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JOSE ROBERTO VIERA Professor de Direlto Tributirio da Universidade Federal do Parand, da FDC/PR FAE/PR. Mestre e Doutorando em Direito Tributirio pela PUCISP. ‘Auditor Flseal do Tesouro Nacional, 4 oN « ~A REGRA-MATRIZ | DE INCIDENCIA DO IPI: | TEXTO E CONTEXTO sv Mg ae =e oy a4 re ssn Unsacocrcncaunnguaaaaiana P: 80,035.000 ~ CURJTIBA PARANA BRasit Lee Vicira, José Roberto. A regra-matriz de incidéncia do IPI; texto e contexto. ost Reberio Vieira’ Curitiba: Jurud, 1993, & Pp LIP —Regra-matriz, |. Titulo. COD 343.05 CDu 342.743 | 02681 1993 Jurué Rditara 0 J0S# ROBERTO VIEIRA ‘Spe Sufito Passivo. Cae Critério Quantitative. box Base de Calcul. als Altjuota DSne Dever-Ser Neutro(interproposicional) DSm= Dever-Ser Modalizado (intraproposiciona). 3.3.4 Ultimas Consideragdes sobre a Regra-Matriz de Incidén Tributéria 44 distinguimos as normas de conduta das de esutura (item 2.3.4), bem como aceitamos que as direrizes consitucionais quanto a detenminadotibutoconsubstanciam normas da segunda espécie (subcaptulo 2.4), verdadinas “regras juridicas sobre {ributag20”, porque ditigidas &s que serdo caboradas prlo legsladorordindro, estas sim, “regras juridicas de tributagdo” (PONTES DE MIRANDA)”. Quanto a norma tsbutdia em sentido esto ou regrasmatsiz de incidénca uibulra, indubitavelment, & ‘uma das mas tipicas regras de eomportameno, esta norma de comportamento¢ que dligntemene perseguimos, a aqui demas ar os limites concoptunis, fim de aplicila com efcincia ac tibuto cao esqucleto rico {ntentremos entrar do sistema, Our no quaara sero camiabo, endo da nora jurdica, 0 tiico capaz de conduzirnos ds mais intimasregides de uma igarauibuldna eutorizando™ os a penerar sua aruiteturaextutural.O conhecimento do tuto pasa nvessaiamente ‘elo conhecimento da norma, pos, afc, ributo € norma, Tal defnigo, de indisputivel iemificidade, egistrado 0 protesio slitiro de ARNALDO BORGES" foi formulaca inicialmente por PAULO DE BARROS CARVALHO™, logo aplautido eacompanhado Por MARCO AURELIO GRECO™, AMERICO MASSET LACOMBE™" DIVA PRES- ‘TES MALERBP™ ¢ SACHA CALMON NAVARRO COELHO™ E deste timo © conceituado tribuarisa das Minas Gerais que tomamos © testemunto do acerto do nosso enfoque: "Nem hd assunto ~eis al uma veal verdade que sendo justributdrio carega de fincar raizes na teoria da norma. E desse ponio 4 partida que sd langadas as melhores especulagdes dos autores mals considera. dios." Testemunho , por vaioso, que insstimos em extender, derzo deste enfoque, & nossa otientagSo, fundamentalmente cotida na consiuglotedrca de PAULO DE BAR ROS CARVALHO: “Esta é talves, a mais aguda percepgdo da esirutura da norma tributéria™# (333) Comentdron + Constiigto de 1967 com a Bsenda nce 1969, mo,» 361 (034) Considrotes. op cit p. 155-174 (035) Teoria da Norma...op it,» 60.A RegraMatri., op ci, p. 727%, (036) Norma. op cit, p 33-34 (037) Nseimento da Origa Tabi RDP, .26,p, 26 Nasimenoda Obrigado Tabi, in Notes de Dirty Fributirio p51 Obrgaseop tp 2327 Impede norte sto,p'6 (238) Els Trude, p. 4647, 0.35. 038) Toot. op. itp. 68: Do Iimpost..op cit,» (G40) Toots... op. itp. 108691. Consents. ct, p 266 16 4 A HIPOTESE DE INCIDENCIA TRIBUTARIA DO IPI 41 O CRITERIO MATERIAL 4.1.1 Conceito Constituciong! LOURIVAL VILANOVA inaugura suas eflexdes sobre as“Estruturas Légicas € 0 Sistema do Direito Positive”, enfatizando, logo na inwroduglo, o necessério vinculo husserliano entre julzo experiéncia' ou enirelogica erealidade” E quindo, lastimosos, despedimo-nos desta obra mercant, 16 est, na ultima pagina, a mesma preocupacio a apontar-nos".. aexperiéncia, ponta de partida e panto final de revorno de todos 05 conceitos"™ Este pensamento, que perpassa poderos9 todo aquelelivro, «std agora a espicagar-nos também, Se hi poucaslinkas ards, desejosos de avangaralém da Teoria Geral do Direito, lowvamos o processo de formalizagdo, como apto a condu- zir-nos até 0 universo Iégico-formal (tem 3 33); é chegado o momento de, j 1d tendo estado, retornar, husserliana ¢ vilanovamentc, ao mundo da experiéncia juridica Se antes lembramos, com HUSSERL, que gonsralizat nfo significava formalizar,cabe ‘agora, com o mesmo fil6sofo da Fenomenologia, advert: “Especializapdo & também algo inteiramente diferente de desformalizagac”>™ Desformalizar ¢ revestir as formas logicas de conteido material, ¢ por-Ihes os taj ca aparéncia emplrica, Desformalizar a Regra-Matriz de Incidéncia Tribu- ‘tér'a € recobrir o seu simbolismo estrutural com a capa da linguagem , ‘anio aquelsencontrada na literalidade dos textos legas, quanto obtida na ambiénci sst- ‘atica dos contextos normativos. 14 registramos, ¢ longamente, que nossa aproximasto da Regra-Matriz. te do IPI far-se-4 pelo caminho constitucional (subcapltulo 2.3), conguanio nele ndo se esgote (subcapitul 2.4). Vale 0 forgo, porque ha quase una tradigdo em (GAT Av Batraturas Ligicas eo Sistema do Dirito Positivp. XXII € 252. (@42) Apud LOURIVAL VILANOVA. ibidem, p12. No orgaul inglés: “Speciaiaion is alto {something enirely diferent fron deformalizaion” cocaasitabbse. a JOSE ROBERTO VIEIRA nossa doutrina ~ que BECKER diria “patoldgica” ~ de situar o ponto de origem dos cestudos nos degraus in‘eriores da hierarquia normativa, Nao cometeriamos tal dislat, portudo o que manifestamos (subcapitulo 2.3)¢ porque fomos acautelados por ROQUE ANTONIO CARRAZZA: “.. no Brasil campeia o impertinente vero de estudar-se Direito Tributério a partir do Cédigo Tributdrio Nacional, quando nao de leis, de decretos ou alé de portarias. No mais das vezes ~devemos reconhecer ~0 resultado de tal prética tem sido desasiroso"””. Era ainda inicio da década de 70, ¢ GERALDO ATALIBA, com seu vigoroso pendor comstiticional tibutdrio, invocava AMILCAR DE ARAUJO FALCAD para consignar que, depois dele, ".. cow clura e incontroverso que a Constituigdo ndo se limita a designar os tribitos por seus nomina juris, mas, pelo contrdrio, em cada caso fixa um conceito cientifico-juridico preciso, que ao exegeta cabe desvendar com 05 seguros critéros e instrumentas que the confere a ciéncia do Direito..” (grifamos)™. ° ‘Ao enveredarmos pela trama consttycional , na busca da RegraMatriz de Incidéncia do IPI, cspecificamente da sua Hipétese we Incidéncia Trbulria, e mais especificamente do seu Critério Material, vem a propésito lembrar que PERSIO DE OLIVEIRA LIMA™’ ¢ AMERICO MASSET LACOMBE™ perceberam mais do que a concisio, o laconismo do Cédigo Supremo ao versar o IPI, como alii, os impostos federaisém geral, Mas se lacOnico foi 0 legisladorconsttucional quanto ao TP, 20 menos ‘no concernente ao critéio material disse o bastantc. Com efeto, se habtualmente a Caria Magna de uma parciménia franciscana ao aprescntar um tibuto, desviando-se do que Ihe € adjetivo secundério ¢ atendo-se com exclusividade ao que Ihe é indispeasdvel © substantivo, este niicleo basilar da hipdtese de incidéncia tributdria haverd de ‘estar sempre e fatalmente contemplado, talvez pela sua complexidade flagrant, que excede a dos demas critrios, como grif ATALIBA”. Rememorado, pois, que no Cédigo Supremo fica nossa'linha de pactida para aexpedigdojuridica as plagas primeira do Imposto sobre Produtos Industriaizados, bbusquemos-lhe o conceito do mencionado crtério material da regra-padrdo de incidéncia. Compulseme-lo Encontraremos a atribuigdo da competéncia relaiva ao IPL no anigo 153, 1V: “Compete @ Unido insituir impostos sobre... produtes indusirializados...” primeio relancear de olhos 20 dispositivo mostra, com ares de dbvia, aexisténcia de produtos industrializados na descrio do anecedente normativa deste imposto, ‘Tenha-se produto no sentido de “Yoda coisa ou toda uiilidade que se exiratu de outra colsa, reduzindo the @ querwidade" (PEDRO NUNES*, JOSE NAUPEL™*, (GAB) Principior Constitucionals Tributérios ¢ Competéncla Tributiia, . 127-128. Curso de Direlto Constitucional Trbutaro,p. 193, (344) Lmpostosotre Servigas - Diverses Publias ~Convtes eIngressos Gratuits, in RDA n. 104, 0 Inport igo ng (645) Hiptiese de nein do Pn ROT n 789.192 (646) Los Sobce PredsosIndustinzaes, in RDT n. 2728p. 114 (047) PL ~ Crisis de Casiicaco, Pncipos de tape, n Exton eParceres de Dirsto Tributirio, v. 1, p. 15. ii " sree (248) Didooiro de Tecnologia Juri, v.11. 988 (649) Nove DiconksoJuriicoBrasero, vil p. 258 ‘+ REGRA.MATRIZ DE INCIDENCIA DO IPL » DE PLACIDO E SILVA™ ¢ RUBENS LIMONGI FRANCA™); sem confundi-o com ‘em, géneto do qual a coisa ¢ uma espécie, mas restringindo a nogdo as “ulilldades patrimoniais” (ORLANDO GOMES™) ou "econdmicas” (PAULO DOURADO DE. GUSMAO™, Esclarega-se mais, ue o voctbulo ¢ empregado em sentido esto, na acepgio de res dos romanos, a mais conum no Dircito,sigificando “objeto material ‘ou corpéreo” (ORLANDO GOMES™ + DE PLACIDO E SILVA». io foi genérica, porém, a men;o consitucionsl aos produlos, mas qualiican- o-os como industrielizados,o que imlica o abandono, de plaro, dos produtosnaturis (arricolas, pecudros e miners), em beneficio dagqucles que resultam de uma agto do hhomem, como explica DE PLACIDO™, especificando mais, com PEDRO NUNES, em beneficio da “coisa que se obtém dé indisiria humana”, pelo “iransformar em ullidades a matéria-prima: produto manufaturedo™™. & dbvio que, se podemos cogitar de um produto natural antes e independente de qualquer claborardo de indisiia isto nfo e dé com 0 produto indusralizado, que sb existe como tal a posteriori. Ora, a0 facltar 4 Unido oinstiuirgravame sobre os produtos ja indus zados, parece-nos claro o foco constitucional num momento ulterior &atividade indus- trial, Donde depreendemos que no é a indus'ializagdo em si que seréalcangada mas, isto sim, o resultado dela decorrene. Este raciocinio levou GERALDO ATALIBA ¢ CLEBER GIARDINO a concluirem, adequadamente: “Se, porlanta, a produgao ow ‘ndustrializagdo for posta na materialitade da hipdtese cle incidencia do imposo,jé rndo se estaré diante do IPI, mas de trsuto diverso"™ Verifica-se, endo, que nto o ator industrial, mas o produto dele nascido & que ser atingido pelo trbuto, Nao basi iso, todavia. O Texto Maior vai mas além, dispondo queo IPI “serd ndo cumulativo, compersando-se o que for devido em cada operagdo com 0 montante cobrado nes anteriores" (grtames) (at. 153, §3%, ID. ‘Ao determinar aaplica¢do ao IPl.do principio da Nao Cumulatividads, o diploma consitucional estabelece, com limpidez a incidéncia do tributo sobre este ato por cle ddenominado operagéo. # de toda evidEacia que o legislador da Constituigdo nto tinha fem mente ouras operagBes, sendo aquelss que ivessem por objeto produlos industriali- zados, coerentemente com 0 estaluldo (af. 183, IV). Eis que @ exagdo atinge of Produtos industrializados apenas enquanto objetos daqueles atos aos quais a Constituisio se reporta como operagies. E cedigo 0 dizer-se que o IPI ince sobre a industalizagdo ou tibuta tis © ‘uais produtos. De um éngulo esiritamertejuridico,entretanto, jévimos que 0 IPI nto 36 no grava a indusirializasdo, como também nfo atinge diretamente 0: pro- ($50) Voesbulrio Juric, vp. 465 (351) Enclelopéia Saraiva d Dire, v.62,p.8 (352) ntrodugho ao Direto Civ p 187, (353) Introdugio 4 Cénca do Dieito,p. 201 : (054) Introdusto so Direto...op. it, p. 187 (355) Voesbulii., pct. 1,p 450 (356) dbidem, vp 465, En igual sido ANTONIO MAURICIO DA CRUZ, O IPI = Unites Consicionals, p43 (G57 Diclondeo.., op cit. 98 (958) CLEDER GIARDINO, Conflios enue 1P1c'ICM, in RDT a, 13/4, p. 139. GERALDO ‘ATALABA e CLEPER GIAKDINO, Hystew ds indict do IP, n ROEn M7, p pre ™ JOSE ROBERTO VIEIRA dutos Industrializados, uibutando, na verdade, a operagbes que ttm por objeto pr Autos advindos de industrializacio, ‘Afastamo-nos aqui da doutrina dominate, que, com poucas oscilagSes, eleva o “industrializar produtos" & categoria de critério material da hip6tese. ‘oentendimento de JOSE CARLOS GRACA WAGNER™ de AMERICO LACOMBE”™, de MARCAL JUSTEN FILHO, de EDUARDO JARDIM™, ¢ de tantos outros, entre ‘08 quais, inclusive PAULO DE BARROS CARVALHO™ conquanto esto ¢ LACOMBE também frisem a necessidade das operagées que salicnlamos acima. Nosso apego & verdade cientifica, porém, nfo permitiria sendo esta atitude, que alids tomamos na boa ‘companhia de CLEBER GIARDINO ¢ GERALDO ATALIBA™. Mencione-se, ainda em nosso apoio, que o II Congresso Nacional de Estudos Tributirios (Sao Paulo ~ SP, ‘outubro de 1989), concluiu pela incidéncia do IPI sobre “operapdes relativas a procitos indusirializados", sprovando por unanimidade proposigdo exatamente