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UNIVERSIDADE DE COIMBRA Boletim da Faculdade de Direito ANO VIII—N.* 71-80 (29255925) TRIBUTACAO DAS EMPRESAS AGRICOLAS COLONIAIS ACORDA 1S DO TRIBUNAL SUPERIOR DO CONTENCIOSO DAS CONTRIBUIGOES E IMPOSTOS DE 23 DE DEZEMBRO DE 1ga0 £ 29 DE DEZEMBRO DE 1929 ‘Sumsio do acdrdSo de 23 de dezembro $2 Bu face do Regulanen de 1876, nBo exevan ents de contro indure sciedades com sede 7a meripoe¢ ‘ue nas clones deservovessen wna ciniade coneeal ox inst. Ao Tribunal Superior do Contencioso das Contribuisdes, € Impostos foi presente o recurso ordinério n.* 38, interpesto pela Companhia Colonial do Buzi contra 0 acérdao do Tri- bunal do Contencioso de 2.* instincia do distrito de Lisboa, de 12 de agésto de 1920, que eoncedeu provimento ao recurso do chefe a Repartisao de Finangas do 4.* bairro de Lisboa, da decisto da Junta de Repartidores do mesmo bairro, que mandou eliminar na matriz da contrituisao industrial do ano de 1918 a recorrente que havia sido colectada pela verba 18 1Bo da tabela geral das indiistrias, em relagao a0s dividen- dos distribuidos aos seus accionistas nésse ano. Alega a recorrente : Que foi indevidamente colectada em contribuigao indus- trial pelo 4.° bairro de Lisboa, por adicionamento a matriz de 1918, reclamando para o Tribunal do Contencioso da 1.* ins- tancia, sendo atendida a sua reclamagio com 0 fundamento de a recorrente ser exclusivamente uma companhia agricola, > Dia do Govena sie, n2 16, de 20 de iaeio de 1921. 06 aromuermenexota cxittea tendo apenas por objecto a exploraglo agricola dos seus ter- renos em Arica e a colocasto dos Seus produtos ; Que o acérdfo da 2," instncia, para contradizer esta afr- ‘masio, limita-se a aduzir os fins’ da recorrente & face dos seus estatutos, mas para justificar 0 imposto nao basta aduzir 6s fins para os quais a Companhia se constituiu, era preciso dizer, de entre ésses fins, que sio muito variados, quais aque- les que pos em pritica e aproveitou, para se verificar se cons- tituem uma emprésa industrial justificativa do imposto de que se trata, ¢ pela recorrente exercida dentro de Lisboa, ara poder chegar A justificagao désse imposto, visto que éle € 86 devido no continente e ihas adjacentes ; Que, ao que parece, 0 acérdao recarrido da como justifi- ceagao do imposto # venda e colocago do agtear que a recor- rente recebe das fabricas que possui, mas sal venda e colo- cag20 no podem considerar-se como comércio, porque pro vém da sua explorasac agricola; Que a recorrente no paga contribufcdo predial em Lis- boa e Africa, porque nfo tem propriedades em Lisboa © nos seus territérios em Africa no existe semelhante imposto, ‘mas paga 4 Companhia de Mogambique uma pequena contri uigdo, porque pelo seu contrato é obrigada a entregar-the dez por cento de todas as suas acgoes Que a recorrente gora de isengao de impostos porque & sub-concessionéria da Companhia de Mogambique, como se pode verificar da portaria de 11 de julho de 1898, que apro- You 0 contrato entre a mesma recorrente e a referida Com- panhia de Mogambigue, desta maneirs o Estado reconhecet A recotrente as mesmas isengdes e privilégios que competem a esta Companhia Mostra-se do processo que 0 tribunal recorride concedew provimento a0 recurso do chefe da Reparticto de Finansas do 4 Bairro de Lisboa, porque a decisao da Junta de Repar- tidores consistiv em dar como provado que a Compania Colonial do Buzi ¢ exclusivamente agricola, tendo apenas Por objecto a exploragéo agricola de terrenos em Alrica e a cofocasio dos seus produtos, mas que pelos seus estatutos se mostra que 08 seus fins sio agricolas, comerciais e indus- triajs, e que a isengio de que goza a Companhia de Mosam- igue no pagamento de impostos, nio pode ser transferida rracho DAS E_ERESAS AGRICOLAS COLONIE para terceiros, conforme a disposigio do 0.0 2.° do artigo 2.° do decreto de 17 de maio de 1897, e da prova testemunhal mostra-se que a Companhia Colonial do Buzi se ocupa na venda e colocasio de agicar que recebe das suas fibricas que tem em Africa, nao se podendo considerar tal venda ou colo- cagdo uma exploragao agricola ; Mostra-se que 0 meretissimo Juiz Auditor é de parecer que se negue provimento a0 recurso, pargue do proceso mostra-se que a recorrente no é uma companhia exclusiver mente agricola, antes se constituiu também para empreendi- mentos mineiros, comerciais © industriais, e que a ésses empreendimentos se tem dedicado, provam-no 0s depoimen- tos das testemunhas, que muito expressamente se referem as transacgdes que a recorrente fer com o agticar que recebeu as suas fabricas, Como a recorrente & uma sociedade annima com sede em Lisbos, com fins industriais e comerciais, nao podia dei xar de ser inscrita ‘na matriz éa contribuigéo industrial, visto estar abrangida pela disposicao da verba n.* 180 da tabela anexa ao regulamento de 6 de julho de 1896, nio Ihe apro- Veitando a isengo do n.t 9° do art. 5 do citado regule- mento, porgue se nao limita « cultivar e a explorar quaisquer prédios risticos ou urbanos e nem os Fendimentos que aufere estio sujeitos a contribuigao predial ‘O que tudo visto e ponderado Considerando que o recurso é legal e esta em tempo: Considerando que a recorrente, Companhia Colonial do Buzi, € uma sociedade andnima com sede em Lisboa e por isso compreendida no regulamento da contribuigao industrial, de 16 de julho de 1895, nos termos dos aris. :.%, 28.% © 39.” do mesmo regulamento ¢ sujeita a contribuigao industrial pela verbs n.* 180 da tabela geral das indistrias, modificada pelo decreto n.* 4.609, de 14 de julho de 1918, excepto se Ihe aproveitarem as isengdes dos numeros 0.%¢ 17." Jo art. 5." do citadq regulamento de 16 de julho de 1896; Considerando que nos termos do art. 2.* dos seus esta- tutos 2 Companhia recorrente tem fins mineiros, ageicatas, mercantis ¢ industriais; Considerando que nenhuma prova existe no processo que mostre que a recorrente limita as suas transacgoes 4 venda 308 sumrseRUDENCIA onic de produtos agricolas das suas propriedades, antes pelo con- ‘rario as testemunhas inguiridas pela Junta dos Repartidores afirmam que administra @ roca e fabricas do apicar que tem no Buzi, vende e coloca 0 aciicar que recebe dessas fabricas; Considerando que os seus rendimentos nao estio sujeitos, & contribuigao predial, nfo Ihe aproveitando, portanto, a isengao do n.* 9.* do art. 5.* do reguiamento de 16 de julbo de 1890; Considerando que a isengio do n.* 17.8 do citado art. 5.° aproveita apenas & Companhia de Mogambigue e nao a reque- rente, como é expresso no art. 27, n¢ 2%, do decreto de 17 de maio de 1897; Acordam, em conferéncia, os do Tribunal Superior do Contencioso das Contribuigdes e Impostos, em negar provi- mento 20 recurso e confirinar @ decisto tecorrida, com cus- tas € sélos pela recorrente. Sala das sessdes do Tribunal, 25 de dezembro de 1920. (ea.) —Jouo Makia Baptista, —Fetvaxno EvtDio Da Sitva.~ Jost Dé Ouiveina Soares. — FasorRon Cantos Bianck.