Petro Williams D Sediment

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265 PETROGRAFIA rochas serpentina em zonas de falhas. (2) O eclogito 6, manifesta- ‘mente, instavel na presenca de agua em faixas de temperatura ¢ de pressio compreendidas pela maior parte das rochas metamérficas; isto se mostra por sua susczptibilidade 0 metamorfismo regressivo (3), Finalmente, os eclogitos tém uma faixa de composicéo quimica muito limitada. Assim, parece possivel que a maioria dos eclogitos representem materiais tende a composicdo global aproximada do basalto ou do gabro, os quis cristalizaram a uma grande profundi- dade préximo ou abaixo da base da crosta terrestre, ¢ que foram transportados no estado sdlido por varios meios para os diversos ambientes n0s quais se encontram agora na superficie. Se esta es- peculacdo ¢ accita, a titulo de tentativa, os cclogitos deveriam ser classificados, talvez, como rochas fgneas'e no como metamérficas. Esta ambiglidade & contuds, irrelevante, pois nos niveis profundos da crosta os processos feneos ¢ os metam6rficos presumivelmente se fondem em tal escala que a distingfio entre os dois no mais justifica. TERCEIRA PARTE ROCHAS SEDIMENTARES 14 A ORIGEM DAS ROCHAS SEDIMENTARES Introdueao A distingdo entre as rochas fgneas, metamérficas ¢ sedimentares € basicamente mais genética do que descritiva, As rochas sedimentares depositam-se estratificadamente, camada sObre camada, na superficie da litosfera, em temperaturas e sob pressées relativamente baixas. Por outro lade, a maior parte das rochas metamérficas © fencas origi- haram-se sob a superficie da terra em temperaturas e sob presses ‘muito. mais altas. ‘i ‘Cada camada de sedimento se vai enterrando sempre mais pro- fundamente quando as camadas que se sucedem se depositam sobre sua parte superior e, sempre que a deposicdo tenha continuado mais, Ou menos ininterruptamente por Iongos periodos de tempo, os sedi- mentos podem, na verdade, ser enterrados muito profundamente. Os estudos estratigraficos provam que as rochas sedimentares podem acumular-se em espessuras de muitos milhares de metros. Enquanto 1a deposicdio prossegue, cada camada fica sujeita a presso ¢ tempera- tura sempre crescentes, © pode-se estar seguro de que todos os sedimen- tos profundamente entérrados sofreram condicbes fisico-quimicas intei- ramente diferentes das existentes na superticie sObre a qual foram depo. sitados. Sao de esperar alteragdes na textura e na composicéo disses sedimentos, posteriores. 4 deposicdo, constituindo clas uma forma de metamorfsimo de grau baixo pelo qual as rochas sedi- Mentaies passaiu giadutivaiente para vochas wetauGuficas, Alguas sedimentos em geossinclinais, enterrados sob espessuras enormes da Tocha suprajacente, estiveram sujeitos a temperaturas ¢ a pressOes clevadas ¢ talvez a esforgos poderosos ¢, assim, tornaram-se tio extensamente recristalizados a ponto de se transformarem em rochas metamérficas tipicas. Outros, enterrados menos profundamente ¢ su- jeitos a calor ¢ a esforgos ménorés, esto menos modificados. A distincdo entre as rochas metamérficas ¢ sedimentares € toda- ia arbitréria © ndo é definida facilmente exceto onde 08 esforcos, assim como o calor, tenham sido um fator de primordial importinci a producdo da mudanca. A classificacdo de certas rochas comuns é, it 270 PEYROGRAFIA portanto, uma questo de oreferéncia, ¢ pode parecer inconsistente, ‘A ardésia, por exemplo, & elassificada usualmente como metamértica €0 folhellio, como sedimertar, embora possa haver pouca diferenga visivel na composigio, a0 passo que o dolomite & classificado usual- mente como rocha sedimentar, mesmo quando tenha resultado da substituigo completa da ca‘ita original Excluidas da classe sedimentar estéo aquelas rochas que sio produtos dirstos dos processos fgneos. Aqui, nfo se origina qualquer confusio, exceto quando se deve fazer uma distingéo entre as rochas pirocldsticas, produzidas peas explosGes vulednicas, e as rockas epi- cldsticas, formadas por eroséo normal e deposicdo dos restos rochosos. As camadas de cinzas © e:c6rias que se acumulam como resultado direto das erupedes vulcdnicas, por exemplo, os tifos, os brecha-tufos © as brechas, devem ser lgcamente avcupadas com as rochas fgncas; entretanto, pela erosio normal dos derrames e tufos mais velhos, produtos semelhantes. poder ser encaminhados para bacias sedimen- ‘ares extensas, onde se depositam como areias, silts © cascalhos. vul- ‘cdnicos. puros. Estes sedimentos so epiclisticos no sentido mais es- trito, mas, a menos que seja conhecido exatamente seu modo de origem, éles sdo facilmente confundidos com as rochas piroclist Além disto, as misturas de material pirockistico e epiclistico sio muito comuns; denominam-se sedimentos tuféceos. _Muitas vézes 6 ificll classificar uma rocha em uma destas classes ¢ no em outra, € pode ser impossivel fazé-lo quando apenas poucos espécimes esto dispontveis para exame. Pata dar, entio, 0 nome de sedimentar a uma rocha, € preciso saber ou inferir alguma coisa a respeito de sua origem. Como seria possivel adguirir ésse conhecimento a partir do estudo de um nico espécime? Quais stio as céracteristicas peculiares as rochas que. se iginam em temperaturas + sob pressdes baixas perto da superficie da terra? Quais propriedades das rochas sedimentares, visiveis ou mensurdveis, t&m implicagbes genéticas e como hao de ser interpre- tadas? Estas perguntas esbagam um problema primério de petrogratia, ‘mas no podem ser responcidas de maneira simples. Mesmo a estra- tificagao, visivel sob uma oc outra forma em quase todos os depésitos sedimentares, mio € prova suficiente da origem sedimentar, pois a estratificagao € simulada ou herdada em muitas rochas igneas ¢ meta- mérficas. Nem a presenca, nem a auséncia de restos orgénicos é critério infalivel de origem, Na verdade, os f6sseis sio abundantes em muitos sedimentos, mas faltam completamente em muitos outros, @ encontram-se fosseis em algumas rochas piroclésticas e metamér = froguenle de bivure nas € DIganiey Hea (bt octesbes) A ORIGEM DAS ROCHAS SEDIWENTARES 271 Nas rochas que so nitidamente sedimentares, virios aspectos da composi¢&o mineral e da textura lancam luz sobre a origem ea histOria. Eles registram com fidelidade maior ou menor a heranca ‘© ambiente que produziram uma rocha sedimentar, e 0 peltégrafo deve tentar devifré-los. Para fazer isto, exige-se algum conhecimento dos processos que dio origem as rochas sedimentares. O breve esbéco do petrogénese sedimentar déste capitulo tom simplesmente a intencao de fornecer uma base para os pormenores descritivos que seguem. Tnclua-se aqui uma nota de adverténcia, Nenbum estudo de faborat6rio em espécimes de pequenas dimensdes, ou de segdes del ‘gadas, forneceré interpretacdo integral de uma rocha sedimentar — ou de qualquer outra, Por sionificativos que seiam por si proprios 5 pormenores da textura < da_composicéo da rocha, as variagoes ¢ distribuigées déles dentro do depésito sedimentar tomado como um todo sto de significacéo ainda maior, e éstes aspectos mais amplos devem ser examinados no campo. = Fatéres na Formagdo das Rochas Sedimentares Em geral, as rochas sedimentares formam-se de dois_modos diferentes. Algumas sio acumulacdes mecdnicas de fraementos de mineral_e de rocha, ¢ outras so depositadas por meios quimicos. A. maioria dos sedimentos depositados mecdaicamente, sob a forma de lama, arcia ¢ cascalho, sfo produtos do intemperismo da superficie © da crosdo; consistem em restos desintegrados e decompostos de rochas mais antigas, transportados © depositados pela agua, pelo glo ou pelo ar. Denominam-se adequadamente sedimentos epiclésticos ou detriticos. A maior parte déles, incluidos o arenito eo arsilito gomuns, consistem em quarizo e minerais da familia dos siticatos. Os sedimentos depositados por meios quimicos, por outro lado, con- sistem principalmente em substancias como carbonatos, sulfatos, silica, fosfatos @ haldides. Quase todos éstes se originam por precipitacao quimica proveniente de massas de gua da superficie, mas nao re- sultam de um proceso tnico. A precipitacao pode ser causada diretamente por evaporagio ou por reagdes puramente inorgfinicas entre os sais dissolvidos. Ou pode ser determinada indiretamente por organismos. Estes podem ser bactérias minisculas ou organismos como og moluscos ¢ corais que formam secregSes esqueléticas facil- mente visiveis, chamando-se os depésitos por éles produzidos. sedi- mentos orgdnicos ou biogénicos. Os recifes de coral ¢ de algas, as camadas de conchas articuladas, 0 dintomito ea maioria das jazidas de carvéo sio exemplos de rochas sedimentares biogénicas. Nos 272 PRTROGRAFIA Tugares em gue os depéstos quimicos, especialmente os do tipo orginico, se formam em dguas rasas, o material precipitado, depois de ser consolidado parcialmente, torna-se comumente desintegrado © 3 fragmentos se redistribuem. Os depésitos resultantes sao conside- ados neste livro juntaments com os sedimentos quimicos de compo- sigdo semelhante que no se desintegraram por essa forma. As caracterfsticas pariculares de um depésito sedimentar so determinadas pelo ambiente todo dentro do qual o sedimento se originou e acumulou e, posteriormente, se litificou, Os efeitos do ambiente de deposicao achar-se-io em cada depésito sedimentar in- dependentemente da idade ou da natureza, Muito evidentes também ‘em muitos depésitos, especialmente nos mais antigos, so os efeitos da diagénese que inclui t6das as mudangas na composicao ¢ na textura que ocorrem nos sedimentes, em temperaturas baixas, depois de sua deposicao, Nos materiais detrticos, 2 influéncia da forte e os efeitos do transporte so particularmente notdveis. Area Yo Fonte ‘A vodhn Rtdel-conteln em langh esetia’a composite do edi. ‘mento detrtica dela derivado, fato éste claraments evidente em muitas rochas sedimentares. Um efeniio vulednico, por exemplo, consisto fem detritos necessiriamente derivados de um terreno vulefnico. De mancira semelhante, um arcnito composto essencialmente de feldspato ¢ de quartzo deriva de rochas feldspiticas de pranvlagao grossa, como as que, ustalmente, compsem 0 embasamento cristalino, © nos forma a menos que essas rochas estejam expostas na dren da fonte dda qual os detritos derivam. Entre os axduulos de qualquer arenito, como Mackie acontuou hé muito tempo, as variedades de quartza caracterizadas pela natureza de suas inclusGes podem indicar o tipo da rocha matr da qual a areia derivou.* Ou, ocasionalmente, um mineral bem peculiar em um sedimento pode conduzir & fonte ultima dda qual Gle proveio; so’ exemplos 0 zirelio purpireo (jacinto) nos arenitos paleozsicos do sul da Escécia, derivado dos gnaisses Lewi- sianos dos Highlands setentrionais, & 0 glaucofanio, nos. sedimentos da California, que provém, em itima instincia, dos xistos Francise canos. Poucos sedimentos detriticos contém componentes que indi- quem tio claramente assim uma fonte particular, mas a composic&o de qualquer sedimento detitica reflete, pelo menos de nfodo geral, o cariter de sua fonte. + Ver a pe, 388 para uma atscrgSo sekamida deter varied n Z-Vsarn Fos ve om vez de Wareia ‘A ORIGEM DAS ROCHAS SEDIMENTARES 273 Entre a rocha matriz e a rocha sedimentar final, muitos minerais podem ser alterados ou completamente destruftios, de modo que os sedimentos nunca possuem exatamente a mesma composigio mineral de suas matrizes, Aleuns minerais primitivos podem ser destrufdos oa modificados pelo intemperismo antes mesmo que sejam removidos, pela erosio, da drea da fonte. Se o ambiente € tal que induza decomposigtio intensa (degradaco quimica), pode ocorrer uma des- truigao sclotiva dos minerais que faz com que o produto intemperizado seja amplamemte diferente de sua matriz; le contém uma concen- tracdo relativa de minerais. primérios estaveis, como o quattzo e a moscovita, entre os granulos de areia e de silt; d2 minerais argilosos entre as particulas menores, ¢ de fons em solucio. Se, por outra parte, o intemperismo cavolve principalmente a desintegractio fisica, © produto intemperizado ¢ mincraldgicamente igual & rocha matriz; le contém tanto os minerais primérios estiveis © instiveis de varios tamanhos de grdnulo, principaimente quartzo, moscovita, feldspatos, silicatos ferromagnesianos, como particulas da rocha que no sofreram desintegracio, Em geral, a deterioragao quimica dos mincrais e das rochas é fomentada pelo calor ¢ pelos climas timidos, particularmente nas dreas bem drenadas ¢ cobertas por vegstacio espéssa, sendo menos. ativa ‘tos climas mais frescos e mais secos. Contudo, 0 fator climético ¢ sobrepujado comumente pela ra- pidez relativa da erosio ¢ do intemperismo. Todos os processus de intemperismo sio Ientos, mas a remoco, pela erostio, do. material intemperizado progride segundo velocidades varidveis. Onde a crosiio & muito lenta, acumula-se sObre a rocha matriz um manto residual de material completamente intemperizado — um solo maduro — e, ali, 0 clima ¢ as condigées biolégicas da area podem ter mais in- fluencia do que a composiciio mesma da rocha matriz sObre o cariter do produto intemperizsdo. Onde a erosio € rapida, por outra parte, come nas regiées de encostas ingremes ¢ de precipitacdes pluviais pesads, 0 material desgastado da rocha pode ser removido logo que se desprende dela, existindo pequena decomposicao antes que o ma- ‘terial soja removido, Sob condigdes assim, independentemente do clima, a composico mineral do sedimento detritico € mais ou menos @ mesma da rocha matriz; mesmo nos trpicos € possivel esperar sedimentos que. como o arc6zio, contenhem abundantes minerais instaveis, 274 PETROGRARIA A velogidade da erosto determina, em parte, também a quanti dade de sedimento fornecida &s areas de deposicto durante qualquer tempo dado e, assim, controla parcialmente a velocidade da de- posi ‘Transporte © Deposi Durante 0 transporte efetivo, so negligencifveis as alteragdes, quimicas no sedimento detitico, produzindo-se, entretanto, dois efei- tos fisicos muito importantes. De um lado, as particulas individuais so geralmente modificadas no tamanho, na forma ¢ no arredonda- ‘mento pela abrasiio ¢ fracura que resulta do atrito e do impacto repetidos das particulas umas contra as outras, ¢ contra o leito da rocha. De outro lado, o transparie seletivo ou a selecio afeta 0 agregado total dos granules, de modo que as particulas tendem a separar-se de acdrdo com 0 tamanho, a forma e a densidade, © efeito combinado déstes processos sdbre 0 sedimento final- mente depositado é visto com mutta clareza nos aspectos texturais, mas é evidente por igual aa composicio mineral? Quando, em um sedimento corsistindo em particulas de tamanho ‘variado, a arcia se separa da argila, como acontece comumente na selecao natural, 08 depésitos resultantes sio diferentes tanto mineralégica como tex- turalmente, O material argiloso contém uma concentracio relativa ¥ de minerais argilosos (caulinita, montmorillonita e ilita) juntamente om outros minerais micécv0s, como a sericita ¢ a clorita, a0 passo que @ areia € composta amplamente de quartzo, com ou sem felds- Datos, silicatos ferromagnesianos © fragmentos de rocha. A. arcia muito fina, 6 silt © o material argiloso, juntamente com os gedaes 95's micdceos maiores, so proprios para seem levados em suspensio em uma corrente de gua e, parianto, sofrem acio fisica minima pelo desgaste e pela fratura, Os fragmentos mais grossos, de outra parte, tendem a ser fraturados e desgastados pelo rolamento, pelas bati- das fortes ¢ pelo deslizamento ao longo do lito da corrente. Os grinulos de clivagem facil, como os dos feldspatos, e também os enfraquecidos pela deterioragdo incipients podem ser partidos e frag- mentados repetidamente, tendendo assim a ser eliminados gradual- mente_dos js_grossos © adicionados ao material mais# ‘maiores, mais pesados € mais moles, trans- portados a longas distincias na carga que vai pelo leito da corrente, ¥ fino na carga em suspensao. A ORIGEM DAS ROCHAS SEDIMENTARES 275 a abrasio desgasta muito eficientemente os angulos agudos © as sa- ligncias da superficie, de modo que os grinulos tendem a adquicir uma superficie arredondada, lisa,.e, 20 mesmo tempo, a sofrer algu- ma redugio no tamanho. A cficiéncia da abrasdo no arredonda- mento dos grénulos é uma funcdo do modo ¢ da distincia do transporte e também do tamanho e da natureza dos erfinulos. E mixima sobre os gednulos maiores ¢ mais moles, aumentando com a distincia do transporte. Aparentemente, é muito grand: onde o vento ou as ondas sio os agentes do transporte, Os_granulos de areia_bem arredondados, contudo, nao devem ser_atribuid un ciclo. ‘nico de sedimentacéo; muitos grénulos det veram envolvidos ém diversos ciclos, passando de um sedimento para outro ¢, muitas vézes, os granulos de arcia melhor arredondados so (5 herdados das rochas sedimentates mais antigas. Nem cada granulo em um mesmo sedimento detritico tem a mesma hist6ria, pois muitos sedimentos sio de detivagdo mista, Sempre que uma parte da carga do sedimento detritico se depo- sita 20 longo da rota do transporte, as particulas maiores © mais pesadas tendem a depositar-sc em primeiro lugar. As particulas menores, mais leves ¢ menos esféricas tendem a ultrapassar as outras a proporedo das particulas menores na carga do sédimento aumenta Progressivamente na direc4o da viagem quando os grémulos maiores © mais pesados vo ficando para tris, © tamanho médio dos gra- rulos dos depésitos diminui assim progressivamente na diregio da viagem, aspecto éste denominado sele¢do progressiva. A seleciio local dentro dos depésitos 6 muito menos sistemitica. Ela resulta das variagdes locais na capacidade das correntes depositantes, 0 que pode produzir, lado a lado, depésitos contemporineos de textura ¢ Composicdo inteiramente diferentes. As variacdes na sclecdo ocorrem fambém de tempos em tempos em um lugar, de modo que um strato de uma naturcza pode ser, ¢ comumente 0 é, sobreposto por outro tendo caracteristicas muito diferentes. As camadas suces- sivas podem mostrar uma mudanca sistemética, tornando-se talvez de granulagio mais fina ou mais grossa; ou uma sucessao estratizré- fica pode conter alterndncias ritmicas de tipos de sedimento, como nos varvitos placiais ¢ nas unidades estratigréticas observadas nas ja- Yidas de carvao, consistindo em uma série de camadas depositadas durante um iimico ciclo sedimentar (cyclothems). Mas comumente, todavia, as variagdes nas camadas sucessivas nfo parecem ser sis- teméticas. 