de PAULO DE BARROS CARVALHO™. ‘Se 0 efiério material do antecedents normativo apresenta comportamentos Je pessoas, representados por um verbo e seu complemento, esforgo de esquadrinhamento consuitucional, alé aqut realizado, revelou-nos por inteiro o complemento verbal, termo integrante da oragdo, ora consubstanciado num objeto direto, nestes terms dis- posto: operagdes com produtos industrializados. O ceme do complemento reside 10 fubstantive operardes, por sua vez complementado por um termo acessbrio ~ cv rodutos indusirializados ~um adjunio adnominal, cuja fungdo nbida & a de redvrir a Amplitude do miolo do complemento verbal, qualificando precisamente as operagées que se Situam na rea de abrangéscia do imposto Resta identificar um termo essencial da oracdo que compte 0 critério material: 0 verbo, Aqui é usual o siléncio do Cédigo Maximo, abrindo largas ma-gens a0 legisiador ordindrio e ensejando-Ihe 0 exericio de toda a eriatividade de que for dotado, Inobstanie a auséncia aparentcmente total do niclea do predieddo, tinham rao AMILCAR ¢ ATALIBA, como j4 deviemos esperar, posto que, se perscrutarmos contexto constitucional, nossa petindcia serd satisfeta, ¢teremos 0 vocdbulo cobigado 6 outrasfiguiastributiias no vinculadas que incidem sobre operagBcs. Paro mais das operagdes com produtos industializados (LPI), emos as operagbes de crédito, climb e seguro ou relativasattulos ou valores mobilérios (IOF), eas operagBes reals Acireulagdo de mercadariase sobre prestagdes de servos de transporte e de comuicat:io (1CMS). Com quase todas elas 0 Alto Diploma foi retizente, em termos de indicapio do verbo, salve quando, tratando minudentemente dy ICMS, e em espéeifico de suas Felagdes com o IPI, mencionow operasio “realizade” (an. 185, § 2, XI). Hit a claridade contextual que nos conduz & colheta, em norma dirigida a uma situa ‘Tay Imposo sobre Produtos Industializados ~ [PI - Sistemstca, in Curso de Direito Tribute PB (86) lmpe to.., op cit, p. 13 ¢ 7-119, G61) O Imposto sobre Servigosna Constituigia, p40. (962) nsttuigdes de Direito Tributiri,p. 68 (263) posi sobre Produtos Indutializatos, in Curso de Direto Empresuia, vp. 1496 £58 (Curse de Dirello Tebuthto,p. 24, (364) Confite.. op cit, p. 138-140. Hipslese. op eit, p. 148-150. (G65) gud VITTORIO CASSONE, Drei Tibutiio~Atuuado pela Nova Consuls» ‘A REGRA-MATRIZ DE INCIDENCIA DO IPI 6 semelhante, do egramento jurdico que o sistema consttucional positiva no tomou ‘expresso em relaedo a0 IPI Trata-se de recurso analégico esta exegese cresce, ganha compo assume foros de irecusabilidade, quando lembramos nfo se Lalar somente de aproximagdo interpretaliva de dois impostos, mas de dois impostos que jd se encontram extremamente préximos, ¢ em relagto 20s ‘quais se cogita nfo $6 de semelhanga, mas até mesmo de idestidade, como logo faremos patente {item 4.1.3, adiante). ‘Temos, pois, o segmento do predicado que nos faltava - 0 nicleo, em se tratando de predicado verbal, como no caso ~representado pelo verbo realizar, termo cssencial da oragdo hipotética, com o qual secasa objeto direo operagbes com produtos industrializados. [Nao se diga que com sso estamos impondo restrigB0 ao legistador ordinsro. Nato é verdade: primeio, porque perseguimes os linamentosconstitucionas do eirio material da hipbtese do trbuto, procurando nfo mais do que "revelar 0 pensamento que ‘anima as palavras da le", wo falar clissico de CLOVIS BEVILAQUA™. logo, qualquer restrgdo fo serd nossa, mas do proprio Estatuto Suprema; segundo, porque © veroo a ‘que fomos levados parece-nos genérico o bastante para ndo tolher as iniciativas de rive! ‘ordindrio; terceiro, porque toda e qualqucrresrigdo deriva com clareza do complemznto ‘verbal ~ operagBes com produtas industrialzados ~ este arecadado em disposizbes constitucionas expressas. Como reforgo de rassas cogitagécs textuais e contextuais,invoque-se, por muito ‘oportuno, o escélio consisente de MARCAL JUSTEN FILHO “. alliberdade (se ¢ que existe) do legistador infraconsttucionl no std limitada apenas por aquelas especijicas disposigdes expressamente refe~ Tidas a cada tributo ~mas pelo todo do sisten:a constitucional tributério...Os critérios aserem insttuldos através da legislagdo inferior somente poderdo ser ‘agueles compattveis com a sistemdtica tributria constitucional ¢ que ndo ‘canflitem com os princlpios e normas corstitucionais. Dal porque a norma- ‘matric do tributo’, inserta na Constituigao, deve ser entendida de modo abrangente: nfo se redut ao que consta expressa eespecificamente da Carta, ‘mas também de todas as derivagdes, conseqaéncieseineréncas decorrentes do ordenamento constitucional” (gifanos)™’ Eis, enfim, 0 eritério material da hipétese de incidénia tributiria do IPI, em sua. ineira compostura corstituional: realizar operages com produtos industrislizados, 4.1.2 Operagbes Juridicas A despeito de toda a energia aplicada ao estudo sinttico do eritério material do. suposto do IPI, sobejam razfes para tena oesclarecimento dos inconlives reflexos do que jd demos por certo, alé aqui, paricularmente no que se refore & amplitude semintica dos vvocdbulos sclecionados, terreno extraoninariamente propicio as querclas doutinrias, A Lei n, 4,502, de 30.11.64, instiviu 0 uibuto federal sob exame. Na verdade, ‘aquca lei orinria dispunha acerca do Imposto sobre o Consumo (Consttiggo de 1946, a. 15,1), masa Emenda Constitucional n. 18/65, alterando a Constiwigdo de 1946 ¢implantando (366) Theoria Geral doDirelto Civil, p48 (367) O Imposto.. op. it, p. 40 JOSE ROMERTO VIEIRA ‘a entlo chamada Reforma Tributéria, deixou de citar esse impost, passou a tratar do Imposto sobre Produos Indusrializados art. 11), pemmanecendoaplicivel, contudo, agvela, lei bdsica, segundo confirmagio do Decreio-Lein 34, de 18.11.66, aigos I". e 12 ‘Fapamos aqui breves parénteses, para apontaraimpropriedade de maniestagdes veiculadas & época, no que consulta &indigitada mudanga, Como a da propria Comissio de Reforma, a que pertenciam juristas do porte de RUBENS GOMES DE SOUSA e de GILBERTO DE ULHOA CANTO, afirmando continuar a sero"... mesmo tribulo aque 0 art. 15, n. II chama de impédsto de consumo, mudada epenas essa denominagdo para outra..” (le), Ow a do proprio RUBENS, lator daqucla comissdo, referind-se também a uma substituigto "Yormal”, pois que sé da denominagdo™, Ou ainda aassertiva vigorosa de ALIOMAR BALEEIRO: "Nome novo de imposto velho - Em verdade o tributo que, nas dguas lusirats da Emenda n. 18/1965, recebeu o nome de ‘imposto sobre predutos indusirlalizados’, € 0 mesmo imposio de consurio das constiuigdes de 1946 ¢ anteriores"™, Além da nitidez dos rflexos profundos das alteragdes consti- tucionais no ordenamento (aplicdveis, mufaris mutandis, nossos comentiios do subca. pitulo2,3, retro) edairrelevancia do nome da figura tributria (hoje consagrada no Cédig ‘Taibutirio Nacional, at, 4°, 1, mencionemse alguns bons comentirios daqueles que pereeberam a modificago conceptual promovida, de eyjos resultados uni dos mais Sipnificativos estdligado‘ao tema deste item: J. MOTTA MAIA®": JOSE SOUTOMAIOR BORGES” , mais recentemente, PAULO ROBERTO CABRAL NOGUEIRA. E {echamos os parénteses, porque nosso interesso 60 conjunto das normas vigenles,c nosso prisma é 0 da Dogmalica Juridica, no o da Histéria do itil, Nos termos da Lei n. 4,502/64, anigo 2°, I, constitu fato gerador do imposto, quanto aos produios nacionais, “a saida do respectivo estabelecimento industrial (fedagto do Decreto-Lein. 34466, an. 12). Disposigco semelhante ado Cbdigo Tributario Nacional, Lei n 5.172, de 25.10.66, artigo 46,1 A intepretago literal desta gr, sobre ser pobre, como nda interpreta deste naipe, consubstancia desrepeito agrante 20 comando constticiona, de didmeto incomparavel- ‘mente mais arplo. Devemos recolh-la 4s suss reals proporgdes, entendendo-a apenas co:n0 6 eritério temporal da hipétese ou a exeriorizaeso do fla jrsio eto Go I, como ‘0 fazem GERALDO ATALIBA™ ¢ PAULO DE BARROS CARVALHO", acompentiados Por tanlos outros: PAULO CELSO BERGSTROM BONILHA™, JOSE CARLOS GRACA. WAGNER””, AMERICO MASSET LACOMBE™, EDUARDO M. F. JARDIM?”, etc, (GE) Reforse Trbutirta Nacons,pubiasSon.17,p.47 (G69) O1CM, O IMS, O Pl ea Constrjto Civil, in RDP n. 22.297 (G70) Direito Tributirlo Brasileiro p. 183-184 (O71) Novo Sistema Trbutérlo Nacional ~ Comentado, p53. G72) A Reforma do Sistema Fributirio Nacional, p 78 (G73) Do Lmposto wore Produtos Industilizados (Produtos Selecionadon),p. 7) (74) IPI —Hipbese ce lncidénca, a Estudos e Pareceres de Direito Tributri, v1, p. 3-4 (G75) Lnpesto op. i. 150. Carson, op tp 243 (G16) Phe ICM ~Fundemeotos da Técnica Nho-Curulatna p97 (G77) Comenutsios sos Atigos 4651 do Chdigo Tribus Hecioraelativosoo Pn Comentarios ‘9 Cédigo Tributario Nacional, 5,187 (978) Imposto., op. itp. 113, 79) Institulsdes.. op. 4, p70 A REGRA-MATRIZ DE INCIDENCIA DO IPL n ‘Sto sugestivos os exemplos trzidas 8 tona por BALEEIRO™, ATALIBA™' PAULO DE BARROS™, parailustrara inocorréncia do fato juridico tributdrio por virtude exclusiva da saida fisica dos produtos: a salda por furto ou roubo de saida polas Sguas da enchente que inundam o estabelecimento ¢ quebram as ‘salda para a rua em rao de incéndio na fSbriea, a salda momentinea para a calgada, imposta por reforma ou pinta do edificio; ete Se nBo € 0 bastante a saida dos prodiios industilizados para caracterizar as ‘operagdes que tém os mesmos por objeto, o que Ihes estaria ainda faltando? O acento imprescindivel de ato ou negécio juridico dessas operagbes de que decorrem as safdas, rspondeu GERALDO ATALIBA, naguele trabalho pionciro de 1974, aque nos reporiamos nas linhas inicais desta dssertagdo, Tanto ATALIBA, naquele estudo™®, quanto PAULO DE BARROS, pouco depois™, quanto LACOMBE, dez anos mais larde™, percorreram diversos dispositivos da Ie ordindria para demonstrar as meng@es constantes da Ici aos alos ¢ negocios juridicos, fetivamente, vale reportar-se & Lei n. 4.502/64, sopesando os artigos concer nentes & base de cAlculo: 0 artigo 14, I, flava do “‘preco da operagto de que decorrer 4 salda do estabelecimenio industrial” (reda a dispor a respeito, Ora, se € precisamemt este bindmio ~ hipétese de incidéncia tnibutiria base de caleulo - que tem o dom de conferirs identidade @ um tibulo, como vimos a seu tempo (item 3.3.3), mostra-se de solar nitidex a contigiidade jurigiea do IPI ¢ do ICMS. (413) Reforma ds Discriminugde Consttuiona de Rendss(Anteprojee),pblceton.6,p.29 (414) 0 Imposte de Consumo, 01 ¢o:“PraluosInernodisos", RDP. 12, p. 49 (415) dpud BERNARDO RIBE:RO DE MORALS, Curso de Dirvto Tributiro: Slstema Teibut fo da Constltuigto de 1963, v. 1, p. 309-310. (416) Conflios., op. cit, p. 137-138. Ia MATRIZ DE INCIDENCIA DO It a Por ose camino andou PAULO DE BARROS CARVALHO, destacando ainda 3s medidas unificadorasrelativas 4 esritragdo ¢a05deveres formais das Gos inpasios Sublinando sua grande similitude e concluindo por uma diterenca “sobremenetne ‘nue™” Por motivos asim jd houve quem os dssese "irlbulos gémeos Exatamente por essa itimidade esirutural do IPL com o ICMS & que ficam Feduzidas a0 minimo as suas possibilidades de eonfito 414 Relagdes com o ISS 4.1.4.1 Obrigagses de Dar ede Fazer Ja com o Imposto sabre Servisos de Qualquer Natureza ~1S8 (Constitui- 0, a. 156, 10) nfo ato tip paciics c amighvels as rlagBes do IPL, pots o tragado s veves fugido das Crovceiras das espectivas conipetencne delta enanecees zonas nebulosas, donde brotam provocativamente as davidas, intompendo cw deceive ‘5 conflios Na vigncia da Constiigdo de 1946, a Unido manipulava com enorme desen- ‘olturt.oImposto sobre © Consumo, mesma porque o avancar de sus limits wepeaave, cm geal, a utlizagdo da competénca do antigo 21 daquele diploma consitiloral ae 2 exreida concorrentemente com os exads da federagfo. Como acventoda Emnesda Constitucional n, 18/65, cujo artigo 15 facultou aos municipios a instituigdo do ISS, 8 quedo foi drastcament alterado,umaver que o sito at ent inexpugnsvel ao imposto da Unito foi submetido 4s adeptaydes necessirias a0 estanen do imposto municipal, como "efetionegativo ou initio” deque fae ANHLGAR DE ARAUJO FALCAG™, quanto s possivesinvestias federas. Adaptagdes que, em verdade, até hoje aio foram muito bem resolvidas, para ¢ que contibuo smanutengdo da lei, 4.50264, 6 antigo Imposto sobre o Consumo, paa'6 seve IL (om 4.12, aima), E tudo iso apesae da denincis hi muito afereaida por GERALDO ATALIBA ¢ AIRES FERNANDINO BARRETO"! AA hip6tese de