Download as pdf
Download as pdf
You are on page 1of 31
9 Alimenta¢ao As nctividades de alimentagio ‘A natureza da alimentagbo tapas da vida efeto na alimentago Dependénciavindependéncis na alimentagio Factores que influenciam a alimentago Tndividoaidade na alimeniagio ‘Allmentaglo: os problemas do dovnte e da enfermagem Alteraglo do ambiente ¢ da rina Horério das efeigdes Servigo de refeigdes Alteragdo do apetite Refeigbes hspltlares ‘Actividades anes e apés as refeigves CCriangas no hospital Madangas not hébios alimentares ‘Modificaso da ingestio habitual de alimentos Modificagéo da ingestto habinal de Lguidos Alteragdo no modo de alimentagl0 ‘Alimentagdo nasogéstica ‘Alimentagio por gastostomia Alimentagéo parentérica (intravenosa) Alteragio da gran de dependénciafndependéncia Problemas associados com dependincia fisica Problemas associados com dependéncia emocional psicol6- Bic ‘Alguns problemas especiices associados com a alimentagto [Enfermagem individualizada Referbncias As actividades de alimenta¢ao A vida humana no pode existir sem alimentagao, tal 6 a naturoza essencial desta actividade. Ela ocupa uma parte considerdvel ao longo do dia, pois, além do tempo passado a comer, os alimentos tém que ser procurados © preparados; na verdade, em algumas circunstincias tém que ser cultivados pela propria famflia, Na maioria das culturas é a mulher que selecciona, compra e cozinha 08 alimentos da familia, No entanto, em muitas sociedades industrializadas, através do movimento que apoia a part. Iha cada vez maior das actividades domésticas ¢ rela nadas com 0s filhos, comeca existir uma alteragio, e 0s homens tém um papel muito mais activo no que se rela- ciona com alimentos e alimentagao. 2. A NATUREZA DA ALIMENTACAO. 75 corpo humano 6 umn conjustocomplexo de miles de células. © ciclo de cada eélula — 0 crescimento & desenvolvimento assim como a actividade constante da cGlula exige uma fonte de energia, © a fonte de onergia usada pelo organismo 6 obtida pela alimentagdo) A nivel de subsisténcia, os seres humanos comem quase todos os alimentos disponiveis, frequentemente em estado cru, para responderem & necessidade bésica de subsisténcia Em sociedades com maior abundancia, no entanto, € pos- sivel fazer uma escolha sobre 0 que sera ingerido; existe provavelmente uma mistura de pratos cozinhados ali- ‘mentos no seu estado natural e rtuais bastante elaborados podem estar associados,com dispor os pratos e talheres na nesa, a escolha dos utensilios usados, a apresentagio da efeigdo e a escolha das bebidas que a acompanham, ‘Quase todos 0s alimentos s6lidos tém um conteiido slevado de gua mas, como a maior parte do corpo 6 ‘ormado por égua, uma ingestao adicional de Iiquido & sesencial para continuar a existéncia humana, Na reali- Jade, a dieta do bebé recém-nascido € totalmente liquids principalmente na forma de leite ou 4gua mas, & medida que a crianga cresce, aprende rapidamente que a ingesto le Mquidos pode consistir numa ampla variedade de bebi- das. (© leite humano, evidentemente, & 0 alimento natural para recém-nasidos, € 0 reflexo de sucgio esté presente tho nascimento, A medida que 0 bebé cresce, 0 leite por 5186 nio fornece os nutrientes suficientes para satisfazer 6 apatite e portanto introduzem-se alimentos semi-s6lidos fe sélidos na alimentagio; & medida que a crianga se toma mais independente na mastigagio, os dentes apare © gosto também é desenvolvido: 0 Ieite tem um paladar suave ¢, 2 medida que os s6lidos sio adicionados, a crianga aprende a experimentar uma variedade de gostos. No entanto, mesmo na mesma familia existem diferengas individuais relacionadas com a alimentagio; pode haver ‘grandes apetites e outros pequenos, alguns podem comer rapidamente e outros de forma lenta. Mesmo numa idade ‘muito jovem, cada individuo tem consciéncia desta acti vidade de vida essencial que é alimentagio; na verdade, durante toda a vida, 0 dia é marcado por refeig Pequeno-almogo, almogo, jantar, ou algumas variagdes destas palavras —, e muitas outras actividades de vida que se organizam & volta destes. (05 liquidos ¢ nutrientes so necessérios para facilitar 4 multiplicagdo de células corporais até atingirem a esta- ura adulta, Portanto, através de todos os estigios da vida, @ ingestio de fluidos e mutrientes fornece as substancias necessérias a todas as células para manterem uma fun¢do corporal adequada, assim como para proporcionar a ener- gia para as actividades do dia-a-dia. O estudo dos alimen: {0s © dos processos de crescimento biol6gicos associados, anutengio e substitui¢do, so conhecidos como a cién- cia da nutrigfo, e uma delineagio deste assunto € dada na Pagina 191 fornecimento de nutrientes ¢ a razdo biol6gica para a alimentago mas também dé outros objectivos ao dia-a- Atia, Durante as refeigées familiares, por exemplo, a ali- Imentaco tem um papel importante na aprendizagem da Cultura. A refeigo proporciona a oportunidade para a Grianga pequena aprender os rituais de servir alimentos, Sobre os meios com que cada alimento ingerido, sobre 5 Utensils utilizados para alguns itens na alimentagio. ALIMENTAGAO 187 A medida que as criangas exploram os seus relaciona- rmentos com as pessoas, tanto dentro como