276 PETROGRAFIA © que foi dito, em geral, quanto aos efeitos do transporte sbbre os sedimentos, aplica-se &s particulas minerais ¢ das rochas transpor- tadas pelo vento, cursos de gua e carrentes nos occanos € nos lagos, ‘nde a proporedo do sedimento para o fluido & tio pequena que catia particula se comporta como um individuo. Nestas condigdes, devem esperar-se og efeitos seletivos s6bre os grdnulos individual. mente, Uma jerande proporcdo de todos os sedimentos. detriticos, ‘contudos'sao fransportados mais ou menos en masse por deslizamen. tos de terra, por deslizamsntos ocorridos no mar, por cotrentes la- maventas de densidads © por derrames de lama. A estas formas de transporte, pode juntar-se o realizado palo glacial, embora ésto sej de importéncia mais local. Por ésses modos de transporte, movimen- tam-se rapidamente massas de sedimento detriticos, sem qualguet s. lego, ¢ produziram-se muitos dep6sites disseminados, espessos. Es sa acumulacées sio multe pouco selecionadas, ou mesmo nao esti- veram sujeitas a sclecio alguma e, exceto nas morenas glaciais, & minimo o cleito da abrasio sObre as particulas individuais. Ponco precisa ser dito aqui das substancias*transpart 0 lus, cmbora se movimentem déste modo enormes quantidades de material rochoso, As subsitacias dissolvides em agua’ slo transpor- tadas tao prontamente sob_a superficie da terra como sdbre ela. Di- ferentemente dos sedimentos detriticos, as substancias precipitadas de uma solucio raramente podem ser atribuidas a uma fonte parti cular, tampouco qualquer c suas propriedades visiveis pode ser atri bbuida aos efeitos do transporte. © cardter dos sedimentos quimicos Geverd ser explicado principalmente como uma conseqiléncia do am- Diente da depasicao, Ambiente da Deposicio De todos os ambientes sedimentares, 0 mais extonso © duradou- ro € a bacia marinha. Nely drpositaram-se a maior parte dos sedi mentos antigos © a grande massa dos sedimentos modernos esto acumulando-se presentemente, E ademais o destino final de todos os sedimentos. Alguns depésitas muito extensos © espessos, todavia, de- positaram-se acima do nive. do mar, sObre os continentes, a caminho para o mar. Os ambientes sedimentares de maior importancia a se- rem distinguidos sio os oceanos, os continentes ¢ a Area marginal entre les, mas cada um dées, por sua vez, inclui muitas areas locais tendo caracteristicas distintas e variadas que determinam amplamente a natureza particular do sedimento que se deposita em cada uma delas. As subdivisbes de ambiente aproptiadas podem ser baseadas em quais- ‘A ORIGEM DAS ROCHAS SEDIMENTARES 277 quer fatOres que sejam importantes na determinacdo da estrutura, da textura ou da composicéo dos sedimentos acumulados. Sébre a ferra firme, os fatdres importantes siio o clima, a vegetacto ¢ a topogratia. Nos ambientes hfdricos, os fatOres importantes incluem a profundidade da gua, a temperatura, a salinidade, a acidez (pH), 0 potencial de oxi- dacdo-redugdo (eH), a liberdade de circulacdo ea limpidez, ou su- jeira da 4gua ¢ a sua populacao organica, Sobre 08 continentes, alguns sedimentos so depositados na 4eua ¢ denominam-se depdsitos aquosos. Sio éstes principalmente detri- ticos, mas comumente inclucm também algumas substincias orgtni- cas © precipitadas quimicamente. Alzuns sao sedimentos aluviais (alluvium), depositados pelas correntes em seus canais.e sobre suas planfcies de inundacto ou deltas; outros sio sedimenios lacustres ou paliidicos, depositados em lagos © pantanos. Os depdsitos terrestres ‘ou Subaéreos, por outro lado, depositam-se sObre a terra firme € con- tém pouco mais que os restos clésticos das rochas mais antigas. Dés- tes, alguns sio residuais; nao foram transportados e jazem como len- Gis delgados sobre a matriz da qual derivaram por intemperismo. Outros sedimentos terrestres foram transportados & depositados pelo vento, como as dunas de aria © o loess, ¢ pela gravidade, como depésitos de coluvido que incluem os restos dos deslizamentos © os ‘lus. © ambiente marinho é naturalmente, aquoso em sua totalidade ¢, assim, menos variado do que o ambiente continental; entretanto, a Variedade dos depésitos sedimentares produzidos por @le & excessi- vamente grande. As iguas marinhas nio s6 depositam a massa dos sedimentos detriticos, mas também produzem a enorme maioria dos grandes depésitos quimicos inorganicos e so a principal regiio onde Vivem os organismos que produzem a maior parte dos sedimentos biogénicos. De acérdo com a profundidade das aguas, o ambiente marinho € comumente subdividido nas zonas: entre a maré alta ¢ a bbaixa, nerftica, batial ¢ abissal. A extensfio da superficie destas areas © a relagio delas para com a praia dependem da geometria da bacia, incluidos seu tamanho ¢ configuragdo, ¢ das iregularidades de sua margem ¢ de seu fundo. Em geral, 08 sedimentos clasticos mais gtos- Sos ¢ organismos dotados de carapaca mais pesada tendem a acumu- lar-se nas aguas de pouca profundidade das zonas entre maré alta ¢ maré baixa (amplitude da maré), e neritica, particularmente nas direas expostas, onde a energia das ondas e das correntes é despen- dida contra o fundo do mar e a praia, Os materiais finos sio trans- Portados pelas correntes relativamente fortes que cxistem nesses 1u- gares e tendem a acumular-se tanto nas 4reas abrigadas perto da 278 PRTROGRAFIA Praia como nas profundidades mais para dentro do mar. Os sedimentos orgénicos © quimicos quase puros acumulam-se sdmente nos Tugates que estio de agum modo amplamente protegidos contra (08 restos de origem terzestre. Sempre que muitos dettites so varridos da terra para uma bacia lacustre ou marinha, quaisquer precipitados orpfinicos ¢ inorginicos ou séo dilufdos pelos detritos ou sobrepuja- dos por éles, de tal modo que constituem apenas pequenas partes dos depésitos formados, Algumas dreas nos oceanos contém relativamen- te poucos detritos provenieates da terra. Se as condigdes ali existen- tes sfo de naturezi a promover o florescimento de populagdes orga nicas, ou precipitagio quimica aprecivel, os sedimentos depositados sdo orgénicos quimicos em larga escala, em conjunto com o$ actima- los clasticos déles derivados. Presentemente, essas éreas podem ser achadas tanto Jonge da praia como perto dela, nas partes onde a terra € baixa © a erosic desprezivel, las incluem tegides de gua rasa como profunda, mas a maior parte da sedimentagtio qui- mica e orgdnica répida ocome nos mares rasos ¢ quentes, Em Baha- ma Banks, nas partes oriental ¢ meridional do G6lfo do México em_ muitos recifes ocednicos, esto agota a acumular-se sedimentos Guimicos © organicos bastante puros © seus derivados clisticos. Em. uma maioria significativa de bacias continentais, contudo, pode-se esperar sedimento detritico om abundancia, de modo que néo so co- muns os sedimentos orginicos quimicos puros e extensos de 0} gem que no seja martinha. Provavelmente, os melhores exemplos Géles sAo os depésitos de cervao ¢ de turfa de alta qualidade que se devem ter formado nos patis e pintanos, situadgs de tal modo que 8 residuos de rochas no contaminaram 0 depésito de matéria vege tal & medida que éste se ia formando. Essas areas podem ser-com- paradas com 0 moderno Dismal Swamp, do sudeste dos Estados Unidos, ou com os pantanos da parte nordeste de Sumatra e com as 4iguas represadas do delta do. Ganges. A restrigio da circulagio em uma massa de égua tem numerosos efeitos quimicus sObre os sedimentos que se depositam. As aguas de algumas bacias fechadas total ou parcialmente tornam-se tio salgadas como resultado da evaporacio que os sais muito soliveis precipitam, produzindo dep6sitos denominados colstivamente evaporitos. Os eva. Poritos raramente incluem quaisquer materiais organicos, mas a maioria déles contém algun sedimento detritico misturado com 0 precipitado quimico, Os sais depositades dependem naturalmente da fonte e da composicéo iniciel da dgna na bacia e dos fatéres fisico- -quimicos, como a temperatura, a pressio ¢ 0 grau da concentragio. A halita ¢ os sulfatos de céleio, 0 gipso e a anidrita s80 0s mincrais ‘A ORIGEM DAS ROCHAS SEDIMENTARES 279 mais comuns produzidos pela evapora¢io da gua do mar. Algumas massas de agua, de outro lado, tornam-se estagnadas como um t- sutado da circulagio deficiente e da perda de oxigénio através da deterioragéo da matéria orginica. Do ponto de vista quimico, estas Aguas sto rechtoras © os sedimentos nelas depositados tendem a scr pititicos ¢ colorides de préto pela matéria orgfnica abundante. Sio Estes depositos sapropélicos. Nos sedimentos detrticos, © grau de sclego varia amplamente; alguns depésitos so muito bem selecionados e contém fragmentos de famanho quase uniforme, ao passo que outros nfo apresentam sele- @fo ou a exibem de maneira deficiente, contendo particulas que d- ferem amplamente'no tamanho. As duas espécies refletem velovidades de deposigto diferentes e, conseqiientemente, ambientes diferentes, Os depésitos bem selecionados ¢ lavados resultam do transporte seletivo durante o qual apenas uma fragto da carga. sedimentar se deposita em um lugar qualquer,-ao passo que 05 sedimentos sele- cionados de mancira deficiente sio despsjados rapidamente dentro da bacia de deposigao ¢ a carga t6da se deposita prontamente, sem selegio aprecidvel, Muitas formag6es detriticas, contudo, contém ci madas astociadas, ou grupos de camadas que diferem no grau e no cardter da sclegio e pode-se indagar, com propésito, se a selecto pode Ser um criterio itil na determinacio do ambiente de’ deposieao, dado gue ela varia grandemente dentro de uma tnica massa de rocha se dimentar. As arsias bem selecionadas do canal de um rio, por exem= plo, so apenas uma pequena parte do depésito fluvial inteiro, estan= do associadas com outras camadas depositadas na planicie de inun- dagio ¢ no delta as quais possuem, caracteristicas ‘de selecao ¢ de tamanho de grinulos muito diferentes. Nesses depésitos, as-variac ‘96es mesmas tém signiticacio, pois indicam um ambiente que nio Uuniforme de um lugar para outro e de uma época pata ouira. Elas demonstram também mui claramente que nenhuma.amostra isolada pode representar adequadamente uma formicio sedimenter. ~ As areias bem selecionadas ¢ extensas depositam-se mais comu- Imonte-nas areas terrestres de arcia transportada ou nas partes rasas do mar e nas praias adjacemtes, onde a areia é lavada de mancita mais ou menos continua pelas correntes de vento e de gua, sendo movida para a frente e para trés e ventilada por longos periodos antes de ser enterrada permanentemente. A selegao déstes depositos pode ser reproduzida talvez em outros. ambientes, mas nao sla. uni- formidade © extensio. Nestes depéaitos, também, os grams de areia individuais freqiientemente se tornam arredondados como um resultado do movimento continuado por muito tempo determinado 280 PETROGRAFIA pelas correntes; podem, também adguirir brilho pela acio do vento, mas com maior probabilidade sto polidos pela agao das ondas. Nas bacias mais profundas, assim marinhas como continentais onde a velocidads da acumulacdo dettitica ¢ répida, existe a tendéncia para a formagio de depésitos mal selecionados, ¢ os gramllos no estio muito desgastados. So éstes apenas alguns exemplos que ilustra a dependéncia, em gue ficam muitos aspectos das rochas sedimentares, do ambiente de deposicfo. Mas quando se tenta deslindar a histéria de um sedimento antigo pela interpretagao dos aspectos como a composigdo e a textura, haverd provavelmente ince-teza em nossas conclusGes, ov clas serio tGo gerais a ponto de se tornarem vagas. Por esta tazo, a presenca de fésseis nos sediments € singularmente util: éles sao, de ordindrio, uma indicagio direta ¢ positiva do ambiente de deposicéo. Mas 05 fésseis sdmente podem ser a base para ugha interpretacdo acurada quando os organismos foram enterrados sem que tivessem sido afas- tados da area em que viviem € mortiam, Alguns materiais orginicos stio detriticos, mio podendo ser interpretados diretamente; uma vez depositados ¢ entcrrados, sio arrastados mais tarde para dentro de tum depésito sedifnentar mais recente em um ambiente diferente. Ow 08 restos orglinicos existentes tas partes rasas dos Ingos e dos mares podem ser transportados pelas correntes do-fundo para profundidades maiores, além do seu habiat normal. Alguns organismos que em vi- da sio formas flutuantes — peldgicas, em contraste com as beniéni- cas, isto €, habitantes do fundo do mat ou dos lags — podem afun- dar e ser incluidos ém viros sedimentos em muitos ambientes aquo- sos diferentes. A presenca de foraminiferos em um sedimento indica um ambiente matinho, mas smente certos géneros ¢ espécies de fo- ramintferos bentGnicos sugerem, a um Otho experimentado, condisdes de fundo ¢ zonas de profundidade particulares, Muitos outros orga- nismos permitem fazer o diagnéstico, mas muitos nfo o permitem. Algnns mninsros, por exempla, so formas de dgua dose, outros gua marinha; outros, incltindo certas ostras, florescem em dguas en- tre as marés ¢ periddicamerte salobres. A utilizacdo do contetido org’ rico dos sedimentos como uma indicacdo do ambiente de deposicio exige algum conhecimento de paleontologia, particularmente do ramo da cigncia denominado palzoecologia. Alguns petrdlogos sao capazes de interpretar por si mesmos esta evidéncia, mas devem sempre que possfvel socorrer-se dos paleontologistas, pois os restos organicos sio parte inerente ¢ importante das rochas sedimentares em que ocorrem. Os critérios inorganicos especiticos pelos quais se possa.julgar diretamente 0 ambiente da deposigo so raros ox insuficientemente Glautor iby ‘A ORIGEM DAS ROCHAS SEDIMENTARES 281 compreendidos. Um dos mais dteis 6 0 mineral glauconita, dissemi- nado em sedimentos de t6das as idades e formado, na aparéncia, ape- nas em ambientes sedimentares marinhos. fle forma-se por diagéne- Se nas lamas depositadas sobre o fundo do mar, usualmente onde a gua tem menos de 200 metros de profundidade e sob condicées ro- dutoras (pég. 399). A pirita forma-se comumente nos mesmos lugates ¢ 0s dois minerais esto muitas vézes associados nas rochas sedimentares. Os xidos férricos, disseminados por tdda a parte em um depo sito de camadas vermethas, produzem uma coloragio vermelha uni forme e indicam condigdes fortemente oxidantes no lugar da deposi. gio. Pode-se esperar encontré-los com mais freqlléncia em ambientes, que nfo os marinhos, que estejam, pelo menos periddicamente, secos € oxigenados. A coloragéo vermelha causada pela oxidacdo durante © intemperismo de uma rocha € mais superficial do que 0 pimento vetmelho, semethante a argila, das camaday vermelhes primrtan, fas quais a oxidagio se processa a0 tempo da deposigdo. Nao se deve confundir ess coloragéo superficial com éste pigmento difuso nas mencionadas camadas