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Capacidade de carga do solo para fundacGes rasas A parte inferior de uma estrutura geralmente ¢ chamada de fimdagdo. Sua funcio é transferir a carga da estrutura para o solo sobre o qual esta apoiada. Uma fundagdo projetada de modo correto transfere a carga pelo solo sem sobrecarregé-lo, Uma sobrecarga excessiva pode resultar em recalque excessi- Vo ou rupturas por cisalhamento no solo, danificando a estrutura, Desse modo, engenheiros geotécni- cos e estruturais que projetam fundagdes devem avaliar a capacidade de carga dos solos. Dependendo da estrutura do tipo de solo encontrado, varios tipos de fundago sio utilizados. A Figura 16.1 mostra os tipos mais comuns de fundagdes. Uma sapata é simplesmente uma extensiio de parede estrutural, ou pilar, que possibilita a distribuic&o da carga da estrutura em uma area maior do solo. Em solos com baixa capacidade de carga, as dimensées das sapatas tequeridas so excessivas e invidveis. Nesse caso, é mais econémico construir toda a estrutura sobre uma base de conereto. Esse tipo de fundago é chamada radier, As fundagdes sobre estacas e sobre tubuldes sio utilizadas em estruturas mais pesadas, quando énecessério escavar grandes profundidades para suportar a carga. As estacas sio componentes estru- turais feitos de madeira, concreto ou ago que transmitem a carga da superestrutura para as camadas inferiores do solo. De acordo com a maneira pela qual fazem esta transferéncia, as estacas podem ser divididas em duas categorias: estacas de atrito e estacas de ponta, No caso das estacas de atrito, a carga da superestrutura é transformada em tensio de cisalhamento ao longo da superficie da estaca. No caso das estacas de ponta, a carga suportada é transmitida da extremidade da estaca para uma camada estavel. Nas fundagGes sobre tubuldes, um furo é escavado até alcancar o subsolo e, depois, é preenchi- do com concreto. Uma camisa metélica pode ser utilizada durante a escavagao e, também, pode ser mantida ou removida durante o preenchimento com concreto. Geralmente, o diémetro do tubuldo é muito maior que o diémetro da estaca. A diferenga nao ¢ clara entre estacas e tubuldes com diémetro aproximado de até I m, ¢ as definigdes e nomenclaturas séo imprecisas, As fundacdes sobre sapatas e radier geralmente so chamadas de fundag6es rasas,” enquanto as fundagdes sobre estacas € tubuldes sto classificadas como fiundacées profiundas. Em um sentido mais amplo, as fundagées rasas so fundagdes com uma relagao entre a profundidade de assentamento a largura menor que aproximadamente quatro. Quando esta relac&o € maior que quatro, a fundaco pode ser classificada como fundago profunda. Neste capitulo, discutiremos a capacidade de carga do solo para fundagdes rasas. Como men- cionado anteriormente, para que uma fundago funcione de modo adequado, (1) 0 recalque do solo causado pela carga deve estar dentro de limites tolerdveis; (2) 0 solo que apoia a fundagio nao deve apresentar rupturas por cisalhamento. A compressibilidade do solo — teorias do adensamento e da “N.R-T: ANBR 6122/10 —Projeto ¢ execucio de fundagSes — dé os seguintes conceitos para fundagao rasa e profunda: fundaco superficial (rasa ou direta) é o “elemento de fundago em que a carga € transmitida ao terreno pelas tenses Adistribufdas sob a base da fundagdo, ¢ a profundidade de assentamento em relagio ao terreno adjacente & fundagiio é inferior a duas vezes a menor dimensdo da fundago”. Fundagdo profunda: “é o elemento de fundagio que transmite a carga ao terreno ou pela base (resisténcia de ponta) ou por sua superficie lateral (resisténcia de fuste) ou por uma com- binacdo das duas, devendo sua ponta ou base estar assente em profuundidade superior ao dobro de sua menor dimensio em planta, ¢ no minimo 3,0 m”. 529 530 Fundamentos de engenharia geotécnica Figura 16.1 Tipos mais comuns de fundagdo: (a) fundagio com sapata; (b) fundagao em radier; (c) fundagdo sobre estacas; (@) fundagio sobre tubuldes elasticidade — foi apresentada no Capitulo 10. Este capitulo apresenta a capacidade de carga de funda- {GOes rasas com base nos critérios de andlise de rupturas no solo por cisalhamento. Capacidade de carga ultima do solo para fundacées rasas Para entender 0 conceito da capacidade de carga tiltima do solo e o tipo de ruptura por cisalhamento no solo, vamos considerar 0 caso de uma sapata retangular longa com largura B apoiada sobre a su- perficie de uma camada de areia compacta (ou solo rijo) mostrada na Figura 16.2a. Quando uma carga de distribuicdo uniforme de q por unidade de area é aplicada a sapata, ocorre 0 recalque. Quando a carga distribuida uniformemente (q) for aumentada, 0 recalque da sapata aumenta gradativamente. Quando o valor de q = q, € alcancado (Figura 16.2b), a capacidade de carga é excedida; com isso, a sapata passa por um recalque muito grande, sem que haja qualquer aumento adicional de g. O solo em um ou em ambos os lados da fundagio forma uma protuberdncia e a superficie de deslizamento se estende para a superficie do terreno. A relac&o carga-recalque é igual & Curva I, mostrada na Figu- 1a 16.2b, Nesse caso, q, € definido como a capacidade de carga Ultima do solo. ‘Arruptura da capacidade de carga descrita anteriormente ¢ denominada ruptura geral por cisa- Thamento e pode ser explicada consultando a Figura 16.32. Quando a aplicagaio da carga causa o re- calque da fundagao, uma zona triangular em forma de cunha (indicada por I) é empurrada para baixo ¢ esta, por sua vez, pressiona as zonas II ¢ III, deslocando-as para os lados ¢ para cima. Na pressfio ‘iltima, g,, 0 solo passa para um estado de equilibrio plastico, ¢ ocorre uma ruptura por deslizamento. Capacidade de carga do solo para fundacées rasas 531 Carga por unidade de rea q| § 2 Ruptura geral por cisalhamento Ruptura local por cisalhamento © Figura 16.2 Capacidade de carga iltima do solo para fundagSes rasas: (a) sapata modelo; (b) relagao carga-recalque Figura 16.3 Tipos de ruptura da capacidade de carga no