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d g a Fabio Garcez de Carvalho (Organizadores) HISTORIA DO CURRICULO E HISTORIA DA EDUCACAO: Interfaces e Didlogos A HISTORIA DA EDUCAGAO E OS DESAFIOS DE INVESTIGAR OUTROS PRESENTES: ALGUMAS APROXIMAGOES José Claudio Sooma Silva Daniel Cavaleanti de Albuquerque Lemos ‘Como do sr enganado por uma realidade tio domes ticada que ns nos aproximamos dela como se fosse tama evidénca, encontrando af 0 que jt sabiamos de anternfo? Como ceansformaro ral em enigma? Carlo Ginzburg Empreender um estudo sobre acontecimentos stce- didos em diferentes presentes (o passado) significa adentrar um terreno bastante cortuoso. final, cal esforgo envolve perscrutar as maneiras como determinadas caract passaram a se configurar como necessidades, pos: des e exigéncias sociais de uma delimitacéo populacional tertitorial, Mas nao s6 isso. No que tange, ainda, as difi- culdades envolvidas nesse exercicio, devem ser acrescidas as inquietagées de Carlo Ginzburg de que néo devemos nos a fom Ea esi er ot Pa A roca sproximar da realidade como algo “omesticado”, “encon- ttando af 0 que jf sabfamos de antemao", .___ Arigor, a tentativa de “cransformar 0 real em eni ma" pressupde uma dupla preocupacio por parte do his. toriador. Por um lado, pri ur diversificadas formas de entrada e discusséo & problemitica escolhida para and Por outro lado, em concomitancia, pres nado posicionamento interessado nio somente em averi, guar aquilo que jé se desenhava, inicialmente, no horizonte de proposta para o estudo, De maneira a atender & primeira preocupacao, fir- -se necessiria a composigao de uma colesdo de documen, tos que, de algum modo, procure indiciar a complexidade caracteristiea do passado, Nesse sentido, o mergulho em diversfcadas insticuigbes de pesquisa, bem come no con. junto de obras de outros pesquisadores que, igualmente, se detiveram sobre 2 temaética selecionada para a anise, comase impr. sob a perspectiva de sensibilizr 0 olhat para aquilo que nao nos é (ou néa deveria ser) fa. lit: 0s acontecimentos ocortidos em outros tempos que ni 0s nossos. Sublinhar as questées alusivas 20 posicionamento que, impreterivelmente, deve ser priorizado pelo historia. dor significa atentar para os caminhos e descaminhos en. volvidos em um estudo. Por outras palavras, aqui se estio €m consideracao as incertezas eos percalgos intrnsecos que antecedem 0 projeto, acompanham o desenvolvimento ¢ Permanecem apés a conclusao de uma pesqui mais i «@ quanto menos empenhada estiver em homogencizar os aconcecimentos, excluir as dissondincias eapagat as eventan alidades com o objetivo de raifcat as certeras anteriores Nesse quadro, para discorter sobre alguns dos de- safios relacionados & problemarizagio de outros presentes, @ tomna-se operatério sublinhar, preliminarmente, aquilo que acreditamos que deva ser evitado por aqueles que se disp6em a construir tal empreitada. A alusio, neste pon- to, € para a insuficiéncia de se pensar o ontem como um dominio homogéneo, regido pela lincaridade dos fatos ¢ pelos posicionamentos sociais com pouca (para nao dizer nenhuma) mobilidade e pass(vel de ser “resgatado” através do realce esquemético do “contexto ou pano de fundo his- téricos”. Em lugar disso, deve-se reafirmar que projetar as atengées para os diferentes presentes (0 passado) significa, fundamentalmente, examinar as acées ¢ as (in)certezas vi- venciadas por homens e mulheres frente aquilo que lhes era necessirio e possivel em seus cotidianos. Ness investigadores restaria a tarefa de orquestrar um conjunto de preocupagées interessados em enfocar, sim, as homo- geneidades e permanéncias, mas, também, as circunstin- cias heterogéneas, transit6rias e inesperadas que, inclusive, produziam