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Origem do solo e tamanho dos graos Em geral, solos so formados a partir do intemperismo das rochas. As propriedades fisicas do solo so determinadas, em principio, pelos minerais que constituem suas particulas e, portanto, pelas rochas das quais sc derivam. Este capitulo fornece uma descrigdo sobre o ciclo das rochas, a origem do solo € a distribuigo do tamanho das particulas em uma massa de solo. Os gros minerais que formam a fase sélida de um agregado siio resultado da erosio de rochas. © tamanho de grios individuais varia amplamente. Muitas das propriedades fisicas do solo sao deter- minadas por tamanho, formato ¢ composic¢ao quimica desses gréios, Para compreender melhor esses fatores, é necessério estar familiarizado com os tipos basicos de rocha que formam a crosta terrestre, 95 minerais que formam as rochas ¢ o processo de intemperismo. Quanto a sua origem, as rochas podem ser divididas em trés tipos basicos: igneas, sedimentares € metamérficas. A Figura 2.1 mostra um diagrama do ciclo de formagao de diferentes tipos de rocha ¢ os processos associados a eles, chamado de ciclo das rochas. A seguir, temos uma breve andlise de cada elemento do ciclo das rochas. 50, cimentaglo, rita saei0r tea¢a6 Rochas sedimentar “;; ousyiounropy Otusszaduayan “os Rocha { Roche ‘metamérfica i fignea Magma Ciclo da rocha W 12° Fundamentos de engenharia geotécni Rocha /gnea Rochas igneas so formadas pela solidificagao de magma findido expelido pelo manto terrestre. Apés ser expelido através de erupedo fissural ou erupedo vulednica, uma quantidade desse mag- ma resfria na superficie da Terra. As vezes, a mobilidade do magma cessa abaixo da superficie e esse se resfria, formando rochas igneas intrusivas chamadas rochas pluténicas. A rocha intrusiva formada no passado pode atingir a superficie como resultado de um Processo continuo de erosaio dos materiais que a cobriam. A classificagéio dos tipos de rochas igneas, formadas pelo resfriamento de magina, depende de fatores como a composi¢ao do magma e a taxa de resfriamento desta composigaio. Apés conduzir di- versos ensaios de laboratorio, Bowen (1922) conseguiu explicar a relago da taxa de resfriamento do magma com a formagio de diferentes tipos de rocha. Sua explicac2o ~ conhecida como Principio da reacito de Bowen ~ descreve a sequéncia na qual novos minerais s4o formados a medida que o magma resfria. Os cristais minerais ficam maiores e alguns se sedimentam. Aqueles que permanecem sus- ensos no liquide reagem com o material fundido para formar um novo mineral, a uma temperatura mais baixa. Esse processo continua até que todo corpo fundido esteja solidificado, Bowen classificou essas reagdes em dois grupos: (1) série de reagdo ferromagnesiana descontinua, na qual os minerais formados sao diferentes em suas composigdes quimicas ¢ estrutura cristalina, e (2) série de reagdo de feldspato plagioclasio continua, na qual os minerais formados tém diferentes composiges com estruturas cristalinas semelhantes. A Figura 2.2 mostra a série de reacdo de Bowen, ja as composigdes quimicas de minerais sao apresentadas na Tabela 2.1, e a Figura 2.3 é uma microscopia eletronica de Menor resistencia Cristalizagio a a0 intemperismo ‘emperaturas mais altas Olivina Feldspato cileico @ ~ v ; ‘Augita 7 | | — (a | i Ss Homblenda Feldspato sédico | %, N Y * oo | | atm, S 7 oe | | Soy Mey, Biotta (mica preta Se | | %, s | “ou “Yin, 4 ss | t Ontoclasio oo ! (Feldspato potéssico) | | | | | : | I Muscovita | 1 (nica branca) | Maior resistencia * Cristalizagio a 20 intemperismo Quartz0 temperatures mais baixas Figura 2.2 Série de reagio de Bowen Mineral Composicéo Olivina (Mg, Fe),SiO, Augita Ca, Na(Mg, Fe, Al)(Al, Si,O,) Homblenda Silicato ferromagnesiano complexo de Ca, Na, Mg, Tie Al Biotita (mica preta) K(Mg, Fe), AISi,O,,(OH), Plagioclisio [ feldspato céleico —Ca(AI,Si,0,) feldspato sddico _ Na(AISi,O,) Onoclasio (feldspato potéssico) K(AISi,O,) \fzscovita (mica branca) KAL,Si,0,9(OH), ar7z9 SiO, varredura de uma superficie fraturada de quartzo, exibindo fraturas vitreas sem cliv creta. A Figura 2.4 é uma microscopia eletrénica de varredura que mostra a clivagem basal ce individuais de mica. Desta forma, dependendo das proporgdes dos minerais disponiveis, so formados diferentes ~ pos de rocha ignca. Granito, gabro c basalto sao alguns dos tipos comuns de rocha ignea, geralmente encontrados em campo. A Tabela 2.2 refere-se a composi¢ao geral de algumas dessas rocha Figura 2.3 Microscopia eletrénica de varredura de uma superficie fraturada de quartzo, exibindo fraturas semelhantes a vidro sem superficie planar discreta (Cortesia de David J. White, lowa State University, a Ames, Iowa.) Exar Figura 2.4 Microscopia eletrdnica de varredura mostrando clivagem basal de gris individuais de mica (Cortesia de David J. White, lowa State University, Ames, Iowa.) 14 Composigao de algumas rochas igneas Nome da Modo de rocha ocorréncia Textura Minerais abundantes Minerais menos abundantes Granito _Intrusivo —Grossa._-——Quartzo, feldspato sdico, Biotita, muscovita, Ridlito -Extrusivo. Fina feldspato potissico homblenda Gabro_Intrusivo —Grossa_—_—Plagiclsio, piroxénios, Homblenda, biotita, Basalto _Extrusivo Fina olivina magnetita Diorita Intrusive. Grossa__-Plagioclasio, homblenda—_—Biotita, piroxénios (quartzo AndesitaExtrusivo Fina geralmente ausente) Sienita Intrusivo —-Grossa Feldspato potassico Feldspato s6dico, biotita, Traquito Extrusivo Fina homblenda Peridotito — Intrusivo Grossa Olivina, piroxénios Oxidos de ferro Intemperismo Intemperismo é 0 processo de desgaste rochoso por meio de processos mecdnicos e quimicos. O in- temperismo mecdnico pode ser causado pela expansio contragio das rochas em fung4o do cons- tante ganho e perda de calor, resultando na desintegragao. Muitas vezes, a agua penetra nos poros ¢ nas rachaduras existentes nas rochas. Com a queda da temperatura, a Agua congela e expande. A pressiio exercida pelo gelo em fungio da expansio do volume é forte o suficiente para quebrar as rochas, mesmo as maiores. Outros