—JOKo a Cxuz Fsuirs; relator. Fui presente,—J. Novas. Sumirio do aebrdio de 29 de dezembro de 1920": En face do Regulament 1856, ‘avam dents de conibuio india as enpréses colonies grease, ma ‘linia onde exerci su atided, pages pelos eros da explrs20 cone {bug prdilou outro ingoto gue the corexpondesee Ao Tribunal Superior do Contencioso das Contribuigoes e Impostos foi presente o recusso ordinario n.* 43, inter- posto pelo secretério do Tribunal do Contencioso da 2.* ins tancia do distrito de Lisboa, contra o acdrdio do mesmo Tribunal, de 7 de agésto de 1920, que julgou improcedente © recurso do chefe da Repartig&0 de Finangas do 2.* bairro fiscal desta cidade, da decisio da Junta dos Repartidores do ‘mesmo bairro que mandov eliminar na matriz da contribui- gf0 industrial, do ano de ro18, 2 Companhia da Sha do Dito do Gontme, 1 sé, 26, d0 2 de Fovereico Ge 1921, Principe, que, em relaglo aos luctos distribuidos nésse ano, havia sido colectada pela verba 180 da tabela geral das indistrias. Mostra-se do processo que 0 Tribunal do Contencioso as Contribuigoes e Impostos da 2 instdncia do distrito de Lisboa julgou improcedente o recurso do chefe da Repartigio de Financas do 2. bairro desta cidade, porque pelo art. ddos estatutos da recorrida e pela prove testemunhal se mostra que 2 Companhia recorrida s6 exetce a indistria agricola, limitando as suas operagdes & explorasio dos seus prédios risticos © urbanos, ¢ 08 seus rendimentos estdo sujeitos & ontribuigao predial, aproveitando-Ihe por isso a isengi0 do fn 0° do artigo 5." 8 regulamento de 16 de julho de 1896, fratando-se até de um caso julgado que aproveita & Compa- hia recorrida. Minutando néste Tribunal alega a Companhia tecorrida que ndo podia incidir contribuigto industrial sObre as verbas por que foi colectada, dividendo, desdobramento de acydes & reserva especial, por ser exclusivamente agricols « Com panhia e por nao exercer a sua actividade na metropole- Que a3 verbas do dividendo, desdobramento de acgoes, reserva especial sio isentas de imposto pelo art. 5, Ba Go regulamento de 16 de julho de 1896, e alines B, n.* 4. Ga verba 180 da tabela geral das indistrias, porque tudo Procede de rendimentos provenientes de prédios que a Com- panhia explora ¢ esto sujeitos ao imposto que nas Whas de Tomé e Principe substitue a contribuicio predial Que, sinds quando a Companhia nao fOsse agricola, nem. por isso poderia recair contribuigdo industrial sObre a verba de 5:400.000%00, correspondente a0 charnado desdabramento de acgdes, porque para isso necessério seria que constituisse uum Iuero ésse desdobramento e como tal constasse do balango. B para que tal contribuigao (Osse de admitir, seria preciso ainda que a referida verba, a ser lucro, fésse efectivamente distribuida como dividendo, ou levada #0 passivo a uma conta de reservas ou andloge Mostta-se que 0 meretissimo Juiz Auditor é de parecer que se conceda provimento a0 recurso na parte em que os Iucros tém proveniéncia diversa da indistria agricola, por- | quanto aos Jucros que a Companhia recorrida auferiu 310 SURISPRUDENCIA cRETYCA como cultivadora ¢ exploradora das propriedades que possui nas Ihas de S. Tomé e Principe, rendimentos éstes que estdo sujeitos a0 imposto que nessas ilhas substitui a con- tribuisdo predial, aproveita-Ihe a isengao do n 9.° do art. 5.° do regulamento de 16 de julho de 189, mas pelo que res peits aos lucros de outra proveniéncia, que a Companh Tecorrida acusou no seu relatéria, ¢ que nao pode aprovei- tar-the a mesma isengao, porque ésses lucros de forma algu- ma podem considerar-se sujeitos a contribuicao predial por nao resultarem de operasdes levadas a cabo pela sua di clo, em virtude de uma resolugao da assemblea geral. © que tudo visto e ponderado; Considerando que o recurso é legal e esti em tempo; Considerando que a recorrida, Companhia da Tiha do Principe, ¢ uma scciedade anénima com sede em Lisboa e por isso compreendida no regulamento da contribuigao indus. trial de 16 de julho de 1896, nos termos dos artigos 1.5, 28° © 39.° do mesmo regulamento e sujeita @ contribuigao indus. trial pela verba n.° 180 da tabela geral das indistrias, modi- Gicada pelo decreto n.° 4.699, de 14 de julho de 1018, excepto se the aproveitar a isengdo 40 n.° 9.* do art. 5.° do citado regulamento de 16 de julho de 1896: Considerando que pelo art. 3.* dos estatutos da recorrida © sew odjectivo & principalmente a exploragio de proprie- dades ristisas na provincia de S. Tomé e Principe; Considerando que pela prova testemunhal e pels conta de geréncia relativa a0 ano a que se refere a colecta impugnada. Se mostra que a recorrida ndo exerceu qualquer comércio ou indastria, limitando-se & exploragao agricola das suas Propriedades, e 0 recorrente nao apresemtou prova em con- trarios Considerando que do processo se prova que, além dos tucros mencionados no relatério como saldo do respective balango. a saber: lucro de exploracio propriamente dito & lucros de uma emissto de 3.600 novas acgdes, ha sinds a considerar os Iucros provenientes da maior velorizagao das Propriedades na importancia de 5:400.000%; Considerando que a divisto pelos respectivos accionis- tus de acgoes mersmente benefickirias da mencionada impor- H8ncia de §:400.0008 € que foram ievados & conta de capital, smpracio DAB EMPRESAS agnicoLAs COLORIAIS sit representa sem a menor divide a distribuiglo dos mencio- adios lucros; Considerando que os rendimentos das propriedades da corridas estao sujeitos ao impbsto que na provincia de S. imé e Principe substitui a contribui¢ao predial, como deter mina o art. 3 do decreto de 17 de maio de 1894; Considerando que a éstes rendimentos é por isso uplica- vel'a isengio do n° 9. do art. 5.° do regulamento de 16 de julho de 1896; Considersndo que, provando-se do processo que a com- panhia recorrida nao exerce qualquer comércio ou indastria, Jimitando-se exploragao das suas propriedades, nto podem os seus lucros provir sendo do rendimento das mesmas pro- priedades; Acordam os do Tribunal Superior do Contencioso das Contribuigdes ¢ Impostos em negar provimento a0 recurso, mantendo-se a decisio recorrida. Sem custas ¢ sélos por nfo serem devidos. Sala das Sessoes do Tribunal, ao de dezembro de 1920. (2a.j—JuO Maria Baptista. — Ferxanno EMIDIO DA Sivva. — Jost’ pe Ouivatra Soares. —FRepenico Cantos BLANC. — Joko pa Caut Frure, relator. Fui presente, —J. Novais. SuMARI0:—1. A questo jlgeds nos oxdrdios: a tcibato por contribs indesrst dag sociedades coloies.—2lnenglo a lavor dab emprésas are folas colouiia. 3. Os lucros de exploragdo agricola © & contibigio indosrial.—4, A teibuagdo dos lnevos de explorayso agriols pele con bsiclo predal, 8, Fssa tibaaglo ¢ tradicional no dielo. portogots, femboca sob formas varies. 6. Problemae qoe levania tribuasdo da cexploraglo ugrieala. A solugdo jridica pode nko concise com a incite eal. do Imposto, no caso de Serem ditnto proprietcio e ealvador. — T. Proposing pare # tcibulapio dos tueroe da exploragio agricola por imposto dlerente da contribatgdo predia. A proposia para « li 1368— 8. Discssio nas Cameras: a ieng80 de contribu instal Tevor €o ‘eiploredores de préioeristios oa erbanos.