interferéncias nas manciras mesmas dos sujcitos estabelecerem suas interagées sociais (Bloch, 2001, p. 55). Nessa medida, dentro dos recortes conferidos, al- mejamos discutir aspeccos condizentes aos diferentes pre- sentes ¢ alguns de seus comparecimentos no campo da Histéria da Educagio. Para tanto, dividimos 0 texto em trés partes. A primeira concentra o foco em determinada joteca que permite pensar o lugar da fala do historiador a partir de outros desafios que ultrapassam, em muito, as esquematizagées concernentes a claboragio de “contextos ‘ou panos de fundo histéricos”. A segunda se detém sobre algumas interlocugées que jé vem sendo estabelecidas, ‘menos, ha vinte anos entre a Histéria da Educagao bras A terceira parte, escrita aclara algumas opcées real hiscoriogréfica que empreendemos neste estudo ¢ reafirma 6 a imprescindibilidade de escaparmos das “certezas enrai- zadas” clou das “respostas prontas” durante o exercicio de rodusio de conhecimento sobre os tempos histéricos ASPECTOS RELACIONADOS A BIBLIOTECA E AO LUGAR DA FALA DO HISTORIADOR ____ As possibilidades aventadas para principiar este t6- Pico foram muitas. Em todas elas, no entanto, um aspecto esteve presente: ciente da impossbilidade de explorar todas as especificdades envolvidas nos mais diversos campos da Histéria, como proc i famos chamando de biblioteca e lugar da fala do historiador? Tomando em consideragio essa interrogagio de fundo, uma chave de entrada feca: “1. colegio |...] privada de livros € documentos congéneres, organizada para estudo, leitura € consulta” (Ferreira, s.d., p. 202). Como se percebe, a én- fase se encontra na reunio de “livros ¢ documentos congé- neres”, mas também na sua organizagio. Por essa defnigao, Portanto, subentende-se que a biblioteca possibilita tanto a elaboragéo de “estudos” ¢ “leicuras” quanto a realizacio de “consultas” Nesse quadro, explicitar a biblioteca mobilizada Por uma andlise alude a um esforco de escrita interessado om descortinar aqueles referenciais que, de algum modo, colaboraram para respaldar as ideias defendidas, Isso nie significa, sob hipétese alguma, que outras leituras ¢ con- sultas ndo possam ser efetuadas, por néo se encontrarem alinhadas com este ou aquele embasamento teérico. Pelo Contritio, frente a certeza de que nao ¢ possivel “falar de 6A eee eto tudo, determinar e articular tudo”, aquele que se arrisca no exercicio de producao historiogréfica resta 0 desafio de “so- fisticar [a] andlise o suficiente, com o intuito de ao menos perceber de que modo alguns aspectos, dos quais nao tra- ta diretamente [...] atuam sobre aqueles nos quais se fixa” (Nunes; Carvalho, 2005 {1993}, p. 35). Por outros termos, retomando o didlogo com a definicao dicionarizada da pa- lavra, embora tenhamos mantido uma organizacio na bi- blioteca, nos esforcamos para ampliar a colesio, empreen- dendo outras lei . 0 a destacar que a sensibilizagio do lugar da fala do historiador no somente pode, como deve, contar com as contribuigdes de diversi- ficadas reflexdes, independentemente de suas “filiagSes” e/ ou “rotulagées classificatérias”. De posse dessas questées, torna-se possivel fazer uma incursio sobre alguns dos desafios constantes a0 con- vite de se problematizar os tempos passados a partir da con- cepgio de diferentes presentes. Marcada pelo signo do “cir- culo hermenéutico ou virada hiscoriogréfica” que, a p: principalmente, de meados dos anos 1970 (Dosse, 2003, p. 180; Revel, 1998; Burke, 1991), passou a con cespacos cada ver maiores na arena de debates do campo da Historia, essa concepgao de diferentes presentes concorre para se repensar muitas daquelas simplificagoes concernen- tes & nogdo de “contexto histérico” que, com frequéncia incémoda, encontraram (e, diga-se de