Download as pdf
Download as pdf
You are on page 1of 44
“Viagem Yistorica € QUADRINHESCA a0 QSrasil por pacca Sumario Debret nos trépicos — Blaine Dias, § i Debret em viagem hist6rica ¢ quadrinhesca a0 Brasil, 9 3 Cronologia, 30 4 Galeria de obras, 32 5 Making of, 40 b Créditos, 45 Bibliogratia, 47 Lebret nos lrépicos Blaine Dias Jean Baptiste: Debret, o principal personayem da arte brasileira no século 11%, integrou a chamada Mist Astistice Francese © foi o maior articulador da fundagao da Academia de Belas-Astes no Rio de Janeiro, Responsével por formar a primeira erage de artistas brasileiros voltados 2 produgso artistica oficial, representou de mancira marcante, através da ilustragho ¢ da gravura, os diversos grupos que compu: nham a sociedade carioca daquele periodo O cartunista Spacea conta-nos, em qua- drinhos, 0% passos dessa historia franco-brasileira, numa espécie de ciclo marcado pela chegada de Debret ao Brasil ¢ pelo seu retorno a Paris Debret desembarca no Rio de Janeiro em margo de 1816. A bordo do navio Calpe, 0 pintor © seus colegas Sranceses, entre 05 quais 0 arquiteto Grandjean de Montigny € 0 pintor de parsagens Nicolas-Antoine Taunay, idealizam seus primeiros proyectos para a chegada 20 Brasil Com cles, veio também Joachim Lebreton, ex-se- crevério vitalicio da dasse de belas-artes do Institut de France, chefe do grupo que aportaré no Brasil para colocar em prética um projeto de ensino artistico de sua au- toria Os artistas franceses € Lebreton, todos bonapartistas de carteirinha, espera- ‘vain encontrar anui uma espécie de relgio tropical, p65 08 problemas politicos en- frentados com 2 queda de Napole3o em 1815 Na Franga, todos eles haviam homenageado as conquistas do governo napoled: nico com pinturas, esculturas, monumentos ¢ decoracées para as festas piblicas Neocléssicos, tinham como deal 0 modelo grego, associando a perfeic3o da escul- tura cléssica antiga € a natureza idealizada dos gregos ¢ dos imperadores de outro- 1a 35 vit6rias de Napole’o pela Europa Debret foi acompanhado em sua formago pelo primo Jacques-Louis David, grande pintor neocléssico francés, que também o incitou a exaltar Napoledo através da representagao de seus principais feitos. Com a queda do imperador e a volta dos Bourbon ao poder, complica-se a situacSo politi- ca desses artistas, O Brasil seria um destino razoivel para eles, gracas 8 presenga da corte dos Braganca — que fugira de Portugal em 1808 por problemas com o préprio Napoleto —, a promessa de desenvolvimento ¢ a possibilidade de trabalho. J4 no Rin de Janeiro, embora a histéria atuasse contra os artistas tranceses no que se refere 2s questies politicas enfrentadas por Franca € Portugal, Debret esperava encontrar terreno propicio para desenvolver seu trabalho. J4 havia recusado um con- vite para ir @ corte de Alexandre |, na Rassia, ¢ visualizava um futuro mais tranquilo nos tropicos. Tendo em vista a presenga da monarquia portuguesa, Debret pensava sobretudo na produgdo de um conjunto de obras que homenageasse suas realizaces histénicas no pafs, akém da encomenda de retratos, monumentos publicos e 0 desen volvimento de um projeto de ensino das artes Para colocar esse plano em