Austen Mania

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A centralidade de Pride and Prejudice para a consolidação e manutenção da

Austenmania

The centrality of Pride and Prejudice for the consolidation and maintenance of
Austenmania

Filipe Róger Vuaden1

Abstract: It is no news that the 1990s represent a major turning point in the popularity and reception of Jane
Austen’s works, mainly due to the amount of film and TV adaptations of her works produced in that period. The
consequent interest generated by these derivative works of the author’s novels led to the coinage of terms such
as ‘Austenmania’ and ‘Austenfever’, usually employed as references to the so-called Jane Austen phenomenon,
which has covered the fields of literature, cinema, television and popular culture ever since. Of the set of
adaptations of Austen’s works made in the 1990s, the BBC television miniseries Pride and Prejudice (1995)
stands out not only for its success among its target audience, but also for the fact that it garnered an overseas
popularity due to the emergence and rise of commercial Internet and the availability of cultural products such as
VHS and DVD boxes, which stimulated the contact between audiences interested in the series and allowed them
to revisit it whenever they desired. As a result, this popularity seems to have guided many of the subsequent
adaptations of Austen’s works produced since the 2000s: on the one hand, one can notice the predominance of
Pride and Prejudice as the author’s most adapted novel; on the other hand, there is the appropriation of
elements of the 1995 TV adaptation in these new derivative works based on the novel. Therefore, in view of the
celebrations on the bicentenary of Jane Austen’s death, this paper aims to shed some light on the centrality of
Pride and Prejudice (1995) in relation to subsequent adaptations (HUTCHEON, 2013) and appropriations
(SANDERS, 2006) of the writer’s works. Thus, by paralleling the miniseries with works such as Bridget Jones’
Diary (2001), Pride and Prejudice (2005) and The Lizzie Bennet Diaries (2012-13), the role of appropriations
and derivative works, although popular and massified, is corroborated in regards to the maintenance and
permanence of canonical authors for new readers and audiences. As a result, they tension the borders between
original and secondary works and consequently promote the renewal of the former through the latter.
Keywords: Jane Austen, Pride and Prejudice, adaptation, appropriation, Austenmania.

Resumo: Não é novidade que os anos 1990 representam uma grande virada para a popularidade e recepção das
obras de Jane Austen, majoritariamente em função da quantidade de adaptações cinematográficas e televisivas
baseadas em seus romances produzidas nesse período. O consequente interesse gerado por essas obras
derivativas dos trabalhos da autora levou à cunhagem de termos como Austenmania e Austenfever, empregados
como referência ao assim chamado fenômeno Jane Austen, que, a partir de então, passou a abarcar os domínios
da literatura, do cinema, da televisão e da cultura popular. Do conjunto de adaptações das obras de Austen
realizadas nos anos 1990, destaca-se a minissérie televisiva Pride and Prejudice (1995), produzida pela BBC,
uma vez que, além do sucesso de público quando transmitida, a adaptação viu sua popularidade se estender
além-mares, devido a fatores como o surgimento e ascensão da internet de uso comercial e o acesso a produtos
culturais como boxes em formato VHS e DVD, que estimularam o contato entre o público interessado na
minissérie e ofereceram-lhe a oportunidade de revisitá-la sempre que desejasse. Consequentemente, tal
popularidade parece ter orientado grande parte das subsequentes adaptações da obra de Austen produzidas a
partir dos anos 2000: de um lado, a predominância de Orgulho e Preconceito dentre os romances da autora que
são adaptados; de outro, a apropriação de elementos da adaptação televisiva de 1995 nestas novas obras
derivativas do romance. Nesse sentido, tendo em vista a comemoração ao bicentenário de morte de Jane Austen,
este trabalho tem por objetivo lançar luz sobre a centralidade de Pride and Prejudice (1995) em relação às
posteriores adaptações (HUTCHEON, 2013) e apropriações (SANDERS, 2006) das obras da escritora. Assim,
por meio de paralelos com obras como Bridget Jones’s Diary (2001), Pride and Prejudice (2005) e The Lizzy
Bennet Diaries (2012-13), evidencia-se o papel que apropriações e obras derivativas, ainda que populares e
massificadas, têm na manutenção e permanência de autores canônicos para novos públicos e leitores, pois
tensionam as fronteiras entre obra original e secundária e, consequentemente, promovem a revitalização da
primeira por meio da segunda.
Palavras-chave: Jane Austen, Pride and Prejudice, adaptação, apropriação, Austenmania.

1
Licenciado em Letras pela UFRGS. Mestrando em Estudos Literários pela mesma universidade. E-mail:
<filipe.vuaden@outlook.com>.