passagem, ainda per- manecem encontrando) os seus lugares de enunciag: ‘Trata-se de uma nogio que muitas vezes fo de um uso comodo € preguigaso nas sociais ¢ especialmente na histéria. Uso retérico: © contexto, em geral apresentado no inicio do estudo, produz um efeito de realidade em torno do objeto da pesquisa. Uso argumentativo: o contexto 65 presenta as condigées gerais nas quais uma realidade particular encontra seu lugar, mesmo que nem sempre se vé além de uma simples exposicio dos dois niveis de observacées. Uso interpretative: extraem-se As vezes do contexto as razbes gerais que permiciriam explicar situagées particulares (Revel, 1998, p. 27). ‘Como se percebe, as trés dimensdes sublinhadas no tocante aos usos (e abusos) da nogio de “contexto”, via de regra, confluem para uma mesma direcdo. Acompanhando a argumentacio de Jacques Revel, incidir 0 foco sobre o “contexto” assumiu o significado de elaboragéo de de fundo c/ou quadros gerais esquemédticos, Simplifeade. res € generalizantes, a partir e em fungao dos quais se che- garia até as discusses dos. frequéncia, as it melhado 3 “dimensio monogréfica” para as experiéncias construidas pelos homens e mulheres no passado (Darn- ton, 1986, p. 91). Por “dimensées monogréficas” deve ser compreendido um conjunto de caracteristicas que, de al- argumentacao mobilizada em um estudo (delimitagao do objeto, encadeamenco analitico, desenvolvimento da bg ca do taciocinio et.) Entretanco, em seus diferentes pre sentes, 0s sujeitos sociais, sob hipétese alguma, “pensavam em termos monogrificos” (Darnton, 1986, p. 91). Quer iso significar que muitos dos movimentos, das tomades de posicio, das aliangas momentincas, dos anseios, das dos amores e desamores, das conquistas, das decepgbes fo, ram vivenciados por homens © mulheres sob a perspectiva do inusitado. Ou seja, frente aos constrangimentos socais 66 idades que dispunham, com enorme frequéncia, esses sujeitos sociais de outros preienses ‘no tinham a total certeza aonde suas escolhas os levariams quando muito, alguma desconfianca e/ou anseio de encon- trarem brechas para sobreviver (Ginzburg, 2000). Por suas insuficiéncias, essa maneira de se enqua- drar 0s “contextos histérico: i te significativa da historiografia no decurso da década de 1970 (Revel, 1998, p. 27). Conquanto atravessados por diferentes manifestagées, passaram a ganhar expressio nos debates realees outros que, sobretudo, investiam na pro- blematizagio de que as relagées sociais, as dimensoes cul- turais, as forcas politicas, as caracteristicas econdmicas nao se impunham, ¢ tio somente, do exterior sobre os sujeitos s (Foucault, 1996, p. 26). A esse respeito, ao lado dos integrantes da historiografia francesa citados, vale pontu- ar 0 comparecimento dessa problematizacdo, também, em parte da Histéria Social bi , aqui relembrada pelas palavras de Edward P. Thompson (1981, p. 182): © que descobrimos est num termo que falta: “experiéneia humana’. [...] Os homens ¢ as mulheres também retornam como sujeitos dentro desse termo — no como sujcitos auténomos, “individuos livres", mas como pessoas que cexperimentam suas situagies e relagbes produtivas determinadas como necessidades € interesses © ‘como antagonismos, ¢ em seguida “tratam” essas cexperiéncias em suas consciéncias ¢ suas culruras J das mais complexas maneiras[..] Inquietagées tedrico-metodolégicas como essas si0 sugestivas para se pensar em uma ampliagéo qualitativa do repertério reflexivo condizente aos “contextos histéricos” o no periodo: “Os objetos que propunha & pesquisa [passa- ram a ser] determinados em fungio de uma operacio a em- preender (€ nao de uma realidade a obter)" (De Certeau, 1982, p. 89). Nessa medida, afora as preocupagées relacio. nradas & esquematizasio de