Itv - 1 (1) - Conservação Metódica Da Via

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LTV net INSTRUCAO TECNICA DE VIA N.” 1 Conserva¢cao Metdédica da Via CONCEITOS GERAIS SUMARIO: 1—Descrigéo geral da conservagio metédica 2— Revisio Integral (RI) e estudo dos ciclos de conservagio da via, com exemplo de aplicagao 3—Trabalhos fora da Revisio Integral (FRI) 4—Trabalhos especiais 5—Preparagdo do programa anual 6 — Calendério-programa Entra em vigor a partir de 20 de Novembro de 1978 cP Departamento de Instalagées Fixas Servigo de Via Distribuigéo: Departamento de Instalagées Fixas Servico de Via Regides Servigos de Instalagées Fixas Areas de Instalagées Fixas Seccbes de Via ‘Trogos de Via Langos de Via Distritos de Via Diviséo de Formacio Centro de Formagao Divisio de Renovacio | CONSERVACAO METODICA DA VIA CONCEITOS GERAIS S 1. Descricgéo Geral da Conservacio Metédica @) A Conservacéo Metédica ¢ um processo de organizagiio dos trabalhos de conservagéo da via e aparelhos de via que se destina a manter a superestrutura em bom estado sem desper- dicio de mio-de-obra e de materiais; 6) Tem por base o facto comprovado de que um trogo de via principal pode manter-se em boas condigGes durante um deter- minado periodo de tempo (ciclo), varidvel conforme as carac- terfsticas ¢ utilizagdo da via, depois de realizado um conjunto de operagdes de conservagdo nesse trogo, designado por Revisiio Integral (RD; ¢) A Conservacio Metédica ¢ estudada e aplicada separadamente em cada Distrito de Via ¢ considera trés tipos de trabalhos previamente programados : @ 1.1 Trabalhos de Revisaéo Integral Executados em cada ano numa parte da extensio do distrito, designada por trogo de RI desse ano. 12 Trabalhos Fora da Revisio Integral (FRI) A executar na restante extensao do distrito, para seguranga da circulagéo ou redugdo de desgastes, durante © intervalo do ciclo entre duas RI consecutivas. 13 Trabalhos Especiais Onde se incluem outros trabaihos de cardcter especial das vias secundarias e seus aparelhos e ainda 2s RenovagGes ou grandes repa- Tagdes excepcionais. 2. Reviséo Integral (RI) 21 Deserigio da RI a) Compreende a RI um conjunto de trabalhos bem definidos, a’ executar obrigatoriamente dum modo sistemdtico durante determinado ano e em cada trogo do distrito, de acordo com um plano anual, o Calenddrio-programa; 6) A RI obriga a um exame completo e periddico de todos os elementos da via e da plataforma, sendo por isso um meio seguro de vigiar toda uma linha sem que algum pormenor possa escapar. Dd-nos a garantia de que no fim de cada ciclo foram verificados e rectificados todos os elementos constituintes da via em toda a sua extensdo; c) Os trabalhos da RI estendem-se a todas as instalagSes da via até aos limites exteriores das pistas para bicicletas ou contorno dos postes de catendria ou até‘ 0,60 m do pé da banqueta do balastro. 2.2 Divisio do Distrito em Trogos para a RI 221 O trogo em que é aplicada a RI depende do ciclo estudado e pré-fixado para a linha que em geral é de 4 a 6 anos. Se o ciclo for fixado em 6 anos, a extensio do trogo do distrito que sera objecto da RI é em média 1/6 do comprimento do distrito, salvo casos particulares em que h4 zonas mais trabalhosas, pois deverd ter-se em atengio que as quantidades de mio-de-obra a dispender em cada ano do ciclo devem ser da mesma ordem de grandeza. Portanto, em zonas mais trabalhosas, deverd ser reduzida a sua extensio para poder ser concluida a RI com o pessoal habitual. 5 . 