Cidadania Insurgente (Introdução)

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DEMOCRACIA DISJUNCOES DA CIDADANIA ( INSURGENTE E DA MODERNIDADE NO BRASIL TSS) i + COMPANHIA DaS-LETRAS a. > 1. A cidadania estranhada Todos os Estados nacionais lutam para administrar as diferengas sociai que distinguem entre seus habitantes. Algumas das medidas por eles adotadas sao drAsticas, como escravidao, migragao forgada e genocidio. Mas a maior parte deles administra essas diferengas de acordo com as formulayoes de igual- dade e de desigualdade que definem suas cidadanias. A: particular, prometem cidadanias mais igualita democracias, em 8 €, COM iss mais justiga e dignidade na organizagao dessas diferengas. Na pritic, porém, a maioria das democracias vivencia conflitos tremendos entre seus cidadaos, na medida em que seus principios entram em choque com preconceitos quanto aos termes da incorporagao nacional e da distribuigao de direitos, Na realidade, os contlitos tivamente com as extraordinsirias demo- entre cidadéos aumentaram significa cratizagao € urbanizagao do século xx. Assim, a ins urgencia mundial de cidada- stabe- nias democraticas ocorrida nas décadas recentes rompeu com formulas lecidas de governo e de privilégio nas mais diversas sociedades. O resultado & um emaranhado entre a democracia € seus opositores em que DOVES tipos de cidadios surge para expandira cidadania democritica, ao mesmo tempo que novas formas de violencia ¢ exclusio a corrocm. Além di sido, ao longo da historia, palco de desenvolvimento da cidadania, a urbaniza- a0 global cria condigoes especialmente voliteis na medida em qne sc as cidades tem $0, SC des a ~“’ Trl » de nao cidadaos que conte. ados ¢ de ndo IUE COntestany sia 6 desordenada e desordenador, jadania especifica ey, N ta narginali? cidadios 9 cid fadar Ne: ane mentos de uma ‘40. engajan s ‘ canes = tivro estuda os ene 1o Brasil como paradigmatico de ae a.'Toma o caso d ; ar 7 ose m em algi ome » todas as nagdes desenvolvera 8 im Momento € ay que is comuns: uma cidadania que administra as diferes re os Tm iti reproduzem ‘ : do-as de maneiras que legitimam e rep! i a dlesigualges, acteriza, além disso, pela sobrevivéncia de Seu y s e desigualdades legitimadas. Ela persistiy Sob ¢ prosperando sob a monarquia a és chem de cor excl pede mudang: processos © de cidadani 4 permanece ent s legalizam iadania brasileira se car me de privilégios ——- repulicane, — a este livro revela também que os mais entrinch, ir vegies de cidadania desigual podem oa desfeitos por movimentos de um, cidadania insurgente. Mostra que desde a década de 1970 as classes trabalha ras vém formulando nas periferias das cidades brasileiras uma cidadania ins _ gente que desestabiliza o entrincheirado. Argumenta que a experiéncia nes periferias — em especial as provagées da moradia ilegal, da construgao de res. déncias e dos conflitos de terra — se torna simultaneamente contexto e subs. tancia de uma nova cidadania urbana. Ao contrario do que preveem muitss teorias sociais dos séculos xix e xx sobre as classes trabalhadoras, integrantes dessas classes se tornaram novos cidadaos, nao por meio de lutas trabalhi mas pelas lutas pela cidade — um Processo prevalente, como proponho, em todo o Sul do planeta. Portanto, este livro trata da Persisténcia da desigualdade Secretion mo tempo produzem e limitan cen ‘ek s coeuea eae a ania “ ae sultado, o insurgente eo an _ Semulagbes on contrario, Com do a € corrosivo, ado permanecem ligados num emaranha ‘a primeir; . Palavra “daar eee 7 sive No Brasil, em 1980, eu raramente owt! falavam sobre seus direitos i em conversas cotidianas. Claro que as pesso® Specificos, mas o faziam sem relagao aparente 60" aideia de cj, Cidadania, F, * 4a com + Outros 10 Se o, Garg 7 7 iii. | tem ie direitos existissem a parte. conferidos )\" soci 0 Acid

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