pritica, faltava aos artistas 0 apoio do governo por tugués Na Franga, 0 marqués de Marialva ¢ 0 cavaleiro de Brito, ambos diplomatas, 14 haviam mostrado simpatia pelo projeto a ser desenvolvido no Rio de Janeiro, fe vando em conta o stucesso da Academia de los Nobles Artes no México. O exemplo latino-americano caia bem ao Brasil, que esperava progredir na inddstria © nas artes tal como havia acontecido na Cidade do México. No Rio de Janeiro, 0 ministro conde da Barca seré um importante aliado do grupo francés. Homem de formacio iluminista ¢ de cariter empreendedor, Barca seré essencial para dar inicio aos proje tos, como foi no caso 0 decreto de fundagio da Escola Real de Ciéncias, Artes Olicios, futura Academia de Belas-Artes, datado de 1816, ¢ também na indicagio de Lebreton como seu diretor apoio de Barca, no entanto, ndo conseguiu fortalecer a posicao dos artistas na corte de d. Jodo VI, tampouco anulou as diversas intrigas que ocorriam dentro do préprio grupo. Correspondéncias do periodo revelam, por exemplo, 0 quanto a fi gura de Lebreton era dificil: sabemos hoje que as disputas travadas entre ele e Nico las-Antoine Taunay abalaram as estruturas do grupo, que se viu desunido ¢ fraco sobretudo depois da morte do protetor Barca, em 1817. apenas um ano depois da chegada dos artistas a0 Brasil. Taunay. j4 idoso e chele de uma familia numerosa contava ser nomeado para o cargo de diretor da tutura escola, ¢ a escolha de Lebre- ton intensificou a divisio entre os franceses. Debret encontrava-se em meio a essas intrigas e esperava, a0 lado dos outros artistas, igualmente insatisfeitos, a inaugura go da Academia de Belas-Artes, jé aprovada por decreto Enquanto isso nao ocorria, ele ¢ 0 arquiteto Grandjean de Montigny colocavam em pritica as expenéncias adquiridas na Paris revoluciondria. Grandjean, que pouco produziu no Brasil, dedicava-se ao projeto da Casa do Coméreio, hoje Casa Franga -Brasil, ¢ do edificio neocléssico da futura academia. Realizavam ainda, ele e Debret as decoragées puiblicas para as festas politicas, como a chegada da arquiduquesa Leo: poldina, esposa do principe d. Pedro |, em 1817, ¢ a aclamagao de d. Joao Vi ao reinado. em 1818 Produziam pinturas, arcos de triunfo e monumentos efémeros pa ra homenagear d_Joio ¢ sua corte, repetindo as honras que um dia foram dirigidas a Napoledo. Debret aproveitava também a ocasiac para pintar alguns quadros, como © Retrato ded Jodo V1 em trajes majestdticos, feito quando da aclamacio. Foi nesse perio: do que iniciou seus trabalhos como cendgrafo no teatro da corte, atividade que mar- card a histéria da arte brasileira com a confecgao do pana de boca em homenagem ad Pedro | 8 independéncia do Brasil, }4 em 1822 Debret procuroy atuar como artista neocl4ssico em terras brasileiras. Queria ser © primero pintor da corte dos Braganga — algo comum nas cortes europeias Po: rém, a0 mesmo tempo iniciou a produgéo de uma numerosa série de estudos sobre os diversos grupos que compoem a sociedade brasileira. Desde os indios que apare ciam na cidade do Rio de Janciro, com suas vestes ¢ instrumentos de guerra ¢ caga, aié escravos © negros libertos, todos indo compor um conjunto de imagens que de- talhardo