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Prévimo tanga’ sto Ensaiog Ling cos Louis Heit. | a ral especie, de ume Mencia Dialog Es © TW velo x sera referencia pre DPenutento buberiano, Sem ddvida € ests lve que ele #0 © imerhumano, no esta sieunseris i um nico esr, por i de, para apreender mais prcksmente martin buber DO DIALOGO E DO DIALOGICO martin buber DO DIALOGO E DO DIALOGICO Sy ' corona pensrecTva Aww Fis soo, Dat Diotgacke Priatp Copyright Raphact Buber. Todos0s dctoserados. A rprodusio esta obra por gualguer melo, tol os pari sem ators exp 4a Eto, stad inate, os terion da Lat 6895 de 17-12 1980, AS penaldades press nos artigos 184 © 186 do Cio Peal,» sber redhuafo de 14 4anose muta de Cr$ 10000,003 G8 $0.00000, SUMARIO Preffcio do Tradutor ..... arte ‘Aldtia de Paz na Filosofla de M. Buber — Marcelo Daseal . 11 DIALOGO 1, Desergg0. 3 1. Recordapto Primera 133 2. OSilncio que é Comunicapdo. 13s 3. AsOpinisese 0 Fato Concreto. . 37 -RSPECTIY 44. Coldqulos em Torno da Relgio. 38 EDITORA Pe ASA. 5. Colocagto da Questdo « 40 4 Bcd Lab Ante, 3025 5. Gloceke de Quieres if Fatima, A QUESTAO QUE SE COLOCA AO INDIVIDU 1. “0 Unico eo Indviduo . . atte 2, Olndividuoe Seu Tu. . 0.1.2... 2) 3. O Individuo e a Colsa Poblica || 4. O Individuo na Responsabilidade 5, Tentativas de Disociaga 6 A Questo... cece ELEMENTOS DO INTER HUMANO 1. O Sociale o Inter Humano 2. Sere Pacer. coe 3. 0 “Tornarse Present” da Pessoa 44 Imposiggo e Abertura. . 5. AConversasgo Genufoa 6. Observaggo Pesterior « Postico: A Histria do Principio Disiégico =... 91 “101 cu hus 19 13s 141 14s ery PREFACIO DO TRADUTOR 0 eon raids ssa colts conten, de et foxmar una evluso © expstagg da losfa do dogo d- Seuvolvida por Buber em Bue Tut, corlderada por mts & mls important obra do ator, O ceme do pensment de Bu € Te (pba e193) € ho cae fae: "Toda a ed eit encontro, B36 exit na media om gue dgo Tu 20 ft, acetandow ietament om au deride, cOm 81 {aad do me sere pr se sou aim sco. O Eas 0 Te apenas una aba. 1. Tradugo de Newton Aguile von Zabes, Bator Crter Mors, = Sfo Pale, 1977. 1 Poderfamos compreender assim a conceituaeto de didlogo situapo dialéyica. A preocupaglo para com estes transparece ros escrtos de Buber aqui publicados. O proprio autor diz sua lntroduglo a Berween Man and Man* que “o ensaio Diogo criginou-se do desejo de esclarecer principio ‘dalopico” ape: sentado em Bi ¢ Tu, de iusto e de tomar precisa a sua rela eo com as esferasessenciais da vida". Parece-nos que esta afic- ‘ago pode abranger toda esta publicagfo. Para realizar plenamente o seu Eu, © homem precise entrar em relapto dialbgica com o mundo ~ ele precisa dizer Tu 20 ou- t1o, © este dizer ~Tu s6 se fez com a totalidade do ser. E prec So perecbere acstar 0 outro “na sua totalidade, na sua unidade © sua unicidade”. E preciso que ele se torne presenga para mim, 0 ditlogo genuino s6 se dé em clima de plona reciprocida de, quando 0 individuo experiencia a relagdo também "do lado do outro”, som congudo abdicardespecificidade prépra. [No ensaio Didiogo (publicado em 1930) Buber dstingue en tte 0 genuino didlogo — “que ndo necessita de nenhum som, ‘nem sequer de um gesto" ~ € 0 monélogo disfagado de didogo. 0 mals ardoroso falar de um para o outro n4o consitui uma conversagfo." 0 encontro, o dislogo verdadero, se d8 quando “cada um em sua alma voliz-se-para-o-outro de manelza que, d2- qui por diant, tomando o outro presente, flathe e a ele xe di fige verdadeiraments. .. AS palavas que nos sfo transmiidas fraduzemse para nés no nosso humano voltarse-umpara-oou- -_ que Buber chama de dialégico nfo 6 apenas o relacions- mento dos homens entre si, mas € 0 seu comportamento, a 313 atitude um-paracom-ooutro, cujo elemento mais importante ¢ 8 reciprocidade da agfo interior. Numa situagfo dilogica, 0 ho- ‘mem que eitf face a mim nunca pode ser meu objeto; eu “te~ no algo a ver com ele". “Talvez eu tenha que realizar ago nel; mas talver eu apenas tenha que aprender algo e v6 se trata do meu ‘aceitar. © que importa agora é unicamente que ev me ‘encartegue deste responder.” fo 6 somente um outro homem que se tora um Tu para ‘mim — pode ser um animal, uma érvore, até uma pedrae, ara: vés de todos esses, Deus, 0 Tu Etero, “Nada pode se recusar a 2, Traducio pare 9 inglés por Ronakl Gregor Sith, Macmilan Pbihing Co ine, New York, 1978. servi de reciplente & paves.” E eu devo apenas estar presente, estar, atento,abrindo 0 meu ser em toda sua totalidade para perceber 2 palavra que me ¢ dirgida pelos acontecimentos do ‘mundo ¢ reebla como minha palavra ~ recebé-la e responder aelae por el. o mundo através dos seus acontecimentos do diaadia que se diige a mim. Tudo 0 que me acontece diz algo a mim de ‘uma forma Gnica, numa linguagem nunca antes pronunciads Nés respondemos 20 instante, mas respondemos a0 mesmo tempo por ele, somos rsponsiveis por ele..." ‘A vida dialfgica nfo implica de forma alguma uma perda de indivdualidade. Pelo contrtio, Buber insist, justamente a este respeito, na distingfo entre a coletividade e a comunidade: 4 coltividde fundamentase numa aos onpaniada ds exstincia pesot2 comuaiade, no aumento ma conmarao dst estas, bo Inter dh recproiade Em A Questifo que se Coloca ao Individuo (elaboragio de uma conferéncinpronuncids em 1933) 0 autor faz uma vers critica a Kierkegaard para quem o homem deve renunciar 20 mundo, a toda ¢ qualquer reap estencial com o outro, deve “falar extencilmente consigo mesmo ¢ com Deus". Mas que Deus seria este, que exiia de née a rendacla aot outros ho- sens, tain propia cago? "A cxiaglo ado é uma