22.2 A escolha da divisio do distrito em trogos para a RI ciclica € feita tendo em atengZo que os trogos devem ser, sempre que possivel, continuos, embora com extensio diferente se existirem circunstancias particulares tais como: existéncia de grande ntimero de aparelhos na via principal, dificuldades localizadas, obras de arte, etc.. Em geral, inclui-se na RI de cada ano uma certa quantidade de aparelhos de via de modo a que no fim de um ciclo todos tenham sido rectificados. 2.2.3 A periodicidade do ciclo é fixada para cada linha ou grupo de linhas em fungao das caracteristicas principais que, pela sua natu- reza, influem na fadiga e no desgaste do material : a) Densidade e velocidade das circulagées; b) Tipo do material, do assentamento e a idade da via; c) Condigées geogrdficas, climatéricas, etc.. 2.24 © estudo dos trocos para aplicagie do ciclo é ela- borado de acordo com as seguintes condigées : 2.2.4.1 A extensio dos trogos de Revisdo Integral (RI) para cada ano do ciclo é calculado pelos «comprimentos fictficios» isto é, pela soma dos comprimentos de via principal, vias de resguardo ¢ de cir- culacdo com passageiros, e os «comprimentos equivalentes» que corres- pondem aos aparelhos de via da Via Principal (VP} incluidos no trogo considerado. 22.4.2 Os diferentes trogos do ciclo sio numerados de modo a corresponder & previsfio anual de execugio, segundo uma sequéncia ordenada conforme o estado da linha. Os trogos em pior estado seréo tratados no inicio do ciclo ¢ os melhores no final. 2.24.3 Pode dar-se 0 caso de em via unica ou dupla existirem, num mesmo Distrito, zonas com materiais ou assentamentos diferentes a que correspondem ciclos diferentes. Nesses casos, considera-se que a RI de cada ano é constituida por dois trogos, sendo um de cada ciclo dos atrdés mencionados. 2.2.4.4 Nos Distritos de via dupla com um sé ciclo de conser- vagdo, a ordem dos trogos pode alternar de uma para outra via con- forme a urgéncia aconselhada pelo estado da via. 2.2.45 Nos Distritos contendo uma estacdo importante em que ao comprimento ficticio na zona da estagZo corresponde uma extensdo real reduzida, & preferivel dividir os trabalhos da estago por varios anos sucessivos de maneira a nao reduzir consideravelmente a extensio de via principal a tratar no ano considerado. Em certas estagdes com muitas vias de resguardo e aparelhos pode ser necessério estudar um ciclo de conservagéo prdprio que seré cum- prido em paralelo com o ciclo referente as restantes linhas do mesmo Distrito. 2.2.4.6 Como regra, os aparelhos de Via Principal devem ser incluidos no ciclo do trogo em que se encontram. Nas linhas com tré- fego intenso pode convir prever um ciclo mais reduzido para os apa- relhos de VP, o que é facil de considerar, repartindo-os pelo mimero de anos que constituem o ciclo escolhido. Por sua vez, esta carga de trabalho anual ser4 considerada no estudo do ciclo de conservagao da linha restante desse Distrito. 2.2.5 Método do CAlculo—descreve-se em seguida 0 método pritico ¢ racional para estudar o diagrama dos ciclos de um trogo de linha : 2.2.5.1 Comega-se por fazer um diagrama na escala de 1:10000 Tepresentando 0 trogo com todas as estagdes e onde se regista o tipo de material, assentamento, PNN, tineis, pontes, etc.. 2.2.5.2 Elaboram-se os inventérios completos para cada estagao a) Inventério dos aparelhos de Vias Principais Todos os aparelhos colocados em via principal e nas vias de resguardo e outras que tenham movimento de passageiros, Os aparelhos de ramais em plena via, sfo inclufdos no inven- tério da estacdo mais proxima. 