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1 Introdução
Dentre as muitas verdades universalmente conhecidas a respeito da vida e obra de Jane
Austen, aquela que diz que Orgulho e Preconceito é seu romance mais famoso parece
bastante precisa. Tal popularidade, contudo, é um tanto recente quando comparada aos 204
anos desde a primeira publicação da obra. Uma das principais razões disso reside no fato de
que o apelo popular da autora foi fortemente alavancado pelas adaptações audiovisuais de
seus trabalhos, a ponto de considerarmos, hoje, qualquer tentativa de medir sua popularidade
sem levar em conta o papel de adaptações fílmicas e televisivas fadada ao fracasso. Nesse
sentido, levaria mais de um século até que Orgulho e Preconceito fosse transposto às telas do
cinema pela primeira vez, em 1940, e outros 65 anos até sua próxima adaptação
cinematográfica em 2005. Neste longo intervalo, entretanto, os anos 1990 se tornariam um
grande ponto de virada em relação à notoriedade de Jane Austen, pois, de 1995 a 1996, foram
produzidas seis adaptações de seus romances – três para o cinema e três para a televisão.
Como resultado, esta temporada de adaptações baseadas nos romances de Austen seria
considerada como o início da então chamada Austenmania, um fenômeno midiático que
reuniu fãs em escala mundial e que adentrou os anos 2000s em proporções cada vez maiores.
Uma rápida visita ao Internet Movie Database (IMDb) revela que Jane Austen, ainda
que anterior à era do cinema, consta nos créditos como autora em 73 produções
cinematográficas e televisivas lançadas desde 1938. Desse número, 39 títulos datam dos anos
2000 em diante, claramente enfatizando o crescente alcance da Austenmania e reforçando o
papel das adaptações em sua manutenção. Além disso, é interessante destacar que mais de 10
dessas produções explicitamente referem-se a Orgulho e Preconceito como a fonte principal a
partir da qual tiram inspiração. Como desenvolverei a partir de agora, o sucesso de público e
de crítica da adaptação do romance feita pela BBC em 1995, juntamente com o contexto
cultural dos anos 1990, marcado pelo surgimento da internet de uso comercial e pela
popularidade de coleções em VHS e DVD de produções audiovisuais famosas, desempenhou
o papel principal na consolidação da obra como o romance mais conhecido da autora entre os
fãs e o público em geral, assim como abriu caminho para as subsequentes adaptações
inspiradas nas obras de Jane Austen que são lançadas a cada ano desde então. Curiosamente,
portanto, o sucesso e a permanente influência dessa adaptação televisiva de certa forma
ofusca a noção preconcebida por meio da qual grande parte do público leigo ainda julga
adaptações como obras inferiores e secundárias. Não obstante, a minissérie também reforça
um dos pilares erguidos por Linda Hutcheon em sua obra A Theory of Adaptation, na qual a
autora afirma que “ser o segundo não é ser secundário ou inferior; da mesma forma, ser o
primeiro não é ser originário ou impositivo” (2013, p. xviii)2.

2 Jane Austen e as telas: uma breve reflexão sobre essa relação de sucesso
Sempre que nos perguntamos a respeito das razões por trás do contínuo interesse
comercial e popular que permeia as adaptações inspiradas nas obras de Jane Austen,
descobrimos que não é possível fornecer uma resposta única para a questão. Quanto mais
refletimos sobre isso, contudo, parece-nos mais claro que tais razões variam de acordo com o
ponto de vista adotado. Nesse sentido, Sue Parrill (2002, p. 3), ao abordar a questão pelas
lentes dos estúdios cinematográficos, argumenta que produzir essas adaptações é bastante
plausível, sobretudo por razões lucrativas, uma vez que Jane Austen conta histórias de amor
simples, porém atraentes, especialmente para o público feminino. Além disso, esses filmes
não exigem orçamentos muito onerosos para serem produzidos, já que os romances estão
todos em domínio público e sua transposição para as telas não requer grandes efeitos
especiais, cenários exóticos ou elencos numerosos.

