Download as pdf
Download as pdf
You are on page 1of 64
Adapta¢ao Sarah Cassimiro Marques www.incantatopsicologia.com.b: Tarefas 04 de Teoria > da Mente ° desenvolvimento infantil Tarefas de Teoria da Mente A Teoria da Mente é nossa habilidade de atribuir esta- dos mentais ao outro. Assim, podemos compreender suas emocées, inten¢cdes, pensamentos e cren¢as, o que é fundamental para as relacdes sociais. Pense bem: se percebo na expressdo facial do meu colega que ele nado esta feliz com o que estou dizendo, posso mudar meu discurso, ou seja, a Teoria da Mente per- mite antecipar a conduta dos outros e, com isso, defi- nir como devemos nos comportar. O desenvolvimen- to da Teoria da Mente ocorre na infancia e um atraso nessa evoluc¢ao pode ser um sinal que algo esta errado. Por isso, a importancia de avalia-la. Nesse sentido, a Incantato preparou uma série de ta- refas da Teoria da Mente para que vocé possa usar como metodologia avaliativa em criancas de 2 a 6 anos de idade, podendo essa faixa etaria se estender dependendo da demanda. Essas tarefas de Teoria da Mente séo adaptacdes de alguns estudos (atente-se para o fato que todas as tarefas tem os autores). Ainda nao possuimos dados quantitativos e padronizados para a popula¢ao brasi- leira. Nesse momento, podemos usa-las como dados qualitativos. Porém, no nosso curso de Aspectos Es- senciais Neuropsicoldgicos no Transtorno do Espec- tro Autista, nds falamos sobre Teoria da Mente e o que é esperado nas tarefas. Saiba mais sobre a Teoria de Mente no nosso curso Aspectos Neuropsicoldgicos Essenciais no Transtor- no do Espectro Autista (www.incantatopsicologia.com.br). Grande abraco! Aproveite 0 e-book... foi feito com muito carinho! Sarah Cassimiro Marques Diretora da Incantato Caderno do Examinador D4 desenvolvimento infantil 1. Tarefa desejo diverso (Wellman e Woolley, 1990, e Repachole e Gopnik, 1997) “Este € o Jodo. Esta na hora do lanche e ele quer comer. Aqui ha dois alimentos diferen- tes: uma cenoura e um cookie. De qual vocé gosta mais? Vocé prefere cenoura ou cookie? F ~\ os a ie “Otima escolha. Mas o Jodo gosta de cookie. Ele nado gosta de cenoura”. “Otima escolha. Mas o Jodo gosta de cenoura. Ele nao gosta de cookie”.) “Entdo, agora esta na hora do lanche. O Joao sO pode escolher um alimento. Qual destes ele ira escolher, a cenoura ou o cookie? 2. Tarefa crenca diversa (Wellman e Bartsch, 1989, e Wellman, Hollander e Schult, 1996) “Aqui esta a Linda. Ela quer encontrar seu gato. O gato de Linda pode estar entre os ar- bustos ou na garagem. Onde vocé acha que o gato esta? Nos arbustos ou na garagem?” Examinador (Se acrianca escolher os arbustos, 0 examinador diz: “Muito bem, é uma boa ideia, mas Linda acha que seu gato esta na garagem”. Se a crian¢a escolher a garagem, o examinador diz: “Muito bem, é uma boa ideia, mas Linda acha que seu gato esta nos arbustos”.) 3. Tarefa acesso do conhecimento (Pratt e Bryant, 1990, e Pillow, 1989) “Aqui ha uma gaveta. O que vocé acha que tem dentro dela?” Examinador (Em seguida, a gaveta é aberta e a crianca vé 0 con- teudo que esta dentro dela). “Olhe, € um cachorro que esta dentro da gaveta” Pergunta controle: “O que esta dentro da gaveta?” Esta é a Pollyana. Ela nunca viu o que tem dentro da gaveta. Agora a Pollyana chegou. Ela sabe o que esta dentro da gaveta? © od ia Pergunta controle: “PBollyana olhou dentro da gaveta?” 4, Tarefa Contetdo de Crenca Falsa (Perner, Leekam e Wimmer, 1987) “Aqui esta uma caixa de Curativos. O que vocé acha que ha dentro da caixa de Curati- vos?” “Pedro nunca olhou dentro da caixa de Cura- tivos. Agora Pedro chegou. O que Pedro acha que tem dentro da caixa? Curativos ou um porquinho?”. “Este € o José. José quer encontrar suas luvas. Elas podem estar na mochila ou dentro do armario. Na verdade, as luvas de José estaéo na mochila. Mas ele acha que estado dentro do armario. Entdo, onde o José ira pro- curar suas luvas? Na mochila ou no armario?” 