Chaves - Teoria e Prática Do Tratamento de Minérios Volume 1 PDF

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Teoria e Pratica do Siren TT Volume 1 Ke que nao € cxagero dizer que meant ce Mitre tec Teovauaieve an sale ptreercie Genoa (Wociaatetuetcerzete i pos na terra, E ela que possibilita 0 aprovelta- mento dos:rectirsos minefais de forma’ que 05 TS ee erent nidade precisa para sobreviver de forma digna. : Arthur Pinto Chaves GCE ethyl Neste sentido, consideramos que um dos ramos mais importantes dentro da Engenharia de Minas é 0 do Tratamento de Minérios, nao apenas por sua abrangéncia e complexidade, mas também porque 6 de fato a ciéncia que, numa definicao simplista, transforma pedras Gninetciee sitar erie pies techvar Sos ramos industriais. Meets cen cap ap arc) | meer] Este 6 exalamente o tema deste livro do Prof. Arthur Pinto Chaves ¢ varios colabora- dores: uma abordagem das diversas areas do, Tratamento de Minérios, indo desde concei- Hotere cyres, eres cremate oro Karegonceye ae iante conhecer as nocoes basicas desse ramo da Engenharia de Minas, até operacoes mais Ropes Du Peytate note mitts 2 eat) TEORIA E PRATICA DO ‘TRATAMENTO DE MINERIOS VOLUME 1 ARTHUR PINTO CHAVES E COLABORADORES 2* EpIcAo (Revista F AMPLIADA) Esta edi¢io contou com 0 pattocinio de metso minerals 2002 signus EDITOR EpicAo Francisco B. Atves PROGRAMACAO VISUAL SéRGIO DE OLIVEIRA Eprroracdo ELetRONica Victor F. O. Awves £ Macttto Yostpa DIGITALizA¢Ao DE Fotos & FIGURAS Lirreais ED. BLETRONICA EprroracAo DE GRAFICOS & FIGURAS ANA CAROLINA CHIEREGATI Dados Internacionais de Catalogagao na Publicagao (CIP) (CAmara Brasilera do Livro, SP, Brasil) Chaves, Arthur Pinto, 1946- Teoria ¢ prética do tratamento de minérios / Arthur Pinto Chaves, —2. ed . — So Paulo Signus Editora, 2002, Varios colaboradores. bra em 2. Bibliogratia 96-1103 cpp.s27 indices para catalogo sistematico: 1, Minérios : Tratamento : Engenharia de mines 622.7 2,Tratamente de minéries : Engenharia de minas 622.7 Para Lais, com muito amor Prefacio 4 segunda edigao primeira edligao deste livro, rapidamente esgotada, foi edi- tada com 0 apoio do PADCT - Programa de Apoio a0 De- senvolvimento Cientifico e Tecnolégico - de 1994. Esta se gunda edicao - revista e ampliada - foi assumica pela Signus Edi- tora e contou com o patrocinio da Metso Minerals, aos quais regis- tro o meu mais sincero agradecimento. Desde o inicio deste proje- to, ainda um sonho, quando da elaboracao da proposta ao PADCT, a Signus e seus diretores apoiaram-no decididamente e dele parti- ciparam entusiasticamente. Quero externar também os meus agradecimentos a todas as pessoas que deram o seu quinhao de esforco e empenho: = aos meus alunos e colaboradores, a quem esta edigao é dedicada, + a0 Victor Alves e ao Marcello Yoshida, que cuidaram da editoracao eletrénica, * 3 engenheira Ana Carolina Chieregati, responsavel pela maior parte dos desenhos desta edicao. Logo que a primeira edigao chegou aos leitores, varios ami- gos e colegas se preocuparam em chamar minha atengao para os exros de digitacao, falhas e omissdes que o texto continha. Gracas a eles foi possivel redigir a errata & primeira edico e cuidar para que esta nao 0s tivesse. Nas pessoas do eng. Luciano Cabral Rezende e do Dr. Antonio Rodrigues de Campos registro aqui o meu agra- decimento sincero a todos. Finalmente, este livro é destinado ao uso dos técnicos e enge- nheiros militantes na operagao e projeto de usinas de beneficia- mento e para os estudantes de engenharia metalirgica ou de mi- nas dos tiltimos anos. Ou seja, para quem jé tem 0 conhecimento tedrico necessério. O enfoque dado foi essencialmente pratica e dirigido para o dimensionamento das instalagdes ou para a solu- So dos problemas do dia-a-dia da usina. O tratamento tedrico foi restrito ao minimo essencial, de modo que o leitor que nao tenha este embasamento tedrico precisa necessariamente completar 0 estudo com a leitura de outros textos. Arthur Pinto Chaves Apresentacao da 1* edicfo Minas 6 a arte de transformar em riguezas aquilo que a natureza dispés na terra. E ela que possibilita o aproveitamen- to dos recursos minerais de forma que os mesmos possam gerar 0S PLO dutos que a humanidade precisa para sobreviver de forma digna. Neste sentido, consideramos que um dos ramos mais impor tantes dentro da Engenharia de Minas é 0 do Tratamento de Miné- rios, ndo apenas por sua abrangéncia e complexidade, mas tam- bém porque é de fato a ciéncia que, numa definicao simplista, trans- forma pedras em matérias-primas para suprir os mais diversos ra- mos industriais. Este 6 exatamente o tema deste livro do Prof. Arthur Pinto Chaves e varios colaboradores: uma abordagem das diversas ére- as do Tratamento de Minérios, indo desde conceitos elementares, que permite ao leigo ou iniciante conhecer as nogdes bisicas desse ramo da Engenharia de Minas, até operagdes mais sofisticadas. O grande mérito desta obra, segundo nosso julgamento, é que a mesma nao é de um tratado académico, acessivel apenas aos entendidos no assunto. Ao contrério, esta “Teoria e Pratica do Tra- tamento de Minérios” faz jus ao titulo e se caracteriza como uma importantissima ferramenta didatica muito wtil para aqueles que se iniciam nesse ramo do conhecimento e para os profissionais que, no dia-a-dia de suas atividades, enfrentam muitas dificuldades para solucionar problemas especificos relacionados com o Trata- mento de Minérios. Defendemos 0 ponto de vista que o principal objetivo de um livro 6 transferir para os leitores, através de suas paginas, experién- cias vividas na pratica por seu autor ou autores. Esta definicdo en- caixa-se perfeitamente no caso deste livro do Prof. Arthur Chaves. Em primeiro lugar, porque, exercendo ha varios anos atividades docentes no Departamento de Engenharia de Minas da Escola Poli técnica da USP, o autor transfere para as paginas deste livro tudo que tem ensinado durante esses anos. Em segundo, porque ha mui- tos anos ele também exerce ativiclades de consultoria na area mine ral e tudo o que aprendeu na prética, tanto no Pais como no Exteri- or, ele repassa para os leitores, através do livro. Além disso, os diver- sos colaboradores desta obra sao profissionais de grande vivéncia creditamos que ndo é exagero dizer que a Engenharia de errs tre no cotidiano do Tratamento de Minérios, 0 que amplia ndo apenas 0 leque de conhecimentos, mas também a praticidade dos conceitos abordados. Um outro dado a ressaltar é que, pela forma clara e con- cisa como sao abordadas as diversas técnicas do Tratamento de Mi- nérios, um tema que aparentemente poderia parecer drido torna-se uma leitura agradavel e facil. Além disso, depois de cada capitulo ha um conjunto de exercicios, o que possibilita na pratica ao leitor testar 05 conhecimentos adquiridos. Por tudo isso, este “Teoria e Prética do Tratamento de Minéri- os" nao poders faltar na estante de todos aqueles que ja atuam na Engenharia de Minas e dos que iniciam carreira nesse ramo do conhecimento. Ou seja, é uma obra mais do que necessatia a0 en= sino da Engenharia de Minas no Pais que, alias, apresenta uma grande caréncia em termos de bibliogratia especifica. Finalmente, é importante destacar que esta edicao somente se tornou possivel gracas a0 apoio do CNPg, através do PADCT (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e Tecnolégico) que, desta maneira, cumpre a sua fungéo de fomentar a evolucao da ciéncia e tecnologia no Pais O Editor Indice - Volume 1 BE Nocoes Basicas Introdugio - Objetivos do Tratamento de Minérios .. Operagdes de concentracao. Adequacao granulométrica Outras adequagdes : Operacées Unitarias de Beneficiament: Fluxogtamas ncn Outros Conceitos Importantes Teor. : a : Polpas e sélidos particulados ....... sevweinee AP Exercicios resolvidos ...... " is Balangas cle massas, metalirgico e de 4gua......21 Exercicios resolvidos «ro. Quantificacao de processos Exercicios resolvidos .. Curva de seletividade ... Rougher, Cleaner e Scavenger Tamanho... = Area de superficie Densidades. Exercicios resolvidos Referéncias Bibliograficas Bombeamento de Polpas Equipamentos e instalacées .. Bombas centrifugas de polpa .. Tubilagdes & acessdrios Bombeamento... : Curoas ceracteristicas da bomiba e do sistema. Desempenho das bombas de polpa Poténcia consunida - Comportamento das polpas .o.cnnnrennn Tipos de fluxo de polpas oon. : Velocidade de traisporte a Exercicios resolvidos ... Reologia das polpas - Carncterizagto reolégica de uma polpa... Perda de Carga Escoamento heterogéneo. Escoamerttos homogéneos .. : Uso de polinieros redutores de arraste... Dimensionamento de Bombas e Tubulagée: Exercicios resolvidos Minerodutos... Colocagao do assun! Descrigdo de instalagoes.. Peculiaridades de projeto... Distribuigdo gramilométric 0... Diluigao de polpa e velocidade de transporte ... 145 Perfil da tubulagto e gradiente hidréulico 146 Desgaste abrasivo & corrasio oe 148 Declividade méxina nn. . 150 Utilizagao de borbas centrifuga vovssusscsccss 151 Utilizagao de bombas de deslocamento positio 451 Outros sistemas de transporte. 7 154 Investimentos e custos operacionais, 156 Deseri¢do de Minerodutos .. 159 Samarco. 159 Black Mesa Referéncias Bibliografica 161 161 Classificagio 163 Introdugao sanenve 164 Equipamentos 165 Ciclones .. 166 Equipamento .. Instalagdes...... Funcionamento do ciclone Classificador Espiral .. Equipamento Instalagies. 170 173 crema 179 : 179. 182 Funcionamento do classificador espiral 183 Regime de classificagia ...ncieece 183 Regime de corrente . 185 Outros classificadores 186 Discussao de Conceitos 187 Distribuigdes granulométricas. 187 Diémetro de corte 188 Par . Conceituacao probabilistica de particao 190 Conceito de eficiéncia de separagio veces 192 Modelagem de processo Modelagem da Particao de Ciclones “Yoshioka ¢ Hotta Lynch e Rao - Curva de particao ... d,, corrigito Rélagto pressto-azio.. Partigao de dgua .. Pitt on Curoa de artigo Vaz. Cateuio do by ps Outros . Delboni Jr. Modelagem da Particao de Classificadores Espiral . Modelo de Paulo Abib ... Modelo de Spotiswood Conclusao Projeto de Instalaces Exercicios Sobre Classificacao. Referéncias Bibliograficas Areia para uso em constr Beneficiamento de Areia paraUso em Construgio Civil ... 250 Conceito de “areia” 1... 251 Beneficiamento de areia para uso na construcao civil... 254 Iavagem e desagregacto eee ass peneiramento, fennean 287 classificagio 258 desaguanento 258 equipamentos. traddicionads onus. 259 equipantentos recentes - técmicas recenttes ......260 Referéncias Bibliograficas Nocées Basicas Arthur Pinto Chaves Introdugao O objetivo da atividade mineira é a descoberta, a lavra e a conceniragio de minérios. Ou seja, as atividades executadas dentro da mineragao consistem em: 1 = descobrir os recursos minerais escondidos no subsolo, 2- trazer o bem mineral do subsolo até é superficie para, final- mente, 3 ~ colocar esse bem mineral em condigdes de ser utilizado pelas indiistrias metalirgica, ceramica ou quimica O universo do tratamento dos minerais é a ter- ceira atividade, ow seja, 0 conjunto de operacaes unitdrias de reducfo de tamanhos, separacéo de tamanhos, separacio de espécies minerais e sepa~ racito de sdlidos ¢ liquidos, bem como a arte de combing-las em fluxogramas de modo a obter con- centrados e produtos aceitdoeis pelo mercado. © escopo das atividades do engenheiro tratamentista com- preende, portanto: - redugdo de tamanho das particulas, separacao das particulas em classes de tamanhos, elevacao dos teores de elementos titeis (concentracio), - eliminagao de elementos indesejaveis, - eliminacao de propriedades indesejaveis, manuseio do minério entre as operagoes suces eparacies sélido-liquicio Estas atividades e a ligagao com as atividades profissionais diretamente ligadas a elas sao esquematizadas na figura 1. Os pro- fissionais realmente capacitacos e legalmente habilitados a cuidar de tratamento de minérios no Brasil sAo os engenheiros de minas e os metalurgistas. E importante chamar a atencao para o fato de que o perfil profissional dos engenheiros de minas e dos metalurgistas, tal como definido pela legislacdo brasileira, € dife- rente do perfil dos profissionais formados em outros pafses. Nogoes Basicas Goologla | Lave! Srtagom 1 Tatamonto | Hido- 1 Pro 1 ndGsrian 1 Brlagem | eaten tela elena: | coramien, |} mantiselo! miners! furg |! etal” quimes, 7 1 ' ' | vidraria, ! | ! ‘Vc. civil, >1 athe " metal mec- 1 1 1 nica, ete, r feng. minas brasiiero ' t ‘<~ Sng: melalurgieta brasileiro <>< eng: minas | 1 i 1 i i Tmining geologist japonés Figura 1 - Competéncia profissional em diferentes paises Objetivos do Tratamento de Minérios Operacdes de concentragio Raramente as espécies minerais se encontram puras na na- tureza. As excegdes sao conhecidas: calcérios e dolomitos, hematita, adubos naturais (guano). Outras encontram-se num estado de pureza relativo, que permite a sua utilizacio ou transferéncia ao processo seguinte — quimico ou ceramico — sem maiores trata- mentos. Este é 0 caso do petréleo, sal (cloreto de s6dio) e argilas. Em todos os outros casos, as espécies minerais encontram-se misturadas. Para aproveitar industrialmente alguma delas, por- tanto, é necessario separa-la das demais. Nisto consiste a concen- tragao da espécie util. Exemplos: - diamantes encontrados em cascalheiras, em teores da or- dem de 5 K/m}(quilate/m’), exigem que se separe as gemas e os diamantes industriais dos seixos de cascalho e da areia. Ou st de cada metro ctibico (cerca de 1600 kg), separa-se 1g; ouro encontrado em leitos de rios — por exemplo, com teo- res de 0,2 g/t — requer sua separacdo da areia e demais minerais, pesados; minérios de cobre sao lavrados até teores da ordem de 0,4% Cu. Entretanto, a metalurgia sé é econémica a partir de teores de 36% Cu, de modo que torna-se necessdrio concentrar esses miné- rios antes de envid-los para a usina metaltirgica Dos exemplos acima, verifica-se que partimos sempre de uma concentragao menor do elemento ou substincia titil no minério até chegarmos a uma concentracao mais elevada do mesmo no con- centrado. Esta concentracao pode ser a maxima possfvel — caso dos diamantes ou do ouro — porém mais frequentemente é a mé- xima concentragao econémica. Simplificadamente, estas operacdes podem ser representa- das conforme mostra a figura 2. Exemplo: - a partir de uma alimentacdo composta de duas espécies minerais A e B, totalmente liberadas, sendo A o mineral titil e Bo mineral de ganga (0 conjunto dos minerais sem interesse), 4 Nogoes BAsIcas ~ queremos separar numa fracio (concentrado) as particulas de A, - pretendemos, também, separar numa outra fragao (vejeito) fculas de B, De tal maneira que: = 0 concentrado tenha o minimo de contaminacao de parti- culas do mineral de ganga, = € 0 rejeito arraste o minimo de particulas do mineral «til Isto é feito por meio de operacdes unitarias, que tiram parti- do das diferengas entre propriedades fisicas caracteristicas e indi- vidualizadas de cada espécie mineral — tais como cor, forma, densidade, propriedades magnéticas, propriedades elétricas, pro- priedades da superficie das particulas etc. as par A+B 3 x GQ@o~ — BO@ oo 2a —” 99a Figura 2 - Concentragao de Uma visio extremamente simplificada de como funciona uma operagao unitaria qualquer é dada pela figura 3: as particulas das espécies A e B da alimentagio sao disper sas num meio fluido conveniente, que é a Agua ou o ar (quase sem- pre a gua); - 0 meio é colocado em movimento e arrasta as particulas de AedeB; - 0 proceso de separacao escolhido faz com que as particu las da espécie que se quer separar adquiram velocidade diferente das _demais particulas ou do meio fluido. ‘TEORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE MiNERIOS - VOLUME 1 C©8eGeg 4 Figura 3 - Mecanismo de concentragao de espécies minerais O uso das diferentes propriedades fisicas para efetuar a se- paragao é que define os diferentes processos de concentracao de minérios. Citamos alguns: catacao: consiste na separacao das diferentes espécies medi- ante a escolha através das diferengas de cor, forma ou textura. Exemplo: o minério de manganés de Itaberai (GO) era lavado e colocado num transportador de correia largo ¢ lento, ao lado do qual mulheres apanhavam as particulas brancas de quartzo e dei- xavam passat as particulas pretas de pirolusita. Separacdo magnética: espécies de alta suscetibilidade mag- nética, como a maghetita, podem ser separadas por meio de um campo magnético, que retém essas particulas ¢ deixa as demais pas- sarem. Em Jacupiranga (SP), este processo € utilizado para retirar a magnetita presente no fosfato e em Itabira (MG), para separar a hematita da ganga (separagio magnética de alta intensidade). separacao em meio denso: 6 carvao (densidade 1,5) é sepa- rado de arenitos e xistos (densidade 2,7) mediante a colocacao das particulas a serem separadas em um Ifquido de densidade inter- mediéria, por exemplo, 1,8. Neste processo, as particulas de car- vao flutuam e as de arenito ou xisto afundam. O mesmo é ou foi utilizado no beneficiamento de carvao no Lavador de Capivari, em Tubarao (SC), e em Charqueadas, Sao Jerénimo (RS); na separacao de diamantes em Nortelandia (MS); e na separacao de finos de minério de manganés em Serra do Navio (AP). A titulo de comentério curioso, citamos o fato — que nos pare- ce bastante ilustrativo destas idéias — que nos foi contado pelo en- genheiro Gildo $4: num garimpo de tantalita no nordeste do Brasil, ele encontrou um garimpeiro que separava particulas de tantalita de particulas de columbita (absolutamente nao distingufveis na base da cor, brilho, densidade ou forma) pela sensacao de temperatura que ele tinha quando as segurava na mao. E que uma das espécies, 6 minerais, por ter maior capacidade térmica, retirava mais calor da mao, transmitindo uma sensaciio de frieza, suficiente para que 0 garimpeiro pudesse fazer a separacio. Note qiie sé usamos Propriedades Fisicas. De acordo cont a defi- nigfo eldssica, em nenkiuna operagao unitéria de Trataniento de Minérios pade ser introduzide qualquer alteracao da estrittura interna da matéria, Rengoes quinicas, melaliirgicas ow cerdmicas fogem: do escopo do Trata- mento de Minérios, Esta definicao é atualmente contestada por um ntimero crescente de estudiosos. Veja-se, a respeito, a discussao fei- ta por Horta (1). Conforme ja foi visto, na generalizacdo maxima que se pode fazer, qualquer processo de concentracao de minérios pode ser des- crito como a capacidade de se dar a um ou mais componentes de ‘uma mistura heterogénea uma velocidade diferente da velocidade mantida pelas demais espécies minerais presentes. Para que tais. velocidades diferenciais possam ser dadas, & necessdrio que exista alguma diferenca de propriedades fisicas. Mencionando 0 exemplo da cata manual, descrita acima: ba- seado em caracleristicas de cor, forma e aparéncia, 0 operador esco- Ihe as particulas desejadas, apanha-as com a mao (impde-lhes uma velocidade vertical), enquanto que as demais particulas permane- cem sobre a correia (velocidade vertical zero). Da mesma forma, no meio denso a espécie mais leve boia (move-se para cima) e a pesada afunda (move-se para baixo) (0 processo de flolagio (em inglés, froth flotation) & talvez. 