—9, "Discostfo nas Camaras: Suleizao 2 contbulgto predial dos lucros do ealivador afo proprietro, Separadamente do imposto dvido pelo propietra.— 10. Disexsto nar CCamares:tibotagto dae sociedaes coloniis.Taplcalidade de iengdo de ontbslyfo jndestvil a compaahiasegricolns em ctrlas conden — 1, A intergcotgao dos precios da let 1368 plo decreto 9867. Aprecia- ae suntsenvobera enintes 80.12, 0 deapecho ministerial de 27 de jako de 1925 ew jacpeedte- ia posterior, 18, Conclsio. Resamo: sociedades colonia egrielas © fouledades colonia ingots e comercas. Ses tibuagio por cotribuglo indosvi. A explora agricola continental e x covtribuigho pedis 1. Os dois acérdaos que deixamos transcritos, pertencem ao Tribunal Superior do Contencioso das Contribuigdes ¢ Impostos na primeira fase da sua existéncia legal, que decorreu desde o dec. n.” 5524, de 8 de maio de 1919, a lei n.” 1368, de 21 de setembro de 1922. Referem-se ambos a companhias que teem a sede no continente e exercem a sua act vidade nas colénias, ou so com fins agricolas ou também com fins comerciais e industriais, ¢ neles se estabelece uma uniforme e clara jurisprudéncia acérca da sua tributacdo, jurisprudéncia que ja nao era nova e continuou depois a ser seguida *, ‘A questo é posta nos acérdaos em face do Reg. da contribuicao industrial de 1896, em cujo artigo 5.” n.* 9.° se isentavam de contribuicdo industrial — no sentido de atingir ela, com exclusio de outro linposto, a rend da terra « © luero da exploragie agricole. ra ama questio de defnir diferonto- ‘mene 0 rendimentocoleiaee. B f0|osta Ultima hipétese a que veio afinel a verifesr-se. Durante um séeulo a organtzngio de déeima mantonse eatvch, 6, £0 ‘exceptuarmos as alteragocs na taxa que por dass vezos Balsou a, 39 para depois retomar o nivel anterior, noakuma medida importante fo! fomada sobre ela. Mas deve ter perdido pelo andar do tampo mito do primitive rigor © xalo com que era langade, visto como 0 aly, de 26 de Selembro do 1762 chama a atengio para varios abusos e frawles qe © ‘cometiam, sobretudo quanto a décime s0bre 08 juvos, E para repor outrn ver 8s coisns no antigo pé, s0 fez de novo « poblieagto “lo tegimente e 1654, como so naquels aitura fora promulgade, ‘A parto os adivionamentoe quo consttuom 0s novos émposor de 1801, 8 décimos celracrdindrins de 1810 3, nenhuina altoragdo pargco tes0 foto nna orgenizagto da décima até a tei de 24 de abell te 1830 % quo alii ce info dizige a modiflar qualquer dos principios fundamentals em que fassentava o imposto, mas a aperfoigoar os arrolamentos (as propriedalos fe & forma do langainonto —alteragoes do orem edipinistrativa nie is ‘bases econémicas. 0 deo, do 19 ce ngdsto do 1852, que uboliu o velo re zgimen tributirle, nfo tovo sBbre a déeima dos prédios qualquer iniuéneia, “Keforma de prine/piog ¢ de inétodos de trlbutagto 6 a do CosrA Ca una, pela lei do 19 de abril do 1845 o regulamento do 20 de dezeibro do ‘espéeies do dolmas, yoras faspostos w Adicionais entio existentes por :rés eoniribuigiesdireclay de repertizaa. Mas f reforma eaiu com 0 ministro, © @ dec, do 22 de maio de 1846 mandon Veja a payee mando oo Dicciondriojarfizo de PEREIRA E SOUSA © Hos Diconirios de NORAIS ede FARA. Vjetrato neste din, © manera e manejo 00 Vocobaldvio de BuUTEAL. 2 Alards de 7 do margo € 30 de jolho de 1801, de 11 de malo de 1804, be 2 de agasto de 1810 8 de janeiro ée 1812 "Regulamenteda pula por. de 21 e fnsruges de 20 de jlo de 1835 gue rope tem, aclslizandors, of prialpios fandamentsi de legslapio antoror. Di ale & refoema de COSTA CASTAL de 1345 hs eas, 2 algun importsoesy« ter OF ‘adeionuie lngados pela ii de 12 de dezembro de 1844 e 0 silo contecineno riado pels lei de 10 de jbo de 1883. Ver noe Priniios de Finangas ey 02 02 282 25, pli. 275 o oeg. da ede {TRIMUTAGKO 138 EMPRESAS AGRICOLAS COLONIAIS me fear som efeito as disposigges da eitsda carta de Ie, considerando-se res tablecida a lagisiagdo anterior s0bre o lnngamento ds décima e deme Impostos quo aquela carta de tei substituia, Mas pode dizer-so que mul tos dos sets prineipios, pele. qua diz espelto & contribulgye predial, fora 9 quo um pouco mais tarde informaram a reforma tibbtaria de 1852 1 Besta reforma que tem pois de ecnsidereso, como 0 principio dum novo period 0 dee. de 81 de dezembro de 1852 extingulu entre outras contribul- ‘805 a dieina de free, 0 quinto dos bene da coréa ¢ a déeima industrial pela ‘altura ow exploragae dov prédi, oa todas substitu a conribuip prediol Ao imposto de quofidads substitolu-se um Imposto de repartipaa; 20 rondeiro, allieador ow explovador do préiorastico substiuituse proprie: Uirie ou 0 wsufruduavio lo mesmo ¥;venda © aa Iuero da explragio subtle tise 0 rendimonto ealcial (arts, 28, 8» § dinico @ 179). Ore é exacta- mento w andlice dos elementos eousitutivas do reudiwentaeolectirel que povte oriontar-nos sGbre se a explovapdo agrisale delxow de ser (ributeda por simples efelto da estinela da rospectiva déeima, ow se paseou a lear ‘englobucia com a éeima das rendas ya eontelbuledo pre No vemos na logislaglo posterior a 1852 eendo o desenvolvimento suoessivo dos prineipios fundamentaie desta reforma © aperfeigosmontos ‘de ordom téeniea n& organizagdo do liposte. Por Gste motive nos mie ‘amos a referir duas ou teés disposigOes que entre todas possam afastar ‘qualquer davida aedrea daquele probleina *, © dee. de 90 de junto do 1870 estabniceen nos arts. 182 teibat—so.predial sort sompro langads ao propricirie, adjudieatérfo oa uusufrutnévie do prédio em que tiver do reoalt,caleulada stbre o vendie vont eoleetavel total do mesmo prédio> ; «0 proptietério, aljudicatrig ou usufratuério do qualquer prédio arrendado o& dado para colonisar; tem direito, sive eonvengho parteular, a oxigir da sespectiva enduro ou, colono a eontribuigie prodial eorrespondonte a diferenca quo houver entre 1 importincia da reuda quo recober, © 0 rendimentosleldvl total do prée 1A parte relative & contidmijto fadatral © & contbuptopesoat inspiron tanbem as reformos mais tarde levadas a ele (les de 30 de jlo de 1560) A legislate mals impoctante de 1852 alé 1901 pose conslar-se co fci= lidade em ASSIS Tesxtith, Cot de itt cat 1” Ver a indies dos diplo mes em Di ARMUSDO Mow TENO, Do orrmenio portage, pOs. 359. 4 Vejam-se, porque sto eacidatvas sdbre és pono preciso, a port. de 27 de ebril de 1857, © 0 de, de 25 de ouibro de 1870, a 18°, Vela especisimente 0 ec. do 7 de bri de 1869, ar 18, 42 « 8°; dee. de 30 de dezembro Ge 1869, ar 1° e 4°; dee, de 30 de joao de 1870, act. 7.9, 172 f 198; dee. de 30 de outubro de 1874, ar. 3° 4%, 12° © 13. ei de 17 de slo de 97.2, 1798 88 2¢ © 39; iragies de 7 de aaio de 188s, {6605 li de 29 de alo de 1899, art, 4° 615 04 SuRISRRUDENCIA eRtAICA dio; @ iguatmente # dedurir do f8ro, da pensio ou de qualquer outro fencargo semelhante © contribuigio eorrespondente a cada wm disses lencarges >. ‘Se possfvel, com mais clarezs ainda se dispds no reg. de 1881, fart 6892" «Nas avaliagdes do rendimento dos prédios rdsteos.