suas caracteristicas ffsicas e sociais Na falta da produgao de obras de maior formato — que sabemos hoje ter sido muito reduzida nesse perfodo, principalmente se compararmos com a fase francesa do pintor —, ¢ ainda & espera da fundagao da Academia de Belas Artes, Debret dedicou-se a esses estudos. Repetiu no Brasil algo que fizera em Roma, quando, durante a estada com o mestre David, realizou diver sos estudos dos tipos italianos Além dos {ndios ¢ dos negros, Debret observou os diversos personagens da so- ciedade brasileira, ¢ levou as dltimas consequéncias esse trabalho, realizando belis. simas ilustragoes. Soube explorar, através de seu lapis pincel, os mais variados as- pecios da populagao carioca, tao diferente daquela a que estava habituado na Franga ena |tdlia Seu eaderno de croquis Ihe renderd, posteriormente, a formagao do 4l- bum iconogrélico Viagem pitoresca e bistérica ao Brasil, composto de trés volumes ¢ edi- tado na Franga entre 1834 © 1839, alguns anos depois de seu retorno a Paris Com a fundagio da Academia de Belas-Artes em 1826, Debret comegou a se des- tacar como prolessor de pintura hist6rica. Ele ¢ Grandjean de Montigny foram os dots dmicos “sobreviventes’ do projeto inicial de 1816, Lebreton morrera em 1819, iso: lado € perseguido pelos politicos franceses instalados no Brasil — que trabalhavam para a corte dos Braganga e para a dinastia dos Bourbon na Franga —, sob a suspeita de espalhar © germe revoluciondrio na América do Sul, 0 escultor Auguste-Marie Tounay falecera em 1824, Charles Simon Pradier, gravador, voltara para a Europa ain da em 1818, ¢ Nicolas-Antoine Taunay, cansado de tentar ocupar 0 posto de pintor oficial da corte, retornara a Paris em 1821, deixando no Rio de Janeiro os cinco filhos Entretanto, depois de dez anos a espera da inauguragao da academia, Debret encontrou novos problemas. Apés a morte de Lebreton, o pintor Henrique José da nia de Belas-Artes. Iniciava-se, assim, um longo Silva fol nomeado diretor da Acade perfodo de intrigas entre artistas portugueses liderados por Silva e os franceses, 6 desiludidos com tantas mudangas. Silva se tornou o principal inimigo de Debret € Grandjean dentro da academia ao impor aos alunos a duragao de cinco anos para 0 curso de desenho, que era ministrado por ele mesmo ¢ deveria ser cursado antes de qualquer outro, impedindo os franceses de exercerem suas atividades. Nao restou ou- tra safda a Debret ¢ Grandjean senao desrespeitar as normas escolares para, mesmo prejudicados pelo diretor, levar adiante a formagio de seus alunos pintores e arqui tetos, que abandonam as aulas de Silva para segui-los em seus ateliés A importincia de Debret no ambiente artisticn vat ainda mais lone Con da do gaticho Manuel de Aratijo Porto-Alegre, seu aluno, conseyuitra get! 4 aMLOFiZa¢4 Hartes do f para realizar aquela que sera a primeira exposigao pablica de belas » 7 lo et Ie do pl Brasil Debret ¢ Porto-Alene, cujo tl era ceputado na Assemble Lewislativa, conven em © governo imperial da exceléncia dos alunos ¢ de sua vontade de expor § trabalhigy a exposigho publica, inaugurada em 1829, apresentou a sociedade thos a produgio de alunos e professores, mostrando, dessa maneira, o