incidéncia tributdria do IPI tem por erro material, jt 0 sabemos, 0 realizar opcragdcs com produtos industrializados (item 4.1.1), ¢ operagées sempre Jurdicas (em 4.1.2), que redundem na transmassto da posse Ou pomioieis ‘daquces produtos, por isso consubstanciando uma obrigagio de Gar, Enquano qoe va antecedente normativo da regra-modelo do ISS, som maior dems poste ‘demificaro verbo eo complemento nuclears:prestar servigos. de que esuliainentieel reconhecerthe a diversa condigdouridica de um fazer. Ora, tais nogdes distinivas bésicas ence o IPI (obrigagho de dar) ¢ © ISS (obrigagto de fazer), porque extatadas dictamente da Lei M.gna, haverdo de uninar {ATIYA RegreMtcte.. op cep 4346 (418) FABIO FANUCCIIL, Curse de Direito Tributirio Brasileiro, v.11, p. 146, (409) teetia ode acndo com a Enea Cantcional nO, de 170393, sue evog 0 bo IV do argo 156 (aria 69, afin ou tents jun wat renal Sees dipexiive (420) Siatema Tributiro Beso: dieriminago de emda, p. 38. (421) 188 -Conflios de Competes Taco de Seige RDT a 6,p- 5940, Conran lambim, de GERALDO ATALIA. Confitos ene Mh 1S ef - Bonacs See na, 125. Peco, m JOS EDUARDO SOARES DE MELO, O imposter aren imei “ JOSE ROMERTO VIEIRA primacialmente toda e qualquer iniciativa de desenho do seus contornos de incdéncia. E desempenhao papel de realcenoesclrecimento daqueles pontos de pergoso conalo entre os dois impostos. Sé depois de exauridas essas possibilidades ¢ que nos seri aulorizado o recurso a Lei Complementar que dispe sobre conflitos de competéncia (Consttuigdo, ars, 146, 1¢ 156, IM), bom como aos demais degraus da pudnice nomaiva, “Tao antiga quanto correta¢ a lilo de MANUEL INACIO CARVALHO DE MENDONCA: "... na fundo, 16da a obrigagdo é uma prestagdo de fazer, um facere”” (sic)"; da qual panticipam, entre outros, SILVIO RODRIGUES, ARNOLDO WALD ¢ WASHINGTON DE BARROS MONTEIRO™, todos admitindo que 0 dar esté com- Preendido no fazer, mas ensinando, este iltimo, em coro com MAZEAUD ET MA- ‘ZEAUD, que, por consttuirem um tipo especial de obgagbes de fazer, as abrigagbes de ar, assim como aquelas, faze jus @ um regime juridico proprio. No que diz respcito & diferenga cntre clas, CARVALHO DE MENDONCA a di “mut delizada’™*; TITO FULGENCIO, lembrando GIORGI ¢ DEMOGUE, fala cm “incerteza ¢ confusdo"*”; ¢ WASHINGTON DE BARROS comeca por aponiar uma “certa ambigiidade” ¢ termina por descrevé-la como sendo, algumas vezes, “muito sutil” ¢ “quase impossivel"™. Nada obstante, ¢ despidos de qualquer pretensdo con- ceplual de pore, acentuemos que as obrigagbes de dar ttm por objeto prestagoes de coisas (entre ga de bens, rasmatindo a proprisdade, a posse ou resting}, 20 pesso Aue as de fazer, prestagdes de Tatas (atividades pessais do devedor), Essa classificagio nao ¢ somente fruto da Ciéncia do Direito, mas foi consa- grada pelo legistador do Cédigo Civil (Lein. 3071, de 1-01.16), que dela tratou nes artigos 863 2 877 (obrigagbes de dar coiss con c incerta) e nos aigos 878 a 881 (Cbrigarao de Fazer ‘Sua importincia pritica, porém, foi alvo da desfavorivel apreciagdo de GIORGIO GIORGI, que a disse “reduzid!ssima’™, para o espanto de ROQUE ANTO- NIO CARRAZZA” Néo a julgaria assim, com certeza, se, conhecendo o ordenamento jurdico-inbuténo brasileiro, percebesse 0 papel desempenhato por aquelasnogbes no espargit luzes sobre os confns em que se encontram e ndo rao gam o IPLco ISS bem como este.e 0 ICMS Sabendo da existncia de um farer na rateialidad da hipétese do ISS, debri- cemo-n0s, por um instant, sabre idéia de servi que integra este fer, Deve-se a GERALDO ATALIBA e AIRES FERNANDINO BARRETO a melhor lacsificag dos Servigos, quanto 4 forma de sua presto, na doutrna patria. Numa primera capécie, terlamos 0s servigos simples, subdivididos em servigospuros (esforgosexcusivamente Gai) Doatrine e Pita das Obrigagct ov Tratado Geral dor Dirt de Créito,p- 182 ($23) Divito Civil Pete Geral des Obrgases. vl p93 ($24) Curso de Direico Civil Braco ~ Obrigagtes € Contato, tl,p 18 (425) Curt de Dirsito Cil~Dirito dus Obrigagtes =" Parte 4.87 ($26) Doueina.op. tp. 182 (827) Do Dircite dus Obrigases Dus Modsldadss dn Obrigascs, p38. (428) Curt. op. ct. 48088 (629) dpad WASHINGTON DE BARROS MONTEIRO, Caro. op. ot, pk; © apa! TTTO FEUGENCIO, Do Dirito..op ot. 38 (430) Contos de Compstnci: um Caso Concrete, p 88,27. [A NYGRA-MATRIZ Di: INCIDENCIA DO 1H ‘humanos, dispensando qualquer instrumetial)¢ servigas menos puros (que requerem © ‘emprego de méquinas ¢equipamentos). Outro grupo de servgos,consttuldo por nqueles que envolvem a aplicagdo de materiais como condigto necesstria de sua prestacto. E a terceira classe deles: os servigos ussociados 1o fornecimento de materiais"™ Indubitavelmente, tanto nas duas subespécies do primeiro grupo, quanto no segundo, temos o império do fazer, absoluto num caso, prevaleceac nooutro: Eo iltimo conjunto de servigos é bem aqucle onde moram as potencialidads de atrito ISS ~ IPI, pois ao fazer que Ihe 6 tipico vem juntar-se no tépico um dar de materiais, Circundemas, agora, oma, para olh-lo do Angulo do IPI, emeuja matcralidade do suposto normativo temies um dar. Eventuslmente, contudo, poderéo industrial obri- arse a uma futura industrializagdo, seguida de transferéncia de propriedade ou posse do produto resultante, como nas hipdtests dc industrializacio por encomends, con- ‘empladas na legistagdo do iribulo. Ao inverso daquela ima espécie de ser igo, lem do dar, marea habitual das operngdes com produtes industralizades, comparece cui 1m fazer anterior, oficializado ¢ assumido, instituindo rea de atrita IPI-ISS Exatamente ha confluéncia dessas duas zonas cinzeatas ~industrializagao ‘porencomenda ou prestagdo de servicos associados ao fomecimento de nateriais ~é que deparamos um instituto de dircito privado que nio pode escapar de nossacrvo ciemttico, s¢ desejamos profundidade na andlise das relaeées IP-ISS: 0 contrato dc empreitada, ‘Acreditamos aber a JOSE EDLARDO SOARES DE MELO™ a viniude de. pela vex primeira, razor o tema para a mss de debates desta drea confliuosa ds dois Immpostes. E {oi contribuigdo de vulto. Empreitada, segundo os civilisas, ¢ 0 contato pelo qual uma das pars (0 empreiteito) obriga-se a executar, por si s6 eu com auxilio de outros, determinada obra, ‘com material préprio ou que Iie € posto a disposigto, mediante ceria remuncragio da coutra parte (0 comitente ou dono da obra). Nio se confunde como cotrato de ta2alhio ou cum a prestagdo civil de servigos, pois na empreitads 0 objeto da rlagdo contratual & 4 obra em si, ndo a alividade do empreitei, que, por sua ver, age sem subordinagto ou dependéncia do comitente, dingindo ¢ fscalizando a obra, © supontando os riscos éa rodugto. © antigo 1.237 do Cédigo Civil, 20 iniciar a disciptina do contrato, disp: “O empreiteizo de uma obra pode contribuir para ela ox s6 com seu trabatho, ou com lee os materfais", Quando selimitao trabalto, fala-se emuma empreitada de lav. qvando também fornece matcrais, empreitada de materiais ou mista ROBERTO DE SIQUEIRA CAMPOS refere-sea esta lima como empreitada global E SAN TIAGO DANTAS distingue empreitada de materiais (quando, além do trabalho, o empreiteito 05 fornece) da empreitada mista (quando os materiais sto fomecidos em pare pelo emmprel= tsiro € em parte pelo proprictirio)™. E na empreitada de materais ou mista (alo apenas ro sentido de SAN TIAGO) que habita nosso interesse, do ponto de vista tribuldrie, em ‘elagdo aos possiveis conflitos IP-ISS (G31) TSS=Conts.. op. cit p. 36-58 (432) 0 Imposta..op ef, p. 125-130. (#33) IOM = Fmpretada de Const Civil eon Femscineto de Matra ped a np {cto fora do Local da Obra (Inconstitucionidade leila da Ineldenee do CMA sole 0 Material) in RDT 45, p 290. (434) Programe de Direc Civil H ~ Os Contes, p 302-30 JOS ROMERTO VIEIKA ‘Uma primeira tendéncia interpretativa subsume completamente 0 con- de smprritada de materiais ao de uma compra e venda de enisa futura prvilegiando assim acbrigagto de dar existent naqula figura contratual fa tia fe TTROPLONG ¢ LAURENT; ENNECCERUS, KIPP, WOLFF, PLANIOL, RIPERT. BOULANGER, TRABUCCHI; THIRY, COLMET DE SANTERRE ec GUIL: LOUARD®’; entre nbs, BENTO DE FARIA, JOAO LUIS ALVES ec MANUEL INACIO. CARVALHO DE MENDONCA“. Mao procede o entendimento, que, em matéria tributiria, foi aeolhido pelo artigo 8, pardgrafo 2", do Decreto-Lei n, 406, de 31.12.62, na redagdo do Decrete Lei 1, 834, de 08.09.69, amigo 3°: "O fornecimenio de mercadorias com prestagdo de servigos néo especificades na lista fica sujeito ao Impasio sobre Cireulagdo de Mercadortas". Em se ratando de compra ¢ vends, ou o bem jd existe ou sod claboraeo dentro da linha normal de produgdo do vendedor, como ensina PONTES DE MIRAN. DA®"; secundado por ANTONIO ROBERTO SAMPAIO DORIA, que menciona sua reparario".. no curso das aividades usuats to vendedor”,enquanto, na emprcitada, ‘enfatiza as peculiaridades da obra feita sob encomends, Boa ¢ a sintese, aqui, d¢ ‘VICTOR NUNES LEAL, este publicista singular ““Emsuma, acomprae venda abrange ben: exislentes ou, se fuluroe {ais bens devem ser genéricos ¢ fungiveis. Na empreitada, ao reves, iralacse de uma obra a produzir, uma obra em ser @, se em seu processo interitr Sornecimento de materiais, com o resultado final de um produto, este deve Ser sspeclfco einfungivel, atendendo d encomende peculiar do comten. Outra opsdo hermentutica, no que atine & ompritada mista, ¢ a dos que breferem identificar-Ihe na contextura a convivéneia auténoma e equivalente do dar do fazer, sem inclnar-se pelaprimazia de qualquer dos dois elementos de identificagio. Occletismo dessa posigto, que jé mosiravam AUBRY ET RAU" encontrou 2poio aqui, em J. M. CARVALHO SANTOS ¢ WALDEMAR FERREIRA‘, em WASHINGTON DEBARROS MONTEIRO", ARNOLDO WALD'e MARIA HELENA DINIZ" alem de ter sido encampada pelo Supremo Tribunal Federal, ao tempo da Constitigdo de 1946, através da Simula n. 334: “E legitima a cobranca, ao empreiteiro, do imposto de (65) dpud SANTIAGO DANTAS, iden» 304 (436) dpud CAIO naituigbes de Divito Civil ~ Fontes das » dud CATO MARIO. DA SILVA PCREIRA, Isis de Diet Civ ~ Fontes d (437) pad VICTOR NUNES LEAL, Incdénci do ISS, com Fxclusto do ICM, nos Servis de ‘Coneretagem por Empreiada, ir RDT a 18, p 23 (438) Amd VICTOR NUNES LEAL, bide, p. 29-30, (439) Tentado de DielioPrivado ~Dieito das Obriga (£40) Apud JOSE EDUARDO SOARES DE MF (641) Incitncia.. op cit, p33, (442) Apud SAN TIAGO DANTAS, Programa. op. cit. 3 (443) Apud VICTOR NUNES LEAL, Incidénein op cit, p24 op cit, p89. op. itp. 1819. Empritads, v XLIV, p 385, 10 Impost.. op ct p. 28 +, 446) Curso de Direto Civil Brositciro Teoria Geral dan Obrigasics, v 2,9. 