7 Todos estes aparelhos so considerados no ciclo geral da Re- visio das Vias Principais podendo, em certos casos, ter um Ciclo de conservagao préprio mais reduzide do que o das Vias Principais. ») Inventério das vias de resguardo (vias em que circulam ou resguardam os comboios de pas- sageiros). Com a indicagio dos respectivos comprimentos exactos medi- dos entre taldes dos aparelhos de junio. @ 2.2.5.3 Calculo dos comprimentos de via principal corres- pondentes & extensdo de cada distrito, sem dedugdo dos comprimentos dos aparelhos nela inseridos. . a) Cdlculo do «comprimento ficticion de cada Distrito (Cf) com base nos elementos anteriores e que serd o total da soma de: —comprimentos de Via Principal (VP); — comprimentos de Vias de Resguardo; — «comprimentos equivalentes» dos aparelhos de VP ¢ que sao: 100 metros para os aparelhos de mudanga de via sim- ples e atravessamentos obliquos ¢ 200 metros para as trans- versais de jungdo simples ou dupla. b) Célculo do «comprimento fictfcio médio» que corresponde a um ano do ciclo @ (Cim=Cf: numero de anos do ciclo) 2.2.5.4 Escolha dos trocos de modo a terem uma extensio aproximada do «comprimento ficticio médio» e¢ satisfazendo as con- digdes seguintes : @) Continuidade do trogo de via; 6) Volume das instalagdes nas estacdes (quando sao estagdes im- portantes podem repartir-se por mais de um trogo sem obedecer & condigdo de continuidade que se deve observar para a via Principal). ©) Escolher a sequéncia dos trogos de Revisio Integral (RI) se- gundo a urgéncia dos trabalhos. 2.2.5.5 Feita a escolha dos trogos de RI, determinam-se com pre- cisGio (até ao metro) os seus pontos quilométricos limites ajustando-os de modo a evitar que fiquem em curvas, em concordancias de trainéis ou nas estagdes, Feitos os ajustamentos, repete-se o c4lculo do «comprimento fic- ticio» correspondente a cada ano, para verificar se esto equilibrados €, se assim nao acontecer, estudar novos ajustamentos. 2.2.5.6 Escolhe-se depois a ordem pela qual convém efectuar as Revisdes Integrais, comegando pelo trogo em pior estado ¢ aca- bando no que esta em methores condigdes e pode, por esse facto, espe- rar mais tempo. Numeram-se os trogos pela ordem escolhida e de acordo com o numero de anos do ciclo; a cada mtimero corresponderd o ano da RI desse trogo, 22.6 Grafico dos Ciclos da RI E um desenho a elaborar onde ficam registados todos os elementos considerados no estudo ¢ servird, depois de aprovado, como documento definitivo para o estudo dos Calenddrios-Programa (prospecgdes e cél- culos). No grafico os elementos principais a destacar sio: @) Posicao quilométrica dos limites dos Langos, Distritos e trogos de Revisio Integral; b) Numeragdo da ordem de execugéo da RI nos trogos durante © ciclo; Além do numero, indica-se com cores convencionais a exten- sao dos trogos da RI em cada ano: (Em 72-azul; 73-laranja; 74-verde; 75-roxo; 76-vermelho; 77- -amarelo). Esta sequéncia repete-se pela mesma ordem nos ciclos seguintes. 9 c) Para cada troco. do ciclo: extensio real da Via Principal e extensao ficticia correspondente. O grafico depois de apreciado e aprovado nao deve ser modi- ficado, pelo menos durante a duragdo de um «Ciclo de Revi- so» completo. Qualquer alteracdo posterior deve ser considerada como ex- cepcional, pois serd sempre uma perturbacdo no ritmo de exe- cugdo dos trabalhos. Deveré ter-se presente que, em cada ciclo, é indispensdvel ter- minar a Revisio Integral na totalidade das extensdes dos Dis- tritos para garantir uma via em bom estado de conservagio. 