panos de fundo e/ou quadros gerais voltados para a idencificacdo/obtengio das “causas ¢ efeitos” que impulsionaram os desenrolares do Processo histérico, as investigacoes daqueles que se propu- sessem a perscrurar o passado deveriam atentar para outros aspectos. Rompendo com a inclinasio de projetar para as experincias de homens € mulheres de outros presentes a “coeréncia monogréfica” — para permanecer no movimen- @ metaférico de Darnton (1986) -, a énfase deveria ser acentuada na orquestragio de operagées historiogrdficas reressadas em investigar as tensGes, as (in)certezas, as apropriagdes transformadoras, as hesitagées, os constran. gimentos, os (des)caminhos que, juntos, modos de ser, pensar e agir dos gue lhes cra possivel e necessit 1999, p. 140), A luz dessas questées, na arena historiogeéfica, jun- 0 as criticas de se pensar 0 passado como uma “evidéncia 1c subentend| ue existiria um contexto unificado, hhomogéneo, dentro do qual e em fungéo do qual os atores éecerminariam suas escolhas” (Revel, 1998, p. 27), foram se intensificando os debates que problematizavam a produ- #0 do conhecimento em Histéria como uma “reconstru. «40 sempre problematica ¢ incompleta tag40 do passado” (Nora, 1997, p. 9). Problematizar 4 produgio do conhecimento em Histéria como uma representagio significou, sobretudo, en. fatizar as perspectivas teérico-metodoldgicas que ansiavam colocar em relevo as contingéncias do presente no trabalho de producio e fabricagio do passado (Certeau, 1982, p. erfeririam nos c05 sociais frente aquilo ‘em seus presentes (Farge, uma represen- 68 86). Algo que, acompanhando as reflexes de Albuquerque Jr. (2007, p. 31-32), pode ser metaforizado pela aproxima- ‘Gio de alguns dos desafios caracteristicos da escrita da His- t6ria com aqueles concernentes 3 tessitura de umn bordado. Quando ao final de nossa narrativa, se 0 evento irigo € bem amarrado, € porque escondemos as costuras, os chuleados, os nds e as lagadas que precisamos reali como numa finda blusa de tricé, precisamos esconder ¢ disfarcar no seu avesso, Tecer, como nacrar, é relacionar, pér em contato, entrelacar ences cores, eventos de diferentes aparece em seu corpo caractersticas, para que se tenha um desenho bem ‘ordenado no final. Este trabalho de tessitura é, no centanto, obra da mio de quem rece, da imaginagio « habilidade de quem narra, Nao podemos pensar que a Historia escreve a si mesma, que os fatos se impaem a0 historiador, que se impBem como cevidéncia, Pensar assim seria pensar a possibilidade de 0 bordado fazer-se a si mesmo. ia nfo sc Compartithar da ideia de que a Hist escreve sozinha, tampouco os fatos se impéem 20 his- toriador, aponta para a diregao de que enquadrar o que se encontra na documenta¢io, mesmo apés as averi- guages quanto a autenticidade das Fontes, como uma de um ocorrido tornava-se insuficiente. Afinal, nunca é demais relembrar que si0 8 investigadores, em seus presentes, que selecionam, monumentalizam ¢ delimitam os acontecimentos, constroem coleges documentais, circunscrevem fron- teiras de interesses em suas probleméticas de estudo (Le Goff, 1984, p. 103). 6 Se tais ponderago, leracies pay rec fos pertinentes seriam aquelse sie oe incompletude © provi deveria acompanhar os“ porvencura, elaborados. Afnal, os histéricos” nao estao Previ; Raat Vos 3 espera de “resgate”” resentes uni pI (municiados com um repertério de escolhas, selegdes, pri Socs, Procedimentos teérico-metodoldgicos) que langardo 3 ardo representasdes para outros presentes(o passado) soba ee de claborar uma escrita da Histori Incompletudes, inven ra » _inventividades, apropriagé transformadoras, (des)caminhos, hesitagder Cons. nota, sublinhar a imprescindibilidade do elhee von 4 esis dimensies pata a conneecen, oe