fora do ciclo familiar, comegam a avaliar que a comida pode ter um significado social considerivel relacionado com as suas relagoes interpessoais. Em quase todas as culturas, a ali- mentagio € considerada uma ocasido social, ¢ oferecer uma refeigio a um visitante € uma forma de exprimir amizade e hospitalidade. A alimentagdo, na maior parte das sociedades, também uma parte integrante de ceri- ménias de familia diferentes tais como baptismo, casa- rento e funeral; além de algumas festividades de feriados nacionais ¢ festas religiosas. Nao € surpreendente, portanto, que existam crengas atitudes profundamente enraizadas que estejam associa das com a actividade de vida de alimentagéo. A DURACAO DA VIDA: O EFEITO NA ALIMENTACAO Nao é dificil avaliar que @ actividade de alimentagio vai variar de acordo com o estégio do individuo nas eta~ pas de vida. A relago fntima das etapas da vida ¢ do componente dependéncia/independéncia é integral para o modelo, e também o é certamente para a actividade de vida de alimentacdo particularmente para 0s muito jovens ¢ em alguns casos, no outro extremo do espectro etiio, para 08 idosos. AA actividade de vida comega no iéiero. O crescimento fisico e 0 desenvolvimento do feto esto dependentes da nutrigo recebida da mfe através do cordéo umbilical, portanto a qualidade e quantidade da alimentagio materna € importante durante toda a gravidez e caracteriza muito a educagio de satide durante o periodo pré-natal. © objec- tivo da educagio de satide € permitir que as mulheres grvidas fagam as melhores escolhas sobre as circunstan- cias, particularmente quando estas sdo adversas, e estas podem variar com a alimentagdo insuficiente’inadequada a rea geogrifica ou com o rendimento financeiro insufi- ciente para comprar a alimentagéo adequada. Actualmente, se a mie decidiu fazer aleitamento, € normal colocar o recém-nascido a0 peito quase imediata- mente apés 0 parto, ou dentro de 24 horas (Fisher & Minns, 1986). Durante 0 periodo de recém-nascido, 0 leite materno fornece proteccio contra as infecgBes © as alergias, assim como a nutrigdo na forma mais adequada para bébés. Desde que a mie esteja a tomar uma alimen- tagio adequada, os constituintes do leite materno esto presentes na proporgdo correcta para o sistema digestivo da crianga; ¢ 0 leite € esterilizado, na temperatura cor- 188 MODFLO DE ENFERMAGEM recta, disponivel sem uma preparago elaborada e muito mais barato que uma formila de leite (Francis, 1984) A iintimidade da alimentago materna & conhecida como induzindo uma relagio especial entre a mie e 0 bebé, chamada «os elos». Apesar da superioridade reconhecide do leite materno, a prética deste no Reino Unido esté a diminuir. Em 1980. 74% das mies pela primeira vez iniciaram alimentagao ‘materna com 0s seu bebés, mas isto cai para 69% em 1985 © destes apenas 51% continuaram durante duas semanas ¢ apenas 26% durante quatro meses ou mais (Smith, 1988), Martin & White (1988), também cotheu dados usados em 1985, € mostrou outta redugao preo- cupante no aleitamento materno entre um grupo espect co de mies (frequentemente adolescentes) que nao tém Companheiros. Apenas 44% deste grupo tentou a alimen- tagio matema comparado a 52% em 1980. As directrizes da DHSS sobre alimentacao infantil recomendam que as mulheres devem ser encorajadas a fazer alimentacao ‘materna durante © primeiro ano. No que se relaciona com alimentagio materna, nas mulheres que sao seropositivas para HIV, as directrizes da DHSS podem ser criticadas pela sua extrema cautela (Feinmann, 1988). Existem apenas quatro casos conheci- dos de transmissiio do HIV através de leite matemno e 0 artigo de Feinmann declara que «aconteceram no Zaire e fem todos 0s casos as mées foram infectadas por uma transfusio pés-natal». Os epidemiologistas considera ue 0 risco é pequeno e que no actual estado de incerteza @ alimentagao matema deve ser activamente encorajada, © mimero reduzido de mulheres que fazem aleita- mento materno jé foi mencionado e nio se limita a0 Reino Unido; ¢ prevalente em muitos paises através do mundo ¢ € acompanhada de um aumento do nimero de bebés que so alimentados por leite artificial. As campa- ‘has publicitérias ¢ os antincios dos substitutos para 0 leite matemno so conhecidas como um factor que contri- bui para estas mudancas indesejéveis. Em 1981 a Organi- zago Mundial de Satide emitiu um e6digo de pritica internacional sobre a divulgacao no mercado de substitu- tos de leite mateo principalmente para as empresas Comerciais mas também se recomenda que os profissio- nais de satide devem limitar-se a oferecer amostras destas formas (dadas pelos representantes de vendas) a mies pela primeira vez ou, a fazerem publicidade de tal forma, por exemplo em hospitais clinicas com matemidades (Rem, 1987). Por vérias razdes, no entanto, a alimentagio artificial parece ser o método de escolha. Nestas circunstancias, as preparagdes de leite seco sio frequentemente utilizadas, f muito importante que a quantidade seja cuidadosamente calculada usando a colher de medidas oferecida no pacote € a medida receitada de liquido (Ieff, 1989). De outra forma, 0 bebé pode desenvolver um desequilibrio electro Iitico que pode levar a uma alteragéo