agentes fisicos que ajudam a desintegrar as rochas sio as geleiras glaciais, 0 vento, a agua corrente de riachos ou rios € as ondas do mar. E importante saber que, no intemperismo mecénico, rochas grandes sfio quebradas em pedagos menores sem qualquer alterago na composigao quimica. A Figura 2.5 mostra diversos exemplos de intemperismo mecanico resul- tante do impacto das ondas do mar e do vento em Yehliu, Taiwan. Essa area est localizada em um cabo longo e estreito no lado noroeste de Keelung, cerca de quinze quilémetros entre a costa norte de Chin Shan e Wanli. Erosiio mecdnica devida a ondas oceanicas e vento em Yehliu, Taiwan (Cortesia de Braja M. Das, Henderson, Nevada.) (continuagao) 15 igentiaria LACE EH No intemperismo quimico, os minerais originais da rocha so transformados em novos minerais pormeio de reagdes quimicas, A égua ¢ 0 didxido de carbono da atmosfera formam o acido carbénico, que reage com os minerais existentes nas rochas, formando novos minerais e sais soliveis. Os sais sohiveis presentes nos lengdis fredticos e os dcidos orgénicos formados pela decomposigao de matéria também contribuem para o intemperismo quimico, Um exemplo de intemperismo quimico do orto- cldsio para formar minerais da argila, silica e carbonato de potissio soliivel é apresentado a seguir: H,0 + CO, + H,CO, + H* + (HCO,)" Acido carnico 2K(AISi0,)+ 2H” +H,0 + 2K* + 48i0,+ Al,Si:0,(OH), ortolisio silica caulinita -\ maior parte dos fons de potassio liberados é levada em solug%io como carbonato de potassio ¢ ab- sorvida pelas plantas. O intemperismo quimico do feldspato plagioclisio é semelhante ao do ortoctisio, uma vez que produz minerais de argila, silica e diferentes sais soliveis. Os mincrais ferromagnesianos também Zormam esses produtos quimicos. Além disso, o ferro e 0 magnésio, em minerais desse tipo, resultam Sutros produtos como hematita ¢ limonita. O quartzo € altamente resistente ao intemperismo e Tenas levemente sohivel em agua. A Figura 2.2 mostra a susceptibilidade ao intemperismo dos ements que formam as rochas. Os minerais formados a altas temperaturas na série da reagao de en so menos resistentes a erostio do que aqueles formados a temperaturas mais baixas. © processo de intemperismo nao esta limitado a rochas igneas. Como mostrado no ciclo das rochas 1), rochas sedimentares e metamérficas também sofrem intemperismo de forma semelhante, to. com base na breve andlise anterior, podemos ver como 0 processo de intemperismo =macdes rochosas sélidas em fragmentos menores de varios tamanhos, que variam desde até particulas mindsculas de argila. Agregados nao cimentados de pequenos grifos em varias proporgdes formam diferentes tipos de solo. Os minerais de argila, produto de quimico de feldspatos, ferromagnesianos ¢ micas, fornecem a propriedade plastica dos importantes minerais de argila: (1) caulinita, (2) ilita e (3) montmorilonita, (Discutiremo: de argila posteriormente neste capitulo.) Transporte de produtos do intemperismo Os produtos do intemperismo podem ficar no mesmo lugar ou ser deslocados através do gelo. da gua, do vento e da gravidade. Os solos formados por produtos do intemperismo em seu lugar de origem sao chamados solos residuais, que tem como caracteristica importante a graduagao do tamanho das suas particulas. Solos de gros refinados sfio encontrados na superficie e o tamanho dos gros aumenta conforme a profun- didade. Em locais mais profundos, também podem ser encontrados fragmentos de rocha angulares. Os solos transportados podem ser classificados em diversos grupos, dependendo do seu modo de transporte ¢ sedimentagao: Solos glaciais — formados pelo transporte e sedimentagao de geleiras. Solos aluviais — transportados pela égua corrente e depositados ao longo dos rios. Solos lacusires — formados pela sedimentaco em lagos de égua parada. =. Solos marinhos ~ formados pela sedimentagio nos oceanos. Solos edlicos — transportados e depositados pela ago dos ventos. +. Solos coluviais ~ formados pelo transporte do solo de seu local original pela gravidade, como em deslizamentos de terra. Rocha sedimentar Os depésitos de pedregulhos, areia, silte ¢ argila formados pelo intemperismo podem ser compacta- dos pela sobrecarga de presso e cimentados por agentes como o dxido de ferro, a calcita, a dolomita © 0 quartzo. Os agentes de cimentagdo sao geralmente carregados em forma de solucao pelas aguas subterrdneas. Eles preenchem os espagos entre as particulas e formam rochas sedimentares. As rochas formadas desta maneira sao chamadas rochas sedimentares detriticas. Todas as rochas detriticas tém uma textura cldstica. A seguir, sio apresentados exemplos de rochas detriticas com textura clistica. Tamanho da particula Granular ou maior (tamanho do gro de 2 mm-4 mm ou maior) Conglomerado Areia Arenito Silte ¢ argila Argilito ¢ folhelho No caso dos conglomerados, quando as particulas so mais angulares, a rocha é chamada de brecha. Em arenitos, o tamanho das particulas pode variar de 7; mm a2 mm. Quando 0s gros do arenito so em sua maioria de quartzo, a rocha é chamada de ortoquartzito. Em argilito e folhelho, o tamanho das particulas tem em geral menos de 7g mm. O argilito possui aspecto compactado. Porém, no caso do folhelho, a rocha ¢ dividida em placas laminadas Arocha sedimentar também pode ser formada por processos quimicos. Esses tipos de rocha sio clasificados como rochas sedimentares quimicas, ¢ podem apresentar uma textura clastica ou ndo clastica. A seguir, esto alguns exemplos de rochas sedimentares. Composigao Rocha Caleita (CaCO,) Caleério Halita (NaCI) Cloreto de sédio Dolomita [CaMg(CO,)] Dolomita Gipsita (CaSO, x 2H,0) Gipso ‘0 caicano ¢ formado principalmente por carbonato de calcio, depositado tanto por organismos quanto pee Drocessos inorganicos. A maioria dos calcdrios tem textura clastica, embora texturas nao clasti- ses ‘também possam ser comumente encontradas. A Figura 2.6 mostra a microscopia eletronica de varredura de uma superficie fraturada de caledtio. Os griios individuais de calcita indicam clivagem remboédrica. O giz é uma rocha nio sedimentar constituida, em