2
Todas as traduções de citações estrangeiras são do autor.

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Com base nos argumentos de Parrill, é possível prever que o resultado dos interesses
de público e de mercado nessas adaptações pode eventualmente levar ao reconhecimento da
crítica, o que é geralmente visto como o atestado de qualidade dessas produções. Para os mais
desavisados, é importante enfatizar que, desde sua primeira edição em 1929, mais de 60 dos
vencedores do Oscar de Melhor Filme foram adaptações de textos literários – dado ainda mais
surpreendente quando consideramos que esse número representa apenas os ganhadores, e não
o total de filmes indicados. Também é preciso considerar que há uma categoria
exclusivamente dedicada a premiar o Melhor Roteiro Adaptado, como o de Emma Thompson
para a adaptação de Razão e Sensibilidade, lançada em 1995, o qual venceu na categoria em
1996 e recebeu outras seis indicações na mesma premiação.
Neste cenário, é um tanto estranho que filmes baseados nas obras de Jane Austen
tenham permanecido sem lançamento nos cinemas por tantos anos, principalmente após a
recepção positiva da crítica em relação a Pride and Prejudice, lançado pela MGM em 1940.
Embora não tenha sido um sucesso de bilheteria, o filme venceu o Oscar de Melhor Direção
de Arte em Preto e Branco. Quanto ao elenco, contou com Laurence Olivier, ator cuja
performance em O Morro dos Ventos Uivantes (1939) havia sido extremamente elogiada.
Nesse sentido, Ramgrab (2013, p. 60) apresenta um interessante ponto de vista quanto às
razões por trás da falta de adaptações das obras de Austen para o cinema, sugerindo que a
maestria da autora inglesa com as palavras impediu que seus romances fossem levados às
telas, principalmente antes do filme de 1940. Tal afirmação encontra eco nas palavras de
Deborah Cartmell (2010, p. 4), que partilha da opinião de que seria impossível produzir uma
boa adaptação de Jane Austen antes da era do cinema sonoro. Não foi por acaso, portanto, que
os roteiristas das adaptações feitas nos anos 1990 demonstraram grande preocupação com a
escrita dos diálogos das personagens austenianas. Como relembra Parrill (2002, p. 13), Emma
Thompson optou pela linguagem das cartas de Jane Austen, que parecia menos obsoleta. Já
Andrew Davies, roteirista da adaptação de Orgulho e Preconceito de 1995, esforçou-se em
escrever diálogos que pudessem ser representativos do século XIX sem que soassem arcaicos
para o público do final do século XX.
No intervalo entre adaptações cinematográficas, as obras de Jane Austen foram
constantemente trazidas para a televisão em pequenas produções. Assim, entre 1940 e 1995,
ano que marca o retorno de Austen ao cinema, foram produzidos mais de 25 filmes e
minisséries para a televisão inspirados nos seis romances da escritora. Contudo, muitas dessas
versões tratam-se de adaptações feitas ao vivo, fato que resultou na perda da maioria delas –
só a BBC, por exemplo, produziu cinco adaptações de Orgulho e Preconceito antes da versão
de 1995; porém, nenhuma das versões anteriores à de 1980 encontra-se disponível ao público.
A grande característica em comum nessas adaptações é o fato de que elas encenam as
histórias no passado, diferentemente dos romances nos quais se baseiam, por meio dos quais
Jane Austen retratava a sociedade na qual ela estava vivendo e que lhe era contemporânea.
Tal diferença foi o marco que ajudou a moldar o gênero conhecido como costume drama, ou
cinema de época, termo que mais se aproxima desse gênero fílmico.
Lideradas pela BBC, as emissoras de televisão, como a ITV, Channel Four e Granada,
despontariam como responsáveis pela popularização de produções de costume drama ao
longo do século XX. Assim, adaptações como Vanity Fair (1967), da BBC, Brideshead
Revisited (1981), da Granada, e The Jewel in the Crown (1984), produzida pela Granada para
a ITV, abririam caminho para a era de ouro das minisséries televisivas que marcaria os anos
1990, especialmente para a BBC, começando com Clarissa (1991), e seguindo com Scarlet
and the Black (1993) e Middlemarch (1994). Dessa forma, dando continuidade ao sucesso do
gênero, entre 1995 e 1996 foram lançadas três produções televisivas baseadas nas obras de
Jane Austen: Persuasion (1995), pela BBC-2, Pride and Prejudice (1995), pela BBC-1, e
Emma (1996), pela ITV. Paralelamente, outras três adaptações cinematográficas foram

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lançadas: As Patricinhas de Beverly Hills (Clueless, no original) e Razão e Sensibilidade
(Sense and Sensibility, no original) em 1995 e Emma em 1996. Em suma, o fenômeno cultural
da Austenmania havia sido criado e estava pronto para dominar o mundo. Contudo, nenhuma
dessas adaptações teria um sucesso tão duradouro quanto a versão de Orgulho e Preconceito
de 1995. Nesse sentido, é válido dedicar algumas páginas à minissérie antes de discutir seu
protagonismo nas adaptações que se seguiram a ela nos anos 2000.

