939 2198 1 PB

You might also like

Download as pdf
Download as pdf
You are on page 1of 17
Acta Biol. Par. Curitiba, 10/11 190204, 1981/1982 ESPECIES DE PENAEUS FABRICIUS” 1798 (CRUSTACEA, PENAEIDAE) DO LITORAL DO ESTADO DO PARANA, BRASIL, SPECIES OF PENAEUS FABRICIUS, 1798 (CRUSTACEA, PENAEIDAE) FROM THE COAST OF PARANA STATE, BRAZIL RECEBIDO EM: 1e/0a/er APROVADO EM: 90/03/81 JAYME DE LOYOLA E SILVA, ** ISABEL TAEKO NAKAMURA” INTRODUGAO A fauna marinha do fitoral paranaense, até nossos dias, no que se refere & taxonomia, tem sido pouco estudada. Estamos organizando colegies, em especial de Crustacea e, durante 0 ano de 1980 viagens ao litoral foram custeadas pelo CNPq, prin- sipalmente, para o levantamento de Decapoda Estuarinos. Te- mos coletado, jé ha alguns anos, muitos representantes da fa- milla Penaeidae de nosso litoral. Estamos agora, encetando es- tudos sistematicos a respeito das espécies do género Penaeus Fabricius, 1798 e, pretendemos continuar com estes estudos, @ fim de elucidar problemas de taxonomta, € muito comum, a con- fusdo entre duas espécies de Penaeus, quando da realizacao de estudos biométricos, grau de maturagao e estatisticos. Normal- mente, numa captura de camario associam-se espécimens de nominados legitimo, verdadeiro, branco e pistola, que na reali- dade, cientificamente, devem ser consideradas duas espécies. Assim, em alguns casos, pesquisas biométricas e estatisticas 18m sido feitas considerando-se uma 86 espécie, Penaeus schmit- ti Burkonroad, 1936 (comumente tratada como camardo legitimo). quando na realidade mistura-se com outra espécie, cientifica- 7 conwiouedo ar #2 do Departaments de Zoaleie, Sotor de Clnsee Biglse, Univer. fsiido Fosorat_do Prag Caine Patel 30h, Curt, Feans. Palalente. ser ‘ae pul CNP, Frofesor Tile do Oroarameno de Zociay8, Stor de Cléncia Blalélea, Untvarahee ie reser Paren.Parsleour oo CH, Frofossa ‘Asistente do. Dopatamonce se Zoolgie, Setor do Cléolos Satis, 199 mente conhecida como Penaeus aztecus Ives, 1891, Alguns pes- cadores mais avisados conseguem distinguir e, denominam esta espécie de camario ferro. Esta publicagao visa 0 esclarecimento pratico quanto a se- paraco destas duas espécies, a fim de se evitarem distorcdes a respeito de conclusoes estatisticas. MATERIAL E METODOS Posigao Geogréfica do Litoral Paranaense. © litoral paranaonsa ¢ compreendido entre Ararapira, divi sa com o Estado de Séo Paulo, 25° 14’ Lat. Sul, 48° 02° Long WG ©, Barra do Saf, divisa com o Estado de Santa Catarina, 25° 59° Lat. Sul, 48° 35° Long. WG, com a extenséo de cerca de 100 km. A faixa litoranea, em geral, varia de 10 a 20 km, con tudo, na baie de Paranagué, aumenta para cerca de 50 km. ‘A margem litorénea 6 sulcada por dues formacdes muito tidas, uma na parte sul, denominada baia de Guaratuba, que dista cerca de 40 km da outra formacéo, que se situa mais 20 norte, de grandes proporgdes 0, que se denomina bait de Paranagué. Esta formagio apresenta em suas reentrancias, bafas menores como: Antonina, Laranjoiras © Pinheiros. Assim. goograticamen- te, consideram-se cinco bales em nosso litoral. A bala de Pe- ranagua, de grandes dimensoes, é compreendida desde a ilha do Mel até a befa de Antonina. A bafa de Antonina constitui-se da regido fundal da bafa de Paranagud. A baia das Laranjeiras expande-se para a parte norte até a regiéo denominada Guare- quecaba. A baia dos Pinheiros, a menor de todas, situase entre a itha das Pegas eo Rio Varadouro Velho, nas proximidades de Ararapira, Todas essas baias 880, por oxceléncia, criadouros naturais de camerdes. LOGAIS DE COLETAS Penaeus schmitti Burkenroad, 1936. Baia de Paranagué: Amparo (101 machos e 128 fémeas), Eufrosina (3 machos e 3 f@meas) e, ilha do Mel (2 fémeas com espermatéforos) Baia das Laranj ras: Guaraquegaba (2 fémeas). Matinhos: em mar aberto, (4 machos e 4 fémeas). © total de exemplares desta espécie foi de 247. 