parte, por calcita de derivago bio- guimica. que é um conjunto de fragmentos estruturais de plantas e animais microscépicos, A dolo- mita € formada tanto pela sedimentagdo quimica de carbonatos misturados, quanto pela reagiio do magnésio presente na égua com o calcério. A gipsita e a anidrita resultam da precipitagdo de CaSO, sohivel, devido a evaporagao da Agua do mar, e pertencem a uma classe de rochas geralmente conhe- cidas como evaporitos. O cloreto de sédio (NaCl) é outro exemplo de evaporito que tem origem nos depésitos de sal da gua do mar. Arocha sedimentar pode passar por intemperismo e formar sedimentos ou ser submetida ao processo de metamorfismo e transformar-se em rocha metamérfica, Rocha metamérfica Metamorfismo & 0 processo de alteragzo da composigao e textura das rochas (sem fusiio) em razio do calor e da pressio. Durante a metamorfose, novos minerais so formados e os gros sfio cisa~ Ihados, conferindo uma textura foliada 4 rocha metamérfica. Gnaisse é uma rocha metamérfica derivada do metamorfismo regional de grau elevado de rochas igneas, como granito, gabro e diorita. O metamorfismo de grau baixo de folhelhos ¢ argilitos forma a ardésia. Os minerais de argila pre- sentes no folhetho transformam-se em clorita e mica pelo calor. Desta forma, a ardésia é composta principalmente por placas desses elementos. 0 filito é uma rocha metamérfica derivada da ardésia que passou por mais processos metamérficos, sendo submetida a uma temperatura entre os 250 € 300 °C. O xisto é um tipo de rocha metamérfica derivada de diversas rochas igneas, sedimentares e metamérficas de grau baixo com uma textura bem foliada e placas visiveis de minerais em lami- nares ¢ micdceos. Em geral a rocha metamérfica também contém grandes quantidades de quartzo e feldspato. . Microscopia eletronica de varredura de uma superficie fraturada de caleario (Cortesia de David J. White, lowa State University, Ames, Iowa.) O mérmore é formado por calcita e dolomita, por meio de recristalizagao, O do marmore so maiores que aqueles presentes na rocha original. © marmore verde é colorce 2c homblendas, serpentina ou talco. O marmore preto contém material betuminoso e o marmore ma: contém éxido de ferro ¢ limonita. O quartzito é uma rocha metamérfica formada de arenito, rice e=: quartz. A silica entra nos espagos vazios entre 0 quartzo e 0s gros de areia, atando como um agente cimentador. O quartzito é uma das rochas mais duras na natureza. Quando submetidas ao calor e pres- sdo extremos, rochas metamérficas fundem-se ¢ formam 0 magma, reiniciando 0 ciclo. Como discutido na seco anterior, o tamanho das particulas que compdem o solo variam muito. O solo geralmente recebe a denominagao pedregulhos, areia, silte ou argila, dependendo do tamanho predominante das particulas presentes. Para descrever os solos pelo tamanho das particulas, diver- sas organizagdes desenvolveram classificagdes de tamanho. A Tabela 2.3 mostra as classificagdes de tamanho de particula desenvolvidas pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), pela Associacio Americana de Rodovias Estaduais e Autoridades de Transporte (AASHTO), pelo Corpo de Engenharia do Exército dos Esta- dos Unidos (U.S. Army Corps of Engineers) e pelo Bureau de Reclamagdes dos Estados Unidos (U.S. Bureau of Reclamation). Nessa tabela, o sistema MIT € apresentado apenas para fins de ilustragao. Esse sistema é importante na historia do desenvolvimento dos limites de tamanho de particulas pre- sentes nos solos. Porém, o Sistema Unificado de Classificagio de Solos agora ¢ aceito de maneira quase universal ¢ foi adotado pela Sociedade Americana para Testes ¢ Materiais (ASTM). A Figura 2.7 mostra os limites de tamanho em forma de grafico. Pedregulhos sto pedagos de rochas com algumas particulas de quartzo, feldspato e outros mi- nerais. Particulas de areia so constituidas principalmente por quartzo e feldspato, mas outros grios sninerais também podem estar presentes. A Figura 2.8 mostra a microscopia eletrénica de varredura de alguns gros de areia, Observe que os gros maiores mostram o arredondamento que pode ocorrer como resultado do desgaste durante o transporte intermitente pelo vento e/ou agua. A Figura 2.9 & uma ampliagao dos gros destacados na Figura 2.8 revela algumas pequenas particulas de argila gmudadas a grdos de areia maiores, Siltes sao fragdes de solo microscépicas que consistem em grios de quartzo bem refinados ¢ algumas particulas em forma de placas, que so fragmentos de minerais Classificagdes do tamanho das particulas Tamanho do gro (mm) Nome da organizacéo Pedregulho Areia Silte Argila Instituto de Tecnologia de Massachusetts >2 200,06 0,060,002 < 0,002 (MIT) Departamento de Agricultura dos Estados >2 240,05 0,050,002 << 0,002 Unidos (USDA) Associago Americana de Rodovias 762a2 240,075 —0,075.20,002 << 0,002 Estaduais ¢ Autoridades de Transporte \ AASHTO) Sistema Unificado de Classificagaio 76,2475 4,75 20,075 Graos finos de Solos (Corpo de Engenharia do (por exemplo, siltes ¢ argilas) Exército dos Estados Unidos, Bureau < 0,075 de Reclamagées dos Estados Unidos @ Sociedade Americana para Testes ¢ Materiais) ‘Observagéo: Aberturas de peneiras de 4,75 mm sio encontradas em uma peneira no padrio americano 1 aberturas de 2 mm, em uma peneira no padrio americano n® 10; aberturas de 0,075, em uma peneira no p. americano n® 200. Observe a Tabela 2.5 Instituto de Tecnologia de Massachusetts Departamento de Agricultura dos Estados Unidos A\ssoviagdo Americana de Rodovias Estaduais e Autoridades de Transporte Sistema Unificado de Classificagio do Solo oe 100 10 10 OL 0.01 0,001 Tamanho do geiio (mm) Pedregulho T]Areia CO sitte 8 site e argila 1) Argila Limites de tamanhos de particulas de solo por varios sistemas de classificagao Microscopia eletrénica de varredura de alguns grdos de areia (Cortesia de David J. White, lowa State University, Ames, Iowa.) sos. Argilas sio formadas principalmente por particulas lamelares, microsedpicas e submicros- de mica, argilominerais e outros minerais. © apresentado na Tabela 2.3 ¢ na Figura 2.7, argilas geralmente