3 O divisor de águas: Pride and Prejudice (1995), da BBC


Dividida em seis episódios semanais de 55 minutos, Pride and Prejudice foi
inicialmente transmitida de setembro a outubro de 1995. O roteiro foi adaptado do romance
por Andrew Davies, ao passo que a produção e a direção da minissérie ficaram por conta de
Sue Birtwistle e Simon Langton. Embora com orçamentos limitados quando comparadas aos
filmes lançados em salas de cinema, as produções televisivas do final do século XX
notabilizaram-se pela sua qualidade, em grande parte alcançada devido à acessibilidade e ao
desenvolvimento de equipamentos e técnicas de filmagem. Nesse sentido, a produção de
Pride and Prejudice fez bom uso do seu orçamento de £1 milhão por episódio ao filmar em
mais de 20 locações, o que permitiu à série refletir a mudança das estações mencionada no
romance, indicando a passagem do tempo. Além disso, sua duração total foi extremamente
importante no desenvolvimento de um enredo consistente, uma vez que “em cerca de 300
minutos ou seis episódios de 55 minutos, o roteirista pode manter todos ou quase todos os
personagens do romance e ter tempo suficiente para desenvolver as relações entre eles”
(PARRILL, 2002, p. 14).
Isso posto, o roteiro de Davies distancia-se do romance na medida em que tanto o
ponto de vista de Elizabeth quanto o de Darcy são apresentados de forma equilibrada, de
modo que a série “lembra insistentemente o espectador da presença de Darcy naqueles
intervalos em que o romance quase permite que ele seja esquecido” (CARROLL;
WILTSHIRE, 2013, p. 169). Essa mudança entre perspectivas contrasta com o estilo do
romance, no qual “Darcy é apresentado ao leitor majoritariamente através dos olhos de
Elizabeth, e a opinião do leitor sobre ele é informada pelo conhecimento e pelos sentimentos
dela” (RAMGRAB, 2013, p. 67).
Quanto ao elenco, Jennifer Ehle foi escolhida para o papel de Elizabeth. Conforme
observa Parrill (2002, p. 63), Davies “queria uma Elizabeth fisicamente viva e ativa cuja
energia sexual cativasse Darcy, que não estava habituado a este perfil natural e espontâneo de
mulher”. Tais características são exemplificadas nas muitas cenas em que a fisicalidade de
Elizabeth ganha destaque, como aquelas nas quais a personagem caminha sozinha por
bosques e campos, como em Rosings ou Pemberley, ou mesmo quando decide percorrer a pé
as três milhas que separam sua casa de Netherfield para visitar a irmã Jane, que estava doente.
Em relação a sua aparência, a personagem é quase sempre vista em vestidos decotados,
independente da ocasião em que se encontra, de modo que “seria difícil para Mr. Darcy ou
para o espectador deixar passar despercebido o sex appeal de Jennifer Ehle” (2002, p. 63-64).
Contudo, a fisicalidade de Mr. Darcy é ainda mais acentuada do que a de Elizabeth,
uma vez que ela é apresentada como uma forma de representar o conflito de emoções pelo
qual ele passa ao longo da narrativa, principalmente pela aparente impossibilidade de nutrir
sentimentos por Elizabeth em face de sua condição social. Como resultado, “as atividades de
Darcy vão além da prática de andar a cavalo ou caminhar: ele é também visto tomando banho,
mergulhando em um lago e praticando esgrima” (RAMGRAB, 2013, p. 67). Como relembra
Parrill (2002, p. 65), Colin Firth, que passou a ser visto como o Mr. Darcy definitivo após a
minissérie, afirmou em uma entrevista que o que sua personagem deixa de dizer é tão
importante quanto o que diz. Esta ausência de palavras é bastante evidente já no primeiro