89 A REGIAMATRIZ DE INCIDENCIA DO IRE vendas e consignagdes, sobre e valor dos materials empregados, quando aempreitada uo for apenas de lavor'*®. ‘Tal visto também encontrou guarida na lista de servigos ancxa ao Decreto- Lei, 406/68, na redagdo da Lai Compleinentar n. $6, de 15.12.87, especificamente nos itens nimeros 32,34, 38, 42, 68, 69 ¢ 70, em que se fraciona a empretada, submetendo a0 ISS 9 que resultado fazere 29 CMS o que decom do dar. InterpretagBes que explicam, 0 fato de ORLANDO GOMES attibuir & influégcia do Direito Tributiio essa condiczo bipartida da empreitada, a qual encontrou no fisco um “defensor denodado™, conforme SILVIO RODRIGUES; masque provocou de ambos 0s jurists observagdes desvantajo- sas: que tal solupto ".. ndo fem epoto ma doutrina’” (ORLANDO) e que 8. dee virtuadora do contrato de empreitada'" SILVIO)", No se hd de duvidar desse alegado desvirtuamento, por certo. Se 0 jslador previu a possiblidade de fomecimento de matcriais na empreitada, contem- plando-o numa das suas espécies, nto pode sor esa a premissa.a partir da qual se construa entendimento que descaracterze a entidade coniratual. Apreciando a empreiiada de ‘consirugdg, foi exatamente este raciociniolimpido ccheio de juridicidade de AMILCAR DE ARAUJO FALCAQ: “Nao altera cnatureza espectfica do conirato, dbviamente, oforneci- ‘mento de matertais, porque fal fornecimento ¢ elemento de especifica;o que segundo disposigao exoressa do nosso direto postivo.. e com entendimen- ‘to da doutrina, serve cpénas para qualifar uma das modelidades da empre'- tadla ~ a empreitada com fornecimento de materiais ou, simplesmente empreitada de materiol” (sioy™. Eis porque tomar uma figura unitiria, © em especial um dos elementos que paicipa de sua maturera, itrnsaco a uma de suas espécies, encarando-o como se novo « superveniente Fosse, para nel fncaro supedinco da csto daquela figura, achando ai, sua fabricagdo ou aquisigdo, impedindo, asin, qualquer fore-imento de mateiis aa pate do industializador, e fixou uma segunda condigdo: que o produto este destnado ‘comércio ou industializagdo por pare do encomendante. On, jvimos qu, idenificado, ra dita industralizagto por encomenda, um auténtico conirato de empreitada mista (obrigagto de fazer), nada existe a ser alcangado pot exe tnbuto, somente pelo ISS, 0 mesmo da operacto subsequent, isto, da vendacfetuada pelo encomendante a terecros, em que este ¢ equiparao a industrial pela Lei n.4.502/68, antigo 4 Il (na redagéo do Decreto-Lei n. 38166, anigo 2, alleragdo 33, ¢ artigo 12), para fins da exigéncia tnibutéra. Or, nfo tendo havido operagdo com produto industria: Tizado na etapa anterior, mas simples pesiagdo de se1vzo, est pejudicada tal equipara- ¢o na fase seguine, pais seguem incxistentes os produtosindustrializados. (64) Codigo Tribute Nac “Ale tibuirio nto padeatraradefnigao,ocoueido eel et aaa {armen pela Contig Feder, els Consiga dos Estados, ow peas Lets Ori iil fra en do pon por fro or cmp bra (rites (465) PAULO DE BARROS CARVALIIO, Curso de Dreto Tibutiro, p. 330332 A REGRAMATRIZ. DE INCIDENCIA DO IPT ” ‘Em casos como esses, apretensio ao IP implica no so destespeito ao Princtpio da Legalidade Tributaria (Constituiglo, art.150, 1), mas incursto ousada na esfera da competéncia municipal, com a agressdo ao Principio da Autonomia dos Municipios (Constituigto, arts. I°,, 18; 29; 30, 1 Ill; e 34, VIL c), a0 Principio da Repiblica (Constituigto, arts. 1°,'34, VIl, aye 60, § 4 1) ¢ a0 implicto, mas no menos eminente Principio da Isonomia das Pessoas Constitucionais. A respeito do relacionamento {ntimo desses principios constitucionas, ja tocemos comentirios™ Eis que capitais0$ reflexos do bem esbocar as relagdes arduas ¢tormentosas do IPI com 0 ISS, especialmente na quadra da orientacdo da Lei Maior, textual contextualmente, para 0 delineamento da: materialidade da hipbtese de incidéncia ‘ributéria do IPI. E's6 entdo cabe aludir ao papel da Let Complementar, 414.2 ‘omplementar Especifica A Lei Complementar ¢o nosso diploma consttucional (an. 69), eujo prece- dente em direito comparado encontra-se ra loi organique da Consitviglo da Fran, ‘como identificou MANOEL GONCALVES FERREIRA FILHO"’, desempenha papel de extrema delicadeza na disciplina da tributagio, quando menos protagonizando -vigorosas rivalidades ¢ contendas doutrinérias. a provincia dos tributos, suas fungBes encontram-se no famigerado anigo 146 440 Cédigo Magno, que intentou consagrar uma das correntes doutrinirias que buscavam, © sentido de tais fungBcs, no texto anterior, ¢ lamentavelmente foi aqucla que se nos afigura despide de argumentagdo mais rigoros, drfa de embasamento cientifico-juridico, Enfim, a opefo do legislador consttucional foi, no dizer de JOSE SOUTO MAIOR BORGES, "... a mais desastrada possivel"* E a grande preocupagdo que traz esse dispositive constitucional é o perigo evidente que implanta de permitir incursbes federas nas esferas de competénciaalbcias, com a expressio vaga e indeterminada "normas gerais em matéria de legislacdo tributdria™ (an, 146, 0), que nd¢ conformou a contornos definidos. Normas que atingem todo 0 amplo espectro da relagdo juridico-tnbutéria, pois “ali esié a epopeta do rnascimento, vida e morte da obrigagdo tributéria, admira-se SACHA CALMON NAVARRO COELHO". E acrescenta PAULO DE BARROS CARVALHO: “Aquila ‘que ndo cair na vala explicit da sua ‘especialidade', caberd, certamente, nodomints da implicitude de sua ‘generalidade'.."** © tema ¢ largo € no se comporta nos limites deste estudo, de sore que nos Contentamos em fazer remiss4o 20s jursperitos gue vltimamente dele cuidaram™ (SHB) TOSE ROBERTO VIEIRA, rene Cosiionsi Esa de Dino, n RDT 2 3.9 (467) Do Procerso Legsltiv,p. 258 (468) Competéncia'Tibutra dos isados e Municipios, in RDT n. 47, p. 139 (469) Comentirios & Consttulgdo de 1988 —Sistema Tributiio, p 138 (470) Curso... op ep. 133. (471) Consule-se: ROQUE ANTONIO CARRAZZA, Curt. op. its p. 385-376, PAULO Di BARROS CARVALIIO, Curso. op. ct, p. 125-134, ¢ GERALDO ATALIBA, ei Comple. rmentarem Matra Tribus, ia RDT n 48, p 84.97 2” JOSE ROWERTO VIEIRA ‘Aqui, nossa atengto seré posia no preceptivo do artigo 156, Il: “Compete aus Munlelpios instltuir insposios sobre... servigos de qualguer natureza, no compreen- ddidas no artigo 155, definides em lei complementar ™”. | Alguns, no progredindo além de uma paupérima interpretaglo gramatical, inclinam-se pela exigéncia prévia da definigdo complementar dos servigos a serem tributados, posigdo indefensivel, pois consttui um sacrilégio juriico entender 0 texto do dispositivo fora do seu contexio constitucional, assistomaticamente.O inverso dese- ‘Jvel, ainterpretagio sistemétice, mostra que tal lei complementar é aplicaydo especi ‘fica da previsto genérica do artigo 146, I I, isto €, consste em veiculo de normas gerais em matéria de legislacio tributdria, cingindo-se aos limites do dispor sobre conflitos de competéncia e do regular limitogdes constitccionais ao poder de ributar, como alestam as vozes autorizadas de JOSE SOUTO MAIOR BORGES" c de ROQUE CARRAZZA™. Colocada nos devidos termos a Lei Complementar em pavta, quadralembrat ‘com esforgo no magistério de JOSE AFONSO DA SILVA, que a regra do art. 156, II, € de effcdcia plena e aplicabilidade imediata, podendo os municipios desde logo ‘gravar os servigos nfo includes na compettncia dos Estados ¢ do Distrito Federal, {ndependentemente da aventada Lei Complementar"?. Despontainetocivelo peasament© do mestre SOUTO: ‘Residual’, considerada a demarcagit de competéncia tributdria pela prépria Constituigdo, é a competéncia tributéria do Municipio: servigas ndo compreendidas dentro da competéncia tributéria... dos Estados. Dentro desse campo, que depois sera revelado, é que cabe atributagao pelo Municipio. A lei complementar vai definir a irea de conflito, enti, ela teré uma opeao fa exercer, politicamente: esgotar ou nao « érea de confit. Fora disso, ndo velo como se possa compaiibilizar a construgdo dessa fungao da lei comple ‘mentar com a sistematica da Constitwigdo” (gritamos)", © Decreto-lei n, 406/68 tem eficicia de Lei Complementar, por forga do seu fundamento no Ato Insuitucional a. 5, de 13.12.68, artigo 2, pardgrafo 1°. A Lista de Servigos acle anexa, hoje coma redacdo da Lei Complementarn, 56/87, ofereezu ocasito para o erepitar das desaveneas doutrindrias. A enurmeragio da lista fol ¢¢ encarada como {axativa pelo maior nimero de estudiosos, na esira da lamentdvel interpretago litera) ‘a que aludimos acima. Outros encararam-a como exemplificative. E outros ainda, como ALIOMAR BALEEIRO, assumiram posicSo interrnedidris, vendo-s como taxativa, mas ‘comportando interpretagio analégica’”. A postura mais consenténea com a visto cor: textual esposida ¢ certamente a de ATALIBA™ © CARRAZZA™, que dizem-na mere (GMa) A redagiod a eatabelecids pela Emends Consitucionaln. 0393, tiga I" (423) Lal Complementar Tributiri, p. 18-200, (874) Curso... op lt, p. 381-384 (475) Aplicabitdade das Normas Constitucionals,p, 71-75, (476) Apud ANTONIO MAURICIO DA CRUZ, O IPL -Limites Constitucianas, p. 53-54 (47) Direlio... o. vt, p 270271, (478) Imposto Sobre Servgos, in RDT n 1-88, CM - No lncidncio,n Bstaduse Pareceres »impetStn Seis, in RDT p35, #7-81CM -Nto sti, Eton (479) Imposto Solxe Servigos ~ DL 406/68 e 834169 ~Inconstiucionaidade de Lista de Srvigos 8 cles anexs, RDT 8.33, p.245. Curso... op. elf 384 A BEGRA-MATRIZ DE INCIDENCTA DO IPT » mente “sugestiva” posto ques6 udmissivel quando tena em vista obviar conflitos de competéncia ou regular limitagdes constitucionais™” ‘O tema desta ei complementar do ISS ¢ sua lista de servigos no scio do presente ensaio, voliado para o Imposto sobre Produtos Industrializados, encontraa seguinte texplicagdo: aque casos que nos aproximam das frontiras que delimitam os contornos desses impostos, &s veurs Ufo préximas c to indistinia a demarcardo que hesitamos em Situd-os além ou aquém, resolverse, num primero momento, pela distingo dos nicleos das fespectivas hipétess (dnt ou fazer), com éxposto no sogmento anterior dest item, fe, subsistindo a difculdade, aplica-se a li complementar que para tanto designou 0 Tegislador da Constitigdo, Assim, pode-se mesmo dizer que a lei complementar specifica do ISS ndlo dcixa também de ser uma lei complementar especifien do IPI, na medida dos corfitos que os acometem reciprocamente Vale lembrar, no tépico, a oricningio expedidn pela administragio wibutéria federal, através do Purecer Normativo CST n. 83/77, sogundo o qual “O fato de quaisquer dos servigos catalogados na lista anexa ao Decreto-Lei n. 406/68 .. $¢ dentificarem com operagdes consideradas indusiratizagao ‘ex vi' do RIPI, ¢irre- levante para determinar a ndo incidéncia do IPI". & 0 parecer faz mengto & ements daquele decreto- lei, que sd se rofera 20 ICM e a0 ISS, para exclur o IPI de qualquer Timitagdo decorrente da lista em apreco, acenando com o RIPI (Regulamento do IPD. ¢ ‘xigindo disposigio legal expressal ‘Apoga-se o executive federal & ementa daguele at. Podor-se-a invocat, cm perfcita analogia ofato de que, diversaments da inelinagao da doutina francesa, nossos Eonstitucionalisias asseveram em concerto que 08 dizeres do predmbulo do Codigo Constitueional nio sio dotados de forca obrigatéria, assim como também os das cementas dos atos infraconstitucionais, acrescentamos. Eo cnsino,s6 para ilustrar, de CELSO RIBEIRO BASTOS", PINTO FERREIRA“ c MANOEL GONCALVES FER REIRA FILHO" Iso porgoc,j escarecera HANS KELSEN, o preimbulo“...carece de conleido juridicamente relevante, Ele tem antes wm cardter idealdgica clo que Juridico'"™* Talvez devéssemos falar, em relagio 4 ementa, mais d= cunho de sintese do ‘que de idcologia, Mas basta deslacar 0 fato de que o administrador da Unigo, neste particular parecer, afera-se letra da ementa (acm mesmo da lei), para evidencar a pentria fe ido malfadado enfendimento, Alids, ousar tal forma de interpretagto ndo é, ainda, na ‘Verdade, interpretar,sendo apenas predispor-se, peparar-se para a aividade imerprcati~ Ya E de PAULO DE BARROS o diagndst'co a respeito desta espécie de interpreta: Tendo pode ser mais que a porta de entrada para o processo de apreensdo da vontade dle." Ora, desde que evidgntes as zonas cinventas de atrito entre 1PI¢ 18S, ¢ desde que 0 leislador da Constituigio destinow lei complementar especifica para o tema, € {Ga0) Confira ambi, no tema JOSE SOUTO MAIOR BORGES, Let. op. it, 195-206, € MARGAL JUSTIN FILIIO, O Fmposte. op. cit, 98101 (181) Comentéros& Constitucdo do Bras, »-1, 408 (482) Comentirios& Constiugdo Brule. 1.p 4 (483) Comentirios & Constitugio Brasileira de 1988, .1,p 1S (484) Teoria Gera do Direto € do Estado, p.255. (445) Cura. op et. 8l * JOSE ROLERTO VIEIRA ébvio que ta diplon.a, ao contemplar aquelas dreas fronterigas, fatalmente atingird o IPI, digao expressamentc ou ndo, deseje-0 ou no; e mesmo que com todas as letras manifeste intengdo diversa, porque ao cicntista nada importa a vontade do legislador, sendo a da lei posta, objeto exclusivo do sou meditar (subeapltulo 22) Uma vez mais, no tema desta especifica Lei Complementa, o risco de serem abalroadas normas constitucionais de grande vulto: os principios da Legelidade ‘Teibatéra, da Autonomia Municipal, da Replica da Isonomia das Pessoas Consitu. simples especificagdo da importagdo™. Deporiaa favor deste ttimo entendimento 0 fat> da Lei n 4502/64 nao contemplar esta hipétese de incidénciawibutria do IPI (ar. 2) Insinuando conclusto semelhante temos 0 estudo de PERSIO DE OLIVEIRA LIMA™.Cumpre, porém, banir deste estudo as pists de anise citadas, seja por auséncia de atualidade do tema, soja pelos limites inrentes a presente empreitada, que recearos estar prestes a exceder. 