0 pro- cesso mais importante do ponto de vista da tonelagem de minérios processada em todo 0 mundo. Ele e alguns processos correlatos baseiam-se em propriedades muito menos evidentes que as anterio- res. E uma separacao feita numa suspensao em agua (polpa). Como nos demais, as particulas sao obrigadas a percorrer um trajeto e, num dado instante, as particulas que se deseja flotar so levadas a abandoné-lo, tomande um rumo ascendente. A diferencincdo entre as particulas é dada pela capacidade das mesmas se prenderem a (ou prenderem a si) bolhas de gas (geralmente ar). Se uma particula consegue capturar um ntimero suficiente de bolhas, a densidade do conjunto particula-bolhas torna-se menor que a do fluido e 0 con- junto se desloca verticalmente para a superficie, enquanto que as demais particulas mantém inalterada a sua rota. A capacidade de atrair ou repelir as bolhas de ar é obtida mediante a adigao criteriosa de compostos quimicos ao sistema. [As situages mostradas nas figuras 2 e 3 sao simplificagdes pois, na realidade, raramente aparecem populacées minerais com Teoria & PRATICA DO TRATAMENTO DE MINERIOS - VOLUME 1 as particulas totalmente liberadas. Na maioria das vezes, as parti- culas sido mistas (out intercrescidas), compostas de ambas as espécies minerais (ver figura 4). O conceito de concentracao deve entéo ser cortigido, conforme seré mostrado no item Curva de seletividade. Figura 4 - Particulas liberada e intercrescida Adequacao granulométrica Certas utilizagdes exigem que as particulas da espécie mine- ral tenham tamanhos adequados. Por exemplo: ~ miinério de ferro usado “in natura” ent alto forno nao pode ser fino, para nao impedir a passagem do ar soprado para dentro dele {alto forno). Nao pode também ser excessivamente grosso, pois se assim o for a reacdo de reducao demorara muito até chegar ao cen- tro da particula. O minério de ferro natural utilizado em alto forno 6 chamado “lump” e deve, por isso, ter tamanho entre 2 e 8", admi- tindo um maximo de 20% de particulas com tamanho inferior a 2". vidro ¢ fabricado mum proceso continuo a partir de uma matéria-prima basica, que é a areia. Nao é possivel admitir finos, pois estes poderiam gerar poeiras no inicio do proceso produtivo. ‘Tais poeiras se depositariam sobre o vidro jé acabado, mas ainda quente, prejudicando a qualidade da sua superficie. Nao se pode, por outro lado, utilizar partfculas muito grosseiras, pois elas pode- riam nao fundir totalmente no proceso de fabricagao, fazendo com que 0 produto acabasse apresentando defeitos discerniveis vi- sualmente. A especificagio fica — 20 + 140 # (0 sfmbolo # € mesh, uma unidade de tamanho usada em Tratamento de Minégrios e que sera apresentada no item Tamanho). Outras adequagées Geralmente, as matérias-primas industriais devem atender a exigéncias tanto quimicas como granulométricas. Eventualmente podem ser exigidas outras propriedades e, ainda, uma mesma subs- 8 Nocoes Basicas tancia mineral pode ter que atender a exigéncias diferentes para diferentes aplicacées. Os exemplos que se seguem, de especificacées comerciais, so auto-explicativos. a - areia para vidraria: granulometria: - 30 #, < 2% - 140 #; . teor minimo de ferro (0,02% maximo), para nao afetar a cor do vidro; . isengio de minerais refratérios como a turmalina, por exem- plo, para evitar a ocorréncia de defeitos punctuais; adimite "impurezas” que venham a ser adicionadas no proceso de fabricacao do vidro, como alumina, cal (ou carbonato de calcio), feldspato e outros. b - arcia para concrete: . granulometria: +3/8" -3/8"+4# ~4+16# -16+50# -50+100# Yretida: 0 aS 20055 70290 998 forma das particulas: gréos ctibicos ou esféricos so melhores que graos chatos, compridos ou em forma de discos. composicéo quimica: SO, < 1% para concreto armado < 5% para concreto ciclépico matéria organica < 0,25% ailcalis < 1% total das impurezas < 3% do peso do agregado € = talco para costéticos: alvura superior a 92 GEG; - granulometria: 99,6% menor que 44 1m; - PH entre 65 a 9,5; - teor controlado de elementos t6xicos: As <3 ppm; - isengao total de minerais aciculares (por exemplo, tremolita, © popular “pé de mico”). d= falco para carga de papel: alvura entre 77 © 87 GEG; - granulomeiria: 95% menor que 44 jum; - particulas de formato lamelar. e = cal para construgio civil: . pureza baixa - admite silicatos; nao admite a presenca de MgO; finura maxima para dar reacao répida e massa homogé- nea; calcinagao total. £ - cal para conversoves LD: minimo teor de silicatos; TEORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minerios - VOLUME 1 admite MgO; granulometria entre 4 e 40 um - particulas mais finas sio sopradas para fora do conversor, particulas mais grosseiras podem nao fundir. calcinagao total 10. Operagées Unitarias de Beneficiamento Todo circuito de beneficiamento 6 constituide por uma sequéncia de operagées que se denominam operncoes tnitérins, por- que elas so sempre as mesmas. O que varia ¢ a combinacao e a sequéncia delas, para atender a um determinado objetivo, ou para atender as caracteristicas especificas de um determinado minério. As operagées unitarias podem ser esquematicamente agrupadas em: ~ aperagies de cominuigto: visam colocar as particulas mine- rais no tamanho adequado as diferentes operagdes a que devem ser submetidas. Sao elas basicamente os sucessivos estdgios de britagem, necessérios para permitir 0 transporte continuo do mi- nério (e também a sua estocagem e homogeneizagio), ea moagem para liberar as particulas de apatita das particulas dos minerais de ganga. Estas operacdes sao sempre auxiliadas por operacées de separagio de tamanhos, em peneiras e classificadores, = operacdes de concentragio: visam separar as particulas das diferentes espécies minerais. ~ operagdes auxiliares: que transportant os diferentes produtos intermediarios entre uma operacio unitéria e outra e separamt a gua contida nesses produtos. Muito resumidamente, sao elas: transporte de sdlidos particulados, transporte de sélicos em sus- pensao em agua (em polpa), estocagem e homogeneizacéo em pi- Ihas, estocagem em silos, espessamento, filtragem e secagem. livro Manual de Usinas de Beneficiamento, de Adao B. da Luz e Salvador LM, Almeida, publicado pelo Centro de Tecnologia Mineral, CETEM, do Conselho Nacional do Desenvolvimento Ci- entifico e Tecnolégico, CNPq, em 1989 (2), descreve 0 processo pro- dutivo ¢ apresenta fluxogramas e as caracteristicas dos equipa- mentos principais de processo do circuito de beneficiamento de fosfato da Serrana S.A de Mineragao, entre muitas outras usinas. Sucintamente, esse texto mostra que 0 minério era, na época: ~ britado em trés estagios suicessivos, - homogeneizado em pilhas alongadas, - moido em moinho de barras, circuito fechado e com uma operagao de separacao magnética intercalada, 4 = deslamado em quatro estagios sucessivos de ciclonagem, - ‘TponIA £ PRATICA DO TRaTAMENTO DE Minérios - VOLUME 1 - condicionado com os reagentes que participam do proceso de flotagao, - flotado em um circuito de células de flotagao convencio- nais, complementado por células pneuméticas, ~ espessado e filtrado, - secado em forno rotativo, Fluxogramas Nunca uma operagio unitéria sozinha é suficiente para for- necer um produto final. Geralmente sao necessérias varias opera- Ges unitarias que combinadas, levam do minério inicial ao produ- to final. Nés, tratamentistas, gostamos de dizer que 0 Tratamento de Minérios é uma arte, pois estabe- lecer a sequéncia correta dessas operacdes combind-las de modo a obter 0 melhor teor 0 concentrado e a méxima recuperagao do elemen- tu ou substdncia titil é muito dificil, exigindo conhecimento pratico e tedrico, sensibilidade, experiéucia anterior ¢ envolvendo sempre traba~ Tho experimental em laboratério ou usina piloto. Isto porque no existem dois minérios iguais — cada caso é tinico — de modo que 6 sempre de- sastroso tentar transferir resultados bem suce- didos, obtidos em outros lugares, para as condi- des especificas da jazida e do minério em ques- tao. E claro que a experiéucia acurmilada é vali- osa e no deve ser desprezada, mas ela tera sem- pre que ser adaptada e reavatiada frente ao caso especifico que se esté enfrentando. A figura que representa o proceso produtivo é chamada fli- xograma. Ela representa as operactes unitdrias, ndo os equipamen- tos. A escolha da sequéncia correta destas operacdes é que vai de- terminar o sucesso de um dado circuito. As figuras 5 e 6, também extraidas de Da Luz e Almeida (2), apresentam dois fluxogramas de tratamento de mesma substancia mineral (carvao)com diferentes graus de complexidade. As figurinhas representam operagies € nao equipamentos. O fluxograma mais 12 Nogozs BAsicas abrangente e completo possivel apresentaria operacSes unitérias dos seguintes tipos: - reducao de tamanhos: britagem ou moagem, - separacéo de particulas de tamanhos diferentes: peneiramento, classificacao, deslamagem ou desempoeiramento, = concentracao: magnética, eletrostatica, flotacéo, meio denso, lamina d’gua, jigagem, catagao etc., ~auxiliares: desaguamento (espessamento, filtragem e outros), secagem e embalagem, = manuseio: transporte de sélidos, transporte de polpas, estocagem e homogeneizacao. Como jé foi dito, as operagdes de tratamento de minérios sao feitas, sempre que possivel, em meio aquoso, que se diz. “a iimida”. Isto é uma regra to geval, que esse fato nen sequer & mencionado; a situagio contraria, isto é, 0 fato de 0 miinério estar serdo processado a seco, é que precisa ser mencionado. ‘A mistura de minério e agua é chamada polpa. Uma polpa de um concentrado qualquer, obviamente, nao pode ser comercializada — € necessario eliminar a 4gua contida, raz30 por que as operacdes de desaguamento e secagem tém a sua participa- do sempre garantida em qualquer fluxograma. 13 ‘Nocons BAstcas ‘Teonis & PRATICA Do TRATAMENTO DE Minerias - VoLUME 1 Ore peceed Sm ayn ow opus vere Outros Conceitos Importantes Teor Define-se teor como a massa de um elemento ou substancia pura, referido & massa total em consideracao. Pensemos numa substéncia pura, por exemplo 0 éxido de céicio, CaO, constituinte basico das cales virgens. Essa substancia € constituida de duas espécies atémicas diferentes: o cdlcio, de peso atémico 40 e o oxigénio, de peso atémico 16. O seu peso molecular & portanto, 40 + 16 = 56. O teor de célcio sera de (40/56) x 100 = 71,4% de célcio. Consideremos outra substancia, também pura, Nu seja, sem contaminacao alguma, nao mais uma cal, mas uma doloma, CaO.MgO. Como 0 peso atdmico do magnésio é de 24, 0 peso molecular da doloma passa a ser 40 + 16 + 24 +16 = 960 leor de calcio passa para (40/96) x 100 = 41,7% de calcio. Ou seja, a massa de calcio contida é sempre a mesma, mas a massa total da molécula variou, variando em consequéncia a relacao entre ambas, que 6 0 teor de calcio. Esses dois exemplos _referiram-se a substiincias puras, Quan- do elas nao sao puras, isto 6, estéo diluidas por outras substancias diferentes, 0 conceito permanece 0 mesmo. Imaginemos que a nos- sa doloma tenha também 20% de substancias estranhas (somente 80% da massa da nossa amostra é doloma — 20% sao outras subs- tancias, argila, por exemplo). O teor de calcio passard a ser 334% de calcio. A figura 7 é auto-explicativa CQ ® 100% massa 100% massa 100% doloma 80% doloma 41,7% Ca 334% Ca Figura7 16 Nogoes BAsicas Em Tratamento de Minérios, teor significa sempre a quanti- dade das substancias que nos interessam, referida a quantidade total da amostra. O conceito é amplo e podemos nos referir a: = teor de um elemento: g de ouro por t de minério (ppm) ou % Fe em um minério ou concentrado; = feor de una substincia ou mineral: quilates de diamante por m' de cascalho ou % de caulinita em uma argila; - teor de alguna coisa que nem sequer tenth e3 P.O, num fosfato; = teor de mit conjunto de minerais, substdncias ou elementos: % terras raras num mineral, % minerais pesados num concentrado, ou % de RO, num minério (R,O, = ALO, + Fe,0,) téncia real: % de Polpas e s6lidos particulados Em tecnologia mineral trabalha-se com sélidos particulados, ‘ou Soja, compostos de particulas. Estes s6lidos podem ser manipu- Iados com a umidade natural com que se apresentam, sem que se adicione qualquer quantidade de 4gua a mais, ou sem necessidade de secagemt, ¢ esta circunstancia € dita a seco. Operagio “a seco” nio significa, portanto, que 0 material tenha sido secado! Isto é a regra geral para a britagem, estocagem em pilhas, ensilagem e peneiramento grosseiro, As demais operacoes, ou seja, o peneiramento fino, a mo- agem e classificacao e as operacdes de concentracio sao, via de regra, executadas i timido. Isto significa que sito adicionadas quanti- dades substanciais de gua, formando uma mistura, chamada polpa, em que as particulas sdlidns esto ent suspensio em agua. E sempre muito mais conveniente trabalhar a timido que a seco, porque a gua facilita 0 transporte do minétio, retira 0 excesso de calor ge- rado, impede a geracdo de poeiras etc. A quantidade de agua, sem- pte presente, entao, no minério ou sélido granulado que esta sen- do manuseado, pode ser quantificada de duas maneira: “~umidade € a quantidade de agua presente no sdlido dividida pela massa de sélidos (seca). E 0 que se chama umidade base seca e €a referéncia normalmente utilizada em ‘Tratamentos de Minéri- os, Sempre que nos referirmos & wnidnde, referir-nos-emos it base seca, salvo mencio ao contrdrio, Existe uma outta umidade, que é a umidade base timida, muito conveniente para a inchistria cermica, para 0 projeto de transportadores continuos, de transporte em caminhao, mas que nao ¢ tio prética para os nossos objetives como a umidade base seca, Ww ‘TEORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE MINERIOS - VOLUME 1 umidade _ _ massa timida - massa seca (base seca) massa seca umidade __ massa imida - massa seca (base Gmida) massa umida - porcentagemt de sélidos é a massa de sGlidos (seca) dividida pela massa de polpa (massa de sOlidos mais massa de Agua). Sem- re que mos referirmos & porcentagen: de solidos, referir-nos-emos @ porcentagent de sdlidos em peso, salvo mengio expressa ent contrério. Novamente, aqui, outros grupos costumam utilizar a porcentagem de sdlidos em volume, mas isto também 6 coisa deles. Nos s6 fala- remos em porcentagens em volume no bombeamento de polpas e no dimensionamento de ciclones classificadores. massa de sélidos massa de sdlidos + massa de agua Dizer que uma polpa tem 15% de sdlidos significa que, em 100 g de polpa, existem 15 g de sélidos. Existirao, portanto, 85 ¢ de égua. Em termos de vazao, se a vazao dessa polpa for 200 t/h, estarao passando 30 t/h de sdlidos e 170 t/h de agua.Na lista de exercicios existe alguns que tornarao 0 leitor familiarizado com umidades e porcentagens de sdlidos. E conveniente tentar resolvé- los sozinho, antes de acompanhar a resolucao jé feita. Exercicios resolvidos 1- Ent 100 g de uma polpa a 10% de sélidos, quantos g de sdlidos existem? E de dgua ? Solugao: em Tratamento de Minérios, diluigdes de polpa sao sempre expressas em peso, a menos que explicitamente menciona- do 0 contrério! Assim, 100 g de polpa, das quais 10% sao sélidos significa que 10 g sao de sdlidos ¢ 90 g sao ce agua. 18 ‘Nocoes BAsicas 2- Mesma perguuta para 4,5 t/h de sélidos. Solugéo: no muda nada, exceto que a unidade agora nao é mais de massa, mas de vazao. Se 4,5 t/h de sélidos correspondem 2 10% de uma polpa, a massa total da polpa (s6lidos + agua) sera 45t/h - 10% -, 45. = 45 t/h de polpa. x = 100% © 0,1 pole Se nessas 45 t/h, 4,5 sao de sélidos, a vazao de dgua seré 45 - 45 = 40,5 t/h. 3+ Messia pergunta para 150 g de polpa, Solugao: analogamente, 150 x 10/100 = 15 g de sélidos 150 - 15 = 135 g de dgua. 4- Idem a 2, exceto que agora a polpa.tem o dobro da porcentagen: de solidos (20%). Solugio: 45/0,2_ = 22,5 t/h de polpa 225-45 = 18 t/h de agua. 5- Qual a porcentagen: de sélidos ent volume (o/o), de uma polpa a 10%? A densidade do sélido é 3,0. Solugao: 100 g de polpa terao 90 g de agua e 10 g de sélidos. Os volumes ocupados sero: volume de agua = 90/1 volume de sélidos = 10/3 volume de polpa 90,0 ml de agua, 3,3 ml de solidos, 93,3 ml de polpa. Portanto, % solidos v/v = 3,3/93,3 = 0,035 ou 3,5% v/v. 19. ‘TeoRIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minerios - VOLUME 1 6- Quanta dgua ex preciso adicionar a unia polpa a 60% de sélidos para levd-la a 35%? A vazio considerada & de 300 t/h de sélides. Solugao: 35%: 300/0,35 = 857,1 t/h polpa 857,1 t/h polpa - 300.0 t/h sélidos = 557,1 t/h agua 60%: 300/0,60 = 500 t/h polpa 500 t/h polpa - 300 t/h sélicos = 200 t/h égua. Portanto, égua a adicionar = 557,1- 200 = 357,1 t/h agua 57,1 m'/h agua. 7- Qual o volume de polpas do exercicio ante- rior, se 0 sdlido for calctrio (densidade 2,65) ? Solugao: 35%: 300 t/h sélidas/2,65 = 1132 m'/h solidos 113,2 + 557,1 = 6703 n’/h de polpa. 