solo: (a) ruptura geral por cisalhamento do solo; (b) ruptura local por cisalhamento do solo Se a prova de carga da sapata for executada em areia fofa a média, a relagao carga-recalque serd representada pela Curva II na Figura 16.2b, Acima de um determinado valor de q = q/, arela- Gao carga-recalque se torna uma linha reta inclinada. Nesse caso, q, é definido como a capacidade de carga tiltima do solo. Esse tipo de ruptura do solo é chamado ruptura local por cisalhamento e é mostrado na Figura 16.3b. A zona triangular em forma de cunha (indicada por I) abaixo da sapata se desloca para baixo, mas diferentemente da ruptura geral por cisalhamento, as superficies de deslizamento terminam em algum ponto dentro do solo. Porém, alguns sinais de protuberancia no solo sao visiveis, 532 Fundamentos de engenharia geotécnica Equacéo de Terzaghi para a capacidade de carga ultima Em 1921, Prandtl publicou os resultados de seus estudos sobre a penetrago de corpos rigidos (tais como cunhas de metal) em materiais mais maledveis. Terzaghi (1943) estendeu a teoria de Prandtl das deformagées plasticas para o célculo da capacidade de carga dos solos em sapatas corridas rasas, Por motivos priticos, uma sapata de muro longa (relag’io comprimento-largura superior a cinco) pode ser chamada de sapata corrida. De acordo com Terzaghi, uma fundagio pode ser definida como rasa se a profundidade D, for menor ou igual & sua largura B (Figura 16.4). Ele também teorizou que, para os calculos de capacidade de carga tiltima, o peso do solo acima da base da sapata pode ser substituido por uma sobrecarga uniforme, q = 7D, O mecanismo de ruptura adotado por Terzaghi para calcular a capacidade de carga iiltima do solo (ruptura geral por cisalhamento) no caso de uma sapata corrida rugosa, a uma profundidade D,, medida a partir da superficie do solo, é mostrado na Figura 16.5. A cunha do solo ABJ (Zonal) é uma zona elstica. Ambas as linhas, 4J e BJ, formam um Angulo ¢/ com a horizontal. As Zonas Il (AJE © }-—— 2 | Figura 16.4 Sapata corrida rasa Figura 16.5 Anélise da capacidade de carga de Terzaghi Capacidade de carga do solo para fundagées rasas_—- 533 BJD) sio as zonas de cisalhamento radial, e as Zonas III so as zonas passivas de Rankine. As linhas de ruptura JD e JE sao arcos de uma espiral logaritmica, e DF e EG so linhas retas. AE, BD, EG DF formam angulos de 45—#//2 graus com a horizontal, A equagao dos arcos das espirais logaritmicas JD e JE pode ser dada na forma rare? Sea carga por érea unitiria, q,, for aplicada a sapata e ocorrer uma ruptura geral por cisalhamen- to, 0 empuxo passivo P, estara atuando em cada face da cunha do solo ABJ. Esse conceito pode ser entendido de forma clara caso se imagine que AJ e BJ so dois muros que empurram as cunhas do solo AJEG e BJDF, respectivamente, causando uma ruptura passiva. F, devera estar inclinada a um Angulo 6’ (que é 0 Angulo de atrito do muro) em relago a perpendicular tracada para as faces da cunha (isto & AJ e BJ). Nesse caso, 6’ deverd ser igual ao angulo de atrito do solo, d/. Como AJ BJ estio inclinadas com um angulo 9! em relagio a horizontal, a diregdo de P, deverd ser vertical. ‘Vamos agora considerar o diagrama de corpo livre da cunha 4BJ, como mostrado na Figura 16.5b. Considerando o comprimento unitario da sapata, teremos, para o equilibrio, (g,)(2b) (1) = -W + 2C sen @ + 2P, (16.1) onde b =B/2 W =peso da cunha do solo ABJ = 7b? tg ¢! C=forca coesiva que atua ao longo de cada face, AJ ¢ BJ, que é igual A coesdo unitéria do solo multiplicada pelo comprimento de cada face = c’b/(cos 3!) Assim, 2bq, = 2P, + 2be! tg o! — 7b tg (16.2) ou B b 4 =F +e'tg6! — Tig! (16.3) O empuxo passivo na Equacao (16.2) € a soma da contribuig&o do peso do solo +, da coestio c! e da sobrecarga q. Pode ser expresso como £ 3706 t26' K, +'(b tee’) K, + 4(b tee") K, (16.4) onde K,, K, ¢ K, so 0s coeficientes de empuxo da terra, que so as fungdes do Angulo de atrito do solo, 6” Combinando as Equagées (16.3) e (16.4), teremos q, =c'N. +N, +3 BN, onde tg (K.+1) (16.5) K, ted (16.6) zt26'(K, tgo' —1) (16.7) Os termos WV,, N, ¢ N, so, respectivamente, as contribuigdes da coestio, sobrecarga e peso especifico do solo para a capacidade de carga tiltima. E extremamente tedioso calcular K,, K,e Ky. Por isso, Terzaghi usou um método aproximado para determinar a capacidade de carga tiltima, g,, Os principios desta aproximacao sao descritos a seguir. 534 Fundamentos de engenharia geotécnica 1. Sec 0 ea sobrecarga (q) = 0 (isto é, D, = 0), entio = 4, = YBN, 2. Se -y=0 (isto é, solo sem peso) e g = 0, entdo Qu = Te = cN, 3. Se-7=0 (solo sem peso) e c’= 0, entio Wy = 4, = WN, (16.8) (16.9) (16.10) Por meio do método da superposi¢do, a0 considerarmos os efeitos do peso especifico do solo, da coesio e da sobrecarga, temos Gu = Ie + % +4, =C'N, + aN, + 47BN, (16.11) A Equagiio (16.11) é conhecida como equagiio da capacidade de carga de Terzaghi. Os termos N,N, €N, so chamados de fatores de capacidade da carga. Os valores desses fatores sto mostra- dos na Tabela 16.1. Tabela 16.1 Fatores de capacidade de carga de Terzaghi — N,, N, e NV, — Equagdes (16.11), (16.12) e (16.13), respectivamente (graus) N, N, Ne & (graus) N, N, ue 0 5,70 1,00 0,00 26 27,09 14,21 9,84 1 6,00 1,10 0,01 27 29,24 16,90 11,60 2 6,30 1,22 0,04 28 31,61 17,81 13,70 3 6,62 1,35 0,06 29 34,24 19.98 16,18, 4 697 1,49 0,10 30 37,16 22,46 19,13 5 7,34 1,64 0,14 31 40,41 25,28 22,65 6 123 1,81 0,20 32 44,04 28,52 26,87 7 8,15 2,00 0,27 33 48,09 32,23 31,94 8 8,60 2,21 0,35 34 52,64 36,50 38,04 9 9,09 2,44 0.44 35 57,75 41,44 45,41 10 9,61 2,69 0,56 36 63,53 41,16 54,36 at 10,16 2,98 0,69 37 70,01 53,80 65,27 12 10,76 3,29 0,85 38 71,50 61,55 78,61 13 1141 3,63 1,04 39 85,97 70,61 95,03 14 121 4,02 1,26 40 95,66 81,27 11631 16 12,86 4,45 1,52 4 106,81 93,85 140,51 16 13,68 492 1,82 42 119,67 108,75 171,99 17 14,60 5,45 2,18 43 134,58 126,50 211,56 18 15,12 6,04 2,59 44 161,95 147,74 261,60 19 16,56 6,70 3,07 45 172,28 173,28 325,34 20 17,69 7.44 3,64 46 196,22 204,19 407,11 2 18,92 8,26 431 47 224,55 241,80 512,84 22 20,27 9,19 5,09 4B 258,28 287,85 650,67 23 21,75 10,23, 6,00 49 298,71 344,63 831,99 24 23,36 11,40 7,08 50 347,50 416,14 ——‘1072,80 25 25,13 12,72 8,34 * Segundo Kumbhojkar (1993) Capacidade de carga do solo para fundagées rasas_ 535 Para sapatas quadradas e circulares, Terzaghi sugeriu as seguintes equagdes para a capacidade de carga tiltima do solo: Para sapata quadrada uy = 1,30'N, + qN, + 0,47BN, (16.12) Para sapata circular 4% =1,3c'N, + qN, + 0,3yBN, (16.13) onde B = 6 0 diametro da sapata. Krizek (1965) forneceu as seguintes aproximagdes para os valores de N,N, e Ny com variagio maxima de 15%. 