200 toa paranaense (25) 425 5" Lat Slo 46 02 4838 Long Balas principals portos do coletas. Escala 1'600.000 Mapa tial do Esato de Part 187, olaorado palo Istituto de Tomas © Gartografia do Governo do Estado do Paran 201 Penaus aztecus Ives, 1891. Bafa de Paranagué: Amparo (24 machos e 22 fémeas) e Eu- frosina (5 machos e 3 fémeas). Matinhos: em mar aberto (5 machos e 3 fémeas). © total de exemplares desta espécie foi de 62. METODOS Algumas amostras foram capturadas oom tarrafa, por pos cador pago com verba do GNPq, porém a maioria foi encomen- dada a pescadores no mercado municipal de Paranagua, Todo 0 material capturado foi fixado em formol a 4% e, posteriormente passado para éicool 70% e, faz parte da colegao em alcool do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Parana. Como sao espécies conhecidas e, existem publicagdes com- pletas como a de Pérez Farfante (8), limitamo-nos a salientar ‘om desenhos e descrigdes, as estruturas mais importantes de Ambito taxondmico e de praticabilidadc, tais como a carapaca, © rostro, 0 petasma € 0 télico, assim como, suas respectivas mensuragées. Fizemos os desenhos om mlcroscépio esterooscs- pico Wild M5, com cémara clara e as mensuragées obedecendo 08 padrdes gerais: 4. Gomprimento da carapaga: desde a base até a margem pés-orbital, na linha média dorsal. (Figs. 2 ¢ 4). 2. Comprimento do rostro: desde a base do primeiro den- te (epigéstrico) até 0 apice do rostro. (figs. 2 € 4). 3. Comprimento do petasma: desde @ base até o épice do lobo mediano. (figs. 3 Be 5 8). 4. Comprimento da placa lateral do télic sagital. (fig. 5 C). 5. Largura da placa lateral do tético: linha mediana trans- versal. (fig. 5 C). linha ventro RESULTADOS Gen, PENAEUS Fabricius, 1798 Diagnose Pérez Farfante (8): 462 diz: “Rostro normatmente com den tes ventrals. Carapaca sem suturas longitudinais ou trensver- sala; suleos cervical @ rbito-antenal © carena antenal sempre 202 presentes. Espinhos hepético antenal proeminentes. Telson com sulco mediano profundo, sem espinhos sub-apicais fixos, provide ou nao do espinhos laterais mévois. Primeiro segmen- to antenular sem espinho no bordo ventral disto-mediano. Fla- gelo antenular, normalmente, mais curto que a carapaca. Palpo da primeira mexila com dois ou trés segmentos, geralmente trés. Petasma simétrico em forma de cépsula, provido ou nao de projegdes disto-medianas, Télico, freadentemente, com uma protuberéncia mediana na margem posterior do esternito Xill, aberto ou geralmente com duas placas laterals cobrindo inteira ou parcialmente 0 esternito XIV." Chave para as espécies de Penaeus Fabricius, 1798 Os sulcos ad-rostrais, que correm longitudinalmente, & direita © & esquerda do rostro, sao curtos © suaves, come- gam na base do 1° dente (enigéstrico) e, se oston- dem até 0 9° dente. A carapaca isenta de carena de sulco gastrofrontal schmitti Os sulcos ad-rostrais, que correm