- tomar-so ‘he quanto possivel por tipo... a renda dos prédios arrendados,...tendo-se fom vista... nko 36 a imporlincia da renda para o sevhorio mas tambéi @ produlo da explorusso para o rendsire», no que apenas se reproduzia 0 ‘no G2 do art. 11 da lel de 17 de maio de 1860, Voltase nas instrugbes de 7 de maio de 1884, arts, 62° a 659, A expll- ceagio do mosmo principio fondamental, que devia ter-se bem presente na inserigdo e descriqdo dos prédios por inspeeqdo directa para a organizasio de novas matizes prediais: -Por éltimo teem as comissBos de declarer ‘qual a ronda por estimation, equal o lero da explorardo, isto 6, aera do ‘oie factors, ecja soma devo reprecentar 0 rendimentoliguido do prédo», ‘Os Iueros da explovagio dove, em regra, ss: proporcionaie & import. ia das rendass... «O facta de haver arrendamento nio disponsa a estima fo da rexda, como o facto ds o nko haver nio dispensa a estimagto dos Inoros pela exploragto do prédio.» ‘Bin face das disposiqdes Fogeistranceitas, nfo 6 flto duvider de quo 6 legislader portugues eovsiderava, para efeitos da tributegao, dois rend rmentos de ordem diferente —a renda proveniente do prédio, o Ineo pro ‘oniente da exploreelo agricola — que englobou no rendimenl coletéeel © Sujellon om conjunto A mesme coniriaigdo predial, Resporaabilizande Dor esta o proprieldrio da terre, nfo o iby de exigi, dle, do rendalro o fue Ive competisse pagar pelo luero da cultura, Mas propriamente a let ‘nip conbecia sono um eontribuinte ‘4 roforma do 4 de malo do 1911, importante sob o ponte de vista da rectiengio das matrizes 0 do estabelecimento integral? do méiodo de {quotidade, nada traz de novo quanto ao problema que nos ocupa, © 0 Ca {igo de 1918, apenas nos arvendamentos superiores @ 20 anos, estabelece 0 prinetpio da separagto entre oa dols eontribuintes, correspandente a cis: tingdo dos respeetivos rendimentos, como acta se notou, : 1 No gee dizia respeito teibelaglo dos ors, devemos aoler 0 seguot Plo des. de 31 de dezembro de 1852, port de 27 de abril de 1857, dec. de 30 de {ono de 1870, art. 19. e reg. de 25 de agbsto de 1881, art. 1062 € 2278, foreiro fea abrigado ao pagemento de conribuigHo preil por (odo 0 rendiesto coect- sel do prédio, som dedasfo de inporitacie do (Gro; mas tha o diel, salva tlgume convengio etn conririo, de dedezie do loro « ipordnca éxcontibuigho jue The correspond. Polo Céd. da coat. predial de 1913, art 282 fez-se o aaa Fal desdobramento do rendimesto do prédio « do seu encergo, digindo-e 9 feco pata eleito de tribeagdo cirecaments a0 forira pela importéncia do fora 2 'Relembear as teatativas ds leis de 17 de mio de 1880, « 29 ge juho de 1899, e reg. de 10 de apdeto de 1908. RUUTAGKO DAS HUPRESAS AGRICOLAS COLONTAIS 325 O legislador cria dois impostos diferentes, como no regime da décima militar, ou um s6, como pela reforma de 1852 sobre a contribuicdo predial ; diri- ge-se para a arrecadacao do imposto ao rendeiro ou ao proprietirio, como se lhe afigura mais segura ou mais facil a cobranca; manda aquele deduzir na im- portancia da renda a décima que sdbre ela recaia e éle pagou, ou permite a éste receber do rendeiro a parte da contribuicao relativa ao rendimento da sua exploracto—numa e noutra organizacdo tributiria aparece nitido o intento do legislador de que fiquem sujeitos a imposto os lucros da exploracao agricola. Sob 0 ponto de vista estritamente legal, a tese contraria parece-nos por isso insustentavel '. 1 Becontramos ao rears que precede « proposta de Ie, acta do imposto ert sve 08 rndimenas, 4 see. BAREOS QUEIROZ (Didrio do Corer, 180, 4: 6 de egesto de 1921) ex seguitesaizaqiex: «Os rendimentos de explorages ‘greolas ttm estado ientor de importa. Os proprieliroe dos indveie pagem es ‘ae eontribalgGee em relago ao valor locativa dies, Os inportos cue Incigem tsbre o# vslore locetivos des propriedades fo bem impostos s0bre os rendimes- {os de capitis empregados em inves, « no impostos sobre as explores que rales 4e eect, O valor locativo da propiedad ¢ a rends que 0 proprieirio fecabe on pode reeeber por ea sem neshom encargo ee explora. Os Iueros Tigi de sina exploragto agricola sada em de comam com a rena da terra onde els se exere, Or rendsitor de propriedade rural esto isatos do inposto plo exevcico. da agrestis, © 08 propiliios dos imoveis, quetdo sto 0s sss ploradores, também ao. param inposto pelos leroe as expocagdes. No lagi, o rendeto, como o aroprieérie, qusndo explora drecamente as suas res, tem um lacro desea explora, porgat, seo ao tvese, ado taka vetagem fem latin. Se o principio 6a isengz0 pare 08 reneiros (ose aestiel, deva-se {oroar extensive. #08 comercianer © 40s instr, porue também o# propre: lirios dor indvels ocupedos peas seas enploregs pagam coetribalio ative fo valor locativo delas. A explorasio agricola ¢ wma indie como qeelquer ‘out ProdstIncrs, maiores ou menores, como qutlqser outa ids. Desde ‘ie produz lueros, deve pagar imposos, porque as curas indésrin também 0s pega. Deixamos acme elements que bastam, pare eetficar as aiemaSes que neste, trecho necesita de correc. Dume erradainlerpretagi0 iil do que sie © readimento acave eo rendimento cae provém © Geo da tese. A que deem 228 sumiseuDbxcta critica {TRIBOTAGKO DAS BMPRESAS AGRICOLAS COLONIANS er 6. Interessando-nos apenas neste momento a solueao juridica actual e a solugao historicamente dada pelo nosso direito ao problema da tributagao da exploragao agricola, deixamos de lado alguns aspectos do mesmo problema que teem o seu inte- resse e a sua importancia. Pode o intento do legislador ser tealizar uma politica de protecedo a agricultura, isentando de imposto a explorago do solo; mas pode também 0 seu intento de a tributar ser contrariado pela deti- ciente avaliagio do rendimento colectavel, a infide- lidade do arrolamento dos bens e a imperfeicao das matrizes, de modo que nem mesmo a importncia da renda venha a ser tributada, quanto mais os lu- eros provenientes da cultura: de facto nés nao teria- mos a tributagto que juridicamente nos parecia existir* Assente a tributacao da exploragio agricola, a técnica tributdtia pode aparecer-nos com inferiorida- des de tal modo graves que os seus defeitos anulem quési integralmente o principio. A dificuldade de ser tnbatas 05 aero da explorapo agricole, nada que opr em princi: apenas reostincies especiais podem acoosshar em delerminado momento. fengi0 60 Imposio pera beretiio da iadéses agricole 1 Veja sobre ste ponto restvici, especialmente AnseLMo VIEIRA, A ques to fscol€ a8 hangs portagueses, pi. 125 e sep, € 08 documentos e esodos af Clados- A even das matezes 40 gue repeite & dspardade ene 0 rendimesto folesivel 9 rendinento rel dos prédior, tem sido relomade por lose et 2a bse de todes as reformes moderaat—iamos tabi a dizer etigae—sGbre a con Arbeigho predia. Ver os relalirios dos decs. de 18 de margo de 1893, ede 4 de smsio de 1911; «diacatsfo da fei de 15 de feveeiro de 1913 (Diario de Camara dos ‘epwados,discussto do projec deli n.