42 O CRITERIO TEMPORAL Se por breve trecho fomos complacentes quanto a separagZo do inseparivel, ‘admitindo 0 exame de um comportamento de pessoas sem vinculé-lo a uma frag30 ddoterminada de tempo, por abstragdo que permitisse uma anilise mais precisaemeticuloss do nosso objeto, faz-se hora de reiortarmos 20 dominio do humano, atrelando kantiana ‘mente 0 crtério material ® inevitavel condigto dé ordem temporal, 14 apresentamos este critério, dizendo-o composto pels indicagdes que nos dio ‘a conhecer'@ momento exato em que sc considera ocorrido o fato juridico-tribu- trio, dando-se a subsuncio, verificando-se a incidéncia, edesabrochando o nexo juridice ue prende credor e devedor, o primeiro com o direito subjetivo, o segundo com o dever uridico, ambos, direto e dever, em auténtico trabalho de parto. Nao bastasse isso, ese ainda o instante que define a legislaedo que se aplicard ao langamento, pelo preserio ‘no Cédigo Tributdrio Nacional, artigo 144. Ocioso pretender mais manifesto 0 elevado prestigio deste critério na esfera da norma-padrlo dos tibvtos, ImpBe-se entéo definir, na scara do IPI, quando sero tidas por consumadas as operagdes juridicas com produtos industrializados, desencadcando-se os efcitos deestilo, Ese nto 0 fezo legislador constitucional, como efetivamente aconteceu, deferiu tarefa de proz ao legislador ordindrio da Unido, que, no entanto, no so vé érf30 de ditetrizes que orientem seu trabalho criativ, © Codigo Tributirio Nacional oferece uma primeira diretriz, no scu artigo 116, a0 considerar ocorrido o fato gerador e existentes cs seus efeitos neste ov naquele momento, conforme se trate de “situapdo de Jato” ou de “situagdo jurtdica™ Impossivel percorier este dispositive sem percepgio imediata do percalgo técnico, ‘quase ingenuidade do legislador do cédigo, pois toda situagZo de fato disciplinada pelo Direito é automaticamente clevada d categoria de situagto juridica, descabendo assima distingo contemplada. Debitemos 0 desacerto legal 20 descompromisso juridico do legisledor, que ¢ politica, nZo cientsta;e tatcando pela mens legis do comando encor- \raremos, com PAULO DE BARROS CARVALHO, uma diferenga entre duas situagdes Juridicas: uma, ndo categorizada como institute juridico — um fato juridico; out representada por entidade que o Dircito jé houvera definido ¢ prestigindo ~ um ato ou negocio jurldico”” (521) Conia so Parecer Nommativo CST n. 63/19 (D.O'de 26.10.79. (528) Hipotse., op. et, p19. (629) Curso... opi, p. 182-183, i i 1 ' ici sia uma 102 Jose ROERTO VIERA No que tange ao IPI, 0 assunto j4 for vencido no item 4.1.2, anterior, quando s para industrializagto de-sua encomenda (art. 4°, II, na redagdo do Decrcto-Lei n, 34/66, art, 2°, alteragdo 33*)™; ¢ os comerciantes atacadistas de bens de produgio (art, BW cade ple Deni Leta See at 2 aero ne Cage tbo icon at 1th, Ade’ qend © ColgsTibuans subsess spin cs ‘Mion dos edabeecenetiag t's, purge tna) etek wont Sow couple aera en ton lacs, erences tests hase ed, teen ceeyapaei Outro contribuiat do imposto,mo qu se aiona com as inporades produos Instituut beset segndo's Lsin aS0868 ange ss Ore © Pimportdo com relopdo ag predues teas que inporer" k crcl te Clon, eso ang SE 1 & ape dues rg do tec, exes coi sit ts Inporngid de rods ease ecetagneskaponsi soured (o somente com o Imposto de Importagdo, que serd constituide por duas parcelas, a segunda ds ques cued Se IPF apes pum apse do edo Gem 4.8 sean Congunoo Esato Fundanenal ro apni suet asivo ulus, sans indzasae qua 4 mateliade da pte fh fewsea agus yotmase hese tend, gos no seduce uel gras conbuiiccaesprsie ave pr guid un seesaw com evn aur peste © lace Wpctic normative. E neste sentido que MARCAL JUSTEN FILHO, autor de obra de belo porte Sten sora efcete pina bas lade “estnatarl concn! bre tério”™*, bem desenvolvendo a construgéo doutrindria claborada pelo jurista argentino HECTOR VILLEGAS, acerca do chamado “destinatério legal tributdrio™™”. Também os responsaveis devem manter esta afinidade com o fato juri- ica wiutini,enbort oy esa uns 9 Ss conbunte Incest, no tom empcenr boven epn Seal do niga ab Chg Tb {55 agit color ne nian 4.41.0 fot rae intent ere aee ts iia penne oaelna ceomendaten nasa pur fate ajcpio wali are ome ene (3) Sutte Pta Tb. 20264 (657) Dexinio Lega Tuva, m RDP m 30, 271-279 Cars de Dino Tributary Welt 4 apontado no artigo 35,1, a, da Leia, Lein, 34/66: "o industrial, inclusive produios tributedos que, real ou ¢ confirmado pelo Cédigo Tributrio ua JOSE ROBERTO VIEIRA lonal, para s6 depois verificar como se nos apresentam tas figuras na legislagzo do Pr Procen muels ego: "Sem preuzo de depose men capttulo, 2 tei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito wributdrio a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigapdo, excluindo a responsabs lidade do contribuinte ou atribuirdo-a a esle em cardter supleivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigagao” J4 detinhamos uma nocao da figura do responsivel como alguém que nfo reveste 8 condiedo de contribuinte, iso ¢,alguém que no tena uma relado pessoal e dirla ‘com 0 fato juridico tributirio, por forga do que dispae 0 artigo 121 do Céddigo, antes ‘examinsdo, Soma-se agora, entzetanto, umm dado de fundamental significado: além de sot someado por li 0 artigo 128 prescreve a imprescindivel vinculagdo do responsivel com 0 evento agrrado na hipétese dc incidéncia tibutdsia nZo de forma direla, & Sbvio, mas nunca totalmente alheio aquela ocorréncia, A Lei n. 4.502/64 wala dos responsiveis no artigo 35, I, donominando-os, contudo, “contribuintes substitutos” Contribuintes nio sio, por faltar-hes aquela intimidade com o fato juridico tributaro quc s6 ¢ propria dos que 0 praticaram, dos que, ‘em termos do IPI, realizaram as operagdes com produtos industraizados, Quanto @ substitutes, cremos pertazer a adogdo da velhateotia do saudoso RUBENS Gomes De SOUSA sobre a sujeicdo passiva indireta por substituigdo™, que nfo enseja, a bem da verdade, diligencias realmente juridicas, porque, coro anotou ALFREDO AUGUSTO BECKER, “o fendmeno da substivicdo opera-se no momento politico em que o legislador eria a zegra jurtdica”™, sendo portano pré-juridieo, Fiquemos, pois, com a termunologia responsdvets alids prcferida em todas as regulamentagdes deste impos- to, Ha duas hip6teses de responsabilidale previstas no artigo 35, 1, da Lei n 4.502164, a saber: “a) 0 transporlador — com relagao aos produios tribu’ados que ‘ransportar desacompanhados da decumentagdo comprobatéria de sua procedén- ela”; € “b) qualquer possuider — com relagdo aos produtos tribulados cua posse mantiv2r para fins de venda ou industrializagao, nas mesmas condigdes da allnea anterior”. Examinemos ambos os casos de responsbiidade do IPI com estribo naguele critério da vinculago indireta do responsdvel com 0 fato juridico tributdrio (Cédigo Trbutério Nacional, artigo 128), tendo em mente que o fat tabutdrio deste imposto consiste no acontecimento real da descrigfo normativa do realizar operapdes Jurldicas que provoquem a saida de produios industrializados do estabelecimento industrial, Tnveriamos a ordem, comeyando pelo possuidor de produtos sem docu- entagio, © veremos abrirem-se duas possibilidades: ou possudor ¢ 0 primeio adquirente do produto, ¢ neste caso panticipou daquela operagdo juridica, verficando-se ‘a demandada vinculacio; ou 0 possuidor nfo ¢ 0 primeiro adquirente, eentZo ndo haverd vinculaglo alguma com o fato juridico tributrio original. (G5B) Compendio de Legistaghe THbutéria p93. (559) Teoria. op. ct, p. $05. te i st em aa epee ec ec ‘A REGRA-MATRIZ. DE INCIDENCIA DO IPL us zi Piao transportador de produtos, quando também» & mingua de docu- TraaesgosSimplifcase a andise: a menos que o transporte sea feito pelo propo seunes 0 Belo préprio adquirene, nunca tert tido parte o transponador ma keene Juridica que determinou a salda, dos predatos, inex! i ligagdo com o sucesso, iAs situagbes de responsabilidade em que estiver ausente o vinculo em shrefo delaam de constitui, de plan, situagbes de responsabilidade teibecdsie fy Possb2 apariada do fata jurdico wibutirio ests & margem da hipblese de iene, seagett ¢8 margem do conteido da atibuigto consttucional de compensa tater, Genie se conclu, a todas as Iuzes, que sua relagdo com o sujeto ative nade een tributiia, Aas racional explicagto deste vinculo, feito 0 registro da posigdo dscorde ASMARCAL JUSTEN FILHO™, encontranos om PAULO DE BARROS CARVALHO, ridicn sancionatéri, pela qual se aplica umn castigo ‘Mutistativo a alguém que dsixou de cunprir cero dever que Ihe for, txplices So implicitament, asbuido pelo ordenamento; como, por exemplo, colaborar corm sve, ‘8 exigéncia formal da emisséo de documento fiscal por parte de quem the oe «esd cue entiega os produtos para transporte. Tal penalidade ndo édébito tnibutino, enbers disfarce desajeltado de 1P2, juss para que tl asser¢io ganhe foros de inefutivel, esta veifcar sea bese de cAloulo do chamado JPL corresponde & do Imposto del Nio obstante,cuidemos por um momento da figura do adicional, Como se Sua existéacia, em termos tributérios? Acreditamos que a resposta devs fluir em dois momentos sucessivos. 5, intbulmos a esponsabilidade do primeiro deles « AMILCAR DE ARAUIO FALCAO: “Quem tem compeitncia aara exigir um inpasto com a aligaae que on aner Comenlente, necessiriamente poderd aunenter a ellquota desce psc ipa 2 (ante equivale, criar wn impdsto Identico incidente sobre @ mosna pétese: em um como na outro caso acorre nada mats do que & majoragao do inibuto” (sie). Um outro imposto identico sobre a mesma hipsece implica, natural- cate cupmastia base de edleulo, Eis qu, sc tanto 0 Imposto de Importagio como See giPOst0 IPL sto calculados sobre a mesma bate do primero, tems ‘Segundo, como mostra AMILCAR, a majoragto do Primeiro, ou, em oulras palavras, SSremos no segundo (1) um adicional do primeira (Imposto de Importagzo) (69) Sltema Trib uth Brasiir: discrimi de rendas, 108-106 A REGRA-MATRIZ DE INCIDENCIA DO IPI na (Gonvidamos agora CLEBER GIARDINO parp, numa outra etapa, explorr a ‘mesma idéia do adicional tibutdrio: *Cogita-s também davxistéactade un adiional quando alegsle;2o \ributria preve uma incidéncia a mais em que se toma como base de cileulo indo mats a mesma base pela qual fo caleutado o tribuoo principal mas, isto sit, @ proprio ‘quantn’ do tributo devido.. Nesse caso, ¢ devido um outro ‘ributo calculado mediante aplicagto de uma allguota determinala sobre 9 ‘quantum? daquele primeira ributo” (gitames). O'a, GIARDINO esté fazenlo mengdo exatamente aquela segunda parcela da tase de céloulo do JPY na importagdo, o valor do proprio tibulo advancio, Na esa linha, RUBENS GOMES DE SOUSA'¢ GERALDO ATALIBA™* E porque cassar-Ihe a palavr quando a usava com tanto acetto? "O que nos parece'no caso versado na quesido & que e:sas duas ‘ituagbes em que a doutrina véa presenga de adiclonal se somam, sto qt 0 IPI incide ndo apenas sobre a musma base de céleulo do imposto de brpor. {pete como igualmente incide sobre 0 préprio ‘quantum do lmposte de Importasto Brito seria um adicional ndo por uma exclusiva rato mas por duas: numa princira visd0 a base de célulo seria amesma pela quale puro Santen dee no cata de Inposa de Inporigdoe mama sega sto ‘erla o préprio ‘quantum do Impasto de Inportagdo” (gitamos} {A sts, inquestiondvel, a demonstagdo de que ocdlcul dese pretenso [PY sobre Q,yalor do imposto aduancio no descaraccriza a base de céloulo devum ausciondl doe ‘timo, sem pelo contrério, dé-the plena certeza, E PERSIO DE OLIVEIRA LIMA, na mesma pportunidade em que se pronun- ciava GIARDINO, quem faz 0 diagnéstico competente: “Esse é um ‘bisin-idem’e ¢ Pecthce a, doulrina que isso pode ser feito © ndo configura una bitrbutagio Heslima’‘* Quanto dlegitimidade do 6/s-i-idem, ent tantos lembrennse AMILCAR DE ARAUIO FALCAO*'c AIRES FERNANDINO BARRETO™. Retorde-se anbior tar uma dae urisprtncia note-amercana "do bem posta "quem poe bi. {ar uma vez, pode irlbutar dues, rés vezes @ assim por diante”™. E fectemos 0 {iiocinio com o pronunciamento coalescente de PONTES DE MIRANDA, so verara Gupla trbutagto:*... ndo biributow - aumentou o impdsto. Quem pode deere ome vez pode decretar duas ou mals vezes" (sc)™ Preservada a restrita faira dc incidéncia do IPI sobre os produtos industria- dHzades brasilciros objeto de reimportagées, anuncie-se peremplonamente a impre. (GEO GEUEDS ATALIBA Taxa de Metornnmo dos Foros (IND) - Caste Tine Esudos eParecers d Direlo Tibutiri, v2, p 128°130 que Cancer ieee de RUBENS GOMES DE SOUSA, ($85) Imposo sobre Produtos Industalizados-Asscnbli. in Curso de Dice Empresarial, P (386) Imposte..~ Assembla, op. cit p. 165 (587) Sistem... op. cit, p $0€ 105-105, (388) Base de Ctlculo, Allquote e Principles Constitucon (999) dyad GERALDO ATALIBA. Taxa. .op.ct.p- 129 No rig inglés: “who can ac one ‘ar tar tree thee tes and 30 a siiniarins (590) Comentirioe & Constitulgho de 1967 com x emendan. 