60%: 300 t/h sdlidos = 113,2 m*/h sélidas 113,2 + 200 = 313,2 m’/h de polpa. 8: Idem ao exercicio 7, para respectivamente 8 @ 6% de sélidos. O sélido agora é carofo mine- ral (densidade 1,7). Solugao: 8%: 300/0,08 - 300 = 3450 t/h agua= 3450 m'/h agua 300/1,7 = 1765 m'/h carvao 3450 + 176,5 = 3626,5 m°/h de polpa. 6%: 300/0,06 - 300 = 4700 t/h agua = 4700 m’/h Agua 300/1,7 = 1765 m’/h carvao 4700 + 1765 = 4876,5 m°/h polpa Note que no exercicio 7 para passar de 60 para 35% de soli- dos (variacda de 25%) foi necessétio adicionar 357,1 m*/h. No exercicio 8 para passar de 6 para 8% (variacao de apenas 2%) foi necessério adicionar 1250 m'/h ! 20 9 - Qual é a umidade base iimida de wn mate- Nocoes Basicas rial com 10 % de untidade base seca ?. eee ase seca = —assa de agua massa de sélidos Admitindo 100 g de s6lidos, teremos: 10 g Agua e 110 g de sGlidos + Agua. een massa de Agua _ 10] massa de sélidos +massa de agua 110 0,09 ou 9,09 % Balancos de massas, metahirgico e de agua O conceito mais importante do Tratamento de Minérios e também a ferramenta mais utilizada pelo engenheiro tratamentista é 0 bnltco. Ele consiste em nada mais nada menos que a aplicacio pura e simples da Lei de Lavoisier: todas as massas que entram numa operacéo de tratamento tém que sair em seus produtos — nao ha geracdo, nem consumo de massa no Tratamento de Minérios! Estudemos o conceito de balangos através do exemplo da operagao unitéria mostrada na figura 8, | Aimmeragéo 40 Uh ce Concentrado 25 0h 64% Fe 7% umidade Fejeto 2 umidade 2% Fe Figura 8 - Operagdo unitdria e seus fluxos de alimentagaio produtos © balango de massas corresponde & soma das vazies massicas de minério, 40 = 25 + x, onde x é a vazao do rejeito. Para satisfazer & Lei de Lavoisier, x 86 pode ser 15 t/h. oT ae "TeonIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minéios - VOLUME 1 Na alimentagao existem 40 x 0,5 = 20 t/h de Fe contido. No concentrado, 25 x 0,64 = 16 t/h de Fe contido, Para atender a Lei de Lavoisier, no que se refere As massas de ferro contido, a quantidade de ferro que sai com 0 rejeito s6 pode ser 20- 16 = 4 t/h de Fe contido. Este balango, 20 = 16 + 4 chamado balango metaltirgico corresponde a aplicagio da Lei de Lavoisier para o metal contido. Entretanto, expressa-se-o através dos teores do metal na alimenta- ao, concentrado e rejeito. O teor de Fe do rejeito é 4t/h Fe 15 t/h totais x 100 = 26,7% Fe no rejeito. Na alimentacio existem 40 x 0,1 = 4 t/h de agua conticas. No concentrado, 25 x 0,07 = 1,75 t/h de agua contidas. Para atender & Lei de Lavoisies, a quantidade de agua que sai com 0 rejeito s6 pode ser 4 - 1,75 = 2,25 t/h de agua contidas. Este balango, 4 = 1,75 + 2,25 6 chamado balanigo de gua e corresponde a aplicagao da Lei de Lavoisier para as massas de agua que acompanham a alimentacao e os produ- tos. Entretanto, o mesmo é expresso através das umidades da alimen- tacdo, concenirado e rejeito. ‘A umidade do rejeito é, entao: 2,25 t/h de agua 15 t/h de sdlidos x 100 = 15% de umidade Os balangos de massas, de agua e metalirgico da figura 8 ficarao, entao, expressos como mostrado na figura 9. Alimentagdo 40 Uh = 10% umnidade Soe Fe Goncontado ‘Operacdo Unitaria ene 64% Fe Rejeito 15un 15% umidade 26.7% Fe. Figura 9- Balancos de massas, de agua e metalirgico completos da ‘operacdo unitaria mostrada na figura 8 Nocoes Basicas Um processo de beneficiamento de um minério qualquer (e que é representado pelo desenho chamado fluaograma) é sempre a soma de muitas operacdes unitérias. Cada uma delas deve ter os seus balancos de massas, metahirgico e de Agua. Usualmente, 6 Litil, ou necessério, para casos especificos, fazer ainda outros ba- langos — balangos volumétricos, balangos de polpa etc. A idéia e 0 objetivo sio sempre os mesmos. Como o procedimento mostrado acima acaba tornando-se muito trabalhoso e sujeito a erros, adota~ se uma representacao gréfica, que facilita muito o trabalho, como passamos a explicar: a ~a bandeira mostrada na figura 10 passa a representar 0 fluxo. Cada janelinha da bandeira representa um patémetto es- peeifico do processo que est senco acompanhado. b - cada balango passa a ser feito na janelinha correspon- dente. Desta forma, a figura 9 passa a ser representada conforme a figura 10. ‘Aliment wo [ao, — [a0 zh = (Consent Operagao 25 [2075 Unitania aii Tale is ra] ‘Wenicngio do Fino =| T7siides “eT spol == ilesalides| we agua a0 | ap ‘ida 1 /npelga th obi Belonenia sil Figura 10 - Representagao grafica da operagao unitaria E importante comentar, neste ponto, que todos estes exerci- ios se referem a situacdes de perfeito equilibrio da usina, ou a balancos médios de um dado periodo de operagao. Na pratica in- dusitial ocorrem variagoes instantaneas durante todo o tempo em que se esté trabalhando. Fechar os balangos de uma usina a partir das medidas experimentais (valores instanténeos) ¢ tarefa bastante 93 TrorIA E PRATICA DO TRataMENTO DE Minenios ~ VouuME 1 dificil e que exige métodos mais sofisticados. Uma boa discussao esses métoclos ¢ um programa de computador para isso sao apre- sentados nas referéncias (3 e 4). ‘Vamos fazer agora alguns exercicios sobre balangos de mas- sas, metaltirgicos e de agua. Existem varias profissdes e oficios em que s6 € possivel aprender a fazer, fazendo. Engenharia de Pro- cessos € um deles. Portanto, mao a obra! Somente resolvendo os exercicios & que voce adquiriré desembaraco e competéncia. Nao deixe, portanto, de tentar resolvé-los, primeiro sozinho, depois con- ferindo com 0 exercicio resolvido. Finalmente, dé-se ao trabalho de acompanhar passo a passo a resolugao feita por nos, onde as diividlas que deverao ter aparecido estarao sendo solucionadas. Exercicios resolvidos 10- Dispomos das seguintes irformacdes so- bre uma dada operagao unitaria encode %silidos % Fe onzfode wmziode -sélidas poly gua (e/n) (m°/h) (mm/h) alimentagio 40 #8 AB concentrada 25 4 rejeito 30 Complete a tabela, Soluga a vazio de rejeito = 40-25 = 15 t/h bb - Fe contido no rejeito = Fe na alimentagio - Fe no concentraclo 40 x 0,48 - 25 x 0,64 2.t/h. Entao, % Fe rejeito = (3,2/15) x 100 = 21,3% Fe. ¢- vazio de polpa da alimentagao = 40/0,48 vazio de polpa do rejeito 15/03 vazao de polpa do concentrado = 83,3 - 50,0 Como a vazio de sdlidos do concentrado = 25 t/h, a % soli- dos do concentrado € (25/33,3) x 100 = 75,1%. d- vazio de agua da alimentacao = 83,3 - 40 vari de agua do concentrado = 33,3 - 25 vazio de agua do rejeito = 50,0- 15 Nocoes BAsicas A tabela fica, portanto, assim: vazio de %sélidos % Fe vaziode vazao de sélidos polpa agua (t/h) (t/h) (t7h) alimentacio 40,0 43,0 48,0 83,3 43,3 concentrado 25,0 75,1 64,0 33,3 83 rejeito 15,0 30,0 21,3. 50,0 35,0 Note que algumas colunas (vazio de sdlidos, va- do de polpa e vazto de dgua) sao aditivas, por que sdo massas ou volumes ¢ para eles vale a Lei de Lavoisier. As somas respectivas tém que fe- char sempre, como se fosse um balanco contabil. Um quadro como o acima é chamado balanco de massas, metaltirgico e de agua. U1- Calcular as recuperagtes de massa e metaliirgica do problema 19, aplicando a re- gra dos dois productos. Solucao: a “regra dos dois produtos” nada mais é do que a expresso do balanco metaltirgico. Vamos deduzi-la. Seja uma alimentagio caracterizada por uma vazio mi, ¢ por um teor f, e um concentrado e um rejeito, caracterizados respecti- vamente por vazdes mi, ¢ mt, ¢ teores f, ef, As expressdes dos balancos de massas e metaltirgico sao respectivamente: m, =m, +m, im, Xt. +m, xt, Explicitando m, na primeira equagao e substituindo na segunda, fica: 25 ‘TEORIA £ PRATICA DO TRATAMENTO DE Minerios - VOLUME 1 Meee limentagao t/h sélidos t/h polpa % sélidos m*/h agua densidade | — [48 ] teor do elemento titi ; Solugao: a operagio unitétia pode ser representada grafica- tot = (tet) mente como: recuperacao = | alimentacao concentrado] De maneira semelhante se demonstra que: 40 [833] a8 [43,3 recuperagao metaltirgica = recuperagio x_teor do cunwentzaclo ae teor da aliimentacao sracio metabingica = tt xf ou, recuperacto metaltirgiea = 7% xi man 15 [50 Estas duas f6rmulas constituem uma das ferramentas mais 30 1 35 is de que o tratamentista dispoe. O exercicio fica: Te 48-213 _ 267 $8 219 = 207 = 0,625 on 62,5% 64-213 42,7 recuperacao . 13- Com a mesma técnica, complete os balancos 48-213 0,83 ou 83%. das paginas segiintes. 64-213 42,7 26, recuperagio metalirgica 12- Usando a representagio gréfica da pagina seguinte, refaca 0 exercicio 10, Admita que a densidade do minério ndo varia. rep a Nodes BAsicas: Teoria & PRATICA DO TraTaMENTO DE Minérios - VOLUME 1 log Os valores que aparecem ou deixam de aparecer nas bandeiras dos fluxogramas nao sito mero ca pricho de um professor chato. Eles traduzem uma realidade industrial — a de que nem sempre é possfvel tomar amostras ou medidas de vazao em todos os pontos de um circuito. Outros va~ lores, especialmente de porcentagens de sdlidos, traduzem parimetros de proceso que, por isso, so impositivos Uh m’/h agua mm densidade Uhsélidos “i sélidos Solugao: 1° tempo ° Inicialmente vamos resolver os balangos de massas & de agua 1 Devemos comecar sempre pelo mais facil ou mais Sbvio, procu- rando apenas completar as informagdes a serem apresentadas em cada bandeira. Os algarismos ardbicos ao lado das bandeiras indi- cam a sequéncia seguiida para preenché-las. 1 - alimentagio do circuito: 3 300/0,95 315,8 - 300 315,8 15,8 2 - produto do britedor: tudo o que entra no britador tem que sair por aqui. Portanto, esta bandeira tem que ser absolutamente igual & bandeira da alimentagii (1). 3e 4 produtos do peneiramento: rr 1 300-200 = 100 100/0,98 = 102 z 102-100 = 2 = 158-2 = 138 a 200 + 13, 8 = 2138 (200/213,8) x 100 = 93,6% estocagem internal 5 criamos uma bandeira auxiliar representando a alinenta- sao da pillta. Esta bandeira nao existia no fluxograma original, n como ela é de nossa conveniéncia, nés a abrimos quando e onde quisermos. 5 serd a soma das bandeiras 4 e 3 ou, 0 que dé no mesmo, serd igual as bandeiras 1 ¢ 2. Wo | pa 29 TeoRIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minéntos - VOLUME 1 6 - apés a pitha, a vazao de sélidos variow. A vazao indicada é exatamente 1/3 da vazao antes da pilha. E 0 caso, por exemplo, da britagem e rebritagem trabalharem apenas um turno didrio © 0 peneiramento e separagdo magnética trabalharem 3 tumos. Todas fas caracteristicas permanecent as niesmins (% s6lidos, densidade e tear). Apenas as vazies 6 que variam. 100/0,95 105,3 - 100 = 05,3 53. 7 ¢ 8 - como nao dispomos dos valores de vazao para fechar os balangos, mas temos 0s teores da alimentagao ¢ dos produtos, podemos fazé-lo pela REGRA DOS DOYS PRODUTOS. 40-30 5-30 ae 0,677 = 67,7% Portanto, 67,7% da alimentagao vai para 0 produto de mai- or teot, no caso, 0 oversize. 100 x 0,66: 100 - 66,7 33,3/0,5 = 66,6 66,6 - 333 = 33,3 66,7/90, 741-667 = 74 verificngao do balanco de dguas: 7A + 33,3 # 5,3! © balango de aguas nao fechal Escndalo! Como a Lei de Lavoisier no foi revogada ainda, a conclusao a que podemos che- gar é de que entrou dgua no penciramento. A quantidade de agua adicionadla, ent&o, é a necesséria para fechar 0 balanco: 7,4 + 33,3-5,3 = 35,4 m'/h, adicionados na peneira. 9e10-33,3-0= 33,3 281,8 - 0 = 281,8 0/281,8= 0 (o teor, obviamente, também é (0) 33,3 / 0,65 = 51,2 oe eee verificagio do balanco de aguas: 281,8 + 17,9 - 33,3 # O! Portanto, entrou Agua na operacao de ciclonagem (na caixa de bomba): 281,8 + 17,9 - 33,3 = 266,4 m*/h. 30 354 av agua/h Nocoes BAsicas Sel |e F 3) 2|2|3 4 fais S| aa &) belle 2 re Xl? Fe Se aan OE BFL LE Propo ld oe Sled a 2 B qa ela EF ae 2 5 ct) eal Els} © _© isfals Ea 7 lele|s Q § OE ue fe I rs a Ho Qi ale ort oO 31 Tonia PRATICA DO TRATAMENTO DE MiNERIOS - VOLUME 1 Vamos entao, apenas a titulo de curiosidade, criar uma ban- deira para representar a alimentagao da ciclonagem: 11 ~ 2664 + 33,3 = 299,7 = 281,8 + 17,9 299,7 + 33,3 = 333,0 33,3/333,0 = 10%. O teor, obviamente, 6 0 mesmo da bandeira 7. 12 e 13 - novamente somos obrigados a utilizar a regra dos dois produtos: R= 30-8 — 052 ou 52%. 50-8 0,52 x 33,3 = 17,4 t/h = vazio de sélidos no concentrado (fluxo de maior teor) 33,3 - 17,4 = 15,9 15,9/0 4 = 39,8 39,8 - 15,9 = 23,9 17,4/0,6 = 29,0 29.0 - 17, 116. Verificagao do balango de Agua: 23,9 + 11,6 - 17,9 4 0! Portanto, 23,9 + 11,6 - 17,9 = 17,6 m’/h agua adicionados no separador magnético (ou na sua alimentagio), tempo: célculo do balanco metaliirgico ‘Como nao existe, nas bandeiras, uma casa para as t/h do elemento ou substancia util contidas em cada fluxo, anotaremos esse valor ao lado da casa do teor 1-00 x 0,4=120 -6 0 mesmo valor que tem que aparecer em 2e5. 100 x 0,4 = 40 4-120 - 40 = 80 (80/200) x 100 = 40 6-100x04=40 7- 3 x 0,3 = 10,0- é 0 mesmo valor de 10 e 11. 32 Aw Agua /h ‘m’/h polpa peneiramento Nocoes Basicas ons aE 9 % 3 a est intermediary i of At] Ole ole |) 2 33 TeoRIA E PRATICA 00 TRATAMENTO DE MINERIOS - VOLUME 1 Nocoes Basicas 8 - 67,7 x 0,45 = 30,5. Verificagao do balanco metahirgico no peneiramento: | .| 2 30,5 + 10,0# 40,0. | |= Hé aqui uma diferenga de 05 t/h. Isto é um erro acumulado zle/z Eel dos sucessivos arredondamentos dos valores analiticos. Se aceitar- 3/313 PEI mos 30% como o valor correto, teor do oversize terd que ser: ' 8) 2\S a #] i | al" a4 2 S| ale 2 100 x 0.4 = 33,3 x03 , 199 = 44.3%. 77 12 - 15,9 x 0,08 = 13 Fa a al slalal 13-174 x05 = 87 = J AFR Verificagao do fechamento do balanco metahirgico na sepa- ragdo magnética: 10 = 1,3 + 87. 3° tempo: cfitculo dos balancos voluntétricos 2 donde: volume = =<533—_ jolume ‘CONES FONE densicade (no caso, densidades reais). volume de polpa = volume dos sélidos + volume da agua, densidade = 266m sigua/h Exerci 1- 300/36 = 833 . ore 83,3 + 15,8 = 99,1 Belg Estes valores se repetem em 2 ¢ 5 alatele 100/3,6 = 27,8 a EPEE] | 278 + 5,3 = 33,1 aaaa ! Olgasa 12- 159/308 = 5,2 3] 2 + 23,9 = 29,1 (lo 46 Q 62 13 - 174/38 4641 Br te valor nao esta presente no fluxo 10. Entao vazio de polpa em 10 = 16,2 + 29,1 - 17,6 = 27,7 34 35 Teoria F PRATICA DO TRATAMENTO DE Minérios - VOLUME 1 27,7 - 17,9 = 9,8 = volume dos sélidos densidade dos sdlidos = 33,3/9,8 = 3,4. Este valor 6 0 mesmo de 11 e 7. 11-33,3/34 = _9,8-6 0 mesmo valor de 7 9,8 + 299,7 = 3095 7 -98 +333 = 43,1 No peneiramento entram 27,8 m*/h de sélidos e saem no. undersize 9,8. A vazao volumétrica dos slides no oversize &, por- tanto! 27,8 - 98 = 18,0 18,0 + 64 = 24/ 66,7 / 18,0 = 37. Faltam as bandeiras 9, 3 e 4 como 0 fluxo € s6 de Agua, idealmente nao existe sélido. fo coloque, entretanto, 0 nas casas correspondentes. Coloque um -, que € mais correto. O volume de polpa ¢ 0 volume de agua. Para 3 e 4 teremos que adotar um Volume estimado (“chutar’) ‘Mas como “chutar” dentro do gol? Como estimar um valor coerente ? O tratamentista é frequentemente obrigado a ado- tar valores arbitrérios, estimados por ele mesmo, de acordo com 0 seu bom senso. Estes valores po- dem estar errados —e frequentemente esto, O que itdo se admite é que o engenheiro fuja da responsa- bilidade de estimz-los, com medo de errar. A solugio é, portanto, usar 0 melhor do seu bom senso e depois verificar os célculos. Se estes estiverem errados, muito prova- veliente a fonte do erro serd o valor da estimation e é af que a correcio deve ser feita No nosso caso, esta estimativa é facil. Note que a densidade aumenta com 0 teor. Para teores de 40%, temos 4 bandeiras com a mesma dlensidade 3,6. E este o valor que adotamos: 36 Nocoes Basicas 100/3,6 = 27,8 27,8 +2=298 200/3,6 = 55,6 55,6 + 13,8 = 69,4. Verificacao do balanco volumétrico: 27,8 + 55,6 = 83,4 # 83,3 Hi, porianto, um erro de 0,1 m'/h, que ou decorre da estima- tiva adotada, ou de erros acumulados nas operacies aritméticas. Corrigindo a bandeira 4, ela fica: va vazio de polpa densidade O erro é, portanto, de aproximagio dos resultados TH Resolon os balangos do fluxograma da pagina 38. Solugio: 1 ~ 1440/1600 x 100 = 90 1600 - 1440 = 160 1160/1440 x 100 = 11,1 (umidade base seca) 2- 1440 - 720 = 720 720/839,2 x 100 = 85,8, 839,2 - 720 = 119,2 119,2/720 x 100 = 16,6 3 - 1600 - 839,2 = 7608 720/760,8 x 100 = 94,6 760,8 - 720 = 40,8 40,8/720 x 100 = 5,7 vazao certamente sera diferente de 1. Todos os demais ‘bre o teor, 4- parimetros so iguais. De 5 obtemos a informacao s que é o mesmo que em 4e 1 Podemos, entao, fazer o balanco metaliirgico do trecho do fluxograma antes da pilha. Como nao ha janela para as t/h do clemento/substincia de interesse, anotamos o valor respectivo debaixo da casa do teor: 37 ‘Teoria & Prarica Do TRATAMENTO DE MINERIOs - VOLUME 1 Exercicio 14 Ub solide ERT TTD] 7h papa 7 esdion mi/hagua ‘oor imidade st AK a 15 x = = a = 36 T 38 Exercicio 14 ‘Nogoes Basicas: @ Yh etd IO] pps x Sita EST P-TOT] me /hagan : wor Pepa mune Ti © A Sor] spa ® © 3 ra Fa PJ seine = 1 Le = { | I © | i 7a aR I we fips I 3 Lee { i a i ! | Hb | | al il A i | © L-~_ fs I @ I ! 2 | ha mee | I sae | = ae | mijn I e i agua i: = al @ @ ® spor] Caf Gar fwr shar] Parte] Pete apa] Ei 5 7 7 $ Teosta & PRATICA Do TRATAMENTO DE Minémos - VOLUME 1 1 - 1440 x 0,08 = 115,2 3- 720x010 = 72,0 1152 - 72,0 = 43,2 t/h em 2. Portanto, 43,2/720 x 100 = 6% 6 - 200/0,5 = 400 400 - 200 = 200. Nao calcularemos as umidades acima de 100%, por nao re- conhecermos significado fisico nesse ruimero. 7 - Note que 0 circuito dentro do polfgono tracejado se com- porta como uma caixa fechada. Exceto a % de sdlidos, que é dife- rente - na caixa fechada houve adicao ou retirada de agua - os demais parametros so iguais. 