° 14, as sessBes de 28 de jantiro de 1913, lg. 9 © seg, ¢ de 29 de janeiro, pig. 9 6 seg.). Ver também J. DE CAnPos Pe Relea, A propretade size em Portal, pig 371 rege MANUEL TELLS, A cm ‘bugs preia,pasin, eapecilrente pg. 35 76. determinar 0 rendimento colectivel, como a lei o define: dirigir-se 0 legislador a um s6 dos contri buintes para cobrar os impostos que devem ser pagos por ambos ou a fusio numa sé de duas tributagdes Giferentes, podem ser objecto de critica, porque pode depender do funcionamento da engrenagem admi- nistrativa a eficacia das instituigdes legais, nao fa- lando ainda em que o imposto, conforme a sua orga- nizaco, pode ou nao ser tilizado numa politica de fomento e correccdo das produgées agricolas '. Um problema se poderia aqui examinar ainda: o da incidéncia real da contribuicdo, na parte em que recai sobre os lucros da exploracdo agricola, sendo certo que circunstancias econémicas espe- ciais, derivadas da maior ou menor abundancia do pessoal agricola, da competéncia que entre si possam estabelecer os rendeiros, das condigdes de exploracao dos dominios rurais e do rendimento inscrito nas matrizes, podem fazer com que, me- diante a repercussto do imposto, éste fique integral mente a cargo do proprietério ou integralmente a cargo do rendeiro, traduzido em diminuicdes ou au- mentos da renda paga aquele. i se esta repercus- sfo € facilitada pela fusio na mesma soma de dois impostos diferentes, nem por isso deixard inteira- mente de realizar-se, quando devidamente distin 1 Veja Este aspect do problema, sobretodo no gue respeita a separa ave reela secisvi, do slo eda culture, 08 0 pooto de vii trbstri BaztLio ‘Touues, © probena agicly pig. 16S e seg. © Estados hates ¢ econdmics, pig 295 c segs A tse Se otomtda com modificasdes por Ezequiel DE CAKPOS, PotLaswo! a proposilo da rennelogso de contribalgSo prdial cise, ps 177 Doone © en A erie portegucs, pig 14. Ver algumas observasSes a0 Tivro Baalio TaL.es, no lado eslodo de MANUEL TE112s, pg. 165 © seg €n0 Estado lesa « prtico store @ contrbulpto prdil en Potugl de ALBERTO PINTO GOU- vate, 1908, pég 78. 328 ORISPRODRRCLA CRIAICA tos e separadamente lancados aos dois contribuintes legais. Seria dificil, ¢ desviar-nos-ia muito do nosso caminho, investigar até que ponto a consideracto da repercussdo do imposto sobre a exploracao agri- cola, dando-se talvez uniformemente do rendeiro para o proprietéyio, devido a dificuldades crescentes dos arrendamentos, teria influido no legislador de 52 parao levar a juntar na mesma contribuicio, exi- gida do proprietatio, os dois impostos distintos, salvo sempre o direito de se regular por convensio, de forma diferente, o pagamento do imposto, ou de © proptietaria 0 reembolsar da parte da contribuicao que pagou. E mais dificil ainda seria investigar a cargo de quem tera efectivamente ficado o imposto predial, ainda que se nos afigure que a deficiéncia Go valor inscrito nas matrizes, produzindo um pouco sens{vel encargo tributério, deve ter operado, apesar da diversidade regional de condicdes da exploracdo agricola, no sentido de deixar predominantemente a cargo do proprietario nao agricultor a contribuicio relativa 4 cultura Seja porém como for, a verdade € que a isen- Ao da contribuicao industrial do artigo 5.¢ n." 9.” do Reg. de 1896 por um lado, e por outro uma and- lise deficiente do reidimento colectdvel, tal como o definiam 0s diplomas em vigor, quando nao simples- mente razdes tiradas dos factos conhecidos e verifi- cados & margem da lei, explicam o convencimento geral de que a exploracao agricola nao estava no nosso pais sujeita a imposto; e desta conviccao deduziam uns que devia continuar a isengo para se favorecer a agricultura, e outros que devia lan- ‘rumnpracKo DAS EMPRESAS AGRICOLA COLONIAIS 220 car-se-Ihe um imposto, para nao continuar gozando dum isaerecido privilégio '. E° nesta ordem de ideas que se filiam a proposta Cunua Lea? sobre as contribuigées predial rustica ¢ urbana, industrial, décima de juros e imposto de rendimento, com a criacdo duma cédula especial — a cédula Bem que se tributavam os arrendatatios dos prédios nisticos pelos lucros da exploracao art. 2° B) © ant. 6. a proposta Barkos Quetnoz? acérca do imposto geral sobre os rendimentos em que se tributavam os rendimentos provenientes ‘da propriedade ¢ os rendimentos provenientes da explo rasao agricola, ainda que {eita pelo proprietario dos prédios (art. 32° € seg., 51.° © Se. 95-" © S°8» gg e seg., especialmente o art. 102.° § 1°) © 4 proposta Poarvost, Durio® que, no n* 16." do artigo 11.°, isentava do pagamento da contribuicio industrial, os cultivadores ou exploradores de quais- quer prédios risticos ou urbanos, mas sujeitava, nes artigos 21.°, 27.9 ¢ 15.° $$ 2." € 3. as emprésas agri- colas ao pagamento daquela contribui¢ao. Foi esta solugdo intermediaria, que deixava nas condigdes anteriores a exploragto dos prédios rits- ticos pelos seus proprietirios ou por cultivadores individuais, e apenas atingia por meio da contribui- g40 industrial as emprésas colectivas que se consti- 1 Confcese oie aca eprodurda 4, Bos Queito2, 4 Duane ao Gono ste, a 274 de de denen 1920 1 brand in git de 12) aia tad 1 een de tg. de aan at0 5 phe. Bilas soso sere 20 Oar de 5 de mai do 1922, on Dito de “camara tos Dogue, wash Vt de agisto de 1922, php. 52.6 sm Ver 8 cerette ate, propia ais i 1365 na Rede Leg fry at S8% jl. 22,aacigBo a wm eed. s90 surisenuptnera extrica tuiam para a exploracdo do solo, a que passou para a proposta de lei de cuja discussdo e aprovacao resultou a lei 1368. Da combinacdo do que ali se dispunha no ar- tigo 10.° n.* 15.*, no artigo 26.°, no artigo 20.° § tinico € no artigo 14. §§ 2.° ¢ 3.%, resultava o seguinte : 1) 9s cultivadores ow exploradores de quais- quer prédios risticos ou urbanos, quer fossem quer ndo fossem os seus pro- prietarios, ficavam iseztos da contribui- co industrial pela parte do rendimento sujeito a contribuicao predial ; os proprietirios podiam obter nos arren- damentos por qualquer prazo—e ndo simplesmente nos superiores a 20 anos, como exigia 0 Céd. da cont. predial — © desdobramento da colecta, para im- Porem ao rendeiro a parte correspon- dente ao lucro da exploracao ; 3) as sociedades anénimas, por quotas, par- sarias © comanditas por acgdes ou qui- nhées, nacionais ou estrangeiras, que se dedicassem a exploracdo agricola no continente ou nas coldnias, nao goza- vam da isengao acima e ficavam sujei- tas, como quaisquer outras, ao paga- mento da contribuigao industrial : 4) para evitar a duplicagao do imposto, devia eto abater-se na colecta a contribut- 49 predial ou (quanto as socieda- des coloniais) qualquer outro imposto que Ihe correspondesse, e houvessem ‘mminUTAGKO DAS EPRESAS AGRIODLAS COLOSTAIS a pago pelos prédios sobre que exerces- sem a exploracfo agricola Foi sobre estas bases que se fez a discussio parlamentar. 