1 de 1969, Il, p 386 JOSE ROBERTO VIEIRA pricdade da submissio de quaisquer outcas importagBes a exte imposto, Quando tal se dé, compreenda-se al, por forya da cabal identidade da hipdtese de incidéncia tributiria ¢ da base de cdloulo, nfo IPI, mas decisivamente um sobre-imposto de impor. (ago; ndo IPI, mas inapelavelmente urn adicional do wibuto aduanei 53.1.4 Prinelpio da Nio Cumulatividade ‘A regea da nfo cumulatividade do IPI est algada a nivel constitucional: "O Imposio previsio no inciso IV: ...eré nao eumulativo, compensando-se 0 que for devido em cada operagdo com 0 montante cobrado nas anteriores” (att. 158, § 3, 1), Didaticamente, prescreve o Cédigo Tributirio Nacional, artigo 49: "O imposto é nao cumulative, dispondo a lei de forma que o montante devido resulte da diferenca a ‘maior, em determinado perlodo, entre 0 imposto referente cos produtas saidos do estabelecimento¢ o pago relativamente aos produlos nele enrados”, O mandamente da Carta Suprema encontra realizacao pratica, portato, no sistema de erédito pelas ‘matérias primas, produtos intermedirios ematerial de embalager adquiridos, ¢ débito pelos produtos finais que deixium o estabelecimento, num cSmputo que se faz por conta conente periédica Em interessante estudo de 1980 sobre o diferimento do antigo ICM", em certo ‘passo repetido por um exame critico do mesmo imposto, do ano subseqiente”™ GERAL- DO ATALIBA ¢ CLEBER GIARDINO apreciam judiciosamente a tio decantada condi- ‘do daquele gravame de consttuir imposto sobre o valor agregado, como resullante da adogio do Principio da Nao Cumulatividads. E como este principio proeta-se com. Vigor também pela legislagdo do IP, tomando-o de igual modo propalado como tnibuto sobre o valor aerescdo, impend abirdaro tema, com oto de bem svrlo em flog 4 base de céleulo do imposto, que € agora avo de nossts especulayées, “Aqueles jursias relembram as constanes comparagbes do imposto brasileiro com 0 IVA italiano ¢ com a TVA francesa, para admitir que 0 dnus econdmico sofrido pelo contribuinte europeu estérazoavelmente proximo daquele que ¢ imposto anés, mas para em seguida negar nistoalgum moto de clasificagao do ICM (e também 40 IP, irlamos) como imposto sobre 0 valor adicionado, Org, 0 tributo € uma realidade complexa e mulifecetada que se presta&s mais diversas indagagdes histércas,psicolé- icas, sociol6gicas,pollcas, econdmicas,jurdicss, etc -mas decerto que uma medida comparative da carga econdmica ndo pode ser tomada como argumento juridico de classificasto, © imposto sobre o valor agregado caracteriza-se juridicamente como tal or incidir efetivamente sobre a parcela acrescida, ist, sobre adiferenga positiva de valor que se verifica entre duas operagdes em sequéneia,aleangando o nove contr buinte ni justa proporgto do que cle adicionou ao bem. Nio € o aso do IPI ou do ICMS, que gravam 0 valor total da operagdo, E por nitido, diferente no quadraria Ser se enire as fungSes da base de cAlculo despontarelevante ade mensura ofa juridico tsibutitio, ¢ e este sb pode ser, nos termos do critério material da hipétese do IPI, uma ‘peraglo com produtos industralizados, evidente que outra nto seria a base de céleulo Sendo 0 valor desta operagfo como um todo, no ¢ que nela fl acrescenlado em relagdo 4 anterior, sob pena de se ver descumprida aquela primordial fungdo dimensionadora (591) LOM ~Diferimento (Estado Todrico-Prdteo), Estudos e Parceeres (582) Exame etico dos Principais Equivoces en tomo do ICM, in RDT n. 17/18, p. 77.85 ‘A REGRA-MATRIZ DE INCIDENCIA DO IP ay © Principio da No Cumulatividade, conquanto hibil para fazer do nosso IPI um wibuto economicament similar aguelesesirngcirs, no tem o dom de tran formar a natureza juridica do tributo, fazendo-o 0 que wo 6, B isto se d4 porque 8 diretriz constiucional da compensacto do imposta das operagBes anteriores s6 if gorat ", 1M), obviamente prestigiado pela legisiagdo infaconsttucional do ICMS (Decseto-Lei n. 406/68, ar. 3°) ¢ do IPI (Lei n. 4.502/64, art, 25, na sua titima redagto, conferida pelo Decreto-Li n, 1.136, de 07.12.70, art. 1°, e pela Lei n, 7.798, de 10.07.89, art. 12; € Cédigo Tributirio Nacional, a. 49). . Neste caso, diversamente do que ocorre com o Impesto de Renda, os procedi- ‘mentos, que da mesma forma eavolvem respeitiveis complexidades,s6terdo lugar em Stimos posteriores & atuacto da basc de célculo, permanecendo iretocivel, uma vez ‘ais, 0 critério quantitativo do consequente trbutirio, SACHA CALMON tenta a reducfo 20 absurdo da tese que exclui a no cumulatividade da regra-matriz de incid&acia, argumentando que tal caminho de- sembocaria no entendimento do erédito como direto renuncidvel do contribuinte, bem como impediria a sua consideragdo quando do langamento de oficio™”. nevitdvel imani- {estar estranheza pela inteligéncia que aquele eminente professor da UFMG di a tese. atribuindo-the reflexos que nko sé no a conspurcam, como evidenciam a fragilidade dos argumentos que s¢ Ihe opdem, Sendo, vejames, Incontendivel o fato da irrenunciabilidade do crédito por parte do sujelto pussivo, ¢indisputivel a necessidade de considerasio do mesmo pelo sujeite ativo, ao langar de oficio; pois se assim nfo fosse,o imposto vollaia 3 Ser cumulativo, resullando fendido o imperativ constitucional. £ o que confirma a \egislaedo ordindra,sejanaredacdo original da Lein 4.50°V64, ago 25 ~ "para efelo do recolhimento... serd deducido do valor resultant do céleulo: 0 imposto relative as matérias primas, produtos intermedidrios ¢ embalagens..." ~ srja na redag30 posteriormente estabelecida, que, se chega a mencionar um “direito de deditedo" nos pardgrafos, estatui inequivocamente no caput que “a importdncia a recother seré o ‘montante do imposto relativo aos produtos saldes do estabelecimento, em cada ms ($97) Tear op. eit, p 103, [A RFGRA.MATRIZ DE INCIDENCIA DO IPT ns diminuldo do montante de imposto relativo aos produtos nele entrados, no mesmo perlodo.. (Decreto-Lei n 34/6, at 2, altragio 8 ¢ Decreto-Lei n 1.136720, art, 1") Todavia, este reconhecimento no implica admitir que a ndo curmul de venna a imiscuir-se na regra-modelo para desfruar de efetividade, coma inexpli- cavelmente quer SACHA CALMON. E suficiente que o chnone esteja consagrado no sistema normativo, ele est, lo na norma tributdria em sentido estrito (norma: padrio), mas entre as outras normas tributérias do IPI, que pertencem ao vasto conjunto das normas tribulérias em sentido amplo, sbrangendo as rlaivas aos prinelpios ¢ as providéncias,administrativas, como jé expusemos (subcapitulo 3.2 ~ A Norma Juridica Tributécia), E PAULO DE BARROS CARVALHO quem, com a perspicécta cientfica habitual, classifica as normas que veiculam a ndo cumilatividade, que, em termes de IP, ‘assim se mostram: aquela prevista no arigo 153, parégrafo 3, Il, do diploma consi cional ¢ inegavel norma principiol6gica, as demais enquadram-se entre 25 normas que fixam providéncias administralivas, todas clas normas tributdrias em sentido amplo™ ‘Nao diverge, quanto 4 no cumulatividade, o pensamento de JOSE EDUARDO SOARES: DE MELO™, De muito boa técnica, neste particular, a Ici ordindria do IPI, que tatoo 4a base de cdleulo no capitulo TV do Titulo |, pata 6 vir a versa a quesido da nao ‘cumulatividade na sogdo I! do capitulo seguinte, sob 0 titulo “Do Pagamento do Imposto”. Com efeito, excepcionando o principio constitucional, todas as regrasatinentes 4 ndo cumulatividade inscrevem-se ene as normas que operacionalizam administrative mente 0 IPI, vinculando-se de forma esteita ¢ constane com a elapa arecadat6ria, situando-se por inteiro no plano do recolhimento; alm, por conseguinte, de qual- Quer possivel nexo com a norma-padri, da qual ano cumolatividade ests termi- nantemente apartada. Tanto que estas timas paginas, a ela dedicadas,s6 fazem sentido Porque imbuidas do escopo de afasti-la defintivamentc do estudo da regra-mattiz de incidéncia do IPI, 5.3.2 Aliquota 5.3.2.1 Imprescindibilidade Sees fungdes mensuradora ccompartiva da base de cilculeconssiomemoicio de que se dove desincumbir sozinha, outro papel que Ihe cabe na tarefa witmdtica de determinagdo da divida wibutia,fungdo dita objetiva, e que abase de eleulo no pode isoladamente levar a cabo, sendo congregando-se @ aliquots, E essa conotagio de nnecessdria, aqui exibida pela aliquota, ganha ares de grande amplitude perante 0 fato de que a base de céleuo, para a qual éimprescindivel a cooperagdo da allquota, constitu; exigtncia consitucicnalirefragivel (item 3.3.3 ¢ subitem 53.1.1, 5.3.22 Principio da Scletividade Mencionado seu trabalho numérico, parece esgotar-sco tema da aliquota tnbu- léria_NJo nos enganemos, contudo, especialmente nos dominios do IPI, onde esta (C28) A Regre Maca. op.eft, p 378 (699) © Inmposto sobre Produtos Industrialzados (IPD) na Consttuicko de 1989, p. 87-886 145 16 JOS# ROBERTO VIEIRA ‘nlidade assume foros de maior relevancia, poryue instrumento de realizaco do Princlpio da Scletividade, assim consagrado no Textc Magno: “O imposta previslo ‘no inctso IV serd seletivo, em fungdo da essencialidade do produio. "(an 153. § 3° 1); comando reproduzido ao pé da ltr pelo anigo 48 do Cédign Telbutiso Nacional Na seletividade em fungdo da essencialidade dos produtos est, com efeito, a preocupagdo do legislador consttucional coma cepacidade contributiva (Consituigio, an. 145, § 1). E certo, como assegura ALIOMAR BALEEIRO, que “a natureza de smercadoria vale presungio do seu destino a pessoae de hdbitos requintados, argas posses ou gue dispdem de recursos outros além dos esirilamente necessérios & sasfapto das necessidades fundamemais™®, Por sem divida que produios como pelos especiais, pecas de arte, bei imporadas, jéias de alto valor, perfumes carissimos ¢ tantos outros, evelam, pelo seu sg1au de sofisticardo, a as vezes de extravagincia, elovgda capacidade contribuiva, Ao Ponto de terse 0 consumo como“... um genulne rivel da renda pessoal como Indice de capacidade contributiva e como base parao lancanento de tributes progressivos™, 1a observagdo de RICHARD GOODE" RUBENS GOMES DE SOUSA classificava o: produto, quanto desseucialida- de, em: artigos de primeita necessidade (roupa, géerosalimenticios, medicameisos), de semi-luxo (fume, diversdes, artigos de espore, auoméveis), de luxo (ia, peles, Perfumes, certos tipos de autombveis c cle bebidas) © de consumo prejudicial ou Inconveniente (armas, jogos de azar ¢ entompecentes)*. 14 PAULO DE BARROS CARVALHO reduziu o admero de categonas, para falar em produtas:necessérios, mas nfo necessirios ¢ de luxot®; com as quais se parccem casar bem os gracs de «ssencialidade identificados por JOSE AFCINSO DA SILVA: necessidade, utiidade ¢ superfluidade™. \Nio se discute que o sentido da norma consitueional é prosaover uma scles30 dos produtos objeto das operagbes que sero atngidas pelo imposto,ullizando a igéia de essencialidade como de seleco, para gruar a intensidade do tibuto. O que se pode discutir s30 os pardimetros de aferigHo da cisencialidade, a respeito dos ‘quaissilenciou 0 Estatuto Maximo, HENRY TILBERY reporta-se aos “produlos indispensérveis™®*; JOSE CAR- LOS GRAGA WAGNER leva em conta “os hdbilos de concimo dos menos favoreci. dos", PAULO ROBERTO CABRAL NOGUEIRA recor & Constituiglo de 1946, antigo 15, § 1", que continha sugestiva referéncia aos “artigos que a lei clastificar como 2 minima indispensével & habitagdo , vestudria, alimentagdo e tratamento médico (Ge Liles bes Constitucooals xo Poder de Tribute, p, 3 (@01) dpa 000 DE BRITO MACHADO, Pacinos Jurdeos du Tibutagho me Const }o ce 1988, p43, No orginal inglés“ Connumpton ira genuine rel personal neon at en ladex of abit to pay tases ad sa basis forthe assesment of progresave cnet” (602) lias Gens sate os Imposios dz Consumo, n Estudos Je Drei Tributri, p63. (603) Insoduo wo Estado do Impsto sobre Produtos Industiatzados (xe), in RDP I, p77 (604) Curso de Direio Conattuclona! Positive, p $99. (605) © Conceito de Essencalidade como Critésio de Tebulato, a Bstudos Teibutétos, p. 310.0 phcelo de Esencaidade ena Cririo de Tributto in Direlto Trtbutrie Atul «10, (605) Comentiios. op cit, p. 199. Impost... ap cit, . 