228 + 4,36! Esa (16.14) (16.15) e (16.16) nas quais 4! = angulo de atrito do solo, em graus. As Equagées (16.14) a (16.16) sio validas para do =0° 035°, A Equagao (16.11) foi calculada com base na suposigdio de que a ruptura da capacidade de carga do solo ocorre por meio de uma ruptura geral por cisalhamento. No caso de uma ruptura local por cisalhamento, podemos assumir que v= (16.17) e ted! = 2tg¢! (16.18) A capacidade de carga tiltima do solo para uma sapata corrida pode ser determinada por q, = ON, + QN} + 4BN) (16.19) Os fatores de capacidade de carga modificados sfo calculados por meio da mesma equagdo geral utilizada para N., N, ¢ Ny, porém substituindo @’ = tg~' (2 tg") por 6. Os valores dos fatores de capa- cidade de carga para uma ruptura local por cisalhamento esto relacionados na Tabela 16.2. A capacidade de carga tiltima do solo para sapatas quadradas e circulares, no caso da ruptura local por cisalhamento, agora pode ser definida como mostrado a seguir [de modo similar as Equages (16.12) e (16.13)]: Para sapata quadrada 4, = L32'N + gNj + 0,47BN} (16.20) 536 Fundamentos de engenharia geotécnica Tabela 16.2 Fatores de capacidade de carga modificados de Terzaghi — N’, N ¢ N!—_Equagies (16.19), (16.20) e (16.21), respectivamente @ (graus) N Ni, N', ¢ (graus) N, M, Nt 0 5,70 1,00 0,00 26 16,53 6,05 2,59 1 5,90 1,07 0,005 27 16,30 6,54 2,88 2 6,10 114 0,02 28 17,13 1,07 3,29 3 6,30 1,22 0,04 29 18,03 7,66 3,76 4 651 1,30 0,055 30 18,99 831 4,39 5 6,74 1,39 0,074 31 20,03 9,03 4,83 6 6,97 1,49 0,10 32 21,16 9,82 5,51 7 7,22 1,39 0,128 33 22,39 10,69 6,32 8 747 1,70 0,16 34 23,72 11,67 722 9 14 1,82 0,20 35 25,18 12,75 8,35 10 8,02 1,94 0,24 36 26,77 13,97 941 u 8,32 2,08 0,30 37 28,51 16,32 10,90 12 8,63 2,22 0,35 38 30,43 16,85 12,75 13 8,96 2,38 0,42 39 32,53 18,56 14,71 14 931 2,55 0,48 40 34,87 20,50 17,22 16 9,67 273 0,37 41 37,45 22,70 19,75 16 10,06 2,92 0,67 42 40,33 25,21 22,50 17 10,47 313 0,76 43 43,54 28,06 26,25 18 10,90 3,36 0,88 44 47,13 31,34 30,40 19 11,36 3,61 1,03 45 31,17 35,11 36,00 20 11,85 3,88 1,12 46 55,73 39,48 41,70 21 12,37 417 1,35 47 60,91 44,54 49,30 2 12,92 4,48 1,55 48 66,80 50,46 59,25 23 13,51 4,82 1,74 49 355 57,41 71,45 24 14,14 5,20 197 50 8131 65,60 85,75 25 14,80 5,60 2,25 Para sapata circular qi, =1,30'N; + gNj + 0,37BN, (16.21) Para uma condigio nao drenada com = 0 e 7, = ¢,, 0s fatores de capacidade de carga so N,=0eN, = 1. Além disso, N, = 5,7. Nesse caso, as Equagdes (16.11), (16.12) (16.13) (usadas nos casos de ruptura geral por cisalhamento) assumem as formas q,=5.7¢,+4 — (sapata corrida) (16.22) = (13)(5,Ie,+9=T4lc, +4 — (Sapatas quadradas e circulares) (16.23) Efeito do nivel do lencol freatico Para o desenvolvimento das equagdes de capacidade de carga abordado na segio anterior, consi- deramos 0 nivel do lengol freético posicionado a uma profundidade muito maior que a largura B da sapata. Entretanto, caso 0 nivel do lengol fredtico esteja proximo a sapata, algumas alteragdes Capacidade de carga do solo para fundacées rasas 537 siio necessarias nos segundo ¢ terceiro termos das Equagdes (16.11) a (16.13), além das Equacdes (16.19) a (16.21). Trés condigdes podem surgir, dependendo da posi¢ao do nivel do lengol fredtico em relagao a base da fundagdo. Essas condigdes so mostradas na Figura 16.6. Cada uma delas é descrita resumidamente a seguir. Caso | (Figura 16.6a) Sc 0 nivel do lengol freatico estiver localizado a uma distincia D acima da base da fundagao, a magnitude de q no segundo termo da equago de capacidade de carga devera ser calculada como q= 7D, -D)+7'D (16.24) onde 7/ = 7a, ~Yy = Peso especifico submerso do solo. Além disso, o peso especifico do solo, -y, que aparece nos terceiros termos das equagdes de capacidade de carga, deve ser substituido por -/’. Caso Il (Figura 16.6b) Se 0 nivel do lengol fredtico coincidir com a base da fundagao, a magni- tude de q ¢ igual a yD,. Porém, o peso especifico, 7, que aparece nos terceiros termos das equagdes de capacidade de carga, devera ser substituido por 7. Caso IMI (Figura 16.6c) Quando o nivel do lengol fredtico estiver a uma profundidade D abaixo da base da fundagio, q = yD,. A magnitude de nos terceiros termos das equagdes de capacidade de carga devera ser substituida por *,., an = Zl +7/(B-D)] aad BY (16.25b) ah ‘Nivellde lenge felico Nivel do lengol frestico eat eat ; 5 ; Nivel do Lengo redtioo eee eae © Figura 16.6 Efeito da localizagao do lengol fredtico na capacidade de carga de fundagdes rasas: (a) Caso 1; (b) Caso Il; (c) Caso IIT 538 Fundamentos de engenharia geotécnica Fatores de seguranca Em geral, um fator de seguranga, F, com valor aproximadamente igual a 3, ou maior, é aplicado capacidade de carga tiltima do solo para alcangar o valor da capacidade de carga admissivel. Um F, com valor igual a3 ou maior no ¢ considerado muito conservador. Na natureza, os solos no sto nem homogéneos nem isotr6picos. Existem muitas incertezas envolvidas na avaliagdo dos pardmetros bisicos da resisténcia ao cisalhamento do solo. Existem duas definigdes basicas de capacidade de carga admissivel para fundages rasas. Sdo elas os valores bruto ¢ liquido da capacidade de carga admissivel. O valor bruto da capacidade de carga admissivel pode ser calculado como Gu = 6.26 Faaion FE (16.26) Como definido pela Equacao (16.26), dyin € 2 carga admissivel por drea unitéria & qual 0 solo sob a fundaciio pode ser submetido para evitar quaisquer chances de ruptura do solo. Isso inclui a contri- buigao (Figura 16.7) de (a) cargas estatica e dindmica acima da superficie do terreno, Wp; (b) peso proprio da fundagao, H7q; ¢ (c) peso do solo localizado exatamente acima da fundagio, W,. Assim, = fu = |Mosy + We + Ws 1 ON yore aes ram (16.27) eh: A onde A = area da fundacio. ‘A capacidade de carga liquida admissivel € a carga por unidade de érea da fundago, superior 4 tensiio efetiva vertical no nivel da fundagiio. A tensio efetiva vertical no nivel da fundagao é igual a q =D, Portanto, a carga tltima liquida é Wu iquido) = Gu — 4 (16.28) Assim, un iauido) = (16.29) Worn Figura 16.7 Contribuigdes para quip, Capacidade de carga do solo para fundacées rasas._ ‘539 Se presumirmos que 0 peso do solo ¢ o peso do concreto do qual a fundagdo é feita so aproximada- mente iguais, teremos We + We Assim, — Mos _ ate its) = y= (16.30) Exemplo 16.1 Uma fundago continua é mostrada na Figura 16.8. Usando os fatores de capacidade de carga de Terzaghi, determine a carga bruta admissfvel por unidade de area (q,,,,) que a fundago pode suportar. Dados: + y= 17,29 KNim? + Fator de seguranga = 3 Considere uma ruptura geral por cisalhamento. oa 7 =17,29 Kim? = 20° = 9,6 kNim? aE Figura 16.8 Solugaio Da Equagao (16.11), q, = c'N, + aN, + 41BN, Da Tabela 16.1, para ¢’ = 20°, N,=1169 N,=7,44 N,=3,64 Também, q = yD, = (17,29)(0,9) = 15,56 KNim* (continua) 540 Fundamentos de engenharia geotécnica Portanto, uy = (9,6)(17,69) + (15,56)(7, 44) + ($)(17,29) (1,2) 3,64) = 323,35 KN/m* Da Equagio (16.26), 323,35 San = FE = 2108 N/m? a Exemplo 16.2 Uma fundagao quadrada é mostrada na Figura 16.9. A sapata suportaré uma carga bruta de 30.000 kg. Considerando um fator de seguranga 3, determine o tamanho da sapata, isto é, 0 tamanho de B. Utilize a Equago (16.12). 30.000 kg = 1.850 kg/m? 5° Solugao Dado que a densidade do solo de 1850 kg/m’, entdo 1850 x 9,81 = 180xO.8T = 18,151Nm? 77000 e A carga brata total que deve ser suportada pela sapata é (30.000)9,81 = 294,3KN = 1000 Sain Da Equagdo (16.12) 4,= 13CN, + gN, + 0,49BN, Capacidade de carga do solo para fundacées rasas 541 Com um fator de seguranga 3, Gein = # = $O3eN, +N, +0,47BN,) (a) Também, can = Sp = a Das Equagées (a) e (b), a = $03, +qN, +0,4yBN,) © Da Tabela 16.1, para ¢/ = 35°, N, 7,75, N, = 41,44 ¢ N, = 45,41. Substituindo esses valores na Equacio (c) obtemos : ae = 410.390) (57,75) + (18,15 x 1)(41,44) + 0,4(18,15)(B) (45,41)] ou 2543 _ 950.7 +.109,9 az A equago anterior pode agora ser calculada pelo modo de tentativa e erro e, a partir dela, obtemos B~0,95 m . Equagao geral da capacidade de carga Apés 0 desenvolvimento da equagio da capacidade de carga de Terzaghi, varios pesquisadores tra- balharam nessa rea e aprimoraram a solugao (isto é, Meyerhof, 1951 ¢ 1963; Ludgren e Mortensen, 1953; Balla, 1962; Vesic, 1973; e Hansen, 1970). Diferentes solugdes mostram que os fatores de ca- pacidade de carga N, e N, nao sofrem grandes alteragdes. Porém, para um dado valor de d’, os valores de N, obtidos por diferentes pesquisadores tiveram grandes variagdes. Tal diferenca é causada pelas varias formas de cunha consideradas para o solo imediatamente abaixo da sapata, como explica 0 pardgrafo a seguir. ‘Ao derivar a equagdo da capacidade de carga de uma sapata corrida, Terzaghi considerou o caso de uma sapata rugosa e sup6s que os lados AJ e BJ da cunha do solo ABJ (Veja a Figura 16.5a) formam um Angulo ¢' com a horizontal. Ensaios mais recentes com modelos de teste (por exemplo, DeBeer e Vesic, 1958) mostraram que a suposigao de Terzaghi sobre a natureza geral da superficie de Tuptura no solo no instante do colapso da capacidade de carga est correta. Porém, ensaios mostraram que os lados 4J'e BJ da cunha do solo ABJ formam um Angulo de cerca de 45 + 9/2 graus (ao invés de ¢') com a horizontal. Esse tipo de mecanismo de ruptura ¢ mostrado na Figura 16.10. Ele é com- posto por uma zona ativa de Rankine BJ (Zona 1), duas zonas de cisalhamento radial (Zonas Il) duas zonas passivas de Rankine (Zonas III). As curvas JD e JE so arcos de uma espiral logaritmica. Com base nesse tipo de mecanismo de ruptura, a capacidade de carga tiltima de uma sapate’ corrida pode ser calculada por meio do método aproximado de superposigdio descrito na SeeSo 162 pela equagio: 542 Fundamentos de engenharia geotécnica peal WE Zona1 HB Zona 1 Zona Figura 16.10 Calculo da capacidade de carga do solo-ruptura geral por cisalhamento 94 = Ie Iq +4, (16.31) onde g., 4, €4, sao as contribuigées da coesto, sobrecarga e peso especifico do solo, respectivamente, Reissner (1924) expressou g, como 9,=4N, onde ' ; N, = tg? (+s . #) Prandtl (1921) demonstrou que q.=eN, onde N, = (N, —Neot¢! Bq, (16.33) Meyerhof (1963) expressou q, como 4, = 3B, onde N, = (WN, —1)tg0.4¢') Eq, (1633) Combinando as Equagdes (16.31), (16.32), (16.34) e (16.36), temos are L q, =C'N, +N, +47BN, (16.32) (16.33) (16.34) (16.35) (16.36) (16.37) (16.38) Capacidade de carga do solo para fundagées rasas 543 Esta equagio esté na mesma forma geral definida por Terzaghi [Equagio (16.11)]; porém, os va- lores dos fatores de capacidade de carga nao sfio os mesmos. Os valores de N,, N, ¢ N,, definidos pelas Equagdes (16.33), (16.35) e (16.37), so fornecidos na Tabela 16.3. Entretanto, para fins praticos, os fatores de capacidade de carga de Terzaghi produzem bons resultados. Normalmente, as diferengas nos fatores de capacidade de carga siio pequenas em comparagao com as incertezas sobre os parametros do solo. A equagio da capacidade de carga do solo para uma sapata corrida, fornecida pela Equac%o (16.38), pode ser modificada para uso geral incorporando os seguintes fatores: Fator de profundidade: Para representar a resistencia ao cisalhamento desenvolvida na super- ficie de ruptura do solo acima da base da sapata. Fator de forma: Para determinar a capacidade de carga de sapatas retangulares e circulares. Fator de inclinagdo: Para determinar a capacidade