trea no ‘amino que leva a Deus, ela ost pro camino." Deus eo hhomem ndo slo rvs Devs quer que noe venhamos ele aan, do mundo que eto e nfo através da nasa renela ele, "NSO «possivel que azelagdo da pessoa humana com Deus Sj estabe Jerid pela oriso do mnundo,” elo contri, otndivféu de- ve aetar em aun integlidade x parela do mundo que Ihe 6 con Tada, le dove “czcundar com sus bragos este tite mundo, co jo verdadeio nome ¢erlago". Deve aceltar ahora hstorca que 2 ele digs em toda asus aterdadee peceber a mensigem ue nesta hora he 6 dirigia,reconhecer que € le que 4. ques lose die responder. Biber inst sobre a pos Indio na responsabilidad, E esta pongfo nfo alter na comsinidade. O grupo nfo pode Alivirsor da nose responsbildade, ele nfo pode responder pores. ‘io temot aga e sao gam os sete uo omem dev a sho © tsonindo, tar # pon nose pops, 8 Seat Stree «Sel snams ei @ ea 9 ule que fem tm mesre pode entepanie™ a el, pode enter the ‘Sipe GA, mucosal enpontade. elope ‘reeder caminb se mean. Elements do Inter humano (de 1953) explora a exfera do “entre”, 0 espago onde s¢ reali 0 didlogo, o encontro entre Eu ¢ Tu. 0 sudo dst didlogo nao se aca “nem em um dos dos parceto, nem nos dos em conjnto, mis encontrase somente ste encamado jog entre os dl, neste seu Ente autor frisn @distinggo ente a esfera do “inter-humano™ ‘¢4 do puramente “social no qual os homens se achama igados por experiéncias e acontecimentos em comum, sem que neces Flamente hajarelagBes pessoas ente os diferentes membros do po. Naturaimenteo dominio do interhumano etendes mito aléa do ‘dominio dz simpata. A dna eos importante € que, para cas om dos homens oBuzoacontqa some ee otro Jeermnado;qus ce um dos doo fore consented owe deta orma qu precaumes™ {© por io atu prs com ele um comportamest, que Hoo comaiere nfo ote com su cbjeto mas come su parse sum aconeciento ‘Snide, mesmo qu sea apenas una uta de boxe: E este ator doc: ‘vnfoserobjeto"s Attra dointerhasano éaghaa do fea fase, Jo “tmao-utio;é osu desdobramente que chanames e dala. Finalmente 0 Posficio désnos um apanhado do cima inte lectual em que se desenvole a fllosofia do didlogo de Buber, a ‘afinidade do seu pensamento com a busca de outros pensadores preocupados com esta mesma flosofia,cujas obras se desenvol- ‘vem 3s vezes em caminhos estranhamenteparalelos ou conver: sentes, A IDEIA DE PAZ NA FILOSOFIA DE MARTIN BUBER® Marcelo Descal « eLhombre munca sabe pare quien padece ee Pees cn im pares gue imines conocer} que at Yes pateoatn epee Tin 9 tar pare oto guctrypoco nk fle fk pues el hombre asi ste une fad Ide mit alt des porn qu le er ered, Pe 1 gondese del hombre eid precimente ‘uerr meorr lo que Em ponerse forest En ‘Reino de os Ceos no hay gander qu conga ‘ar, eto que ad too es eargu eb, Inchanta depot, exis tin trmtne, mp Iida de see, repo » delete. Por el, eo ‘ado de pena de fart, hermoso deni dem, ‘ber epee de mar en mado de legs, et ombve slo pus hl grandest, 1 mst ‘ad nol Reb de Bae Mand. ‘Also Comet Trabatnospresentado nt Semana Internacional de Float, Ste day, 17425 ejb de 1976. n ‘Se connaarmos noua conhecmentolnterno brofioto respeto do que orene De 8 human. [ize no hetaremos um 98 ntante em dizer gue tape Mordschai Martin Buber Parcencontraresigneego de ua ie, mos que examina es conten da of para os (uae be wos le: de outro modo espe ‘Sore es itt poder eemntarse, sem menu frac. Chaves Sander Pare {A primeira vsta, nada mai impr6prio do que a justaposigfo dos textos de Buber e Peirce. De um lado, o exptitualismo de Buber, a olhada para “cima”, sugerida pela mengdo de Deus. De ‘outro, 0 pragmatismo de Peirce, colocando como condigzo da pt6priasignificagzo de uma ida oexame de suas consequéncias prétcas. A opesiofo 6, porém, apenas aparente. Porque Buber, Tonge de ser um fi6sofo especulativo “tpieo”,alheio ~ em sua reflexdo floséfica ~ a0 que passa a0 seu redor, 6, pelo con- ttdsio, um homem-de apfo no sentido pleno do termo: sua apo politica, social e humana ¢ permeada por sua flosofla;e sua r- Hexto flosfica& toda ela, mesmo quando parece pairar em al turas mistico-miticas, absolutamente alhelas & reaidade deste ‘mundo, orientada, em Gltima andise, para 0 conereto, para 0 hhomem e sua esfera de a¢f0, para o reino deste mundo. Se, no turbilhdo dos acontecimentos, volte para o plano da idea, pa. 120 espirtua, nfo para encontrar If um refigio, para escapar& tormenta, mas sim porque acredita no poder da idea como guia de apto © como instrumento para a compreensio e transforma. 0 darealidade, ‘A ovientglo para. conceto a capacidade de agi sobre ele 4, aot othos de Buber, um elemento constitutivo doespisituale, omo tal deve figura em qualgue entativa de defini sats: toviamenie. Esobretudo por ignorar tal requsto que pecs, - undo Buber, a antropologi flosfica do Max Schltr, entre Sutras, Ao “espito impotente™ deseo por Sceler, um espt- {o que “em sua forma pura ¢ desprovido de qulguet pod (Buber, 1942, p26, Buber ope a concep does eo- 12 ‘mo dotado de poder, talver nfo no sentido de uma forga que produz mudangasimediatss, mas pelo menos como una “capa fidade de por em movimento semethantes Forgas, de forma die {2 ou indireta" (1982, p. 127) Fave & tentative de Scheler de definir o espiito através de seu afastamento da experiénca ime. data, de sua nfo imiscuigio com 0 concreto, Buber conce- be 0 epirtual come intimamente entelagado com 0 mundo, ‘com vida, com a agi, Para ele, “no outro espirito a no ser aguele que so nutre da unidaée da vida e da unio com 0 sundo" (1942, p. 138-139). E, ao contréro de Schele, aima- gm que nos prope para ustrar a natureza do eonhecimento ‘go é a do espetdculo em que o esprit contempla, de fora, seu ‘objeto, mas sim a da inilagto, em que oiniciado participa dir lamente na “Janga”, “penetra” realidade que pretende conhe- cer (1942, p.133)! Esta eoncepefo do espirtual como orientado para a agfo, Buber a retica das profundezas da tradi judaia, “Aquele que estuda sem a intengfo de ape”, diz 0 Talmud, “melhor seria que rnunea fosse erado” (1934, p.141). 