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TLUMINISMO BRONISLAW BACZKO J © dia 11 de julho de 1791, os restos morta de Voltaire foram 50 IN cransteridos-para 0 Panto, ex-igrefs de Santa Genoveva, Foi unta enc “grndinse: enorme caro i moda antign sobre © qual esta Gepostado 0 sarséfs Screada de jovens alunos das cad ganda roups romana longo corte fm que ve divinava a extitea Ge Volutze por Howden vada nim andor. do cual Spavam “os eidacins dp halen Sohne Antbine-rmadas die seus hnagos™ Ess cro, consi wm memento ceriménia precedia, poe ape fomemonigio, 2 da tomada Bastia a da Fe stmovier fens. apen 5 antes hava sido levados espojos moruis de Marat (e. no quadro retinads do Pantedo as cinzas de Mirahea, 6 prints ccolvcado), Asim, a festa ‘sua exploragio {cos cogjunturais. tinham uma significapie po ‘somunt: por m i 8 Revolugie prestava honienag a justisa a seus ‘durante as duss cerimén sm com Vigor nos 1ag08 que “séeulo esclarecido” encumado por Volt ‘prewados 3 hurmnidade, © no-no naxcimento. nos ttulos hereditirios ou mas proezas belicas As duns coriménias resumiam ¢ coloeavan em ffrma de images urna dupt o, ada Revolusie a do Iuminismo. entre as quais se instalava um jogo de espelhos. Revolucio, colecando-se sob a insignia ©-0s auspcios da “século Tumasuo itominado”, proporcionavacse = ws € un zumeato de legitimidade: elt punta. 6 séculos de wevss, de tinmia ¢ ds preeonctites; reivindicava para si cidade, histéria pris histSria, podia sempre recarrer a st ns Come sua justificago em ia insténeia: lozo. 0 retomo a tas origens pastaia a of permanenteres Je Sia renovagio e de sua grande7a, lucie mas também das Luzes (ou antes, do “século esclare- loséfico”, do “século da razo": termo Luees, equivaer Aufuarang em at tivamente pouce tempc ‘expresso, comendo as fer um cesto anacronismo). Fazer com wu repousasse 20 lado de Volisire equivalia a teconcil querelas = confiites, era eons 4p & unidade fundamental do Thuminisno, fuado comum de idéias, de val Também oquivatia propor a representa movimento cont is, preparar a Revo sucessiia dos homens © day recorria aos Veltaire © acs Rousseau por assim dizer, como testemnnhs para reconhecessem na bya que elt Is reencinlrasvean Suas is de Voltaire © de Rousseau nto foi mais que dois momentos da difuso da imagem dupla da Revolugio ¢ do 1 repetida e retomada em muitos diseunws, c : ‘somum ¢ uma figura de retdrica, capares de reconcilier. 2 um 36 tempo, revolu sGiondrios © contruwevolucionérins. Com efeite, um Robespierre e um de Maistre podiam reconhever que Lluminisme ders erigem 4 Revol wun para cxal © @ rebenlo, @ ouiro para condenar os dois. O perfode revelucionsitio:legou essas imagens a seus historiadores ¢ toda uma historiografia 3 retemou e amplificot No entanto, quanto mais se passa desse eonjunio global de imagens 2s questees mais expeeifieas, mais as metéforas se transfermam em problemas, de onde se ori dle questfes froquentemente disctidas em historiogratia: o Tlunti Revolugio © o¢ “Tildsolos” foram & seus precursones? Seri que fem 1789:as idéiay €-0s valores do Luminisess aniitean w paixdes revoluctonsrias © pestanto le se politica? As divergéncias entre as dout Stildsofas" yobre as oposicOcs cntze as orientactes poliicas. notadamente ‘os moderades, duranie a Revolugie’? Sis questies que sherecerisa uma redefinicSo, pois o sew proprio leer traduz a preocupagto de estabelecer uma convergEncia cnire dus finalidades. a do Tluminismo e a da Kevolucao. Née nio par lilhamos dessa preocupacin: no cent de nosso interesso encndramse a cultura e mentalidades polilieas do periodo revoluciondrio cm seas relaySes com a Heranea do luminismo, ¢¢ apenas segundo ensadtica que diseutiremos os peoblemas das origens culturais da Revolucio c os da funcio des ideias do Lluminismo no desencadeamento da Revoluyfo e em sexs coniliios politions. Tentemas. no entanto, rotomar essas quesiies, nem que 0 facamos apenas em nore de sua longa aviv bisluriverifica, ‘05 “Til6sofes” clamavam pela Revoluséo, foram dela precursores ¢. portantn, 80 por ela responséveis? Tis questtes.j surgiam em pleno periodo revolucionsio mils veaes ve nes ds wna respasta postivs. Para isso procura-se apoio ers textos peofttions”, como as célebres frases de Rousscatr “Nos nosapronimamos do estado de crise e do século das revoluctes. Considero impossivel gus ax grandes monarquizs ainda durem muito tempo; todas brilharam, ¢ um Estado que brill comes a deel nar.” LS, Maercier, em sua-cbra De Jd. Rousseau consideré comme tun des pre- ‘iers auteurs de la Révotution (1791) no ve cansa de dememstrar, 20 longo de