sdo definidas como parti- ezores que 0,002 mm, No entanto, em alguns casos, particulas de 0,002 e 0,005 mm também somo argila. Particulas classificadas como argila com base em seu tamanho podem nao mrinerais. As argilas foram definidas como particulas que “desenvolvem plasticidade a0 @ uma quantidade de agua limitada” (Grim, 1953). (A plasticidade é a propriedade Fossuem de se tornarem uma massa plistica quando contém certa quantidade de gua.) Ampliagao dos grdos de areia mostrados na Figura 2.8 (Cortesia de David J. White, Iowa State University, Ames, Iowa.) Sclos nao argilosos podem conter pequenas particulas de quartzo, feldspato ou mica que se encaixam nesta classificagaio. Consequentemente, é adequado que particulas de solo menores que 2 microme- 3s (2 jam) ou 5 micrémetros (5 jum) sejam chamadas de particulas com tamanho de argila e no de zsile, como definido em sistemas diferentes. As particulas de argila possuem principalmente tama- rho coloidal (< 1 jum), ¢ 2 jm parece ser o limite superior. Aczilominerais sdo silicatos de aluminio complexos compostos por duas unidades basicas: (1) tetrae- : de silica ¢ (2) octaedro de alimina. Cada unidade de tetraedro consiste em um atomo de silicio ézado por quatro atomos de oxigénio (Figura 2.10a). A combinagao de unidades de silica tetraé- cas resulta em uma /dmina de silica (Figura 2.10b). Os trés atomos de oxigénio na base de cada xz2edro sto compartilhados pelos tetraedros vizinhos. As unidades octaédricas consistem em um xemo de aluminio rodeado de seis hidroxilas (Figura 2.10c), ¢ a combinagao de unidades octaédricas de bidréxido de aluminio formam uma lamina octaédrica. (Também chamada de Idmina de gibsita - ‘a 2.10d.) Algumas vezes, o magnésio substitui os atomos de aluminio nas unidades octaédri Nesse caso, a lamina octaédrica é chamada de lamina de brucita Em uma lamina de silica, cada atomo de silicio com uma carga positiva de quatro ¢ ligado a qua- wz atomos de oxigénio com um total de carga negativa de oito, No entanto, cada dtomo de oxigénio mz ase do tetraedro ¢ ligado a dois étomos de silicio, ou seja, 0 atomo de oxigénio do topo de cade tz:dade tetraédrica possui uma carga negativa de um, para balancear. Quando a lamina de silica é co- locada sobre a lamina octaédrica, como mostra a Figura 2,10e, esses atomos de oxigénio substi 2s Sidroxilas para balancear suas cargas. A caulinita, um dos trés importantes argilominerais, consiste em repetidas camadas é silica e gibsita elementares em uma estrutura 1:1, como mostram as Figuras 2.11 ¢ 2.1 mzda tem cerca de 7,2 A de espessura. As camadas so mantidas unidas por pontes de =: 2: inita aparece como um conjunto de lamelas, cada uma com dimensao lateral de 1.00 = e espessura de 100 a 1.000 A. A area da superficie das particulas de caulinita p. @ eo = as 2 @ ese @D ©.) Oxigénio @ © VSilicio @® ) DP Oviveri0 J Hidroxila @ Aluminio @ w Siticio 2 (a) Tetraedro de silica; (b) lamina de silica; (c) octaedro de alumina; (d) lamina octaédrica (gibsita); (e) lamina elementar de silica-gibsita (Segundo Grim, 1959. Com permissio da ASCE.) tem cerca de 15 m’/g. A drea da superficie por massa de unidade ¢ definida como superficie espe- eifica. A Figura 2.13 mostra uma microscopia eletrénica de varredura de uma amostra de caulinita. A ilita, 4s vezes chamada de hidromica, consiste em uma lamina de gibsita ligada a duas laminas de silica — uma na parte superior ¢ outra na parte inferior (Figuras 2.14 e 2.12b). As camadas de ilita io ligadas por ions de potdssio. A carga negativa para balancear os ions de potdssio vem da substi- ‘taigS0 de aluminio por silicio nas laminas tetraédricas. A substituigao de um elemento por outro sem snub alteraco na forma cristalina é conhecida como substituicéo isomérfica, Particulas de ilita gembnente tém dimensdes laterais que variam de 1.000 a 5.000 A e espessuras entre 50 ¢ 500 A. Asmperficie especifica das particulas é de cerca de 80 m’/g, 23 PD Mrignio J Hidroxila Q@ Aluminio @ @ Silicio Estrutura atémica da montmorilonita (Segundo Grim, 1959. Com permissdo da ASCE.) Lémina de silica Lamina de silica Lamina de gibsita Lamina de gibsita Lamina de gibsita Lamina de silica Lémina de silica Lamina de Silica & & Potissio 1nH,0 e cétions intercambiveis . Espagamento Lamina de silica basal Lamina de silica 10A varidvel ~de AQA Lamina de gibsita Lamina de gibsita 9,6 A até a completa Lémina de gibsita separagio Lamina de silica Lamina de silica | Lamina de silica @ &) © C1 Lamina de gibsita C] Lamina de silica ~@ Potissio gure 2. Diagrama das estruturas da (a) caulinita; (b) ilita; (c) montmorilonita A montmorilonita tem uma estrutura semelhante & da ilita, ou seja, uma lamina de gibsita entre cas ldminas de silica (veja as Figuras 2.15 ¢ 2.12c.) Na montmorilonita ha substituigao isomérfica de magnésio e ferro por aluminio nas laminas octaédricas. Os fons de potdssio nao esto presentes como na ilita e uma grande quantidade de 4gua é atraida para os espacos entre as camadas. Particulas 4c montmorilonita geralmente tém dimensdes laterais que variam de 1.000 a 5.000 A e espessuras entre 10 ¢ 50 A. A superficie especifica das particulas & de cerca de 800 mg, A Figura 2.16 é uma microscopia eletrénica de varredura do tecido de montmorilonita 24 Fundamentos de engenharia geotécnica Figura 2.13 Microscopia eletrénica de varredura de algumas amostras de caulinita (Cortesia de David J. White, lowa State B University, Ames, lowa.) wD Orisenio J Hidroxila Q@ Aluminio G \ Potissio @ @ Silicio re 2.74 Bstrutura atémica da ilita de nH,0 1D Ovistcio LJ Hidroxta Q] Alumbio, ero emugnésio W g Silico, oeasonament luminio. Figura 2.16 Estrutura atémica da montmorilonita (Segundo Grim, 1959. Com permissiio da ASCE.) Figura 2.16 Microscopia eletrénica de varredura mostrando concentrago montmorilonita (Cortesia de David J. Fhite, Lowa State University, Ames, Sowa.) 26 — Fundamentos de engenharia geotécnica Além da caulinita, ilita e montmorilonita, os outros minerais de argila comuns geralmente en- contrados so a clorita, a haloisita, a vermiculita ¢ a atapulgita. As particulas de argila possuem uma carga negativa em suas superficies, que ¢ resultado da subs- tituigdo isomérfica ¢ da quebra da continuidade da estrutura em suas extremidades. Cargas negativas grandes sio derivadas de superficies especificas maiores. Também ha alguns locais com carga positiva nas extremidades das particulas. Uma lista dos inversos das médias das densidades de carga superfi- ciais negativas de alguns minerais de argila pode ser encontrada a seguir (Yong ¢ Warkentin, 1996): Inverso da média de densidade de carga de superficie Mineral de argila (A?