produg progres A primes atiocg $90 day clas ses eo nascimento daquela que mais tarde se chamaré escola artistica br asileira Pe las maos dle Debret, 0 feito se repetiré em 1830, para desgosto do portugues eS Silva Mas a estada de Debret chegava ao fim, Com a abdicagio de d Pedro | i —uma espécie de Napoledo dos u6picos para o nosso pintor, € em quem ele depositaya ¢; ava con avango da sociedade brasileira —, Debret volta a P. fianga e esperanga de quinze anos de dedicagao as artes no Brasil. Le vida nos trépicos, traduzida no grande ntimero de imagens qu aris, depois evava na bagagem a experiéncia da exibiam nossos usos € costumes, nossa hist6ria contada por meio de frutas, flores, indios, escravos, ho, mens da corte, feitos ¢ desfeitos politicos. O ciclo se completava Que as imagens de Spacea nos levem, portanto, ao sabor dessa histéria, tao fran cesamente brasileira pecializagio sp Elaine Dias € historiadora da arte, doutora em histéria pela Unicamp, com es aculdade inte, faz p6s-doutorado na F a sobre Féli« y Foundation. Atwalm Institut National d'Histoire de Prt ¢ na Ge avolve uma pesaus o,f profesor Alvares de Arquitetura ¢ Urbanismo da Universidade de Sao Paulo, onde des Emile Taunay © os discursos da Academia Imperial de Belas-Artes do Rio de Janeiro convidada do programa de p6s-graduagio cm histéria da arte na faa? (Fundagao Armando Penteado) e docente no Istituto Europea di Design, em Sio Paulo. Qu Debret e “Viagem Yisto'rica € ADRINHES a0 rasil cA RISA CTINGELG ntinaro Rencas vain Eimaaao (parm | WA acre ¢ 2 arauro.oe ‘Se saan and MESIAL Os mises Evsiwavau 20 OVO COMO ERAN OS GRANDES INPARIOS 00 PASSADO. BONAPARTE, ENCARWACIO DE CESAZ OL/ DO PROPLIO MARTE, 3 GuIADOS POR NAPOLEXO ‘DEUS DA GUERRA! Pornisat ousou Fuear 0 CERCO A ILA E FO! INVADIDO PELO GENERAL FRANCES JUNOT. MAIS LONGE, O CZAR PRECISA DE ARGUITETOS NA RUSSIA VENHA COMIGO, DeBRET! WD, MONTIONY. OBRIGADO, MEUS AMIGOS, NUNCA vi VOU DECIOR O QUE FAZER. 0 SEU PRIMO A ACADEMIA MEK JA ESTA DANDO 05 SEUS FRUTOS... 0 GOVERNO PORTUGUES NAO SE ARREPENDERA! MO WalTO LONGE 00 SEL! ESTED EM PAR’, | Sa TTR waa ———= rr, UMA ACADEMIA Nos TREPICOS! “Eu 22 DE JANEIRO DE 1816, O BRIGUE AMERICANO CALPE PARTE DE LE HAVRE LEVANDO LMA COLONIA DE ARTISTAS | Ente neatecses x0 20 26 SA\EIeO CANAL DO RENO ENIOD DE PORTuons, BASH € AEE ae o ee oe, 4 ¢ oy fs , ORANDSEAN DE MONTIONY Pa o Z mas uM Mecavco, un reeeeieo, | 9 | wakeeavaboe wa severe Do's CUEMDORES E suits CESPECTIAS PANELS | Mars razve, no evesit, se | Suavrarao A wssao reaNcesa | Os remsos revesz, ascusTores 2 ORAVADOPES, £ 0 MISICO ‘AUSTRIACO NELKOMM, MorivA-05, ALM D0 ABRIGO POLITICO, A *GLORIP BELAS-ARTES ENTRE till POVO AINDA WA INFANCIA® (DEBRET? BST? Passasemo ARDA NID BSTA FRONTS, BEM, PASSAMOS A LINHA © GUE NOS ESPERA AO FERAS, {NDIOS ANTROPOFAGOS. E UM ARREMEDO OE corte EuRoPE. / ENTAO SERA NOSSA TAREFA ‘| EMBELEZA-LA. (© HOMEM DA NATUREZA (OU RECEM-SAEO DO ESTADO NATURAL, DIANTE DO HOMEM A CIMILIZAGAO.. UMA TERRA EM QUE o PASSADO E 0 FUTURO ‘SE ENCO} tu 29 OF MARCO, OS VIAJAVTES AVISTAN A COBTA OO BRADI fle 0 *olaaure a Aaa (. avonmecivory 08 PbS 610 LIMA MONTANA CHAMADA PAO UP Matin, NiO PEGE Gut VOLES NBRID feds LAAN GOB 18 VALMEIDN HA TRABALHO, B 1K B COMO DoRMe! NADA ANDA, NADA FLINCIONA NESSA TERRA / pease a Ranwa-nas \| A coRre va precsse oF Ti ui semana Sereno, notoee bo sok wate Tn ouce, [haub ie PATA ESTAS LARANAS ESTIO VERVES, IAS vs venrraul o oavaczeo avrawo ee / OF FAT Mulliog Mere CONE 1 AACA, AWD IMB INTPRECSPS MP Aes ares, PROTETON tt AEVITIA ATHABM. MAB mn APENA® UM CLiiO6O. Sal! vi So PARA 0 FABRIC UE MK TAMBOM AVN! TRAZER UMA MQLINA A VAPOR UP LONDRES. 