200/0,3 = 666,7 666,7 - 200 = 466,7 8 - 200 - 50 - 50 = 100 100/0,15 666,7 ~ 100 9 - 50/0,55 = 90,9 90,9 - 50 = 40,9 10 - 50/ 04 125 - 50 = 75, 200 x 0,15 - 50 x 0,36 - 100 x 0,03 50 verificacao do balango de agua: 40,9475 -1566,7 - 466; = Agua adicionada na mesagem. Vamos agora voltar e resolver as bandeiras faltantes. Na ciclonagem nao tenho as informagies de vazao suficien- tes para fechar balango, mas tenho os teores. Entdo: 8-3 x 100 = 18 15,9 42 15-3 Ou seja,200 t/h é 42% é da alimentagao da ciclonagem. Entao: a = 480 t/h = alimentagdo da ciclonagem. Aparece em Se 4 40 ‘Nogoes BAsicas Exercicio 14 @ 280] 2880 vp ses TAT ROT pt me cs 50a ohn fa A ® Schr omeS 9 eo EF va Ta aa sate wy po 30 5 fa} ® |_|@ _ zon: B58 [192 | ae ef (fae iz Iso bei b | agua : @ of a0 L—- 3 Bets CORP ai se) a [7 37 i @ t= war [ass 26667 wy 2159 mivh fate 3 | TeoRIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minéatos - VoLuME 1 Nocoxs Basicas 4-480 / 0,9 = 533.3 533,3 - 480 = 53,3 Exercicio 15 | Conferindo a umidade: 53,3 / 480 x 100 = 11,1. Portanto, | esta correto. | 11 - 480 - 200 = 280 Tso] Tp | 280/0,1 = 2800 Bde | —av'7h fg 2800 - 280 = 2520 eins is | 5-200 + 2520 = 2720 | 2720 + 480 = 3200 @ | 480/3200 x 100 = 15 | Portanto, hé a adigao de 2720 - 53,3 = 2666,7 m*/h de agua © i na caixa de bomba. ° o © | TE 12 - 400/065 = 6154 “GE 615,4 - 400 = 215,4 1S m'/h Agu @ . | 13 - 200 + 400 = 600. Aparece também em 14 | 215,4 + 200° Em EE 600 + 4154 @ SX 600/1015,4 x 100 = 59,1 a : © © Sota D i 14 - 600/05 1200 - 600 = 600 @ 600 - 415,4 = 184,6 m'/h Agua adicionados no moinho. 3B aD 15- Resoloa agora o exercicio da pagina 43. E 0 balanco de uni lavador de carato de alto enxi fre. Hi dois balancos metaltirgicos a seren fei tos: 0 de cinzas e 0 de enxofre (S). Na pagina 45, € mostrado 0 exercicio resolvido, ee srr ‘TEORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minénios - VOLUME L Nogoss Basicas excel etc.) ¢ resolver automaticamente os balangos. Abaixo mos- tramos o mesmo balanco do exercicio 14 resolvido dessa maneira. Exercicio 15 Isto é muito c6modo e conveniente em uma série de casos. Permite também colocar mais informagdes do que 0 que as bandeiras su- portariam. Entretanto, as bandeiras dao uma informagio mais imediata e compreensivel sobre 0 processo. E possivel montar uma planilha eletrénica (lotus, quatro-pro, | | BALANGO DE MASSAS FOR PLANLHAELETROMCA-DADOS DE ENTRADA BA f Te fio) (ne ee ee en oe aN Ess 5 ssiios soos poipa pie vse czas S +e Gs us tes pastas 2 oe ‘e o BEE o 3 ® sete bash ‘ ss "OO" EFAs parE 5 ees a 7 736 | 160 ome aa ma as a | Sa Ee Se SE = 2 4 9 46.0 {30,0 26; © a % i ae sts 0 03 63,0 50 8 a Sahn say ‘ars 141 soos 5 2 5 mapa 4 e aaa wz 1a 8 6 abe] 13 12,6 88 83,2 20.0] 4,0. Bee BALANCO DE MASSAS POR PLANILHA ELETRONICA - CALCULOS FEITOS Tsay] Geshe ° FLUXO th % wh mh % uh %S vhs ® Ziase} Te2tus a ed oedat sale cote Ve mistr ws @ PEt a 2 26 950 1330 O70 8B pac ba par | 902 3 56.4 50 - - = _ © rhe 6 39,2 92,0 42,6 34 228 87 36 Ww of a nO os ano ee ee) ao 0) Of 9B OOS = 2600-90 60 2 18 930 127 09 BOT 18018 19-126 «BO 14,37 83,2 10,8 38,350 Aa an 47 g g g a B =[s ve] & a= Yas | 0 z re eo ced va] = Law) ovat [ oe aaa Bal @ o—— 29 | bor enSe y/auy’ SEIT ene y/i | sopmos % ~~ edjod ua [sopnes uA = = = a fl 7 a S 2 g 3 = |_[racranvos | —fransnan] }aawnn) = 3 : & g = 2 g 3 : : g & = g Eg @ |ss oe 38 g E e [es zg 88 & Cl ‘ene 4/3 | SoPHOs % 5 vedjod y/a | sopnos qa & an ¥ i ‘TEORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE MInERIOs - VOLUME 1 Nogies BAsicas Tipps ‘tie ms eee 350 a7 soo] — Reap Sa seo sae [3a sso 105 : ews] 7a sop a so [a a0 [as fa ape sand 7 sss woo | woo 49 | eae nr ] TeORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE MInERIOS - VOLUME 1 ‘Noodes BAsicas ® | = | | 483] ta a6 [ws = Fi Ls anih i 1 er » sans wey dgun » eS oe ts a | mf) [epee peo) an a Be 2a msh ess] sur] [sao] oe Techie 20 m'/h | sa agua as E agua Yo HES TS HSS “Ta} enstdes [325] —] we poipa | vss [JE] un pos E 9) am 2559 meh | ) Agua? ete agua | 7 a (Grossos) [inten INOS et } i 318 sas an “T3798 (ated ah | at oe SE (e | | nea aaa S TK x ‘un [3 wae Mssidoe [Zh Fe S | ge oa 3 Las 50 51 ‘Teoria E PRATICA DO TRATAMENTO DE MiNERIOs - VOLUME 1 Quantificagdo de processos Ninguém faz Tratamento de Minérios por hobby ou por filantropia, Como toda atividade de Engenharia, essa deve pro- duzir um bem necessario & utilizacao industrial, em condicées economicamente saidaveis, isto é, com lucro. A quantificago do processo medird exatamente o desempenho das nossas operagoes unitdrias. ‘Existe um sem-ntimero de indices que foram sendo criados ao longo dos anos para quantificar processos de Tratamento de Minéri- os. Schultz (5) relaciona 37 indices diferentes, desenvolvidos por diferentes pesquisadores ¢ engenheiros entre os anos de 1913 e 1970 ‘¢ depois apresenta outros 9. Leal Filho (6) apresenta tima discussa0 muito sensata do assunto. Na realidacle, apenas dois deles sao real- mente titeis e significatives para qualquer operagio — os demais podem ser muito convenientes para casos particulates. Estamos nos referindo a recuperagao e ao enriquecimento, t/h de concentrado i/h de alimentacao Recuperacao Este parametro de processo também € chamado, conforme a situagao especifica, de rendinento, recuperagio em massa ou de par- ticfo, Os dois primeiros termos s4o reservados para operacies de concentracdo ou para a usina de beneficiamento como um todo. Particio ¢ utilizado para operacées de classificagao ou de separa ‘cdo densitéria e tem um significado mais abrangente, que sera es- tudado mais adiante (7). £ muito importante, em particular, a extensio do conceito de recuperacio para o elemento ou substancia de interesse conti- do no minério e objeto da operacio de tratamento. Por exemplo, recuperacao do ouro contido num cascalho ou do P.O, contido numa rocha fosfatica. Usa-se entao a recuperacio metaltirgica, defi- nida como: t/h de elemento itil no concentrado Jo metabiirgica = Fecuperacao metalrgica = +7) de elemento util na alimentacao. Nocots BAsicas No caso discutido da operagao unitéria da figura 8, teriamos 15 t/h de concentrado recuperagao 'PeFasa = 240 ¢7h de alimentacio 0,375 ou 375%, 16 t/h Fe no concentrado recuperagao metaliirgica se BI 30 t/h Fe na alimentacao 08 ou 80%. Note que o nome de metalitrgico € utilizado independente- mente da substancia de interesse ser um metal ou nao. Utilizamos esse termo para 0 ferro, que efetivamente é um metal, e para 0 P.O,, que s¢ refere a um minério n&o metélico, o fosfato. No caso, P.O, nem sequer existe como tal. Define-se enriquecimento como: iquecimento = —t¢0*do elemento itil no concentrado ca teor do elemento titi na alimentagtio No caso estudado terfamos: 4 enriquecimento = 24 = 1,28 iquecimento = 5 A utilizacao e o significado completo destes dois conceitos ficaré bem clara quando estudarmos, mais adiante, o conceito de curva de seletividade. Em muitos tipos de operacao, por exemplo nas operagdes de concentracio densitétia, é mais comum falar-se em relagio de con- centragio, que é 0 inverso da recupetacao (relagao de concentracao massa de alimentagao/massa de concentrado), mas 0 conceito 6 @ mesmo. Nos minérios de minerais pesados, como geralmente se parte cle teores muito baixos as redugdes de massa numa operacio de concentragao podem ser muito grandes — da ordem de 50 a 200 vezes. A relagao de concentragao torna-se, enti, mais expres siva € traduz melhor 0 fendmeno fisico do que a recuperacao. A gua distribui-se diferentemente no concentrado @ no re- jeito ou nos produtos de separacio de tamanhos. Para muitas apli- cages é importante conhecer a stta particao (em inglés, "split”), sempre referida como a gua que acompanha 0 concentrado em referéncia 8 Agua que vemi'com a alimentacao. 53 ‘Tronta & PrAtica Do TRATAMENTO DE MineRios - VOLUME 1 Vamos agora resolver outros exercicios, dentro do mesmo espirito dos anteriores. Eles deverao ajtidé-lo a tornar bem claro © conceito de teor, necessério para 0 célculo correto dos balangos metahirgicos. Se, por acaso, vocé tiver tido dificuldade com o cal- culo clos balancos metaliirgicos, pode ser que vacé nao tivesse este conceito bem claro. Torne a fazer os balancos, entio. Exercicios resolvidos 7- Qual o teor ent cflcio de ume cal pura? E de uma doloma pura? Ent se tratando de uma doloma contantinada cont 20% de argilo-mi- nerais, para quanto passa esse teor? Qual o teor nudximo de ferro de uma hematita? E de uma siderita? Dados os pesos atOmicas: Ca = 40, O = 16, Mg = 24, C= 12, Fe = 56 Solugdo: Este exercicio jé foi resolvido em parte. Tente ago- ra fazé-lo sozinho. a= cal = CaO = peso molecular = 40 + 16 = 56 teor de Ca = (40/56) x 100 = 71,4% Ca. 40 +16 +244 b - doloma = CaO.MgO = peso molecular 16 =96 teor de Ca = (40/96) x 100 = 41,7% Ca. cc - doloma contaminada com 20% de material estranho: 86 80% é doloma => 41,7 - 100 teor - 80 teor = 08 x 41,7 = 33,3% Ca. d -hematita = FeO, = peso molecular = 2 x 56 +3 x 16 = 160 teor de Fe = 2 x 56/160 = 70,0% Fe 56 + 12 43x 16 = 16 e- siderita = FeCO, = peso moleculai teor de Fe = 56/116 = 48,3% Fe. 54 Nogoes Basicas Nota: Para ter 0 mesmo teor que uma siderita pura, um mi- nério de hematita teria que ter 48,3/70,0 = 69% de hematita, ou seja, 31% de impurezas! Carregar num alto-forno 31% de impure- zas € um absurdo, porque gastarfamos uma quantidade proporci- onalmente maior de coque para aquecer 0 minério e escorificar essa contaminacio; além disso, o volume de escérias dentro do forno cresceria proporcionalmente (ou seja, a parte do volume do alto-forno carregado com minério diminuiria). Em consequéncia, um minério de siderita a 45% Fe € realmente um minério. Uma matéria-prima mineral de hematita com 45% Fe ndo pode ser con- siderada um minérie — nem aqui nem na Franca! 18- No exercicio 10, qual a recuperagto em massa (rendimento) da operagito? Qual a re- cuperagito metaltirgica? Qual o enriquecimen- to? Qual a relagio de concentragiio? Qual a partigio de massas? Qual a partigio de égua? Qual a partigao do Fe? Solugdo: temos apenas que aplicar as definigdes desses parametros de proceso: vazao de concentrado ‘vazio de alimentag: = 25 a= recuperagéo de massa = a = 0,625 ou 62,5% _vazio do elemento titi no concents* b - recuperagéo metalirgica = oe. BIC = \azao do elemento ttl na aliment. 25 x 0,64 soe pag 7 088 2 83% teor do elemento itil no concentrado* teor do elemento itil na alimentagao oe 48 ¢ - enriquecimento = 33 * ou “underflow”, 55 | | { ‘TroRIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minéxios - VOLUME 1 | vaz5o da alimentacao_ 40 ‘vazio de concentrado 25” d - relacio de concentraga =16 vazio de concentrado"_ 25 _ g 65 @- partisao (de massas) = 75 de alimentagao 40 vazao de agua contida no concentrado* f- partigao Agua = 7 7 Particao 4gua = — 730 de agua contida na alimentacao =83 /43,3=019 vaziio do elemento titil no concentrado* 8 = pattisio do ferr0 = 59 do elemento iti na aimentacio 0.6425 0.48 x40 183 19- Calculer a velago de concentragio do pro- blema 10, usando a regra dos dois produtos. Solugao: como relagio de concentracio = 1/recuperacio, a formula dos dois produtos pode ser escrita como: 427 _ 26,7 te-tr relagio de concentragao = 16 20- O peneiramento en tela de 4,8 1mm de nee fareia de cobertura de pedreira deut os produtos cutjas andtises granulométricas sto apresentadas a seguir (% relidas por faixa). Caicule a partigiio deste peneirnmento ¢ 0 sex balango de mnssas, saberido que a alimentagio é de 240 tft. riha(mn) 95 48 2A 12 06 03 04S 0075 0075 limenngio «09 «62 «MS 23 NS Be 9 AI oversize see roe oe Moe col ee undesie «9055184 TRB BS 14S 1S 189 “ou “underflow”. 56 Nocoss BAsicas Solugao: a regra dos dois produtos pode também ser usacla para operagbes de separacao granulométrica. Neste caso, poclemos aplicé-la para obter estimadores da particdo de todas a5 fragdes granulométricas acima, exceto da + 9,5 mm. A regra sempre a snesma: (teor da alimentacao - teor do rejeito) /(teor do concentracto - teor do rejeito). Embora nao estejamos tratando de teores, a convencao é sempre a mesma: concentrado é o produto de valor mais elevado e rejeito é 0 de valor menos elevado. Aplicando a formula teremos: malha(mm) 95 48 24 12 06 03 015 0075-0075] alimentagio 0 09 62 145 123 15 129 94 211 oversize 0 85 119 70 0 0 0 0 359) undesize 0 0 55 154 138 12,9 145 105 189) patticio T= 0,106. 0,109 0,893 0,891 0,891 0,890 0,895 0,110} Note que os valores sobrem uma variacao enorme de valor quando se passa da malha 2,4 para a malha 1,2 mm e novamente quando se passa da malha 0,075 mm para o fundo. A razao desta variagdo é que até a malha 2,4 mm, as porcentagens de oversize em cada fracdo granulométrica so maiores no oversize que no undersize, 0 mesmo acontecendo na fracdo -0,075 mm. No intervalo, de 1,2 até 0,075 mm, ocorre o inverso. A partigao entao, aplicada literalmente, até a malha 2,4 mm é para o oversize, dai até a malha 0,075 passa a ser para o undersize, e na fracao -0,075 mm volta a ser para 0 oversize. Temos que unificar 0 critério. Considerando apenas a particao para o oversize (1 - particao pata © undersize), teremos: malha (mm) 95 48 24 12 06 03 015 0,075-0,075| parligdo = 0,106 0,109 0,107 0,1090,109 0,110 0,108 0,110] ‘Temos pois uma estimativa de 0,105, uma de 0,106, uma de 0,107, trés de 0,109 e duas de 0,110. Aceitando como verdadeita a mais frequente (moda), a particao serd de 0,109 para o oversize. Para a vazao de 240 t/h, teremos o seguinte balanco de massas: alimentacao = 240 t/h, oversize = 0,109 x 240 = 26,2 t/hy undersize = 240 - 26,2 = 213,8 t/h. a7 TEORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minéxios - VOLUME 1 Curva de seletividade O objetivo de qualquer operagao de concentracao é: obter a maxima recuperacao e 0 maximo enriquecimento. Na pratica, isto € impossivel de ser obtido simultaneamente, pois a alimentacao é composta de particulas e cada particula tem uma composicéo qui- mica propria, que seré mantida, mesmo que ela va para 0 concen- trado ou para 0 rejeito. ‘Vamos exemplificar com a populagao de 1.000 particulas, com- postas dos minerais A ¢ B, cujos teores das particulas variam confor- me mostrado a seguir, Vamos admitir, para efeito didético, que a se- paracao entre Ae B é possivel de ser executada com perfeicio total, & modulada segundo a nossa vontade. Ae B tém a mesma densidade. 300 100 100100 100 300 particulas particulas particulas particulas particulas —particulas O%B—-20%B 40% 6O%B—SO%B LOMB p92: 2. @ 8g 12 a2 2 o 90°S GQ 22 @2 Se Separacdes: < eparacdes a < > @) < > a < > © > < (6) Ponderando as massas de A ¢ B em particulas equivalentes, resulta que existem 500 particulas equivalentes de A e 500 de B, Em outros termos, 0 teor desta populacio 6 50% B. Jé que podemos separar com perfeicao, do jeito que quiser- mos, existe a possibilidade de se fazer as seguintes separacoes: (1) - obtemos um concentrado com 100% B (teor maximo). A recuperagao méssica seré de 30%, a recuperaco metaliirgica de 300/500 = 607% € 0 teor do concentrado, 100% B; Nogoes Basicas (2) obtemos um concentrado contendo as particulas de mais alto teor: 100 e 80% B. A recuperacao méssica seré dle 40%, a recuperagao metahirgica de 76% ¢ o teor do concentrado, 95%. Aumentamos a recuperagio, apesar de termos perdido um pouco de teor; (3) - aceitamos um concentrado de teor mais baixo, para ob- termos uma recuperacao um pouco melhor. A recuperagao méssica seré de 50%, a recuperacao metaltirgica, de 88%; 0 teor do con- centrado, 88%; (@) - obtemos um concentrado com teor mais baixo ainda, recuperando até as particulas com 40% B. A recuperaco méssica sera de 60%, a recuperagio metahirgica de 80%, eo teor do con- centrado, 80%; (8) - obtemos um concentrado com recuperacao total de B (maxima recuperacio metaltirgica). A recuperagao méssica seré de 70%, a recuperacao metahtirgica, de 100%, mas o teor do con- centrado cai para 71,4%; © - obtemos um concentrado igual 4 alimentagao (maximas recuperagdes massica ¢ metakirgica). A recuperacao médssica sera de 100%, a recuperacao metahirgica, de 100%, e 0 teor do concen- trado, 50%. Se canstrirmos um grafico tear do concentrado versus recupe- ragto, seja ela massica ou metahirgica, conforme for mais conveni- ente, obtemos figuras como as mostradas a seguir, denominadas curvas de seletividade: Row 7o 80 90 100 teor 59 ‘Teoria & Prstica Do TRATAMENTO DE Minsios - VOLUME 1 Na prética operacional, nunca 0 nosso processo seré tao seletivo ‘como afitmado acima. Entio, as separagoes reais se situarao dentro do espago delimitado pela origem e pela curva de seletividade. Nenhuma separacao pode ser representada por um ponto fora desse limite. Exemplos: (7) = recuperamos todo o B contido na alimentaao, mas 0 concentrado arrasta 1/3 das particulas de A puro (100 particullas). A recuperagao massica sera ce 80%, a recuperagao metalirgica de 100% € 0 teor do concentrado, 62,5%; (8) - recuperamos todos os B mas perdemos 1/3 das particulas de B puro. A recuperagao massica sera de 60%, a recuperacio metaluirgica de 80%, e o teor do concentrado, 66,7%; (9) - recuperamos as particulas com 100% A, 20% B, 60% Be 100% B. A recuperacdo massica sera 80,5%, a metaltirgica, 47,5%, e 0 teor do concentrado, 47,5%. Note que nao ha nenhum ponto a direita da curva de seletividade. A figura 11, reproduzida de (8) mostra a curva de seletividade de uma campanha experimental de ensaios de concen- tragao de um minério de fluorita e a curva de seletividade dos resultados experimentais. Figura 11 - Curvas de ensaios reais e curva de seletividade (apud 8) Nocors Basicas Rougher, Cleaner e Scavenger E muito dificil, numa tnica operagao de concentracao, conseguir simultaneamente os dois objetivos do beneficiamento: maxima recuperacho + maximo enriquecimento. Como vimos do item curva de seletividade, eles geralmente s40 antagénicos para os minérios reais. Os equipamentos tam- bém tém limitages de projeto, de construgao ou de desempe- nho, que limitam o enriquecimento ou a relacao de concentra- do que se pode obter em uma tinica passada. Veja 0 que acon- tece com uma operacao unitria qualquer (no caso é um exemplo real de flotacao catiénica de um itabirito): a - operagio com alto entriquecimento: 100 vh 42% Fe (42 uh Fe) unre LJ 8258 ccomes 20th 64% Fe (12,8 th Fe) O concentrado de alto teor é obtido A custa de uma baixa recuperac8o metahirgica: apenas (12,8/42,0) x 100 = 30,5% do Fe contido na alimentacao sai no concentrado. Ou seja, 69,5% do Fe é perdido cont os rejeitos. Isto é uma situacdo inaceitavel! A solucao consagrada tecnicamente € proceder a uma nova oper ¢io de concentragio dos rejeitos. Esta operagao é chamada de scavenger. Nao existe uma palavra em portugués que a traduza com precisao e clareza, embora varios termos tenham sido pro- postos e utilizados. Por isso, usaremos sempre o termo inglés em nosso texto. Ficaré: 61 Teoria E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minénios - VotuME 1 100vh 42% Fe (42 th Fe) 16,3h 80 uh Fe — rece 36,5% Fe (29,2 th Fe) 4 | | 2,4 th Fe 20th 63,7 Uh 84% Fe (12,61h Fe) 42,0% Fe (81,61 Fe) — Desta forma, apenas 6% do Fe contido na alimentacao so perdidos b - operagio com alta recuiperngio: 100vh 42% Fe (42 Un Fe) > 20UnEe L_] 15,0% Fe (3,0 th Fe) 80th 48,7% Fe (39,0 th Fe) A elevada recuperacao metalirgica (92,9%) & obtida a custa de um baixo enriquecimento: apenas (48,7/42,0) = 1,16 ‘Ou seja, isto é outra situacao inaceitavel! A solugao consagrada tecnicamente & proceder a uma nova operacito de concentragto do concenttrado, Esta operagao é chamada de cleaner. Nao existe tam- bém uma palavra em portugués que a traduza com precisao & clareza, embora os termos “limpeza” e “relavagem” tenham sido propostos e utilizados. Por isso, usaremos sempre o termo inglés em nosso texto. Ficara 6D Nogoss Basicas 100vh 42% Fe (42 vh Fe) | [F]— | 80 ih 48,7% Fe (39,0 t/h Fe) ! 