dramética do pro- cesso fisiol6gico. Para evitar uma infecgio tanto o bibe- do como a chupeta tém que ser minuciosamente lavados € depois esterilizados entre cada utilizagio, geralmente por imersio em hipocloreto, que depois € deitada fora e substitufda diariamente (Devlin, 1984). Um contacto intenso entre a mie ¢ 0 bebé durante a alimentagio enfa- tiza 0 elo de ligagdo entre ambos. A medida que a crianga cresce, o leite deixa de ser adequado para as necessidades nutricionais ¢ © proceso de desmame tanto do seio como do leite artificial comeca Alimentos semi-s6lidos, geralmente cereais, possivel- mente fortificados com minerais e vitaminas sao ofereci- dos numa colher. Os bebés t8m portanto que desenvolver uma aptidgo diferente de alimentagdo; em vez. de succao eles tém que comecar a ingerir comida numa colher ¢ ‘manipular os alimentos semi-s6lidos na boca antes de engolirem, Nao é surpreendente que seja inicialmente estranho e deve ser dado tempo para que eles expetimen- tem, Por fim, as criangas comegam a manipular a colher Por si préprias © a levarem os alimentos a boca. Eles comegam a agarrar ¢ a controlar a colher e a tragar 0 trajecto espacial do prato para a boca. A sujidade resul- ‘ante é inevitével mas com paciéncia e presenga de uma ie que apoia ou de alguém que a substitua, permite-se a aquisigfo de destreza necesséiria. Gradualmente, 0s ali- mentos sélidos so introduzidos na dieta e eventualmente ‘uma maioria das criangas torna-se independente ¢ adquire a capacidade necesséria para se alimentar. No entanto, uma minoria de pessoas tem deficiéncias fisicas que as impedem de adquirirem independéncia a medida que avangam na vida. Isto seré tratado adiante neste capitulo. Mas 0 que € que as criangas deveni comer? Nos ti mos 20 anos, vérios relatérios de pesquisa associaram uma ingestio elevada em gorduras, particularmente saturadas (animais), com as doengas corondrias. Conse- quentemente, alguns nutricionistas recomendaram que desde uma idade jovem as criangas devem ter um dieta baixa em gorduras saturadas; outros acreditam que isto é inadequado, pois, a gordura do leite dé uma contribuigao importante para a energia disponivel da crianga, para além de Ihe fornecer vitaminas e elementos vitais (Holmes, 1987). 0 relat6rio da DHSS (1988) pode dar azo a confusio; recomenda que nio se deve dar leite ‘magro a eriangas com idade inferior a dois anos, mas que estes podem tomar leite meio gordo ¢ que a partir dos finco anos podem ingerir leite magro. Cutras recomendagses gerais foram para diminuir o sal e 0 agticar © aumentar a alimentagio em fibras (dos adultos), Existe uma preocupagio de que esta recomenda- do de dieta pode ser inadequadamente aplicada para quem tem menos de cinco anos. A Associagdo Dietética Britanica fez um estudo de literatura importante ¢ recomendou, entre outras; que as necessidades de energia dependem da idade, sexo e actividade fisica e tém que ir ‘0 encontro de cada crianca individualmente para promo- yer um crescimento éptimo (Holmes, 1987). No inicio dos anos 80 um estudo de investigagao patrocinado pelo governo investigou a alimentago das criangas britanicas fem idade escolar. Uma amostra representativa de 32. 865 criangas em dois grupos etérios — 10 a 11 anos ¢ 14 a 15 — fi feito 0 registo digtio de todos os alimentos e liqui- dos tomados durante um perfodo de 7 dias. A andlise dos dados favoreceu uma preponderancia de bolachas, bolos, batatas fritas, bebidas doces, rebugados, agticar ¢ pio branco que nfo sio indicados para uma dieta saudével (Walker, 1986). Cereais e torradas eram os alimentos mais normais do pequeno-almogo, embora algumas criangas fossem para a escola sem comerem o pequeno-almoco. Em muitas famflias a refeigo, caracteristica da familia, tende a desaparecer e foi substituida por um tipo de ali mentagdo répida que depende muito da conveniéncia ¢ dos alimentos jé prontos e preparados (Dickerson, 1988), Embora muito se diga e escreva sobre uma dieta saudé- Yel, no existe espaco para complacéncia, e as enferm 1s, como educadoras de satide, podem ajudar as criangas 4 fazerem as escolhas correctas de comida, Durante toda a adolescéncia muitas pessoas sio fisica- Mente activas e gastam muita energia. Consequentemente © apetite dos adolescentes tende a ser maior no mundo Scidental ¢ parece ser saciado por pequenas refeigdes de alto valor energético em ver das refeigdes tradicionais, Muita gente jovem vive fora do lar pela primeira vez ¢ forna-se mais independente ao procurar a sua propria ali- Mentagio. Alguns sofrem mudangas, por exemplo para uma alimentagio vegetariana. Mas no interesse da satide, todos devem tentar seguir as recomendagGes principais d National Advisory Committee on Nutritional Education (NACNE, 1983) © do Committee on Medical Aspect of Food Policy (COMA, 1984). Devem comer-se alimentos Suficientes para manter um peso éptimo para a altura ¢ fazem exercicio adequado. Uma diminuigo no sal e agi- Car € recomendada, A gordura da dicta deve fornecer um ‘méximo de um tergo da ingestio energética total didria; © apenas um tergo disto devem ser saturado (gorduras animais) e o resto deve ser de gorduras polinsaturadas, © Alcool nao deve atingir mais do que 