60 FALTA MONTAR, epee QUANDO cRUROS A ESCOLA REA \ 18 JOVEN, ste & un Pal BXTPRIOR DEPENDP 0 Dene he Jo & PADI RAR O ATRASO SPUROLWaNTS Oe Ob CIBNLIAS, ARTES & OF IZIOS Yi 200 ANOS OF COI OPICIO® MBCANICOS. GUAL FABIO PARTE, PMALMENTE ESTE | REINO ENTRARA NO GECULO XIKI! BA PRATICA 6 PERFEICAO OS OFIcIOS MECANICOS: PEPENDEM DO CONHECIMENTO TEERICO DAS BELAS ARTES B DAS CIBNCIAS NATURAIS. J | c zs — oe AAT aroRIO Y 0 ue estao \ poe be @utiica PRODUZINDO? 0 TIVENOS te a | | suceseouesuo | 5S Thy y COM A CACHAGA. ji ) . , or? ) } 2 2 mM ye CHINES: TNTURA DE MADEIRA, AGUA COM GAS, SLUCO UE PAPAVER SOMMIFERLM...* SENHOR LEBRETON, PENSO GUE SERIA ‘muro an est! (© HOMEM NATURAL. DEBRET, 6 INDELIcApO PERTURBAR LM HOMEN UpAR |] CIVILIZADO COMO O SENHOR DESCULPE A IMPERTINENCIA 90 NOSSO PINTOR HISTERICO, 5, CONDE. ELE ENFIOU NA CABEGA QUE QUER DESENHAR UNS {NDIOS, MAS EU JA EXPLIGUE! QUE. BOTOCUDOS PORQUE LEVAM ESSES BATOGUES NO BEKO, (MAS ELES NAO GOSTAM DESSE NOME. BE ia we EXEMPLARES EM TRAJES Tiplcoe AQUI NA CORTE SEMPRE TRAZER ROUPAS 6 ENFEITES DE PRESENTE [Gono seu PRIMO DAVID, DEBRET RECRIA GUERREROS Feocas COM BASE EM PECAS DE MSéu. Eu MeO A UMA LIBERDADE SEM Q IAUTES, 0 SADO B DOWNADO POR Uitt (QRGUEHO COMPLETAMENTE FELIDAL. 1A VESTIMENTA DO CHEFE £ SEMPRE DE 4M LuXO EXTRAORDINARIO - A VIRTUE GUERREIRA ELE ALIA 0 AMOR DAS PISTINGOES, 5, COMO HM GENERAL... *ENauavTo 05 £OfPCIOS £ 05 OREGOS BUSCAVAM A PHRPLIRA DE T1RSO PARA NATURALMENTE SENS, IMPONENCIA DO VERNA ARARAS, ESCOLHA E' PARA DISTINGHIR SELIS CHEFES, vara NOBREZAS MA's CVILIZADAS. EM (ACLAMAO RE! 0 pros nes7OnIC0 TANBDM RET Oper more oa RANKA P. ZOHO 8 Re U0 ASSENTA ABSTP PASS, NO pSCRAVO NEGRO. ‘© MULATO 6 0 HOMEM Mls ROBLISTO DO RIO, OPRIMIDO PELO BRANCO, QUE © DESPREZA E ETESTAVO PELO NEGRO. JA © PORTUGUBS TRATA (© BRANCO BRASILEIRO DE *MULATOY SOMENTE A CIVILIZAGAO PODERA DESTRUIR ESSES ELEMENTOS DE DESORDEM MATERIALMENTE, PELA MISTURA MAIS FREQUENTE 90S DOIS SANGUES, E MORALMENTE, PELO PROGRESSO DA EDLICAGAO! (CiacaeA NO FA (NTERMINAVEL ROMANCE, E PASSOU A VIVER RETIRADO EM HMA DEBRET DEDICARA VARIAS PAGINAS DE SUA IAGEM PITORESCA As INT2/GA6 Um ano € melo DEPOIS, MAIS (ACADEMIA REAL DE DESENHO, ARGLITETURA C1 bs PNTURA, ESCHLTURA E ENTRE SILVA E 05 ARTISTAS DA 6 UM MEDIOCRE GUE VEGETAVA EM LISBOA, PROTEGIDO DO BARAO ATE N/SS0 4 ACADEMIA DO RIO FROGHA MEU FILHO FLIX TANBEM VA Unues 26P0's DessA cONVERSA, ORNCFE D, PEDRO, CHANATO De VOLTA COLENIA DE NOVO, VOCE VAl VER. Hl GueR FicaR, Bu vou EMBORA, NEUKONM RESOLVE A GL/ESTAO NO 62170: CINCO ANOS, OHARET! ANO Que ANDA NAc cE O NOSSO CONTRATO. ’ E EM 7 DE SETEMBRO DE 1822, D. PEDRO, GUE COMO DESRET ESTAVA TENDO LA SEUS PROBLEMAS COM 0S PORTLGUESES, 10 FORA, SOLDADOS! ny INDEPENDENCIAI!! NAO