de carga de uma sapata na qual a dire- Go de aplicagao da carga apresenta um determinado angulo de incli- nagao em relacdo a vertical. Assim, a forma modificada da equagio geral da capacidade de carga iiltima pode ser expressa como du = Cauda + Doyo yg +4 Aga dyiVBN, (16.39) Tabela 16.3 Fatores de capacidade de carga N., N, ¢ N, [Equagdes (16.33), (16.35) ¢ (16.37)] (graus) N, N, N, (graus) N, N, N, 0 514 1,00 0 26 22,25 11,85 8,002 1 5,38 1,09 0,002 27 23,94 13,20 9,463 2 5,63 1,20 0,010 28 25,80 14,72 11,190 3 5,90 131 0,023 29 27.86 16,44 13,237 4 6,19 148 0,042 30 30,14 18,40 15,668 5 649 157 0,070 31 32,67 20,63 18,564 6 6.81 1,72 0,106 32 35,49 23,18 22,022 7 7,16 1,88 0,152 33 38,64 26,09 26,166 8 1,53 2,06 0,209 34 42,16 29,44 31,146 9 7,92 2,25 0,280 35 46,12 83,30' ce 237,152 10 834 2,47 0,367 36 50,59 37,15 44,426 ul 8.80 271 0471 37 55,63 42,92 53,271 12 9,28 2,97 0,596 38 61,35 48,93, 64,074 13 9,81 3.26 0,744 39 67.87 55,96 71,333 14 10,37 3,59 0,921 40 75,31 64,20 -93,691 15 10,98 3,94 1,129 41 83,86 73,90 113,986 16 11,63 434 1,375 2 93,71 85,37 139,317 17 12,34 4,77 1,664 43 105,11 99,01 171,143 18 13,10 5,26 2,009 44 11837 115,31 211,408 19 13,93 5,80 2,403 45 133,88 134,87 262,742 20 14,83 6.40 2,871 46 152,10 158,50 328,731 21 15,82 7,07 3,421 4 173,64 187,21. 414,327 2 16,88 7.82 4,066 48 199,26 222,30 526,451 2B 18,05 8,66 4,825 49 229,93 265,50 674,918 24 19,32 9,60 5,716 50 266,89 319,06 873,855 25 20,72 10,66 6,766 544 Fundamentos de engenharia geotécnica onde Ay, Ay © Ay = fatores de forma Yeo yd © Aya = fatores de profundidade Yew Agr ® Aye = fatores de inclinagao Os valores aproximados dos fatores de forma, profundidade e inclinagao recomendados por Meyerhof sio apresentados na Tabela 16.4. Tabela 16.4 Fatores de forma, profundidade e inclinagao de Meyerhof para uma sapata retangular® Fatores da forma Para 4! = 0°: NS =1+ 02/4) L. Para o! > 10°: i = 1093 }e°[45 +2] eee Ty of} {a5 +2) Fatores de profundidade Para ¢! = 0°: D, X =1+02(5| a B Yea = Ang = 1 Para g/ > 10°: D, o =1+0,2 Ea (45 ¢| Aed (2: [45+ , eal on Peel as Ae ] ¢B = largura da sapata; L = comprimento da sapata Capacidade de carga do solo para fundagées rasas SAS Para uma condigao néo drenada, caso a sapata seja submetida a uma carga vertical (isto é, a= 0°), entio Assim a Equagio (16.39) se transforma em q = 5,14, +q (16.40) aon Histérico de caso da avaliagéo da capacidade de carga ultima Diversos casos documentados de ensaios de carga de grande escala em campo para determinar ca- pacidade de carga tiltima para fundagdes rasas esto disponiveis atualmente, Um desses casos de ensaios de carga em campo seré discutido nesta seg. Os resultados desse ensaio so comparados com os valores tedricos deste capitulo. ‘Skempton (1942) forneceu os resultados de um teste de carga em campo em solo argiloso para uma fundagao grande, com B = 2,44 me L = 2,74 m. Esse ensaio também foi realizado por Bishop e Bjerrum (1960). A Figura 16.11 mostra um diagrama da fundagdo e o perfil do solo. A variagao da coc- séo no drenada (c,) do perfil do solo também é mostrada na Figura 16.11. O teor de umidade médio, © limite de liquidez ¢ o limite de plasticidade da argila sob a fundagio foram de 50%, 70% e 28%, res- pectivamente, Foi aplicada uma carga a fundagao, de forma a apresentar ruptura imediatamente apés a construgdo. A capacidade de carga liquida iltima calculada apresentou um resultado de 119,79 kN/m?, A capacidade de carga liquida iiltima foi definida na Equago (16.28) como Taiquida) = Iu ~ 1 Da Equagaio (16.39), para uma condigfo de carga vertical ¢ ¢! = 0° (observacdo: N, = 1, N, Ag= le A,,= 1), ‘es a=), 4g = Ces AegNe g wes Mea! Portanto, Gutiguisa) = CyAcs AcaNe + D ~ 4 = Cog Hea Para 0 caso que esta sendo considerado, c, ~ 16,8 KN/m? (veja a Figura 16.11) e N, = 5,14 (veja a Tabela 16,3), Da Tabela 16.4, B 2,44 Ney =1+0,2/=] =140,2]/2] = 12 a +027) +02(34) f D, 1,68 =1+0,2)] =14+0,2/2—] = 1,138 ads ea < aa) Assim, Gaciguicay = (16,8) (1,2) (1,138) (5,14) = 117,9 kN/m? 546 Fundamentos de engenharia geotécnica Pressdio liquida da fundaco no instante da ruptura = 119,79 kN/m? 5) Camada dura Carga i Argila azul mole [ Argila turfosa Figura 16.17 Prova de carga em campo de Skempton em uma fundagdo suportada por argila saturada (Segundo Bishop e Bjerrum, 1960. Com permissdo da ASCE.) EE Camada superficial do solo Bi Argila marrom rija Bh Avgila arenosa rija Bi Arita variegada Tabela 16.5 Rupturas de sapatas apés a construg’io — Fundagao em argila saturada: condigao ¢! = 0" Dados da argila WLP Gags roe Local w(%) u we P (igh ac Goauswea Ensaio de carga, Marmoreré 10 35 25 20 -0,25 0,92 Kensal Green - - - - - 1,02 Silo, Transcona 50 110 30 80 0,25 1,09 Kippen 50 70 28 42 0,52 0.95 Estaca, Lock Ryan = - - = S 1,05 Estaca, Newport - - = = = 1,07 ‘Tanque de 6leo, Fredrikstad 45 35 25 30 0.67 1,08 Tanque de éleo A, Shellhaven 70 87 25 62 0.73 1,03 ‘Tanque de 6leo B, Shellhaven = - - - & 1,05 Silo, U.S.A. 40 = = ~ - 0.98 Ensaio de carga, Moss 9 = es = - 1,10 Ensaio de carga, Hagalund 68 35 20 35 137 0,93 Ensaio de carga, Torp 27 24 16 8 139 0,96 Ensaio de carga, Rygge 45 37 19 18 144 0,95 “Segundo Bishop e Bjerrum (1960). Com permissdo da ASCE. Observacao: = teor de umidade; LL = limite de liquidez; LP = limite de plasticidade; JP = indice de plasticidade Capacidade de carga do solo para fundagées rasas_ «SAT Portanto, nesta prova de carga em campo, Guiqideriric) _ 117.9 u(iquida-real) 119,79 ® 0,98 Assim, a semethanga entre as estimativas teéricas ¢ os resultados da prova de carga em campo é razoavelmente boa. A pequena variago entre os resultados pode ser em razao da estimativa do valor médio de c,, Bishop e Bjerrum (1960) citaram varias rupturas em sapatas apés a construgdo em argila satu- rada. Os dados destas rupturas so mostrados na Tabela 16.5, Podemos observar nesta tabela que em todos 05 ©4508 4a eriaf/ Tutiquita ea & APTOXIMadamente 1. Esses achados confirmam que os pro- jetos de fundagdes rasas baseados na capacidade de carga liquida tltima