2.3 Ordem das Operagées da RI a) As operages que constituem a RI, definidas nas respectivas instrugdes técnicas, devem ser executadas segundo determinada sequéncia (ver 2.4); 6) Para organizar e controlar a sua execugdo elabora-se todos os anos 0 programa detalhado —o Calendario-Programa — cujo cumprimento ¢ obrigatério, salvo em casos imprevistos que teréo de ser devidamente justificados: ©) No estudo do programa tratam-se separadamente : 1) RI nas Vias Principais (incluindo nas estagdes as de cir- culag&o com servigo de passageiros); 2) RI nos aparelhos das Vias Principais (incluindo nas estagdes as de circulagaio com servico de passageiros). Em ambos estes casos sao de considerar duas fases sucessivas: 1.* fase — RI do Material; 2+ fase —RI do Nivelamento e Alinhamento. Esta 2.* fase deve ser iniciada depois de decorrido um perfodo de cerca de duas semanas para se dar o assentamento das travessas substitufdas. 24 RI do Material a) Compreende 0 conjunto de operades de verificacdo, substituigdéo © correccfo de defeitos de todos os materiais constituintes da via e das suas ligagdes, quando se encontrem em mau estado ou fora das tolerdncias; b) Excluindo o caso das vias equipadas com. Barras Longas Sol- dadas, com normas de execugo especiais que constam de fas- ciculo separado, as operagées principais para a conservacio da pela ordem em que normaimente devem ser executadas, sdo as seguintes : 1) Trabalhos preparatérios —Limpeza de ervas; —Depuracao do balastro-— operacio a realizar, se neces- séria, com alguma antecedéncia sobre o resto do pro- grama e em tempo seco; —Verificagio e marcagdo sistemética dos materiais a subs- tituir (travessas, carris, ete.), aproveitando as inscrigdes feitas durante as prospecgdes; — Verificagdes da piquetagem da via ¢ rectificagdo do tra- cado (a executar s6 em casos especiais justificados); —— Distribuigo estudada dos materiais. 2) Cintagem das travessas de madeira 3) Verificacao e lubrificagéo das juntas {com substituigéo de carris, barretas, parafusos e outros materiais com defeitos ou desgastes que ndo estejam dentro das tolerancias). Com este trabalho faz-se também o recorte dos taldes e espaldas nas travessas das juntas. WL 4) Regularizagio das Folgas e Quadramento das Juntas (com medigio de folgas, permutaco de carris e rectificagio de falsas esquadrias). 5) Rectificagéo do Assentamento e Quadramento das Travessas 6) Aperto da Pregagio Rigida e Recorte de Taldes e Espaldas 7) Rectificagaéo da Inclinagéo do Carril 8) Rectificagio da Bitola e Consolidagéo da Pregagio 9) Substituigéo de Travessas de Madeira 2.5 RI do Nivelamento e Alinhamento Compreende as operacdes em que se verifica a posigao do conjunto da via sobre a plataforma e a sua colocagio correcta dentro das tole- rancias e divide-se em dois casos : @) Nivelamento da Via (longitudinal e transversal): 5) Alinhamento da Via (em recta e em curva). 2.5.1 O Nivelamento da Via trata das correcgdes em perfil ¢ as operagGes de correccdo podem ser executadas de modo diferente con- soante 0 estado € 0 tipo da via, disponibilidade de meios e m&o-de-obra, intervalos entre circulagées, etc. Os processos de trabalho que se utilizam para o nivelamento da via sio os seguintes : 1) Ataque Manual; 2) Ataque Mecénico; 3) Levantes Medidos (com colocagio de camada de gravilha de espessura calculada); 3.1 Levantes Medidos Continuos; 3.2 Levantes Medidos Descontinuos; 3.3 Levantes Medidos de juntas; 4) Recalces (Levantes nfo medidos, com introdugao de gravilha © ataque & forquitha). 2.5.2 © Alinhamento da Via consiste na correccdo em planta do tragado da via e pode ser executado manualmente ou mecénicamente. 