vermelhas primitivas, Diagénese ‘Tanto a textura como a composi¢fo so afetadas pelas modifi- eaeBes que ocorrem nos sedimentos depois da deposigao. Sempre que estas modificacdes se processam em temperaturas relativamente baixas, so denominadas diagenéticas. A deposicio primitiva e a diagénese mal se distingnem quando estas modificacées ocortem no lugar da deposicao original e quase contemporaneamente com ela. A glauco- ita, por exemplo, é classificada usualmente como um mineral diage- nético, mas ela se forma nos sedimentos quando éstes permanecem insepultos sobre o fundo do mar (ver pags, 395-398). O carbonato de calcio precipitado como aragonita pode recristalizar rapidamente. dando caleita, ¢ a montmorillonita dettitica, em alguns ambientes mari aahos, talvez possa comecar a mndar-se em ilita ou clerita quase ‘Go logo seja depositada. Tais reacdes sio andlogas de algum modo ‘is: modificagdes ocorridas depois da deposicéo nos depésitos terrestres expostos ao intemperismo subaéreo antes que sejam enterrados; na verdade, tem-se feito referéncia A diagénese marinha precoce como sendo intemperismo marinho ou falmirdlise. Da mesma forma que 08 organismos ¢ os produtos orglinicos fomentam muitas reagdes durante © intemperismo subaéreo, muitas das reagdes que ocorrem durante a diagénese marinha precoce sao induzidas pelos organismos, particular ‘mente pelas bactérias © por wirios tipos de animais que sé alimentam 282 PETROGRAFIA de dctritos que abundam stbre o fundo do mar © habitam as lamas que ali jazem expostas. Uma populagdo orginica ativa esta confi- nada normalmente & parte mais alta de um depésito sedimentar & quanto mais tempo 0s Sedimentos permaneyam insepultos e expostos A abitacdo orginica continuada, tanto mais eficentes serdo as reagdes orginicas durante a diagénese. © tempo disponivel para estas reagdes precoces depende, portanto, da velocidade da deposigio, de modo que as modificagses diagenéticas precoces sio méximas ontle a depo- sigo € muito morosa. Qutras reagoes diagenéticas ocorrem muito tempo. depois da deposicao ¢ constituem o que se pode denominar diagénese tarda, Algumas destas reacdes ocorzem depois ‘que o sedimento foi enterrado por algum tempo, ou mesma quando le estd sendo deformado, Se elas se provessam a uma grande profun- didade abaixo da superficie. as pressdes ¢ as temperaturas so mais elevadas do que as existentes na superficie, Ba diagénese passa entdo gradativamente para o metamortismo, © tempo disponivel para essas teagdes pode naturalmente ser muito grande ¢ as mudancus ocasionadas tendem a produzir rochas litificadas, compactas Qs processos que ocomem comumente durante a diag&nese_in- cluem a compactagao, a solucdo, a autigénese ea substituicfo. Quan- do os sédimentos estio entsrrados, ovorre a compactagao;* as par- tfculas solidas de um sedimento sao comprimidas umas contra as outras pelo péso do material suprajacente © o volume da massa se reduz. Resulta disto que o fluido que enche os poros do sedimento é expulso ¢ deve, em geral, migrar vagarosamente para cima através do depésito. Q processo de compactagao pode ser notado melhor nas lamas aquosas, finas, tanto detriticas como quimicas, mas acontece em alouma escala em todos os sedimentos, A Agua original, ou conata (do. lati connatus: 4gua do mar mantida nos intersticios dos depésitos sedi- mentares e af aprisionada pela deposicao das eamadas suprajacentes)., de que 03 depésitos marinhos ¢ lacustres esto saturados, nao pode. todavia, ser destocada completamente apenas por éste processo, © parts dela permanece, pelas idades afora, inteurando os sedimentos enter- rados profundamente. Onde ela permancce, € 0 meio no qual ocorrem as alteragoes quimicas mais tardias e seu caréter excree um efeito considerdvel sObre mmuitas reagdcs diagenéticas, Parte do material original na maidria dos sedimentos é dissol- vido durante a diagénese, Se o material dissolvido € redepositado, + 0 tdrmo “camactagio” tat como ¢ usada pelos entenbsius aus liam com a ms éanice on rigs, teleteae reac do wodine produce fois expat dear ee a deo — de” um lo, aves di ‘gommresag; 0 temo. "comolldaes0", como ‘wade Br Seiten eu povatiade cn eal send sont do temo “comptes Ai" aries pele gist 0 inde pout mara der Sede Ytelkor => di A ORIGEM DAS ROCHAS SEDIMENTARES 283 como ocorre commumente, pode-se fazer referéncia a éle, simplesmente, como “recristalizado”, e o efeito é visivel apenas na textura da rocha, Alpumas rochas, especialmente as que consistem amplamente em carbonates, contém poros produzides por solugio; ou pode haver suturas estiloliticas, ou limites microestioliticos entre os granites, sugerindo que a soluedo ocorreu sob presso (Fig. 115B). A substi- tnigfio e os moldes das estruturas originais sio outras indicagdes se- guras de que a solugao de fato ocorreu. O processo de solugdo entre s-camadas tende a destruir < a climinar, em muitos sedimentos mais antigos, varios minerais instaveis, particularmente certos silicatos f romagnesianos de temperatura alta (Fig. 103A). A olivina ¢ 0s pito- xénios, por exemplo, so abundantes smente nos sedimentos detriticos relativamente recentes. Os minerais que sHo estéveis no ambiente diagenético comumente cristalizam de ndvo no sedimento adicionando-se por esta forma 20 depdsito original — processo éste denominado autigénese. Os mais comuns dos mincrais assim formados sio varios carbonatos ¢ a silica (Figs. 109, 110 © 112). A substituigdo dos minerais originais por vérios minerais autigénicos & uma forma de metassomatismo de tempe- ratura baixa que pode alterar acentuadamente a composigio de uma rocha sedimentar. Provivelmente, as alteragdes mais extensas ocorre- ram em muitas massas de calcdrio que esto substituidas agora pelo dolomito ou pelo chert. Essa substituigio ocorre comumente sem mudancas no volume da massa (Figs. 120, 122 e 123). O resultado mais Facilmente visivel da diagénese é a consolidacdo. Alguns dep6sitos so cimentados soja pela precipitacdo de abundante material nOvo nos espacos entre os grdnulos originais, seja por recris- talizagdo dos precipitados quimicos originais durante 2 compactacio (Figs. 108C, 109 e 130). Outros so litificados pela pressio (Fis. 108B). A compactacdo cerrada do material argiloso, por exemplo, produz um agregado firmemente ligado que no pode ser desintegrado, Taciivente, Alguus materiais elislives ais. grossus so convertides, | por um processo que combina a solugio parcial ¢ a deformacio dos ‘inulos, em agregados que se tangencia, nos quais os grinulos estao ligados uns aos outros como em um mosaico. Denominou-se solda uma combinacdo de cimentacdo e de tangenciamento dos gramulos, por pressio. Os efeitos da diagénese so muito mais notiveis e mais comple- tos em algunas rochas do que em outras, e 0 processo & certamente iuis eficiente em alguns ambientes do que em outros, embora tenba- ‘mos pouco conhecimento definitivo sdbre 0 efeito do ambiente. Basta dizer aqui que os materiais mais suscetiveis de alterar depois da deposi- 284 PETROGRAFIA ‘s20 silo os depésitos de argila, carbonatos e os sais mais solliveis nos evaporitos, Contréle do Ambiente Tecténico POsio que os vétios fatOres que desempenham uma parte na génese das rochas sedimentares tenham sido considerados até agora separadamente, no se deve supor que éles nao estejam relacionados entre si, Nem se deve supor que 05 varios processos envolvidos pro- gridam a uma velocidade constante, ou que seu cardter permaneca imutivel. As rochas sedimertares ndo so produzidas nem por ambi- entes passageiros, nem estiticos, Cada uma é 0 produto do ambiente total que existe durante um periodo de tempo considerével e por toda uma area também consideravel; ¢ ste ambiente global varia dentro éstes Timites, de um tempo para outro ¢ de um para outro Luger. fisses ambientes compostos incluem todos os fatdres mencionados; éles sfo dificeis do classilicar, mas séo governados em larga escala pela atividade tecténiea da crosta terrestre ¢ pode-se dar déles uma melhor descricdo em térmos de duas ou teés condigdes tectOnicas contrastadas., Em um exttemo esto aguelas regides extensas nas quais a crosta esti relativamente inativa por um longo perfode — nas quais a crosta € estdvel, Em regio, assim, depois do funcionamento tranqiiilo, por ‘muito tempo, dos processos gradativos, o relévo tende a ser baixo © clima suave e uniforme, A decomposicio das rochas pelo intem- petismo tende a tornar-se completa porque a remogio dos restos in- femperizados € vagarosa. Quando os detritos séo removidos, podem ser transportados para uma distncia enorme, sendo talvez depositados tempordriamente e, novamente, trabalhados muitas vézes antes que, Finalmente, repousem. Os depositos produaidos, embora grandes em volume, esto espalhados sCbre uma frea tio extensa que formam ‘mantos relativamente delgados. A crosta estével atinge, assim, um Perfil geral de cquilibrio sdbre o qual o scdimento pode scr arrastado por vastas distincias e no cual pode jazer insepulto por longos pe- tiodos, sendo lavado talvez, periddicamente, pelas correntes, enquanto 0s detritos excessives siio transportados para a frente em diresio a bacias mais profundas. SOmente o abaixamento gradativo da area de deposigéo, ou a clevacdo do nivel da base, permitiré a acumulacdo de um sedimento de grande espessura, Um ambiente estavel abranze provavelmente mares epicontinentais rasos, limitados por terras baixas extensas, 0 todo sendo uma parte da plataforma continental estavel. Os detritos minerais fermados em um cenério tectOnico assim tendem a ser concentrados: de minerais relativamente indestrutiveis, A ORIGEM DAS ROCHAS SEDIMENTARES 285 pois sbmente éstes tém a probabilidade de sobreviver ao longo intem- perismo © a0 transporte. Os grinulos de areia e os seixos tomam-se comumente bem arredondados ¢ os depésitos tendem a ser bem sele- cionados, com a areia ¢ a argila depositando-se cm camadas sopara- das. Nos mates epicontinentais quentes, os organismos calcatios ¢ os precipitados orginicos sao, de ordindrio, abundantes, de modo que se podem formar camadas de calcério extensas. O conjunto dos depé- sitos formados nas regiGes mais estveis inclui, ento, usvalmente, 0 quarizo, os arenitos e 0s folhelhos argilosos ¢ também, onde prevale- cem condigdes marinhas, numerosos calearios mais ou menos puros, incluindo muitos tipos fragmentarios, No outro extremo, esté um ambients tectdnicamente ative, ou instdvel, onde torras altas elevando-se e bacias abaixando-se resultam de um diastrofismo ative. O relévo tende a ser moderado ou alto e é mantido ou mesmo aumentado enquanto o diastrofismo continua ativo. Esse ambiente fomenta a sedimentacgo répida. A decomposicio pelo intemperismo ¢ leve porque a crosdo despoja rapidamente os restos das 4ireas da fonte; 0 transporte ¢ relativamente répido; c 0 sedimento pode ser Ievado para uma curta distimcia apenas, para ser depositado nas bacias abaixadas nas quais se acumula de maneira comparativamente sipida. A sedimentagao rapida, no sentido geoldgico, 6 naturalmente muito lenta segundo 08 padrées humanos, mas a scdimentagio pode Ser centenas ou mesmo milhares de vézcs mais rdpida em areas de diastrofismo ativo do que nas plataformas estaveis; e também a espes- sura dos depésitos formados nas bacias absixadas € correspondente~ mente maior. Onde concorrei o diastrofismo ¢ a sedimentag&o, 0 material detritico prepondera, usualmente, de maneita tio considerdvel, em tOdas as partes da area de deposicio, que os sedimentos quimicos c orgnicos sio relativamente raros e, onde éles ocorrem, estio ordina- riamente em camadas delgadas grandemente diluidas com restos de sochus silicatadas. Nos depésitos detriticos formadus nests condi- Ges, muitos minerais de facil _destruigio sobreviveram comumente, € os grnulos de areia no esto muito desgastados. A deposigio é to rdpida que a sclecéo tende a ser deficiente; a areia ¢ a argila depo- sitam-sc juntas. AS rochas sedimentares caracteristicas formadas em ambientes muito instaveis inciuem tOda a espécie de conglomerados argilosos ¢ arenitos, juntamente com argilitos ¢ folhelhos arcnosos © silticos. Nao sio raros os sedimentos compostos de restos vulcanicos € mesmo tufos ¢ derrames intercalados com camadas epiclisticas. Existem aio sdmente muitos graus diferentes de instabilidade na erosta da terra, mas também muitas espécies diferentes de ambientes fS. 286 PETROGRAFIA instéveis ¢, om cada um diles, formam-se varias rochas sedimentares. Nao ¢ a finalidade déste livro entrar na discussiio mais avangada d&stes, t6picos, mas um tinico exemplo clissico pode ser tirado dos Alpes Ocidentais, Ali, os gedlogos reconheceram hi muito tempo a existén- cia de dois conjuntos de rochas sedimentares que se depositaram em dois ambientes instdveis diferentes. Os depésitos ocorridos no seossin- clinal marinho, ou que precederam o pulso principal da orogénese alpina, chamam-se ftysoh; 08 depésitos de granulagio mais grossa corridos nas terras.baixas, situadas na frente da cordilheira alpina durante e depois de sua elevacdo, chamam-se molasso. O flysch alpino € caracteristicamente formado por camadas delgadas © esparsamente fossilifero, sendo muito grande sua espessura total. Consiste ampla- mente em camadas alternadas de arenito argiloso ¢ eqedrio, folhelho siltico cinza-escuro ¢ caleério impuro, embora uma ou outra destas rochas possa predominar equi e ali. © molasso & também espésso & esparsamente fossilifero, mas inclui tanto depdsitos continentais como matinhos de pouca profundidade, consistindo grandemente em areni- tos que, muitas yézes, so conglomeriticos. Os arenitos do molasso slo comumenie algo calcérios ¢ coniém numerosos grénulos instaveis assim de feldspatos como de varias rochas de granulacdo fina (Fi 100B) Os sedimentos formados nas partes mais estiveis da crosta ten- dem, entio, a ser diferentes dos formados nas areas muito instév as diferencas podem ser vistas nas associagdes, na composicao © na fextura c estratura das rochas sedimentares resultantes. Mas, prov’- velmente, € incorreto dizer que qualquer rocha particular se deposita sempre sob um conjunto de condigdes tect6nicas. 15 A COMPOSICAO E A TEXTURA DAS ROCHAS SEDIMENTARES Fonte Classificacéo Geral No capitulo precedente, distinguiram-se duas espécies/lz compo- nentes sedimentares, Uma consiste em material herdagé das rochas ‘mais antigas e inclui os minerais primétios da rocha juntaments com produtas de decomposicéo que nfo se dissolveram, como os minerais argilosos; a outra consists em mineral que cristalizon no ambiente sedimentat, Consiste a primeira espécie, em outras palavras, em minerais originados fora da area de deposigao © transportados para dentro dela sob a forma de particulas s6lidas, e depositados me. canicamente, Estes componentes denominam-se alogénicos ow detri- ficos. Os minerais da scgunda espécie que se originam por precipi. taco quimica seja dentro da bacia de deposicdo, soja mais tarde dentro do préprio depésito sedimentar, chamam-se autigénivos. Os minerals autigénicos sio, naturalm=nts, os componentes principais dos dep6sitos organicos ¢ quimicos, e dos cimentas intersticiais nos sedimentos detriticos A maior parte das rochas sedimentares s#o misturas de compo- nentes alogénicos e autigénicos. Alguns depésitos recentes, decer- to, so completamente detriticos, mas poucas, em verdade, so as rochas sedimentares antigas que sin puramente detriticas ou Puramente autigénicas. Muitas rochas so designadas por nomes que indicam serem misturas: fala-se comumente de caledrlo arenaso e de arenito calcdrio, fazendo-se referéncia a misturas de areia silicatada alogénica com calcita autigénica, e de caledrio argiloso e folhelho cal- cdrio, referindo-se a misturas de material argiloso com calcita autigé- nica, Algumas rochas compostas, coniudo, néo t&m nomes compostos: marga, por exemplo, € mistura de argila com calcita em quantidades quase iguais, c 0 porcelanito contém misturas de silica autigénica com material argiloso alogénico, usualmente com alguma calcita também, Compactados em uma rocha dura com o brilho da porcelana ndo- -esmaltada. 