Renovabilidade