2.6 RI nos Aparelhos de Via Principal Consiste na verificagio completa do estado dos aparelhos, exe- cutando-se em primeiro lugar as reparagdes ¢ substituigdes de materiais que forem necessirias e depois as operagdes de nivelamento. 3. Trabalhos Fora da Revisio Integral (FRI) 3.1 Descrigéo dos Trabalhos Os trabalhos FRI so indispensaveis quando forem excedidas as tolerancias admitidas e compreendem todas as operagdzs que s4o neces- sdrias para manter a via em boas condigées de seguranga e conforto no intervalo de tempo entre duas RI consecutivas. 32° Operagées a Considerar a) Em FRI ha trabalhos obrigatdrios e trabalhos eventuais impos- tos pelo mau estado da via; b) Sao trabalhos obrigatérios: 1) Verificagio das juntas sem desmontagem (a executar na época conveniente); 2) Verificagdo dos carris e dos aparelhos de via; 3) Verificagio da Pregagao (rigida ou elistica), A execugio desta operagaio deve obedecer a um ciclo particular definido 3B para cada linha, conforme a experiéncia que se tenha. Em principio, esse ciclo pode ser de um ou dois anos mas se a prdtica provar que nado surgem defeitos entre duas RI (caso da piegacdo eldstica) deixa de ser necessdrio’ outro ciclo nesse troco. 4) Nivelamento A executar sempre que se mostre necessdrio para manter a via em boas condigdes entre duas RI consecutivas. Os processos dependem dos defeitos e sio os mesmos des- critos em 2.5, Sublinha-se que o nivelamento é a caracteristica que maior influéncia tem para o envelhecimento da via, pelo que inte- ressa intervir sempre que se observem defeitos aprecidveis pois, corrigindo-os, aumenta-sea duraco desse trogo de via e reduzem-se as futuras operacdes de conservagdo, do que resulta uma economia importante. O Nivelamento das juntas deve ser verificado a seguir a temporais ¢ rectificado se necessdrio. 5) Alinhamento Operaco que deve ser executada sempre que necesséria completada com ataque do balastro. Raras vezes o alinhamento por si sé € suficiente entre duas RI. c) Sao trabathos eventuais ( a realizar sem periodicidade e s6 quando de comprovada necessidade): 1) Substituigdo de travessas (trabalho excepcional); 2) Substituigdo de materiais (quando o seu mau estado exija uma substituicgdo imediata); 3) Conservagao de valetas, de PN, corte de ervas, etc.. 4 : 4, Trabathos especiais So todos os restantes trabalhos nfo ciclicos, que também tém de ser considerados no Calenddrio-Programa para avaliagiio dos meios (mao-de-obra, materiais e ferramentas). Distinguem-se dois tipos : 4.1 Conservagio de Vias Secunddrias e Respectivos Apa- relhos Para estes trabalhos estudam-se programas anuais particulares, con- siderando as operagoes: a) Substituigéo de materiais; b) Reparacao e substituigao dos coxins de apoio e travessas; c) Recalees e consolidagdes. 42 Grandes Reparagées Trabalhos importantes que ndo dizem respeito 4 conservago metd- dica normal ¢ de rotina e que sio executados por Servigos com essas atribuigdes : @) Renovagées e substituigdes macigas de material fora da RI; b) Rectificagdes do tragado das curvas, com ripagens importantes; c) Correcgao e saneamento das plataformas; d) Construgdo de pistas, passeios, etc.; e) Todos os trabalhos importantes ¢ estranhos 4 RI ou FRI. 5. Preparacio do Programa Anual 5.1 Descrigio Geral a) Os trabalhos de preparagdo tém por objectivo a elaboragio do Calendério-Programa ¢ compreendem a recolha de informagées sobre o estado da via durante o ano anterior Aquele a que se vai teferir 0 Calendério-Programa; “as 6) E a partir dos dados recolhidos durante. os reconhecimentos que se estuda o programa dos trabalhos de RI e