288 PETROGRATIA B possivel concober muitas combinagées diferentes, mas, feliz- mente para as finalidades de descricio © de classificagao, somente poucas das combinacdes possivels s4o quantitativamente importantes Destas, as mais importantes sfio. misturas dos quatro tipos de mate- rial seguintes: (1) Constituintes tipicamente alogénicos. (a) Areia, silt e seixos. Granulos detriticos relativamente gran- des (pag, 299) consistindo principalment: em quartzo, ‘outros silicatos comuns formadores de rocha, ¢ fragmentos de rocha, () Argila € silt extremamente fino. Gramulos detriticos dim ‘autos (pig. 299) consistindo principalmente em minreais argilosos, mas incluindo, de ordinirio, outros minerais. mi eéceos de granulagéo fina, como a sericita e a clorita © também fragmenios de quartzo mintisculos. (2) Constituintes tipicamente autigénicos. (c) Carbonatos de cal. Principalmente calcita, dolomita ¢ an- Kerita (4) Chert. Silica precipitada sob a forma de opala, calcedénia ou quartzo microgranular. ‘A composigéo das rochas sedimentares comuns pode ser des- crita em térmos. destas quatro classes de constituintes, cada classe sendo considerada como uma espécie de “membro final” que pode estar misturado com os outros em qualquer proporcio, Algumas ro- chas sedimentares, como chert puto, 0 calcério quimico* © a areia consistem inteiramente em um tnico “membro tinal”, mas muito mais abundantes sfo as rochas de composicao mista, que se classi- ficam de acdrdo com seus componentes. principais No existem limites ritidos dividindo as varias espécies de sedi- mentos © qualquer clastificagio das zochas sedimentares & necessiria- mente arbitrdria. O fato essencial a ser recordado € que as variacd entre as rochas sedimentares so continuas e que todos 0s tipos® sa portanto, eradativos. Este fato esté ilustrado, grificamente, pela Fig. 91, na qual se mostram os sedimentos como misturas de trés compo- nentes apenas, Nestes diagramas triangulares — os vértices de um tri- Angulo representando carbonato, argila e chert, € 08 do outro, carbo- nato, argila e arela — os pontos sdbre qualquer triangulo indicam + Ni te prone zee sips aul que soe a colette e dolomls, nos sediments, sie uilpicn, bora a mnt rag Slax" Ox zsios erodes Sor altri mas 408 Pia imataese pata formar eel eric ervitos /colof > Fes ‘A COMPOSIGKO E A TEXTURA DAS ROCHAS SEDIMENTARES 289 ROCHAS QUIMICAS © ORGANICAS copponata, de cal autigegico caleirioealeirio chet ‘ilicase —ealoario ston audi porcelanitos argo. ov cpio “Binding flbsiha fccito __arpldse SPEER _ ot atto ‘cia ‘ela ROCHAS DETRITICAS Figura 91, Classticasio Geral das Rochas Sedimentares © carfter arbitrério de cada categoria nomenda esti indicado pala omissio de limiter for no diagrama, As rochas puramente detritioas $0 misturas de atcia ede argila ¢ situam-se na parte inferior do diagrama: as misturas fguimicas ov orghaicas puras de carbonatos ¢ de silica situam-se a0 longo da Tint da parte superior clo diagrams. TOda Grea in(ermediécin representa 0s sedimentos mais comuns, que so misturas de materials alogénicos © auli- Bénicos. A linha divisoria entre as rochas detriticas de um lado e a8 quimices, fo ont, seria uma linha mediana horizontal através do diagrema; isto & 8° Fochas confendo mais de $0 por cento de material alogénico chamam-se dairies, 20 puso que ss que! contin menos se classiicam como quimicas tédas us misturas possiveis dos componentes representados por seus vértices. As misturas que envolvem a areia e o chert autigénico jun- famente na mesma rocha, © também aquelas envolyendo o sit’ em Jugar da areia, no precisam ser ilustradas, pois seriam classificadas de maneira semelhante, A classificacio completa das rochas sedimentares envolve const deragio de outros componentes minerais autigénicos adicional- mente os que foram incluidos na Fig. 91, mas os _prin- eipios da classificacio so os mesmos. Os fosforitos, por exemplo, so sedimentos em que um constituinte principal é 2 variedade cripto- 290 pETROGRAFIA cristalina da apatita, chamada coloféinio. ste material pode ocorrer quase puro, mas em geral 2st4 misturado com areia, argila ou carbo- nnato para formar arenites, fothelhos ¢ calcérios fosfiticos. Os eva- poritos so sedimentos que contém os sais mais solivels, como o sipso, a anidrita ¢ varios haldides cuja precipitacao € provocada pela evaporacdo. Também éstes podem ocorrer puros mas muito com mente esto misturados com areia, argila ou carbonatos de cal. Outros componentes autigénicos incluem ainda minerais ricos em ferro, como ‘a hematita, a siderita, a glasconita ¢ a chamosita, ¢ os sedimentos que 08 contém denominam-se pedras de ferro. Os capitulos seguintes so devotados A desctico das rochas sedimentares mais comuns, ageupadas amplamente como rachas arc- ‘noses, rozhas argilosas e rochas carbonatadas: calcirio ¢ dolomite Cada'um déstes grupos seré subdividido de acdrdo com o conte’ido ‘mineral e as texturas, e far-se-d tentativa de acentuar a maneira grada- tiva pela qual uma classe passa para a outra. Dedica-se um capitulo final & descrigdo dos tipos sedimentares miscelaneos que sfio abun- antes aguie ali. Antes de comecar as descrigdes pormenorizadas estas rochas, contudo, discutir-se-do certos aspectos gerais de sua textura © mineralogia, Ocorréncia e Estabilidade dos Minerais nos Sedimentos Qualquer” mineral ode ocorrer como mineral alogénico nas rochas sedimentares, Para tanto, basta apenas estar éle presente na rea da fonfe e sobreviver a0 processo de sedi- mentacde, Muitos minerais comuns, fotmadores de rocha, contudo, sto iustdveis; teadem a ser desirufdos ou moditicados durante 0 intemperismo, transporte au diagénese, sendo por conseguinte menos comuns nos sedimentos detriticos do que nas rochas-fonte. Os mi- nerais que nfo se alteram essencialmente pelos provessos sedimentares chamam-se esidveis, Mas a estabilidade neste sentido € relativa, ¢ s0bie esta base os minerals 10 se classificam prontamente em dais ‘grupos. Eles resistem 8 destruicdo em graus variaveis: em um extremo, estdo os minerais, como a zalcita a olivina, que st dissolvem ou se decompéem com muita tapidez em algumas condig6es de superficie ou préximo dela; no outro extremo, esto 0s minerals, como 0 quartzo, que resistem efetivamente & alteraco em todos os ambientes sedi- mentares. Entre éstes extremos esto muitos minerais de estabilidade intermediaria, Considerem-se, por exemplo, os ssilicatos ferromagnesianos das rochas igneas. Sujeitos ao. ntemperisma quimico ou as solucdes exis- tentes entre as camadas nos sedimentos enterrados, a olivina se d2- Lz ye A COMPOSIGAO E A TEXTURA DAS ROCHAS SEDIMENTARES 291 ‘compas com muita rapidez, seguida pelos piroxénios, pela hornblenda € pela diotita, na mesma ordem em que cristalizam normalmente a partir dos magmas em resfriamento, Entre os feldspatos, as variedades 1s em cal decompéem-se mais rapidamente do que as mais ricas em Alcalis; as mais estaveis sio a albita, o ortoclasio ¢ o microclinio. ‘O quarto ¢-a moscovita resistem tenazments & decomposicfo. A série GE miblidade entre ter mincrals ¢, pols, Someltante A sétie de reactio magmitica, sendo os silicatos {gneos formados por altima, de temperatura baixa, os mais estiveis nos ambientes sedimentares. (Os minersis formadores de rocha podem ser dispostos em, uma sétie geral de estabilidade para exprimir sua tesisténcia relative & destruigéo pelos processos normais de sedimentacio; é um érro, no fentantio, supor que a série permanece a mesma sob tédas as condicées, A caleita, por exemplo, € dissolvida pelas solusdes de superficie du- i cer ne tos eal inane ques, oni epee é abundante, mas nao se dissolve tio prontamente nas regides dridas, onde a vegetacéo é escassa. No ambiente de deposicdo e durante a iagénese mais tardia, a calcita cristaliza comumente como um mi- eral autigénico, sendo, entao, perfeitamente estivel. Os feldspatos alealinos também, julgados por sua formagao fregiiente como cristais utigénicos, sio estaveis durante a diagénese dos sedimentos marinhos; entretanto, sao suscetiveis de destruicdo ¢ comparativamente instdveis na maioria das condicées de intemperismo ¢ de transporte. Entre os iminetais argilosos formados pelo intemperismo, a eaulinita é, em ge- al, estavel em condigdes Acidas, ¢ a montmorillonita, em condigdes alealinas, mas existe evidéncia de que ambas tendem a alterar lenta- mente dando ilita ou cl durante a diagénese marinha. Sabe-se muito pouco, no entanta, sObre a estabilidade relativa dos mincrais nos varios ambientes diagenéticos como, por exemplo, nas 4guas marinhas comparadas com as aguas doves ou com as aguas fiulig alias, mas sa6ee.do etatilldade € prevommlysimenfe clterents ee el ae ore eee nunca sto autigénicos ¢ provavelmente tendem sempre a ser eliminados pela soluedo existente entre as camadas durante a diagénese. Entre @stes acham-se, por exemplo, os silicatos de alta temperatura das rochas igneas (olivina, piroxénios, hornblenda e plagioclésio edlcico), dos quais nao se sabe que eristalizem nas temperaturas baixas do ambiente sedimentar. Dado que éstes minerais sdo comuns nas rochas fgncas ¢ metamérficas e escassos nas rochas sedimentares mais antigas, éles devem ser grandemente eliminados durante a hist6ria do sedimento. _A classificacio dos minerais mais comuns nos seguintes grupos gerais pode servir melhor as finalidades desta discussio. ee qre pris pel & > Aremcho Lemons 292 PETROGRAFIA (1) Minerais instaveis, (a) Minerais que jamais foram autigénicos, ou 36 raramente 0 sto, Estes minerais tendem a ser destruidos ou alterados durante qual- quer dos estédios do ciclo sedimentar, ou em todos éles — por intemperismo, pelo transporte ou pela diagénese. Na ordem aproxi- mada da estabilidads crescente, o$ mais comuns so: a olivina, 0 piroxénio, o plagioelisio cd.cico (Aniarss), a hornblenda, o andesina- -oligoclésio, a titanita, o epidoto, a andaluzita, a estaurolita, a cianita, a sillimanita, a magnetita, ¢ ilmenita, a granada e o espinélio. (0) Minerais que comumente séo autigénicos. Estes mincrais so geralmente estévcis durante a diagénese marina; em outras pa lavras, les tendem a resistir & alteracdo uma vez tenham sido depo- sitados em um sedimento, Mas tendem a ser destruidos pelo intem- perismo e pelo desgaste e, portanto, devem ser classiticados como instéveis quando so detriticos. Na ordem aproximada da estabilidads erescente, os mais comuns slo o gipso, varios carbonatos, a apatita, a slauconita, a pirita, as z2dlitas (particularmente as variedades caled- tins), a clorita, a albita, 0 ortoclisio eo microclinio.. (2) Minerais estiveis. Minerais que resistem efetivamente a des- sruigéo durante todos os 0: estddios do ciclo sedimentar, Estes mi- nerais ovorrem tanto como constitaintes detriticos quanto autigénicos. ‘Os mais comuns sio os minerais argilosos, coletivamente,* 0 quartzo. © chert, a moscovita, a turmalina, o zircdo, 0 rutilio, a brookita ¢ 0 anatésio. Todos os minerals incluftlos no quadro precedente encontram-se comumente nas rochas sedinentares, mas s6 alguns déles tém a proba- bilidade de ser abundantes, Os mais abundante so 0 quartzo, que € ‘So componente principal dé arenité: © 63" ilierais argilosos, que so, ‘OF constituintes principais cos sedimentos argilosos. Em scguida, na relacdo, esto os feldspatos: 0 ortoclésio, © microclinio, @ albita e a oligoclésio-andesina; us carbomatos: a calcita e a dotomita, ¢ a silica sob a forma de chert. Disseminados, mas consideravelmente menos abundantes, so 08 Sxidos de ferro: a limonita e a hematita. “Todos 3 outros minerais em eonjunto constituem provavelmente menos de + Denoinnas exives of inrsis aralons & late foe como um grupo, vendo. bo eee ee ee ee eee oe ‘os elias itopeais ¢-ubtropeats A fla alvee a forma tals sodioesle sivel ‘a argila nos ambientes marinhes. ae s . A COMPOSIGRO E A TEXTURA DAS ROCHAS SEDIMENTARES 293 3 por cento da rocha sedimentar média. Aqui e ali, contudo, alguns dos constituintes menos comuns podem estar t30 cancentrados que se tornam 08 componentes principais em determinados depésitos, e déstes ‘os mais comuns so a limonita, a hematita, a siderita, a elauconita, a chamosita, o gipso, a anidrita, a halita © 0 colofanio. Todos os utros. minerais deverio ser, normalmente, considerados como sces- s6rios de menor importincia. E particularmente digno de nota que os minerais sedimentares mais disseminados ¢, especialmente, 03 que podem ser abundantes nas rochas sedimentares, est2o entre os que sto estéveis durante a diagénese. Isto & so minerais que podem eristalizar em temperaturas baixas. Os mais comuns de todos, o quartzo ¢ os minerais a sio estdveis em todos os ambientes sedimentares Weiler Hopat, Texturas das Rochas Sedimentares. ~~" p= (0 térmo “textura” de uma rocha refere-se a sua tonstituigho fisica na medida em que se distingue de sua composicéo mineral ou quimica, B possivel encontrar texturas semelhantes entre rochas d= composigto mineral muito diferente, e rachas de textura diversa podem ser sem2- Thantes minereldgicamente, O calcdrio, por exemplo, tem muites va- riedades texturais. Todos éles consistem essencialmente em calcita, mas alguns sio de granulacio grossa, € outros de granulacdo tao fina que os cristais individuais nfo so visiveis com facilidade. Aleuns slo compostos de grinulos todos de um tamanho tinico, ao passo gue-outros so mosqueados, com grandes cristais espalhados em ma- triz. de pequenos cristais. Em alguns caledrios, os eristais de ealcita tangenciam-se apertadamente, produzindo uma estrutura sem potos, como se fOsse um mosaico, mas outros calcérios so porosos. Os cristais de calcita podem estar dispostos de modo lamelar ou fibroso, tendo uma estrutura reconhecidamente orginica; podem ser cristais espaticos, com uma estrutura colunar mal esbocada, como a que se desenvolve quando os cristais crescem normalmente as paredes de uma cavidade aberta; mais comumente, so granulos equidimensionais ¢ a rocha tem uma aparéncia sacaréide. Alguns caleérios s&0 oolitices, consistindo em um sem-nimero de pequenos esferdides, cada um déles tendo usualmente uma estrutura concéntrica. Ainda em outros, a caleita tem 0 caréter de grnulos de areia, 05 quais podem estar soltes ou cimentados com bastante firmeza pela calcita precipitada nos Poros entre os grfimulos. Todos os aspectos referidos. neste exemplo So rexturas € constituem base util e significativa na classificacao das rochas. 294 vrTROGRAFIA Para decidir como se depositou uma rocha sedimentar, é preciso tstudar tanto a composigdo mineral como as relagdes texturais entre ‘9s componentes individuais da rocha. O conteddo mineral, por si sé, io basta, Nao é possivel distinguir os minerais autigénicos © os alognicos, por exemplo, smplesmente compondo duas relagdes, uma das espécies minerais presumivelmente autigenicas ¢ outca das. espé- cies alogénicas, porque muitos minerais seriam encontrados em ambas as listas. De fato, os mircrais sedimentares mais comuns (mincrais argilosos, quarizo, feldspatos alcalinos ¢ carbonates) tanto sio autic génicos como alogénicos. A distinco entre os fragmentos depositados mecinicamente e o$ matzriais que precipitaram quimicamente ou recristalizaram baseia-se_primiriamente nos aspectos texturais. B, Portanto, adequado dividir as texturas das rochas cm duas. classes amplas, a saber, as que so cldsticas ou fragmentarias ¢ as que S80 ndo-clisticas ‘Texturas Nio-clisticas Uma textura tipica nio-cléstica consiste em cristais que se tange- ciam mbtuamente. moldando-se de tal forma que no existe espago poroso intergranular visivel, Pode ser assemelhada a um mosaico e 2 ela se faz referencia como granular cristalina. Dentro dela, os gri- nnulos individuais podem variar na forma e no tamanho ¢ sets limites podem ser regulares e isos, ou. entalhados ¢ irregulares. HA também hos sedimentos niio-clistices algumas texturas que nio sto cristalinas, mas sim amorfas, como a da opala; raramente, entretanto, caracteri- zam grandes massas de rocha. Os aspectos essenciais das texturas cristatinas nfo-clésticas ori- ginam-se do crescimento ou do aumento dos cristais dentro do agr gado © podem ser descrites melhor, considerando-se 0s estdios de seu desenvolvimento, Os cristais que precipitam em primeiro lugar em uma solusao sie pequenos ¢ estio mergulhados em uma solucio sa- twrada que os alimenta ¢ na qual podsm crescer livremente. Esses ctistais iniciais podem estar presos a qualquer superficie sdlida com qual « solugio est em contato, ow podem formar-sc em suspensao. Todlavia, as solucées aquosis nos mares ¢ nos lagos que produzem a maicria dos sedimentos quinicos sia tao fluidas ¢ tém densidade tao baixa que quaisquer cristais suspensos vio ripidamente para o fundo © néle se assentam. © precipitado acumulado é um agregado poroso de cristais que nfo se tangenciam. As lamas caleétias, por exemplo, sio desta espécie, mas no permanecem muito tempo nesta condicio, Os cristais vao-se comprinindo uns contra os outros, intimamente, A COMPOSIGAO I A TEXTURA DAS ROCHAS SEDIMENTARES 295 pelo péso do sedimento adictonal, e podem continuar a cresver por pie- cipitacio a partir da solucdo saturada que permancce nos poros do. depésito, Na