Jongitudinalmente, & direlta a esquerda do rostro, sd0 longos e profundos, co- megam na base do celalotorax ¢ ultrapassam 0 Gh timo dente rostral. Carapaga com carena gastro-fron- tal, fortemente esclerosada aztecus Penaeus schmitti Burkenroad, 1935 Diagnose Dentes rostrais supariores variando de 6 a 11 0, os infe- riores, variando de 0 a 3. Sulcos ad-rostrais suaves e de pouca ‘extensZo, iniciando na base do 1° dente (epigéstrico) e, termi- nando no 9° dente rostral superior. Carena hepatica, fraca- mente esclerosada. Espinho antenal, nfo proeminente. Ausén- cla de carena e de sulco gastro-frontal. Lobos laterais do petas- ma, apicalmente, ultrapassam os lobos medianos. Télico, nao possui placas laterais. Descrigao Rostro: Forte, provide de dentes nas linhas médias dorsal e ventral, ultrapassa um pouco o pice ocular. A maioria dos exemplares estudados apresenta, dorsalmente, 9 dentes. Em uma anélise mais apureda, de contagem, mostrou que este nu mero de dentes pode variar de 6 a 11, tanto em exemplares j ens como em adultos. O 1.° dente dorsel, situa-se mais ou me- ‘nos no meio da carepaga cefalotoracica e, 0 titimo dente na 203 posic&o coincidente com o meio do globo ocular. Os dois dentes ventrais, subapicais, situom-se mais ou menos na posi¢ao do 4pice ocular. Segundo Pérez Farfante (8) o numero de dentes ventrais pode variar de i a 3. A maioria dos exemplares estu- dados, procedentes de varios locais do litoral paranaense, cole- tados em diferentes datas, © om variados estadios de desenvol vimento, epresentou 2 dentes ventrais, somente dois exemple: res apresentaram-se isentos de dentes e, um nico com 3 den- tes. Sintetizando, podemos dizer que a variagio do dontes von trais do rostro, val de 0 a 3. conforme nossas observagées. To- davia, convém salientar que n@o encontramos nenhum exem- plar com 1 dente, 0 que foi constatado por Pérez Farfante. As porgoes Interdentares, tanto ventrais como dorsais, apresenta-se cerdosas. Na linha média ventral do rostro, entre os dentes @ a base, hd uma série de cerdas e, essa regiGo apresenta uma leve concavidade, onde se adaptam o globo ocular e o pedin- culo. Acompanhando a série de dentes dorsais, em ambos 08 lados, existe uma love depressio, desde a base do 1 até 0 9° dente, que diminui apicalmente, e, que se denomina sulco ad- rostral. Os sulcos ad-rostrais, suaves e de pouca extensao, nesta espécie sfo bom carster para a distincéo prética, em relagéo & outra espécie. O comprimento do rostro, no espécime estudado, 6 de 21,8 mm desde a base do primeiro dente (epigéstrico) até 0 apice do rostro. Carapaca: 0 comprimento da carapaca, medido desde a base, até a margem p6s-orbital, na linha média dorsal, 6 de 20,6, mm que & menor que 0 comprimento do rosiro, anteriormente especificado. O sulco rbito-antenal, localizado na latoral infero anterior da carapaga, tem a forma de uma lente bicéneava, alar- gado na regio da base dos pedinculos ocular e antenular, es- treitedo na regiéo mediana e novamente alargado na regiao do espinho hepatico. A carena gastro-orbital delimita a parte supe- rior do sulco érbito-antenal ¢ @ carena antenal delimita a poreso inferior deste mesmo sulco, tendo ambas a mesma extensao. A carena hepitica situa-se abaixo do sulco Grbitoantenal e es- tende-se om obligitidade sua baso. O espinho hepstico situa-se na lateral da carapaca, entre as porgées dorsal © ventral. Sua base & coincidente com o épice do 1 dente rostral e estende-se agudamente até o meio da base do sulco érbito-antenal Petasma: € 0 érgao genital masculino, tabulo-membranoso, capsuliforme, com costas ¢ linhas esclerosadas, que se insere nna regido mediana, entre 0 1.