8 A discussio do n.° 15.° do artigo 10.* da pro- posta fez-se principalmente em volta de dois pou- tos *: a) a isengfo da contribui¢go industrial em favor dos proprietarios ou agricultores, pelos Iucros da exploracdo agricola; bj a mesma isenc&o para os Jucros provenientes da exploracao de prédios urba- nos, exploracdo que se disse protbida por lei. Sobre a proposta do Ministro das Finangas para que fésse suprimido aquele ntimero e sujeita ao im- posto a indiistria agricola, a Camara dividiu-se, ape- lando uns para a ilegitimidade da isengao, visto ser tributado por contribuic&o industrial o exercicio de qualquer industria, profisso ou oficio, e pondo outros em relévo a necessidade de proteger a agri- cultura e fomentar por medidas, ainda que de favor, © seu desenvolvimento. Foi esta a corrente ven- cedora, aprovando-se a proposta do depntado snr. Dr. Marques Lowreino, moldada no n.° 9.° do artigo 5.° do Reg. de 1896, que quasi textualmente se transereveu. E’ claro que a discussio se ressente da opiniao generalizada de que os lucros da exploracao agricola nao teem estado no nosso pais sujeitos a imposto, apesar de 0 desdobramento que se permitia logo no 1 Didro a Camaro os Deputon, sessio de 3 de agbsto de 1922, pg. 28 38, Ver sims resposin do Maistro das Finances a0 depsiado sat. FERREIRA DA. Root, na sesso de 19 de agSsto, pig. 20. ae JontReALORNCHA enirica artigo 26.° da proposta quanto 4 contribuicao pre- dial, indicar claramente que 0 rendimento colectdvel nko podia ser confundido com a renda do prédio. A Camara devia ter pésto 0 problema, parece- “Nos, em termos diferentes: determinar em primeiro lugar sea exploracao agricola devia ou nfo ser sujeita @ imposto; resolver, no caso afirmativo e em segundo lugar, se éste devia continuar a cargo do proprieta- Ho: e, resolvido que ficasse a cargo do cultivador, decidir se devia a exploracao ser tributada por con. tribuicdo predial, como até aqui, ov por contribui- so industrial, como era mais natural e légico. Esta série de questées © a sua respectiva solugdo impu- nham depois uma certa atitude no que respeitava 4 organizacdo da contribuicao predial, e especialmente No que respeitava A definicao da sua matéria colectd- vel, Ou seja, a comsposigto do rendimento a inscrever na matriz, Enfim, votou-se a isene&o, quere dizer, manteve-se a isencdo da contribuicao industrial em relag&o ao exercicio da industria agricola, que por isso mesmo continuaria tributariamente subordinada as disposi- ses do Codigo da contribuicao predial Da texto do Rog. de 1890 suprimiv.so a iseugio reltiva & exploragto {os ridice wrbanos, por so entender que uma iseueio do contributes industrial quo elaramento se the referees, poderi tr aleanca de lega gg ima Zorma do exploragdo daqueles prédios, que se supunba. shot Dida por lei. Ore a razio no ex dntairamonte oxacte 0a tnoluede we rédios urbanos no texto da isencto, se nio traala vantagons, tamben io importava os inconvenientss apontados, Na verdade, os artigos 100° 6 110° do dee. 6411, de 17 de abril de 3818, entdo om vigor, apenas suprimiram a posabilidade de luce oo ‘sublocagdo ou a ttule do chave, quanto aos predios urbance destinade * Didvio a Cimara dos Depatadon, sesso de 3 de sgbst, pg. 24 TqutraGto DAS RweRESAS AoRIDOLAS COLONTAIS ty Inabitagdo , continuande portanto a ser possivel fazer lueros nos dostina dos a eiaineinenio ceri indus leon utes pa gualaur aut das consiuteen Nes termos w seat exprease cont industri nfo yoda tro aeane que ne he nibs or our ldo sew enoniram nl ov pies ago oh aus ge aor utd por wl een praia w fron ete @ readme cna oe red do propria, em de conti ae gue no gar ao payamento de curity iaduatialplaepios3 aos pédin rtanay que Mt porto sven da. pot, Vio rep sgnar a duple tibutaglo om easo em que 0 legislador axprossament aie de dedair que a dupa o duatea orem do consideragbes s0 pode us lusio ow exclusao cos prédios urbanos na isoupio da coutibuTgso Industrial era, sob o ponto de vista juridieo, perfeltaunoute indiferente. 9 O Cédigo da contribuicdo predial de 1915, admitia, como acima se notou, a separacao da renda ¢ do rendimento colectivel nos arrendamentos supe- riores a 20 anos, ndo s6 para o efeito duma divisto da colecta mas para 0 efeito duma distinta inscrigto na matciz em ordem a tributar dois contribuintes distintos. E éste mesmo principio o estendia j4 0 Cédigo aos arrendamentos de prédios urbanos para estabelecimentos comerciais, nos termos dos artigos 33." @ seg. do dec. de 12.de novembro de 1910. A proposta para a lei 1368 generalizava a mesma doutrina a todos os arrendamentos, fésse qual fasse © prazo da sua duragiio, e quer se referissem a pré- dios risticos quer a prédios urhanos. Mas a0 regulamentar no § 1.° do artigo 26.° o principio geral, recaia na simples divisao da colecta, inicial- mente a cargo s6 do proprietirio, repetindo a forma de tributago que j4 vinha das leis 1096, de 28 de 1 He ada ext seuer ese protigfo: ale n® 1662, de 4 de satembro de 1924, apenus lait 0s laros que 0 seblocadco pode ober pela sublocaslo do prédo ae. 72° 82% oo aumiseAUDEXCTA oRStIEy 506 smuuragKo DAS RMPRESAS AGRLCOLAS COLOSTATS dezembro de 1920, artigo 3, ¢ 1235, de 2y de setem- dro de 1927, artigo 3.° § 3.°, Por proposta do Ministro das Finaneas, a dispo- Sisho lo! simplificads, pondo-se de lado a parte pro. Priamente regvlamentar; o artigo faz apenas tole, encia 908 arrendamentos inferiores a 20 aitos; seva qualquer distingao, e portanto entendemos gue atin- Sindo os prédios risticos ¢ os prédios urbanos, comp ° artigo 30." do Cédigo de contribaiyto predia) A proposta foi aprovada sem discussio '¢ inserta na lei 1368, artigo 28.2, O dee. go4o, de 9 de agosto de 1995, restringe o mesmo Preceito, ctémos por isso que ilegalmente. 208 arrendamentos da propriedade ristica. Mas ae [igulamentar a mesma disposigao, integrou-se per- Kitamente nos principios do Cédigo de 1935, per mitindo a divisdo da contribuigto em dois cone. clmentos diferentes, um em nome do proptietiric, outro em nome do rendeiro, parecendo dever enters der-se que éste vltimo ¢ directamente cobraio do respective contribuinte * 10. Como se disse acima, pela proposta primi- liva, as sociedades agricohas deviam ser tributadas bor coutribuigao industrial, nao se thes aplicande Por isso @ isenedo em favor dos cultivadores on exploradores dos prédios risticos: da combin das suas disposigdes deduzia-se que S6 ficavam igen- {os os exploradores em nome individual ou as socie. dades agricolas que no pertencessem a qualquer Pia a Card dex Dente, sexsi de 2 de steno de 122 pig 3 sete mo talento 8 renee subi da popes, ead on. predal, a 2889) dos tipos seguintes—sociedades anénimas, por cotas, pargarias © comanditas por acges ou quinhde: Assim se dizia na proposta’ As soriedades referidas non." 1. faae] gue explorem a jadisitia agri- a, serao colectadas nos termios dos arts. 13 Oras [in? e 13¢, fcando assim excuides 2 isengio do n.* 16 do art. 11." [15.