so confidveis como técnica de engenharia, Exemplo 16.3 A Figura 16.12 mostra uma sapata quadrada. Determine a carga bruta segura (fator de seguranga 3) que a sapata pode suportar. Utilize a Equagao (16.39). ee =32° Nivel do lengol freatico oat = 19,5 KN/ /<——— 12m ——+! Figura 16.12 Solucdo Da Equacao (16.39), Gu = CNegcaaNo + AgedyaNy +49 yeraBN, (Observagao: d,, Ay, € Ay, So todos iguais a 1, pois a carga é vertical.) Como c’ = 0, Gu = Daphyag +27 ye ya BNy Da Tabela 16.3 para ¢’ = 32°, N,= 23,18 e N,= 22,02. Da Tabela 16.4, (continua) 548 — Fundamentos de engenharia geotécnica rae (gee =a, =1+0u[2 4 {4s # Ags = As Fa all ea =1+0(2 2 he(45 +22) —1205 ee Ae =1 +0420 “\a(ss-+ 2 =1+0, (5 ie + 2) — =a O nivel do lengol fiedtico esté localizado acima da base da fundago, portanto, da Equacio (16.23), q = (0,5)(16) + (0,5)(19,5 — 9,81) = 12,845 kN/m? Logo, Gy = (12,845) (1,325) (1,15) (23,18) + (4)(19,5 — 9,81) (1,325) (1,15) (1,2) (22,02) = 453,7 + 195,1 = 648,8 KN/m* Gain = & = — = 216,3 kNim? Portanto, a carga bruta é como o mostrado a seguir: Q = Gyjq(B?) = 216,3 (1,2)? = 311,5 KN . Carga ultima para fundagées rasas sob cargas excéntricas Excentricidade em uma direcéo Para calcular a capacidade de carga de fundagdes rasas com carga excéntrica, Meyerhof (1953) in- troduziu o conceito de drea efetiva. Esse conceito pode ser explicado consultando a Figura 16.13, na qual uma sapata de comprimento Le largura B esta submetida a uma carga excéntrica denominada Q,, Quando Q, é a carga tiltima aplicada a sapata, seu valor aproximado pode ser calculado como descrito a seguir: 1. Com base nas Figuras 16.13b ¢ 16.13c, calcule as dimensdes efetivas da fundagio. Se a excentri- cidade (¢) estiver na diregao x (Figura 16.13b), as dimensdes efetivas serio X=B-2e Y=L Porém, caso a excentricidade seja na diregdo y (Figura 16.13c), as dimensdes efetivas serio Y=L-2e Capacidade de carga do solo para fundacées rasas_ 549 Figura 16.173 Carga ultima para fandago rasa sob carga excéntrica X=B - A menor dimensfo efetiva das duas calculadas na Etapa 1 € a largura efetiva (B’) ea outra é 0 comprimento efetivo (L!). Assim, B’ = Xou Y, o que for menor L!=Xou ¥, 0 que for maior y Portanto, a largura efetiva é igual a B’ multiplicada por L’. Agora, usando a largura efetiva, pode- ‘mos reescrever a Equagiio (16.39) como Ge = CResdeaNe + Daya g + $yeyaVB'N, (16.41) Observe que a equagio anterior ¢ obtida substituindo B por B! na Equagao (16.39). No calculo dos fatores de forma e profuundidade, deve-se substituir B por B’ e L por L’ 4. Depois que o valor de q, for calculado a partir da Equaco (16.41), podemos obter a carga bruta Ultima total, da seguinte forma: 0,= 4,8) = 4,4" (16.42) onde A! = Area efetiva. Purkayastha ¢ Char (1977) analisaram a estabilidade de fundagdes continuas em solo granular excentricamente carregadas (isto é, c/ = 0) usando o método das fatias. Com base nessa anillise, eles propuseram que Ry = 1 — Leos) Gu(ceato) 550 = Fundamentos de engenharia geotécnica sendo R,= fator de redugao uexstnvioa) = Capacidade iltima de carga de fundaees continuas excentricamente carregadas — Quicxctnce) B Agetnvcey = CApacidade iltima de carga de fundacdes continuas carregadas no centro — Quien) B A magnitude de R, pode ser expressa como ey R= ag) (16.44) onde a e k sto fungdes da razao intrinseca D,/B (Tabela 16.6). Assim, combinando as Equagdes (16.43) ¢ (16.44), obtemos Qn excéaticay = Qu¢ceivo) pa {ey (16.45) onde O,eceavig) © Ouetarico) = 2°22 ‘iltima por unidade de comprimento, respectivamente, para fun- dagdes excentricamente ¢ centralmente carregadas. Excentricidade em duas direcées Quando as fundagdes so submetidas a cargas com excentricidade em duas diregdes, como mostra a Figura 16.14, a area efetiva é definida de modo que o centroide coincida com a carga. O procedimento Tabela 16.6 Variagdes de ae k [Equacdo (16.44)] D/B 2 kK 0 1,862 0,73 0,25 1811 0,785 05 1,754 0,80 Figura 16.74 Fundagao submetida a uma pro 1820888 excentricidade em duas diregdes Capacidade de carga do solo para fundacées rasas 551 para a determinacao das dimensdes efetivas B’ e L! esta além do escopo desse texto. Os leitores po- dem consultar Das (2007). Depois que B’ e L’ forem calculados, as Equagdes (16.41) e (16.42) podem ser utilizadas para a determinagio da carga titima, Exemplo 16.4 Uma sapata retangular de 1,5 m x 1 m é mostrada na Figura 16.15, Determine o valor da carga liltima bruta aplicada de forma excéntrica que cause a ruptura de capacidade de carga no solo. Figura 16.15 Solugao Das Figuras 16.13b e 16.15, X= B-2=1-2e = 1-(2)(0,1) =0,8m Y=T= 13m Assim, a largura efetiva (B’) = 0,8 m ¢ o comprimento efetivo (L’) = 1,5 m. Da Equagio (16.39), Gu = DadyaNg + Prod VB'N, (continua) 552 Fundamentos de engenharia geotécnica Da Tabela 16.3 para ¢ = 30°, N, = 18,4 e N, = 15,668. Da Tabela 16.4, ie 1 ee il =o 2)? (+s 4h 2 =r1+01(08 she a{4s + 32] = a6 da = oe = 140426 rla(as+ 2 = eos, 5}te(15+ 3) =1217 Logo, Gy = (1 18)(1,16) (1,217) (18,4) + (4)(.16) (1,217) (18) (0,8) (15,668) = 627kN/m* Assim, da Equagao (16.42), Q, = 4,(B'L!) = (627)(0,8)(1,5) = 752 kN Exemplo 16.5 Considere uma fundagdo continua excentricamente carregada, apoiada por um solo eee dos: B= 1,5m, D= 0,75 m, excentricidade da carga e/B = 0,1, y= 17,5 KN/m’, ¢' = 30° ec’ = 0. Use 0 método do fator de redugao [Equagao (16.43)] e determine a carga tltima bruta por unidade de comprimento que a fundagao pode suportar. Solugao Da Equagio (16.45), Qu(exctavicay = Qu(cen0) ts Também, DB = 0,75/1,5 = 0,5. Da Tabela 16.6, a = 1,754 e k = 0,8. Assim, Quicenso) = INarnd +5 a (Observagdo: Os fatores de forma sdo iguais a um, pois esta é uma fundagdo continua.) q = yD, = (1,5)(0,75) = 13,125 kN/m? Da Tabela 16.3 para ¢! = 30°, N, = 18,4 e N, = 15,668. Consequentemente, Ded = Ana =1+0,(20 “alss+2] =1+0, Pe Phulas +2 a= 1,087 Capacidade de carga do solo para fundagées rasas_ ‘S53 conte) = (13,125)(18,4)(1,087) + (0,5)(1,087)(1,5)(15,668) = 275,28 KN/m? Assim, Oexctnria) = (275,28) [1 ~ (1,754) (0,1)°8] = 