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Coleco PASSO-A-PASSO icius de Figueiredo CIENCIAS SOOAISPASSO-A PASSO Dire Ceo Casto FLOSOFIA PASSO-APASSO Dire: Denis Rosenfield PSICANALISE PASSO-A-PASSO irepao: Marco Antonio Coutinho Jorge $ Kant & a Critica da razdo pura 2 reimpressio ZAHAR Ver lista de titulos no final do volume Copyright © 205, Viniis de Figuceedo ‘Copyright dena edo © 2005: orgs Zaha itor Leda. ua Margo de. Viente99— 18 22451-b Riode Jane, FY fe (21) 2529-4750 fx (21) 2829-4787 ‘stra@rabarcom tr ‘wronsaharcombr ‘Todos os diets reservados A eprom autorzaa deta publiasto,n0 todo sem pare, consti velago de direitos autora. (Lei 9.61098) | Graf stands resptandoo novo © heordo Ortogrifico da Lingus Portuguesa 2reimpressio: 2013 ‘Composit cern Top Texos Edges Grfcas Lada. TInpresso Pay Gris eBitora Cap: Séepo Campane {area Catalogo mfonte Sinise Naonal dos Eos de 05 RI Vain de paid, “Bask Kant vcs draro par Vins digi. "Ro de aoe: Zac 2003. (Paso--pae56) Inc bogie ISANreAS 7110.25 |. Kant, Immanuel, 1724-180, 2 Filosofia lems, Lula I Sie copaiss 0.99 ev.) ait ta, Sumério Introdugao ‘Metafisicae critica Revolugio copernicana em filosofia, A Estética transcendental ‘A-Analitca transcendental: sintese e consciéncia ‘A Dialética transcendental Conclusio Sele de textos Referéncias fontes Leitura ecomendadas com comentirios Sobre o autor 10 20 7 36 37 n 5 Introdugso Quando a Crtica da razto pura veio a pabico, em 1781, Immanuel Kant tinha 57 anos de idade, Seus primeiros Jeitores pouco entenderam do programa ali tragado. A des- peito do espanto eda incompreensio com que foi niial- mente recebida, a Critica nto foi rato de uma descoberta rmomentinea,mas resultado deinvestigagoes que cuparam Kant ao longo de mais de vinte anos. Com efito, 0 livro representa umn acerto de contas com o dogmatism filos6- fico, que cle mesmo integrara& época de seus primeiros cseritos. ai por que a Critica contenha um aspecto auto- biogrdfico: o convite para que o leitor abandone a aitude dogmatica¢ feito por alguém que a trocou pelo ponto de vista eitico, e que, em fangao disso, se permite trocar aqui € ali dos castelos de ar edificados pelos metafisicos. Por ‘outro lado, a reivindicagio da metafsica em conhever 0 Suprassensivel no & tum erro como outro qualquer. Sey como reconheceu Kant, “demorou muito” até que ele re- ‘nuncisse inteiramente a praticaro tipo de saber almejado pelos dogmaticos, ¢ porque o dogmatism tem suas az0e5 {que Kant, ex-dogmatico que é, conhece como ninguém. Na 7 Pct eee eee eae 8 Vinicius de Figueiredo Critica da rasto pura, estas duasattudes se revezam e se complementam: de um lado aironia em relago is fier s8es desmesuradas dos metafiscos; de outro, a enorme consideragio pela metafsica, cuja busea pelo incondiciona- do, insrita que é na natureza da raxdo, representa uma vocagio de todos os homens Se,entio,tivéssemos de escolher uma attude que me- thor exprimisse a pecularidade da Critica, dirfamos que a revolugdo que ela promove se baseia em um recuo da rato dante desimesma, Coma Critica a razio setorna reflexiva embora 0 exame do que podemos conhecer termine por restringir as pretensOes da metafsca clissica, tal censura sucede em beneficio do autoconhecimento da raz30, que, conhecendo seus limites, redescobre suas dsposigoesnatu- ras. Uma coisa ¢trgar as delimitagBesinteras a razdo a partir dorecuoobtido pela critica outa, edigr um tratado sobre o mundo, Kant, tomando o primero camino, no ‘expoe um corpo de teses a0 modo de uma nova douteina filoséfica, que disputasse com as concorrentes sobre aver- dade das coisas. Na Critica, a razio ocupa-se apenas de si ‘mesma toma distncia de para apreender-sna otaldade de suas fangoes. Bessa ocupagio é uma “eflexao” também ‘no sentido de que comporta uma mudanga radical dea tude por parte do letor de Kant, semelhante& autocritica ‘que deu ao autor ocasizo eautoridade para escreverolivro. Esse aspect feniomenolégico da Critica (ela barca um Percurso, supe uma experincia da razio ea investede uma historia) de modo algum desmerece o valor de seus argu ‘mentos. Kant prova que a metafisica dogmitica é indefen- Kent @ a Critica de rardo pura ° ‘sivel, na medida em que se assenta em premissas quelevarn ‘razio a contraizer-sea si propria. Tal prova converge com a ideia de recuo da razdo, que, tendo conhecido a si mesma, -mede agora sua distincia em relagéo i coisas. Pois 0 que Jaga a razao em um impasse é a convicgéo, ingenuamente dogmitica, de que conhecemos as coisas como séo em si ‘meesmas, como sea filosofia fosse um discurso direto sobre ‘© mundo. Mas, indaga Kant, o que mais €0 “mundo’, senso luma simples ideia da razio? Com base nessa constatacio de Vies idealist a Critica iré mostrar que nosso saber sobre a natureza, longe de coincidir com a verdade absoluta das ‘coisas, todo ele travejado por elementos inscritos na nossa faculdade de conhecer,cuja estrutura antecedea experiencia «edetermina os pardmetros no interior ds quaisela setorna ossivel, ‘Ao que um leitor desconfiado poderia retrucar: mas as

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