0 concito brblico de ‘hoch (sabedoria) ¢, segundo Buber, profundamentedistinto 4a sofia rega:enquanto este ultimo se refere a um conhecimen. to contemplativo, valorlzado em si mesmo, aquele volta inte ramente para a unifo entre conhecimento e vida. O saber des vinculado da a¢fo ¢ cdnsierado estén, um desvirtuamento da fungfo primordial do expt Agusle cue sabodora traps usages [6 norament 0 Taaud ue nos falas ques parece” A oma vor com ton ramon © pone Faizes um vento qlee saan e Geruba, Mas aque cuit a8 lkapasiam su sabedoria 2 que se paece? A un frvore com poueos + 1. “Gehl sreintestecxemplo-um homer tem uma dot no bet 0. A intaigdocta perpunta como supa cua dor como pode ae ‘nada, «seqonde tpergunta com 4 ajuda de clas, O epito toma ‘at ecu dr como enenpo da conde enenca de que'9 mundo te ‘cha inprogaado de or, interop a epate Ja enna de pop do, “nda mals i, se pepunta como deve se fudamento ds clas pt {oe ach pone algo come a dor em pra «Now conhece enna {dor afutandose o epi dela refestelndose, por ei ier em ‘uma poltrona pan contmpar 9 speticul da dot, como am exenplo real 2qele co eapintondo fin defor ew dene, mas ang # Fandom dr rea se ata ease entiia com ela econ deep tovertentio ques dor sete abie,om tal stmidade. No ob o- ‘Slsimento mediante & Sestelag, mas sim prseunentepesetrando ‘ended conte" (Buber, 1942, p. 132139). 3 soy eas mits anes men ts os Yetos do mundo viesem 2 s- rar sobre ela fo se mover (id, 141-2). Ito nfo implica, porém, uma gloificagdo da apo per se, tum mero ativismo. A agfo nfo guiada pelo conhecimento su- ccumbe inevitaelmente na “problemstcaabisal do momento” & 4 incapaz de “bertar-nos das limitagdese igar-nos ao incondi Clonal" (bid, p.144). Os sibios do Talmud coneluem um deba- te sobre 0 que & mais importante, ensinamento ou apo, afi- mando unanimemente: “Os ensinamentos so mais importantes, porque eles engendram as agGes”. Mas nfo se trata de uma con- tradigdo,explica Buber. Tomadai em conjunto, as duas tess ‘complementam, apontando para a interdependénca essencal, 0 Iago insepardvel que une reflexfo a a¢Z0. Finalmente, para eliminar qualquer divida porventura res tante a respeito da aplicabilidade da exigéncia de Peirce ao caso e Buber, basta lembrar que durante toda uma longa vida Buber ‘rocurou sempre apr eagir de acordo com sua doutrina do “po- Ger do espiito”. Eapesar de ter vvido as duas guecras mundiais ea guerra de independéncia de Israel, uma ideia de cujo “pod jamais duvidou e que sempre Ihe servi de gua fol justamente a [dla de paz. Nao € esta a ocaizo para contr a histéria de seus esforgosincansiveis em favor da paz entre judeus eérabes, uma histéria que sem divida merece Ser melhor conhecida®, Creio {que 2 opinizo de Dag que em 1959 propos 0 nome de Buber como candidato ao Prémio Nobel da Pa, pode ser tomada como umaindicapto sficiente do valor de tis esor- 2 Desde eu primi discutso sobre a questo das ages eae ju eat ¢fabes no Kl Congreso Sion, em 1931, a pratiaments Sua ‘morte, Buber nf deixou Jamal de prosrrde todas as formas a so. {eo movimento sonia para qu evase em conta ot ditose aspen (es dos abe da Palestina, en sae dense. Depois de ims ps 8 Factna, em 1938, fndou um rape polio com o nome de BeeSha: Jom (0 Pato da Pai), ~e mas tude ofehad ov Uno pao Palestina ‘tj plataorna conina, eae outs casas, ea de um Estado bina ‘onal dated sa Paesina, asim como propsts etaladas Ge co. fio reslver os diferentes problemas extent” (ef, Buber, Magner Smuansky, 1946). Tantem depois do ergdo do Estado ce al, que afitou como up ato paftsn (Act como meu oExtago detec + forma et noraContuniladeJudnca qu gi ues, 198%, 257, ontnaow htando pel spreximagio tom os dabes nfm, sat ‘dar radiates rept a0 hoje sempre foram minoritr, mo 29 ‘sepa encontn pons ou nexium ssn oman 4 sot, Um pequeno epissdio servi par ilstraro profundo engs- [Eement pessoal de Buber na causa da paz. No inicio da década 4e 60, Buber, juntamente com Bertrand Russell, Martin Luther King ¢ outros, oncordou em apoiar a formagdo de uma “Briga 4a Internacional da Paz". A ceriménia de fundado da Brigada deveria ser realizada em dezembro de 1961, no Libano. Aos 83 ‘anos de idade, doonte, Buber decidiu empreender a jornada a0 [Libano, cheia de dificuldades previstveis eimprevistveis, ma es peranga de poder desta forma contibuir para o inicio de um ‘idlogo enteisraclenses edabes. A proibigdo terminante de seu méico impedive finalmente de iz,e seu desapontamento por 'sso fo indescritfel... (Hodes, 1972, pp.72-5). Iustificase asim, do interior do pensamento eda ato de Buber, tentative de eclarecer sun cancegto de pat, de deter tminar de maneirs mt pecs sun sgnfcago, ares do proce Aiment sgerito por Pere: o exame de sas “coneqncs de Selo", Nose tata de procaar emir um jul a respelto dat 20erespectfca empretndis pelo proprio Buber em nome de ‘a itn de paz embora eas posta servi para lumina om ‘ou outro aspect den ei, Come todo over human le pode ter falado to poser da iia apo conerets, Sea ualeate fat esperar deta anise una revit pormenodianda de como ada um deve ag para que spar aa sngién. Tatas, nts, Ae procarar ver como wma cera conoepylo da paz Se aoc in tiamente uma cet filosfia Jo homem e da sociedad, for ‘mando asim 4 bse de una dousina ica suicentementsespe- ‘fea pare, ao contro da grande parte da tea contemporinea Gueaiprad “neutalidade™ poder servis de gua global Ge a0 bs que esto dapostos + dikar-se persudir po Sus agumen- tore ndotsis, Tale cai natura omar nesta expo fne o- mesr pss tes de Buber a tespito do ser humano nda, fend dep ps 2 paso, vests do ternal co modo altura, dso do nacionale do politico ~exatin,« tsfera em que se costuma dfinir 0 coneito de paz, Tomah, poréin,octmino invero, que prt da nog 69 “poder do Spit” em ua forma mai geal. Ssqgendna ama ds forma (sobre to Bac, 1973). 