4% da ingestio energética didria. E, evidentemente, as fibras devem ser aumentadas ao comerem cereais de gro total, legumino- sas, frutos © legumes (Holmes, 1988), © A variagdo na alimentagao preferida pelos adultos é enorme ¢ a variedade torna-se mais dbvia quando existe luma sociedade multirracial. Nos dois relatérios. previa mente mencionados no contexto de adolescentes, foi ori- ginalmente recomendado que se promovessem hébitos mais saudaveis de sade e alimentagio na populagao adulta e estes devem ser continuados durante toda a vida, © objectivo principal destes relatorios foi evitar a doenca corondria (pagina 188), mas existem outras doengas rela- cionadas com a alimentagio — diverticulite, obesidade, dries dentérias e doencas periodentais, E importante nos ‘anos adultos fazer bastante exercicio, pois um metabo- lismo mais elevado € benéfico para o sistema cardiovas- cular, em particular, * Ao chegar ao final da vida, a pessoa idosa frequente ‘mente tem menos apetite; existe geralmente menos activi- dade fisica € portanto nao existe a mesma necessidade de alimentos que fornecem energia, Pode também existir ‘menos interesse em cozinhar e preparar uma refeico para lum, se a pessoa esté a viver sozinha, ¢ as refeigdes pre- Paradas rapidamente frequentemente no dao as vitami. has € minerais necessérios. A deficiéneia das vitaminas D © C, tiamina e dcido félico s40 comuns-nos idosos inter- nados em hospitais (Dickerson, 1986a). Mais frequent mente ocorrem manifestacdes de subnutricao que sio perda grave de peso e caquexia, anemia por deficiéncia de ferro, deficiéncia de folato, escorbuto e osteomalacia, Uma forma menos grave de subnutrigio chamada «subeli- nica» € provavel que aconteca em cerca de 7% da popu. lagdo idosa (Debenham, 1988). Ter que permanecer em casa pode ser devido apatia ou A deméncia, mas pode ser devido também a uma deficigncia fisica que toma dificil ou impossivel ir as compras. Existe geralmente uma dependéncia cada vez maior dos outros, & medida Que @ pessoa idosa avanga na vida e isto vai provavel- mente influenciar a escolha da alimentagéo e talvez redu- zit © prazer geralmente associado a esta actividade de vida. DEPENDENCTA/INDEPE! NA ALIMENTACAO. NDENCIA A independéncia na alimentag4o obviamente 6 asso- ciada com o estagio individual na vida, Existe uma depen- 190 MODELO DE ENFERMAGEM déncia 6bvia dos jovens e uma dependéncia potencial dos idosos. A qualquer estgio da vida, a8 pessoas anterior- mente independentes para esta actividade de vida podem tomnar-se dependentes, temporéria ou permanentemente tanto a partir de uma deficiéncia fisica como psicolégica. Pessoas com comportamento alterado podem nio ser capazes de deixar a casa e irem comprar comida; ov a tomada de decisées pode ser dificil e assim por diante. Existem outros que podem ter problemas na mao ou nos bragos ou podem ter uma visio diminuida ¢ ainda assim serem independentes na actividade de alimentago desde que tenham ajudas mecfinicas. Estas ajudas podem ser na cozinha para prepararem alimentos ou utilizadas quando se alimentam, e permitem que 0 individuo mantenha 0 maximo de auto-estima e dignidade apesar da deficiéncia fisica. Por uma razo bastante diferente as pessoas defi cientes mentais também vao frequentemente ter proble- mas de alimentagio © a importincia de uma boa posigo, com uma cadeira ¢ mesa de dimensGes adequadas, numa atmostera descontraida, € basica para uma independéncia progressivi Existe agora uma variedade de ajuda alimentar, nfo necessatiamente cara, e bastante literatura (Yates & Whitehead, 1986) com ideias de conjunto que se mostra ram tteis para fisioterapeutas, terapia ocupacional & fonoaudiologistas que estudaram os problemas das pes- soas deficientes para que clas possam conseguir uma independéncia Sptima na alimentaco, FACTORES QUE INFLUENCIAM ‘A ALIME? A ‘A alimentagdo tem um papel significativo no padrao de vida didrio ¢ em todos os grupos etéios, sendo para a maioria uma actividade aprazivel. No entanto, existem muitos factores que podem influenciar esta actividade de vida e afectar a reacedo individual & alimentagdo. Os varios factores séio descritos, utilizando as categorias que apare- ‘cem no modelo sobre 0s titulos de factores fisicos, psicol6- zicos, socioculturais, ambientais ¢ politico-econémicos, Factores fisicos No modelo, os factores fisicos sao principalmente de dimensio bioldgica e aqueles que estio relacionados com a actividade de vida de alimentac8o sto os necessérios para estas trés fungdes — ingestao, digestio e absorgio; nomeadamente a boca, orofaringe, es6fago, estimago Intestino delgado, além das glndulas salivares, pncreas, figado e vesicula biliar que oferecem os sucos e enzimas que facilitam estas trés fungdes. Para 0 objectivo deste modelo, em termos biol6gicos humanos, as vias alimenta res superiores © os dros acess6rios da digestdo slo jus- tapostos ao tracto alimentar. O objectivo desta justaposi- go € oferecer uma orientagio ao conceber-se um plano de enfermagem que considera, no apenas as interven- 96es iniciadas pelas enfermeiras, mas as intervengées de enfermagem que resultam de prestigiio médica, e 08 documentos sugeridos na pégina 68 e 69 levam isto em