° par de ploépodos, ligado as bases internas dos protopoditos. O lobo mediano interliga-se em toda 208 Fig. 2. Penaeus schmitti Burkenroad, 1886. A, cefalotérax em vista fateral 2, esfalotorax em vista. dora 205 a sua extensdo longitudinal & 0 ligamento toma o aspecto de uma serrilha. Os lobos laterais, apicalmente, ultrapassam os lobos medianos ¢, sua superficie externa & provida de nume- rosos denticulos. Os jobs ventrais apresentam-se justapostos na tinha médio ventral, de maneira a formar uma estrutura ca- naticulada. 0 comprimento do petasma ¢ de 8,61 mm, Télico: Orgao gonital ferninino, do tipo aberto ¢ de estru- ture bem diferente de Penaeus aztecus. O esternito XIV que se situa entre as bases dos coxopoditos do 5." par de pereidpodos 6 de estrutura membrenosa. Na linha média, em sentido tongitu- dinal, ha uma orista fraca e, @ cada lado desta, existem 3 pares de ranhuras. Nas latorais do estornito, evidenolam-se, paralela- mente, em sentido longitudinal, duas cristas mais fortes. As bases dos coxopoditos apresentam muitas cerdas que revestem € protegem a parte central membranosa e, servem ainda para a manutencao dos espermatéforos. A parte’ posterior do XIll es- temito, entre os coxopuditos do 4 par de porolépodos, pro- jete-se’ como uma lamina bilobada. Entre as bases do 3° par de perelépodos, na parte anterior do esternito Xili, evidenciase uma estrutura em forma de lingua, com 4 borda livre, provida de pequenas cordas. As porcées posteriores dos coxopoditos do 3° par de pereidpodos so projetadas e, de suas margens inter- ns, salientam-se muites cordas que se opdem cruzadamente. Embalxo destas cerdas encontram-se 0 gondporos. Distribuigdo Geogratica Esta espécie ocorre desde as Antilhas até o Sul do Bresil No Parand a maior incidéncia é na baia de Paranagua Discussao Segundo Pérez Farfante (8) 0 numero de dentes dorso-ros. trais varia de 7 a 10. Exeminamos 247 individuos, de varias lo- calidades do litoral paranaense, de varias idades e, encontramos apenas dois exemplares com 6 dentes, nenhum com 7 dentes, sete com 8 dentes, um com 11 dentes e a maloria com 9 @ 10, dentes. Hé portanto, discordancia cntre nossos resultados os daquela autora, Nos dentes ventrais do rostro também encon- tramos uma diversidade, pois ainda segundo esta pesquisadora ‘© ntimero varia de 1 a 3. Nos exemplares verificados, dois indi- viduos nao possuiam dentes, o que significa 0, um exemplar com 3 dentes e o restante com 2 dentes ventrais. 208 Penaeus schmitti Gurkenroad, 1936. A. petasma em vista lateral. B, perasma em vista dorsal. C, extremidado distal do. petasma eumer- feda para mostrar 0 labo fateral w denticulos. 