por © LOSANGO AMARELO, DOS HABSBURGO DA AUSTRIA , 7e020 TANGEM OIA Que AS CORES DA Nove % 6120 £4 PRIMAVERA DO BRAS/." BAND EI4 cy Els 0 ESTUDIO PARA A CORTINA DO TEATRO DA CORTE. ESTA MUSA REPRESENTA O GOVERNO IMPERIAL, £ DANTE Hl ELA 0 POVO BRASILEIRO VEM eS IURAR SUA FIDELIDADE. a ———— - i (phe ANOS 6 GUATRO NOMES DIFERENTES, & NAUOURADA A ACADE mee pM POI6 6, NO PROJETO ORIGINAL TINA UA Arh a Meson | -. ANDAR WEIRO EM Cl. Was b GENTE mi Aer wPlieou Pasa ROPER FicX® PRONTO L000 0 ALUA 6 UMA BEBIDA MUITO Bariaar CHEOA 40 210 1M IN TALENTOSO DB 20 FRESCA, COMPOSTA DE AGUA DE ARROZ 3 NTANML DB ARALIO FERMENTADO, LIGEIRAMENTE ACIDLLADA, LIVRO DE Vi | MA ALEGRE, OA EMBORA DOCE. O MANUB & Lim FOLHAZO BRASIL QUANDO RETORNARES |) PROVINCIA DE SHO PEPRO RECHEADO DE CARNE. \ ‘A EUROPA, THB! ps) (Ri0 @RANDE DO SUL. A bo OpkRF IDO, MEDIOCRE, HIPOCRITA ETC. Por 1550, DEBRET £ GRANDIEAN ALUGAM UMA CASA NO CENTRO E ENSINAM DIRETOR DA ACADEWWA OBRIGA OS "20 FORA ADS ALLNOS DA ACADEWA, AluA0S A FREQUENTAREM POR 5 ANOS i fs SUAS ALAS DE DESENHO, ANTES DE rene Anos verors, 2M 1037, O veesAri. PORTO-ALEGRE PUBLICARA A PRIMEIRA CARICATUIRA NO BRASIL Eu mero uma ovave corse ro.trca, | 2. peoeo rabore4 00 reowo en | PAavOR 0b Sets Piso PEDRO, Cale Tita 8 eNO De BADE QUE SERIE DE ACONTECMENTOS = EXTRAORDINARIOS SE DESENROLOU DUNTE DE MIM NESSES 15 ANOS! ae as r F OpRASIL ENTREGUE A UM PRINCIPE ORFAO, CuSO FAI ANZA VIVO VAL PRESTAR E PEDIR CONTAS NA MINHA IDAZE, NAO ME RESTA TEMPO DE SERVIR O NOVO SOBERANO, QUANDO ASSUMIR © TRONO. DEBRET, GUE HAVIA PERDIDO 0 FILHO, LEVA PARA PARIS OD Guano 0 PemciPe DISSE GUE FICAVA O PAVORITO, PORTO-ALEGRE, PNTOR TAMBEM FICOU. (ots 0 WEERADOR RETORNA A EUROPA, £ O GUTOR TANBEM, SO GUE 0 IMPERADOR DEIKA a AO BRASIL SA agen PFORESCA B HIGTOREA 20 | aa ages gg 9,96 2 1897 HE | Son mars 28 259 ORAVHRAS. vo mis out st ALO DE VATANE, Murra ute Coton bt POGMENTARO Asa Tene AL PETANSTA se ee orto COM ANA We 08 CAaoPOwOs a (| 5: oo es, Dewees val 20 ATACADO AO VARETO, a Paseer we es Vi, 7 | (Os UrENSILIOS DO DIA A DIA: POTES, jf MORNGAS, GANELAS, CESTOS, ite BALAIOS, A BOMBA E A CIA DE f SS nina2ii0; 45 CASAS, DA PALHOA r (NOIGENA AO PALACIO REAL Beasi£i20s 06 ro0: 5 Os BUGRES £ CABOCIOS, NeBROE 95 5 ORES Fd Nec KAS ~ x kO® > As FESTAS E 05 CASTIGOS; 44 W554, A P2OC/SSAO E O CARNAVAL: [a MaMiA INDIGENA, O ENTERRO DE UMA NEGRA; 0 SARCOFAGO DOs PADRES: (0 MAUSOLEU DA IMPERATEIZ. VIDA POLITICA, DAS FOFOCAS D4 xcarENE (D0 IMPERATOR. E, 40 LAD0 DA RAZAO, ESSAS IMAGENS SEGUEM UM "PLANO DITADO 4S BAZEES DO CORAGAO: PELA LOGICA", A "MARCHA PROGRESSIVA DA CIVIL I2AGEO NO BRASIL". SEA roan APPA, Laas 0 BeAsit ATEN ART g sane he DAS MINAS CONSOLAG 1768 1789 1804 1807 1808 1815 1816 1817 1818, 1819 Cc: onologia Cc 18 de abril — Nasce lean-Baptiste Debret, em Paris Revolugio Francesa Dezembro — Napoledo Bonaparte torna-se imperador. 