consideragio. Para se compreenderem os problemas enfrentados pelas pessoas que tém dificuldades de alimentagio (diseutidos na segunda metade deste capitulo), descrever-se-do a estrutura corporal ¢ a funedo requerida para a degluticio. E agora habitual pensar num estidio preparatério que inclui a pre- paragao do que, para que pessoa, se essa pessoa consegue engolir «uma boca cheia» de comida num garfo ou numa colher se ela faz 0 trajecto visual-espacial sem deixar cair do prato para a boca, para que a comida seja levada & boca numa sequéncia apropriada de intervalos de tempo. A medida que a comida chega, os lébios abrem-se, a boca abre-se © a comida é depositada sobre a lingua, os labios focham-se & volta do talher ajudando a remover a comida este; 0 garfo ou a colher € entZo retirado e 0 labio veda completamente. O conceito de factores fisicos foi portanto alargado para incluir pelo menos a fungao de um membro superior, ow qualquer outro modo de transportar a comida de um prato para a boca, ¢ isto pode significar assistén de outra pessoa proximo estédio € chamado, de formas variadas, 0 estédio oral, voluntério © anterior & deglutiglo (Cockcroft & Ray, 1985). Comega quando os lsbios se fecham a volta da comida. Embora a lingua seja 0 Orgdo sensorial para o gosto, textura e temperatura, é ainda © motor cor- Poral para mexer a comida na boca, para permitir que esta seja mastigada e agerrada pelos dentes no local preferido. AA posigio correcta dos dentes no maxilar superior e inf rior € necesséria para conseguir isto ¢ 0 servigo de um dentista pode ser necessério para o facilitar, Uma aposi gio correcta é igualmente importante ao encaixar denta- dduras. Tanto a saliva como 0 muco ajudam a amolecer a comida e a formé-la numa bola que é enrolada para trés da lingua que € a parte mais baixa dos receptores de degluticao, © este anel € completado pelos pilares das fossas laterais, e 0 palato mole no cimo. 0 estidio final da deglutigao ¢ involuntério e chama se estidio de deglutigo ou faringeo. A estimulagio do anel sensorial & 0 infcio de uma acco reflexa compli- cada; 0 palato mole mexe-se para cima ¢ para tris para fyitar que a comida atinja a nasofarige com possivel fegurgitaglo nasal. A lingua eleva-se para impedir que a comida volte para a boca, o que pode causar salivagio ou baba. A glote fecha ¢ a epiglote dobra-se sobre a entrada ia leringe para evitar entrada de comida para as vias res- piratdrias. Maior assisténcia € fornecida pela paragem momentdinea da respiragdo, pois os muisculos constritores da orofaringe empurram a comida para 0 es6fago, a0 Jongo do qual esta viaja através do peristaltismo para 0 est0mago e intestino delgado, para uma digestio posterior e absoreao. (0 tamanho do corpo é uma dimensio fisica visivel que resulta da alimentagio, ¢ tanto a altura como o peso sto aspectos fisicos mensurdveis. Ainda se incluem no con ceito de factores fisicos que influenciam esta actividade de vida os constituintes bésicos da alimentag0, O estudo isto e dos processos bialdgicos associadas de cresci- © reparagdo € conhecido como a cid Bo deste mento, manutengi cia de nutrigdio, € segue-se uma breve delinea assunto. Nutrigao De cada pais do mundo provém uma grande variedade de alimentos que, quando analisados, podem ser classifi- ceados em alguns constituintes essenciais basicos: + Carbo-hidratos + Proteinas + Gordura + Vitaminas + Elementos vitais ( + Fibras de dieta iis minerais) Agua, Para funcionar eficazmente, cada célula no corpo exige estas substdncias © para manter a sade € eficdcia do individuo tem que existir uma ingestio disria equili- brada de todos estes constituintes, Os carbo-hidratos, pro- tefnas e gorduras so oxidados no corpo para datem ener- Bia, © a quantidade de energia produzida por estes Autrientes diferentes pode ser medida (Dickerson, 19866), Em muitos pafses, avalia-se em unidades de calor chama: as calorias — os «Weight-Watchers» frequentemente defendem que eles estio a observar as suas calorias, Desde 1975 no entanto que o Reino Unido adoptou 0 Kilojoule (KJ) ¢ o Sistema Internacional de Unidades para Céeulos dietéticos. As necessidades de um indivfduo, em ALIMENTACAO, 11 kilojoules, variam com a altura, © peso, a idade, 0 sexo, © clima e a ocupagdo, mas, falando de forma geral, a ingestdo diria de uma mulher adulta com um emprego sedentrio pode ser de cerca de 8000 kJ (2000 cal), para uma mulher grivida de cerca de 12000 kJ e para um homem com exercicio fisico pesado 16 000 KJ. Para for- necer uma alimentacao equilibrada, uma pessoa num regime de 8000 KI (2000 cal) pode ter cerca de 4400 KI (1100 cal) de carbo-hidratos cerca de 1200 ki (300 cal) de proteinas cerca de 2400 ki (600 cal) de gorduras 3% do total do total = 30% do twtal As vitaminas, sais minerais, fibras dietéticas ¢ agua so essenciais para a satide mas no oferecem kilojoules em energia. Os carbo-hidratos. Os amidos e agticar sao compostos de carbono, hidrogénio oxigénio e so encontrados em elementos tais como 0 agticar, batatas, cereais, frutas © Iegumes, e antes que possam ser utilizados tém que ser usados pelo corpo e reduzidos a glicose, Um grama de carbo-hidratos possui 16 ki (aproximadamente 4 cal) Os carbo-hidratos