6. Tarefa Crenca — Emocao (Harris, Johnson, Hutton, Andrews e Cooke, 1989) “Aqui tem uma caixa de cereal e esse 6 0 Théo. O que vocé acha que tem dentro da caixa de cereal?” a Chocolate > “Que bom, Théo adora cereal. Agora vamos fazer uma brincadeira”. Théo sai da sala “Veja, na verdade, ha pedras dentro da caixa! Nao ha cereais, mas pedras”. “Qual é o lanche favorito do Théo?”. “ Théo nunca viu o que esta dentro da caixa. Agora aqui esta o Théo. Théo voltou e esta na hora do lanche. Vamos dar a caixa ao Théo. Como Théo se sente ao receber a caixa? Feliz ou Triste? Chocolate “Como Théo vai se sentir depois de olhar dentro da caixa? Feliz ou triste?” 7. Tarefa Emocao Real X Emocdo Aparente (Harris, Donnelly, Guz e Pitt-Watson, 1986) Examinador “(Verificar se a crianc¢a conhece essas expres- s6es)”. eo 06 oN eo 0 “Esta historia € sobre um menino. Eu vou te perguntar como ele realmente se sente e como ele demostra pelo seu rosto como se sente. Ele pode se sentir de uma maneira por dentro, mas demonstrar outro sentimento pelo seu rosto. Ou, ele pode sentir realmente © mesmo que ele demonstra sentir em seu rosto. Eu quero que vocé me diga como ele realmente se sente por dentro e como ele parece se sentir pelo seu rosto” “Essa historia 6 sobre o Mateus. Os amigos de Mateus estado brincando juntos e contando piadas. Uma crian¢a mais velha, Rosana, contou uma piada sobre Mateus e todos riram. Todos acharam isso muito engra¢gado, mas o Mateus nao achou. 6 6 wy CT: wags No entanto, Mateus nao queria que as outras criancas vissem como ele realmente se sentiu com a piada, porque iriam chama-lo de bebe- zinho. Entaéo, Mateus tentou esconder como realmente se sentiu”. “O que as outras criancas fizeram quando Rosana contou a piada sobre Mateus?” “Na histéria, o que as outras criancas fariam se soubessem como Mateus realmente se sentiu?” “Como Mateus realmente se sentiu quando todos riram? Ele se sentiu feliz, triste ou ndo sentiu nada?” “O que Mateus tentou demonstrar em seu rosto quando todos riram? Ele se sentiu feliz, triste ou nado sentiu nada?” “Essa é a Escolinha Natureza. Bananinha todo dia traz de casa uma banana para comer na hora do lanche. Ela adora comer bananas e detesta comer tomates. Tomatinho todo dia traz de casa um tomate para comer na hora do lanche. Ele adora tomates e detesta bana- nas. Q %9 ih _—— 9. Fase de controle: 1. O que Bananinha gosta de comer na hora do lanche? 2. O que Tomatinho gosta de comer na hora do lanche? 3. O que Bananinha detesta mesmo comer? 4. O que Tomatinho detesta mesmo comer? 5. Bananinha viu Trocatudo trocar o lanche? 6. Tomatinho viu Trocatudo trocar o lanche? 7. Qual o tipo de lanche que tem agora dentro da lancheira da Bananinha? 8. Qual o tipo de lanche que tem agora dentro da lancheira do Tomatinho? 9. Qual o tipo de lanche que tinha dentro da lancheira da Bananinha antes de Trocatudo trocar o lanche? 10. Qual o tipo de lanche que tinha dentro da lancheira do Tomatinho antes de Trocatudo trocar o lanche? Questdo 1: “Na hora do lanche, aonde Tomatinho, em pri- meiro lugar, vai procurar seu lanche; dentro de sua lancheira ou dentro da lancheira da Bananinha? Por qué?” Questdo 2: “Na hora do lanche, aonde Bananinha, em pri- meiro lugar, vai procurar seu lanche; dentro de sua lancheira ou dentro da lancheira doTo- matinho? Por qué?” Questdo 3: “Na hora do lanche, aonde Tomatinho acha que Bananinha, em primeiro lugar, vai procu- rar o lanche dela; dentro de sua lancheira ou dentro da lancheira dela? Por qué?” Questdo 4: “Na hora do lanche, aonde Bananinha acha que Tomatinho, em primeiro lugar, vai procu- rar o lanche dele; dentro de sua lancheira ou dentro da lancheira dele? Por qué?” Caderno de Aplicacdo D4 desenvolvimento infantil 1. Tarefa desejo diverso (Wellman e Woolley, 1990, e Repachole e Gopnik, 1997) “Este € o Jodo. Esta na hora do lanche e ele quer comer. Aqui ha dois alimentos diferen- tes: uma cenoura e um cookie. De qual vocé gosta mais? Vocé prefere cenoura ou cookie? “Entdo, agora esta na hora do lanche. O Joao sO pode escolher um alimento. Qual destes ele ira escolher, a cenoura ou o cookie? 