198,76 KN = 199 KN . Capacidade de carga da areia com base no recalque Em geral, a obtengdo de corpos de prova indeformados de areia sem coesdo em um programa de re- conhecimento do solo é um proceso dificil. Por esta raztio, os resultados dos ensaios de penetraga0 dindmica (SPTS), executados durante o reconhecimento das camadas subterrancas, geralmente so utilizados para 0 célculo da capacidade de carga admissivel do solo, no caso das fundagdes construi- das sobre a areia. (O Capitulo 18 detalha o procedimento de execugao dos SPTs.) Meyerhof (1956) propos as correlagses para a capacidade de carga liguida admissivel (dais) baseado no recalque (cléstico). Isto foi posteriormente revisto por Meyerhof (1965), baseado no de- sempenho das fundagdes em campo. Estas correlagdes podem ser expressas como mostrado a seguir. Neo {S-(mm) iguiaa (KN/m?) = aos Br (para B < 1,22 m) (16.46) 2 Noo (B+0, S,(mam) iquida (KN/m?) = zal Bf Sage (para B > 1,22 m) (16.47) onde B = largura da fundagao (m) $,= recalque eldstico accitavel ‘Nas Equagdes (16.46) a (16.47), Neg = niimero de penetrago padrao em campo, baseado em uma raziio de energia média de 60% §,= recalque admissivel (eldstico) F, = fator de profundidade = 1+ 02324] < 1,33 (16.48) Os valores de Nip relacionados as Equagdes (16.46) e (16.47) sao os valores médios entre a base da fundaco ¢ 2B abaixo da base. COMPARAGOES COM AS OBSERVAGOES DE RECALQUE EM CAMPO Meyerhof (1965) compilou o recalque observado maximo (S,) para varias fundagdes em radier sobre areia ¢ pedregulho. Esses valores sio mostrados na Tabela 16.7 (Coluna 5) junto com os valores de B, Qita © Now A partir da Equagiio (16.47), podemos escrever 25 iguiéa Neo (eee 0,08)" B S.(mm) = (16.49) 554 — Fundamentos de engenharia geotécnica Como pode ser observado na Tabela 16.7, as larguras B para os radiers sio maiores. Portanto 2 + “35 = B F, =1+0,33 Logo, 25 qugsida — 2 Fugu KN”) 5 x = A ero) 5Neo Ne (16.50) ‘As magnitudes de S, foram calculadas por meio da Equagdo (16.50) e do uso dos valores reais de dyqisn © Nay fornecidos pela Tabela 16.7. Esses valores sio mostrados na Coluna 6 da tabela como Ireitay A TE1AGHO JE Sina) Sdotearace) & Mostrada na Coluna 7. Esta relagdo varia de 0,84 a 3,6. Portanto, é possivel concluir que a capacidade de carga liquida aceitavel para um dado recalque ad- missivel, calculado usando a relago empirica, é segura e conservadora. HERIGE Prova de carga em placa Em alguns casos, é desejavel a execugio de provas de carga em campo para determinar a capacidade de carga do solo para fundagdes. O método padrio de prova de carga no campo foi definido pela ‘American Society for Testing and Materials (ASTM) de acordo com a norma Designation D-1194 (ASTM, 1997).” Nesse tipo de ensaio sao utilizadas placas de suporte circulares de ago com 162 a 760 mm de didmetro e placas quadradas com lados de 305 mm. Tabela 16.7 Recalque maximo observado e calculado de fungdes em radier sobre areia ¢ pedregulho iain Sater) Saves) Siro) Estrutura Bim) Neo (kN/m?) (mm) (mm) Syopserve a (2) 3) (4) 6) (6) 7) T. Edison 18,3 15 29,8 15,2 30,6 2.0 Sio Paulo, Brasil Banco do Brasil 22,9 18 239,4 219 26,6 0,95 Sao Paulo, Brasil Iparanga o1 9 306.4 35,6 68,1 191 Sio Paulo, Brasil C.BLL, Esplanada 14,6 2 383,0 219 34,8 1,25 Sio Paulo, Brasil Riscala 4,0 20 229,8 12,7 23 181 Sao Paulo, Brasil Thyssen 22,6 25 239,4 24,1 19,2 08 Dusseldorf, Alemanha Ministry 15,9 20 20,2 21,6 22,0 1,02 Dusseldorf, Alemanha Chimney 20,4 10 1724 10,2 34,5 3,38 Colonha, Alemanha Colunas 2, 3, 4, 5 - Compilado de Meyerhof (1965) Coluna 6 ~ da Equagdo (16.50) *N.RT: No Brasil, é utilizada a norma NBR 6489/84 — Prova de carga direta sobre terreno de fundagdo, da ABNT. Capacidade de carga do solo para fundacées rasas 555 Um diagrama da prova de carga ¢ mostrado na Figura 16.16. Para a execugo do ensaio, uma cava de profundidade D, deve ser escavada. A largura da cava de ensaio deve ter pelo menos quatro vezes a largura da placa de suporte a ser utilizada no ensaio. A placa de suporte é colocada sobre 0 solo no fundo da cava, ¢ uma carga controlada ¢ aplicada a ela. Apés a aplicagao, a carga é mantida durante um intervalo de tempo longo o suficiente para que o recalque ocorra. Quando o recalque da placa de suporte se torna desprezivel, outra carga controlada é aplicada. Desse modo, um grafi- co da carga em fungao do recalque pode ser tragado, como mostra a Figura 16.17. A partir dos resultados da prova de carga no campo, o valor aproximado da capacidade de carga liltima do solo para sapatas reais pode ser calculado como mostrado a seguir: Para argilas, saps) = Qu place) (es) Para solos arenosos, B capata) (ae (16.52) u(sapata) = Para uma dada intensidade de carga q, 0 valor aproximado do recalque da sapata real também pode ser calculado por meio das seguintes equagdes: Figura 16.76 Diagrama da prova de BB Vigadereagio HM E22 Bll Estaca de fixagao carga em placa Carga por unidade de érea, g Recalque, 5, Figura 16.17 Curva tipica da carga em fungao do recalque tragada com base na prova de carga em placa 556 § Fundamentos de engenharia geotécnica Em argila, B kas (sapata) Sepequsy = Sipe) = (16.53) (placa) Em solo arenoso, 2B, E ‘sapata) Sesapata) = Svan 55g, (16.54) ‘(sapata) (placa) Exemplo 16.6 A capacidade de carga iltima de uma placa de 700 mm de didmetro, determinada com base em provas de carga no campo, é de 280 KN/m2, Calcule a capacidade de carga iiltima de uma sapata circular de 1,5 m de diametro. O solo é arenoso. Solugdo Da Equagiio (16.52), Bi 1,5 capa) L Tusapata) = Fuiplaca) = ae0( 25] Botacay 0,7 = 680 N/m? . Exemplo 16.7 Os resultados da prova de carga em placa em um solo arenoso so mostrados na Figura 16.18. O ta- manho da placa é de 0,305 m x 0,305 m. Determine as dimens6es de uma fundagio com coluna quadrada que deve suportar uma carga de 2500 KN com recalque maximo de 25 mm. Carga/unidade de area (kN/m*) 200 400 600 300 S 8 8 & Recalque (mm) | , | 70 Figura 16.18 Capacidade de carga do solo para fundacées rasas 557 Solugo problema deve ser solucionado por tentativa e erro, usando a tabela a seguir e a Equago (16.54). 