/carga eletrénica) Caulinita 25 Mica de argila e clorita 50 Montmorilonita 100 Vermiculita 15 Em argila seca, a carga negativa é balanceada por cétions intercambiveis como Ca’, Mg?+, Na* e K* rodeando as particulas mantidas por atracdo eletrostatica. Quando a agua é adicionada 4 argila, esses cétions ¢ alguns anions flutuam em volta das particulas de argila. Essa configuragdo é chamada de dupla camada difusa (Figura 2.17a). A concentrago de cations diminui conforme a dis- tancia da superficie da particula (Figura 2.17b). As moléculas de agua sio polares. Os dtomos de hidrogénio nio sdo axissimétricos em volta de um dtomo de oxigénio, mas apresentam um Angulo de ligagao de 105° (Figura 2.18). Como resultado, uma molécula de agua possui uma carga positiva de um lado ¢ uma carga negativa de outro, fendme- no este conhecido como dipolo. A gua dipolar é atraida tanto pela superficie negativamente carregada das particulas de argila quanto pelos cétions na camada dupla. Os cétions, por sua vez, sao atraidos pelas particulas do solo, Um terceiro mecanismo onde a Agua é atraida para as particulas de argila ¢ a ponte de hidrogénio, na qual os étomos de hidrogénio presentes nas moléculas de agua sio compartilhados com os étomos de oxigénio na superficie da argila, Alguns cétions parcialmente hidratados na gua intersticial tam- bém so atraidos para a superficie das particulas de argila. Esses cétions atraem moléculas de 4gua dipolares. Todos os mecanismos de atrag&o da égua para a argila so apresentados na Figura 2.19. A forga de atragio entre a dgua e a argila diminui de acordo com a disténcia das particulas em relago a superficie. Toda 4gua presa is particulas de argila pela forga da atragdo é conhecida como dewa de tei ee Concentragio de fons t+ te a \ +o + + a 7 ; Superficie da particula de argila ae @ ®) Figura 2.17 Dupla camada difusa Oxigénio Hidrogénio rad Hidrogénio “ ic Figura 2.18 Caréter dipolar da agua Molécula de égua dipolar 13 Cation 5 y PD Motécula de dguecipolar * Panticula de argila 22,79 Atracdo de moléculas dipolares em dupla camada difusa dupla camada. A camada mais interna desta Agua, que é bem presa pela argila, é conhecida como agua adsorvida, sendo mais viscosa que a agua livre. A Figura 2.20 mostra a Agua absorvida e a de dupla camada em particulas tipicas de montmori- Jonita ¢ caulinita, Esta orientagdo da agua em volta das particulas de argila dé aos solos de argila suas propriedades plasticas. E necessario compreender que a presenca de argilominerais em um agregado de solo influencia muito as propriedades de engenharia do solo como um todo. Quando a umidade est presente, o com- portamento de um solo ser bastante alterado 4 medida que a porcentagem do contetido de mineral de argila aumenta, Para todos os fins priticos, quando o conteiido argiloso ¢ de cerca de 50% ou mais, as particulas de areia e de silte flutuam em uma matriz de argila, e os minerais desse elemento determi- nam as propriedades de engenharia do solo. © peso especifico relativo é definido como a razio do peso espeeifico de determinado material para 0 peso especifico da agua. O peso especifico relativo dos sdlidos geralmente é necessirio para executar diversos cdlculos na mecanica dos solos, ¢ pode ser determinado mais precisamente em laboratério. A Tabela 2.4 mostra o peso especifico relativo de alguns minerais comuns encontrados nos solos. sendo a maioria dos valores em um intervalo de 2,6 a 2,9. O peso especifico dos sélidos de uma areia de cor clara, composta principalmente por quartzo, pode ser estimada em cerca de 2,65: para solos de argila esilte, esse valor pode variar de 2,6 a 2,9. SO aspeciticn reiative Pasticula de montmorilonita tipica, 1.000 A por 10.A Particula de caulinita tipica, 10.000 A por 1.000 A El Cristal de montmoritonita [=] Agua absorvida Wh Cristal de caulinita © Agua de dupla camada ‘Agua na argila (Reproduzido segundo Lambe, 1958. Com permissao da ASCE.) Mineral Quartzo Caulinita Lita Montmoritonita Haloisita Feldspato potassico Feldspato sédico e cileico Clorita Biotita Muscovita Hornblenda Limonita Peso especifico relativo de minerais comuns Peso especifico, G, 2,65 2.6 28 237 2,62-2,76 2,6-2,9 2,8-3,2 2,76-3,1 3,0-3,47 3,6-4,0 3,27-3,7 29 dma:ise granulométrica ¢ a determinagio do tamanho das particulas presentes em um solo, expressa ‘gamo uma percentagem do peso seco total. Em geral, sao utilizados dois métodos para encontrar a sxribuicdo do tamanho dos graos do solo: (1) ensaio de peneiramento ~ para particulas com diame- feos maiores que 0,075 mm; (2) ensaio de sedimentago — para particulas com diémetros menores zz 0.075 mm. Os principios basicos do ensaio de penciramento e do ensaio de sedimentagdo sfio descritos brevemente nas duas segdes seguintes. Ensaio de peneiramento O ensaio de peneiramento consiste em agitar uma amostra do solo em um. confunto de peneiras que gpossuem furos progressivamente menores. Os niimeros das peneiras no padrac americanc ¢ 0 tama- ‘mito das aberturas sio fornecidos na Tabela 2.5. As peneiras usadas para anzlise do solo geralmente possuem 203 mm (§ po. de didmetro. Para gealizar 0 ensaio de peneiramento, deve-se primeiro secar o solo na estufa ¢ quebrar sodes os torrdes em particulas pequenas. A amostra é ent&io peneirada por uma pilha de peneizas com aberturas de mmaiha de tamanho decrescente, do topo para o final (€ colocado um recipiente embaixe da pilha eramado fundo). A Figura 2.21 mostra um conjunto de peneiras em um agitador usado pare realizar @ensaio em laboratério. A peneira com a menor abertura que deve ser usada para 9 de ensaio a pencira n® 200. Apés o solo ser peneirado, a massa retida em cada peneira ¢ determ:nada. Quando solos coesivos so analisados, pode ser dificil quebrar os torres. Nesse caso. © i deve ser mmisturado com agua para formar um liquido e, entio, ser despejado nas peneiras. As poredes retidas da em cada (em cada peneira sao coletadas separadamente e secas em uma estufa antes que a mas: peneira seja medida. 