tat atento F nio me- quelas alusivas ao estaruto de or i icdade que, necessariamente, em xeque algumas daquelas cer, cia, encontravam na for : a formulacio de dros histéricos” as suas zonas de conforto © A esse respeito, des por ack Sf FHP, de inicio, convéin questions: Por acaso, nfo seriam 05 homens cas mulheres sujeltos invencives, incompl : ; letos, hesitantes, i veis? Pot sen Ee sy tcs, imprevisi- {Ei Por acaso, 0 viver social de outros presen, so lado das intencionalidades de governo, dsciinan 7 ic , disciplinamen- ieual larmonizagoes € controles, nao. seria caracterizado, igualmence, por uma ldgica circurctancal : mentoscotidianos atravestad por aleato mip maieaaae ca atoriedades? pots, Fat 8 de incrropagdcs, uma mesma fs: Post. Parcs ser de difcl sustentagao a ides de gc eas s, mulheres, nas suas vivencias cotidianas, em seus diferentes Presentes, prestigiari linear € inequivoco em suas exis ne mg Tasado re2as que, com frequén- ‘© meio social como se constituem, em alguns casos, in- clusive, como ocasides impulsionadoras da vida. Se esta Liltima formulagéo pode soar como exagero, lembremos com Carlo Ginzburg apenas uma daquelas “circunstan- cias cruciais de uma vida que sio comadas as cegas”: nao estd escrito em lugar algum por quem os sujeitos sociais ido se apaixonar (Ginzburg, 2000, p. 273). Nesse quadro, se os homens ¢ as mulheres, em seus diferentes presentes, sio instaveis ¢ suscetiveis a eventos inesperados; se no usufruem de total impar- cialidade, justeza € coeréncia (posto que a vida esté longe de ser completamente “imparcial, justa ¢ coe~ rente”), 0 que pensar de um campo de conhecimento, a Histéria, que se propde a investigar, justamente, as relagoes desses sujeitos sociais entrelagadas ao tempo? (Bloch, 2001, p. 55) ‘Acesse respeito, reafirmemos: ao lado das preocu- pacts referentes & composi¢ao de “contextos ¢ quadros histéricos” estabilizadores, as incompletudes, inventivi- dades, hesitagées, aliangas circunstanciais, instabilida- des nao s6 podem, como devem, integrar 0 horizonte de preocupagdes daqueles que almejam estudar as vivéncias sociais de outros presentes. Como se percebe, até este momento, ao ilumi- nat 0s sujeitos sociais e os desafios de pensar aquilo que “foge ao scrips” em suas circunstancias do viver cotidia- no, 0 foco incidiu sobre algumas das preocupagées te- brico-metodolégicas condizentes aos diferentes presentes no campo da Histéria. Dentro dos recortes conferidos por este estudo, restaria examinar alguns dos compare- cimentos ¢ interferéncias desses debates na produgéo do conhecimento em Histéria da Educagao brasileira. Tais 10 t6pico. aspectos serio temas do pré MAIS DO QUE Pt 1 “ QUE POSSIVEIS, PROBLEMATIZACOES O passado, quand ta presente, era como 0 que Henti-Irénée Marrou Para discorrer sobre alguns compareci terferéncas das problematzages reference sos Wye preentes no campo da Histéria da Educagao brsicing da inicio, convém sublinhar que os estudos voltados para « construgio de quadros contextuais foram preponderan. até meados da década de 1980. Algo que passava pela adogio de marcos politicos, econdmicos ¢ adminiaatent como critérios definidores para pensar a sociedade, senders educasio estudada a parti, e em fungio, daquela tadichy inventada de se enquadrar o Brasil em «és grandes blocs, Golinia (1500-1822), Império (1822-1889) ¢ Repu ica més didaticos, os fendmenos educacionais eram abor. eialos como reflexos de intencionalidades governamentas i Bespectvads sob as preocupagdes advindas da his- las ideias pedagégicas que, no mais da : a » no mais das vezes, subsu- tmiam 08 sujeitos sociis responséveis pela conseci ao ia experiéncias educativas, oe “se que ninderse em conta esas considerasdes, percebe- sate. 2 émprego desses marcos