1s ‘A comparago com Scheer novamete se impBe. Pua Sche- ler aia de “paz perpétua™ 6 em si mesma, absolutament cl "3; Sem qualquer modificago substan acompnha © homer desde a Antguidade até nossos da eenconta-e nas mals der renteseultras (Scheer, 1953, p23). O que exigeexplcacio ‘fo € 4 natura da idea de paz, mas sim 0 fato paradox de ue, apesar de tr sido defends pelos maorese mais puros ‘ios da humanidade em todas as pocas, a iia dep “no. You 4 praticamente nenbium resultado, em mesma a comesos Ge sealeato cetos dsintamentereconhecines" (iid, .25). Nao seria esa inficsnca no plano da elidadehistrca um 3 nal de que alg erado com aida de paz perpétua? ~ per gnta Scheler, E sua repost € incsva: no, Porgheo espinal Ors 36a dda pra ou o puro valor moral, sf0 desprovios de poder. A eficdeia que pode vi ter uma ida nf0 depende de Sha ppl natura, assim de seu encontroconjuntrlefor- {ult com “gras inteeses dz grupo ou de masa formados segundo sus es props” (bid, p28). SHo ees interes, tendéncas dindmicas, impulse instntos que consituem 3 ni a font de poder. Uina tia ~ por mas pert, jst ereco- tendével que seja ~ tom que aguardarpacestere mento de ineresessufcentemente poderoso, que "aspiten 2 ela, para endo transformarse em una “for, em una "Yon: fade politica”. A expieagSo ca inefediahistoica da iia de paz perpétua tomase entdo bvia: em nenhum momento da his {bri do homem supu uma conjntura de interesses tal qu per mits sua reaizagdo. Scheer acredita, porém, na existencia de Certs “leis que digem o progeso da evalua" is que le. "Ho, fnalmene, a0 sugimento da conjunturaapropia para o advento da paz pepétua. Em etsincia,o proceso que antevé€ lum processo de’ “sublimasto" do instnta de poder, cuj obje {0 se modifies progesivamente: “da violénca 20 poder, Jo poder fico 20 poder espitul, do poder sob os homens 20 oder sobre» nsturera,pimeie sobre a naturza orgies, d ois sobre a inonginica” (bid, p64). Puralelamente, 2 "uetra™ Psa por um proceso de voventagfo ‘A ta ne homens «ent popes hamaaos rete. pouso 4 ouco,cedendo agar ata comm, um combate colo, em cooper (lo, ques Mumaniade trae om 4 naturezs lata humana (BL 9.6). ‘Uma vez atingido esse estigio, 0 combate coetivoabsorve- 14a maior pate do instinto de poder, e a paz perpétu, isto 6, a auséncia de queras intrathumanas, estar praticamente garan 16 4a". Aplicedo & Europa, este principio significa que © que & preciso fazer para promover # paz européia&fixar areas euro- _pélas comuns, “tarefss cuja realizagdo em cooperacto perma 20s povos (europeus) unirse e atenuar suas paixOes guereeas” (tid, p.138). Todas a formas de paifismo de nada server pa- tal fim. Em particular, de nada serve o “pacifiamo cultural”, a idéia de uma vasta confederapto de intelectuals de todas as na- Bes, que se preocuparia, entre outras coisas, em eselazecer 0s povos a respeito das conseqisncias nefastas da guerra. Porque no é o saber intelectual ue poe em marcha nosso vier © nos 0 agi, mas sim o possante instinto da vida” (bid, p. 137). 0 fundamental para Scheer, portanto,é moblizar a8 Fontes do poder ~ instints, inteesses, tendéncas dindmicas ~ sob o estandarte da idéia de paz. Em outs palavras, tatase de con: verter a paz no interese dominante, no instrumento principal de Satisfagao do instinto de poder. Isto nfo exige, porém, nenhuma ‘tansformaggo radical da estrutura social, cultural e nem mesmo politica reinantes. Apenas aquela re-orientapdo do instinto de poder que chameianteriormente de “sublimas40” érequerida. E fla pode ser obtida dentro das estruturas vigentes, porque d nde, em essincia, e uma reorganizapio apropriada das forgss Polticas em jogo no cenério mundial’. Muitas vezes, a linguagem usada por Buber para descrever varios apetios do processo de obtengdo da paz extremamente semelhante & de Scheler. Por exemplo, em uma entrevista &re- vista Life, em 1962, Buber sugere que a paz poderia ser obtida ‘sim obtido seria devido 4 fato do sistema operat so fon oe ane moana th ode "bene" da (ete cto, hind, evdentezent, vantage figcomuttares, economics, e2) vee Sompre que peudiea aga ‘memo (estado), 20 mesmo tempo que benefice ovo, OW 48 ‘mesa esque oan da suo em temos de um esto pactin {Ud do de sisnctn, arm principio de "Jsa” ape atl 048+ Senveldas por Raw 1971 pp 6779 5, Mesmo quando Seheler (pp. 10819) rita 9 ave cama “pa ‘gn jurdieo" ncundg 9 eens formas Ge erganismns tera ‘al outetes (gs das Naps), enre cus defemoressencotra Kany rrarder que segs dizom reset, eenclest, se 25 parts em conflto distingussem clatamente entre seus inte esses comuns © seus intresses opostos, ¢ tratasem entdo de chegar a um compromisso, como "bons mereadores”. Ese com: romisso deve ser algo de positivo, coopemgio na slice dos eaormes problemas qu on baila. Omada des Bes comont io seaimente mars, parc paren, que ose ‘esses oposss, tentam chor tam entendimento parse! 