maior parte dos sedimentos quimicos. pelo menos uma reeristalizagéio parcial do precipitado original é induzida pela pressio aumentada resultante do enterramento, E &se um proceso metamr- fico em temperatura baixa, ou diagenstico, e as texturas resultantes devem ser denominadas, com propriedade, cristalobldsticas (pig. 179). Sem recristalizagao alguma, qualquer que ela seja, seria de es- Perar que a precipitactio a partir de solucoes aquosas diluidas Fesultasse em texturas bem porosas. Da cristalizagdo da salmoura concentrada podem resultar depésitos mais compactos, mas mesmo os evaporitos nas bacias lacustres dessecadas tém uma grande porosidade intergranular enquanto permanecem insepultos e ndo recristalizam, AS lexturas compactas, sem porosidade, resultam, contudo, onde os agregados de cristais crescem, exteriormente, por adicio lenta, me gulhados em solugfo saturads. Para alimentar ésse erescimento, deve haver um suprimento continuo de fons em soluciia ¢ éstes devem ser trazidos a sede da cristalizacéo por difusio ou pelo movimento da propria solugdo. Se essas condicdes sio satisfeitas, resulta um agregado compacto como, por exemple, em muitos enchimentos de cavidades ¢ fissuras e no cimento que enche os poros de muitas rochas. Dado que os sedimentos de origem quimica consistem todos em minerais que so pelo menos apreciaivelmente soltveis em agua, éles so particularmente suscetiveis de recristalizacdo durante a diagénese, ‘em especial depois que a temperatura e a presstio aumentaram por causa do enterramento. Essas rochas tém, portanto, muito comumsnte, texturas cristalobldsticas. Durante a recristalizagao simples do sedi- mento original, sem acréscimo de quaisquer minerais novos, of tama- nho do griiaulo de um agregado tende a ser aumentado, de modo que os cristais individuais ficam muito juntos uns dos outros. Os li- mites entre os cristais podem ser relativamente lisos, como em umn mosaico, ou podem ser recortados ¢ interpenetrantes, Em qualquer caso, no se véem na textura espacos entre os gréinulos. Onde ocorre substinigéo da substincia original por novos minerais, 0 resultado pode ser diferente, E possivel que ocorra reducio, no lugar de au- mento, do tamanho do grfinulo, como na dolomitizasio ou na silifi- cacio de caledrios de gramulagdo grossa, ¢ que se produza porosidade $20 novos materiais ocupam menor volume do que o original. Durante a diagénese, encontram-se os efeitos da solucio em muitas 296 PRTROGRAFIA rochas contendo mincrais soliveis na agua. Isto pode, naturalmente, dar origem & formagdo de cavidades, aumentando assim a porosidade da rocha. Os estidlitos 30 considerados, de ordindrio, como um resultado -da solugao ao Jongo de uma superficie enterrada que se conservou fechada pela pressio, quando o material soliivel foi remo- vido. Onde os granulos adjacentes em uma rocha se interpenctram, sugerindo que se processou uma solucio diferencial ao longo dos limites dos gednulos, dizse que élés tm limites miervestiloliticos (Fig. 115B). Esses contetos tm comumente um pouco de matéria opaca concéntrada ao longo de si e podem cortar transversalmente um grinulo ou um fragmento féssil de modo a sugerit que éle tenha sido removido parcialmente depois da deposicdo. Por qualquer process por que s¢ tenham originado, as texturas eristalinas ndo-clasticas consistem em um sem-nimero de cristais muito pequenos ou de algins poucos grandes. A textura macrocrista- lina ou granular cristalina & a de agregados nos: quais os granulos so visiveis a Olho mu, tendo diametro de 0,2mm ou mais, Estas texturas podem ser divididas ainda em tipos de granulacio grossa (>5 mm) média (1-Smm) ¢ fina ( granitico, 0 conglomerado xistoso ¢ 0 conglomerada vulcdnico, aos madutos, como 0 conglomerado quart- ARENTTOS 317 aitico © 0 conglomerado contendo chert. Por importantes que sejam slas rochas, sua granulag2o grossa faz com que sejam menos adap- tadas ao exame em segdes delgadas.do que as rochas arcnosas ¢ delas nao se tratard ulteriormente neste livro. ‘A composicéo mineral dos arenitos tende, com a maturidade ‘erescente, a mover-se em direcao ao vértice do quartzo na Fig. 97. Um arenito completamente estével, ou maduro, consiste em grinulos que si0 bem selecionados, quase-arredondados ou arredondados, & compostos ¢ssencialmente de silica (quartzo, quartzito ou chert). Talvez se possa considerar a maturacio gradual de uma associagao de materiais detriticos, provindos de qualquer fonte, & medida que cla progride através de um ou de varios ciclos de sedimentagio, mas esta progressio em diregao & maturidade nao é continua ou directa, € em miuitas massas de sedimento ela nunca se completa, Normal- mente, ndo se observam transigGes graduais dos arenitos menos ma- duros para os arenitos quartzosos maduros dentro dos limites de um inico depésito, De preteréncia, acham-se graus diferentes de matu- idade em depésitos diferentes, causados por diferencas nas fontes, ‘nos processos ¢ nos ambientes que os produziram. Nas péginas que seguem, as descrigdes. petrograficas obedecem 20 esquemia geral de classificacio que acaba de ser esbocado, Con- Sideram-se em primeiro lugar os arenitos menos maduros — wackes € wackes cinzentos litices, arenitos liticos, wackes ¢ arenitos arcé- Zicos, ¢ arcézios. Finalmente, so considerados os arenitos quartzosos maduros. Scguc-se ésse procedimento na esperanca de que as descri- es terdo a clateza e a significacio genética maximas possiveis, Wacke e Wacke Cinzento Os melhores exemplos de wacke e de wacke cinzento sio os gue se deserevem apropriadaments come microbrechas. Em outras Palavras, sao agregados de fragmentos bem angulosos de todo tama- mho entre a arcia ou 0 cuscalho fino © a8 particulas impalpaveis Sao arenosos ou constituides por gramulos grossos, silicosos, masa matriz argilosa os envolve e, consegiientemente, t8m permeabilida Particularmente baixa, Aleuns wackes e wackes cinzentos contém fanto material argiloso que seus grinulos maiores estio claramente Separados por éle ¢ tem-sc a impressio de estarem suspensos nél © Stes wackes © wackes cinzentos passam gradativamente para as tochas deaominadas usualmente lutits, folhelhos © argiitos arenosos cov silticos, mos quais os grinulos de arcia ¢ 0 sili de granula¢io gts 318 PETROGRAFIA ‘grossa constituem apenas uma pequena parte do agrepado todo, Con- trastando com éstes, alguns wackes e wackes cinzentos sio téo are- nosos que muitos de seus granules se tocam uns nos outros © a matriz ocupa apenas espacos relativamente pequenos entre os 2ra- mulos, Por sua vez, estas rochas passam gradativamente. para os arcnitos contendo menos ce 10 por cento de matriz, nos quais os granulos de areia estio em contato mais amplo uns com os outros, ou com os vazios ow com 9 vimenta do que com a matriz.argilosa.* ‘Muitos dos fragmentos angulosos de rocha ¢ de quartzo e de feldspato em alguns wackes e wackes cinzentos so. estilhacos. alon- tados, orientados em geral de tal modo que as dimensées mais longas déles jazcm aproximadamente no plano da sedimentagio, Isto da & textura da rocha uma vaga orientacio preferida, ou anisotropismo, que € especialmente caracteristica (Fig. 98. A). As laminas detriticas de moscovita e de biotita também tém geralmente orientagio paralela pronunciada a0 plano de :siratificacio, embora menos comum nos wackes sem selecdo do que nos depésitos com melhor selecéo. Em algans wackes e wackes cinzentos, todos os grinulos t&m aproxima- damente formas equidimensionais 2 nao se descobre néles orientacio preferida alguma (Fig. 96 BC). Em muitos wackes e wackes cinzentos é possivel encontrar os earbonatos calcita, dolomits, ankerita ¢ siderita, distribuidos, de ocdi- nirio, irregularmente dentro dos depésitos e, com freqiténcia, substi- tmindo tanto os gramulos como a matriz. A calcita desenvolve sempre contornos irregulares, enquanto os cristais dos outros carbonatos tém a probabilidade de ser mais idiomérficos. Os cimentos precipitados, contudo, sio muito mais raros nos wackes © nos wackes cinzentos do que nos arenitos mais claros, resultado sem divida da matriz Deve aceniar novamenin (ver pg, 297) que nfo exe base cxaiaica pare igri nine eh ets en ee hin mace eae’ conte frase oe HNP as Ende” wiguacaltie' gae'e.-mmlor e"'S mence Os, Wagmentos manors otis soe Sho is ei! grpadon nae ty eanno ate ‘indtsoes "A propor of mate eot "tina fecha spense pode ser salads apeouaadae ingot, conta!” Brovavelifey lor Pere das eetimates feat senda por Be Spi lade, 66 Yinmentos Go aoenos de 20 microns ae amet ce hiss ‘Disinawir 0 waske, ou e sacle cinaono, do srito por uma cifra sbiteivia do 10 pot cote pu. aie ua € cangietaaie sathtntone “Ndo xomente 2 dtiigbe ce Ride aetnriament lin gringo mine Tembom volume speere a xe fous tr ino: nas spSos elendas Sepende’ mune grandemene dobro, coupactaehs Un ete por exemtle, cay tapg Ge depois conn maeial erxo faiaente Frowamente “Tae oee pos gem tohine — pode ser convo mal ede po SPBateSarsce fo commamila dando" getcaae “Segtase «mass bequease cre oe Gulauos de‘area, NeSt ima toi,” @ mater pode constitu nao “mes que 10 DO! Sento de ne ARENTTOS 319) primitiva impermedvel que impede a circulagdo das solugdes através dos wackes @ obstrui a maior parte dos vazios onde podia ocorrer a previpitacao simples. Os wackes mito duros e escuros — 0$ que apropriadamente se denominam wackes cinzenios — provém quase exclusivamente das formacoes do tercidrio primitive e do pré-tercidtio que foram enter radas profundamente, Por arenosos que possam ser, suas caracteris- fieas salientes sfio conferidas por matriz escura e endurecida sdlida- mente, composta em larga escala de clorita ¢ de ilita ou sericita ¢, provavelmente, de silica, matriz essa que € parte essencial e muitas yézes preponderante da rocha e que se formou provivelmente a partir do detrito argiloso original por compactagio ¢ recristalizagao durante 0 prolongado enterramento profundo. O que talvez scja mais notayel a respeito déstes wackes cinzentos é sua semelhanga geral de aparéucia, independentemente das difercncas nos constituintes detrt tivos que contém; as diferentes variedades de wacke cinzento rara- ‘mente se podem distinguir umas das outras pela observagdo casual dos espécimes de pequenas dimensoes. Esta semelhanga resulta da maatriz uniformemente escura que rodeia ¢ reveste todos os grdnulos maiores. Nas segies deleadas, entre nfcois cruzados, vé-se que a ‘miatriz € microcristalina ou criptocristalina, mal se distinguindo de alguns fragmentos de tocha de granula¢ao muito fina nela incluidos; na maior parte dos wackes cinzentos, os fragmentos rochosos detti- ticos se réconhecem muito facilmente por scus contornos clisticos quando vistos na Inz comum. A substituicio dos. grdnulos detriticos ‘maiores por minerais da matriz € evidente em muitos wackes cinzentos, mostrando que a matriz é, na verdade, rectistalizada. As partes marginais dos grinulos de quartzo e de feldspato esto penetradas, muitas vézes, por laminas minusculas de clorita e de ilita ou sericita, de modo que os limites dos grinulos se mosttam indistintos quando vistos com aumento Pequeno va moderado. Em alguns wackes cinzentos, a maior parte os griinulos, qualquer que seja a composic&o, estio substituidos em suas margens produzindo uma textura particularmente indistinta, na qual os erinulos parecem desaparecer dentro da matriz; em alguns wackes cinzentos ricos em ferro, a substituicao dos grfinulos de quartzo © de chert pela clorita é completa, aqui e ali, As Kiminas de mica © de clorita substitutivas esto ustalmente orientadas de modo que Suas superficies largas formam Angulo bem aberto em relagio a super- do granulo, & nos lugares onde numerosas liminas penetram nas bordas dos grdnulos, o limite entre o granulo c a matriz pode ter'em pormenor aparéncia semelhante A de um ponte. As léminas 320. PETROGRAFIA micéceas dentro da propria matriz, ~por outro lado, estio geralmente orientadas ao acaso, ou talvez aproximadamente paralelas as superti- ies dos granulos adjacentes. Quais sto as contrarartidas désses wackes cinzentos entre os de- pésitos recentes? A matriz da maioria dos wackes cinzentos, quando eepositados por primeiro, consistiam presumivelmente em minerais de argila misturados com fragmentos diminutos de quartzo ¢ de reta- Thos de mica ¢ de clorita detriticas, ¢ tinha um aspecto muito diferente do que tomou mais tarde depois da rectistalizacdo diagenética. Os ‘componentes dctriticos déles, todavia, tém a mesma composicéo ea mesma angularidade dos granulos que muitos wackes mais. jovens depositados tanto nos ambientes matinhos como nos que nfo 0 so; estas rochas mais novas nfo diferem essencialmente das mais antigas, exeeto na condicéo de saz matriz que é menos compactada do que das rochas mais antiges, e muito menos recristalizada. Gonttica- ments, éstes wackes e wackes cinzentos sao’ provavelmente iguais e, portanto, sfc tratados juntamente neste livro. Tal como indicado pela composicao de seus granulos maiores, os wackes © 0s wackes cinzentos derivaram de ampla variedade de rechas matrizes. A maior parte déles so imaturos, pois, embora seus grdnolos possam sor em larga escala de quarizo, éles contém muito feldspato e numerosos fragmentos de rochas, como ardésia, xisto. folhelho, chert e rochas vulcdnicas. Na Fig. 96, a maioria déles localizam-se no centro & um pouco acima déle (por exemplo, as varicdades liticas, arcévicas ¢ feldspiticas). Esses wackes © wackes inzentos imaturos esto disseminados e ocorrem por toda a coluna estratigrdfica, Acumularam-se usualmente nos geossinclinais que afun- dam rapidamente. Essa foi, de fato, a origem das primeiras. rochas a serem chamadas wackes cinzentos, os arenitos do devoniano tardio © do carbonifero precoce das montanhias do Harz, na Alemanha: @stes contém tanto feldspatos como fragmentos de rochas em grande abundancia, mus os priseiros (udem 4 predominar.* Bucoutiaunse ‘outros exemplos entre as camadas inferiores do paleozsico de Gales € da Escécia meridional, © nos depésitos do mesozdico da Nova Zolandia. Rochas semelhantes so os wackes cinzentos do mesozsico Franciscano na Calif6mis, os wackes cinzentos de Stanley, do Missis- sipiano, em Oklahoma, os wackes cinzentos do Ordoviciano, em Newfoundland, c os wackes cinzentos do pré-cambriano na regido dos + ima erewenie desig pormengraads da petronatian déstes wackes clgenios fo! aoa por Re Heimpold Meter" Petronaphic der Tenet” Gngwwacken, Hetdelberger ile tur" Minerlogl seid Povoaraphte, Woh peak, 258904 1S. ARENITOS 321 Wigura 98. Wackes Cinzontos A. Wacke eiazento thico do Ordoviclano (formagfo de Fotuna), Lawrence Hyder, Newibundland. Dism. 1S mm. Um saregade sem sclee30. de arinifos angulosos cio aveia ode sil de grantlagto. grosa em mattiz rglosa abundante, Os graaulos sio quartzo (laros ov pontilhados Teve- ent), feldspato (orincipelmente plagioclésio, mostrado com clivagem) © alguns seathos de raica, flit, argo, cher? © andcsto ou basllo. AS Gimensdes longas da taior parle dos’ gramuloe jazem aproxsmadamente Paralelas a0 piano de estraificagéo, o qual € quase normal a sesio. 1B. Wacke cinzento do Franciscano, Mendocino County, CalifSmia. Diam, 1.3mm. Bm geral, semelhante a A, mas exive menor orientagio dos rinulos, ‘matriz levemente menor e mais grémulos de feldspato © de basalto. 