2. Tarefa crenca diversa (Wellman e Bartsch, 1989, e Wellman, Hollander e Schult, 1996) “Aqui esta a Linda. Ela quer encontrar seu gato. O gato de Linda pode estar entre os ar- bustos ou na garagem. Onde vocé acha que o gato esta? Nos arbustos ou na garagem?” 3. Tarefa acesso do conhecimento (Pratt e Bryant, 1990, e Pillow, 1989) “Aqui ha uma gaveta. O que vocé acha que tem dentro dela?” Examinador (Em seguida, a gaveta é aberta e a crianca vé 0 con- teudo que esta dentro dela). “Olhe, € um cachorro que esta dentro da gaveta” Pergunta controle: “O que esta dentro da gaveta?” Esta é a Pollyana. Ela nunca viu o que tem dentro da gaveta. Agora a Pollyana chegou. Ela sabe o que esta dentro da gaveta? © od ia Pergunta controle: “PBollyana olhou dentro da gaveta?” 4, Tarefa Contetdo de Crenca Falsa (Perner, Leekam e Wimmer, 1987) “Aqui esta uma caixa de Curativos. O que vocé acha que ha dentro da caixa de Curati- vos?” “Pedro nunca olhou dentro da caixa de Cura- tivos. Agora Pedro chegou. O que Pedro acha que tem dentro da caixa? Curativos ou um porquinho?”. “Este € o José. José quer encontrar suas luvas. Elas podem estar na mochila ou dentro do armario. Na verdade, as luvas de José estaéo na mochila. Mas ele acha que estado dentro do armario. Entdo, onde o José ira pro- curar suas luvas? Na mochila ou no armario?” 6. Tarefa Crenca — Emocao (Harris, Johnson, Hutton, Andrews e Cooke, 1989) “Aqui tem uma caixa de cereal e esse 6 0 Théo. O que vocé acha que tem dentro da caixa de cereal?” a Chocolate > “Que bom, Théo adora cereal. Agora vamos fazer uma brincadeira”. “Veja, na verdade, ha pedras dentro da caixa! Nao ha cereais, mas pedras”. “Qual é o lanche favorito do Théo?”. “ Théo nunca viu o que esta dentro da caixa. Agora aqui esta o Théo. Théo voltou e esta na hora do lanche. Vamos dar a caixa ao Théo. Como Théo se sente ao receber a caixa? Feliz ou Triste? Chocolate “Como Théo vai se sentir depois de olhar dentro da caixa? Feliz ou triste?” 7. Tarefa Emocao Real X Emocdo Aparente (Harris, Donnelly, Guz e Pitt-Watson, 1986) “Esta historia € sobre um menino. Eu vou te perguntar como ele realmente se sente e como ele demostra pelo seu rosto como se sente. Ele pode se sentir de uma maneira por dentro, mas demonstrar outro sentimento pelo seu rosto. Ou, ele pode sentir realmente © mesmo que ele demonstra sentir em seu rosto. Eu quero que vocé me diga como ele realmente se sente por dentro e como ele parece se sentir pelo seu rosto” “Essa historia 6 sobre o Mateus. Os amigos de Mateus estado brincando juntos e contando piadas. Uma crian¢a mais velha, Rosana, contou uma piada sobre Mateus e todos riram. Todos acharam isso muito engra¢gado, mas o Mateus nao achou. 6 6 wy CT: wags No entanto, Mateus nao queria que as outras criancas vissem como ele realmente se sentiu com a piada, porque iriam chama-lo de bebe- zinho. Entaéo, Mateus tentou esconder como realmente se sentiu”. “O que as outras criancas fizeram quando Rosana contou a piada sobre Mateus?” “Na histéria, o que as outras criancas fariam se soubessem como Mateus realmente se sentiu?” “Como Mateus realmente se sentiu quando todos riram? Ele se sentiu feliz, triste ou ndo sentiu nada?” “O que Mateus tentou demonstrar em seu rosto quando todos riram? Ele se sentiu feliz, triste ou nado sentiu nada?” “Essa é a Escolinha Natureza. Bananinha todo dia traz de casa uma banana para comer na hora do lanche. Ela adora comer bananas e detesta comer tomates. Tomatinho todo dia traz de casa um tomate para comer na hora do lanche. Ele adora tomates e detesta bana- nas. Q %9 ih _—— 9. Fase de controle: 1. O que Bananinha gosta de comer na hora do lanche? 2. O que Tomatinho gosta de comer na hora do lanche? 3. O que Bananinha detesta mesmo comer? 4. O que Tomatinho detesta mesmo comer? 5. Bananinha viu Trocatudo trocar o lanche? 6. Tomatinho viu Trocatudo trocar o lanche? 