FRI, selec- cionando os processos, a sequéncia das operacdes ¢ os rendi- mentos a obter, de modo a avaliar a nifo-de-obra que vai ser Precisa para cada trabalho. Esses valores permitirao calcular a soma das horas totais a dispender com a execugao. Adicionando-lhe as horas perdidas nao produtivas, poder-se-4 determinar © total de horas que se prevé gastar em todo o ano. Comparando esse valor com as correspondentes ao niimero de agentes de que se dispée, poder-se-d saber se hd falta ou ex- cesso de mio-de-obra. Sem prejuizo da eficicia do programa de conservacdo, pro- curar-se-4 fazer o ajustamento do plano de trabalhos aos efec- tivos de que se dispde. 5.2 Reconhecimento e Registo dos Dados a) O chefe do Distrito deve aproveitar todas as visitas de inspecgao da via para anotar os elementos de informagao relativos ao estado da linha, tendo em vista o que interessa para a elabo- tagio do Calendério-Programa, i Deve registar nomeadamente:: — Defeitos nos taludes, valetas, plataformas; — Zonas de balastro em mau estado (com elementos estranhos, com terra ou com defeitos de perfil); — Estado do nivelamento ¢ alinhamento nos diferentes trocos; — Deficiéncias no esado dos materiais de via e dos aparelhos. b) O Chefe de Lango recolhe os dados dos Chefes de Distrito ¢, durante as suas inspecgdes, completa os registos e informagoes. E importante examinar conscienciosamente os defcitos de nive- lamento, especialmente nas juntas, pois na maioria dos casos s&o esses defeitos de nivelamento que déo origem a desgastes de material anormais ¢ progressivos. Intervindo a tempo para os corrigir, evitam-se avultados pre- juizos futuros. No entanto, nao se deve esquecer que haveré uma préxima RI © que esse facto pode, por economia, aconselhar o adiamento, desde que nao se ponha em risco a seguranga. A existéncia de graficos da’ viatura registadora facilita bastante a identificagéo'das zonas que devem ser tratadas. c) Em complemento destas observacGes que vao sendo feitas du- rante as visitas de inspecco, so realizadas prospecgdes porme- norizadas no més de Junho de cada ano de modo a poder fazer-se, até 30/6, a previsio dos materiais de via. necessdrios para a RI do ano seguinte; d) Destinando-se as prospecgdes & elaboracdo do programa de tra- balhos, tanto quanto posstvel reduzido, & necessirio fazé-las com o maior cuidado. dl) Antes do exame sistemdtico do hectémetro (1 em cada km) © Chefe do Distrito faz a prospecgdo das travessas a substituir ¢ das cintas a colocar. Marca as travessas ¢ regista no impresso préprio; d2) Para cada prospecgio do hectémetro, constitui-se uma equipa tipo com o chefe do Distrito (ch. D.) e dois assentadores (A e B) que executam simultaneamente, sempre que possfvel, as seguintes operagdes principais: 14) A numa fila e B na outra retiram o balastro que cobre a pregaciio e procedem a verificagao do aperto, marcando os tirefonds com defeito (loucos ou oxidados). Entretanto o ch. D, inscreve a numeragdo das travessas e depois mede e inscreve a inclinagdo do carril de cinco em cinco travessas; 2.") A marca os eixos das travessas na fila menos desquadrada ¢ B transporta os eixos para a outra fila e marca no carril; 3.