20uh Fe 15,0% Fe (3,0 th Fe) 44,5 Uh Fe 36.5% Fe (16,2 vh Fe) \ 35,5 Uh 64% Fe (22,8 vh Fe) ‘Assim, 0 concentrado chega a um teor compativel com as exi- géncias do mercado. Note, entretanto, que o concentrado da opera~ ao scavenger tem um teor muito baixo para ser considerado um concentrado final (31,6% Fe). Jé o rejeito la operacao cleaner tem um. teor muito alto para ser descartado (36,5% Fe). E, pois, forgoso recireuli- los internamente, O circuito mais geral fica, portanto, com uma apa- réncia como mostrado a seguit, onde todos os produtos intermediari- 05 sao realimentados junto com a alimentacao do estgio rougher: A i A : < ®Ta R So R T T I o c ] é 63 ‘TroRIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minerios - VOLUME 1 Tamanho O conceito de Tantario, embora primério para todos nés, & muito dificil de ser corretamente entendido, e especialmente entfen- dido da mesma maneira por todos. Intuitivamente, entendemos imediatamente que um campo de futebol é maior que um quadra de vélei e menor que um campo de pouso, porque sao trés figuras planas de mesma forma e 0 seu tama- ho pode ser quantificado pela drea respectiva. Entretanto, é dificil com- parar individuos de trés dimensdes, mesmo que sejam de uma mesma espécie. Por exemplo, qual de duas pessoas, uma de 1,90 m de estatu- a, pesando 70 kg e outra de 1,70, pesando 100 kg, 6 maior? ‘A resposta, obviamente, dependera do padrao de medida: - se usarmos como padrao de medida a estatura ou a enver- gadura, o individuo de 1,90 m seré maior; - se usarmos como padrao de medida o diametro da cintura, © individuo de 100 kg (gordo) sera maior que o de 70 kg (magro); se usarmos como padrio de medida, nao um parametro geométrico, masa massa corporal do individuo, o gordo novamente é maior. Esta dificuldade nao se atém apenas a individuos humanos, Bla se apresenta também quando medimos partfculas minerais. ‘As particulas minerais podem ser medidas de varias manei- ras, cada qual fornecendo um valor de medida diferente. Podemos medir volumes, didmetros, area das particulas ou reas projetadas. Na pratica usual do Tratamento de Minérios, nas granulometrias usuais em que se trabalha, usualmente se medem diametros. Quando se medem didmetros, hé que convencionar gual, dentre 60s infinitos diametros existentes em uma particula, se deseja medir. Produtos ce desmonte na frente de lavra sa0 medicios, quan- do 0 sao, com régua, trena ou algo do género. Também, na medi- cio de particulas no microscépio, com uma objetiva dotada de reticulo, 0 principio do procedimento é 0 mesmo. Os diadmetros escolhidos, entretanto, sao diferentes. No chao, no monte de pe- dras, 0 operador vai medir apenas aquelas que est4o por cima. Pode escolher medir o didmetro maximo, 0 minimo, ou ambos € calcular alguma média deles. No microscépio, o operador vai mo- vendo a platina, primeiro numa direcao e anotando os valores in- terceptados pelo cabelo do reticulo. Depois, move a platina na ou- tra diregao e anota os valores interceptados pelo outro cabelo, como mostra a figura 12. 64 Nogoes Basicas Figura 12 - Medidas de tamanho por régua e no microscépio Entretanto, as particulas sempre se apresentardo com as duas maiores dimensées expostas. E 0 caso de uma moeda. Ela caira sempre com a cara ou com a coroa para cima. Nunca cairé de pé. ‘Ao microscépio, é impossivel medir a menor dimensio da particu- la. O resultado da medida direta com uma régua serd, portanto, sempre alguma média das duas maiores dimensoes. Outro processo de medida é o passa-nao-passa, que se utiliza, por exemplo, para os calibres de fios elétricos ou espessimetros de folgas ou de chapas. Na realidade, nao se faz uma medida direta, mas se estabelece que o diametro do fio esta compreendido entre o valor em que ele passou 0 valor em que ele nao passou. A operaciio de separacao em peneiras atua desse mesmo modo: a particula passa em uma tela, de modo que sabemos que seu dimetro de medida é menor que a abertura daquela {elae fica retida na seguinte, ce modo que sabemos que o seu dizimetro de medida é maior que a abertura daquela tela. Veja a figura 13. nao passa Figura 13 - Medida de tamanho passa-nao passa Se uma particula tem o formato de um paralelepipedo de laclos ligeiramente menores que a, 2e e 32, ela passaré na tela de malha 3a, em qualquer posicio, passaré na malha 2a na posicao perpendiiculat a ela e ficara retida na malha a, também em qualquer posigao. Ou seja, 0 que se esté medindo, no peneiramento, é a seguitda maior dimensiio da particula. 65 TEORIA & PRATICA DO TRATAMENTO DE MiNERIOS - VOLUME 1 © tamanho das particutas também pode ser medido pelos processos de sedimentacao. Esta pode ser feita em campo gravitacional (pipeta de Andreasen ou proveta), no campo centrifugo (equipamentos Cyclosizer e sedimentémetro) ou em ambos (equipamentos Sedigraph e Shimadzu). Prepara-se uma polpa muito diluida, de viscosidade conhecida, e se deixam afundar as particulas. Se elas tém todas a mesma densidade, alcangario uma velocidade constante, conhecida como velacidade terminal, e que pode ser calculada pela lei de Stokes: EBT 18 onde: a velocidade terminal (cm/s), a aceleracao da gravidade, 980 cm/s? (ou do campo centrifugo, se for 0 ¢aso), p, 6a densidade da particula sélida (g/em’), p, € a densidade da particula liquida (g/cm’), d 60 diametro da esfera de mesmo volume que a particula (cm), 11 6a viscosidade do liquide (p = g.cm'".seg"). A viscosidade da agua A temperatura ambiente é de 10? p. ‘Int€o, o que se est4 medindo, na realidade € o ditmetro inte da particula, ou seja, 0 difietro da esfera de mesmo volume 1. Este valor & ideat e pode nem sequer corresponder a nenhuma das dinwensbes fisicas reais da particula, conforme mostra a figura 14 A tabela 1 (9) compara os diametros hidraulicos de particulas cilindricas de diferentes relagdes altura (h) / didmetro (D), ‘Tabela 1 - diémetros equivalentes para cilindros de diferentes relagoes h/D (9) wD D bh didmetro equivalente oot 20 mm 02 mm 4,9 mm oa/t 20 mm 2mm 10,6 mm 02/1 20 mm 4mm 134 mm 05/1 20 mm 10mm 18,2 mm wi 20 mm 20 mm 22,9 mm 2n 20 mm 40 mm 28,8 mm an 20 mm 100 mm 39,1 mm 10/ 20 mm 200 mm 49,3 mm 20/1 20 mm 400 mm. 21 mm 66 Nocoxs BAsicas a \Y Figura 14 A primeira classe de particulas sao particulas planas como de mica ou caulinita. A tiltima sao particulas longas como de amianto. Todas elas entretanto, no peneiramento teriam o mesmo dimetro: 20 mm e na classificacio o diametro mostrado na tiltima coluna ! O equipamento Malvern trabalha por outro princfpio: prepara-se uma polpa com a amostra a analisar e agua, alcool ou outro liquido adequado e se a bombeia para uma camara. Esta cimara é atravessada por um fluxo de raios laser. Quando eles encontram uma particula, mudam de direcao e produzem uma sombra com a forma e dimensées da partfcula projetada. Uma Célula fotoelétrica recebe o fluxo de raios laser e um analisador de imagens transforma esta informagio em dados quantitativos - iametros de particulas - conta os mimeros de diferentes diametros es totaliza. Como o movimento na célula é turbulento, a particula sofre rotagdes durante sua passagem diante da célula fotoelétrica. Como consequéncia, nao hé a prevaléncia de um dos diametros da particula, ¢ 0 resultado da medida é a média aritimética de todos os didmetros de cada particula. Uma medida portanto totalmente distinta das anteriores. Portanto, resultado da medida de tamanho de particulas em Tratamento de Minérios depende do processo de medida. Com- parando grosseiramente, uma mesma particula medida pelos trés processos acima descritas forneceria os seguintes resultados: microscopia /régua - média das duas maiores dimensdes: 14, peneiramento - segunda maior dimensio: 1,0, classificagao/sedimentacao - didmetro hidraulico: 0,9. Um interessantissimo estudo de distribuigées granulométvicas de carbeto de silfcio (10) utilizou todas as técnicas acima referidas para a medida da distribuigéo granulométrica deste material abrasivo, cada uma para a faixa granulométrica recomendada para a sua utilizagao. O resultado foi o gréfico de distribuicao mostrado na figura 15. Note que as linhas se destacam umas das outras porque o parameiro de medida nao é 0 mesmo. 67. ‘Shimadzu Cyelosizer 4 Peneiramento “ xSedimenémetro ‘Malvern 1 \ on 1 10 100 1000 aberturas (mm) Figura 15- resultados experimentais de andlise granulométricade SiC) O mesmo gréfico é mostrado na figura 16, agora apenas com as distribuigées granulométricas fornecidas pelos Cyclosizer, Shimadzu e Sediment6metro, ou seja, os aparethos que medem o didmetro hidréulico, que é o que interessa & operacao de classificagéio em ciclones. Veja como os pontos agora convergiram para uma curva tinica. Ela pode ser tracada por regressio, com um coeficiente de correlacao 1” de 0,913. 1007 % 10 10 100 yertura (mm) Figura 16 - distribuigdes segundo o diémetro equivalente ‘Outra consideragao que é preciso ter em mente é a de que em ‘Tratamento de Minérios nao trabalhamos nunca com particulas individuais, mas sempre com populagies de particulas. Assim, « medida direta de tananhos indfviduais é substituida pela medida de frequéncias relatos de particulas dentro de interoalos de tantankos. O resuliado abtido passa, entio, a ser o histogram dos fanans, ou seja, a frequéncia relativa ‘com que os diferentes tamanhos —entre um limite superior e um limite inferior (que pode ser zero) — estdo presentes na popullacao. 68 Nocoes BAsicas Isto pode ser feito, por exemplo, anotando num papel as frequéncias dos didmetros medidos no microscépio. Na pratica do ‘Tratamento, utilizam-se séries padronizadas de peneiras (no caso do Tratamento, a série Tyler) ou: uma série de ciclones, com diame- tros de corte conhecidos). A sedimentacao em provetas esta prati- ‘camente abandonada, sendo hoje substituida pelo Sedigraph e métodos instrumentais semelhantes O procedimento para a anélise granulométrica por peneitamento é ilustrado na figura 17. As peneiras escolhidas s40 colocadas uma sobre a outra, em ordem descendente de abertura da tela. Elas tém um encaixe, de modo que nao haja perdas de material, uma tampa e um fundo. Uma massa de minério, sufici- ente para fornecer massas significativas em cada tela e insuficiente para deformar as telas devido ao seu peso € colocada na tela maior. O conjunto ¢ levado a um dispositive vibrador e deixado vibrar por um tempo suficiente para que haja a separacao das particulas de diferentes tamanhos. 200g 65,19 - 4+ 6" 39,69- 1" 69 ‘TeORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE MinERios - VOLUME 1 A titulo de ilustragao, imaginemos que a massa seca ali- mentada ao conjunto anteriormente descrito tenha sido de 283 Ficaram retidas na tela de 14" 48,1 g — passaram 234,9 g por ela, Estas 234,9 g sao apresentadas a tela de 4", onde ficam retidas 130,2 g e passam 104,7 g. Estas se apresentam a tela de 4”, onde ficam retidas 65,1 g e passam 39,6 g. O resultado experimental ¢ mostrado conforme a tabela 2. Note que 0 método nao informa sobre o tamanho da maior particula presente na amostra. Tabela 2: Resultados experimentais Abertura" 4" 4" Fundo Total Massaretida(g) 48,1 130,2 65,1 39,6 283,0 Massa passante(g) 2349 1047 396 — — © valor da massa, 283,0 g é um ntimero incémodo e ndo permite a comparacao imediata com outras distribuigdes de ta- manhos. Por isso, ¢ de toda conveniéncia expressar distribui- ces de tamanhos em porcentagens. A tabela 3 mostra os mes- mos resultados expressos dessa maneira Tabela 3: Resultados experimentais tratados Abertura 4" yw" "undo Total oretida 170 46,0 23,0 14,0 100,0 % passante 830 370 1400 ‘As % retidas indicam as quantidades de material que fi- cou retido entre cada duas telas sucessivas, exceto para os va- ores das extremidades. Representando passante por - ¢ retido por +, -2+1" significa passante em 2" e retido em 1", Na realida- de, os resultados da tabela 3 estariam expressos de maneira mais, correta conforme a tabela 4 Tabela 4: Resultados experimentais Fragio +14" eA" aK" Total Yeretida 170 460 23,0140 1000 on Nocoxs BAsicas Com muita frequéncia interessante conhecer outras expres- sdes da mesma distribuicao, tais como porcentagens retidas acu- muladas, 0 que é mostrado na mesma tabela 5. ‘Tabela 5: Resultados experimentais Abertura ua" a" ys" Fundo % retida acumul. 17,0 63,0 86,0 10000. Muito frequentemente, esses resultados também sao expres~ sos na forma de graficos. Existem certas formulas de dlistribuicao a que algumas distribuicGes granulométricas se adaptam bastante bem: logaritmicas, normais (de Gauss, ou de probabilidade), e de Rosin-Rammiler. Note que, nas telas utilizadas para a andlise granulométrica, ha uma relacdo de progressao geométrica. Isto é uma convengao utilizada ha muito tempo e que se deve a um fabricante de telas chamado WS. Tyler. No seu tempo, cada fabricante produzia telas de um tamanho diferente. Se ele recebesse um arame de diametro diferente, ja resultaria uma tela com abertura diferente. Fazia-se necessario estabelecer uma regra a ser seguida por todos os fabri- cantes, de modo que as aberturas das telas tivessem sempre os mes- mos tamanhos. Tyler, entao, defini que, a partir de uma tela-base, com abertura a, as peneiras de malhas maiores teriam abert...as de, respectivamente, af2", afZ" x YZ) aI" x Y7'x Zee. As peneiras de malhas menores teriam aberturas de, respectivamen- te, a/ VF, a/V2' x V2, A/T x YT x 7", ete. Resultou entio, uma série, denominada série Tyler completa, que é a seguinte: wn LANTZ, 2a, aVZ, a, NZ, 0/2, PAZ, Esta série é reproduzida na tabela 6, junto com outras séries normalizadas. Cada tela é a diagonal do quadrado que é a tela anterior, como mostra a figura 18. O niimero que designa a peneita da série Tyler 6 0 nrimero de aberturas que se contam no comprimento de 1” de tela. Nao 6 0 ntimero de aberturas em 1 sq.in. (polegada quadrada)! Nem a abertura da maha 20 é 1"/20, pois € necessirio descontar a espessura dos 20 fios metélicos utilizados. Geralmente nao se utiliza a sétie Tyler completa, mas sim uma série em que se pula sempre uma peneita intermediaria. A relagao rae ‘Teoria E PrAvICA DO TRATAMENTO b= Minenios - VoLume 1 entre a malha e a malha seguinte é sempre a/2. Por exemplo, a série de peneiras n° 6, 10, 26, 35, 65, 150 e 270 obedece essa rela- 40, bem como a série 3°, 114”, 3/4", 3/8", 4H, 8H, 14#, 284, 48H, 100#, 200# © 400#. 4a Figura 18 - Sé Area de superficie A rea de superficie (“surface area”) ou area especifica, muitas vezes chamada erréneamente de superficie especifiea (a me- dida é a area; superficie é 0 ente geométrico que 6 medido pela rea), € 0 quociente da drea de uma particula pelo seu volume (ou pela sa massa). Os exercicios ajudé-lo-ao a firmar bem este con- ceito e a verificar que conforme wnt sélido é pulverizado, a sua trea de superficie aumenta Esta circunstancia & muito importante para 0 Tratamento de Minérios, pois aumentando as éreas aumentam as cargas elétricas na superficie das particulas, enquanto que, diminuindo 0 volume 72 ‘Tabela 6:_Aberturas de telas normalizadas Nogoes BASICAS a rrrrC——C—C Tons ye2 76 es m3 so we 5 38 2 23 Bl 3 183 Se os 758 635 1) oe 5, os : as 0 : 33s j oss 5 238 ‘ 24 5 y is i io 12 _ os 20 [_ og ae as _ | te oa ts : tars 30 too ono i onto ous a ots as fos 70 bork 200 07s joe 25D boss 270 dots fos a00 73 ‘TEORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE MiNéRIOS - VOLUME L das particulas, diminui a massa individual de cada uma delas. Quanto mais finas as particulas, mais elas se tornam sensiveis & acao de suas cargas de superficie, com consequéncias extremamen- te importantes, por exemplo, na floculacao e espessamento. Na flotacdo, os reagentes sio adsorvidos na superficie. Entao, quanto maior a érea das superficies das espécies minerais, maior a avidez, pelos reagentes. Isto ajuda a compreender o efeito nocivo das la- mas no processo de flotagio. Existem varios processos de medida de rea de superficie: adsorcao de gases, permeametria Blaine, permeametria Fischer etc. Na indhistria do cimento e na pelotizagao de minérios de ferro, a permeametria Blaine é o parametro mais importante e funciona, na pratica, como wina outra medida de granulometria, Densidades Densidade a relacao massa/volume de um corpo. Um cubo de 1 ml de 4gua, ao nivel do mar, pesa 1 g. Sua densidade é, por- tanto, de 1 g/ml. Ja um cubo de ouro pesa 19,3 g. A sua densidade 6, portanto, 19,3 g/ml ou 19,3 vezes a da agua. Existem, por isso, dluas expressdes tecnicamente corretas para a densidade: 19,3 g/ ml ot kg/I ou t/m’, chamada densidade absoluéa ow apenas 19,3, sem nenhuma unidade, chamada densidade relativa (& densidade da agua). O conceito de densidade tem que considerar se estamos tra- tando de uma particula individual ou de um conjunto de particu- las. No conjunto de particulas ha 0 volume de vazios entre uma particula e outra, de modo que 6 necessério distinguir: ~ densidade real, que 6 a densidade real ow relativa das particu- las individuais, ou da sua média, Na pratica é a massa das particu las divicida pelo seu volume; - densidlade aparente, que considera o voliune das particulas mais 0 volume dos vazios. Exercicios resolvidos 21- Unis amostra de minério pesou 14,4 kg. Apés a secagem, este peso passou para 13,6 kg. Quat a umidade do minério? Qual a sua porcentagem de sélidos? 