° do art. 10.) § inico, “Quando se tratar, porém, de com- panhias colonies pereentagens do om. 13¢ [ua] s6 recairio, respectivamente, no capital efectivo existente no coatinente e ilhes adja- eentes ¢ s6bre ns remunerasdes pages nos mes- mos territérios» Por proposta do Ministno das Finanvas, lim nou-se 0 corpo Go artigo, ficando convertido em artigo o ¥ tinico, com algumas modificagdes, nao porytte nfo entendesse que em principio a indiistria agricola devia ser tributada, mas porque nfo con cordava com aquela forma de tributacao e esperava que a Camara viesse a estabelecer coisa diferente nontra oportunidade '. ny wiaepinstememas wie eae a preceito da lei 1368: de abies Art 224, Quando se tratar de companbias coloniais ¢ agricolas, as percentagens do art. 13. 1 So, mn ds Dee fe 2 sti, es in “Gav dey as em ego onder we no a a im nese! de? be) ea ta Sone ‘er rsieio dit 0 argo, oper a sot ion 1 Chae suber como evr ue mae se be pare oreine propieades (urine cu! mpeg ine spect exloresto), 295 semspnonexcra eninca 86 recairdo respectivamente, no capital efectivo existente no continente ¢ilhas adjacentes ¢ sobre 0 némero de empregados que prestem ser- vigos nos mesmos territérios.» A formacao do artigo explica a sua defeituosa redaccio. IE pela historia déle e pelo contexto que se percebe nao se tratar sé de companhias agricolas coloniais, nem de companhias agricolas, coloniais ou nao, mas de companhias coloniais, compreendi- das as que se dedicam & indtistria agricola.’ éste ultimo, cremos, o verdadeiro sentido. Por outro lado a forma de tributacdo que ali se adopta, ¢ a referéncia ao artigo 13., mostram-nos que das chamadas companhias coloniais s6 sto con- sideradas e atingidas no artigo 22.° as sociedades anénimas ¢ comanditas por accdes. E conto éste artigo € uma excepeao A isencao da contribuicao industrial, estabelecida em favor dos cultivadores ou exploradores de quaisquer prédios risticos, segue-se que as sociedades coloniais de fins agrico- Jas, constituidas sob qualquer outra forma que nao seja a de sociedade anénima ou de comandita por acgdes, ndo esto sujeitas ao pagamento de contri- buicao industrial pelos lucros da exploracdo agr cola (se estiverem sujeitas, entenda-se, a contri- buicdo predial) Seria isto o que o legislador queria? Ao menos parece ser isto o que esta na lei. 1A jeripradinci do T S.C. Cont Imp, 280 ease com esta interpreta Fo dali 1368: agate alo Tebual coatinus «nfo fazer gualger disso genio 4 Tov jardin des emprises agricola colonia, para elo de as super iseas de coneoaigto industrial. Tens preseate o acc, de 25 de maryo de 1925, i acina cto, el ivo 8 ‘TRIBUTAGLO DAS HHERESAS AORICOLAS COLONTATS sat 11. E? de notar entretanto que no decreto 9867, de 26 de junho de 1924, parece ter-se seguido, a0 regulamentar aquelas disposigdes, doutrina um pou- co diferente. Escreveu-se como explicacdo de motivo: Considerando que as sociedades ou empré- sas exclusivamente agricolas, cujos lucros totais provenham da exploragao dos seus prédios, si sentas da contribuigio industrial dmicamente quando sujeitas 4 contribuicdo predial ristica regulada pelo Codigo da Contribuigao Pre- dial, aprovado pelo decreto de 5 de junho de 1913, modificado por artigo 23.° e seguintes a citada lei n.* 1368;9 € redigiu-se da seguinte forma o artigo 2 * Ora se bem entendemos as citacées feitas, o de- creto 9867 a titulo de regulamentar, interpreta, ¢ 2 titulo de interpretar, restringe o alcance da isencao do artige 11.° n.* 11°, tal como acima a compreende- mos. ‘As sociedades anénimas e comanditas por accées, explorando nas colénias prédios nisticos, mas tendo a sede no continenteou nas ilhas, nde as considera a jurisprudéncia, mas consideramo-las nés e consi- dera-as 0 decreto, sujeitas a contribuicdo industrial, de cujas colectas se abate a contribuicao predial ou impostos equivalentes que hajam pago ‘As sociedades agricolas coloniais, de qualquer outra forma juridica—por quotas ou em nome colec- tivo por exemplo—com sede no continente ficariam, segundo 0 nosso entendimento da lei 1368, isentas da contribuicdo industrial, e ficam segundo 0 de- creto 9867 sujeitas a esta contribuicdo, embora nas colénias paguem também, pelos rendimentos dos prédios, contribuicao predial, porque a nao pagam no continente, em harmonia com 0 Cédigo da con- tribuicao predial de 1915. Como o alargamento duma isencao de imposto corresponde a abrir excepgdes ao principio da igual- dade, e como restringir isencdes estabelecidas o mes 1 Ver tembin 0 et 42 0 ne, TTRIUUTACKO DAS EMPBSAS AGRCOLAS COLONIAIS 339 mo € que estender a tributacdo a outros casos nao considerados pelo legislador, tem-se comummente entendido que o que respeita a isencées, é no dom nio tributario matéria de lei e nao de regulamento ' Se portanto bem interpretamos a Jei n." 1368, esta disposicdo do dec. u.* 9867 deve reputar-se ilegal. Ora seja-nos licito insistir em que a interpreta so tradicional da isengao de contribuicao industrial, de que os acérdaos acima sto uma aplicaco, e que Passou nos mesmos termos para a lei 1368; a dou- trina da proposta que serviu de base a discussto: 0 motivo por que foi proposta a eliminacao e substi- tuido 0 artigo primitivo pelo § (art. 22.° da lei 1368), de tal modo subordinado a doutrina do artigo da pro posta que mal pode compreender-se sem ao menos mentalmente o relacionar com o principio geral que nele se exprimia ; a consideragao de que ao acrescen- tar-se a palavra «agricolass se quis certamente aca- bar com a isengao de que gozava uma determinada actividade econdmica, mas 56 m0 caso em que se exer- cesse por wna determinada organizasao jurtidica (sociedade anénima e comandita por acces) — tudo isso nos no parece que deponha a favor da interpre- tacdo do decreto 9867. 12. A questio & hoje dominada— porque esta sendo resolvida — pelo despacko ministerial de 27 de junho de 1925. um parecer da Direccao Geral 1 No pode valer para o caso 0 argumeato gat se preteadesse tras do dec, 1" 8524, de 8 de maio de 1919, art 54°, a 22, ge ale dee. N° 9867 ane invosa, “A cit disposigto do dee." S524 deve’ considerat-seinconsttacoud, De. Aigusbo Moreno, Do orpementoportagts, vl 1, pi. 152 « Lists de Dito Abc, ci, pl. 21. 20 -ronsepRupsxcta. cefrica das Contribuigées e Impostos a que o Ministro das Finangas, sr. Virorivo GUIMARAES, apds 0 seu —con~ cordo. Transcrevemo-lo a seguir, segundo a cépia que pudemos obter : 40 dec. n.* 9867, de 26-v1-924, no seu art. 2., determina que a isengao consignada no n.° 11." do art, 11.9 da lei 1368, de a1 de setembro de 1922, & somente aplicivel aos cultivadores ou explora~ dores de prédios nisticos, quando todos 9s seus rendimentos provenham das suas propriedades © ésses rendimentos estejam sujeitos & contri- buiggo predial em vigor, no continente e ilhas, © portanto as sociedades requerentes, tendo a sua sede em Lisboa, ficam sujeitas a0 pagamento de contribuigao industrial, nos termos do art. 1.* do cit. dec., visto que no continente ¢ ilhas nfo esto sujeitas & predial. ‘Alegam as emprésts agricolas requerentes que 0 cit, dec. n.