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OS SABERES URBANOS:
DA ANTROPOLOGLY
AA reflexdo que proponho ni rata da cidade, mas da invesigacio
urbana antropolégica. Apoia-se num Fito: nao ¢ partirda propria
cidade que emergem os conhecimentos da antropologia urbana, mas
«partir de uma montagem de sequéncias da vida urbana retiradas
de uma infima parte do curso teal da mundo, O conjunto dessa
informagdes representa uma espécie de cidade bis, como resultado
dos procedimentos de coleta ¢ arranjo (organizagio, gestio) dos
ddados urbanos. Eo que fio carter sneropoligico dessa construgio?
Em que se diferencia dos resultados de outeas abordagens? Num
primero momento, pode-se reer dois crtérios. Primeiro, uma
diferenga de esalaos conhecimentos produzidos pelo antropélogo
‘stio ancorados no nivel microssocial.' Sendo geralmente verdade,
7A ver original dese capil fo peblicals ma evi Engin. Mat
scl, Parethies, 1997, 9p. 35-58
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30‘sso significa, contudo, que na cidade os conhecimentos retirados
lesa pesquisa de campo si inevitavelmente parciais ew abrangem,
_atotalidade urbana através de procedimentos de anilise: metonimias
(acidade é rus), metiforas (a cidade é uma selva ou um mosaico),
comparagdes (que conduzem, por exemplo, uma tipologia cultural
dos bainros de uma cidade! e dilogo intesdisciplinar (encaive das
cscalas do etnélogo com as da economia, da mactossociologi, da
poliica urbana et). O segundo ertério de distingio éo da pesquisa
empiria, qu, para oantropélogo, scbascia em informagies dines
(de primeira mio e de cater pessoal) recothidas “no campo", ou
cia, 0 mbit de relagdes ara a cara em espacos de interconhect-
meno acessveis individvalmente, Esas das caractes
cas xem,
com que seja através de uma sequéncta de operagies indusivas que
‘ anteopéloga “eleva” as informagbes urbanas a construgies ced
ricas da (ou 3 excala da) cidade, A coexistncia de uma pritica de
pesquisa microsociale pessoal, por umt lado, ¢ por outro, de um
quadro de questionamento (ou mesmo de um objeto) inacesivel
‘empiricamente apesar da sux aparéncia de realidade que se impbe