'O espécime 6 tipico de muitos arenitos da Franciseano que esto ‘proxiimas to mite enire os tipos litiooe e areésieos ou foldspétices, C. Wacke cinzento feldepético do pré-cambriano, Hurley, Wisconsin, Diam, 13mm, Texturalmente igual a B, com 2 oxeecio de haver a matriz saireido ss border des griaulos. Os gelsulos de quarzo slo multo @bundantes, o feldspato € comum ¢ os fragmentos de rocha estfo esparsos. fe 6 um wacke cinzento bem conhecido, analisado quimicamente {U.S.G.S, Bull. 150, 1898, pigs. 84.87). Foi classificada com wacke Cinzento a ‘despelio da escatser dos fragmenics de rocha porgue tem a fextora peculiar © uma matriz cinzento-esverdeada escura. Grandes Lagos (Fig. 98). Ao longo da costa do Golfo dos Estados Unidos e nas cordilheiras da costa do Pacifico, existem muitos wackes menos endurecidos de composigdo geral semelhante; tais, por exem- Blo, sto os numerosos estratos nos. depésitos espessos do mioveno tardio © do plioceno das bacias de Los Angeles © de Ventura, > ez 322, PETROGRAFIA Wacke e Wacke Litico Cinzento Uma caracteristica essencial dos wackes liticos & que éles contém numerosos fragmentos de rocha. Em alguns depésitos, éstes podem ser muito mais abundantes do que os grimulos dos diversos minerais, mas a maior parte dos »ackes liticos contém, além dos fragmentos de rocha, quartzo em abundancia © mais de 10 por cento de feldspato Qs fragmentos rochosos podem ser de qualquar espécie; os mais comuns, entretanto, consistem em ardésia, xisto, folhelho, argilito, chert ¢ rocha vulednica, Em alguns depésitos, um tipo predomina sObre os outros, mas na maior parte se encontra uma mistura de tipos. feldspato € princizalmente plagioclisio. Os feldspatos. potés- sicos sio comuns em alguns wackes liticos, mas raramente sfo tio abundantes quanto o plagioclisio e nio se sabe se isto pode acon- fecer. Nas rochas mais jovens, € possivel encontrar as variedades de plagioclisio céleico © sédico, mas nos wackes cinzentos mais antigos apenas so comuns a alkita, 0 oligoclisio ¢ a andesina sédica. A escasser de variedades mais eflcieas, geralmente instévcis, sugcre que elas foram destruides durante a diagénese. Na verdade, alguns wackes cinzentos contém a ze6lita célcica laumontita que se pods ter formado pela alteragao do feldspato cilcico. A laumontita pode passar despercebida algumas vézes por causa de scus indices refrativos baixos e da auséncia de cér, Ela tem a aparéncia geral da albita e pode ser confundida facilmente com ésse mineral, especialmente ond: substituin granulos de plagioclisio detriticos, Muito do plagioclasio nestes rochas € claro e tem geminagto Jamelar nitida. © oligoclésio c s albita transparentes derivados. das rochas metamérficas, contudo, nem sempre so geminados e deve-se tomar euidado para que o feldspato nao-geminado de indice refrativo baixo nao seja identificada incorretamente como ortoclasio, Nas mar- gens de uma secéio delgada, naturalmente, a comparacao dos indices tefratives do feldspato com 0 do bilsamo do Canada Tuc vom que se possam identificar as variedades do feldspato. Usualmente, alguns grfinulos de feldspato esto turves por causa da alteragdo dos pro- dutos; de fato, granules muito alterados e outros perfeitos esto comumente associades. O aspecto turvo de alguns grinulos alterados resulta dos mincrais argilosos formados pelo intemperismo, mas mui- tos granulos estfo turvos com minerais como a clorita, a sericita e 68 carbonatos produzidos seja pela substituigio diagenética, seja pelo metamorfismo de grau baxo, Nos wackes liticos mais maduros predominam os gramilos de quartzo e os fragmentos ds rochas silicosas e argilosas; os feldspatos ARENITOS 323 constituem menos de 10 por cento da rocha e podem mesmo estar completamente ausentes. Estas rochas denominam-se wacke litico cubjeldspdtico, ou wacke cinzento litico subjeldspdiico. Das rochas fendo esta composi¢ao geral, contudo, as mais abundantes e dissem hadas tendem a ser algo melhor selecionadas do que o wacke tipico € muitas delas se classificam com mais proprisdade como arenitos.* ‘Alguns wackes, compostos de detritos derivados em larga escala de uma espécie geral de rocha matriz, podem ser distinguidos ade- quadamente na base de sua composigdo. Os wackes e wackes cin. zenios vulcdnicos, compostos principalmente de residues erodidos dos terenos vuleanicos, so exemplos comuns. Ocorrem no jivsch do tercidtio dos Alpes da Sui¢a, ¢ so particularmente numsrosos entre bs estratos do tercifrio e da era mesozsica depositados no cinturéo forogénico que margsia 0 Oveano Pacifico. Ocorrem aqui © ali na formacdo mesozéica Franciscana da California, e sio abundantes entre ‘0s arenitos mesozdicos da Nova Zelandia. Provivelmente, 0s mais bem descritos so 0s warkes do Mioceno de Aure Trough, na Nova Guiné,** semsthantes a muitos depésitos do terciério situados nas Coast: Ranges da parte ovidental dos Estados Unidos. ‘A maioria dos wackes © wackes cinzentos consistem amplamente em detritos derivados das rochas vulcdnicas intermedidrias ¢ basicas, misturades talvez com uma quantidade menor proveniente de outras fontes.*** Caracterizaram-se por numerosos fragmentos de andesito ¢ de basalto que se distinguem prontamente por sua textura. Contém Por igual gtiulos de minerais escuros como a hornblenda, a augita © hipersténio uma abundancia de plagioclisio, comumente zonado © geralmente mais cAleico do que o existente em outros arenitos Iticos. Essas rochas, naturalments, so deficientes em quartzo. A mattiz € muito mais clorftica do que nos wackes néo-vulednicos ¢ tem, de ordinério, um colorido esverdendo nas secdes delgadas. A “lutita © 0 epicloto tendem a ser especialmente abundantes nos wackes cinzentos vulcénicos que foram consideravelmente alterados pela dia- Wis Pre ices detese nda inant ° = So snd: B Eta The Perotogy of the Miocene Sediments of the Aue Trova. Pants ros. Rap. Moe. Wier yet aie te wit natin 2 compara Pa gam 0 nln. ed dire Ot citker cine neta aE OM el, pda eet of the’ Crtacrous Grapmackes e} the Poser! Walley, Papua, Bid, woh Hh pass eit skh ease HE Es “2 Bites rein pin Sins Cc tl so 324 PETROGRAFIA génese, ¢ 08 pitoxénios e a homblenda foram, comumente, destruides nestas rochas. A calcita autigénica substitui com freqiiéacia 0 plagio- clésio, os silicatos ferromagnesianos © a mattiz, As particulas vulcdnicas, em muitos arenitos, foram,’ natural- mente, expulsas diretamente do vuleao para a bacia de deposigio c incorporadas, de modo direto, no sedimento em acumulacéo; em ‘outras palavras, elas so mais piroclisticas do que epiclésticas. De nomina-se com propriedade arenito tufdcio uma rocha que se formou Figura 99, Arenite Litico © Wacke Cinzento Litico ‘A. Atenito Itico caleério (formactio Mioceno Modélo), Santa Monica Moun- tains, California, Diam. 2,5 mm. Arenito regularmente bem selecionado consistindo em fragmentos ‘de xisio e de ardésia quuse-angilosos © quase -arredondados, © de graruios menores de quartzo © do feldspato (apenos vestigio), cimentados ‘com caleita microgranular. B. Wacke ciuzento nico de Bragdon (Mississipiano), Trinity County, Cab fémis, Diam. 25mm. Um agregado sem selepio de griulos angulosos incluidos em maiz argilbsa escura, Maiti em menor quantidade do que nos wackes cinzentos da Fig. 98. Os granulos sio om grande escala chert € ridlitos desvitrficados (poniithado), andesito e ariésia; exisiem alguns oucos grinulos de quaitzo (clar0s) ¢ um vestigio de plagioclasio (com livagem). Nao se vé orientagio preferida dos granulos. ©. Wacke cinzento volsinice (Tiidssico), parte sul da Nova Zelfndia, Diam, 2,5 mm. Um agregado em solegio Ue grinulos angulosos © quse-angt: dsos em matriz contend muita’ clorita microcristaliaa. Os granulos so principalmente fragmientos-de-roona andesifices ou basilticas; si0 comuns 6s granulos de plazioclisio (com clivagem); 0 quartz0 (claro) exisle em quantidsde secundaria. ARENITOS 325, claramente desta maneira, ou zufo, se predomina o material piroclés- tico. f dificil muitas vézes distinguir entre depésitos piroclisticos © epiclésticos de derivacéo vulcdnica, mas os depésitos vuleanicos {ritamente epiclésticos sfio com cert2za numerosos e disseminados, Arenito Litico Os wackes liticos passam gradativamente para arenitos Iiticos; mas os arenitos contém menos matriz e tém em menor escala 0 as- pecto de microbrecha, por serem mais bem selecionados e, de ordiné- rio, mais porosos e permedvels; seus granulos tormaram-se comu- mente quase-angulosos ou quase-arredondados pelo desgaste. Em alguns déles, os frazmentos de rocha so, de muito, os grénulos detri- ticos mais abundantes (Figs. 99A ¢ 103C), mas a maioria déles contém numerosfssimos grinulos de quartzo ¢ de feldspato. Da mesma mancira que os wackes, os arenitos liticos podem dividirse em vérios tipos. Alguns derivam de terrenos metamorfo- seados regionalmente ¢ contém, preponderantemente, fragmentos de xxisto © de ardésia (Fig. 99A); alguns contém numerosos fragmentos de rochas silicosas, incluindo muito chert; ¢ outros, denominados arenitos vulcinicos, compdem-se amplamente de restos’ andesiticos ou basilticos. Naturatmente, ainda podem ser formados outros tipos (ig. 103C) e, com freqiiéncia, contém misturas de muitas espécies iferentes de fragmentos de rochas. Alguns contém também grinulos minerais abundantes e podem ser subdivididos ulteriormente nos. que contém mais de 10 por cento de feldspato e naqueles em que o felds- pato existe em menor porcentagem; ésses tltimos podem chamar-se arenitos liticas subjeldspéticos. Os arenitos liticos de ascendéncia nio-vulednica esto entre os mais comuns de todos os atenitos (Figs. 94B, 100 © 101). Contém sbundantes grinulos de quartzo, juntamente com numerosos fragmen- tos de chert, xistox de gran haixa, filifo, ardésia « argilito. Geralmen- te, 0 feldspato esté presente, e restos vulcanicos alterados, derivados Principalmente de pedras verdes, so um componente acessério comum, Os arcnitos xistosos da série Siwalik, na regido norte da India, descritos por Krynine, sfo exemplos excelentes dos arenitos Iiticos Gerivados de uma drea de rochas metamorfoseadas regionalmente. Contém em média cérca de 40 por cento de quartzo, 15 por cento de feldspato, 35-40 por cento de fragmentos de xisto ¢ de filito ¢ 5-10 por cento de materiais acessérios. Tanto os feldspatos como os fragmentos de xisto oscilam entre os perfeitamente conservados © os a 326 PHTROGRAFIA Vigna 100. Arenitos Liticos ‘AL Atcnito de Belly River (Cretdceo), proxima de Calgary, Alberta, Canadé, Diam, 1.8 mm. Fragmeatos de chert e de rochas.vuledniees silicones (Gontifhade forts), andesto. quartzo (clare, ou pontithado' leve) © um Pouco de feldspato (com elivagem). Os fragmentos de rocha predorninam amplamente. Os grannls so quase-angulosos ¢ quase-arredondados © fempacotados firmemente, embora a textura permanega porosa, Notar os Srescimentos autigénicos’sGbre dois eranulos de quartzo (parte esaterda superior e centro) e a argila ferruginosa tecristalizada ém alguns. poros. BL Molasso, Bach, Suiga, Diam, 1,2 mm. Um arenito tem selecionado con- tendo fragmentos de rosha e prinulos minerais em quantidaces, aproxi- maclamente iguais: {ragmentas Ge rochas metamdrficas ¢ vuleanieas, cal Ario. (centro). chert, quertzo (quase claro), feldspato (eom elivagem) aise (parte direita, superior © esquerda inferior), Um erimulo de’ glaus conita (pontithado forte) aparece nia parte esquerda superior; exisem das assay locals de cimente de caleits, ©. Arenito do Eoceno (Wilees), a 1.000 m aproximadamente sbaixo da super ficie, regito central da Louisiana. Diam. Tom, Atenito fridvel de granu lags fins, contistinde cm grfiaulos anguloros © guase-angulosos ‘© eu) ‘massas locals de cimento de argila ede calcia (em baito, a diveita) Empacotado frouxamente © poroso. Os granules sio.particilas de rocha (ardésia, chert, flta. e roehas vulofinicas), juntamente com quartzo em abundineta (claro) e felaspato inalterado (com clivagem) em grande paste Plagioclisio. completamente alterados. Os tragmentos de xisto, por causa de sua estrutura laminada, texdem a ser achatados © a ter uma orienta Go paralela que di As rochas uma aparéncia altamente micdcea, mas dessas rochas sy mais bem selecionadas do que outras ¢ © aumento da matriz argilosa os arenitos passam gradativamente ARENITOS 327 para wackes. A série Siwalik produziu-se pela répida erosio de uma ferra alta ¢ depositou-se sObre uma planicie fluvial ampla; © muitos dos estratos sio camadas vermelhas, Todavia, sio comuns os at¢nitos marinhos de composicao geral semelhante. Figura 101. Arenitos Litieos A. Atenito do tridssiso, Boonton, Nova Jersey, Diam. 2mm. A selegio nfo € boa, mas contém pouen argils, quando a contém. Coniposto de granulos Aangulosos © quase-angulosos derivados de rochas sedimentares © metamor- fismo de grau baixo. Fragmentos de rochas-folhelho, ardésia, argililo © saleério (parte inferior, & esquerda ¢ a direta); tambéin grimulos de ‘quartzo irregulares e feldspato em pequena quantidade B. Arenit de Chico (Cretiveo), porto de Chico, Calitémnia. Diam. 1 mm. ‘Arenito bem selecionacio, de granulacéo find, consistindo em aréntlos uase-angulosos; mal consolidado e muito poroso. Os feagmentos de rocha io de ardésia e xisto fino, com poquona quantidade de chert, © quartz, Glare. ou pontihado fas) sbnindanies o feldspato (com tivagem, fanto turvo como inalterado, & comum; homblenda e epiciota.(pontinads sscuro, com clivagem, na parte superior, 2 esquerda, e mia inferior) esto presenles em cada lamina; uma lMmina eneurvada’ de biotita na parte Superior, & esquerda, ©. Arenito do triésico (Keuper), Stutigart, Alemanha. Digm, 1 mm. Gram Jos quase-angulosos, empacotados cerradamente; porosidade relativamente baixa. isto e- particulas de rocha mierogeanulares ‘muito abundaates (ineade © pontithado); quarizo © feldspato abundantes (pontilhada faco, com elivagem), tanto ‘ortoclasio’ como. plegioclasio; algumas laminas de mica. Grimulos de mica xisto comumente orientados parslclamente fstratficagio. dando Arocha aspecio -muilo” miciceo no espécime de equenas ddimensSes. 328 PETROGRAFIA Nos arenitos Iiticos contendo feldspatos em abundancia, acham- -s2 varios plagioclésios, oztoclisios, perthita e microclinio, mas usualmente 0 feldspato dominant: € 0 plagioclésio s6divo. ' Esses arcnitos s4o comuns em muitos lugares (Figs. 100C ¢ 101BC). So numerosos, por exemplo, entre os estratos do tercidtio nas Coast Ranges, na Califia, ¢ ao longo da costa do Golfo, onde muitos déles so importantes teservat6rios arenosos de petréleo (Fig. 100C) Tanto os grinulos de feldspato clatos como os turvos podem estar incluidos na mesma rocha, o que sugere terem sido as rochas da origem intemperizadas em clima quente, Gmido, mas terom sido ero- didas ripidamente, Nessis condigGes, poder-se-ia esperar que os Figura 102. Arenitos Valeanicos A. Formagio de ‘Tyee (Eoceno), Umpqua River (Oregon). Diam. 12mm. Griinulos de silr de granslagio grossa e de arela mal selecionados, angu- osos ¢ quase-anguloses, empacolados apertadamente, em matriz_argilosa colorida em verde pelo material cloritico. Cérea de metade os grinulos SGo particulas de rochas vulcinicss, principalmente de andesito; aproxima- amente 30 por vento sie plarioclasio, princinalmente andesina (pontfhade eve, com clivagem) ¢ cca de 20 por cento so quartzo (claro). Existe maitiz suficiente pera permitir a clasificagdo da rocha como um wacke vulcdnico. B, Atenito do mioveno, @ 400m ahaixo da superficie, ao sul de Lost Hills, Califia, Diam. 1.2 mm, Grinulos de andesito quase-angulosos, empa- colados Erouxamente, plagioclésio (pontilhado leve, com clivagem) e quartzo Chuentado sdlidamente cam calela de granulaglo grossa (poatilhado, com tduae clivagens). Nov centro, um evistal Gnigo do calcita inclui muitos fgrinulos dears, ARENITOS 329 detritos inclufssem tanto o material inalterado carreado ao longo dos cursos dos rios, quanto o material deteriorado proveniente do rego- lito mesopotimico. Nos arenitos liticos comparativamente maduros, 0s grdinulos de quartzo e das rochas mais estiveis sao mais abundar do que os granulos de feldspato ¢ das rochas menos estiveis. Um exemplo comum & 0 arenito litico subfeldspdtico. Estas rochas, em geral, contém em abundincia fragmentos de rocha silicosa comu- mente chamados de chert (Fig. 100A). Esse chert, contudo, inclui varias cspécies de rochas, todas microcristalinas e silicosas mas de varias origens ¢ graus de pureza, Algnmas, de derivacdo incerta, sf0 constitufdas de quartzo microgranular ou de calcedénia fibrosa ‘com impurezas abundantes; algumas mostram os contornos apagados das estruturas orgénicas, podendo comter algum carbonato a sugerir a Aerivagdo de formacOes de chert estratificado © de calcérios siliciti- eados; outtas, ainda, tém texturas de granulagio desigual, podendo riginar-se de metacherts ou de veios hidrotermais e de rochas vuled- nicas parcialmente siicificadas. Usualmente, os arenitos Iiticos nos quais ésses grénulos de chert so abundantes também contém frag- mentos de outras rochas, especialmente de argilito e de xisto quart- zoso, ou de uma tocha vulednica alterada. -Os atenitos constituldos essencialmente de chert puto e de quartzo so maduros e devem ser classificados com os arenitos quartzoses. Os arenitos vulcdnicos, andlogos acs wackes vuleénicos, e com- postos principalmente de residuos andesiticos e basilticos, so co- uns, especialmente entre os sedimentos do tercidrio e da era meso- ZBica em redor da bacia do Pacifico. Bles podem consistir em detri- tos vulednicos quase puros, mas éstes freqiientemente estio diluidos fem restos de outra origem que no a vuleanica (Fig. 94B), algumas vvézes em tal escala que o material vulednico se torna secunddrio © as rochas passam gradativamente para outros tipos. Fregiientemente, estado entremeados estratos de varios graus de pureza. Os residuos de basalto ¢ de andesito puros conttm pouco quartz, quando contém algum, © a porcentagem de quartzo pode ser tomada, em geral, como ‘medida aproximada da diluicéo pelos materiais na0-vulcanicos. Qs detritos vuledinicos bisicos sao particularmente suscetiveis de alteracdo durante a diagénese e muitos arenitos vulcfnicos do tercid- rio, e a maior parte dos da era mesozdica, ou mais antigos, esto mais ‘OW menos alterados. A clorita € 0 principal produto desta alteracio; la desenvolve-se dentro dos fragmentos da rocha vulednica junta- Mente com o epfdoto ¢ forma, comumente, um cimento fibroso verde -tlato nas cavidades entre os granulos detiticos (Figs. 102A © 109B) Também so muito comuns a cimentacio e a substituicio de alguns 330 PETROGRAFIA grdiulos detriticos pela ea . 