29 de novembro — Fugindo da invasao francesa, a familia real portuguesa parte para» fy. 7 de margo — O principe regente d Jodo e sua corte chegam ao Rio de Janeiro 18 de junho —Derrota de Napoleao em Waterloo, O pintor Nicolas-Antoine Taunay escreve a d_ Joao e Carlota Joaquina pedindo asilo Debret ¢ 0 arquiteto Grandyean de Montigny, que trabalhavam para o rei da Itlia (ima de Bonaparte), si0 convidados pelo czar Alexandre | para trabalhar na Russia 22 de janeiro — Um grupo de artistas franceses liderados por Joachim Lebreton parte de Le Havre, no brigue americano Calpe, com destino ao Rio de Janeiro 6 de margo — Cruzam 0 Equador Festa do Senhor Trépico 26 de marco — A Colénia Lebreton, ou Missdo Artistica Francesa, chega ao Brasil Maio — Chega ao Rio 0 mtisico austriaco Sigismund Neukomm, 12 de agosto — Os artistas sao contratados por seis anos. Desembarcam no Rio (possivelmente em setembro) os escultores Marc ¢ Zepherin Fer Junho — Morre o conde da Barca (na Viagem pitoresca, Debret informa 0 ano errado, 1816) 6 de fevereiro —D. Joao é aclamado rei 9 de maio — Morre o diretor da missio, loachim Lebreton. 182012 de outubro — Um decreto estabelece a Real Academia de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura Crvil 23 de novembro — Novo decreto reorganiza a Academia, chamada de Academia de Delas-Artes 1821. 26 de abril —D_ Jodo V1 volta a Portugal 1822 9 de janeiro — Chamado a Portugal, o principe d. Pedro decide ficar no Brasil (Dia do Fico 7 de setembro — Proclamagio da Independéncia 12.de outubro — D_ Pedro € aclamado imperador constitucional do Brasil, cena registrada por Debret 1 de dezembro ~ D. Pedro é coroado. 1824 17 de novembro — Mais um decreto ¢ a tiltima mudanga de nome: a Academia Imperial de Belas-Artes ganha uma sede proviséria, junto ao Tesouro Piblico 1825 2 de dezembro — Nasce Pedro de Alcintara, futuro d. Pedro 11 1826 5 de novembro — Inaugurac3o do edificto da Academia Imperial de Belas-Artes obra do arquiteto Grandjean de Montigny. 11 de dezembro — Morte de d. Leopoldina, imperatriz do Brastl 1829 2 de dezembro — Primeira exposicéo da academia 1831 7 de abril — D_ Pedro | abdica da coroa em favor do filho 25 de julho — Debret volta & Franga, levando seu discfpulo Manuel de Aratijo Porto-Alegre A diregio da Academia € assumida por Simplicio Rodrigues de Sa 1834 24 de setembro — Morte de d. Pedro em Portugal Langamento do primeiro volume de Viagem pitoresca¢ histérca ao Brasil, de Debret 1837 Dezembro — Primeira caricatura impressa no Brasil, por Manuel de Araiijo Porto. Alegre 1839. Publicagdo do terceiro volume da Viagem 1848 28 de junho — Morte de Debret em Paris. gales 1a ae obi ag 2. Antes de vir a0 Brasil, Debret retratava as conquistas do imperador dos franceses Neste quadro, Napoledo discursa apés a vittina sobre a Austria, em 1809, 3 Fol este veleito americano, O brigue Calpe, que trouxe Debret © 08 outros artistas para 6 Rio de Janeiro 5 Atelié de Debret na rua Catumbi, no Rio de Janeiro. Debret usava ‘manequins no lugar de modelos quando queria desenhar (05 trajes com mats calma 6 O pintor ¢ paisagista Nicolas-Antoine Taunay tela de | | Boilly 7. Taunay retratou a Cascatinha da Tijuca, que fica propriedade 8 O arquiteto Grandjean de Montigny, por August Muller 9. Montigny projetou 0 ediffcio da Academia de Belas-Artes 10 No Largo do Pago, apés as dezesseis hora, as pessoas se sentavam no parapeito do ¢ ficavam tomando refrescos ¢ comendo guloseimas até escurecer - 11 Barbeiros ambulances faziam cortes caprichados