2 Determine a massa de solo retida em cada peneira (por exemplo, M,, M..-- Mi. exemplo, M,) Determine a massa total do solo: M, + M, +++: + M,+ + +M, +M, Determine a massa acumulada de solo relids acima de cada peneira, Bara a -és My + My ++ +M, 44 A'massa de solo que passa na i-ésima peneita é SM~(M, + M, + Mi $ A porcentagem de solo que passa pela i-ésima peneira (ou percentagem pas EM ~(M, + M, +--M,) DM pene, 2 de F= 100 ‘Tamanhos de penciras segundo o padrio amerieano NN2 da peneira Abertura (mm) Ne da peneira Abertura imm 4 475 35 5 4,00 40 6 335 50 7 2,80 60 8 2,36 70 10 2,00 80 12 1,70 100 14 1,40 120 16 1,18 140 18 1,00 170 20 0,850 200 25 0,710 270 30 0,600 Conjunto de peneiras para ensaio em laboratorio (Cortesia de Braja M. Das, Henderson, Nevada.) Assim que a percentagem passante em cada peneira é calculada (etapa 5), os célculos sao regis- trados em um papel de grifico semilogaritmico (Figura 2.22), com a percentagem passante indicada na ordenada do grafico (escala aritmética) e o tamanho da abertura da peneira, na abscissa do grafico escala logaritmica). Esse registro é chamado de curva de distribuigéo granulométrica. Ensaio de sedimentacéo O ensaio de sedimentagao é baseado no principio da sedimentagdo dos griios de solo na 4gua. Quando uma amostra de solo é dispersa na 4gua, as particulas sedimentam em velocidades diferentes, depen- 100 100 5,0 10 0,5 01 0,05 Tamanho da parti la (mm) ~ escala logaritmica Curva de distribuigao granulométriea dendo de sua forma, tamanho, peso ¢ da viscosidade da 4gua. Para simplificar, supde-se que 10 particulas do solo sejam esferas e que sua velocidade possa ser expressa pela lei de Stokes, s aqual: ya Pfu py? (21) 187) onde v = velocidade p, = massa especifica das particulas do solo p,, = massa especifica da dgua 7) = viscosidade da égua D = diametro das particulas do solo Portanto, a partir da Equagiio (2.1), Dees eee 2 (2.2) Ps Pw VPs Py VE Distancia L onde y = ==. Tempo ¢ Observe que 2, = Gp, 23) Portanto, 0 combinar as Eqs. (2.2) e (2.3) temos 187 ff p= {1 [E G—Da,Ve ) Se 1 for dado em (g x s)/cm?, p, em g/em?, L em cm, tem min, e D em mm, entio D(mm) _ | 181 ((g x s)/em"] L(cm) 10 (G, —p,,(g/em?) Y t(min) x 60 Considere p,, aproximadamente igual a 1 g/cm’, de forma que _ , [item ' D(mm) = K nin) (2.5) a 24 (G-) Observe que o valor de K é uma fung&o de G, en, que depende da temperatura do ez la 2.6 mostra a variagaio de K com a temperatura de ensaio e o peso especifico relazvc do solo. onde Temperatura — -— * a ——— --- (°c) 245 2,50 2.65 270 275 280 16 0.01510 0,01505 0.01457 0.01435 0,014140,01394 —0,01374 7 0.01511 0,01486 0.01462 0,01439 0.01417 0.01396 0,01376 _0,01356 18 0.01492 0,01467 0,014430,01421 0.01399 0,01378 —0,01359 0.01339 19 0.01474 0.01449 0,01425 001403 0.01382 0,01361 0,01342—_0,01323 20 0.01456 0,01431 0,01408 0,01386 0.01365 0,01344 —0,01325 _0,01307 21 0,01438 001414 0,01391 0,01369 4.01348 001328 0,01309 0.01291 22 0.01421 0,01397 0,01374_0,01353 0.01312 0,012940,01276 23 0,01404 0,013810,01358 —0,01337 001297 0,01279 0,01261 24 0.01388 0,01365 0,01342_0,01321 0,01282 0,01264 —0,01246 25 0,01372 0,013490,01327 _0,01306 0,01267 001249 0,01232 26 0,01357 0,01334 0,01312_0,01291 001253 0,01235 0,01218 27 0,01342 0,01319 0,01297_0,01277 0.01239 001221 0,01204 28 0,01327 0,01304 0,01283 0,0126+ 0,01225 0,012080,01191 29 0.01312 0,01290 0,01269 _0,01249 0.01212 001195 0,01178 1276 0,01256 0,01236 0.01199 0,01182 0,01169 30 0,01298 0, 4 De acordo com ASTM (2007) No laboratétio, 0 ensaio de sedimentagio € conduzido em um cilindro de sedimentagao, geral- mente com 50 g de amostra seca em estufa. Algumas vezes. também sao usadas amostras de 100 g. © cilindro de sedimentagio tem 457 mm de altura. 63.5 mm de diametro e é preparado para um volume de 1000 ml. O hexametafosfato de sddio € normaimente usado como agente defloculante. volume da suspensio dispersa do solo é elevado para 1000 m! pela adigo de agua destilada. A Fi- gura 2.23 mostra um densimetro tipo ASTM 152H. Quando o densimetro é colocado na suspensio de solo por um tempo t, medido a partir do inicio da sedimentag&o, ele mede peso especifico ao redor do bulbo a uma profundidade L (Figura 2.24). © peso especifico & uma fungio da quantidade de particulas de solo presentes por volume de sus- pensio aquela profundidade. Além disso, em um tempo 1. 2s particulas de solo em suspensto a uma profundidade L apresentarao um didmetro menor que D. como calculado na Eq, (2.5). As particulas menores teriam sedimentado além da zona de medi¢4o. Os densimetros sto desenvolvidos para deter- minar a quantidade de solo, em gramas, que ainda est em suspensio, Eles sao calibrados para solos que posstiem um peso especifico relativo, G, de 2,65; para solos com outro peso especifico relativo 6 necessario fazer uma corregdo. Sabendo a quantidade de solo em suspensio, L e r. podemos caleular a percentagem de solo em massa cujo didmetro é menor que dado didmetro. Observe que L é a profundidade medida a partir da superficie da agua até o centro de gravidade do bulbo do densimetro, no qual a densidade da suspen- sdo é medida, O valor de L mudard com o tempo t. O ensaio de sedimentagdo é cficaz para separar fragdes de solo até um tamanho de cerca de 0,5,m. O valor de L (em) para o densimetro ASTM 1 SoH pode ser dado pela expressio (Figura 2.24) i Y, Fb |b ” +E (6 | 27 onde 2, — disténcia ao longo da haste do densimetro do topo do bulbo até a marca para a leitura do densimetro (cm) comprimento do bulbo do densimetro = 14 em volume do bulbo do densimetro = 67 om} = Area da segdo transversal do cilindro de sedimentagtio = 27,8 em? PP 6 Fag Densimetro ASTM 152H (Cortesia de ELE International.) Definigao de L no ensaio de sedimentagio O valor de L, é 10,5 em para uma leitura de R = 0 ¢ 2,3 em para uma leitura de R = 50. Consequen- temente, para qualquer leitura de R, R = 10,5 — 0,164R (cm) : = 10,5 005-23) i 50 Portanto, a partir da Eq. (2.7), 1 = 10,5—0,164R + 4 oe 16,29 — 0,164R (2.8) 2. 