° 9867 ¢ ilegal, porque excede 8 lei n° 1308 € que os tribunais se pronuncia- ram a favor da isengao por serem exclusiva- mente agricolas, ¢ pedem que as respectivas entidades liquidadoras sejam dadas instrugdes, afim de que as Companhias Coloniais exclusi- vamente agricolas ndo continuem a ser indevida- mente colectadas em contribuigao industrial. ‘Acérea da ilegalidade do decreto nao é esta Direcedo Geral competente para se pronunciar, pois isto sao atribuicdes do Poder Jugjcial, e por= tanto que os tribunais competentes se pronun- ciem, para que 0 Poder Executivo tome as neces- sirias providéncias para ser o decreto revogado. Pelo que respeita aquelas que ja foram colec- tadas na vigéncia do cit. decreto ¢ que em re~ curso foi a colecta anulada, evidentemente as repartigdes liquidadoras nao devem colecté-las novamente, enquanto se nfo modificarem as suas condig0es.» ‘TRiUTAGHO DAS EMPRESAS AGRICOLAS COLON si Se bem entendemos o que aqui se diz, temos nos dois primeiros pardgrafos uma exposicdo de factos e nas dois ultimos o parecer da reparticao competente, ¢ com éste & que o Ministro concordou. De modo que resultava do despacho © seguinte quanto & ilegalidade do decreto, o poder executivo esperava que os tribunais 0 julgassem tal, para o revogar: quanto a liquidagao da contribuigéo indus- trial que se continuava a exigir das Companhias Agri colas Coloniais, devia ser ordenado as reparticoes de finangas que, a n&o se modificarem as condi¢des das Companhias que em recurso obtiveram a anula- ¢4o das colectas, Ihes nao fdsse de novo liquidado o imposto.—Bis que era claro e légico. Se todas as Companhias Coloniais, ainda as constituidas sob a forma de sociedades anénimas e comanditas por accées, tinham ja obtido—como se vin acima —que © tribunal as julgasse isentas de imposto, a questo da ilegalidade do decreto nao Ihes interessava gran- demente, convindo-lhes s6 nao serem mais envolvi das em novas liquidagaes e em novos recursos. O que para nés entretanto nfo é igualmente claro € 0 modo de aplicacao da doutrina do despacho pelo Tribunal Superior do Contencioso. Em acérdao de 3 de fevereiro de 1926", sébre recurso em que certa- mente a sociedade interessada tinha invocado a ile- galidade do decreto 9867, o Tribunal do Contencioso nao julgou aquele decreto ilegal, mas mandou bai- Xar 0 processo, para se dar cumprimento ao citado despacho ministerial, «ao qual se est4 dando cumpri- mento nos tribunais de 1.* ¢ 2.* instancia, porque + Hi maitos outros, até da mesme dan, perstamenteigeis. O gee ciamos, selerete & Sociedade dt Roca de Santa Addit se seniseRuD#xctA cRITICA seria manifesto absurdo, sendo até uma iniquidade, dar-se seguimento a éste recurso em que se versa uma hipétese perfeitamente igual as versadas nague- as instancias». —N&o compreendemos. 13. E’ tempo de terminarmos estas notas aos acérdéos do Tribunal Superior do Contencioso, trans- critos no principio déste trabalho e cuja dovtrina tem a nosso ver de ser actualigada,“em harmonia com a lei 1368 que entendemos ter estabelecido dou- trina diversa da do Reg. de 1896. Resumiremos em breves palavras 0 que importa aquele intuito. O problema reduz-se as sociedades colowiais gue teem a sede no continente ou ithas adjacentes. Estas sociedades podem exercer nas colénias: a) uma acti- vidade agricola, industrial e comercial ou 6) uma actividade exclusivamente agricola. a) Se exercem uma actividade industrial ou comercial ¢ ainda que conjuntamente agricola, estao sujeitas, como quaisquer outras sociedades que exer- cem a sua actividade no continente ou ilhas, a con- Lribuigdo industrial, nos termos da lei 1368 e respe- ctivos regulamentos. 1) Se teem a forma juridica de sociedades anénimas ou comanditas por accdes, ou se, revestindo outra qualquer, pre- ferem ser tributadas pelos luctos liqui- dos verificados, deve deduzir-se da colecta da contribuicdo industrial, a contribuigao predial ou impostos cor- respondentes que hajam pago (lei 1368, art, 22.9 € 15.°§ .%; dec. 9867, art. 3.) [TRIBUTAGHO DAS RMERREAS AGHICOTAS COLONTAIE as No caso contnirio, ficam sujeitas a con- ibmicdo industrial, pelos lucros pre- sumiveis, € no se deduz a contribuicao predial paga nas colénias ou na metré- pole (lei 1368, art. 10." 13.°n.*2.°¢ 16.) &) “As sociedades coloniais que exercem uma vidade exlusivamente agricola, i) se n&o pagam nas colénias contribuicao predial ou imposto correspondente, es- tao sujeitas no continente a contribui- ¢4o industrial, nos mesmos termos que as sociedades industriais que traba- Tham na metrépole ou nas ilhas (lei 1368, art. 10.%@ 11.9. 11.9); 2) se esto sujeitas nas colénias a imposto predial ou outro que o tenha substi- tuido, deve distinguir-se —sociedades sob a forma ané- nima ou de comanditas por accdes: —sociedades que revistam qual- quer outra organizacdo juridica. As primeiras so tributadas na metrépole por contribuicao indus- trial, mas s6 se atende ao capital efectivo existente no continente € ithas e ao ntimero de empregados que prestam servigo nos mesmos territorios; ¢ deduz-se da colecta, a contribuicdo predial jé paga, (lei 1368, art. 22.° e art. 15.° $3.2 dec. 9867, art. SURISPRUDERCEA cREDICA As segundas supomos nés que nao esto sujeitas a contribuiczo industrial, julgando que Ihes é aplicavel a isengdo do n.* 11.° do ‘TRIUTA;KO DAS EMPRESAS AGRIOOTAS CoFORIANS 346 3) se 08 prédios sto explorados por arrenda- mento, € 0 proprietario 0 requere, dis- tingue-se a importancia da renda, dos lucros da explorasao agricola, e tribu- art. 11." da lei 1368; mas pelo q ta-se separadamente 0 proprietirio e 0 dec. 9867 esto sujeitas a contri- rendeiro, cada um em harmonia com a buicdo industrial nos termos ge- parte do rendimento colectavel que Ihe rais, sem abatimento da contri- é atribuida (C6d. cont. predial, art. 30.°; buigdo predial que hajam pago lei 1368, art. 28."; dec. gogo, art. 10° (dec. 9867, art. 2.°5 lei 1368, § tnico). art. 10."). A jurisprudéncia do Tribunal Se uma emprésa agricola pode a0 mesmo tempo Superior € no sentido de conside- considerar-se industrial ou comercial, fica sujeita rar umas e outras incluidas na nos termos gerais a contribuicao industrial, pelos isengdo de contribuigao industrial lucros do seu comércio ou indtistria, sem que a isenc&o daquele imposto se possa estender a mais que aos Tucras provenientes da exploracao dos pré- dios riisticos (lei 1368, art. 11.9? 11." € art. 10°) Ontverra Satazar. Pelo que respeita aos prédios misticos do conti- nente, deduz-se do estudo feito que os lucros prove- nientes da sua exploracdo pela cultura mao ‘esto sujeitos a contribuicao industrial, mas a contribui- cao predial da.forma seguinte: a) se os prédios sfo cultivados pelo pro- prietario—individuo ou sociedade —os Jucros da exploracdo devem ser englo- bados no rendimento colectdvel, sujeito 8 contribuicao predial (Céd. cont. pre- dial, art. 173." n.

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