102B). As particulos de video Vulcanico sdo reconhecidas prontamente quando nfo alteradas, por sea cardter is6tropo € relévo baixo, mas so muito instdvels e no so- brevivem por muito tempc no sedimento médio; raramente sio en- contradas nas rochas do pré-terciario Os arenitos vulednicos menos alterados contém, em geral, néo sdmente fragmentos de rocha vlednica mas também mincrais thpica- ‘mente vulc&nicos, como 0 plagioclésio zonado, o hipersténio, a augita © a hornblenda baséitica (Fig. 103A). Esses mincrais ocorrem tanto como fenoctistais em alguns fragmentos de rocha como sob a forma de granulos isoladas. Muitos désses diltimos, assim como dos fenocristais inelufdos nos fragmentos de rocha, estio limitados parcialments. por faces dos cristais que podem ser recouhecidos nessa quantidade seja por seu hébito, seja por sua relacdo com as linhas de crescimento dentro dos minerais. Os granulos de minerais desta espécie séo quase tio indicativos das rochas matrizes vulc&nicas quamo os pro- prios fragmentos da rocha e, nos arenitos vulednicos de granulacdo fina, so comumente os mais abundantes. Alguns arenitos desta espécie chegam a conter até 70 por cznto de plagioclésio. Em tédas as variedades de atenito litico podem ser esperados componentes secundérios em adico aos que definem a rocha. Tanto a moscovita como a biotita sio minerais acess6rios comuns e regular- mente abundantes em alguas dos estratos de gtanulagdo mais fina mais argilosos. As lamelas de mica esto orientadas geralmente para- Iclamente 20 plano da estritificacdo, e onde elas estio concentradas em certas ldminas, clas revestem as superticies t0das do acamamento. Nas segies delgadas, a orientagdo das liminas chatas da mica é, com freqliéncia, a Gnica indicagio do plano de estratificagto. Freqllente- mente, contudo, as laminas estio deformadas pelo fato de terem sido espremidas entre os granules de arcia (Fig. 95B), e entio, nas secdes feitas normalmente 2 estretificaco, so vistas recurvadas e espre- ‘midas ow mesmo despedacedas, e nos espécimes de pequenas dimen- ses t8m um aspecto encorade onde outros granulos foram compri- ‘midos contra elas. Nos depdsitus muito argilosos é relativamente raro estar a mica retorcida e despedacada © 0 mesmo acontece também nas areias recentes, no muito compactadas; e muitas vézes se encon- tra a mica que nfo sofzeu distorgdo nos arenitos caleérios firmemente cimentados em virtude, provavelmente, de ter ocorride a cimentagio antes que os grdnulos tivessem sido comprimidos uns contra o$ outros pelo enterramento profunds, Os minerals como 0 ziretio, a turmalina, os anfibélios, o epi- doto, a clinozoisita, a titanita © a granada sio minerais acess6rios ARENITOS 331 ‘A. Andesito arenito (Mioceno Superior, formacio Neroly), Mt. Diablo, Cali- {Grnia, Diam. 2.5 mum. Grinulos de andesito bem selecionados, empaco- tados de maneita frosva, quase-angulosos, andesina (claro, com clivagem), hipersiénio (no centro e'na parte superioe) e horablenda a esquerds © & dite, embaixo), Cada grfinulo ineluido em uma borda delgada de mineral lorfigo(?) fibroso que Serve como. ciniento fraca, O hipersténio € 8 hhornblenda sdo cuédricos, mas o hipersi@nio fol corvoido elas. soiugoe Situadas entre as camadas, depois do desenvolvimento. das’ bordss. clort ticas(2). Este € um arenito epiclistico ¢ ado um tufo ou tm arenito lufécio, B. Arenito tufécio calcério (Oligoceno, formacio Tunnel. Point), Coos Bay, Oregon, Diam, 3 mm, Uma mistura de material pirasiistico & epieléstien, epositedo cm ambiente marinho, onde se misturou com plauconita © se simentou com ealcita de granulacio muito fina (pontithado). Fragnientos de video curvos © quartzo ¢ feldspato detiticas (clnros); os fragmentos ‘mrves de meta-andesito ¢ de filito, c as balas com forma de esferdide ide glauconita estio pontilhados fortemente, ©. Serpentina arenite caledrio (Beceno), regio sudeste de Monterey County, Calitérnia. Diam, 3mm. Grénulos de serpentina angulosos © quase-angu- lescs (padre lincsr), juntamente com balas de earbonato mierocristalina {(pontithado) cimentados sblidamente com calcite de granulagZo fina, Noter ois foraminiferos intactos comuns de menor importincia nos arenitos litices (tanto nos arenitos como nos wackes), como era de esperar, dada sua disseminacao ‘em muitas espécies de rochas matrizes. Outros minerais acess6rios » comuns, derivados dos terrenos metamérfieos, so a estaurolita, a andaluzita, a cianita ea sillimanita, podendo os piroxénios ser abun- 332 PETROGRAFIA dantes nos arenitos derivados de rochas igneas bisicas. Existe a probabilidade de que qualquer dos minerais mencionados anterior- mente se encontre nos arenitos do tercidtio tardio ¢ nos recentes. Nos depésitos mais antigos, contudo, apenas podem estar presentes os mais estiveis, pois néles os minerais menos estéveis foram destrufdos. comumente pela diagénese; em muitos depésitos, alguns dos minerais instiveis esto representacos por granulos corroidos (Fig. 103A) Balas de glanconita podem estar presentes nos areaitos tices depositados. nos ambientes neriticos marinhos. Exceto nos depésitos muito Iamecentos, a glauconita provavelmente foi impelida de um ado para outro, ¢ scleciorada com os restos clisticos s6bre 0 fundo do mar, de modo que, nos arenitos, cla tende a ocorrer em balas aproximadamente do mesmo tamanho que o dos granulos da arzia ‘com os quais esté associzda intimamente (Fig, 100B), e est, de ordindrio, concentrada em léminas delgadas Os materiais orgénicos também formam uma parte de muitos arenitos liticos; seu carétet ¢ abundincia dependem amplamente do ambiente de deposigio. Nos arenitos marinhos, por exemplo, as con- cchas ealeSrias inteiras ou ftagmentadas podem ser abundantes. Algu- mas destas so pedagos partidos de carapacas pesadas de moluscos, como as das ostras, mas mesmo carapacas pequenas e frégcis, mesmo conchas inteiras de foraminiferos, esto muitas vézes conservadas. A ‘maior parte dos arenitos contendo ésse material caleério esto cimenti~ dos por carbonato adicional, precipitado provavelmente em tro das conchas atuanda como nicleos. Muitos arenitos calcérios, contudo, dio mostram vestigios de estruturas orgénicas (Fig, 99A). parenteasAredzic0s, (© wacke arcézico © 0 arenito arcézico contém quartzo abun- dante © mais de 25 por cento de feldspatos, incluindo-se. ai o plagio- clasio sédico (Any), 0 ortockisio, 0 microckinio ¢ a perthita, As variedades tanto s6dicas como potissicas podem predominar entte 0s feldspatos, mas os faldspatos célcicos nao so caracteristicos. Essas rochis, portanto, consistem essencialmente em minerais provenientes de matrizes quartzo-feldspiticas, de granulacdo grossa, como os gra- nitos, os granodioritos, os gnaisses e os xistos de grau médio a alto que constituem em grand: parte o embasamento cristalino; podem derivar também de formagdes sedimentares altamente feldspéticas mais antigas. Os grfnulos mais abundantes consistem em quartzo ¢ feldspatos, mas existe a probabilidade de que fragmentos de ardésia, de filito, de xisto de grav baixo de rochas vulcdnicas, de chert, de aifilito, de folhelho, de arenito e de caledrio ocorram nos. detritos ‘ anenitos 333) are6zicos como constituintes mais ou menos fortuitos e de menor mportancia. Com 0 aumento do contetdo em fragmentos de rocha de sranulacdo fina, os depésitos arcézicos passam gradativamente ‘para os liticos, Os wackes arcézicos c os arenitos arc6zicos nos quais Teo escassos ésses fragmentos de rocha — menos de 10-15 por cento J estio agrupados, em geral, sob 0 nome de areétio. Os minerais acess6rios de menor importéncin nas rochas. ar eéricas incluem a hornblenda, a titanita, a apatita, o zireto, a turma- fina, o rutiio, 0 cpidoto, a granada, a magnetita ¢ a ilmenita, junta- mente com alguns outros de ocorréncia ainda mais esporddica. Mui- tos dos depdsitos mais antigos, contudo, contém sdmente os mais estiveis désses minerais, especialmente o zircdo, o Tutilio a turma- fina, associndos bastante surpreendentemente com feldspatos abun- dantes inalterados. Essa associagio que, a principio, parece andmala resulta provavelmentc da solucdo dos minerais instéveis durante a Giagénese; pois as porgées sdlidamente cimentadas de algumas ca- madas contém numerosos granulos de minerais acessdrios instaveis, como 0 epidoto, a titanita e a hornblenda que, com freqiiéncia, esto fauscntes nas porgdes ndo-cimentadas das mesmas camadas, Con- irastando com éstes minerais, os feldspatos potéssicos c sédicos, sendo estaveis em geral durante a diagénese, nfo sao destrufdos ¢ podem mesmo aumentar pela autigénese. Entre os mais imaturos de todos os arenitos estiio alguns arcé- zios que so residuais © jazenn diretamente sObre a rocha granitbide de gue derivaram, ou que foram transportados a pouca distincia Esses poder assémelhar-se muito ao granito ¢ nem sempre é facil distingui-los da rocha matriz, parcialmente desintegrada, cujos mine- ‘ais les podem conter cm proporc&o aproximadamente igual & da rocha original. Seus grénulos nfo s6 so angulosos mas tendem a ser muito irregulares, semelhantes aos existentes no cascatho desintegra- do ¢ na areia encontrados sdbre as superficies do granito intemperi- Zale. Contudo, os grinulos, tendo sido desintegrados, nuo se tocam ins 03 outros, no arcézio, da mesma maneira como o fazem na rocha matriz ¢, entre os fragmentos maiores, existe geralmente uma argamassa semelhante a_uma brecha de fragmentos menores muito angulosos © de argila (Fig. 104). Nos arcézios antigos fitmemente compactos as Ifiminas de mica estio comumente retorcidas e mesmo quebradas em consealiéneia da pressio dos outros grinulos; comu- ‘mente, também, ficaram curvas as lamelas geminadas do plagiockisio. tados’® Baler parte dos arcSzios resduais e dos que foram transpot Hues @ uma distincia curta, a selecdo € negligenciivel © a estrat cago Pode passar despercebida. Os depdsitos tendem a ser de 334 peTROGRAFIA ARENITOS 335 Figura 104. Arcézio A. Arcézio (Tercifrio), Léke Manapouri, Nova Zelindia, Diam. 2,5mm. Geinulos angulosos, nioselecionados de artaclésio e 42 oligaclésio [com clivagem) ¢ de quarto (claro), acompanhados por Timinas grandes ¢ Pequenss de biotita ndo-orientadas, e um grinulo de titanita (em cima, A esquerda), todos unidcs por argamassa de argila sitica, levemente corada por limonita. Essencialmente residual, jazendo sObre a rocha granttica da gual derivou, B. Arcézio (Pensilvaniano, formacio Fountain), Boulder, Colorado. Diam. 2S mm, Grinulos angilosos, mal selecionados, de quartzo, de oligoclisio lurvo © de miccoclinio (ambos os feldspatos indieados por pontithado, mostrando clivagem), ¢ lminas acessorias de moscovita, unidos todos por matriz de argila siltica corada em vermelho por éxidos férricos. O epésito foi tansportado, mas sugere uma fonte granitica présima. ©. Arebrio Torridoniano (pré-cambrianc), Loch Assynt, Ese6cis, Diam. 2.5 ‘mm. Grinulos quaseangulosos, mal sciecionados, “de quartzo (claro © PPontilhado mito levs), de microclinio, ertoclisio © oligoclésio, sbli mente unidos, em mairiz. serictica, Os feldspatos estfo parcial: inalterados e, em parte, turvos (poniilhado). NSo estZo mostrados alguns frogmentos de rocha (isto) granulagio grossa ¢ geralmente incluem pedacos grandes, do tamanho de seixos, de quartzo e de feldspatos, juntamente com pedacos da rocha granftica integra, Boa parte do feldspato pode estar turva jetetioracto ¢ a argila formada por sua decomposicfo esti distribuida irregularmente por t6da a rocha. E comum o pigmento de éxida férrico conferinde & rocha uma coloragao vermelha, mas muito ar- Figura 108. Areézio ‘A. Avenito. areszico do Mloceno, ou arvézio, situado a 3.000m abaixo da superficie, porto de Simmler, Califérala, Grinulos angulosos ¢ quase- “angulosos empacoiadcs muito apertadamente: a selecio nfo & boa, mas Insxiste @ arg. Consolidade por compactagio sem cimento. O piagio- dlésio, 0 orlociasio e © microclinio (todos indieados por pontilhado eve) 0 quartzo (claro) sio mais ou menos igualmente abundantes; os granuios de caleita (pontilnado forte) © de biotita sio neessérios. Note-se a mica retorcida © comprimida, Bh Arenita aroszico micéce0, ou arcéio (Triéssico), Portland, Connecticut Diam. 2mm. Grinulos de feldspato (pontilhado leve) e de quartzo (claro), egulamente bem selecionados, angulosos a quase-angulosos; laminas de oscovita ¢ de biotta clovtizada, abundantes, orientadas paralclamente, ‘maiores do que os outros prinulos jazem paralelamente i estalifica A tocha esté levemeate cimentads par grinulos disperses de calcita (pon: tilhado forte © mostrando clivagem) e por crescimentos de auatizo secun- cimentam parcialmente @ rosha; massa de cimento de calcita (@ direita) sobre os crescimentos de quartzo e, provavelmente, se formow mais tarde Essa € uma rocha que comstitui um reservatério| e petréleo, na qual os Poros sio muito angulosos, sendo limitados elas faves dos erisiais de quartzo, B, O mesmo areaito que em A, mas de um estrato diferente. Mosaico de frinulos detriticos de quarize que se encosiam uns nos outros spsrtada- mente, Nio existe cimento aurigénico, mas sim uma concentragio Je material opaco a0 longo de alguns limites dos atinulos. Compare-se & textura com a em A Consolidacio produzida, provavelmente, por sol dadura sob pressio — isto & por deformagio dos granulos sob a cargs. associada com dissoluyto ao longo dos limites dos erfinulos nos ponios de tensio’ méxima, ©. Arenito de Coconino (Permiano), Grand Canyon, Arizona, Diam, 2 me. Granulos de quartzo bem selecionsdos, quase-arredondados e arredonds- dos, com microclinio esporidico (contro, parte superior, cimeniato aper- fadamente por crescinentos antigénicos de quartzo. © pontilhado escuro representa 08 vazios remanessentes, ARENITOS 343 rentes quando se gia a platina do microscépio estando os nicois “gnizados. Fsses detivam, provavelmente, em sua maior parte, de ‘eins, especialmente dos veios estrcitos nas rochas xistosas, mas alguns ‘Géles podem derivar também de outras fontes. Em outros agregados, ‘ps grinulos de quartzo individuais tém limites lisos, regulares ¢ mesmo jdiomérficos, sugerindo que tiveram origem como quarizo com a forma | dos dentes de um pente e com enchimentos de pequenos ou grandes -geodos. Texturalmente, os quartzo arenitos caracterizam-se geralmente ‘pela selecdo completa. Sio, de ordinério, arcias bem lavadas, des- providas praticamente de material argiloso. Depositaram-se, com pro- habilidade, cm ambicntes estveis tanto continentais como marinhos, onde a deposi¢ao era lenta © as particulas trabalhadas sempre de nbvo, de modo que antes do enterramento final os matetiais argilosos “finham sido climinados. Muitos déles resultam de dois ou mesmo de tr8s ciclos diferentes de erosdo e de deposicio. Nestas condigozs, ‘98 grimulos de areia tendem a tomnar-se quase-arredondados ou bem yredondados (Fig. 95A). Alguns quartzo arenitos de primeio ciclo, “todavia, consistem em grinulos angulosos ou quase-angulosos, Alguns quartzo atenitos consolidaram imicamente por cimenta- “¢fo, de modo que scus granulos detriticos estdo unidos apertada “mente uns aos outros por minerais autigénicos. Mais comumente, _cimento ou o quartzo secundario, ou ambos juntamente (Figs. 107AC © 10BAC). A consolidacdo pode realizar-se também pelo empaco- “tamento apertado dos grinulos detriticos sob pressio, usualmente " associada com cimentacio de importincia relativamente’ menor (Fig. 108B). Todavia, nfo raramente, mesmo alguns dos arenitos mais " antigos permanecem consolidados frouxamente; isto é verdadzito em _‘elagio a alguns arcnitos do Jurdssico do Plateau do Colorado, ¢ do " Ordoviciano de St. Peter, na parte norte do vale do Mississipi (Fig. 954). A cimentagdo pelo quartzo toma invaridvelmente a forma de ‘crescimentos ou aumentos secundérios sObre os granulos d= quartzo dciriticos, de cujas superficies 0 quartzo autigénico cresce para fora ‘em continuidade cristalografica com 0 dos grinulos. Todos ésses ‘erescimentos sccundérios sio perfeitamente claros e, usualments, Podem distinguir-se do quartzo detritico pelas linhas de impurezas -Gue esbocam as superficies algo siljas dos granulos detriticos originais; OU um granulo detritico pode turvar-se completamente por inclusdes -& ficar, “assim, em contraste acentuado com sua borda secundaria Impida (Figs. 108AC ¢ I10AB). Bsses contrastes entre 0 quartzo Btritico © 9 secundirio podem ser vistos, muitas vézes tanto na luz 344 PRTROGRAFIA plano-polarizada como entre nicois cruzados ¢ revelam, por conse- guinte, a textura clistica da rocha Muitos erescimentos de quartzo secundérios desenvolvem-se até que preencham completamente os espacos porosos originais na arcia; 9s cristais de quartzo ficam assim ligados apertadamente em agregados que receberam 0 nome de ortoquarizita.