een tems de pégims, que as cleas de Rousseau snunciavum a Revoluco e formulavar seu programa. Macrcicr nao brsilou,aliés, em evocar sow posi Tivo Fan 2440 (770), um romance utépico, para afirmar, com toda-a modéstia. que bavia previsto no livro o propria desearolar dos aeunlecimentox revolucionérios, comecando pela tomada dls Bastfha. De lado da contra-revolueSo, o padce Burruel, um jesuite, desen- ‘wolveu por sua vee a tse dat respansshilidade dos “filisofos”. Fim suas Mémoires ‘pour servir & Fhistoire di jacobinisme expés, no curso de tré3 grosses voluInes, & faéia de um compl filaséficu © maginia na origem da Revolugio. Apoiado em ‘sitagies de Voltaire, Rousscan, Didcrot, da Encyclopédie. etc. cle demonstra que, desde ametade do século XVIII existiae aia uma conspiracso que visawa a suh- verter 2 ordem social: os “filésofos” cram os chefes de tal Conspirayio © as lojes runivas (noladamente os “iluminados” da Baviera) formevar uma verdadiira reds de subversio, Criticar a rlisiéo ¢ o cleo.a familia e a moral anobreca ¢ 0 tran foi ‘© trabalho de saga caguele complé que. havia muito tempo. preparara 0 atague de frente que cometeu finalmente em 1789, Essas dss pesquisas de paternidade da Revaluedo, por mais opostas que sejam “doologicamente, demonstra que a Revolugso permnnecia para sews contemporsineos ‘um aconlevimento suspreendente o, oo funda. incompreensivel, Apresenti-ia como a realizagio dus previsbes © das idtias evclarccidss ers uma forma de racionalizar 0 fenfmeno revoluciondrio (as seltas misticas que probiferavam na messha €poca niio nnecessitivamn de is profecias Ieigas, clas «© contentavam simplesmente com 0 Apocalipse). O padre Barruel nfo fazia extra cvise; como resultado de um compl6, 2 -Revolugo, obra das irevas, tomave-sc intligivel, ao mesmo tempo que conscrvava ‘o-sca cartier de mistério impeneirivel, \ iia de complé flesdfica © macbnico ‘estava destinada 4 um helo futuro, Mas também do lado revolucioasrio buscavam-se sem cessor as rumilicayies do “vompl6” aristoeritic © clerical, para explicar as vicissitudes da Revalucao. ‘Muito mais ravos eram aqueles que aliviavam a cargn dos “fl6sofos.” J. Mounier, 8 chate de fla doe “Manarguisnes”, entrou em polémies eom a padre Barruel do seu exilio om Weimar (De linfluence attribuée aux philesophes, franc ‘macons «itomings, sur ka Révolution de France, 1801). Demonstrava que 2 idéfa de 156 ‘um complé atraia os espiritos “pr aviam clamado pela zevollas que g monde, uti Protest ln contra os eataelismes, moderiandava © sefor, manele ‘MPunir cetamente tins taro, As profecias dos “ldots” no passam gesale Fee Soaks de ret6riea, slo outras tantos apelos para impedir tamuliee ae ‘dias politicas de Thum iam. € certo, cicgar a explorar as altermasivas Ulépiets da ordem existente, Mas nz medida eer minador comum para esses i ca Toric oo ise fi tuna itciaezo a seformas. No boricont: das coisa quo ‘Aurinleme esporava, antes da crise de L789, enconimest 0 ideal de um Estas i nna politica de referntas, a de um Turgot ou ainda de nen Joné iar o- aproximando do que todas as outras esse ideal. refs” io foram portano “precarics” da Revolucio: 0 valor explicn- Bap fe comocit de “precursor” &, em gerals mast fraco. Pur asso, tm “preceest> iil ¢ aquelc que no pods enxmciar o que x¢ considers subestimar a importincia de ta Saitades poltcas, Park o amadurecimento destas, um fundo comm de ides ea Free: Ce zalomes © de cofess que se esperavam, tha mais efcito do qos os Prseros projetos de tal ou qual reforma que se haviarn acumulado no cue de formas foram pensadas como outras tan gue ocupawvam ¢ Ilaminisme: como definic « rationalinar cordeat ones ane Iadas © homem sou explo w seu corasse? A realiragia dor moc ny reloema incumbitia ao poder #: € claro que colocar fais espevaaeas nas aaimas euuivaliareconheces immplicitamente a politica coms iagtduca dootita a, eats ndings social. Por sua diversitade © por sua mullite os poten oe {efomma tiduziam duns conviceSex que se conlundiam as instighes ¢ oe anne seriem indcfinidamente rangornéveis, a mudanca <6 pode ar peaicnde no i capncidades de texnsform Teorizano a police ¢ revestindora de sur 9, rani. (cao enpuriai or). Uneetcarion pour a democraie. Testes eprajes ane révtnionrne Pa, Caves, 1382 ‘Cassnne, Ea Pile des Lames, Tinduide senso s apescniadn por Pen Qi, ‘Pais, Fayed, 18, Ie i Dnstns Rober Merriam aa ic Bd the ian Reed ex Togees Rraa i venture a Fr, 1980. ores, Jean Fries RemissOEs ute ™ Cendoncee Mars Corman Manet Rouse, [Biren do tomer Memcusion staer-en Regenerio

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