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episódio, quando a personagem se recusa a dançar com qualquer mulher no baile e olha para
as pessoas de Longbourn com uma expressão de desaprovação.
Os dois pedidos de casamento são centrais tanto para o romance quanto para a
adaptação na medida em que representam o resultado do conflito de sentimentos que guia os
protagonistas na narrativa. Quando Darcy pede Elizabeth em casamento pela primeira vez, ele
se vê obrigado a lidar com seu orgulho e suas relações sociais, pois está apaixonado por
alguém que pertence a uma posição social inferior e que é desprovida de quaisquer laços
sociais relevantes. Elizabeth, por outro lado, precisa desfazer os preconceitos que modelaram
a imagem de Darcy que ela manteve consigo por tanto tempo. Assim, a jornada emocional
que ambas as personagens vivenciam na história acaba refletindo o equilíbrio narrativo
apresentado na minissérie.
Ainda em relação aos sentimentos de Elizabeth e Darcy, qualquer discussão a respeito
de Pride and Prejudice estará em dívida com a minissérie se não mencionar a cena do lago
presente no quarto episódio, pois ela sintetiza o equilíbrio narrativo entre os protagonistas e
ilustra o foco erótico da câmera que se tornou tão atraente para o público feminino. Em sua
visita a Pemberley com os Gardiners, Elizabeth é mostrada diante de um retrato de Darcy. A
cena é intercalada com tomadas da inesperada chegada de Darcy à propriedade. Assim que ele
desce do cavalo e começa a desabotoar a camisa, a expressão em seu rosto é um tanto
diferente daquela do homem orgulhoso e preso à sua posição e papel sociais. Nesse sentido,
ao mesmo tempo em que Elizabeth, vendo o retrato, percebe o quão atrelado à família e às
demandas sociais Darcy é, a personagem é vista em um dos raros momentos em que pode se
desvencilhar de todas as responsabilidades que pesam sobre seus ombros, em uma cena cuja
liberdade é melhor representada pelo salto que ele dá para dentro do lago. A cena seguinte
consegue retratar com sucesso Darcy e Elizabeth em sua vulnerabilidade, de certa forma
desprovidos dos sentimentos que dão título ao romance do qual são protagonistas:

Darcy é visto caminhando em direção à casa; Elizabeth vem descendo a encosta e,


quando vira-se, é surpreendida ao vê-lo. Ambos estão envergonhados e
desconcertados. Ela sente que não tem qualquer assunto para tratar ali; ele está meio
vestido e molhado. Metaforicamente, se não literalmente nus, eles estão destituídos
de seus habituais meios sociais, ambos vulneráveis. [...] Embora deixando o
espectador ainda em dúvida quanto aos sentimentos de Darcy, o encontro põe em
movimento o processo através do qual o relacionamento das personagens pode ser
refeito. Ele captura com êxito, em termos dramáticos, aquilo que em Orgulho e
Preconceito é uma série de silêncios constrangedores. (CARROLL; WILTSHIRE,
2013, p. 170)

Todas as inovações propostas pelo roteiro de Andrew Davies em relação ao romance


foram recebidas com grande aclamação por parte do público, um feito que se mostrou
extremamente rentável para a BBC. O episódio final da minissérie foi assistido por mais de 10
milhões de pessoas em sua primeira exibição. No mesmo ano, a emissora lançou, em parceria
com a Penguin, uma nova edição de Orgulho e Preconceito, que vendeu 150 mil cópias
apenas em 1995. Já a versão em vídeo da minissérie, lançada logo após o episódio final,
vendeu 200 mil cópias no mesmo ano. Além disso, várias das locações utilizadas na série
despertaram um enorme interesse de público, refletido no constante aumento no número de
seus visitantes. Quanto às premiações, a produção recebeu quatro indicações à premiação da
Academia Britânica de Artes do Cinema e Televisão (BAFTA), sendo que Jennifer Ehle
conquistou o prêmio de Melhor Atriz. Tamanho sucesso, contudo, não seria apenas um feito
nacional. Se a minissérie gerou interesse de público em Jane Austen, a possibilidade de
reassisti-la em casa e a ascensão da internet de uso comercial abriram caminho para que
pessoas do mundo todo se tornassem fãs da autora e pudessem entrar em contato uns com os
outros virtualmente. Dessa forma, o contexto dos anos 1990 e a tecnologia disponível no

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período foram importantes ferramentas para a popularização de Jane Austen, bem como de
obras derivativas a partir das quais a Austenmania ganharia força.

4 O terceiro P: Pride and Prejudice (and Popularity)


Como apontado até agora, diferentes fatores contribuíram para o sucesso de Jane
Austen na metade dos anos 1990: a positiva recepção de produções de época, o
desenvolvimento de tecnologias e recursos de filmagem, o crescente acesso à internet de uso
comercial e a predominância de obras derivativas de Jane Austen em um curto espaço de
tempo. Assim, de acordo com Parrill (2002, p. 6), não era raro ver jornais e revistas
associando os filmes e minisséries às propriedades tombadas pelo National Trust inglês. O
resultado dessa ação midiática em relação às adaptações é que ela “fomentou a discussão
tanto dos romances quanto dos filmes, e a discussão mantém um romancista vivo” (2002,
p. 8).
Nesse sentido, qualquer pessoa interessada em ver de forma geral a proliferação de
remakes, pré-sequências, sequências, mash-ups e qualquer outro tipo de obra derivativa de
Orgulho e Preconceito que impregnou os anos 2000 deve prestar atenção para a como os fãs
têm recebido e respondido ao romance, principalmente após o enorme sucesso da minissérie
da BBC de 1995. Com esta tarefa em mente, Devoney Looser se dirige à sobrevida de
Orgulho e Preconceito em termos de um “culto”:

Que outro rótulo poderia fazer sentido em relação à efusão de atenção dedicada a
Orgulho e Preconceito nos últimos 150 anos de literatura, cinema e cultura popular?
De que outra forma poderíamos explicar um texto que tem atraído de tudo, de
bonecas de papel e jogos de tabuleiro a zumbis e vampiros? “Culto” melhor se
aplica a Orgulho e Preconceito em uma de suas acepções que data dos séculos
XVIII e XIX: “devoção ou homenagem a uma pessoa ou objeto em particular,
especialmente por um grupo de adeptos e admiradores professos”. [...] Orgulho e
Preconceito atingiu uma quase ubiquidade, tornando-se um evento midiático de
longo prazo. (LOOSER, 2013, p. 174)

Nesse contexto, Ramgrab recorre às ideias de Henry Jenkins sobre cultura de fãs para
entender as respostas contemporâneas a Jane Austen, pois elas são “uma maneira de realinhar
essas leituras marginalizadas de Austen com aquelas mais academicamente aceitas”
(RAMGRAB, 2013, p. 77). O que a autora destaca aqui é a forma com que as ideias de
autoria e interpretação têm se tornado difusas em um contexto contemporâneo marcado por
comunidades de fãs engajados e ativos, uma vez que eles competem com as leituras
autoritárias e tradicionais feitas pela academia em relação a textos canônicos como os de
Austen. A exemplo disso, Harold Bloom, em seu polêmico Cânone Ocidental, publicado em
1994, reserva um lugar para Jane Austen no rol de 26 escritores que ele julga centrais para a
tradição literária do Ocidente. Assim, apresenta uma leitura acadêmica a respeito de uma
autora que se tornaria extremamente popular no ano seguinte em virtude da proliferação de
obras derivativas e massificadas.
Essas releituras coletivas dos romances de Austen, especialmente de Orgulho e
Preconceito, tem se multiplicado tão exponencialmente ao longo do tempo que atualmente
“qualquer discussão estará desatualizada e incapaz de acompanhar a extraordinária
proliferação global de obras derivadas do romance em livros, online, na tela ou no palco e em
outras mídias” (AUERBACH, 2013, p. 186). Isso posto, o que segue é um breve comentário
sobre diferentes produções baseadas em Orgulho e Preconceito, todas elas lançadas a partir
dos anos 2000 e, de uma forma ou de outra, influenciadas pelo sucesso da adaptação
televisiva de 1995.