7. Qual o tipo de lanche que tem agora dentro da lancheira da Bananinha? 8. Qual o tipo de lanche que tem agora dentro da lancheira do Tomatinho? 9. Qual o tipo de lanche que tinha dentro da lancheira da Bananinha antes de Trocatudo trocar o lanche? 10. Qual o tipo de lanche que tinha dentro da lancheira do Tomatinho antes de Trocatudo trocar o lanche? Questdo 1: “Na hora do lanche, aonde Tomatinho, em pri- meiro lugar, vai procurar seu lanche; dentro de sua lancheira ou dentro da lancheira da Bananinha? Por qué?” Questdo 2: “Na hora do lanche, aonde Bananinha, em pri- meiro lugar, vai procurar seu lanche; dentro de sua lancheira ou dentro da lancheira doTo- matinho? Por qué?” Questdo 3: “Na hora do lanche, aonde Tomatinho acha que Bananinha, em primeiro lugar, vai procu- rar o lanche dela; dentro de sua lancheira ou dentro da lancheira dela? Por qué?” Questdo 4: “Na hora do lanche, aonde Bananinha acha que Tomatinho, em primeiro lugar, vai procu- rar o lanche dele; dentro de sua lancheira ou dentro da lancheira dele? Por qué?” Referéncia de Tarefas da Teoria da Mente Harris, P. L., Donnelly, K. Guz, G. R., & Pitt-Watson, R. (1986). Chil- dren’s Understanding of the Distinction between Real and Apparent Emotion. Child Development, 57, 895-909. Acessar: https://www.jstor.org/stable/pdf/1130366.pdf?seq=1 Harris, P. L., Johnson, C. N., Hutton, D., Andrews, G., & Cooke, T. (1989). Young children’s theory of mind and emotion. Cognition & Emotion, 3, 379-400. Acessar em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/02699938908412713?- journalCode=pcem20 Perner, J., Leekam, S. R., & Wimmer, H. (1987). Three year olds’ dif- ficulty with false belief: The case for a conceptual deficit. British Jour- nal of Developmental Psychology, 5, 125-137. Acessar em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.2044-835X.1987. tb01048.x Pillow, B. H. (1989). Early understanding of perception as a source of knowledge. Journal of Experimental Child Psychology, 47, 116-129. Acessar em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii 10022096589900660?via%3Dihub Pratt, C., & Bryant, P. E. (1900). Young Children Understand That Looking Leads to Knowing (So Long as They Are Looking into a Sin- gle Barrel). Child Development, 61, 973-982. Acessar em: https://sred.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1467-8624.1990. tb02835.x Repacholi, B. M., & Gopnik, A. (1997). Early reasoning about desires: Evidence from 14- and 18-month-olds. Developmental Psychology, 33, 12-21. Acessar em: https://psycnet.apa.org/record/1997-02105-003 Roazzi, A., & Santana, S. M. (2008). Teoria da mente e estados men- tais de primeira e segunda ordem. Psicologia: Reflexao e Critica, 21 (3), I-11. Acessar em: http://www.scielo.br/scielo.php ?script=sci_arttext&pi- d=S0102-79722008000300012 Siegal, M. & Beattie, K. (1991). Where to look first for children’s knowledge of false beliefs. Cognition, 38, 1-12. Acessar: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii /0010027791900205?via%3Dihub Wellman. H. M., & Bartsch, K. (1989). Three-year-olds understand belief: A reply to Perner. Cognition, 33, 321-326. Acessar em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/ pii/0010027789900334 Wellman. H. M., Hollander, M., & Schult., C. A. (1996). Young Chil- dren’s Understanding of Thought Bubbles and of Thoughts. Child De- velopment, 67, 768-788. Acessar em: https://sred.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1467-8624.1996. tb01763.x?sid=nlm%3A pubmed Wellman. H. M., & Woolley, J. D. (1990). From simple desires to or- dinary beliefs: the early development of everyday psychology. Cogni- tion, 35, 245-275. Acessar: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii 1001002779090024E?via%3Dihub “0, e A Marca Incantato Desenvolvimento | { , Y ) Infantil é Registrada. E proibida a sua ry ee utilizagao, simbolo e tipologia. desenvolvimento infantil (Lei 9.610/98)

You might also like