266, ‘A REGRA-MATRIZ DE INCIDENCIA DO IPE a ddas pessoas de restrita capacidade econdmica”, regra, ais, idéntica’ do anigo 6° da Lein 4,502/64, suprimido pelo Decreto-Lei n. 34/66, artigo 2°, alteragio 3”. ANTONIO MAURICIO DA CRUZ vai buscar estes pardmettos em dispositives constitucionais ‘elativos a ordem econbmica¢ sociale a familia, educagSo ¢ cultura, discorrendo sobre “Produtos que propiciem trabalho a populagdes carentes, que sirvam de base a economia regionals, que alendam ds necessidades basicas de alimentacdo, vestués 10, habitaeto, saide e educogéo..”,confroniando-os com". proditos nocives como cigarros e bebidas aledolicas, ou .. supérfuos como perfumes. cosmélicos, dias ¢ bijouterias" Essencial, informa AURELIO BUARQUE DE HOLANDA FERREIRA, cormes- onde a “necessério, fundamental, indlspensdvel". E confirma DE PLACIDO E SILVA: “Do latin ‘essenttalis'(relativo d esséncia), entende-se tudo que & indispen- sdvel, fundamental, para a constttuigdo de uma coisa... Para distiguir a indispensa- bilidade de tudo que possa ser consideraclo como fundamental, para a validade do alo furidico, entQo, menciona-se de essencial"*®, $40 indicios de que assstia razSo a TILBERY quando grifou os produtos indispenséveis como essenciais. De nossa parte, a vio do Direto pelo prisma da Dogmdtica Juridica, que assumimos (subcapltulo 2.2), nfo permite caminho diverso sento o de buscar no texto no contexto constitucionais vigentes aqueles valores ali normativamente plas. ‘mados, que permitam apurar a essencialidade de que aqui se cogita. Bom, portanto, ‘caminho de ANTONIO MAURICIO DA CRUZ, embora prefiramos, assim como JOSE. EDUARDO SOARES DE MELO", fincar o ponio de partda para tal reflexdo no artigo 7. IV, do Codigo Maior, que, entre os dircitos dos trabalhadores, consagra o do salir minimo... capes de atender a suas necessidades vitais Basicas ¢ 63 de sua Familia com moradia, alimentagdo, educayao, sade, lazer, vestutrio, higiene, trans. porte previdencia social..", apesar da pecha de “slmbolo de romantismo social” que OSIRIS ROCHA ¢ PINTO FERREIRA divisam ness institu", E certo existirem dois caminhos para implementar a escolha de produtos prescrita pelo Cédigo Suprema: variar a base de edlculo, mantendo fixa a allquota, ov, {nversament, far a base de cdleuo, fazendo oscilar as allquotas ao sabor da essencia: lidadevindispensabilidade dos produtos. E ndo é segredo que esta iltima foi alka eleita pelo legislador, Dal podermos asseverar que o Principio da Seletividade realiza-se pelo estabelecimento das aliquotas na razfo inversa da necessidade dos produtos, Quanto mais imprescindiveis,os produtos para satisfazer as nevessidades basicas da populacto, e portanto quanto mais essencials,anto menores deverdo ser suas aliquotas o IP, assegurando-Hhes um tatamento brando e suave, e quanto menos indispensaveis (0§ produles, raiando pela esfere da superfluidade, © poranto quanto menos essenciais, tanto maiores deverdo ser suas aliquotas do IPl (G07) De lnposta sobre Produtos Industilieados (Produtos Seleclonados), p80. (608) OP. op. ct, p. 66-67 (609) Novo Diclonérlo da Lingua Portugues, p. 574 (610) Voeabutirio Sudo, vp. 200 (611) OImpost... op. cit. 83 (612) Comentirios & Consituigto Brsitcira,v 1,229 | | nat JOSE ROBERTO VIEIRA Original atese de PAULO ROBERTO CABRAL NOGUEIRA, para quem © Jogo das allquotas nto atende a detcrminago constitucional da seltividade, pois elas ‘graduam, diferenciam, mas ndo selecionam". Seletivo s6 ser o imposto quando incldente sobre determinados produtos industrial:zados selecionados, a excmplo dealgumas figuras wibutrias de pases outros que gravamo consumo especiica de cerios rodutos. O primeiro argumento invocado, de que em todos os artigos cm que a Consti- tulgdo cuida de aliquotas, menciona-as expressamente, e no 0 fazendo no artigo 21, V €§ 3° (hoje: 153, 1V ¢ § 3°, 1, dlas nfo estaia ali culdando, parece-nos débil, uma vez que constituinte quis abrir possibilidades de escolha ao legislador ordindri, permitindo lhe, por exemplo, manipular a base de célculo ou as allquotas, como jé vimos, para concretizar a seletividede, O segundo argument, de que acatar as aliguotasdiferengadas omo instrumento da scletividade implicaria admitir que 0 artigh 21, § 3° (hoje: 183. § 3°, D nfo faz mais do que repetir o artigo 21, V eI (hoje: 153, § 1°, afigurase-nos na mesma linha de debilidade, pois neste dspositivo temos a previsio de uma possivel \delegao de atribuicdes do legislativo ao executivo para mudanga de aliquotas,enquants raquele temas a diretriz muito mais ampla ¢ ao eventual da seletividate, que pode ou ‘fo usar 0 caminho das aliquotas, consubstanciando, portanto, egras de natureza abso- luiamente diversas, ¢ porquanto inidemtficiveis. NEo é muito diferente o uitimo argu. mento, de que nto haveria sentido em quc a Consttuigdo previsse a aliquota varivel apenas para um imposto, quando isto & caracterstca de todos eles, esquecendo-s, aquele autor, ds que 0 cunho da diversidate ndo se encontra na variagdo das liguotas em si mas na iddia da seletividade que preside a variagdo Fosse aquela a intengdo consttuciona! o texto da atibuigdo de competéncia certamente nto seria Wo genérico, fazendo enldo alusfo a um imposto sobre prodilas industrialtzados seleclonados, como providenciou PAULO ROBERTO CABRAL NO- GUEIRA no subiitulo de sua obra ~ Do Imposto sobre Produtos Industrializados (Produtos Selecionados)”, Acreditamos de solar clareza 0 fato de que, por intermédio das aliquotas, Promove-se uma sclesdo efetiva dos produtos industrializados, submeteado es operapdes que com eles se realizam a diferentes graus de intensidade uibuira, © cumprindo destate 0 designio consitucional. Estamos, com iss, fazendo coro com 2 doutrina dominante: HENRY TILBERY", JOSE CARLOSGRAGA WAGNER" PAU- LO CELSO BERGSTROM BONILHA", AMERICO MASSET LACOMBE", PAULO DE BARROS CARVALHO", ALIOMAR BALEEIRO™, ANTONIO MAURICIO DA CRUZ" ¢ JOSE EDUARDO SOARES DE MELO, entre outros, (G3 Do importa. op. cit, p. 75-80. (614) © Cousin Extudos.. of: et, p 340.0 Cone. ia eto, gp. et, p 3.022. (615) Imposto de Produtos Industislizados, m Nogbes de Dirito Tributirie, p. 155-154 (16) Whe ICM ~Fundamenios da Técnica Nio Cumulative, p98, (619) Direito Tributério Brassio, p. 190. (620) OIPL... op. cit, p. 66-68. (€21) 0 Imposta. op cit, p. 81-83, A REGRA-MATRIZ. DE INCIDENCIA DO n» 5.3.2.3 Excegdo Aparente ao Principio da Legalidade Este principio, apardgio intangivel do Estado de Direito, tem sua formulagSo gencrica no artigo 5°, i, do Estatuto Supremo: “ninguém serd obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa sendo em virtude de le. Esta garaniaconsitcional do- impo da lei empresta so escudo contra oarbisio a todos os sitios do Direito, inclusive +80 Direito Tributrio, Néo satsfito,o constituinte formulou especificamente 0 prin- Cipio para o dominio dos tributes: ".. ¢ vedado Unido, aos Esiados, ao Distrito Federa\e aos Municipis...exigir ou aumentar tributo sem lei que oestabeleca” (er. 150, E certo que ao tatar dos impostos da Unito, o legislador da Carta Magna facultou ao Poder Executivo ".. aendidas as condigdes e os limites estabelecidos em lei, alterar as aliquotas dos impostos enumerados nas inctsos I, I, IV e ¥" (on. 153, § 19), entre 0s quais esté o IPI (ine. IV). Tal faculdade, contudo, pola caicla consttusonal inegavel,assenta-seaquém dos contomnos de uma exceed. Tratam-se de excegdes apenas aparcates, como sublinha ROQUE ANTONIO CARRAZZA™, porque a licenga do Cosigo Méximo para que 0 executivo promova alteragbes nas aliquots do IPI nfo € ampla eirrestrita, mas subordinada as demarcagdes «ue @ lei impuser, com todo o desvelo que pressupte o alto encargo da represcningdo popular, tarefa ds'Casa de Leis Federal. E ver bem a tempo a alusfo a0 mandato do ovo, porque nos ensjaafirmar a exclusividude da lei ordindria para fixaglo das condigdes e limites em que o executivo pode fever uso desta fauldade. valemo-nos do refltr de JOSE CARLOS GRAGA WAGNER, empreendido 20 tempo dos decretos-leis, para adsctever-Ihe nossa incondicional adesto: “Sou de opiniao, no caso, de que deve a lei ser entendida como a lei ordindria, sem nela se incluir 0 decreto-el pela simples rezto de que, pelo menos por um perlodo, ainda que rejatado pelo Congresso... vigiriam allquotas. fxadas pelo Poder Fxecutivo, Com base em limites e condigdes também jixadas pelo préprio Poder Execulvo" E aié mesmo admitindo, apenas para argumentar, que o legislative pudesse rejeltar 0 Decreto-Lei na mesma data de sua publicagdo e vigencia, permanece 2 impro- priedade daquela espécia nortativa, por razdo que o prépria GRACA WAGNER expli Citou: “O Poder Bxecutivo estaria delegando ciribuicdes que ndo sdo suas ~mas do Legislative ~a si mesmo, sem qualquer manifestagao daquele Poder". Por esta mesma sltima razdo inadmite-e hoje Medida Provisia para fisat as condigdes ¢ limites daquelafaculdade constituciona Mas (oi precisamente esse 0 desventurado caminho escolhide. © Deereto-Lei 1, 1.199, de 27.12.71, para conservagdo dos objetivos da politica econdmica govern Inlal ¢ para corregdo de dstorgdcs, permit a0 Poder Executivo “redhzir aliguotas 2ié 0 (2ero)"" © “mmajarar eliguotas, acrescentando até 30 (rina) unidades 20 percentval de incidencia ficado na lei" (an. 4,1 tt), Configura-se com incieza aquelasituagdo esdrixulaacima imaginada: 0 Exe- cutivo atribui a si mesmo uma fungdo pertencente ao Legislativ, seo fez.com 4 cumplcidade passiva do Congresso Nacional, nlo justficada mas explicada pela peculiaritade do momento histérico-politico vivido & época, isso nfo diminui o volo do (Gy Curso de Direito Constitucionsl Tebutird, p 167 (623) tos. opt. 270. JOSE ROBERTO VIEIRA 4 uta detestivel e pecaminoso. Afinal, pensamos, com ROQUE CARRAZZA, ~ que a lel ordindria pode implementa a autorizacdo da Carta Mana, fixando os pard- smelros denio dos quais 0 executivo poderé manipular as allquolas do IP; ou pode no fazer, limitando-se adeterminar as aliqutasaplicdvcis, quando eno “calré por terra ‘0 permissive constituclonal, isto é, nada serd facultado ao Poder Executivo, no que concerne @ maforagdo ow mitigagdo destes impostas"™, Assim também GERALDO ATALIB4 € J. A. LIMA GONCALVES®, E quando nada he fo facultado oatribuir-s funds alheias do Poder Evecutivo constitu infolerével devassidio juridia ¢insuportével ula consttucionall Em existndo a lei que estabeleraaquelas condigdese aquees limites, estamos ‘em que somente decreto presidencial podera tomar (al medida, pos faculdade 6 do Poder Executivo (an, 153, § 19), tal poder exercido polo Presidente da Repablica, como auxllio dos ministos de estado (at. 76); descabendo eventuaig tesolugdes (Con. selho de Politica Advaneira, Banco Centr, etc) para tanto, Assim pensamos, de acordo com SOARES DE MELO", ¢ conquanto dissentindo das manifestagdes respeitiveis de ROQUE CARRAZZA*”e MISABEL DERZI™ ‘Quanto a possibilidade da providéncia por Medida Provisbria, embora o ‘Texto Supremo tenha-Ihe destinado insirumento préprio ¢ de menor rigor (decreio) quando da urgéncia ¢ relevdncia, no cremos poder recusa 20 executiva a perspectiva de chamar o legislativo para diviir as cosponsablidades das decises, em homenagem 408 Princlpios da Legelidade, da Tripartigdo de FungSes e da propria Repiblica. Nao obstante acreditando-a improvével, aca'aros 2 possbiidade, com MISABEL DERZI™ 8 despeite do parecer coniririo de ROQUE CARRAZZA™ ‘Ao fim, confirme-se a exclusiva apaséncia excepcianal do dispositive conside- ‘ado, mantendorse 0 vigor do Principio da Legalidade, nunca um “principio da relative Iegalidade”, como queria equi FABIO FANUCCHI™ mas simum principio to robusto Gue expe de PONTES DE MIRANDA ocunrihe de um nave rl! "egaliane- 5.3.24 Consideracies Finais Encaregam-se duas ultimas idcias quantc 3 aliquota que comple © eritério ‘quantitative da regra-padréo do IPL é A primeira: o fato de que o IPI constitui excesd uo Prinefpio da Anterio- ridade (Constituigdo, ar. 150, II, b, ¢ § 1), podcndo ter suas aliquotas majoradas © aplicadas no decorrer do préprio excrcicio, scin necessitar @ aguarde do seguint, ¢ isso (GA Carmen ie, p. 108 (625) Carga Tributins€ Pravo de Recolhimento ue Tribes, in RDT a, 4S, . 26. (625) O Imposta.. op. it, p55. (627) Cars... 0p gi. 9. 