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A primeira delas é a franquia O Diário de Bridget Jones (Bridget Jones’ Diary, no
original), de Helen Fielding, que teve início em 1996 com a publicação do primeiro romance,
homônimo à série. O enredo gira em torno de Bridget Jones, uma mulher de 32 anos, solteira,
que vive em Londres. Narrado na forma de um diário pessoal, o livro detalha a vida de
Bridget, sua carreira e o fracasso de suas relações amorosas. O romance foi adaptado para um
filme de mesmo nome em 2001. Nele, Bridget se encontra dividida entre dois possíveis
interesses amorosos: seu colega de trabalho Daniel Cleaver e Mark Darcy, filho de um casal
de amigos de seus pais. De acordo com Ramgrab (2013, p. 74), “O Diário de Bridget Jones é
um estudo em intertextualidade em Jane Austen: é um filme baseado em um romance baseado
em uma coluna de jornal baseada em Orgulho e Preconceito, e também na minissérie da BBC
de 1995”. Nesse sentido, a relação entre Bridget e Darcy é apresentada como uma versão
contemporânea da história de amor de Elizabeth e Darcy. Outro ponto de contato entre o filme
e a minissérie da BBC é o fato de Colin Firth ter sido escalado para o papel de Mark Darcy.
Tendo isso em vista, é importante ressaltar que, além do fenômeno da Austenmania, o sucesso
de Colin Firth como Mr. Darcy cristalizou um ideal de masculinidade e conferiu ao ator um
status icônico, de tal forma que alguns críticos optam por se referir aos anos 1990 como o
período da Darcymania, a exemplo de Looser (2013, p. 183), que a considera uma sensação
cultural “de importância porque marcou o momento em que Darcy se tornou para muitos
leitores e espectadores o núcleo do imaginário em torno de Orgulho e Preconceito, assumindo
o papel que era de Elizabeth”.
Uma adaptação mais tradicional de Orgulho e Preconceito é o filme dirigido por Joe
Wright, lançado em 2005, e com Keira Knightley e Matthew Macfadyen nos papéis
principais. O roteiro, escrito por Deborah Moggach, distancia-se do romance ao transpor o
filme para o final do século XVIII, decisão que levou em consideração o desejo do diretor em
apresentar os efeitos da Revolução Francesa na Inglaterra. O filme é a primeira adaptação do
romance no gênero drama histórico feita para o cinema desde a versão de 1940. Além disso,
ela “anuncia sua diferença em relação às minisséries televisivas ao explorar os movimentos de
câmera e ao proeminentemente utilizá-la para sugerir emoção e atmosfera” (CARROLL e
WILTSHIRE, 2013, p. 168). Nesta versão, o primeiro pedido de casamento feito por Mr.
Darcy também é importante. Na minissérie da BBC, a cena acentua a ansiedade e a
fisicalidade da personagem ao mostrar Darcy andando em círculos pelo quarto de Elizabeth,
até que ele finalmente quebra o silêncio e expõe seus sentimentos a ela. No filme, é a atuação
de Knightley que ganha destaque, pois suas emoções são apresentadas em um crescendo
conforme ela responde ao pedido de casamento responsabilizando Darcy pelo fim da relação
entre Jane e Bingley, que até então demonstravam afeição um pelo outro. Já a expressão de
Macfadyen, que apresenta pouca variação ao longo da cena, é compensada no momento em
que ele se aproxima de Elizabeth logo após ela mencionar o nome de Wickham. Gera-se,
então, uma tensão, pois Darcy passa a encarar os lábios de Elizabeth conforme tenta justificar
suas atitudes. Maddie Rodrigues (2016), ao analisar a cena, pontua que “o que Wright
apresenta é uma atração física passional que tem sustentado a interação entre Darcy e
Elizabeth desde seu primeiro encontro, atração que atinge um quase clímax neste momento,
marcado pelo ápice da admiração de Darcy e pela indignação de Elizabeth”.
Na esteira das novas adaptações, o gênero mash-up também fez-se presente ao recriar
Orgulho e Preconceito. Auerbach (2013, p. 194), ao defini-lo, afirma que “reconhecendo Jane
Austen como coautora, o escritor reedita grandes porções do romance original e pontua-o aqui
e ali com conteúdo original e geralmente incongruente”. Nesta categoria, Orgulho e
Preconceito e Zumbis (2009), de Seth Grahame-Smith, é provavelmente o romance mais
famoso, uma vez que encabeçou a lista de mais vendidos do New York Times. Na história,
uma praga zumbi se alastra pela Inglaterra, e as irmãs Bennet são habilidosas lutadoras cuja
mãe se encontra constantemente investida na busca por bons maridos para as filhas. Além

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disso, Mr. Darcy é apresentado como um experiente matador de zumbis. O sucesso do livro
culminou em uma variedade de recriações de Orgulho e Preconceito, a maioria delas tentando
replicar o sucesso da saga Crepúsculo, de Stephenie Meyer. Como exemplos dessas novas
obras, podemos citar Vampire Darcy’s Desire (2009), de Regina Jeffers, Jane Bites Back
(2009), de Michael Thomas Ford, e Mr. Darcy, Vampyre (2010), de Amanda Grange. Para
além da temática vampírica, é importante mencionar também Death Comes to Pemberley
(2011), de P. D. James, que se propõe como uma sequência a Orgulho e Preconceito no
gênero policial. O romance foi adaptado para uma minissérie pela BBC em 2013, tendo sido
bem recebida pela mídia. Quanto à adaptação de Orgulho e Preconceito e Zumbis, lançada em
2016, ela falhou em manter o sucesso do romance, faturando apenas $16 milhões nas
bilheterias, valor muito abaixo dos $28 milhões investidos em seu orçamento.
Por fim, cabe destacar uma recente adaptação que tematiza e ilustra o engajamento dos
fãs na recepção e na resposta ao romance de Austen, uma vez que eles participam ativamente
da nova história que é contada. Assim, The Lizzie Bennet Diaries, uma série lançada através
da plataforma de vídeos YouTube, consiste em cem pequenos episódios lançados de abril de
2012 a março de 2013. Definida como uma “experiência imersiva na internet que quebra
barreiras comunicativas” (TODD, 2015, p. 148), a série conta com forte interação virtual, uma
vez que é transmitida no reino da cultura de fãs, a internet, de modo a fazer-se presente nas
mais diversas redes sociais. Sua premissa consiste em uma versão contemporânea do romance
de Austen:

Em The Lizzie Bennet Diaries, os produtores optaram por substituir algumas das
referências mais antigas por outras mais contemporâneas: conforme mencionado
anteriormente, Lizzie e suas irmãs ainda vivem em casa em função das dívidas
resultantes de empréstimo estudantil, e Charlotte vai embora com Collins não para
se casar com ele, mas porque ele lhe oferece uma oportunidade profissional
impossível de recusar. A série aproxima as vidas das personagens da vida do
público, que se envolve com a história e é impelido a participar dela, uma vez que os
eventos podem ser seguidos através das redes sociais, nas quais as personagens
interagem com os fãs e com outras personagens da história, ampliando o escopo por
meio do qual ela é contada. (RAMGRAB, 2013, p. 82)

O sucesso da série virtual rendeu-lhe o Emmy de Incrível Conquista Criativa em


Mídias Interativas – Programa Interativo Original (Emmy Award for Outstanding Creative
Achievement in Interactive Media – Original Interactive Program, no original), categoria
inexistente na premiação antes do início da série. Tal feito estimulou Bernie Su, um de seus
diretores, a criar uma sequência baseada no romance Emma, intitulada Emma Approved, que
consistiu em 72 episódios lançados entre outubro de 2013 e agosto de 2014. Em 2015, Emma
Approved recebeu o mesmo prêmio Emmy que a antecessora The Lizzie Bennet Diaries.

5 Considerações finais
Depois de um breve percurso por algumas das obras derivativas dos romances de Jane
Austen lançadas no início dos anos 2000, o entendimento de que Orgulho e Preconceito tem
sido uma força cultural dominante nessas produções parece ganhar respaldo. Conforme
Looser (2013, p. 183) aponta, atualmente “parece que cada gênero e formato – e cada
subgênero ficcional, do Western ao cristão e ao pornográfico – tem o seu próprio Orgulho e
Preconceito”. Nesse sentido, essas produções subsequentes são um tanto diversas para serem
agrupadas na concepção que Julie Sanders faz do termo adaptação, definido por ela como
algo que “sinaliza uma relação com um texto fonte ou original previamente informado”
(SANDERS, 2006, p. 26). Portanto, algumas delas, ainda que se refiram claramente ao
romance de alguma forma, parecem encaixar-se melhor na noção de apropriação, definida
como “uma jornada mais distante do texto fonte, que ruma a um novo domínio e produto

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cultural” (ibid.). Independentemente do rótulo empregado, contudo, todas essas produções são
formas claras de intertextualidade.
Dito isso, o ponto que fiz questão de ressaltar neste texto, a partir do exemplo da
adaptação televisiva de Orgulho e Preconceito lançada em 1995 pela BBC, é o fato de que as
fronteiras entre texto fonte e textos derivativos são ofuscadas quando falamos em termos de
intertextualidade. Tendo em vista o enorme sucesso que a minissérie teve no contexto da
Austenmania que marcou os anos 1990, ela acabou sendo concebida como um desafio para
cada nova adaptação ou apropriação do romance, uma vez que as novas produções passaram a
ser interpretadas não apenas à luz de sua abordagem diante do texto de Austen, mas também
pela sua capacidade de conseguir superar a adaptação da BBC em algum aspecto. Não é por
acaso, portanto, que muitos destes novos filmes parecem impelidos a fazer alguma referência
tanto ao romance quanto à série de 1995, especialmente em função de sua icônica cena no
lago e do impacto que ela teve como um fenômeno cultural.
Portanto, não parece infundada a ideia de que a Austenmania não é um fenômeno
restrito aos anos 1990, haja vista a enorme profusão de obras baseadas na vida e nos escritos
de Jane Austen que são lançadas a todo ano. Dessa forma, parece além de nossa compreensão
e esforço a tarefa de dar conta de todas as maneiras como nossa cultura tem abarcado Orgulho
e Preconceito. Jane Austen provavelmente não esperava tamanha proporção. Sendo assim, o
que podemos certamente assegurar, a partir dos poucos exemplos aqui mencionados, é que
nossas maneiras contemporâneas de engajamento ao romance vão muito além do nível
marcado pelo mero entretenimento passivo. Na cultura participativa em que vivemos, o ato de
leitura é concebido também como uma prática ativa, de modo que leituras canonizadas e
consagradas feitas pela academia disputam lugar com as opiniões e pontos de vista elaborados
por fãs. Em um quadro geral, Jane Austen e Orgulho e Preconceito são provavelmente uma
pequena amostra do modo como nossa cultura contemporânea está investida na busca por
boas e cativantes histórias, mesmo que isso signifique assumir o papel de re-criá-las e
compartilhá-las. Logo, temos ainda outra verdade universalmente conhecida a respeito de
Orgulho e Preconceito: aquela que diz que sua influência está ainda longe de terminar.

Referências:
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Aldous Huxley and Jane Murfin. USA: MGM, 1940. Longa-metragem (114 min) son., preto e
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