0. télico. PY 8 Pe, coxopoditos do 3? a0 5" poreispock 207 Penaeus aztecus ives, 1891 Diagnose Dentes rostrais superiores variando de 6 a 10 © os infe riores variando de 0 a 2. Sulcos ad-rostrais longos, profundos, iniciando préximo a base dorsal do cefalotérax e, ultrapassando 0 iiltimo dente dorso-rostral. Carena hepatica, fortemente escle- rosada, Espinho antenal, proeminente. Carena gastro-frontal, for- temonte esclerosada, delimitante do sulco gastro-frontal. Lobos laterais do petasma, apicalmente, néo ultrapassam os lobos medianos. Télico, provido de places laterais. Descrigdo Rostro: Nesta espécie o rostro inicla na base dorso sagi tal do cefalotérax e, alonga-se com sua parte livre, além do Spice ocular. A parte livre, ou seja, desde a base do pedinculo ocular até 0 seu dpice, corresponde cerca da metade do com primento do cefalotérax. No exemplar estudado, na [inha média dorsal ha 8 dentes fortes, dirigidos anteriormente. Todavia, em tuma anélise mais apurada de contagem, mostrou que 0 niimero destes dentes pode variar de 6 a 10. A distancia entre qualquer dos dentes ¢ uniforme, com excecéo da distancia ontre 0 12 dente (epigéstrico) e 0 2°. O rostro alonga-se além do pice ocular, cerca de 1/3 do seu comprimento livre. Na parte ventral apresenta na conjuncéo com o épice ocular, dois dentes de menor projecao que 0s superiores. O niimero de dentes ven- trois variou entre 0, 1 ¢ 2. Hé no rostro, na linha média ventral, uma série de cerdas, desde a base, ultrapassando o éltimo dente. Na parte dorsal, as’ cerdas limitam-se &s porcGes interdentais. Uma importante caracteristica desta espécie, que deve sor con- siderada de utilidade para a determinaco prética & a existéncia dos sulcos ad-rostrais. Estes suloos caracterizam-se por serem fongos e profundos, iniciando proximo & base dorsal do ceta- lot6rax, tanto do lado direito como do esquerdo e, ultrapassando © altimo dente dorso-rostral. 0 comprimento do rostro no exem: plar analisado 6 de 243 mm, Carepaga: © comprimento da carepaca, medido desde a base, na média dorsal, até a margem pés-orbital 6 de 22,1 mm. que € menor que o comprimente do rostro anteriormente espe- cifieado. O sulco érbito-antenal, situa-se na lateral infero ante- rior da carapace. tem a forma de uma lente bicéncava, é alar- gado na regiéo da base dos pedénculos ocular © antenular. es- treitado no meio © novamente alargado na rogitio do espinho 208 ——SULCO AD-ROSTRAL SULCO MEDIANO ‘A, Penaeus schmitti Burkenroad, 1935 evidenciando em especial o eefalotérax, em vista dorsal, para mostrar a pouca nitidez © 0 ‘eduzido comprimento do sulco’ad-rostral. 8, Penaeus aztecus Wves, {831 evidencionda 9 cofaltirex, em vista dort, para. mostrar hitidez e 0 longo comprimento do. sulco ad-rostal hepatico. A carena gastro-orbital delimita a parte superior do sulco-6rbito-antenal. A carena antenal que delimita a parte in- ferior do sulco érbito-antenal, inicia préximo & base do espinho hepatica, alongase até o Spice do espinho antenal e, seu com: primento atinge, praticamente, 0 dobro do da carena gastro-or- bital. A carena hepatica, fortemente esclerosada, situa-se em obliquidade a0 sulco Grbito.antenal. O espinho hepético locali- za-se mais ou menos no meio da lateral da carapaga e alonga-se afiledamente até 0 inicio do sulco drbito-antenal. O espinho an- tenal € mais forte ¢ mais longo que o de Penaeus schmitti. A carena gastro-frontal, também fortemente esclerosada, delimita © sulco gastrofrontal ¢, alongase até a margem pés-orbital Essa carena ¢ esse sulco so pouco evidentes em Penaeus schimitti. Potasma: Org genital masculine, tibulo-membranoso, capsuliforme, com costas e linhas esclerosadas, situa-se entre © 1 par de pledpodos, estando ligado a bases internas dos protopoditos. Os lobos laterais, apicalmente, ndo_ultrapassam 08 lobos medianos, carter inverso ao de P. schmitti. O3 lobos laterais, em