0 probe ‘us comuas. Que eu sabe, acum policy fentou ete caminbo ode, 1912, 9:120)- Apaentement, portant, Buber ~ como Scher ~ seed tages pe pode er bts por melo de un “elles Ge interes. se, do qul resulta a “cooperagio" como interes predomi ‘ane, Exe interes predomiante am dio, se tomara oo jeto de “uma fort vontade dos povs de explora e sda Conuncamenteo planeta Tera, tetris jd Ge a= ‘asprimas ¢ populsdes” Bute, 1950, p.194);"votade™ es aur lembra de pert a "Yontade politico “instnto de po der” de Sceer Entetanto, essa semethanga de linguagem esconde diferen: a5 profunds, relativas tanto @ natureza da paz a ser aspirada ‘quanto 20 modo de atingéa. ‘Uma paz que consiste apenas na cosagfo da guerra, obtida por meio de compromisos politicos, nfo é, segundo Buber, uma verdadelra paz. "A verdadeia pez, a paz que seria uma slug real, 6 paz orginica” (Hodes, 1972, p.119) Tal “paz orgaica significa acima de tudo a cooperaglo das partes para a melhoria de suas condigSes de vida e de sua cultura; e para a eliminagso sas diferengas existent entre ela. Mas essa cooperagdo nfo po. de surge apenas como o interesse dominante, esultante de um “caleulo de interesses" Ela tem que ser uma cooperagS0 no pu. ‘amente “interesera”, mas mais profunda, resultante de uma “mmudanga nos corag6es” dos dois lados da frontire (bid, 118), Se fala ainda de interesss, Buber ope of “intreses ge. ‘ufnos” aos interesses de momento: sos primeitossf0 capazes de engendrar a “solidaviedade profunda e constants” capaz de superar os intereses © conflitos (bid, p. 107), Referindosse ~ ji em 1921! ~ ao futuro das elagdes entre judeuse drabes na Pa Testing, Buber insiste em que somente o recoahecimento por ou {tos dos seus intereses geruinos Fars 18 nes coraget dos memos das uss naessntimenton de o> prito mitoo ede bos vontade, qu staid sobre «vida ato oman ‘Ede como de cada wn de seus membros. Sento se encanta or dot ‘ovoc em ust ove eosin eocontehstrca (i, p10. E, na sua opin, o que mais poderiacontrbuir para 0 ad- vento da paz orginica, da coopera real, entre judeus edrabes, seria “a influéncia do melhor que Israel produzi, 25 novas for. ‘mas de vida socal, sobre o pova arabe" (bid, p. 119). A verdadeira paz, portanto, requer mudangas profundas, ‘tanto na vida individual de cada um como nas estruturs sociis ‘Uma mudanga no plano puramente organizaciona, isto é, polt- tico, de nada seria, Pelo contario, a meta eragio de intitui- es politicasinternacionais, dotadas de poder suficente para Controlar a exploragio conjunta dos recursos do planeta, por exemplo, pode ser muito mais perigosa do que Gt © nfo for acompanhada por modificagdes radicals no plano individual ¢ Socal, O perigo, nese caso, seria 0 de um centaiame planeta, que devorua toda a comunidade ne. ‘Tudo depende ce gue io enroguemos so prnepioplluco a urls do xplonr on eer d tea (Baber, 1980, pp. 194). Ee pergo nada al que co das manieigtes — mais grea Ada nde un aoe ob fs Babes Sasa im des prosonarenas & hucaceate te Se ctl a ae acter Gay Ba Comes Si, £ reco enamar una Ges doom sas com gos pes Buber pou ent o scale police Segundo Buber um dot eos maiscomunt graves flo- 4sofla social ¢ — no.passado como no presente — a confusiogaie -os.dois fundamentos ds. ipter-agio. humana. 0. fundamentepal Soe oadanesto sl Ogeineto tea com sno da poser de cama, oa fuslonalizagao.¢ Organlzagio que Ihe-so a 0 ‘tgmbém sequer.um minimg de organizagao: ‘Boal emento nia ¢ de hechuna fora 2 sei 0 we «son is op Kode que “os homens abt gi as lage utaos™ (1968, p 397), an gualicde de 6 Ee we refer gui ds formas deve comunitria,piciament 204 ‘utaczn. eww pls ponesjudeesnaPaleina._ Pan Dube, ‘he tip de comunidad poder srr ce moana J nent para {etocinn agin = econdmie,snspensive pars © 2 ovo abe a Palestina 19 “pesinas 20 mesmo. tempo dependentes ¢ independentes entre s€.(1950, p. 191), Besse tipo de lgacdo inter-humana, ¢ nfo 2 ligagio baseads na dominagd0, a cooperasao impos, caracters- tica'da forma de organiasao politica, que constitu 0 "mundo social", por cuja eiagdo 0 homem efetivamente se dstingue dos demas animais. Uma comunidade baseada no fundamento social 6 uma unido entre sres semelhantes. Isto garante, por um lado, ‘ autonomiarelativa de cada indivfduo em seu selo, a posibi ‘dade desse individuo explora sua eapacidade de improvisast0, de cragao espontinea, e, por outro, através do reconheciment© ¢ responsibilidade mituos de seus membros, a coesSo socal ne- cesséra para seu funcionamento orginico (1950, p.192). Comu- nidades “auténticas” desse tipo sempre existiram como forma de agrupamento humano, nas mais diversas cultura, mas rare ‘mente foram reconhecidas como tas eclaramente distinguidas «ds formas de organizayso politica. Um exemplo é 2 comunida 4e eamponesatradkional na China, que seviu de base para af Tosofia social de Lao-Tsé, onde se reserva um lugar bem defini do, entre o individuo e 6 Estado, a estes entes sociais par excel lence que s80 a fara ea comunidade (Buber, 19650, p 399) ‘sociedad em geal é composta uo por individuos, mas pot duma.anultiplicidade de agrupamentos socials dase tipo. "Nao 38 ‘de familias, como. pensava Comte, mas de. grupos, citculos, unides prodsionais, calturas, comunidades” (tid, p.409). As ‘lagi entre esses grupos socials so reidas pelos prinefpos de ‘tutanomis funcional econhecimento métuoe responsabilidad situa (1950, p.192).E a existéncia de uma pluralidade desse ti Po no seio da sociedade, intercalando-se entre o individuo e « ‘orgenizagfo poltica do Estado, é ~ segundo Buber — condigto sine qua non pare a vitalidade da sociedade humana, pares pre- servacfo da “espontaneidade social" fundamento de toda cat idade. Ignorar essa pluralidade do social e suss manifestagSes, « fazer do poder politico o componente principal da vida socal, 6 distorcer prigosamente os fatos, Bae o erro de Russell esse 7. Compazese ko cam a tse de Rousseau: “Para que yontade p= ‘al vena gexpresrae ¢pecv qu fo aj soiedades parcial nooo ‘do Eendo" (chado em Buber, 1965, . 