27,8 onde R = Ieitura do densimetro corrigida para o menisco. Com base na Eq. (2,8), as variagdes de L com as leituras do densimetro R so dadas na Tabela 2.7. Em muitos casos, os resultados do ensaio de peneiramento e de sedimentagao para fragées mais finas de determinado solo so combinados em um grafico, como o da Figura 2.25. Quando esses re- sultados so combinados, geralmente ocorre uma descontinuidade no intervalo no qual se sobrepéem. Esta descontinuidade ocorre porque as particulas de solo possuem formas irregulares. O ensaio de peneiramento determina as dimens6es intermediarias de uma particula, O ensaio de sedimentac3o determina o diametro de uma esfera equivalente que sedimentaria a uma velocidade igual a da pursi- cula de solo. Tabela 2,7 Variagao de L com a Leitura do Densimetro — Densimetro ASTM 152H Leitura do L (cm) Leitura do densimetro, A £ (cm) 1630 7 12 1 16,1 Wl 2 16.0 33 10.9 3 158 34 10,7 4 15,6 35 10,6 5 15,5 36 10.4 6 153 37 10,2 7 15,2 38 10,1 8 15,0 39 9.9 9 148 40 9,7 10 147 41 9.6 WW 145 42 94 12 143 43 92 13 142 44 9,1 14 140 45 89 15 13,8 46 38 16 13,7 47 8,6 17 13,5 48 84 18 133 49 83 19 13,2 50 81 20 13,0 51 19 21 12,9 52 18 22 12,7 33 16 23 12,5 54 14 4 12,4 55 73 25 22 56 a 26 12,0 37 70 21 1,9 38 68 28 1,7 59 66 29 15 60 65 Classificago unificada Arcia Silte © argi Ensaio de peneiramento Ensaio de sedimentagao penciran® 10 16 3040 60 100 200 4 1 ~ era ee oe 2 1 05 02 0,1 0,05 0,02 0,010,005 0,002 0,001 Diémetro da particula (mm) ~ escala logaritmica ‘© Ensaio de peneiramento 4 Anélise com densimetro figura Z 22 Curva de distribuico granulométrica — ensaio de peneiramento e ensaio de sedimentagao Uma curva de distribuigdo granulométrica pode ser usada para determinar os quatro pardmetros a | seguir para um dado solo (Figura 2.26): 1. Didmetro efetivo (D,,): esse pardmetro indica o didmetro (mm) onde passa apenas 10% em massa da amostra (ou seja, tem-se apenas 10% de material com didmetro inferior a ele). O didmetro efe- tivo de um solo granular é uma boa medida para estimar a condutividade hidréulica e drenagem através do solo. 2. Coeficiente de uniformidade (C,): esse parametro é definido como D C, ==% 2.9 Dy .) onde D,y = didmetro 60% mais fino. 3. Coeficiente de curvatura (C.): esse parametro é definido como Dio Doo x Dio (2.10) 4. Coeficiente de segregagéo (S,): esse parametro ¢ outra medida de uniformidade e, em geral, é encontrado em trabalhos geol6gicos e expressado como 5 (2.11) Drs © coeficiente de segregagio nio é normalmente usado como um parémetro por engenhei- ros geotécnicos. As percentagens de particulas de pedregulho, areia, silte e argila presentes no solo podem ser idas a partir da curva de distribui¢ao granulométrica, Como exemplo, usaremos a curva de dis- igo granulométrica mostrada na Figura 2.25 para determinar o tamanho das particulas de pe- Iho, areia e argila como segue (de acordo com o Sistema Unificado de Classificacdo do Solo Percentagem passante 10,0 5,0 10 0,5 01 0.05 ‘Tamanho da particula (mm) — escala logaritmica Figura 2.26 Definigio de Dy, Dey Day, Dys & Dyy Tamanho (mm) Percentagem passante ae 100 = 100 - 100 = 0% de cascalho el 100 << 100-62 = 38% de areia = es . _ > 62- 0 = 62% de silte c argila Acurva de distribuigdo granulométrica mostra ndo apenas a variago do tamanko das particulas presentes em um solo, mas também o tipo de distribuigao de particulas de diversos tamanhos. Esses tipos de distribuigdo so exibidos na Figura 2.27. A curva I representa um tipo de solo no qual a maioria dos griios de solo possui o mesmo tamanho chamado solo malgraduado ou uniforme. A curva [representa um solo no qual os tamanhos da particula so distribuidos em uma ampla faixa, chama- do bem graduado ou desuniforme. Um solo bem graduado possui um coeficiente de uniformidade maior que cerca de 4 para pedregulhos e 6 para areias, e um coeficiente de curvatura entre 1 e 3 (para pedregulhos ¢ areias). Um solo pode ter uma combinagio de duas ou mais fragdes com gramulagio uniforme. A curva III representa esse tipo de solo, chamado granulometria descontinua. 100 80 2 (eo Mal graduado i 2 60 8 od EY Bem graduado Graduagao regular 2 40 a 3 es mL & 1 20 1,0 0,5 0,2 0,1 0,05 0,02 0,01 0,005 Diferentes tipos de curvas de Diimetro da particula (mm) ~ escala logaritmica distribuigao granulométrica Exemplo 2.1 A seguir, estio os resultados de um ensaio de peneiramento. Faga os célculos necessarios ¢ trace uma curva de distribuigdo granulométrica. Ne da peneira Massa de solo padréo americano retida em cada peneira (g) 4 0 10 40 20 60 40 89 60 140 80 122 100 210 200 56 Fundo 2 F A tabela, a seguir, pode agora ser preparada. Nedapensira Abertura Massa retidaem Massa acumulada retida _Percerttagem passante padréo americano (mm) cada peneira (g) em cada peneira (g) em cada peneira® “0 2) (3) a) 6) 4 4,15 0 0 10 2,00 40 0440 =40 20 0,850 60 40 + 60 = 100 86.3 40 0,425 89 100 + 89 = 189 74 60 0,250 140 189 + 140 = 329 54.9 80 0,180 122 329 +122 =451 38,1 100 0,150 210 451 +210 = 661 93 200 0,075 56 661 +36 =717 7 Fundo = 2 TIT +12=129=EM 0 FEM =cOl.4 199 _ 729- col 4 199 =M Acurva de distribuicdo granulométrica é mostrada na Figura 2.28. 