188 (628) Medias Provisiias~ Sua AbsolutsInadequaj So InsiuijZo Majoras dodos Tributos, in RDT .45,p. 135-136. (629) lbiden..p. 136 (630) Curso. op. ci. 139-160, (631) Curse de Direito Tributirio Brasil, v.th,p 127 (632) Comentérios & Consttugio de 1967 eam « Emenda nde 1969,(.V.p1 ‘A REGRA-MATRIZ DE INCIDENCIA DO IPE a a despeito de que tal regra, que SACHA CALMON corretaments inclu na iddia de “indo surpresa”®, constitui reNexo, na seara dos tributos, do Principio da Seguranga ‘Juridica (Constituigfo art. 5°, cqpul), com sua nogto de prevsibilidads da agdo esta. ‘Uma segunda idéia, no que consulta possibilidade de elevagho das aliquotas do IPI pelo proprio Poder Legislativo, qi, advracse, mesmo em relagdo aos produtos despidos de qualquer essencialidade, ndo implica liberdads amplado legistador. Hi barreiras constitucionais que obstam qualquer tenativa de exagero, dentre as quais convém trazer A meméria, quando menos, duas delas.O Principio jreterido da Capa- cidade Contributiva (Consttuigdo, ar. 145, § 1°) ¢ 0 Principio do Nao Contisco (Constituigdo, art. 150, 1V). Tudo de sort a impediro instalr-sc do abitio, provocando reagdes vigoroses como a do cidadio norte-americino, dinigindo-se 0s scus pares ontribuintes, no panfleto “Cortem aqueles tributos!”: ..escravos! Eu gostaria de Jatar a voces hoje sobre suas cadeias... Suas cadevas, é claro, sdo os tribulos que vocés pagam. E como!" 34 SINOPSE DA CONSEQUENCIA TRIBUTARIA DA. REGRA-MATRIZ DO IPI Concentrando esforgos no reduzir a0 essencial a experiéncia especulaiva que ‘izemos, assim promoveriamos uma sintse, ‘A Consequéncia Tributéria da vegra-matriz do Imposio sobre Produtos Indus- \sializados prescreve uma relaglo juridica entre a Unido, polo ativo, ¢ 0 industrial ‘ov equiparado, polo passivo; este, vez por outra, cedendo lugar a um responsivel Ambos os sujeitos vollam-se para a prestacio pecunidria, cujo objeto é definido pela aplicagto da aliquota prevista na Tabela de Incidéncia do IPI sobre o valor da operago, composto pelo preso do produto e pelas despesas acessérias. Pouco diversa a relagdo a travar-se entre a Unio ¢ 0 reimportador de produtos industrializados brasileiros, on. que 0 objeto da prestaglo resultaré da aplicagio da aliquota da Tabcla do IPI sobre o valor que servir de base, ou que serviria se o produto tributado fosse, para o célculo do Imposto de Importacko, desconsiderados os valores do préprio imposto aduanciro, por incabivel, e dos encargos ‘cambiais, por superados. Nas demais incidéncias do IPI na importagdo, este trbuto deve ser entendido como um adicional do Impasto de Import. isto de 1568 ~ Sistema Tribute, 317-318 LEEIRO, Limitagbex., pci, p. 300, No orginal gles. Slash vase ‘ver Yd ie otal io you ty cout yosrchoin. Tour chain ofcourse ore the taxes you pay. And hem!™ ii ea he 4 ir} 6 CONCLUSOES 61 PRIMEIRA SiNTESE ‘Tudo isto posto, cumpre realizar um esforgo de etrovisto dos caminhos cienti- ficos que tnlhamos, depurando os racioinios ¢ ilagbes paciensenente trabaltados 20 longo da jornads, ¢ reunindo-os consolidados em uma primeira visto panorémica da rnorma-padtdo de incidéncia do IPI ‘A meticulosa montagem da Mip6tese de Incidéncia Tributaria deste impos- to revelou-nos, entre outras tantas verdades, aquelas que abaixo sucintamente regis No Critério Material da hipétese deparemos 0 compontamento do realizar ‘operagdes com produtos industrializados (item 4.1.1). Tais operag6es, demonstradas jurigicas, promovem a saida de produtos industializados dos estabelecimentos indus Iriais, ransferindo-lhes @ propriedade ou posse, em tipicas obrigagdes de dar (item 4.1.2). No que respeitaimporta¢do, outro comportamento que da contedidoaestecritério: © realizar operagdes de reimportaclo de produlos indusrialzados brasileios, verifican~ ddo-se, oulrossim, nas demais incidéncias na importagdo, um auténtico adicional do imposto aduaneiro, muito embora mascarado de /PI (tem 4.1.6), Temas outros que © estudo do critério material nos euscjou cxaminar:@ poquena probabilidade dos confitos deste imposto com 0 ICMS (item 4.1.3), grande possbilidade pritia de conflitos com (ISS, citeunstincia em que ganha supino interesse, num primeiro momento a distingdo tnire obrigagdes de dar (IP) e de fazer (ISS) ~(subitem 4.1.4.1) ¢ nowt, subsequente, ‘lei complementar especfiea (subitem 4.1.4.2); ¢ estudamos, por fim, 0 conceito de industrialvagdo (item 4.1.5) © @ antesor incdéncin do TPI nas arematagdes em lilo (ivem 4.1.7) {As indagagaesimpostas pelo exame do Critério Temporal fizeram-nos diag nosticat, na siida’ 605 produtos industralizados dos respectivos estabelecimentos industrais, © preciso instante em que se tem por ocoztido o foto jurdico tributério 4o IP; timo que, em se tratando de produtos industrializados procedentes do exterior, fem oneragto de reimporiagin, passa a ser 0 do desembarago aduaneiro (subcapitulo : be JOSE ROMEETO VIRIILA 4J4 a analise do Critério Espacial conduziu-nos a concluir pela possibilidade de concretizagdo do fato jurdico tribulério em qualquer ponto do teritério nacional, desde que exisente um estabelecimentc industrial donde possa sar o produto industia- lizado; excesto fita a reimportagao de produte industrializados brasileiro, hipbtese em ‘que 0 sucesso teré lugar exclusivamente nas repantigdes advaneiras (subcapitulo 43), No aft eserupuloso de desvelar a Conseqiiéncia Tributdria da regra-modelo deste imposto,logramos divisar a sua fisionomia esirutural, que segue resumida, ©.Critério Pessoal mostrou-nos de um lado a Unito, detentora do dircito subjetivo, no papel de sujeito ativo da relagdo juridica tributria preserita (item 5.21), de outro lado, o industrial ou equiparado, suportando a carga do dever juridico, sujeito passivo daquele liame obrigacional (item 5.2.2). Aqui, no polo passivo da relaglo, odems eventualmente encontrar o reimportador de produtos indusrializados brasil Tos, ou alé mesmo as figuras dos responsiveistrbutrios. Questo correlata que se nos apresentou a consideracfo, ainda no t6pico, foi a da citcunstincia de qualquer ser ov tide eter reali «Fat (eavris dy 1PL 4 revelia de possbir ov Ao ‘prsonalidade yuridca ou capacidade de {alo plona,literdade que do se estende & configu ago do vinculo juridico, onde tal ente no terd acolhida, por impedir a aplicacto de Aispositivos processuais que garantem as aspiragdes do sujitoalivo (também item 52.2), Se a convergéncia do interesse de ambos 0s sujcitos faz-seinevitivel para a prestasdo pecuniria,impreterive lembrara atengdo dedicada a0 Critério Quantitative, E surge a base de ciloulo, medindo o fata tipico, confirmando-o ¢ auxiliando na deter- mminagfo da divida:¢o valor da operagdo, constituido pelo somatério do prego do produto € das despesas acessbrias; ou, quanto as reimportaydes gravadas, © mesmo valor que servitia de base de cdlculo para © Imposto de Tmporiago, eliminados este por incabive! © 05 encargos cambiais por suporados (subitem 5.3.1.2). As outras incidéncias na impor- {agdo constituem um sobre-imposto aduanciro, ainda que oculto sob o cognome de J?! (ubitem 5.3.1.3). Outro tema afim em que tocemos: o Prinipio da Ndo Cumulatividade (Subitem 5'3.1'4) E enfim a aliquot fator que, aggado & base de calcula, acaba por determinar a divida: & aquele percentua! citado ra tabela do IPI que, paralelamente & tarefa numérica, constitu instrumento do Principio da Seletividade (subitem 5.3.2.2), ¢ cm relagto ao qual também consideramos a excegdo apenas aparente a0 Principio da Legalidade (subiter $3.23) 62 SINTESE FINAL, Num segundo atiplano da sintese, mobilizaremos energia para dltimo esforeo ‘metodol6gico, na busca obsessiva da csséncia juridica, Trata-se aqui de montar esque- ‘maticamente a norma primeira do IPI, idemtificando-the os critérios minimos que, em conjunto, outorgam-the a integral compostura. Assim, temas ARegra-Matriz de Incidéncia do IPI Hipétese de Incidéncia Tributéria: Critério Material: realizar operagdes com produtos industralizados, Critério Espaciak: qualquer ponto do teritério nacional Critério Temporal: o memento da saida dos produtos industrializados dos tesnectives exiahelerimentae industriais A REGIAINTRIZ DE INCIDENCIA DO 1H ps Conseqiténcia Tributéria ; Critério Pessoal: 0 sujeito ative éa Unido; sujeitd padsivo € 0 estabclecimento, industrial ou equiparado, Critério Quantitativo: a base de caleulo € 0 va ‘aquela prevista na Tabela do IP. Todavia, no que tange a reimportagio de produtos industrializados bras leiros, ha eritérios que divergem dos acima expestos, donde deflui com limpidez a cexisténcia de uma oulra norma-modelo do IPI Ist da operagio: a aliquota ¢ A Segunda Regra-Matriz ¢e Incidéncia do IPI Hipétese de Incidncia Tributiria: Critério Material: ealizar operagBos com produlosindustilizados ~reaizar eperagdes de reimporagdo de produtos industializados brasleios, Critério Espacial: as epartiqdes advancins, Critério Temporal: o momento do desembarago aduanciro. Conseqigncia Tributiria: Critério Pessoal: sujeitoativo éa Unido; o sujeto passive é 0 scimportaor, Critério Quaatitativo: a base de cilculo € 0 valor da operagdo ~0 valor que sorviria de base para cleulo do Imposto de Import; a aliquota € aquela revista na TTabela do IP Eis, portato, que 0 Imposto sobre Produtos Industrializados possui ndo de incidgacia tributiria, ambas guardando uma prosimidade azadvel, mas distinguinde-s itidamente pels ~itérios espacial, emporal « pessoal (sueito passivo), assinalando-se, por Fin, @ amplitude bem maior da primeira dchie os ULTIMO MOMENTO Conscientes de que a silhueta normativa do Lmposto sobre Produtos Industriali- vados sé poderia ser talhada no ntrechoque sistemético de muito numerosas regras, spalhadas por todo o espectro legal, a partir do Riploma Excclso, empreendemos a aventura juridica de descamar o esqueleto deste tnbuto, a fim de exibilo em sua mais intima e essencial esiratora. Enfrentamos, na cmprcitada, pardgrafe por parigrafo, a inquictagao constante das decisbes cientifieus, em mcio aquele pertubador ‘jogo de Juzes e sombras” a que aludia CARRAZZA"™, a bem da verdade, muito mais sombras do que luzes, em nosso caso partioular. ‘A despeito de todo 0 padecer, ndo nos era dado afustar tal cle. Sera impet- dodvel pusilanimidadecientifica dispor de algun contributo para cucidaro eidos jurdico do [Pl , contudo, negi+lo, ealando-nos. Por humilde que seja o quinho, como indubi- lavelmeate o 6 no caso, muito importa néo omiti-lo, Considere-se © magistério do. RUBENS GOMES DE SOUSA, uma ligdo eventvalmonte também jurdica, mas sobre- tudo de vida 1635) Curse de Di (o Consitacional Teibutéia p. 365, U6 José KOMENTO VIEIRA me “O Mefisiifeles de Goethe apresenta-se como ‘9 esplrio que nega Pols eu diria que de todas as formas de negagdo, « mais diabdlica é a negagao 5 desi mesmo, Todo aquéle que se recusa, que nda presta seu exfOrgo, que ndo zt &, se necesséria, seu sacrifici, pratica 0 mal tanto quanto aqudle que se empenha ativamente em praticar 0 mal. A omissdo é 0 grande pecado” (sie) o (Gaifamos)™, Somos passiveis de condenagdo cientifica pelo que fizemos, talvez pecado de ‘moni, Nunea por ndo 0 fermos feito, ccrtamenie maior sacrilégio. Vivida a experiéncia cienifica, ndo nos podemos fuaar, por amor & verdade, a ‘duas observacies finais & A primeira: se é exato que para cada passo de desbravamento cientifico céntri bbuiram incontveis passos dos inumeros peregrinos da ciéncia, que, precedendo-nos, + tilharam caminhos semelhantes, éde grande vulto nosso débito para com o passado, -y Endo temos divida a respeito, porque cedo incorporames a lilo do poeta. e aprendi que se depende sempre de tanta muita diferente gente..." a propdsito deste estudo, Merece especial registro, enkretantas, a contribuigdo fundamental do mestre PAULO DE. =BARROS CARVALHO, em cuja consirugdo ted:ica profunda bebemos com avidez, em “eujos trabalhos juridico-tibutdrios pioneiros estardo precipuamente as azbes direias ou as aberturas de perspectivas de nossos acerios eventuais, som, contudo, esponsabilidade "}-alguma pelos ertos, certamente em profusto E por derradcito: o rigor ascético da linha de tratalho cientfico que, se no logramos cumprir, 20 menos nos impusemos ¢ buscamos seguir, tomou dolorosa a “WP eaminbada. Queremos crer, entretanto, que, a exemplo do que concluia 0 apéstolo PAULO (Gul. 4 19), tas dores tenham sido dores de parto, e que o rebento ora nascido, talvez desengongado ¢ capenga, mereya, no enlanto, algima sobrevida no mundo da (Citneta do Diteito. =, (636) Missio do Jurist Tributirio, in Revista de Direito Administrativo,v. 78,9) 462 {SETIN7 CONT AGA HINTON fn sien Cans do Coaedo, nt REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ABBAGNANQ, Nicola. Dicionario de Filosofia, Trad. Alfredo Bosi (coord). 2. ed. So Paulo, Mestre Jou, 1982. AFTALION, Enrique R.¢ VILANOVA, Jot. Iniroducln al Derecho, 13.64, Buenos Aires, Abcledo-Perrot, 1988. ALCHOURRON, Carlos E. e BULYGIN, Eugenio. Introduccidn a La Metodologia de “Las Ciencias Juridicasy Sociales. Col Mayor Filosofia y Derecho, v. 1. Bucnos Aires, Astrea, 1987, ARZUA, Heron, Os Imposios na Constituigdo de 1988. In: 43 rd Congress of the International Fiscal Association. So Paulo, Académica, 1988. 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