fornecem calor e energia e podem set armazenados no figado como glicogénio, mas quando 10 comidos em excesso sao depositados nos depésitos de gordura do corpo como tecido adiposo. As Protefnas. O corpo depende das protefnas para o seu fornecimento de nitrogénio, mas estas também con- im carbono, hidrogénio, oxigénio, enxofre e fosforo; elas sio transformadas em aminofcidos antes de serem absor- vidas. Os alimentos proteicos so, por exemplo, a came, © peixe, os ovos, produtos derivados do leite, feijdes de soja, ervilhas, feijdes e lentithas. Uma grama de proteinas possui 17 kJ (aproximadamente 4 cal) Estes alimentos fornecem os aminodcidos esset para construire e repararem 0 tecido corporal. Por esta iis 10, as criangas precisam de uma proporgdo mais el vada de alimentos proteicos do que os adultos. E as pes- soas que estiveram doentes podem ter que ser submetidas uma dieta rica em protefnas para substituir 0 tecido lesado © melhorar a perda de peso. 192. MODELO DE ENFERMA\ As gorduras. © carbono, hidrogénio ¢ oxigénio esto presentes em gorduras mas em proporgdes diferentes dos carbo-hidratos ¢ antes que possam ser absorvidos tém que ser transformados em éciddos gordos e glicerol. A expres sto gorduras animais e gorduras vegetais foi substituida por gorduras saturadas e insaturadas respectivamente. Estes tltimos termos nfo apenas designam 0 contetido mas so menos restritos no que se refere & fonte; por exemplo, algumas gorduras saturadas so de origem vegetal — 0 dleo de coco ¢ de palma; ¢ algumas polin- saturadas so encontradas em aves e peixe que so obvia- mente de origem animal. Uma ingestio diminuida de xgorduras foi recomendada por um relatério publicado em 1983 e outro em 1984 (pagina 188). Desde entao o debate tem continuado, e agora é menos certo que uma ingestio, de pouca gordura evite uma doenga coronéria. Um colesterol elevado no sangue € com certeza um factor de risco na doenga corondria ¢ é influenciado pela quanti- dade e tipo de gordura na dieta, Mas reduzir 0 consumo de gordura em quem tem o colesterol normal no sangue no influencia 0 risco posterior de doenga coror (Holmes, 19886). ‘Uma grama de gordura possui 37 KI (aproximadamente 9 cal) No corpo, os depésitos de gordura so encontrados & volta de drgios delicados, tais como os olhos ou os rins, para protegerem e manterem as suas posigdes, e a gordura tem ainda uma fungéo importante no transporte de vi nas soldiveis em gordura, mas as fungOes gerais dos ali- rmentos gordos, tal como as dos carbo-hiratos, ¢ fomecer calor e energia As vitaminas. © bom estado de saide depende de vita- minas que nfo podem ser fabricadas no corpo e portanto tém que ser obtidas da comida. As vitaminas sio compos- tos quimicos que so classificadas em dois grupos princi pais ‘Vitaminas soliveis em gorduras Vitaminas soliveis em gua ‘As vitaminas so exigidas em apenas pequenas quan- tidades. Em muitos momentos a sua fungio 6 catalitica, ‘como as componentes dos sistemas enziméticos envolvi- dos nas reacgdes metabslicas essenciais, Embora no for- necam energia 20 corpo, algumas so necessarias para a regulacdo de energia; e outras so necessérias para a regulagio da sfntese de tecidos. Elas so necessérias por- tanto para a satide geral dos tecidos, e uma grande defi- cigncia destas pode levar a condigdes de doenga espect- fica, por exemplo, raquitismo (falta de vitamina D), escorbuto (falta de vitamina C), beribéri e pelagra (falta de vitamina B), AS vitaminas so encontradas em muitos alimentos; as soldveis em gordura so principalmente. de produtos derivados de leite, came e peixe gordurosos; ¢ as sohiveis em égua derivam de frutos frescos ¢ legumes, nozes e do germe dos cereais (Pownall, 1986). (Os sais e elementos vitais. Apenas exigidos em peque- ras quantidades, estes elementos inorganicos podem ter papéis essenciais. ‘Trata-se de componentes de tecidos eorporais ¢ liquidos ¢ das muitas substancias especializa- das, tais como hormonas, transporte molecular ¢ enzimas. Por excmplo, o fsforo ¢ 0 cAlcio sio exigidos para a pro- dugdo de dentes ¢ 0ss0s; o ferro ¢ exigido para os eritrs- citos; 0 iodo € necessério para a hormona secretada pela tirdide, uma glandula endécrina; 0 s6dio € importante na manutengao do Kquido do volume do corpo. (0 s6dio € um exemplo de um electrdlito ¢ 0 equilfbrio dos vérios electrdlitos do corpo & de importincia critica Um electrélito € formado quando um componente inorga- nico tal como 0 sal (cloreto de sédio) € dissolvido em 4gua ¢ se dissocia em duas ou mais partfculas carregadas electricamente. Por exemplo, no corpo, 0 cloreto de s6dio (NaCl € 0 simbolo guimico) esté presente numa soluglo como sédio (Na) e cloro (CI). A faixa desejada dos dife- rentes electrélitos no liquido celular € no liquido extrace- lular € conhecida. Quando, por causa de doenga ou perda de Iiquidos do corpo este equilibrio electrolitice é alte- rado, a fungio das células corporais pode ser grande- mente diminufda. Os sais minerais sio amplamente dispersos em comidas, incluindo came, peixe, produtos, derivados do leite e legumes. [As filras dietéticas. A parte de celulose dos alimentos ‘que passa através do sistema digestivo ¢ € excretada como parte da fezes chama-se fibra