*) Ch. D. com A ouB, mede defeitos de bitola em todas as travessas ¢ inscreve na alma do carril; v7 4°) Ch. D. regista no impresso préprio os desvios de bitola ¢ estuda as correcgées, inscrevendo na via, enquanto A e B marcam os cortes de espaldas ¢ taldes; 5.) Ch. D. + A + B (um em cada fila) percorre o hectémetro ¢ inscreve na via todas as correcgdes a fazer (é importante a escolha dos tipos de cavilhas a usar) e faz o registo cuidadoso dos materiais a substituir no impresso respectivo. a3) Para trabalhos fora da RI o reconhecimento tem uma grande importancia pois € necessdrio detectar os defeitos em evolugéo que possam afectar a seguranga. Notar que no trogo da RI — pelas suas caracterfsticas de ins- pecgdo exaustiva — vai acontecer que, durante a execugio, sao Postos em evidéncia os defeitos, o que nao aconteceré com os trabalhos isolados da FRI. 5.3 Prazos @) Até 15 de Agosto, todos os dados recolhidos devem estar em poder do responsdvel pela elaboracdo das requisigdes de ma- teriais: b) Até 15 de Outubro deve concluir-se o Calend4rio-Programa de modo a ser apresentado & aprovagdo superior. 5.4 Observacdes Importantes @) As renovagdes e as grandes reparagdes sio objecto de pro- gramas especiais que sdo fornecidos com antecedéncia em rela- g4o ao programa anual que os tera de considerar; 5) Utilizam-se impressos normalizados para o registo e inventdrio dos elementos de informagao sobre o estado da via ¢ dos ma- teriais a prever; c) Para o programa da RI interessa estudar um plano de organi- zagao racional dos trabalhos ¢ considerar também a utilizagdo 6 de processos mecanizados sempre que se reconhe¢a haver van- tagem econémica, ou para niio exceder os efectivos do pessoal disponfvel; d) Considerar as épocas de execucio mais convenientes: — Tempo seco para correcdes de balastro; -— Temperatura média para regularizagSo de folgas: — Temperaturas limites para trabalhos em Barras Longas. e) Prever, durante as épocas desfavordveis para nivelamento, a e execucio de outros trabalhos permitidos: — Substituigéo de materiais; — Aparelhos de Vias Secundérias; — Valetas, Banquetas, etc.. J) Para os aparelhos de Via Principal deve estudar-se a RI em separado e, se houver um conjunto de aparelhos importante, pode reservar-se um periodo exclusivo para esse trabalho; 8) Na conservagdo das Vias Secunddrias e seus aparelhos em estagdes de certa importancia, recomenda-se prever uma revi- sio maciga, isto é, concentrar nessa revisdo todo © pessoal du- rante certo periodo pois resultaré um melhor rendimento. Calendario-Programa 61 Descricaéo geral © Calendério-Programa é um inventario geral, relative a determi- nado ano, de todos os trabalhos a executar para Conservacaio Metdédica da Via, do programa desses trabalhos e dos meios que se prevé virem a ser precisos para os realizar. Constam do Calenddrio-Programa: a) Elementos que identificam os Distritos: limites, extensdes de vias ¢ mimero de aparelhos; 19 b) Elementos que indicam a importincia do programa: compri- mentos a tratar pelos processos mais dispendiosos ou com mais peso no programa; c) Resumo das previsdes: quantidades dos materiais principais e de mio-de-obra; @) Quadro para descrig&o ¢ controlo da utilizacZo mensal da mao- -de-obra, distribuida pelas diferentes operagdes; (Permite o registo mensal das horas X homem dispendidas em cada més e em cada operagio); e) Diagrama com a localizacao geografica dos trabalhos, os quais s4o representados por barras coloridas, (sempre a mesma cor para cada tipo de trabalho}; f) Quadro para controlo do avango dos trabalhos em cortespon- déncia com o diagrama geogrifico da alinea anterior. 