74 Nocors Bisicas Solugi umidade ~ —P&80 timido ~peso seco _ Agua conticla peso seco [peso seco 14,4 - 13,6 =e 13,6 EM TRATAMENTO DE MINERIOS, A UMIDA~ DE E SEMPRE EXPRESSA EM BASE SECA! Entretanto, para termos uma boa nocdo do que significa a base timida, vamos calculé-la também. umidade b. vimida = -Pes0 tmido — peso seco peso timido 14,4- 13,6 =— 14136 5.7% uA i Pe peso dos sélidos _ 36 Sblidos = — = dos sélides + peso da agua ~ 144 =94,4% 22- A ainostra do exercicio 21 foi colocada em um recipiente no qual jé havi 10 Ide gua. O colume do recipiente subin para 149 1. Previamente ha- via sido medido 0 volume de material seco, que se verifcou ser de 9,2 1, Perguata-se: quais as densi dades real e aparente do material seco ¢ do materi- al timid? secagem / b — Tae kg TSekG 32 ‘TEORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minerios - VoLuME 1 material seco: volume real = 14,9 - 10 = 4,91 = 4.900 ml massa = 13.600 densidade real = 13. volume aparente densidade aparente material Gmido: volume real = 4.900 ml massa = 14.400 g “densidade real” = 14.400 / 4.900 = 2,94 g/ml volume aparente = 9.200 ml densidade aparente = 14.400 / 9.200 = 1,57 g/ml Nota: a “densidade real” do material imido é conceitual- mente incorreta. O que se quer expressar aqui é que o filme de Agua que acompanha o sélide ¢ uma camada monomolecular ¢ nao ocupa um volume mensuravel na escala de grandezas da pré- tica industrial, Entao, embora a massa das particulas tmidas seja maior que a das particulas secas, 0 seu volume, dentro de certos limites, nao o 6, Ja a densidade aparente do material umido & conceitualmente correta — todo mundo sabe que uma pa de terra timida pesa mais que uma pé de terra seca. i. granulométrica 23- Apresentar a distribu i) em termos de: abaixo (massa retida por fai ~ % retida por faixa, = % retida acuinutada (on % acima), = % passante (ou % abaixo, ou ainda % passante acunulada). abertura(“)4 2 1 12 Wa 1/8-1/8" imassa (g) 50 70 100 150 140 130 360 Solugio: Calcula-se a % reticla por faixa simplesmente divi- dindo cada valor de massa pela massa total e multiplicando por 100. As porcentagens acumuladas resultam da acumulagao dos valores numa diregdo ou na outra. Assim: abertura(") 4-2 1 1/2 1/4 148 1/8" total massa (g) 50 70 100 150 140 130 360 1.000 Qretida/fixa =S 7 10 18 1 13 36 100 Shacima 5 12 2 3? 51 L100 Yepassante 9588 78 63 49 36 = Nocors Basicas 24- Caleular a dren de superficie (“surface area”) de um cubo de tado 1 Solugao: Area = 6 x I volume GE 6. 1 area de superficie = 8 = ou, densidade = p => peso=p xl =as.= | p 25- Idem para a esfera de didmetro 1. Solugio: area = 4m oa. =| 4 a 6 6 volume = — as. = Ou lume =5 Fake POUT 26- Idem para um cubo de lado 1/2 (1/8 do crtho do problenia 24). 7 ‘Teoria E PRaticA Do TRATAMENTO DE Mineatos - VOLUME 1 Solugao: rea = 6 x Pi icie = OF 8 12 hu so: a rficie = gz volume =F. érea de superficie = S708. ou seja, embora 0 volume da particula tenha diminuido para 1/8 do inicial, a sua area de superficie é o dobro da anterior. Conside- rando 0 mesmo volume inicial (8 particulas de lado 1/2 , a area de superficie aumenta 16 vezes! 27 - Calcular a drea especifiea de um cubo de 150 jem (100#) e de wm cubo de 15 yom (lama). Solucio: 6 100 # = 150 pm = 0,0150 em: AE = —°_— = 400 cm*/cm’. pm em: eo cm?/em' 6 = = 0,00150 em: AE 4,000 cm?/cm’. lama = 15 pm = 0, m: os om?/om’ Se considerarmos que no cubo de 150 ym cabem 1000 cubi- nhos de 15 pm, a area especifica do conjunto de cubinhos de 15 ym que ocupa a mesmo volume de um cubo de 150 pm sera 4,000,000 em?/em'! Por isto a presenga de lamas é tao nociva em algumas opera~ oes unitdrias como a flotacao: as particulas competem entre si pelos reagentes ¢ as Jamas levam vantagem. Considere que & medida que diminui.o didmetro diminui a ‘massa (0 cubinho de 150 jim, se tiver densidade 2,7, pesaré 9,1 mg 0 de 15 pm, 0,09 pg !) e aumenta a drea especifica, como visto acima, aumentario também as cargas elétricas de superficie ¢ a tendéncia de as particulas se repelirem mutuamente. Quanto mais fina a populacio, maior a dificuldade de as particulas afundarem. 78 ‘Nogors BASICAS 28- Caleular 0 grou de tiberagiio do minério de {feldspato e quartzo, ciyja contagent de gros ao ‘microscépio fornecew as seguintes resultados % % flpt. —_% fipt. os grao mistas ——gtzo. gritos | H rel, livre 100-75 75-50 50-25 25-0 livre totais 5 2 2 2 2 2 9 9B | 50 10 4 1 4 4 9 180 202 70 20 6 6 8 9 3 7 m2 100 25 30 82.35 5 450 498 0.15 85 10 28 6G a5 2001019 86 68 6 $800 TOTO “200.5 Solucio: Somos obrigadosa assumir hipsteses simplificadoras 1 - todos 0s gros em cada fragéo tém o mesmo volume; 2- quartzo e feldspato tém mesma densidade. a- cdlculo dos volumes de feldspato em cada fragao (expres- sos em graos): 40#: 2 + 2x0,875 + 1x0,625 +1x0,375 + 2x0,125 S0#: 4 + 1x0,875 +4x0,625 +4x0,375 + 9x0,125 70#: 6 + 6x0,875 +8x0,625 +9x0,375 + 3x0,125 100#: 30 + 8x0,875 +2x0,625 +3x0,375 + 5x0,125 i 150#: 85 +10x0,875 +2x0,625 + 8x0,375 +16x0,125 200#:190 + 4x0,875 +6x0,625 + 6x0,375 + 4x0,125 = 200 graos 5 graos 10 graos 20 graos b - cdlculo da % de feldspato em cada fragéo: . 40% 5/98 50#: 10/202 70#: 20/202 00H: 40/498 150#: 100/521 200#: 200/1010 ¢ - feldspato livre em cada fracéo: #40 50 70 100 150 200 -200 2/5 4/10 6/20 30/40 85/100 190/200 100% (admitido) 79 spre ‘Teoma € PrArica Do TRATAMENTO DE MiNéRios - VOLUME 1 d- volume (= massa) de feldspato_ em cada fracdo ntimero de graos x % feldspato 40H Sx 5/98 =0,25 50H: 10 x 10/202 = 0,98 70%: 20 x 20/202 = 1,98 100#: 25 x 40/498 =2,00 1504: 15 x100/521 = 2,90 2008: 0 x200/1010 = 2,00 -200#; 15 x200/1010 =3,00admitimosomesmo valordamalha anterior) ¢- % em massa = % em volume de feldspato livre (¢ x d). 408: 1 508: 14 708 6 100#: 30/40 x 2,00=1,5 50H: 85/100 x 2,90=2,5 2008: 190/200 x 2,00 =1,9 -2008: 1x 3,00=3,0 total: 10,0 ¢. graude _ quant. de fdpt. pres.em particulas liberadas liberagao quantidade de feldspato total 100 _ i = ig g 7076 0u 76%. 29- Uma polpa de um sélido de densidade 2,6 tem densidade 1,5. Qual a porcentagem de sb- lidos da polpa? Solugao: aplicar a f6rmula a ds x 100 (dp - 1) 2,6 x 100 x 0,5 % sélidos = 8100 (dp -1) __2,6x100.x 05 _ Selidos = “(as - 1) x dp 16x15 beets 30- Qual a densiddade de uma polpa a 20% de séidos, sabendo que a densidade do sdtido é 3,2? Solugao: aplicar a formula 80 Nocoes Basicas ds x 100 . densidade da polpa = 75 —a56) as) x% scl 32x 100 __ 3.2 x 100 = 2,2 x 20 = 116 Referencias Bibliograficas 1 - HORTA, RM. O estado da arte em tratamento de minérios de ouro ‘estudo de caso: Serra Pelada. Dissertacao de mestrado, Sao Paulo, EPUSP, 1996. 2- DA LUZ, A.B; ALMEIDA, S.L. Manual de usinas de beneficia- mento. Rio de Janeiro, CNPq/CETEM, 1989, 3 - CHAVES, A.P; HENNIES, W.T. Mass, water and metallurgical balances conciliation via computer. Operation Research and Engineering Design : IFORS, 4! Specinlized Conference, St. Louis, 1995. 4 - NUNES, A.C, Sistenur computadorizado para ajuste de balango de miassas e metaliirgico. $40 Paulo, Dissertagéo de mestrado, EPUSP, 1992. 5 - SCHULZ, NE Separation efficiency. Transuctions of the American Institute of Mining, Metallurgical and Petroleum Engineers, v. 247, p. 81-7, Mar 70. 6 - LEAL FILHO, LS.Aspectos relevantes na separacio apatita / mine- rais de gange via processo Serrana. Tese de doutoramento, Sao Paulo, EPUSP, 1991. 7 - CHAVES, A.P. Particao. Texto adicional & prova de erudigao. Concurso para professor titular, Sto Paulo, EPUSP, 1992. 8 - CHAVES, A.P. Caracterizacto e beneficiamento da fiuorita de Apiai, SP. ‘Tese de livre-docéncia, S40 Paulo, EPUSP, 1989. 9 - RAWLE, A. The bnsic principles of particle size analysis. leaflet MRK 034/01, Malvern Instruments Ltd., Malvern, s/d. 10- CAMILOTTI, LA. Esido de casificago de granas abrasions de carbeto de silicio por ciclonagent. Sao Paulo, EPUSP, clisser- tacdo de mestrado, 1999. 81 Bombeamento Bombeamento de Polpas Arthur Pinto Chaves Takashi Nakae Olimpia Ribeiro Salgado Equipamentos e instalagoes Bombas centrifugas de polpa A figura 1 mostra um bomba centrifuga de eixo horizontal para bombeamento de polpas. A mesma difere das bombas projetadas para o bombeamento de agua em muitos aspectos. A figura 2 mostra uma bomba de 4gua, para comparagao entre os dois equipamentos. Figura 1 - Bomba centrifuga de polpa (adaptada do catalogo da Galigher) BoMBEAMENTO DE POLPAS Figura 2- Bomba d'égua 1. 0 rotor tem menos aletas e sua curva € menos acentuada que o das bombas de agua. Isto se deve as exigéncias do bombea- mento de particulas sélidas: devido & abrasao recomenda-se 0 uso de aletas mais robustas e com perfil mais brando; a possibili- dade de existirem particulas grosseiras faz com que as aletas se- jam em menor ntimero, deixando espacos maiores entre elas. Eventualmente, o rotor pode ser aberto para permitir a passagem livre destas particulas maiores; 2. as partes em contacto com a polpa so revestidas de materi- al resistente ao desgaste. Os dois materiais mais tradicionais s80 0 Ni-hard, ferro fundido ligado ao nfquel e a borracha natural. O cri- tério basico de escolha entre os dois é que a borracha pode ser “cor- tada” por particulas mais grosseiras ou angulosas presentes no ma- terial a ser bombeado - o que obriga & rejeicao da mesma neste caso; 3. a carcaca da bomba € bi-partida e pode ser aberta, de modo a permitir o desentupimento, a limpeza, manutencko, troca de rotor ou de revestimento com maxima rapidez e facilidade. Isto traz como desvantagem a limitacao da pressao que é possivel de se ob- ter no bombeamento, limitada a resisténcia mecanica dos parafu- sos que fecham a carcaca, 4. as relagdes didmetro do rotor / largura da carcaca séo limitadas, pois rotores grandes implicam em velocidades periféri- cas muito altas e consequentemente, em elevado desgaste do rotor. Em consequiéncia dos fatores acima citados, aeficiencia das bom- bas de polpa é muito menor que a das bombas de agua de dimensdes semelhantes, bem como a pressdo alcancada é sempre mais baixa. As bombas de polpa via de regra, trabalham afogadas. Con- tudo, diversamente do bombeamento de Agua limpa, nao se deve desconsiderar a possibilidade de ocorréncia do fenémeno da cavitagao. Mesmo estando a bomba afogada pode ocorrer cavitacio, 85 ‘Teoria E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minéwos - VOLUME 1 dependendo do nivel de polpa no reservatério do montante. Os cui- dados devem ser redobrados, verificando-se sempre o NPSH. ‘Chamamos também a atencao para 0 fato de que a polpa nao é apenas uma “agua mais pesada”. No calculo dos parame- tros hidréulicos nao se pode supor tratar-se apenas de um Iiquido semelhante 8 4gua, com densicade maior. Em consequéncia des~ ta falsa idéia, sdo muito frequentes erros graves de dimensionamento, Para a pratica industrial, no bombeamento de trechos curtos e para polpas com menos de 40% de sdlidos, hé uma metodologia consagrada, como sera visto adiante. A figura 3 mostra a montagem tipica de uma bomba com sua caixa. Podemos notar desta figura: Sucgdo excéntrica 1 | para evitar bolhas aL Transbordo. Figura 3 - Montagem de bomba com sua caixa {adaptado do catélogo Galigher) © 0 motor esté montado “em prateleira”, isto é, sobre o eixo do rotor e ligado a este por correias em V. As razes para que esta mon- tagem soja a preferida (para poténcias menores) sao as seguiintes: - levantar o motor do chao, afastando-o de respingos ou inundacées; : 86 BOMBEAMENTO DE POLPAS: = em caso de travamento do rotor, a correia patina ou até mesmo arrebenta, sem sobrecarregar 0 motor; ~ no caso de bombas pata agua, se dispde de uma familia de rotores de diametros diferentes, que permitem escolher o diametro mais adequado para atingir exatamente as condicdes de operacao desejadas. Com as bombas de polpa isto nao ocorre, o ajuste ten- do que ser feito através da regulagem da rotagéo. Variando as condicées de operacio, a nova regulagem é obtida na bomba tro- cando as polias € variando assim a velocidade do rotor, e - conforme o rotor da bomba vai sendo desgastado pela acio erosiva dos sélidos em suspensao, a sua velocidade pode ir sendo. alterada mediante a troca das polias, isto é, a redugso do diametro do rotor vai sendo compensada - dentro de certos limites - pelo aumento da rotacio da bomba. Com poténcias maiores, esta montagem deixa de ser conve- niente por causa do esforgo ciclico aplicado ao eixo da bomba. ___ @ a bomba esta ligada a caixa por uma peca chamada “carretel". E um pedaco de tubo flangeado nas duas extremidades (na figura 3, 2 montagem que esta mostracla é com acoplamento répido). Quando ha a necessidade de se abrir a bomba, os parafusos do flange que acoplam © carretel suceao da bomba e os parafusos do flange que acoplam o carretel & saida‘da caixa so soltos, e 0 carretel é retirado gerando 0 espago suficiente para que a carcaca bi-partida possa ser aberla. O de- talhe mostra um carretel com sucgao excéntrica, muito convenien- te para polpas com bolhas ce ar; as bombas de polpa tém uma selagem hidréulica: dentro da carcaga existe uma polpa abrasiva sob pressao (a bomba nada mais é que um dispositivo mecénico que transforma energia meca- nica em energia cinética ou potencial). Esta polpa quer sair por todas as saidas possiveis, ndo apenas pela saida do recalque, for- sando pois o pequeno espaco anular em torno do eixo € 0 orificio por onde ele entra na bomba. Nas bombas de agua, este inconve- niente € minimizado colocando-se ali, sob pressio, uma gaxeta de feltro encharcada de graxa, que reduz a passagem de liquido a um minimo aceitavel. Jé no bombeamento de polpas isto nao é sufici- ente, pois quaisquer particulas sélidas que passassem por ali cau- sariam um desgaste abrasivo enorme. A solugao encontrada é usar um selo hidraulico: agua sob pressio é injetada entre 0 eixo e a carcaca, impedindo a saida de agua e sélidos - alids, entra égua para dentro da bomba - e isto pode diluir a polpa e precisa ser controlado, quando a diluicao de polpa é uma variavel critica do processo de beneficiamento. Quando nao pocle haver diluigio e se 87. TEORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minfrios - VoLuME 1 a pressio dentro da bomba nao é muito elevada, pode-se utilizar uma variagio do selo hidréulico, que é 0 selo centrifugo: 0 rotor tem na sua face posterior aletas que empurram a polpa de volta para dentro da bomba, impedindo que ela entre em contacto com o eixo. Isto é mostrado na figura 1 (“lado acionamento”). A figura 4 mostra 0 funcionamento dos selos hidréullico e mecanico. Aranjo tipo "selo de agus FRequarde apenas onde existe una altura do seplo elevaca oy condi do sucrao nena. Usode tas GPat de gua (spancence do ‘amano a bombs) 815 PSI Ge presto Aranjo com ‘selo mecdnico duplo" SGoramerisrecomendado paraasheagtesdo Poi enrostas onde & recesses 9 fesapaa Aiscaina de vedaeto com oprocuo berbesse ge jeqae da iqulcesDlsponvel sob rcemende Figura 4 - Diferentes tipos de selos (apud catélogo Wortington) A figura 5 esquematiza um circuit tipico de égua de selagem. Pity fy om Poe ogg est i i i i Berroa dquanoestic [FH ee Figura 5- Circuito de agua de selagem (apud 4) 88. BoMBEAMENTO DE PoLpas #0 conjunto é chumbado ao chao por meio de bases capazes de absorver as vibragdes. Em aplicagoes especiais podem ser usa- das juntas flexiveis para amortecer vibracdes; # as bombas e suas caixas sao geralmente instaladas no pavi- mento inferior da usina, de modo que nao possam derramar polpa sobre nenhum equipamento ou pessoas. Estes pavimentos inferio- res devem ser dotados de canaletas de drenagem e sens pisos de- vem ter inclinagao suficiente para permitir a remocao dos sélidos acumulados com um jato d’agua; * a bomba nao tem que, obrigatoriamente, recalcar na verti- cal, sentido ascendente. Ela pode ser montada de modo a que a tubulacdo de recalque fique voltada para a direcao mais conveni- ente. Ver a figura 3, e # nao existe vantagem alguma em se utilizar caixas de gran- des dimensoes: pode vir a ocorrer a deposicao de minério no fundo e 0 seu deslocamento repentino, em bloco, entupindo a sucgao da bomba, A figura 6 mostra um segundo modelo de bomba de polpa, chamado de eixo vertical e que atende algumas aplicacdes especi- ais como bombas "sump" (afogadas) e bombeamento de espumas de flotacao. Figura 6 - Bomba de polpa de eixo vertical 89. tamanho_| bt CCLASBIFICACAO GERAL_DASBOMRAS 7 aga Senta de seins bombas de (austonico) thy sero tundise toto esha bomincrevecie de one bach cxcitho partculasarndondadae rotorfechado bombasrevestidas "de borache aber, | reves ‘ borrscha Figura 7 - Escolha das bombas de polpa em fungao da granulometria dos sélidos ‘BOMBEAMENTO DE PoLras A figura 7 relaciona diferentes tipos de bombas e de revesti- mento com a sua aplicacao, Tubulagdes € acess6rios As tubulagdes so de ferro fundido ou ago, flangeado ou com acoplamento rapido. Outros materiais como fibra de vidro, polimeros de engenharia, cimento amianto, tibos revestidos inter- namente etc. estao comecando a ser utilizados. Como o desgaste é uma consideragtio importante para 0 pro- jeto, as tubos devem ser especificados com a sobre-espessura neces- siria, correspondente ao desgaste previsto para a vida util daquela tubulacio. Este desgaste, como sera visto mais adiiante, se da prefe- tencialmente na porsio inferior do tubo. Para distribui-lo por igual costume girar 0 tubo de 90° algumas vezes durante a sua vida, de modo que © projeto da tubulacdo deve prever esta facilidade. Evitam-se cotovelos por causa do desgaste acentuado nesses Jocais. Uma das solugées bem sucedidas 6 0 “cachimbo”, mostra- do na figura 8. O prolongamento do tubo cria uma zona de estag- nagao, pela qual a polpa nao passa. O material ali contido serve de protegao as paredes e o desgaste deixa de acontecer. Como 0 ca- chimbo é flangeado, em caso de entupimento, 0 cano fica facil- mente acessivel, soltando-se o flange. A boa pritica aconselha instalar, dentro da usina, apenas tubulagdes horizontais e verticais. Quando acontece de o bombea- mento ser interrompido, cessando 0 escoamento, os sélidos sedimentam imediatamente. Nas tubulacées horizontais fica livre a parte superior da secgao do tubo, de modo que, retomado 0 esco- amento, a turbuléncia se encarrega de colocar os sdlidos sedimentados em suspensao. Nas tubulacées verticais, os sélidos se depositam na extremidade inferior do tubo, sendo acessiveis atra- vés do flange do cachimbo. Os canos de tubulacdes sao geralmente flangeados ott usam acoplamentos répidos, A figura 9 mostra um flange e a figura 10, um acoplamento rapido Alvenius. O uso destes dispositivos per. mite desmontar rapidamente um trecho de tubulagao para desen- tupi-lo ou simplesmente giré-lo. Os acoplamentos répidos tam- bém permitem uma certa flexibilidade, possibilitando tragado em. curvas abertas, tanto verticais como horizontais. Isto é importante para tubulacdes langadas sobre o terreno e que tém que acompa- nhar as suas irregularidades, como é o caso cle tubulagées de insta- lagdes de desmonte hidréulico. 