dietética. Ndo se tora, em qualquer momento, uma parte da estrutura corporal mas © seu volume ajuda a estimular 0 movimento muscular no Intestino grosso e promove a defeccdo evitando portant, obstipagéo (Bennett, 1988). Existe ainda evidéncia de que a quebra das fibras por bactérias em colénias torna as fezes mais Acidas, e isto é uma das razdes por que se acredita que @ fibra reduza a quantidade de agentes car- cinogénicos possfveis (Burkitt, 1983) Agua. © simbolo quimico H,O representa a 4gua € significa que cada molécula é composta de duas partes de hidrogénio e uma parte de oxigénio. A agua & essencial para a vida e constitui quase dois tereos do peso corporal. ‘A morte acontece se houver privagio de égua durante mais de um ou vérios dias, pois os processos corporais esto dependentes da sua presenca: a agua é 0 constituinte principal de todos os liquidos corporais; muitas alteragbes fisioquimicas acontecem no ambiente de quidos corpo- ais; a maior parte dos nutrientes e produtos residuais celulares so soltiveis em Agua Num perfodo de 24 horas, © homem adulto precisa cerca de 2500 ml de égua, ¢ se houver uma ingestdo inadequada ou perda dé gua excessiva (a diurese nio excede geralmente os 1500 ml por dia) a pessoa vai sofrer a sensagdo de sede Normalmente, desde que exista uma alimentagao equ librada adequada, a ingestio de alimentos e liquidos é controlada por processos bioquimicos complexos, Exi fem centros no cérebro que sio sensiveis a mudangas nos niveis de nutrientes e elementos vitais no sangue contro. Iando portanto o apetite e a sede (Holmes, 1986a), Factores psicolégicos Um nivel minimo de imeligéncia & necessétio para dominat a capacidade utilizada no processo de aliments. S%0. Isto € evidente quando se observa uma crianga Pequena, 2 medida que esta experimenta as suas capaci. dades fisicas ¢ intelectuais com o desenvolvimento de aplid’es durante as refeigées, e & também evidente. 20 Observarem-se eriangas deficientes meniais cujo desen- | Yolvimento intelectual foi diminuido; eles apresentam J Malor diffculdade a0 adguirirem as aptidses necessérias | Para comer e beber (Anderson, 1983), J) Um certo nivel intelectual também & necessério Para a J Sitsisd0 © aplicagio do conhecimento necessério para Seleccionar e preparar uma alimentago que mantenha | Glide, © bastante tempo e esforgo tém que ser gastos pelo Govemo, pelos profissionais de sade e pelos meios de omunicasio na educagio da saude para 0 interesse do Piblico em geral em préticas de alimentagdo desejéveis A aquisicao de conhecimentos & necesséria também para PPlicar as praticas de higiene necessérias ao manusear da Gaid® © a0 deitar fora os restduos alimentares, de tal forma que nio vao atrair vermes e moscas que tém poten- iil de alojar ¢ dissemninar microrganismos patogénicos Pate humanos © estado emocional do individuo pode as vezes afec- f heestio da comida, O excitamento de uma erianga USS de umas férias, a ansiedade associada com os exe Iona. ™4anca de emprego podem reduzir a ingestio Mt { individuo, Estes no entanto slo geralmente Mrs. A perda do apetite, ou falta do desejo de ALIMENTAGAO 193, comida, durante um perfodo prolongado pode ser um indicador de uma alteragao mais séria nos estados emo- ionais ¢ € referida como anorexia nervosa. ‘Tem um pico de incidéncia nos adolescentes, especialmente entre rapa- Tigas, embora a incidéncia em homens aumente. Apesar de evidéncia do contrério, a opiniao que o individuo tem Sobre si mesmo como gordo (uma imagem corporal do corpo distorcida) pode levar a recusar-se a comet ou a vomitar, deliberadamente, apds a ingestio de comida, A anorexia nervosa & geralmente considerada como uma alterag#o do desenvolvimento de personalidade, frequen- femente em relago com um dos pais. No entanto, a pes- Guisa mostrou que, quando as pessoas com um apetite snormal> se sentem esfomeadas, € porque existem fun- ses mentais elevadas alteradas. Existe egoismo, auséncia de actividades sociais e um diminuto interesse pelo sexo, junto a um aumento de pensamento autocentrado e rigido Pelo que niio se pode exigir-lhe qualquer compromisso. Todas estas manifestagées foram vistas em pessoas com anorexia nervosa (Wright S. J., 1986), Distintamente, algumas pessoas utilizam a comida como uma fonte de conforto e seguranga. O excesso de alimentaggo da maioria das pessoas leva a obesidade (Pagina 202) e aqueles que estio bem com a sua imagem de corpo nio estio motivados para perder peso. No cnlanto, © médico pode aconsethar uma redugdo no peso, Por exemplo se for necessério em cirurgia ou se se desen. volverem artrites nas articulagé res, Umm excesso de alimentagio compulsiva significa que 4 pessoa nio tem mais controlo sobre 0 que esti a comer, embora tenha consciéneia da quantidade enorme que esta 8 comer. Existe geralmente um medo mérbido de se tor- nar gordo, mas isto é evitado por uma auto-indugéo de los, ou ambos. O excesso de ali mentacio jé foi reconhecido como uma caraéteristica em algumas pessoas com anorexia nervosa e obesidade. Ape- as em anos mais recentes foi identificada em pessoas que nao sofrem de problemas psicolégicos que influen- ciam @ alimentagao e chama-se bolemia nervosa (Savage, 1984). Actualmente, 