408). eae concepto se opde ‘nf somente Buber, mas também um nfo perteneente dado sa lca, camo Toba ams, part quem 4“socedade bem denada ¢ ume “unifocal de unter soca, endo gue oma “unifocal” ¢ uma “emtnidade de Inavduos que tem metas em comum ¢sidades em cont orden x menmas” (Raw, 1971 pp 322525 8 Bn Russel, 1938 (ct, Baber, 1965s, . 390. 20 “ambém 0 erro de Hegel, cuja descriglo da sociedade moderna peca, segundo Buber, precsamente por omitir totalmente as ma- fifestagdes da “sociablidad alas,» ama, amd wl eon su realuego dem eoptendimentoconjunto falta a esr oeecda or llgel = fous agus eypontnsiage social eador, que. apes de ao set unitcndee cntrlaelcomo.0 € «forge do Estado, existe em ‘hundncin mum gade nero Se ferdmens socal (1965 ap. 40, ‘A grande crise da humanidade, hoje em dia, provém do fato de que, embora nfo tenha desaparecido totalmente, ese funda- Imento “social” tenha sido insiramente subjugado pelo funda ‘mento politico, Bubpr nfo negaa legitimidade ea necessidade da ‘rganizagdo politic, como uma das muitas dimensbes da inter “apfo humana, O que rela é 2 subjugacao das demas dimensbes pelo fundamento politico. Jal subjugasio se torn possivel ata: ‘és do aparesimento, na sociedade modema,de um “excesso de poder”, que surge no intervalo,incialmente pequeno, mas de. pois abismal, ente “administragao” e “governo. A administra (#0, que perience a0 fundamento social, ¢ defnida como a uoriade de desi «comando, nts por conte nic datas, ‘ecoubecia de are ede acto dento dese ies que anu ‘Simesma caso os dtp, Q“governo”, por outro lado, é a puloidade de deiio © comando.ndo Iitada or condges tenis ‘as apenas por limiagSes chamadat“sonetcionis” (quando ¢ mite {2 e agus forma) (1968, p41. (0 que toma necessra esta sgunds forma ¢ a instailidade das condigesinerase externas situagd de crise potencia, gue em qualquer momento pode tomarse crise real exigindo ‘oderesamploseobedincandsctivel. Esa "amplitude" sto relaiva indefnigio, do diteito de decidir e comandar é que onstit o "exceso de poder", ouo “exceo politico”. Quando ma sociedade vive em “ese permanente", o excess de poder tomase um fatorconstante e dominante da oraniago socal, tenendo sempre 2 subjugar 08 outos fare, prinsipaimente 2 climiner a espontaneidad socal. Esta, sufocada, se toma um fator de nstablade potenca eo ciclo complet. feet ie locsse ssl ecaie! ne ee a si nen pa oe En“ i: #0". Em grande parte, paz perpétua” de Scheler, assim como 41 de Kant, nada mais € do que uma paz politic, e portanto, ‘quando muito uma paificagso, A esta concepso, Buber opte ‘dé de uma paz vial, “que arrebate 20 principio politica a so- ‘berania sobre o social” (1950, p. 194). Isto €, a verdadeira paz equer o restabelecimento da autonomia das diversas dimensoes 4a inter-apio hymana, ando dominagdo de uma sobre as demals. AA “paz vital”, entdo, est muito longe de ser uma “paz de tu: 4”, obtida através da uniformizacfo, da eliminagso de todo com- traste ov diferenga capazes de gear conflitos. Plo contario, ela € uma paz “vital”, precisamente na medida em que a "vide" € possivel gragas a um equilfoio dindmico entre tendéncis, 40s e fungdes miltplose extiemamente diferentes uns dos ou- ‘tos, A pluralidade de formas socials, de napdes, de culturas,e ‘uma tensfo ou equilbrio dindmico entre ela, permitindo a pre- servagfo de sua autonomia rlativamente umas ts outra, € 0 in ‘ediente indispegsivel da paz tl qual concebida por Buber™ Reconhecer 8 crise atual 6 um primeiro passo na diregdo de solucionsa. O passo seguinte ¢ sabermos pare onde queremos it, que tipo de paz queremas obter. Conhecendo a idéia que de- get acento np eps ro un fre nee fox. ABaE gue asi se obtem & do ipo a ax roman ou pa Sana Evdentemente, pea ober x pins prs joce ws ‘om lnsaumento nfo, eter neta “A pat Co bjelve de foen" alma Arai. F 0 propeo She, embora ws opona so ‘taramo de pci", que wna gram Defends iia sine insomnia gu a ue one ue Mego 10, Esta varia do plural, do equi dtico eno et to, encontamos em todo pensimento de Buber, Por exemplo, ee {enthtva de caterzar a nog de “cit” cn um ena sobre & “eal da alta” que pode sei, pa 4 paso, de modso pra um esto Dubenano,iexinent, sobre “enact pa "Buber ei tna que “unidade da cltra€ ima sida engendtada atv depo ‘hoo polars, Ente exe, dltngue quatro formas bans de eps, ‘je tenuo «equifrogarantem, soguno ee possbiade de crt "dace cute’ 1) tadedo ne inovagdo rvalaao ot conserva), 2) foumaglo. de relaes socas instruments concrete tag de tama eifraindopendente de prodatose lores cultura; 3) deseaoly Iento de formas de cultura ra desevolimento da conscaci dest formas pelos niduonenabios em su desenvolvimento; 4) tendéacs ‘autonomis das aferenies forma eexfers de cltura ve neoesade de ‘oantr eae eas apm ago, spun fra de “urate” cara (1965 ‘pp. 365-380) A'vidade de uma culture depende de concn sist pélos: x dominagso de um dc Sobre os demas tt a etagnaglo (decadence 2 ve servir de guia para nossas decisss, a idéia de paz vital, pode- mos agora procurar determina de forma mais precisa suas “con- Sequsncias de agf0". Se o problema bisico 6 o do exceso de poder, que tende a liquidar todo plurelismo, 2s medidas a serem