sua superficie externa, sao provides de denticulos ‘em menor niimero © mais esparsos que P. schmitti. Os lobos ventrais justapdem-se na linha média ventral e conformam-se em ostrutura canalfculada. O comprimento do petasma ¢ de 629 mm, Télico: Org2o genital feminino, compoe-se de duas partes distintas: places latorsis ¢ protuberancia mediana. Esta toca lizado entre 0 4° 6 0 5° pares de pereidpodos, mediana hori- zontalmente. © comprimento das placas laterais 6 de 3.53 mm @ a largura de 1,61 mm. Séo places alongadas © t8m o épice distal truncado. 0 pice @ a lateral externa revestemse de cer- das, As porcbes internas, apicais, das olacas so entreabertas em “V" e, contém a base da protuberéncia mediana. Esta pro: tuberfncia compde-se também de duas porgées: uma basal, foliar, denominada proceso posterior que se encaixa na reon trancia anterior das placas laierais; a outra 6 0 processo ante- rior, que é cordiforme e cerdoso. 0 processo posterior tem as laterais cerdosas e a face ventral, medianamente, provida de uma carena longitudinal Distribuigdo Geogratica Ocorre desde os Estados Unidos até 0 Sul do Brasil. No Es- tado do Parana, a maior incidéncia 6 na bela de Paranagua an Discussao Segundo Pérez Farfante (8) 0 ntimero de dentes dorso-ros- trais varia de 5 a 10. Ao examinarmos 62 individuos de varios locais do litoral paranaense e, de variadas idades, encontramos um exemplar com 6 dentes, um com 7 dentes, trés com 10 dentes e, a malorla com 8 © 9 dentes, Nao encontramos ne- hum exemplar com 5 dentes. Ha também, uma diversidade em relaedo aos dentes ventrais, pols ainda segundo esta pesquisa. dora, 0 nlimero varia de 0 a 3 dentes. Nos exemplares que ana- lisamos, encontramos os seguintes resultados: um nico indi- viduo Isento de dentes, dois individuos com 1 dente e 0 res tante com 2 dentes. N3o encontramos nenhum exemplar com 3 dentes. CONCLUSOES 1. De todas as coletas realizadas no litoral paranaense, tanto em mar aberto como em baias, encontramos até a pre~ sente data, somente duas espécies do género Penaeus Fabricius, 1798, 2, As duas espécies encontradas s80 Penaeus schmitti Burkenroad, 1936 @ Penaeus aztecus Ives, 1891 3. Em todos os lotes de capturas de camardes essas duas espécies so presentes, porém, P, schmitti sempre em maior incidéncia e, s40 comercializadas com o nome comum de cama- rao legitimo e verdadeiro, 4. Dada a pequena freqiiéncia de P. aztecus num mesmo Jote de captura, @, sua similitude com a outra espécie, normal- mente, mesmo para trabalhos biométricos, tom sido confundi- das ambas, como uma nica espécie P. schmitti (camardo legi timo). 5. Nas enélises feltes a respeito do niimero de dentes rostrais suporiores e Inforiores, nao ha coincidéncia plena com as de outros autores. Embora, tenhamos usado com uma am- plitude, na diagnose, @ variedade encontrada, demonstra que 08 dentes parecem néo ser bom caréter texondmico. 6. 0 caréter de maior praticabilidade na distingao destas espécies, 6 a presenca dos sulcos ad-rostrais, em que damos énfase na chave analitica, nos desenhos e fotogratias. 