5, correspondente a "e(piaca) Largura presumida, 7 = sy (kN/m?) ‘a.qna Coluna 3 Scapa) uSANGO (kN) B, (m) da Fig. 16.18 (mm) —_a Equagéio (16.56) (mm) a (2) (3) (4) (8) 2500 40 156,25 4,0 13,81 2500 3,0 277,80 8,0 26,37 2500 2} 244,10 68 22,67 Assim, a sapata da coluna com dimensées de 3,2 m x 3,2 m sera adequada. . UY ~Resumo e consideragées gerais Neste capitulo, foram apresentadas as teorias para o cdlculo das capacidades de carga tiltima e admis- sivel de fundagdes rasas. Os procedimentos nas provas de carga no campo e no edileulo da capacidade de carga admissivel, para solos granulares com base em critérios de recalque limitado, foram breve- mente discutidos. Varios cédigos de construgo atualmente adotados nos Estado Unidos e em outros paises for- necem valores provaveis de capacidade de carga para varios tipos de solo. E de extrema importancia entender que tais dados sio apenas valores aproximados. A capacidade de carga das fundagdes de- pende de diversos fatores: 1. Estratificagdo do subsolo 2. Parametros de resisténcia ao cisalhamento do subsolo 3. Localizagao do nivel do lengol freatico 4, Fatores ambientais 5, Tamanho e peso da edificagao 6. Profundidade da escavagio 7. Tipo de estrutura Portanto, é importante que a capacidade de carga admissivel em um local especifico seja determi- nada com base nas conclusdes do reconhecimento do solo no local, na experiéncia em construgio de fundagGes ¢ nos conceitos fundamentais das teorias de engenharia geotécnica referentes a capa- cidade de carga. As relagdes de capacidade de carga admissivel com base em observagées sobre o recalque, tais como as apresentadas na Se¢io 16.9, néo consideram o recalque causado pelo adensamento das camadas de argila. Em geral, 0 recalque excessivo resulta em rachaduras na construcdo, o que pode levar a rupturas estruturais. O recalque uniforme de uma estrutura nfo causa trincas, Entretanto, 0 recalque diferencial pode resultar nesse e em outros danos para a edificagao, _ Problemas — 16.1 A Figura 16.19 mostra uma sapata continua. Usando os fatores de capacidade de carga de Ter- zaghi, determine a carga bruta admissivel por unidade de érea (q,,,,) que a sapata pode suportar. Considere uma ruptura geral por cisalhamento. Dados: 7 = 18,08 KN/m’, c’ = 28,75 kN/m?, = 25°, D,= 1,07 m, B= 1,22 me fator de seguranga 558 16.2 16.3 16.4 16.5 16.6 16.7 16.8 Fundamentos de engenharia geotécnica Repita o Problema 16.1 com os seguintes valores: -y = 17,5 KNim®, c! = 14 KN/m?, d’ = 20°, D,=1,0m,B = 1,2 me fator de seguranga = 3. Repita o Problema 16.1 com os seguintes valores: -y = 17,7 kN/m?, c, = 48 kN/m?, ¢ = 0°, D, = 06 m, B = 0,8 me fator de seguranga = 4. Repita 0 Problema 16.1 usando a Equagao (16.39). Repita o Problema 16.2 usando a Equagao (16.39). Repita o Problema 16.3 usando a Equagio (16.39). ‘A Figura 16.20 mostra uma sapata quadrada. Determine a carga bruta admissivel, Q,, que a sapata pode suportar. Utilize a equago de Terzaghi para a ruptura geral por cisalhamento (F,=3). Dados: = 16,5 kN/m?, 7,.,= 18,55 KN/m?, c! = 0, ¢’ = 35°, B= 1,5m, D,=1,22m eh=0,6lm. Repita o Problema 16.7 com os seguintes dados: densidade do solo acima do nivel do lengol fredtico, p = 1800 kg/m*; densidade do solo saturado abaixo do nivel do lengol fredtico, Pay = 1980 ke/m; c! = 23,94 KN/m?; d/ = 25°; B = 1,8 m; D,=1,2meh=2m. Dy aan Peso especifico do solo = 7 a an g <——-_ 8 ———>| Figura 16.19 Peso especifico do solo = ~y é é Lengol freatico Figura 16.20 16.9 16.10 16.11 16.12 16.13 16.14 Capacidade de carga do solo para fundagées rasas 559 Uma sapata quadrada (B x B) deve suportar uma carga bruta admissivel de 188 kN. A base da sapata deve ficar posicionada a uma profundidade de 0,91 m abaixo da superficie do solo. Para 0 solo, si dados: ~/ = 17,29 kN/m’, c! = 9,6 KNim? e ¢’ = 20°. Se o fator de seguranga requerido for igual a 3, determine as dimensGes da sapata. Utilize os fatores de capacidade de carga de Terzaghi e ruptura geral do solo por cisalhamento. Repita o Problema 16.9 com os seguintes dados: carga bruta admissivel = 411 KN; D, = 0,61 m; 7= 18,08 KN/m’; c’ = 0; ¢! = 35° e fator de seguranga requerido = 3. Repita o Problema 16.7 usando a Equagio (16.39). A Figura 16.21 mostra uma sapata quadrada. A sapata est4 submetida a uma carga excéntrica. Nos caso a seguir, determine a carga bruta admissivel que a sapata pode suportar. Utilize o procedimento de Meyerhof e F, = 4. a. y= 17,29 kNim?, c! = 0, ¢! = 35°, B= 1,52 m, D,= 1,07 m,x=0,18m,y =0 b. = 18.87 kNim®, c! = 19,17 kN/m?, / = 25°, B= 1,83 m,D, = 1,37m,x=0,y=0,15m © p= 1950 kgim, c! = 0, #! = 40°, B=3 m,D, = 1,4m,x=0,3m,y=0 ‘Uma prova de carga em placa foi executada em um solo arenoso com uma placa de suporte de 0,3 m x 0,3 m. A carga tiltima por unidade de Area (g,) medida no ensaio foi de 184,5 kN/m?. Calcule a carga total admissivel (Q,,,,) para uma sapata de 1,8 m x 1,8 m. Utilize um fator de seguranga igual a quatro. Uma prova de carga em placa (placa de suporte de 762 mm de difimetro) foi executada em ar- gila. A carga diltima por unidade de érea (q,) medida no ensaio foi de 248,9 kN/m?. Qual deve ser a carga total admissivel (Q,.,,,) para uma sapata de coluna de 2 m de diametro? Utilize um fator de seguranga trés. Peso especifico do solo = 7 (ou massa especifica = p) ¢ Figura 16.21 560 Fundamentos de engenharia geotécnica AMERICAN SoctETY FoR TESTING AND MareRiaLs. Annual Book of Standards, ASTM, v. 04.08, West Conshohocken, Pa, 1997. Bata, A. Bearing Capacity of Foundations, Journal of the Soil Mechanics and Foundations Division, ASCE, v. 89, n. SMS, p. 12-34, 1962. Bistor, A. W., BiERRUM, L. The Relevance of the Triaxial Test to the Solution of Stability Problems, Proceedings, Research Conference on Shear Strength of Cohesive Soils, ASCE, p. 437-501, 1960. Das, B. M. Principles of Foundation Engineering. 6. ed. Toronto: Thomson, 2007. HANSEN, J. B. 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