tomadas nfo po- dem de forma alguma contribuir para um incremento ainda maior desse exeesio, A centalizaeio, portanto, deve ser comba- tida, A desentralizagf, tanto no plano nacional, como no pla- ro internacional, deve ser resomendada e implementada. Isto implica no abandono da idéia de um universalismo simplisa, ba ‘catia na extingfo das diferengas entre 0s grupos humanos. Para Buber, 0 nico univers prio, to 6 pase de ealagto — ainda que Sometrgo iui "eo aiverssmo dos proetas, que nf spa ‘Solu ds sociedad coma © de sas formas de oyna, mas Sims sforma © cr como bse par sus uneapo (19652, p40) Esta menglo dos profeta leva imediatamente ao estabelec iment se umt conc inisolivel ete sda dep eea ‘de justigas 36 me pode estabelecer uma paz vital, verdadelr, entre Socledades internamentjtas"*. A passagem que colocams co- ‘mo moto deste trabalho é parte de um discurso'* em que Bu ber, citando laf, exorta a juventude judaca ater sempre em mente a conendo entre piz ejustiga: “Sion no poderd ser re- ‘onstru(da ‘por qualquer meio’, mas somente bamishpar (Iai, 1127), isto 6, somente com justiga (Buber, 1932, p23). E isto se aplica tanto 3 justiga interna que deve reinar no seio d8 co- ‘munidade judaia em eriagdo na tesra de Sion, como a justiga 11, Um agumentofegdentement iad conta et eens 60 ints purdoxo’a eg dos pas mamas, 640 Pe Er nea de utr us amb eabelsinents dojo fm cas um dos edo, tino a lteregia nos eos gue no [rsnchem os ela 3 uti, intervene ave iin UT, 0 ENG pu. Potato, covtoma concur, © mahox€conenar com ‘hn pez malo 6 com pls aust de ger 0, ulelumente un, “pitipo odo ntervngfo aos unos “tena Ecard’ tenn inc dee te de tang tus pt abun gongs liad ~ 6 por, xtemamente du Sues Bit m bee eben ote 0 “eno” em gral no fal {te tabln er tb Buber, 1958p. 257) 12, Ponuniado por Buber em 1932, em wpa sonvego de ovens evs dedicates ao Pas Mona” 23 4 que diz respeito &atitude dessa comunidade face 05 éabes que habitam a Palestina io preendemos voir & tera com a qual temes gos istics ‘pictvais sepa pan suptimic um outo pore ou domintlo; ‘romo retorao & terra dele. nfo srt fet sus os dilton do ~ afirmava Buber no XII Congreso Sionsta, em 1921 (Hodes, 1972, p. 106) $6 nessis condigées podem o: dois povosatingir uma “paz vita”, No plano interno, além da descentalizagzo do poder, deve haver também uma mudanga em sua naturezs, isto 6, um deslo- ‘amento de uma porcfo cada vez maior do poder do tipo "po- verno” pars o tipo “administrgfo™ (1965s, p412). Ou sj € preciso 8 cada momento examifar e reexaminar em que medida Se pode sestringig 0 “excesso de poder”, jusifieado por condi Bes de “crise”, através de uma delimitao e especificarS0 rig toss da autoridade delegada a um individuo ou insttugho ‘Aqui o que estd em questo é a natureza do socialismo que serd 0 Sistema soil da Sociedade justa (porque para Buber €eviden- te que a exploragio comum dos recursos, a cooperagko genuina, 5% & postive se socialist). A simples passagem do controle dot eins de produgfo das mfos dos empresirios para as mlos da “coltividade”, se esta lta nada mals é que o Estado, de nada serve, segundo Buber (1950, p.195). Que sejam “representan- 1s" dos operdrios os que tomam decsSes por si 56 nfo garante a justiga dessas decistes, nem a revtalizto da espontaneidade ‘social “Ndo serd porventura a pio deficgncia da sociedade mo- dea justamente © fato de deixar-nos representa em demasi?, pergunta Buber ibid.) Onde hé “representa” sempre i 0 pe- figo de surgimento de um “exceso de poder", pelo distancia mento inevttvel que se cia entre representant,representado © objetivo da representagio™, Além disso, hf o empobrecimento do “contetdo comuniirio™ na vida dos indviduos representa: os, porque a comunidade “se manifesta sobretudo no tratt- ‘mento comum atio do que écomum, ¢ nfo pode existr smn es se tratamento” (1980, p96) A concluso é que tao depende de que # coletvdade 4 cas mfos pac o contol dor tmelon de prodogio tome powtel e foment, em vue de mx ent. 13, Sobe alguns ds problemas « paradonos da iia de “represent 0" mesmo em um Estado "democticn™ vr WoW (1970, pp 17-2, 24 1. insti, « verdad vidu de comunidad dos fetes p08, recent até que les mesmospessom eo aeitosgouinas oo proce de poop (id). Essa verdadeira vide comunitiria,cujo modelo 6 para Buber o ideal da comuna ~ parcalmente realizado nos Kibuteim irae- Jenses ~ nfo tem nada de puramente sentimental ou mistico. Sua base ¢ sempre o trabalho comum, 0 esfrgo comm: 6 comuni- dade de algo, ¢ 36a partir dat, comunidad de espiito; co ‘munidae do esorgo esa parti dat comunidad desalvagfo™ (Gd, p. 197), Mas nem por iso trate de algo purement intru- ‘mental, de uma mera comunidade de intresses que gers uma co- smunho de poder. Nea se forjam relagées inter humanss auto- ‘omas, relagdes homemhomem e nfo relagbes homem-objeto id, p: 194) Em termos da filosofia do didlogo ~ tlvera parte ais conhecida do pensamento de Buber ~ a verdadeia vida co- ‘munitéra & aquela que permite a cada individuo relaconarse com o préximo em termos da relagfo Eu-Tu, endo em termos da relagfo Eu-sto. A verdadeira comunidade de exjo “renasc- ‘mento das Aguas depende a sacs do género humano” (1950, 199) €aquelacujog membros formam um “és” nfo meramen- te um “A geote™™, Ela pertence, na verdade, 2 uma dimensfo especial no selo do soctal, a dimengfo do inter-humano (0 Zwischermenschlche), esa'dimensio que se situa entre 0 par ‘eu-tu ¢ a multidf0 amort, dimensfo na qual sestabelecem re- Tages humanas “essencais”,dimensio em que o verdadeiro di logo suplnts o mero debate como forma de comunicagto bés- ‘a