100 80 Deo = 0,27 mm 10 5 3 1 05 0,3 OL 0,05 Tamanho da particula (mm) Few Curva de distribuigao granulométrica Exemplo 2.2 Para a curva de distribuigdo granulométrica mostrada na Figura 2.28, determine: a Diy Dy ¢ Dey b. coeficiente de uniformidade, C, €. coeficiente de curvatura, C. ‘continuay 3B OC: gs: Parte a A partir da Figura 2.28, Dj = 0,15 mm Dy = 0,17 mm Dgy = 0,27 mm Parte b Exemplo 2.3 Para a curva de distribuigdo granulométrica mostrada na Figura 2.28, determine as percentagens de particulas de pedregulho, areia, silte e argila presentes. Use o Sistema Unificado de Classificagio de Solo. A partir da Figura 2.28, podemos criar a seguinte tabela. Tamanho (mm) Percentagem passante er a4 100 - 100 = 0% de pedreguiho ni 100 - 1,7 = 98,3% de areia oe a. 1,7-0 = 1,7% de silte e argila A forma das particulas presentes em uma massa de solo tem a mesma importancia da distribuigao gra- nulométrica, porque tem influéncia significativa sobre as propriedades fisicas de determinado solo. No entanto, nao é dada muita atengo a forma da particula porque é mais dificil de determinar. A forma da particula geralmente pode ser dividida em trés principais categorias: Volumosa, Lamelar Fibrilar AS particulas volumosas so formadas principalmente pelo intemperismo meednico de rochas Os geologistas usam termos como angular, subangular, subarredondado e arredondado escrever os formatos de particulas volumosas, mostrados qualitativamente na Figura 2.29, Pe- culas de areia localizadas proximas de sua origem so geralmente muito angulares. As areia carregadas pelo vento e pela Agua, por longas distdncias, podem apresentar forma- Angular Subangular Subarredondada Arredondada Formato de particulas volumosas tos que vio desde o subangular ao arredondado, O formato de particulas granulares em uma massa de solo exerce grande influéncia sobre suas propricdades fisicas, como no indice de vazios maximo minimo, pardmetros de resisténcia ao cisalhamento, compressibilidade etc. ‘A angularidade, A, & definida como Raio médio dos cantos ¢ bordas oD Raio da esfera maxima inscrita : Asfericidade de particulas volumosas é definida como (2.13) onde D, V = volume da particula L, = comprimento da particula idmetro equivalente da particula As particulas lamelares possuem uma esfericidade muito baixa — geralmente de 0,01 ou menos ~e so predominantemente argilominerais. As particulas fibrilares sio muito menos comuns que 0s outros dois tipos de particula. Alguns depésitos de corais e argilas atapulgitas sfio exemplos de solo contendo particulas fibrilares. ‘Neste capitulo, analisamos 0 ciclo das rochas, a origem do solo pelo intemperismo, a distribu, ‘granulométrica em uma massa de solo, o formato de particulas e os minerais de argila, Alguns por: amportantes incluem: ¥ ‘As rochas podem ser classificadas em trés categorias basicas: (a) igneas, (b) sedimensares ¢ {c} metamérficas. Os solos so formados por intemperismo quimico ¢ mecfnico de rochas. Com base no tamanho de particulas do solo, ele pode ser classificado como pedrezu: silte ou argila. As argilas so formadas principalmente por particulas lamelares microscépicas e submicroscépi- cas de mica, argilominerais e outros minerais. Os argilominerais sio silicatos de aluminio complexos que desenvolvem plasticidade quando misturados a uma quantidade limitada de agua A andlise granulométrica é um processo para determinar a variagio do tamanho das particulas presentes em uma massa de solo. O peneiramento e a sedimentago so dois ensaios usados na anilise granulométrica dos solos. Problemas Para um solo, considere que D,)= 0,08 mm, Dy = ficiente de uniformidade e de curvatura 22 mm ¢ Dg = 0,41 mm, Calcule 0 coe- Repita 0 Problema 2.1 considerando o seguinte: Dy = 0.24 mm, D,)= 0,82 mme Dey = 1,81 mm. Repita o Problema 2.1 considerando o seguinte: Dy = 0.18 mm, Djy= 0,32 mm ¢ Dgy= 0,78 mm. A seguir, esto os resultados de uma andlise granulométrica: N° da peneira Massa de padrao americano _solo retida (g) 4 0 10 18,5 20 53,2 40 90,5 60 818 100 92,2 200 58,5 Fundo 26,5 Determine a percentagem passante em cada peneira ¢ trace uma curva de distribuigao gra nulométrica. Determine Dj, Dyy € Dy 2 partir da curva de distribuigio granulométrica. Calcule 0 coeficiente de uniformidade, C, Calcule 0 coeficiente de curvatura, C.. Repita o Problema 2.4 considerando: Ne da peneira Massa de padréo americano solo retida (g) 4 0 10 44 20 56 40 82 60 st 80 106 100 92 200 85 Fundo wu Repita o Problema 2.4 considerando: N° da peneira Massa de padrao americano _solo retida (g) 4 0 10 412 20 40 60 100 200 35,6 Fundo 21,5 Repita 0 Problema 2.4 com os seguintes resultados de uma andlise granulométrica: Ne da peneira Massa de solo retida padriio americano ‘em cada peneira (g) 4 0 6 0 10 0 20 91 40 249,4 60 179.8 100 22,7 200 15,5 Fundo 23,5 A seguir, esto os resultados de ensaios de peneiramento ¢ sedimentagao: Peneira ndimero/ Porcentagem Anélise tamanho do gréo passante Peneiramento 40 100 80 97 170 92 200 90 Sedimentagio 0,04 mm 74 0,015 mm 42 0,008 mm 2 0,004 mm 17 0,002 mm ul Trace a curva de distribuicao granulométrica. Determine as percentagens de pedregulho, areia, silte e argila, de acordo com o sistema do MIT. Repita a parte b de acordo com o sistema da USDA. Repita a parte b de acordo com o sistema da AASHTO. caracteristicas granulométricas do solo so apresentadas na tabela a seguir, Trace a curva de 40 granulométrica. Tamanho (mm) Percentagem passante 0,425 100 0,033 90 0,018 80 0,01 70 0,0062 60 0,0035 50 0,0018 40 0,001 38 Determine as percentagens de pedregulho, areia, silte ¢ argila: De acordo com o sistema da USDA. De acordo com o sistema da AASHTO. Repita o Problema 2.9 considerando os dados a seguir: Tamanho (mm) Percentagem passante 0,425 100 O1 92 0,052 84 0,02 62 0.01 46 0,004 32 0,001 22 Em um ensaio de sedimentagdo, os resultados so os seguintes: G, = 2,60, temperatura da Agua = 24 °C e R = 43, 60 minutos apés o inicio da sedimentagao (veja a Figura 2,24), Qual €0 diémetro, D, das particulas de menor tamanho que sedimentaram além da zona de medio naquele momento (ou seja, ¢ = 60 min)? Ropita o Problema 2.11 considerando os seguintes valores: G, = 2,70, temperatura = 23 °C, t= 120 mine R = 25 Referéncias Amsaican SoctrTy For Testi anp Marerrats. ASTM Book of Standards, si Pa, 2007. Bowen, N. L. The Reaction Principles in Petrogenesis, Journal of Geology, v. 30, p. 177-198, 1922 Grim, R. E. Clay Mineralogy. Nova York: McGraw-Hill, 1953. Grim, R. E. Physico-Chemical Properties of Soils: Clay Minerals, Journal of the Soil Mechanics and Founda- tions Division, ASCE, v. 85, n. SM2, p. 1-17, 1959. Lanse, T. W. 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