212 RESUMO um levantamento do género Penaeus Fabri 1798 nas bafas ¢ em mar aberto do litoral paranaense (25° 14° a 25° 59° Lat. Sul e 48° 02' a 48° 35’ Long.WG). Das inimeras coletas realizadas, somente duas espécies foram encontradas: Penaeus schmitti Burkenroad, 1936 e Penaeus aztecus Ives, 1891. Para facilidade de identificagao das duas espécies, os auto- res apresentaram chave analitica ¢ desenhos elucidativos das estruturas mais importantes, salientando principalmente os sul- os ad-rostrais como caracteristica de maior praticabilidade. PALAVRAS CHAVE: Crustacea, Penaeidee, Penaeus, Litoral Pa- rand, SUMMARY The species belonging to the genus Penaeus Fabricius, 1798 were collected in open sea and bays on the coast of Parana State (25° 14° to 25° 59" Lat. S. and 48° 02" to 48° 35° Long. WG). Collects are made during several years, several months and different ages of the shrimps but we found only two species of this genus: Penaeus schmitti Burkenroad, 1936 and Penaeus aztecus Ives, 1881 The authors present an analytical key, figures, map and one picture of the most importat structures and they give en- phasis to the ad-rostral sulcus as the most important and prac tical feature to identifies both species KEY WORDS: Crustacea, Penaeidae, Penaeus, Parana Coast. RESUME. Les espaces du genre Penaeus Fabricius, 1798 ont été récol- tées dans les bales et & la mer du littoral du Parand (25° 14° 25° 59" Lat.S. et 48° 02" 48° 35’ Long.WG). Aprés des nombreuses récoltes deux espaces ont été trouvées: Penaeus schmitti Bur- kenroad, 1936 et Penaeus aztecus Ives, 1891. Pour (identification des deux espéces les auteurs ont présenté une clé analytique et des croquis ou sont montrés les details plus importants, surtout les sulcus ad-rostraux a cause de la simplicité de son observation. MOTS CLES: Crustacea, Penaeidae, Penaeus, Littoral du Pax rand 213 AGRADECIMENTOS Quando da nossa Integragdo com a Base de Operagdes do Programa de Pesquisas e Desenvolvimento Pesqueiro do Brasil (PDP), um dos Projetos em desenvolvimento era o de biometria @ grav de maturagao do camardo legitimo. As coletas mensais, durante alguns anos, propiciaram a organizagao de uma colegao, de camardes em dlcool. Mais recentemente, o Conselho Nacio- nal de Desenvolvimento Cientifico e Tecnolégico (CNPq) tem custeado o Projeto Decapoda Estuarinos da Baia de Paranagua A estas duas entidades que favoreceram a realizagao do presente trabalho, os nossos protestos de agradecimento. IBLIOGRAFIA, 4. CHAGE, FA, Jr. The shrimps of the SmithsonianBredin Cortbbean Ex editions with a summary of the West Indian shallowater spacios (Crustacoa: Decepoda: Natantia). Smiths. Contrib. Zool., Washin- ‘gton, D.C., 88:1-173, 1972 2. FAUSTO FILHO, J. Sobro os Penofdoos do Nordosto Brasileiro. Arg Est. Biol. Mar. Univ, Fed. Cearé, Fortaleza, 6{t):47.60, 1986. 2. HOLTHUIS, L.B. The Crustaces Decapoda af Suriname (Dutch Gulana). Zool. Verth. Leiden. Rijksmus. Naturl. Hist, Leiden, 44:61:60, 1959, 4, JAKOBI, H. & SOUZA, E.AA. Contrbulpfo ao conhecimento da pesca no Porané. Bol. Univ. Fed. Parana Zool, I, Curitiba, (14):320:358, 1968. 5. LOYOLA € SILVA, J. & NAKAMURA, |.T. Producto do poscado no Iioral paranaense. Acta Biol. Paran, Curitiba, 4 (3, 4:76419, 1975. 6, LOYOLA E SILVA, J. TAKAI, M.E. & VICENTE DE CASTRO, RM. A ppasea artesanal no litoral paranaense. Acta Biol. Paran,, Curitiba, 8 U1, 2, 3, 4).05121, 1877 7. Mapa Oficial do Estada ‘do Parané. Elaborado polo Instituto de Torras e Cartografia do Governo do Estado do Parané, Curitiba, 1978, 8, PEREZ FARFANTE, |. Western Atlantic shrimps of the genus Penaeus, Fich, Bull. of the Fish and Wildlife Service, Washington, D.C, G7 (9):484-590, 1089, ata

You might also like