ente 05 individuos. A paz vital de uma sociedse e entre so- cledades requer 0 florescimento dessa dimensfo, scima de tudo. Enela que 3 torna posse a ‘mudanga dos coraghes (Gesinmunes- ‘wandel, Buber, 1929, p. 442), pela qual pass necesaramente -caminho par «paz Eé precsamente por exigr algo to dificil como esa “mur ddanga nos coragdes", que & pz ndo pode ser obtida de um dis para outro, mas somente através de um lento process de cont 14, “Cao de-N ua unio de pesion Independents, pers park 4 indidualdade «part repontblicae pera, ut nfo que fem seu fundarento «son cong Ge pomiade nese indus: Ae nest reaponabtade pest! Anafureca peel do Ns se eee 1 ie ar rst ou one antenna imegnbro if Nx" peemeado pla einer Gti gue 6 ese Fone Sen ek et, ON tin eat 0 Thre eapenss de der wedadetrments Tum 9 ot oc paves de ier vrdacament, um om © uo, NOs" C0982, p. 107 25 teuglo, que deve tomar vis goragdes (1958, p. 253)". Nada ‘nals natural, lembrermos que o poder de wma idea, do esi {Ualnfoconssteem uma focga unelatamente fica. mas ape- tata copa de “picem moreno eos Nem por {ho a par é um sonko inating; ela € um idea. que nosas agdes em toga momento podem torar mis préximo o8 mat distant. AS ages rlevantesndosf0 projetoshumanitiios 00 palaveas conciliatrias (1932, p. 239) Buber no € um pacifita radial azoot p,jms cgendiara ps mandi ond ue gue Ja que somos chaados fan: idea de noses propia com {End's ‘now soar specs gue podem seer stvamerte prt Stemi ‘Suacnemene com uns Su omuade Ee ose que SPs B, ‘Um dos aspects fundamentals da vida de nossa comunida- de, sobre_o qual podemos agic a fim.de tomar a paz vital mais prdxima,¢,septndo Buber, a educapSo. Mas, pra o, «avid ‘de educativa tem que: da propagan- 4h 0 propaganda af tem aenhum nets seal pelo Home ‘sobrt_o qual deseja influir, suas qualidades individuals 36 0 inte- ‘essim_na medida em que delas se pode servir para nele inculcar sua “mensagem” (1963 4, pp. 226-27). Ente 0 propagandist ¢ teu “publica” a relaga ¢ apenas cu-isto, nfo hé juer didlogo, ‘eal, 0. verdadero edvcador, porém, tem por objetivo bsico 0 Eseavalineato das qualidade individuals do edueando"”,e 33 15, £ ete 0 sentido da opgfo de Ber poo hnismo “pitica” — ue, paca ee const ma eiag progresiva de una comuniade Jain {im que Se regenera on valves umanos © aus egtabelg ngs senaor ‘Som us vamos ace no loismo "pliteo" que busca snes ‘Sompromisos ds andes poténcas, 16. "No sou um paca radical; do clo que spr w deve ponder j wilincia som a nlpinaénca. use © qu a tapéia pin [eando Dh guts, on fem que ser hala” (1958, . 256, nota) E no ‘hos emit que Buber rjlton a sugesdo de Gana pare gue os ‘our sob jogo asia emprepnoam t utca do Movolac, aay _puha, pox ee presnizads 17. Tem em a conceeto do ndviuo, Buber colo o pla mo como aspects fundamental: Asin, ecu a conceber @ hone ‘como povertado etencamenie or este cu agele “sito” (resus Freed ¢ Sater) mesmo eo institoprimorda fr concede como em “ftstiato ciador*, Ape de seconhecer* importa dew exmento, Buber, fae aos peagogos que quem defn educago exchsivamente tstmos do deonvavinanta da “rstivdade™ acing, sponta pare ‘praca ds componenter co iaintor" qe existe em odo Sr hi ‘nino, «iit em qor a educgio nfo deve concntarse apenas em Um ‘En mas sim per 0 detovelvimesto ona ¢harmonioto de - 26 ‘be gue ston € possvelateauts da mpi do sua-vontade.e de soa ideas sobve 0 outro, mas somente se for capaz de rel ‘mente "escutar” a0 outro, de estabelecer um disloga autintico com eit. A dicotomia propaganda vx. educagZo.corespande 3 ‘posto poltico vs. social. Enquanto que. propagandlsta de tum partido politico ou de uma instituigdo governamental qual (que intenciona “inculcar no piblico uma Yontade pus-fabrca. 4a, isto ¢, implantar em cada um a cetzza de que ess é sua pro: prla vontade, nascida em seu proprio eio", a intenglo da educa (0 socal é“despertare desenvolver em cada um dos edueandos 2 espontancidade da sociablidade, que existe potencialmente em todos nés,e que & perfeitamente compativel com a vvéncia a reflexdo individual” (1965, p. 413), ‘Tendo partido da esferaabstrata do puro esptito, chega- mos assim, depois de uma jomada através das esfrasintermedis- rias, ao dmago da alma individual, onde se deve procesar a ‘wansformagio bisica, capaz de levar nfo somente 4 pse, mas também 3 concretizagzo de todas as outras dimeasSes da mora lidade. A pergunta incsiva de Nicolas Berdiaey, “onde deve co regar a luta contra 0 mal2", Buber responde, deforma nfo me- ‘os inisva: “A luta deve comegar a alma de cada ser humano; todo o resto seré consequéncia disto™ (1965 ¢,p. 326). Mas 20 voltars para sua alma, a fim de banir o mal de dentro de si met ‘mo, 0 individ nfo tem que se encerrar em si mesmo, nem tem «que se tonar um aseta!® (1942, pp. 130.31). Dente a pluraida de de components postivos que descobre em suaalma encontra- se a tendéncia a vollarse para 0 outro, 0 “instinto de comunics- $20: entio que ele aprende a “dizer e, a partir da, a dizer, "N6s"™. Es6 aque que aprende a dizer “Nos” re(erindose as ‘membros de sua comunidade ¢ capaz de compreender e aceitaro <: siget-nds dos membros da comunidade viginha; 36 ene eles po. ‘dese estabelecer uma paz via os (1963, patsim), Notes qu econhecimeato des paring e+ Senco indi eeu deo de evel seu propa camino cone them ters dies base sll pass un verdaeie tebe 18, Nee pont, Buber ris detahadaments tanto «posto toroa como + ope al afstment do casaente) ado por Kekepard (Gabe, 1963, pp. 180 8). 19. Um conto hase, contado por Buber, stn vvamente om

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