1 TEORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Mineios - VOLUME 1 Figura 8 - Cachimbo Figura 9- Flange —~meA Figura 10- Acoplamento rapido (adaptado do catélogo da Alvenius) Como critério de projeto industrial, sempre que possivel, vari- 0s tubos devem ser reunidos num feixe de tubos paralelos, com um suporte tinico e passando todos pelo mesmo percurso. Isto facilita a identificagao das tubulagées, a sua manutencio e racionaliza 0 pro- jeto. O arranjo, mostrado na figura 11, 6 chamado de “pipe rack Figura 11 - Pipe rack 92 ‘BoMBEAMENTO DE Pouras Em bombeamento de polpas, entretanto, isto nem sempre é a solugao mais inteligente, ent fisncto da necessidnde de se evitarem co- tovelos ¢ de se otintizar o tragado de cada tinha , nao de todo o pipe rack. O projeto de tubulagdes difere portanto, também neste a: pecto do projetos das linhas industriais, como é feito nos projetos quimicos e petroquimicos. O engenheiro de processos minerais precisa ter isto em conta e ser firme para combater as solugdes que Ihe forem apresentadas pelos seus colegas especialistas, quie sabem tudo sobre tubulagdes, mas sabem muito pouco sobre polpas. A figura 12 mostra uma vélvula de mangote, de uso tipico em bombeamento de polpas. E impossivel utilizar valvulas com elementos metélicos em contacto com a polpa, o que exclui a maio- ria dos tipos utilizados para agua ; V (cour a 7 & Figura 12- Vélvula de mangote (adaptado do catdlogo da Envirotech) Os mandmetros utilizados em linhas de polpa séo separados do contacto com a polpa por um diafragma flexivel, que transmite as pressdes e impede a passagem dos solidos. Veja a figura 13. 93 ‘Tsona & PRATiCa Do TRATAMENTO DE MINERIOS - VOLUME 1 Figura 13- Manémetro de polpa FE muito comum a instalagao de uma bomba de reserva, quan- do © bombeamento em questdo seja critico para a operagao do circui- to. A passagem répida de uma bomba para a outra pode ser ajudada pela valvula Taylor, mostrada na figura 14, que é auto-explicativa. Bomba da dita Bomba da esquerda ——_Armbas as bombas ‘operando ‘operanda operando Figura 14- Valvula Taylor (apud catélogo Warman) 94 BOMBEAMENTO DE PoLPas: © bombeamento de longa distdncia sera objeto de consi- deragées especificas e muito do que foi dito acima sera modifi- cado. Todas estas consideragées valem para o bombeamento. de curta distancia, especialmente para 0 bombeamento dentro da usina. Vale mais uma vez ressaltar que, para 0 bombeamento de polpas, dentro de uma usina, as regras essenciais de projeto sai 1 - usar apenas trechos horizontais e verticais; 2 - evitar curvas e percursos caprichosos e tortuosos. Esco- ther o caminho mais direto possfvel. A selecdo de materiais para tubulagdes de polpa é uma tare- fa de responsabilidade, pois 0 material tera que suportar nao ape- nas as pressdes de bombeamento, mas também abrasio, impactos de intensidades variadas, esforcos cfclicos que podem levar a fadi- ga do material e a acdo de meios corrosivos. Particulas angulosas causam desgaste duas vezes maior que particulas arredondadas. O desgaste também é proporcional & porcentagem de sdlidos presente na polpa. Particuilas maiores cau- sam maior abrasio Existem, genéricamente, trés tipos de mecanismos de des- gaste abrasivo (4): 4 silcemento. gouging”) causado principalmente pelo im- pacto de alta ou média intensidade, * riscamento, causado principalmente por impactos de média € baixa intensidade ou por tensdes elevadas particula-superficie, © erasit, Os materiais reagem diferentemente a estes mecanismos: com a borracha, particulas de pequeno diametro ricocheteiam sem danificd-la. Particulas angulosas, de arestas cortantes, ras- gam-na causando desgaste severo e rapido. Como regra geral a borracha esta limitada ao bombeamento de particulas meno- res que 8 #, Rotores e revestimentos internos de bombas sao construidos dos seguintes materiais: * cos ao manganés (austeniticos) para resistir & abrasao por sulcamento. Estes acos endurecem superficialmente quando rece- bem impactos, a tecnologia de fundigio é perfeitamente domina- da e sao soldaveis. E 0 caso tipico das bombas de cascalho. # ferro fundido branco (15% Cr, 3% Mo) e Ni-hard sio usa- dos em aplicagdes onde predomina o desgaste por riscamento. Sao materiais duros e tenazes. Exemplo tipico é 0 bombea- mento de areia. 95 T | ‘TeoRIA EPRATICA DO TRATAMENTO DE MiNérros - VOLUME 1 + ferro fundido branco e Ni-hard de alta dureza (550 a 700 Brinnel) sio usados para resistir ao desgaste por erosdo. * borrachas naturnis ¢ elast6nieros artificiais também sao ampla- mente utilizados. A borracha natural tem uma limitacao que é nao resistir aos solventes organicos ¢ aos éleos, condigao em que é subs- titufda pelo neoprene. Outros elastémeros so 0 hypalon e a borra- cha nitrilica. Ha uma velocidade de rotagao critica, acima da_qual quaisquer particulas comecam a cortara borracha, Em consequéncia, rotores revestidos de borracha trabalham a rotacées mais baixas ‘A dureza dos sdlidos é a propriedade que mais interessa & escolha dos materiais da tubulacao, pois afeta diretamente o des- gaste das paredes. A escala mais usual é a de Mohs, embora nao seja quantitativa, tendendo pois a ser substituida por outras me- didas. Existe um ensaio padronizado - 0 ensaio Miller - que mede a abrasividade de uma polpa relativamente a um dado ma- terial. Qu seja, 0 nimero Miller expressa a abrasividade relativa do par material de tubulacdo/polpa. O ensaio fornece também um segundo niimero que indica a degradacao granulométrica dos s6lidos durante o transporte. ‘Os materiais de tubulacao mais utilizados so acos-carbo- no classes ASTM A53 GA c A 106-GB, API- 5LX 52 € 56. Para aplicagdes muito especiais, ago inoxidavel ASTM-A-182 ou 304. Minerodutos sao construidos no campo com barras de 40 m sol- dadas de topo. Quando aplicavel, o revestimento da parede interna de um. tubo de aco com poliuretana ou borracha pode aumentar a sua vide em nivito. E uma boa solugdo tenica quando se tem alta pressio e desgaste elevado. O revestimento com concreto tam- bém é usado, mas limita a utilizacao a tubos flangeados, pois a solda quebraria 0 concreto (0 mesmo vale para tubos revestidos de borracha, que queimaria) Para baixas presses podem ser utilizados outros materiais. PVC trabalha bem até 140 psi, mas a sua resisténcia cai com a temperatura. A 60°C é metade do valor a 24°C... O principal inconveniente, entretanto, é envelhecer quando exposto ao tem- po. Estao comecando a ser aceitos pelo mercado tubos de PEAD - poli-etileno de alta densidade, que em certos casos substituem com vantagem os tubos de PVC. ‘Tubos de cimento-amianto tém paredes lisas e resistem bem a abrasio e a corrosao, desde que trabalhem em pH entre 4,5 ¢ 14. Resistem a pressdes até 2.000 psi e sao fornecidos em diame- ros até 24” 6 BOMBEAMENTO DE POLPAS : ss a 2 g meammim | 3 Eraereene 2 A ae 5 i ang Lat Escala Binnl Figura 15 - Materiais de revestimento (adaptado de 19) Bombeamento Curvas caracteristicas da boutba e do sistema Uma bomba centrifuga, em regime constante, tem a sua vazao (Q) diminuida na medida em que aumenta a altura manométrica (H,,,,), conforme mostra a figura 16 no diagrama H,,,, ¥ Q. Simultaneamente, cresce a energia consumida, con- forme mostra o diagrama N x Q da mesma figura. A eficiéncia mecanica da bomba cresce com 0 aumento da vazao, passa por um maximo e depois decresce, como paciemos ver pelo diagra- ma 7 x Q da figura 16. Figura 16 ov ‘Teonta &PRATICA DO TRATAMENTO DE MINERIOS ~ VOLUME 1 Acurva H,,,xQéchamada de curoa de desempenho da bom- ba. Uma mesma bomba, para diferentes rotagdes, apresenta uma familia de curvas, como mostra a figura 17. ‘Numa canalizagao, com 0 aumento da vazao de polpa, au- menta a resisténcia (perda de carga) ao escoamento. Esta perda de carga € chamada de distribuida. Ainda, singularidades da tu- bulacao, tais como curvas, expansdes, estrangulamentos e regis- tros, acarretam perda de carga localizada, de valor significativo, chamada perda de carga singular ou localizada. Estas perdas sao, dimensionalmente, equivalentes a uma pressao e podem ser ex- pressas em unidlades de pressao, em metros de coluna de agua ow em metros de coluna de polpa. Aumentando-se a rugosidade das paredes da tubulacao, a perda de carga também aumenta signifi- cativamente. Isto tem pouca importancia com polpas, onde a abrasao logo torna as paredes polidas, mas tem importancia fun- damental na viabilizagao econémica de tubulagdes de agua Actescentando-se &s perdas distribufda e localizadas a altura geométrica que o escoamento tem que vencer (diferenca de nivel en- tre os reservatdrios de montante eusante), tem-se a altura manométrica total H,,,,. Esta & pressao que a bomba tem que fornecer ao fluido ppara est! escoar de um reservatérin até a outro. Canforme aumenta 0 comprimento da tubulado, as perdas singulares, a rugosidade do tubo, outa altura geométrica, ou ainda, diminui o diémetro da tubu- lacao, H,,, aumenta, construindo o que se chama de curan cnracteris- tica da tublilagao. Ver figura 17. Q ‘Gua da bomba Q Figura 17 Curva da tubulaeso Juntando-se no mesmo diagrama as duas curvas, isto é, a da bomba e da tubulacdo, temos a curva caracteristica do sistema, uma situag4o como a mostrada na figura 18. Variando 0 compri- mento da linha ou o seu diametro, a curva se desloca como ali mostrado. O ponto onde as duas curvas se cruzam é 0 ponto de regime ou de funcionamento, 98 BOMBEAMENTO DE POLPAS t= = variagao da rotagaio 4 =>.3 = variagdo da perda de carga Figura 18 Passar de um ponto qualquer para um ponto de regime de- sejado pode ser feito de varias maneiras: ~ estrangulando a tubulacao de recalque com uma valvula, ~ reduzindo 0 rotor da bomba, - acertando a rotacso da bomba, A primeira solugio, embora seja a menos inteligente, devido 0 aumento do consumo de energia, ¢ ainda do desgaste da bomba edo elemento de desgaste da valvula, é muito usada por set a mais Pratica e imediata em condicées normais de operagao. A segunda condigao, infelizmente, acontece independentemente da nossa von~ tade, pelo desgaste do rotor em operacao. Deste modo, 0 acerto da rotagéo da bomba é a solucéo mais usual e as bombas tém acionamento por correias em V justamente para permitir a troca rapida das polias. Operagdes de bombeamento de grande respon- sabilidade podem exigir a instalacio de variadores de velocidade. A carga fornecida por uma bomba é fungao da velocidade periférica do seu rotor. Havendo poténcia disponivel, ela independe da densidade do liquido que esti sendo bombeado. Consequentemente, a curva de desempenho levantada com agua pode ser usada para determinar a carga com um fluido qualquer, de qualquer densidade, desde que a sua viscosidade dinAmica seja se- melhante a da agua. O que variaré de Ifquido para liquido sera a pressao desenvolvida e a poténcia consumida, que serao diretamen- te proporcionais & densidade do liquido (2). A bomba é um equipamento que transforma energia cinética (do motor) em energia potencial (altura de liquido) ¢ transporta este Ifquido. A carga fornecida por uma bomba é funcao da veloci- dade periférica do seu rotor. Se houver poténcia disponivel, a car- ga independera da densidade do liquido que esta sendo elevado. 99 ‘Teoria & PRATICA DO TRATAMENTO DE MiNERIOs - VOLUME 1 Consequentemente, a curva de desempenho da bomba - levanta- da com agua - pode ser usada para determinar a carga com um fluido qualquer, de qualquer densidade, desde que sua viscosidade dinamica (e 0 seu comportamento reoldgico) seja semelhante ao da agua. O que variaré de liquido para liquido sera a pressao de- senvolvida na bomba e a poténcia consumida por ela, que serao diretamente proporcionais 8 densidade do liguido (2). Veja-se a figura 19, adaptada de (8). As tres bombas idénti- cas, da parte superior, estao bombeando liquids de densidades diferentes a uma mesma altura de 100 m. As cargas so as mesmas - 100 m de coluna de liquido. As pressées dentro de cada bomba, entretanto sao totalmente diferentes: 170,4 psi, 142 psi e 99,4 psi respectivamente para os liquidos de densidade 1,2, 1,0 e 0,7. As poténcias consumidas, também. Jé as bombas da parte inferior da figura 19, desenvolvendo a ‘mesma pressio interna e consumindo a mesma poténcia, elevam seus liquidos a diferentes cargas, respectivamente 83,3, 100 ¢ 142,9 m, oie 10 ‘e070 “Tés bombas inticas borsheands liquidos com densidades disrentes, com a mesma carga ana eID e070 “Ts bombes idénicas bombeards liquids de donsilades deren, com a mesma press Figura 19 100 ‘BOMBEAMENTO DE PoLras Como sera discutido adiante, as polpas nao se comportam, via de regta, como fluidos newtonianos e assim, o seu desempenho hidrodinamico difere do da égua em muitos aspectos. Cave (1), cita- do em (2), desenvolveu um Abaco, mostrado na figura 20, para pre- | ver o desempenho de bombas de polpa, em fungio da granulometria dos sélidos (expressa pelo seu d,,), cla sua densidade real e da dilwi- ao da polpa expressa em porcentagem de sdliclos, em peso. (2) rela- ta a confiabilidade deste dbaco. | Desempenho das bombas de polpa | | ER, HR 08. 2s. 27, 28 98 40 a a a a a a a 4, nr) Figura 20 101 ‘TroRIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE MinéRios - VOLUME 1 A razio entre a altura da coluna de polpa e a da coluna de gua obtidas pela mesma bomba em condig6es idénticas & altura da coluna de polpa HR = altura da coluna de agua que é afetada principalmente pelo tamanho das particulas, pela densida- de dos sélidos e pela diluicao da polpa, conforme traduzido pelo abaco. Analogamente, a razo entre a eficiéncia do bombeamento de polpa e a do bombeamento de agua é expressa por eficiéncia do bombeamento de polpa ER = ~cficiéncia do bombeamento de &gua Os valores de ER encontrados na pratica sio ligeiramente su- periores aos de HR. Como esta diferenca é pequena e sempre no sentido de valores mais conservadores de ER, adotamos ER = HR e vsamos o diagrama de Cave para calcular tanto as alturas como as. eficiéncias no bombeamento de polpas. Poténcia conswmida A poténcia consumida no eixo da bomba (“brake horsepower”) 6 calculada pela formula OH. p, BHP = 02. 