® Muito comumente, contudo, 05 crescimentos secundirias de quartzo no sio tio grandes © ni preenchem completamente os poros da arcia. Terminam, entio, ao Tongo dos lados das cavidades, por faces racionais do cristal de ‘quartzo — usualmente por prismas ou romboedros (Fig. 108 A). Essas faces podem passar despercebidas a menos que esiejam quas¢ normais ao plano da secic deleada, mas 03 espagos porosos limitados por ¢las so 03 Iados lisos c fortemente angulosos. De outro lado, onde o cimento é o carbonato, os espagos porosos da arcia esta, de ordindrlo, completamente cheios com uma argamassa granular, cristalina de calcita, dolomita ou ankerita, Cimento Autigénico nos Arenitos Muitos minerais diferentes podem cristalizar em uma areia depois de sua deposicao, mas sdmente alguns poucos estio disseminados © sfio abundantes como materiais de cimentagdo. Entre os que podem constituir 9 cimento principal em um arenito, © que, de ordinii setvem apenas para consdlidé-lo, esto 0s carbonatos (calkita, dolo- mita, ankerita e sidetita), 0 quartzo, a calced6nia, a opala, a anidrita @ 0 pipso, a barita e 0 colofanio (apatita). Désses, os carbonatos © © quartzo so, de longe, os mais importantes; os outros desenvol- vem-se mais localmente. ses outros minerais autigénicos, como os feldspatos alcalinos, a pisita, a clorita e a laumontita, contribuem ‘para a cimentagéo mas muitas vézes nenhum déles constitui o cimento principal. Polo menos duas tencéncias gerais esta aparentes na ocurréacia dos materiais de cimentario nos arenitos. Primeiro, o cimento mito mais comum nos arenitos limpos do que nos lamacentos, mal selecionados. A presenga Je matriz. argilosa parece inibir a formacéo de cimento quimico, talvez por causa de sua relativa impermeabili- dade. Segundo, a composicéo da prépria areia influencia de algum modo a espécie de cimento que precipita. O cimento quartzoso, por “AALS cr Suto ume sete tin 9s “nt ARENITOs 345 Figura 109, Cimentos nos Arenitos A. Arenito Iitico (Micceno, formacio Temblor), situado a 2.500 m abaixo da © superficie, Keitleman Hills, Celiférnfe. Diam. 1mm. Grimalos de rocha, quarizo e plagioclésio inclusdos poiquilicamente em um nico cristal do brits, Notar as clivagens uniformemente orientadas formando Angulo _—retos na barita, B. Arenito vulefinico (Mioceno, formaeio Temblor, situsdo « 1.200 m ab: a superficie, Vacalitos Fiold, Califérnia. Diam. 1mm. O cimesto é lorita. Uma'franja microfibrosa guamnece cada granulo, mas nos centros ‘dos poros a clorita aparece sob a forma microstanular. ©, Arcézio (Mioceno, formagio Topangs), Santa Monica Mouatains, Cali -—érnia, Caleta substituindo © plagioclasio; dentro de um Gnico cristal de calcita esifo incluidas massas irregulares de feldspato orientado uaifor- ‘momente, Um. granulo adjacente de quartzo-feldspato (em cima, & ex queria) aio est substituido. ‘eXemplo, ¢ abundante apenas nos arenitos ricos em quartzo, onde ‘eresce sob a forma de aumentos sobre o quartzo detritico; igualmente, 98 feldspatos autigénicos que ocorrem nos arenitos est&o principal- ments onde oxiste também feldspato detritico e, como o quattzo, éles desenvolvem principalments sob a forma de crescimentos secun- os sbbre os grimulos detriticos. A laumonita ¢ a clorita acham-se ‘almente nos arenitos vulcdnicos, sendo muito menos abundantes ‘outros. Os cimentos de carbonatos, embora. encontrados em ‘Yodos os tipos de arenitos, formam-se invaridvelmente sempre que a ‘88a original tenhia contido o carbonato primétio. Pode haver varias licacées para esta tendéncia da concentracdo de determinados 346° PETROGRAFIA Figura 110. Cimentos ros Arcnitos ‘A. Arenito Ponsilvaniano, Zuni Moun:ains, Néyo México. Diam, 1,5 mm. Quarizo ¢ varticulas de mocha turvas, revestdas com Sxido ferrca (prey, cobertos aqui ¢ ali, por sua ver, por crescimentos secundarios, clarbe te quarizo; 9 todo esia cimentado ‘por calciia de gtanulugio. grossa (eonte Thado)- Notar as ficiras de inclustes. globulares: opacas mos grénulos de uarizo. B. Atenito aroézico do creticeo, Gualala, Califenia, Diam. 0,5 mm. Cres- simentos seemndiirios Iocilizados, transparentes © eueiricos, de ‘gusreo autisénico sObre quartzo detrtico (centro, om baixo, A diteita © esquerda) (Os arescimentos secundétins do quarizo estio cobertos pela zsélita uimon: tia, © os poros remancs:entes stfo cheios com esta fitima Uinhay de elivagem mas sem 0 ponilhado). a C Arenito seixoso (Miosenc, formacio Temblor), Rest Ridge, Calif6rnia, Diam, 0,73 mm. Um cimenio incompleto de calcita orientada uniforme: ‘mente (pontilhade, com inhas de clivagem); 0$ varios mosicam,franie de, um mineral cloritico microftbreso, cobrindo tallo.# cals como, os fsrinulos detriticos; a franja cloritica coberia com opal (branco), mentos em certas areins. Alouns grfnulos de arcia atuam vomo micleos de eristais s6bre os quais s= precipita o cimento da mesma compesicdo controlande assim parcialmente o desenvolvimento do Cimento em causa. © material cimentante pode derivar também do proprio depésito cm que precipita por dissolucdo parcial de alguns dos constituintes detriticos. © hilbito dos diferentes cimentos ¢ inteiramente varidvel ¢ ¢: grande interésse. A calcita, por exemplo, desenvolve-se entre 0 ARENITOS 347 warizo © 06 grinulos silicatados em algumas rochas sob a forma de agregados de gramulagio extremamente fina, Os cristas de calcta muito grandes, no arenito, podem incorporar colOnias inteiras de gramulos detriticos dentro de um tinico cristal e produzir o que se conhece como mosqueado brilhante (Fig. 110A). Os cimentos de - barita e de gipso também desenvolvem aqui ¢ ali éste hébito (Fig. 409A). Os fragmentos orginicos compostos de cristais de caicita isolados, como as placas de equindides, esto guarnecidos comumente com calcita clara autigénica crescida ¢m continuidade cristalogrifica com 0 fragmento. Os outros carbonatos — dolomita, ankerita c siderita — vendem a ter agregados mais uniformemente equigranu- ares, de granulagfo fina ou média, dentro dos quais os cristais ndividuais tendem a ser mais idiomérficos do que os da calcita, Muitos désscs granulos revelam zonas concéntricas que diferem entre + de algum modo na composiso, parcularmente no contoido em 0. Dos cimentos menos comuns, 0 colotanio € sempre microctis- talino ou criptocristalino, dando-se 0 mesmo com a calcedénia, A ‘opala, naturalmente, € amorfa; o cimento da clorita parece ser fina- mente fibroso, estando as fibras quase normais is superticies do grinulo sObre as quais elas crescem (Figs. 109 B e 110C). Outros Gimentos podem sex de granulacdo fina ou média e mais ou menos uniformemente granulares, Diversos cimentos minerais ocorrem, comumente, em uma tnica focha. Podem estar associados intimamente, cristalizando juntamente ‘Ro mesmo espaco poroso, ou estar distribuidos em massas mais ov menos isoladas. Onde ocorrem juntos dois ou mais minerais de cimentaco, as relacdes reciprocas so dz particular interésse, como Indicagdes possiveis da seqtiéncia ¢ do modo pelos quais se formaram. Os dois cimentos obscrvados mais comumente em contato sio o Quarzo ea calcita. Usualmente, a caleita parece ter cristalizado na Parte superior dos cresciuseulvs secundarios em enédricos do quartzo (Figs, 108A © 110A). Tem-se registrado, entsetanto, a calcita euédrica contra o quartzo. Os outros carbonatos e também os felds- atos autipénicos stio quase sempre euédricos no contato seja com 0 uartzo autigénico, seja com a calcita Nao € dificil, contudo, interpretar-se 0 idiomorfismo d= um thineral relativamente a outro. Ble pode resultar de uma seqiiéncia ‘€m que © mineral euédrico se formou primeiramente dentro de um ‘Vazio, tendo sido coberto mais tarde por um mineral informe que Prencheu a cavidade remancscente. Ou pode resultar de um processo _ Pel qual o mineral euédrico substitui o outro, sendo, porianto, 0 oa 348 PETROGRAFIA ‘mais tardio dos dois. Esta & seguramente a otigem’ do quartzo, do feldspato alcalino ¢ da dolomita euédricos achados muitas vézes nos caledtios. A. calcita, por outro lado, tem uma tendéncia tio pequena a ser cuédrica que nfo assume sua forma cristalina, usualiente, quando substitu outros mninerais; de fato, os contatos que ela forma or substituigo sao inregulares nos pormenores (Fig. 109 C). 0 tinico critério isolado realmente de confianca para a sequiéncia da cristalizagdo entre os matetiais de cimentacdo nos arenitos € sua isposicZo nos poros. Se um poro esté revestido mais ou menos completamente com um mineral © as partes centrais esto cheias com ato, pode inferit-se, ldgicamente, que o mineral situado ao longo das bordas foi o primei-o a cristalizar (Fig. 110). Mas ndo existe seqiiéncia invaridvel alguma de formagio entre os minerais. cimen- tantes, pois as condicces de cimentagio divergem. A seqiigncia ‘quartzo-calcita € comum; entretanto, a calcita se forma algumas vézes antes do quartzo, e dos cois minerals, a dolomita e a calcita, qualquer ‘um déles pode desenvolver-se primeiro. As rochas argilosas so os mais finos dos sedimentos clisticos. nsistem em restos de rocha silicatada tendo o tamanho do silt de nulagdo fina ou da argila e, usualmente, incluem muitas particulas menos de 1 a 2 microns de didmetro. Sio as mais abundantes rrochas sedimentares, o que lhes da grande importincia geol6gica; 0 entanto, por screm de granulacdo to fina e to dificeis de estudar, 9 entre as menos compreendidas. © material das rochas argilosas é muito mais variado © hetero- @neo do que sua textura fina sugere 4 primeira vista. Seus consti- s podcm ser divididos, com base em sua origem, em diversos 1pOs, incluindo (1) 03 minerais produzidos pelo intemperismo, '0§ minerais residuais que sobreviveram ao intemperismo, (3) os ais autigénicos ¢ (4) os minerais orgénicos. © intemperismo faz com que se formem novos minerais pela iposi¢do de outros, especialmente de feldspatos e de silicatos cmagnesianos. Os principais minerais formados desta maneira si0 nerais da argila dos tipos do caulim ¢ da montmorillonita, © bE os Sxidos de aluminio e de ferro férico hidratados (bauxita nita); éstes compicm a miassa de muitos dep6sitos argilosos. tras depésitoz consistem principalmente cm minerais residuais que fo, na maior parte, quartzo, mica ¢ feldspato, juntamente com os neal de agile erivados das rochss mairizes argiosas, Entre os residuais da argila é particularmente di itt a mente digna de nota a ilita, es minerais autigénicos nos sedimentos argilosos, os mais abun- sto a calcita e a dolomita, a opala e a calcedénia, a pirita, ita, a clorita e a ita, Déstes, os dois tiltimos so produzidos lterasio diagenética das argilas detriticas, especialmente nos am- cules miriahos, © onde a alteracto foi muito extensa, a ‘lita, parti- Btmente, pode tornar-se o principal constituinte de um dep6sito, 350 PETROGRAFIA como acontece em grande mimero de folhelhes marinhos antigos. Outros minerais autigénicos, contudo, devem ser considerados como componentes acessérios, Da mesma forma, também o so os rema- nescentes orgfnicos que, embora telativamente abundantes em alguns depésitos argilosos, nfo esto presentes em outros. As principais espécies de material ongénico nas lamas ¢ nas argilas so a matéria carbonosa pteta, a calcita ou a aragonita nas conchas dos foramini- feros e em pedacos de conchas maiores, ¢ a opala nas conchas das diatoméceas © dos raciolérios e nas espiculas das esponjas. térmo Lama apica-se avs materiais argilosos ndo consolidados em geral, enquanto 0 nome argila se aplica particularmente Aqueles que so, de preferéncis, uniformemente de granulacéo fina; a maioria das argilas so também nitidamente plésticas ¢ compostas em grande parte de silicatos hidratados de aluminio, Os lutitos € os argilitos sto 03 equivalentes consoldados da lama © da argila, mas ésses térmos slo reservados para as Tochas mais ou menos macigas, dando um hibito de fratura em blocos. O folhello, a0 contrario, é uma tocha argilosa gue fratura de mancira distintamente laminar, paralelamente a estratificagao. O fohelho no qual quantidade: considerdvel de silt se mistura com a argila denomina-se jolhelho silttico, ao paso que © folhelho de argita contém muito pouca coisa além do material argiloso muito fino. Os argilitos sfio rochas argiloses muito firme- mente endurecidas, desprovidas de clivagem ardosiana, ¢ sua formagao imptica, de ordindio, sm alguma recristalizagdo do material original; em resumo, aparentam ser Iutitos muito fracamente metamorfoscados. B de desejar que se acrescentem adjetivos apropriados aos nomes precedentes para indicar a cOr ou os componentes acessories. Folheto piritico préto $ um bom exemplo. Nao s6 & éstz um nome descritivo, mas também a cOr preta ¢ a pitita abundante tém, ambas, significagdo genética, A maior parte das rochas desta espécie for- mam-se na gua em que a mA circulacio resultou em deplegao do foxigénio © acumulagde de matéria orgénica quo escureec as rochas. folhelho vermelho e o lutito vermelho contém Oxido férrico, 0 que implica em deposigio em ambiente oxidante, Os folhelhos e 0s Iutitos glauconiticos contém 9 mineral autigénico glauconita, 0 que indica, em geral, deposicdo em éguas marinhas relativamente rasas, Alguns outros folhelhos © lutios. podem caracterizar-se como calcérios, si cosos, ferruginosos, foraminiferos ou diatoméccos. Assim, mediante 0 uso de adjetivos apropriados, & possfvel definir de maneira simples uma grande variedade de rochas argilosas. Os folhelhos e lutitos passain gradativamente para os sititos e arenitos, As rochas contelido material argiloso em quantidade suficiente para mascarar os outros ROCHAS ARGILOSAS 351 yponentes — mais de 50 a 60 por cento aproximadamente — sificam-se com as rochas argilosas. Pelo aumento na proporgdo ie arcia ¢ de silt de granulagdo grossa passam gradativamente, por iro lado, para os wackes arc6zicos © liticos quando produzidos ncipalmente pela desintegracdo mec@nica, ©, de outra parte, para shes contendo quartzo, ou para argilas refratérias muito arenosas, quando a decomposicao desempenhou a maior parte em sua for. ‘magdo, As lamas e as argilas também passam gradativamente, pelo ‘ixénicos, para virios depésitos quiticos. A marga © 0 calcdrio argiloso (Fig. 91) resultam do aumento no ‘contetido em calcita; a adicZo de siderite em abundancia prodaz a pedra-ferro argilosa; ©, quando aumenta 0 contetido de silica autigé ‘pica, 0s sedimentos argilosos passam para folhclhos ou Jutitos:sili- <08, ou para porcelanitos e cherts impuros. Uma classificacdo menos descritiva usa t&mos que se referem | mianeira da deposicto. Freqilentemente, encontra-se referéncia a as © a argilas glaciais, marinhas, fluviais e lncustres, e algumas ghas sfo descritas com t&mos puramente genéticos, como loess & iro (boulder clay). Qualquer que seja sua utilidade, éstes térmos @ de valor comparativamente pequeno para um petrégrafo que tra- com 0 microsc6pio, pois as rochas a que éles fazem referencia jnte podem ser distinguidas @ mao ser por aspectos visiveis, Minerais Argilosos 3 silicatos hidratados de aluminio formados pela deterioracio Kdspatos sfio referidos coletivamente como minerais argilosos. dinario, sua granulagio € to fina que 0 exame critico déles é jvel pelos meios visuais, mas sabemos que sto grandemente ensivels pelos aspectos peculiares das rochas argilosas. Vin dos mais comuns dtstes minerals argilotos 6 a caulinita sALSi.Opp; outro & a montmorilloniza (OF) «AliSisOz.nH:0.* ica hidratada & um mineral argiloso que contém alguma fassa essencial, mas em quantidade menor do que a exigida para hat mica; pods-se descrevé-la como intermedifria entre @ mont lta '¢ a mica. Pela substituicao do alumfnio pelo magnésio © ferro, especialmente na montmorillonita, a composicio dos (la dade, epreentaris a mogtmoioita sem conga a¢_subeuigSes do Sun on esa eet aN a a

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