6.2 Objectivo O Calendério-Programa proporciona uma representagdo clara do conjunto de trabalhos a realizar em cada ano, de modo a permitir um controlo eficiente da sua execucao. E um meio de trabalho de grande utilidade e que, devidamente acompanhado com os registos periédicos dos avangos e da mao-de-obra utilizada, fornece indicagdes da maior importancia, tais como: a) Alerta sobre os desvios das previsées, permitindo tomar medi- das correctivas, se necessdrias; 5) Permite calcular os custos das operagdes de conservacio, os rendimentos e as produtividades; ¢) Proporciona, pela comparagiio com os Calendérios-Programa de anos. anteriores, indicagdes para identificar zonas singulares com defeitos persistentes ou, ao contrério, de maior duracio sem deficiéncias; dados para corrigir rendimentos para previ- ses futuras, etc.; d) Permite escolher, para cada trogo de via, o programa de con- servacdo mais econémico e adequado. CONSERVACAO METODICA DA VIA Ectudo dos ciclos—exemplo de aplicagiio Distritos n= 274, 273 272 Extensio média : 30 km Ciclo de: 6 anos Carris 40 kg/m (18 m) Travessas : Madeira A)—Extensio das vias ¢ aparelhos dos Distritos dos aparelbos) (queiros) Vias de resguardo (com ded de comprimento Distrito 274 PK 104,806 a 138,933 Estagio de Caldas . Estacdo de Bouro Estago de Sio Martinho Estagio de Cela ..... Estaggo de Valado Soma . Distrito 273 PK. 138,933 a 172,372 Estagdo de Pataias .......... ne 2— 240 Estagiio de Martinganga » | ne 2-~ 350 Estagéo de Marinha Grande . ne 2— 315 Estagio de Leiria ....... n? 2—_ 423 Soma... . 1328 Distrito 272 PK 172,372 a 203,900 Estagdo de Monte Real ..... Estagiio de Monte Redondo. | Ramal Particular Km 175,864 . Estagio de Guia. Ramal Particular Km 187,813 . wee Estagiio ‘de Lourigal | Ramal Particular Km 197,300 wees Estagdo de Telhada | *: =——$ Extenso dos trogos Extensio ficticia em cada estagio Caleulos Observacoes | B)— Aplicagdo dos Cicios | | | Distrito n° 274 — Extenséo total ficticia = 37.948. m 37948 Extensio média fietfcia para um ano (metros) =——— = 6 325 Limite do 104,806 Distrito 418-+500=918 63259185407 | +5407 (metros) (metros) Bom 325+300=625 6 325—625=5 700 +5700 Bom 320+500=820 6 325—820=5 505 +5 505 121,418 336+300=636 6 325—636=5 689 +5689 127,107 Bom 322-+500=822 6 325—822=5 503 ‘Na curva 5503+ 70=5 573 Rectificado Linha Geral 138,933—132,680=6 253 Limite do Distrito a Aplicago dos Cictos Extensio fieticia fem cada estaco Distrito n° 273 —Extensio total ficticia Extensio média ficticia para um ano (metros) = Pataias 240+400= 640 Martinganga —_-350+700=1050 M. Grande 315+500= 815 Leiria —Linha Geral 750 Estagio 423-4600 1023 Liaha Geral Linha Geral Linha Geral 6 161— 640=5 521 6 161—1050=5 111 6161— 815=5 346, 5346— 71=5275 160,500—161,250= 750 6 161—1773=4 388 43884 724.460 159,300—160,500= 1 200 6 161-1 200=4 961 165,211» 172,372=6 161 138.933 = 36967m 36.967 rad Limite do Distrito 161 Bom Bom 1,500 + 750 150 173 1543860 +4388 + + 159,228 | 159,300 Rectificado 4460 4460 S210 6233 +1200 1200 1200 160,500 Bom | + + +4961 4961 4961 zr) | bom 6161 6161 +6161 6161 6 16t 172372] | Vimite do Distrito LTV. 1B) — Aplicagio dos Cictos nexo 14 Exeato do wep onton nat fia ‘ neat fit chtealon Aim dos | Obucrates em cada estagio Em 7 trogos v.P. Ficticia Diaite ne 22 Eaten wa Ae Tasmem Beet fete prem ano (neon = 22 = sre imi do TEE) | mi, M, Real 360+ 500= 860 Re Potclar Kor 1do4= 109 260 5476 s0=4918 ae | so von Me Redondo 211+800=711 sommes | 45167 as” | Na cara sur-ureseas | [OES] | recitenso | ses’ | sr36 ois 2i24300=582 Same 562—5 296 trun ae Tae san | com tom Lourigal 320+ 300=620 ‘$5 878—720=5 158 Na curve Parte Kon 178 sisee waszer } [amo] | recisewto | som | soar Linba Geral, Bbc Som—twoms 78 meme a Te | sess 738889" | xa oun S619 +111=5 200 recited | 5900 | so Tetade sagen 2 20390025 00 | 5 top sim | s9es Lie do imi,

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