9 alcoolismo & um problema grave em ‘muitos paises do mundo, Geralmente o inicio da depen- éncia do alcool € insidioso, iniciando-se com um habito Social mas saindo depois do controlo, e o habito pode evar a um comportamento irresponsdvel, pequenos ri- mes ou mesmo assaltos © trazer sofrimento no apenas Para 0 individuo mas para a familia e amigos. Discute-se isto em mais detalhe na pagina 208, dos membros inferio- vOmito ou laxativos usi 194 MODELO DE ENFERMAGEM Factores socioculturais Em certas culturas € normal tomar as refeigdes em ‘casa numa sala especial para este fim, mas existe muitas variagées e pode ser uma pritica aceite comer sob uma rvore, volta de uma fogueira ou numa tenda, Nao ape- nas 0 local mas também o estilo de comer pode variar consideravelmente. Algumas sociedades utilizam os dedos, outras os pauzinhos e outras ainda facas, garfos e colheres; alguns comem a partir de uma tigela comum, outros de pratos individuais ou tigelas; alguns sentam-se com as pemnas cruzadas no chio, outros normalmente numa cadeira. Em algumas culturas pode haver uma sepa- ragiio de sexos no momento da refeigio com os homens comendo juntos, mas separados das mulheres que também comem juntas. Mais normalmente, no entanto, a refeigao € uma ocasiéo onde todos os membros da familia parti- Tham as novidades das actividades do dia, embora em alguns paises industrializados a utilizacdo cada vez maior de comida «pronta» e a dominancia do consumo de es Pecticulos de televisao estejam a alterar o padrio de cializagdo no momento das refeigdes. Alguns grupos religiosos tém regras definidas sobre a escolha e preparagdo de itens especificos dos menus, Por exemplo os judeus ortodoxos t@m que preparar e servir os produtos derivados do leite e carnes separadamente, enguanto que 0 Alcorio profbe os mugulmanos de come- rem porco e beberem éleool, e os hindus devotos no comem produtos animais. Existem outros grupos no centanto, nao por razes religiosas, que sdo vegetarianos e também no comem produtos animais. Com a interacgio de muitas varidveis, lembrando a interacg4o dos cinco grupos de factores que influenciam actividade de vida de alimentacdo, nao € surpreendente que cada pessoa desenvolva um padrio individual rela- cionado com esta. Factores ambientais 3s factores ambientais fisicos podem afectar a escotha da comida, Obviamente, a posicao geogréfica, a fertili- dade do solo, o clima e as chuvas vao determinar o tipo de alimentos que sio cultivados localmente, e isso tam- bbém vai influenciar 0 teor de came, peixe ¢ aves na ali mentagio. Hoje em dia, nas nagoes industrializadas devido as suas redes enormes de importagio e exporta- ‘edo, no se depende tanto da comida local, mas esta & vital para cerca de dois tereos do mundo que dependem a produgio local. LL =| es A disponibilidade de combustivel também € uma con. sideragio, Embora certos grupos, tais como os Esquimés, comam peixe cru € focas, € normal na maioria dos paises aumentar-se 0 gosto da comida ao cozinhar a came do peixe, aves € outros animais com muitos legumes e fibras, de frutos. Alguma forma de combustivel € necesséria para a preservagio dos alimentos, por exemplo, em garrafas, latas ou congelamento, tomando o armazenamento possf- vel. No entanto, um planeamento cuidadoso para a arma- zenagem de alimentos novos, sejam raros ou abundantes, pode ser negado se 0 ambiente estiver cheio de vectores tais como baratas, moscas, ratos e ratazanas. Eles podem diminuir a quantidade dos fornecimentos, ¢ podem estragé-los por contaminacdo através de excregdes € tor- narem-nos impréprios para consumo humano ou podem ‘mesmo transferir agentes patogénicos que levam a intoxi- ico alimentar (pAgina 197), Os alimentos stio imperativos para a existéncia humana, mas uma ingestio adequada de dgua é ainda mais importante. Trés quartos da superficie da Terra sio ‘constitufdos por gua, mas obter um suprimento adequado de agua fresca e limpa que seja segura para utilizar quando se bebe e cozinha é um dos problemas mais depri- mentes do mundo. A maior parte da gua mundial & sal- gada e existe nos oceanos; apenas 3% ¢ fresca e apenas uma pequena quantidade € acessivel ao pblico para for- necimento de agua, Muitas das mulheres e criangas do mundo tém que andar quilémetros para conseguirem gua de uma corrente ov poco que pode ser inadequada para todas as actividades de vida; quando um suprimento seguro € disponivel numa torneira, entio parte-se do prin: cfpio de que a agua sempre existe. O acesso e distribuigio de comida © 4gua no ambiente local contribui certamente para a facilidade da alimentacio. Num sentido ligeiramente diferente, 0 ambiente ‘obviamente considerado pelos empresérios de restauran- tes que consideram que o ambierite pode contribuir para esfrutar a alimentagdo. Empurrdes ¢ barulho no se pen: ‘sam como sendo bons para a digestdo, e muitos hoteleiros recorrem consideravelmente a uma proviso de carpetes, luzes baixas e misica suave de fundo como uma ajuda do ambiente tanto para 0 prazer fisiolégico como fisico da alimentagao. Factores politico-econémicos Qualquer consideragdo da alimentagdo pressupde que existe disponibilidade de alimentos ¢ bebidas. Nem sem-

You might also like