9. ER , onde Q € a vazio de fluido, expressa em I/s, H é a altura manométrica, expressa em m.c.a., 7) é 0 rendimento da bomba, expresso em fragao decimal, e BHP, a poténcia, em HP. ‘Aumentando a porcentagem de sélicios de uma polpa, 0 seu vo- lume diminui mais rapidamente que o aumento da densidade. Portan- to, &de todo interesse bombear polpas o mais concentradas possivel, de ‘modo a economizar energia e usar bombas e tubulagdes menores. ‘Comportamento das polpas As polpas, quando bombeadas, apresentam comportamento bastante diferente dos liquicios. Estes permitem utilizar uma faixa bastante ampla de veloci- dades e a natureza do escoamento - laminar ou turbulento - pode ser caracterizada a partir do conhecimento das propriedades fisicas 102 BoMBEAMENTO DE POLPAS do liquido e das condigdes da tubulacdo. Jé nas polpas, além das propriedades do liquido, ha que considerar as propriedades do séli- do presente ea interacdo entre ambos, Isto acarreta uma faixa de comportamentos particulares, cada polpa especifica tendo limita- es proprias de velocidade e parmetros reolgicos e de escoamen- to. Ademais, os sdlidos tém efeito abrasivo sobre as tubulacdes. Tipos de fluxo de polpas Suspensdes coloidais podem manter-se indefinidamente em suspensao estivel. Jé com as misturas sélido-liquido usuais no tra- tamento de minérios, isto constitui-se excegao, a regra sendo as particulas sedimentarem quando em repouso. Para o lransporte é necessario que o escoamento tenha um certo grau de turbuléncia, capaz de manter as particulas s6lidas em suspensio. Os diversos tipos de fluxo que podem ser observados na pra- tica so os seguintes, mostrados na figura 21: Vortctet is oon veaaem «4 7 al i Vs ed al . foams OE by pleno movimento }escoamentotubulenta @)formago de lito mével Figura 21 - Tipos de fluxo (adaptado de 11) ©) fomago do eto xo 103 ‘TeoRIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE MINéRIOs - VoL.uME 1 # fluxo honogéneo: as particulas sélidas se distribuem de maneira homogénea ao longo de toda a seccao da tubulagao. Veja a figura 21b e c. Normaimente, particulas menores que 100 #, ou particulas de baixa densidade, mesmo um pouco maio- res, apresentam este comportamento. E 0 tipo de escoamento que todo projetista de minerodutos deseja, pois permite traba- thar com porcentagens de sélidos elevadas (superiores a 50 % em peso) e com baixas velocidades (inferiores a 1,8 m/s), com reduzido consumo de energia e baixo desgaste por abrasao. Exemplo tipico sao as polpas de caulim. Via de regra, estas pol- pas exibem comportamento nao-newtoniano, Também polpas que nao estas podem escoar em escoamento homogéneo, desde que a turbuléncia seja suficiente para manter as particulas em suspensao, como mostra a figura 21c. # fluxo heterogéneo: a concentracao das particulas sélidas varia 20 longo da seceao da tubulagao - ela é maior no fundo, decrescen- do lentamente em direcdo ao topo. Embora todas as particulas es- tejam em suspensdo, as vezes as particulas mais pesadas descem até o fundo do tubo ¢ rolam sobre ele, ou se movem aos saltos. Esta situagao se observa com sélidos mais grosseiros que no caso anteri- or, até 10 #, ou com sélidos mais fins, de alta densidade - caso tipico dos concentrados de minério de ferro. Esta situacao pode ser enfrentada, ¢ o é, em condicdes em que as restrigdes de proceso nao permite reduzir a granulometria do sélido a ser transportado. E pportanto uma situacao frequente em usinas de beneficiamento bom- beando a pequenas e médias distancias. + fluxo com leito mével: parte dos sélidos se deposita no fundo da tubtlagio, mas continua em movimento, criando um leito mé- vel que acompanha o fiuxo. Parte das particulas pode se mover por rolamento ou por saltitacdo. Veja a figura 21d. * fluxo com leito fixo: 08 s6lidos depositados no fundo da tu- bulacdo deixam de se movimentar. Aumentando a sua quantida- de, a seccao util vai diminuindo progressivamente, até o entupi- mento da linha - figura 21e. A figura 21a mostra como evolui a perda de carga com a velocidade, em cada um destes escoamentos: «© polpa homogénen: 0 transporte de polpa é possivel mesmo a baixas velocidades, em que o regime é laminar. Ambas aumentam segundo uma determinada lei, até que seja atingido 0 ponto de transicdo para o regime turbulento. A partir deste ponto, as perdas de carga s40 proporcionalmente maiores. Num diagrama log-log, a8 duas leis so retas de inclinacées diferentes. 104, BoMBEAMENTO DE Potras: * polpn heterogénen: o transporte de polpa s6 € possivel em regime turbulento, a partir de um valor minimo de velocidade, ca- paz de manter as particulas em suspensao parcial (inicialmente ha um leito fixo de particulas). Conforme aumenta a velocidade, o leito torna-se mével, o que acarreta a diminuigao da perca de car- ga. Aumentando mais ainda a velocidade do escoamento, 0 leito mével desaparece e a perda de carga comeca a aumentar, ‘Temos portanto, um ponto notavel em cada uma das curvas: ~ na curva das polpas homogéneas, 0 ponto de transicao de um regime para 0 outro, correspondente a uma velocidade designada por V,; ~na curva das polpas heterogéneas, o ponto de minima per- da de carga - ou de formacdo do leito mével - correspondente a uma velocidade designada por V,, (velocidade de deposicao). Tanto 0 escoamento com a formacao do leito mével como com 0 leito fixo sao indesejaveis. O leito mével pode evoluir rapi- damente para um leito fixo em decorréncia de pequenas variagdes | na granulometria dos sélidos, de sua densidade, ou mesmo, de flutuacdes da velocidade de escoamento. A figura 22 correlaciona densidades e tamanhos de particu- | Ja aos fluxos homogéneo, heterogéneo e a uma regio de tansicao | entre ambos. Veja nesta figura como a presenca de particulas fi- | nas, capazes de formar uma polpa homogénea, que mantem as_—_| particulas mais grossas em suspensao (a fase homogénea tem uma determinada densidade e uma dada viscosidade), afeta o compor- tamento das particulas grosseiras. et waetntecgtartis eosin Hoops 38 sees 8 ean 8 8 88 bh er este Figura 22 (apud 17) 105 ‘Teonta & PRATICA DO TRATAMENTO DE MINERIOS ~ VOLUME 1 Velocidade de transporte A velocidade de bombeamento de uma polpa heterogénea deve atender duas exigéncias diferentes ¢ independentes: 1. ela deve ser suficientemente grande para produzir a tur- buléncia necessdria para manter os sélidos em suspensio, 2. ela deve ser a menor possivel para reduzir o atrito com as paredes do tubo e consequentemente, reduzir a perda de carga J& com as polpas homogéneas, a velocidade pode ser tao bai- xa quanto conveniente. Velocidades acima do ponto de transigao acarretam aumento proporcionalmente maior da perda de carga e por isto sao indesejaveis Como regra geral: = polpas homogéneas entram em suspensio em velocidades relativamentes baixas, menores que 1,8 m/s (6 ft/s). Sugere-se por- tanto, para célculos grosseiros ou preliminares usar 1,5 m/s (5 ft/s). - para polpas heterogéneas velocidades de 4,5 m/s (15 ft/s) stio usuais com areias silicosas e minério de ferro, Em dragas, velo- cidades de 6 m/s (20 ft/s ) nao sao raras. Para bombeamentos delicados do ponto de vista operacional ou econémico, a velocidade ideal deve ser determinada experi- mentalmente. Note-se que, com as polpas heterogéneas, o leito forma-se em pleno regime turbulento. Esta tendéncia a formacao do leito deve-se a caracteristicas proprias dos sélidos. Esta velocidade, de deposicao, é portanto a velocidade critica do escoamento. No pro- jeto de uma linha de polpa, deve-se adotar uma velocidade igual a V, +0,3.20,5 m/s. Este valor é suficientemente baixo para manter a perda de carga em niveis minimos e suficiente para manter os s6lidos em suspensao. Existem formulas que permitem estimar com razoavel apro- ximagio os valores das velocidades criticas. Para a velocidade cr’ tica de deposicao, a mais consagrada ¢ a estabelecida por Durand: V,=FL.V[2.g.D onde Vos velocidade critica de deposicao, FLL = fator, funcao da granulometria e da diluicao de polpa. aceleracao da gravidade, 9,8 m/s, D = didmetro da tubulagio, em m, 106 BowineaMeNto DE PoLpas p, = massa especifica (que estamos chamando de densidade) dos sdlidos, P, = massa especifica do liquido de transporte. O valor de p, inicialmente usado era 1, correspondente a Agua. Hoje sabe-se que a polpa homogénea formada pela agua e pelas particulas mais finas tem um efeito levigador sobre as parti- culas mais grossas, que nao pode ser desprezado. Por isto, modernamente, usa-se a densidade da polpa A formula acima é reconhecidamente conservadora e muito itil para definir a velocidade de transporte em sistemas de curta distancia ou para extrapolar valores de diferentes didmetros de tu- bulagao. FL é obtido dos graficos da figura 23. O da esquerda foi de- senvolvido por Durand em 1953, para material UNIFORME. O da direita, por Durand e Condolios, em 1956, para material NAO UNIFORME. O critério para saber se a nossa polpa € uniforme ou nao, foi proposto por Caputo em 1973. Utiliza-se o coeficiente de uniformidade C,, definicio conform Se C, <5. amostra é muito uniforme, Se 5$C, < 15 a amostra 6 uniforme, Se C,2 15 a amostra é nao uniforme. Exercicios resolvidos 1 - Determinar 0 coeficiente de uniformidade das duas amostras cujas distribuicdes granu lométricas sao dadas na tabela abaixo (massas em gramas). nai 14.28 48 100 200 400 -400 ne 1,19 0,59 0,297 0,149 0,074 0,037 anostm? 15 60459058 amosim2 5252-39395 5G a ‘TrORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minéntos - VOLUME 1 Solugao: Inicialmente temos que calcular as distribuigdes granulomé- ‘BOMBEAMENTO DE Poupas tricas e transformé-las em porcentagens passantes. A seguir, iden- T . tificar os valores de d,, e d,,, O coeficiente entre estes dois dime- 7 tros €0C,, \\ 8 mm 1,19 0,59 0,297 0,149 0,074 0,037 -0,037_soma S — Be massal(g 15 60 45 90 45 15 30 300 38 % retida 5 20 15 30 15 5 10 «100 e3 ‘% passante 95 75 60 30 15 10 & massa 2(g) 52 52 39 39 26 26 26 260 % retida 20 20 15 15 10 10 10 100 Y%passante 8060 45 30-2010 Os dye d,, sao entdo, respectivamente 0,297 ¢ 0,037 mm e 0,159 ¢ 0,037 mm, o que nos conduz a: L 0297403 « Cc, - 01946 0,037 a 0,037 Portanto, de acordo com o critério de Caputo, 0 primeiro material é uniforme e 0 segundo nao uniforme. Reologia das polpas A maioria dos liquidos com que estamos familiarizados apre- senta um comportamento do tipo denominado “newtoniano”. Tais, fluidos podem ser caracterizados por uma tinica propriedade, a viscosidade (1), definida como a razao entre a tensao de cisalhamento na parede (t,) e o gradiente de velocidades (dv/dy), que se desenvolve no reémetro. As polpas apresentam um comportamento mais complexo, sendo denominadas fluidos “nao newtonianos” e exigindo outros pardmetros além da viscosidade para caracterizar 0 seu comporta- mento. A figura 24 mostra um diagrama tensao de cisalhamento x radiente de velocidades, usualmente designado por reograma e 03 varios tipos de fluicios estudacios pela Reologia. A maior parte das polpas usuais em Tratamento de Minérios pode ser assimilada a um. modelo denominado “fluido de Bingham” ou fluido visco-plistico. Figura 23 - Valores de FL Oa? OF OE 11a Ta 16 1a 2 BRN BOI ‘ym Material uniforme no. ‘Tronta & PRATICA DO TRATAMENTO DE Minérios - VOLUME 1 rtm seenie Figura 24~- Modelos reolégicos de polpas O fluido newtoniano pode ser representado por uma reta que passa pela origemecuja inclinagto da viscosiclade, Oude cle Bingham precisa ser cisalhado aié um determinado valor limite para comesar a escoar e passar a se comportar como fluido newtoniano. Veja a figura 25. Este valor t, ou tensao de escoamento (ou ainda, tensao de pene- tracdo limite) representa o esforgo minimo que deve ser fornecicio para Iniciar o desiocamento do fluido. O valor da inclinagao da reta (corres- ponclente & viscosidade) & chamado cle médilo de rigid. Grstnecr rence Figura 25 - Fluidos newtoniano e de Bingham 110 ‘BoMBEAMENTO DE POLPAS A viscosidade da agua varia entre 2 cp préximo ao congela~ mento e 0,3 cp perto da ebulicgo. A 16°C o valor é de 1,1 cp, que é 0 valor usado para efeito de projeto. Polpas de minério de ferro e polpas de calcério com 60 % de sdlidos em peso apresentam viscosidades em torno de 20 cp. Rejeitos de bauxita chegam a apresentar 600 cp. Caracterizagao reolégica de uma polpa A primeira providéncia consiste em determinar, em labora- t6rio, os parametros reolégicos da mesma, Isto é feito com o uso de viscosimetros ou redmetros. A partir destes resultados define-se a velocidade critica para cada caso. Existe um ensaio adicional para medir a abrasividade da pol- pa, chamado ensaio Miller, que fornece parametros para o calculo do desgaste abrasivo das tubulacdes. Entretanto, dada a complexidade dos fendmenos fisicos en- volvidos, para tubulacdes de longa distancia ou de maior respon- sabilidade, a forma mais segura e confivel de se determinar 0 va- lor da velocidade critica é a execucao de ensaios de bombeamento em circuitos apropriadas ("loops”}, dotados de visores adequados e da instrumentagao necesséria para medir as perdas de cargas distribuidas e localizadas. Especialmente em sistemas de longa dis- tancia, tais ensaios so indispenséveis pois permitem caraclerizar uma velocidade segura de operacao, porém préxima o suficiente da critica, de modo a minimizar a perda de carga, reduzir 0 des- gaste da tubulacéo e o consumo de energia. Um dos autores (12, 14, 15,20) realizou extensos trabalhos de pesquisa utilizando 0 loop existente no Centro Tecnolégico de Hidréulica (CTH), que € mostrado nas figuras 26 e 27. Figura 26 - Loop do CTH, detalhe do visor em acrilico Ww Elavagao Figura 27- Loop do CTH As legenclas desta figura significam: Ag trecho de tubo em acrilico para visualizacao do escoamento, B, balanca eletrénica para determinacio do peso do materi- al recolhido no tanque volumétrico, B, bomba centrifuga revestida de borracha, rotor de 14” (350 mm), M, medidor eletromagnético de vazio, M,, motor elétrico de 40 HP, Py” partidor de vazao para desvio do fluxo para o tanque volumétrico, T,, transdutor diferencial de pressao (ha dois transdutores, tum para o trecho 1 outro para o trecho 2), T,, tanque misturador, T,, tomada de pressao. Tkata-se de uma peca executada a partir de um tarugo. T,, termémetro digital, que mede a temperatura da gua no tanque, junto ao ponto de descarga da tubulagio, Ty tanque volumétrico para determinagao da concentracdo de sotidos no escoamento, 112 ‘BOMBEAMENTO DE POLPAS: V,_valvula para operacdo no inicio ¢ término dos ensaios, com revestimento de material anti-abrasivo, V,, variador eletromagnético de rotagao, Z), tubo com revestimento especial (jato cerémico) para teste de resistencia & abrasio. Periodicamente precisa ser feita a calibragem do modelo atra- vés do ensaio com Agua limpa e verificar se todos os instrumentos estéo funcionando adequadamente. Caso negativo, cada instru- mento deve ser calibrado individualmente. Os transdutores de pres- sao exigem calibraco mais frequente. 113 ‘Teoria & PRATICA DO TRATAMENTO DE MINERIOS - VOLUME 1 Perda de Carga Conforme foi visto, o escoamento das polpas pode ser homo- géneo ou heterogéneo, e pode ou nao ocorrer a formacio de leito. Vimos também que as particulas finas, nfo decantaveis, presentes no material sdlido, exercem um efeito levigador sobre as partictlas maiores, ajudando-as a se manterem em suspensio Para efeitos praticos, Graf, em 1971, definiu o escoamento homogéneo como realizado com sélidos nao decantaveis. Estes sAo constituidos de patticulas que sedimentem com velocidade terminal inferior a 0,6 = 15 mm/s (exemplo graos de areia menores que 0,07 mm) (16). Cescoamento heterogéneo exibe, via de regra, comportamen- to de Bingham. O homogéneo exibe comportamento diferente, tor- nando recomendavel a medida dos parametros reolégicos. Escoamento heterogéneo Durand e Condolios, em 1952, prosseguindo com Durand, em 1953, fizeram 0 estudo mais completo, com embasamento cientifi- co, tendo chegado a seguinte correlago para escoamento em tu- bulagdes horizontais e velocidades superiores & critica: ¢ 6 = parametro adimensional, K = constante, m = constante, y = parametro adimensional de transporte. Ainda, yw, onde Jn “Ing oT yonde Jn, = perda de carga unitéria do escoamento da polpa, perda de carga com gua limpa. = concentracéo em volume. 14 BOMBEAMENTO DE PoLpas V = velocidade do escoamento, C, = coeficiente de arraste (“drag coefficient”), D = diémetro da tubulagio, p., = densidade relativa do s6lido (P,/ Pj.) O coeficiente de arraste, C,, da férmula acima pode ser calcu- lado da seguinte forma (considérando-se as particulas como sendo esféricas - 0 que é valido em muitos casos, por exemplo com areia): 4d, ©, , onde d, = diametro representative da amostra, por exemplo, diy, 4, 04 dy V, = velocidade de sedimentagao de gras em meio tranquilo - ver figura 28. Jug Pode ser calculado de muitas formas, a mais popular sen- do através da férmula de Hazen-Williams (mostrada adiante) ou pela Férmula Universal, como segue f € 0 fator de atrito de Darcy, que pode ser calculado pela formula seguinte, proposta por Swamee: f=[A+95(B-C)] 0%, 2500 C= (2M e ¢ R R € o mtimero de Reynolds £ Ga rugosidade equivalente da parede do tubo D € 0 diametro da tubulacao. 5 ‘Teoria F PRATICA DO TRATAMENTO DE Minenios - VOLUME 1 Pea gn p68) 26, wn Veto) Figura 28 - Velocidade de sedimentagao x didmetro da particula Hazen-Williams desenvoiveu uma outra formula, muito po- pular entre os projetistas de tubulacao, para calcular a perda de carga da agua. O parimetro C expressa o estado da superficie interna do tubo. Isto é muito importante em tubulacdes de Agua onde concregies se formam e estrangulam a secao interna, além de alterar a rugosidade da parede. No caso das polpas isto nao ocorte, pois 0 efeito abrasivo dos sélidos presentes faz com que as paredes internas esiejam sempre polidas. Note-se que, apesar da facilidade da aplicagao e do uso muito difundido, esta formula s6 vale para agua, dentro de uma faixa limitada de ntimeros de Reynolds e de temperatura. 6,806 V8 csp Na determinagao do coeficiente de forma de amostras com particulas no esféricas ou nao sao uniformes, é necessario utilizar © fator de forma (volumétrico), 6, , definido como: 6, a>" onde 116 BoMBEAMENTO DE POLPAs V, 0 volume da particula, e, dé 0 didmetro da area projetada. leywood, em 1938, correlacionou o comportamento na sedi- mentagao das particulas com o coeficiente de arraste, considerado 0 fator de forma volumétrico e 0 niimero de Reynolds da particula: C,, € 0 coeficiente de arraste baseado no conceito de didme- tro da atea projetada, V, éa velocidade ce sedimentacao da particula em meio tranquuilo © o ntimero de Reynolds da particula 6 definido da seguin- te forma: Para amostras nao uniformes, subdivicle-se a amostra em tan- tas fragbes quantas necessarias até se ter fracdes uniformes. Cal- cula-se 0 coeficiente de arraste de cada uma das fracées e ponde- ram-se os C, com base na distribuicéo granulométrica das fragbes: Cy=BpC, one, =zp, ve, Escoamentos homogéneos Quando as polpas de minério puderem ser consideradas ho- mogéneas, hd os seguintes casos a considerar: a - com polpas dilufdas (menos que 40 % de s6lidos) e peque- nas distancias de bombeamento, a experiéncia tern mostrado que as perdas de carga podem ser avaliadas como se se tratasse de gua limpa, tendo-se apenas 0 cuidado de expressé-las em altura de polpa. O diagrama de Moody é possivel de ser utilizado. b - polpas acima de 40 % dle sdlidos: Wasp, Kenny e Gandhi 3) afirmaram que a grandeza 8V/D é fungio exclusiva de +, para um dado fluido nao newtoniano, independentemente do tempo. Ba- seaclos neste fato, muitos pesquisadores vislumbraram a possibilida- de de uma abordagem generalizada para correlacionat os dados, ao invés da aplicagao de modelos especificos. A maioria das correla Ges generalizadas admitem uma lei similar 4 das poténcias: 17

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