legantes no cabelo dos escravos ¢ negros livres 12. No Carnaval — ‘entrudo” como se dizsa na €poca —, a quitandeira sai com sua pior roupa, pois ja sabe que vai levar esguicho de égua ou polvilho na cabega Era também comum brincadeira de atirar, em quem passava, “limao de chetro’, uma fruta de cera cheia de perfume na do chefe Camaca ¢ sua famflta foi cnad, ada por Deby et, 13. Esta ec aseou em cocares € OTMAMENKOS vis 5 wistOs Em coleéey fp que se Botocudos na selva, dias depois 14. Debret retratou esta familia de indios ‘mas na verdade ele a viu na cidade, poucos de chegar a0 Brasil aracand de Sonal eo 15, Parece que este indio ests Debret chamou o desenho 16, Um dos muitos retratos que Debret fez do rei d. Jodo v1 17 Esbogo a lapis da cena da aclamagio de d. Jodo vi. Debret retrataria a mesma ceriménia do filho e do neto ded Jodo palicio do Campo de Santa Debret nao so registrou a cena como também criou a nova bandeira do Brasil (figura 19) repre quem 0 he Povo brasileiro vem jurar fidelidade. O grupo & composto por fst wee nas ruas do Rio. os negros, a cabocla, 0 soldado, os tropeiros de Nines ¢> 20 Esta Pintura foi criada ada por Debret governo imperial, a "para o pano de boca do teatro da corte A mulher no tone" aprendeu a desenha eo 21 Aclamacdo do novo imperador, d. Pedro i ainda menino. Ele pode ser visto na segunda janela ssquerda, de pé sobre uma poltrona, acenando para a multidao Making of ¢ GY , (e) Pisapet ie deg FT (2? aegke Wee “a aN & yy e Qe gS NER NS ditos ~ r Autorretrato, de Debret Muscu Imperial/Iphan/MinC 2. Napoléon Ler harangue les troupes havarorses et wurtembergeoises & Abensbery, de Debret RMN/Other Images Reprodugdo: Daniel Amaudet Le Calpe Vaisseau Américain Partant (Partida do Calpe brigue americano), de Debret (MEA 0003), 1816 ‘Aquarela 6,2 x 10 — Museus Castro Maya/Iphan/MinC Reprodugio: Pedro Oswaldo Cruz 4, Portion de la Cate de Rio de Janeiro connue sous le non de Géant Couche (Parte da costa do Brasil conbecda pelo nome de Gigante Deitado), de Debret (MEA 0012), 1816 Aquarela 12 x 35 — Museus Castro Maya/Iphan/MinC Reprodugao: Pedro Oswaldo Cruz ‘Mon Attlier de Catumbi a Rio de Janeiro (Atelié de Debret no Catumbi), de Debret (MEA 0017), 1816 Aquarela 7,9 10,9 — Museus Castro Maya/Iphan/MinC Reprodugio: Pedro Oswaldo Cruz Nicolas-Antoine Taunay, de J. L. Boilly (MEA 4023), C. 1825 leo sobre tela 41,2 x 33,6 — Museus Castro Maya/Iphan/MinC Reprodugio: Pedro Oswaldo Cruz 7. Cascatinha da Tica Oleo sobre tela 51,5 x 36 — Museu do Primeiro Reinado/Iphan/MinC 8. Retrato de Grandjean de Montigny, de August Muller Oleo sobre tela 81 x 66 — Colegio Museu de Belas Artes/UFR) Reproducio: FDM 9. Imperial Academia de Belas-Arles —fachada, de Debret (MEA 1736), C. 1816-1830 Bico de pena 12,9 x 28,7 — Museus Castro Maya/Iphan/MinC 10.€ 42 capa, Le refraicissements d'um aprés diner sur la place du Palais (Lima tarde na praga do Palacio), de Debret (MEA 0339), 1826 Aquarela 15,5 x 21,4 — Muscus Castro Maya/Iphan/MinC Reprodugio: Pedro Oswaldo Cruz 11 Les Barbiers Ambulants (Barbeiros ambulantes), de Debret (MEA 0132), 1826 Aquarela 18,7 23 — Museus Castro Maya/Iphan/MinC Reprodugao: Pedro Oswaldo Cruz

You might also like