politicos, econdmicos « a trarivos como pressupostos para a organizacio das Probleméticas de estudo, sobretudo, dificuleava a investi cet ttn ease gala apo Jue seguem o mesmo modelo, rais coms Rea ‘a EGER era ala com Rp: Ve Ron Ney 72 gacdo das descontinuidades, porque as possil perscruté-las se constituiam no didlogo com o jé existente, © que concorria, portanto, para o fortalecimento de regi- mes de verdade na produgio da Histéria da Educacio. Como jé destacaram Gondra ¢ Schueler (2008), fo- ram as proficuas a images da Histéria da Educagio com os debates historiogréficos que colaboraram para ex- plicitar as insuficiéncias envolvidas na adogio desses marcos para examinar a complexidade dos fendmenos educacio- nais ocorridos em diferentes presentes. Afinal, a educagio as experiéncias educativas nao se encontravam plenamente determinadas apenas pelas formas politicas, administrati- vvas ou econdmicas vividas. Nesse quadro, foi se intensificando (e permanece) a preocupacio de investigar a historicidade mesma das pro- bleméticas de pesquisas selecionadas. Algo que, sobretudo, relaciona-se & elaboragio. de aportes te6rico-merodolé- gicos, & construcéo de colegdes documentais ¢ ao desen- volvimento de recortes temporais outros, voltados para os entrelacamentos das continuidades e permanéncias com as circunstancias transitérias, descontinuas ¢ imprevistas oriundas das lutas, tensdes, ocasi6es imprevistas vivencia- das por homens ¢ mulheres em seus diferentes presentes, Para esses esforgos interessados em perscrutar a historicidade das probleméticas de pesquisa ¢ as diversas ias interferentes nos (des)caminhos trilhados isde s frente aos constrangimentos so ‘qualicativa das fontes para a Hist6ria da Educacao. Se, até ‘assistematica aos da- dos empfticos, que, em geral eram colhidos em fontes le- gais” constitufa-se como pritica corrente, a partir de entio, uma variada gama de documentos (textuais, iconogréficos, orais ete.) passou a ser alvo de investidas sistematizadas que 3 ‘omungavam da “cetea de que os documentos legis apesar de sua importncia, cram insuficienes para a construc hi ‘rots (Caraho: Vi 200, p 205-205 i louve, com isso, uma efetiva “explosa / ‘explosio dos t objetos de pesquisa em Histéria da Educagio nos ae 1990" (Cacanis asia Filho, 2002, p. 126). Ancorada em um 1igo- "05 proses deste eandiv deus iferees fs, documentas, sem desconsiderar os “quadros contextuaic™ 35 questées pollticas € as caracteristicas ccondmnicas, pasaram a sr aventdis mulipls posibildades dese problemata ce nomenos cducacionais braileiros. Algo que, acompanhando 2 teats consrtdas por outs pesusalores do campos. ‘afea tanto para um “evigoramento de tetas" quant para eerie Satan ‘novos olhares” para questées que jd vinham sendo baad ps hisorogaa educacionl (CE, Nunes, 7 » % Lopes, 2001; Faria Filho Vidal, 2003; Nunes ¢ varvalho, 2005 [1993]; Rodrigues, 2011, entre. Outros), fer Fevigoramento € esses novos olhares contribut- bee x ivamente, Para a dessacralizacao de detcrminados ‘mits hixoriogcos”conemenes 0 psd educacoal (Schuck, 2002), Dena dos recone confers por ee lb. apamos por expla oment doit dees Primero concerne & desconstrugio de determina- sere ee ee mi cacional brasileira a in Imente, dos anas 1930, em neo 20s tempos imperiais, Investindo na elaboragao de quadros contrtuais”e pathando de uma pespectos de o lgio e como programa de ara se seks ep a a escola nova” (Faria Filho; Vidal, 2003, p53) Para tanta, Construiu uma histéria da educacio do periodo (1 imperial tendo como ponto de partida a andlise do presence ¢ a projecio do futuro que almejavam [..] 08 educadores dilufram a meméria da educacéo nos periodos colonial e imperial, chamando a atengo para a relevancia de suas propostas ¢ a ago de um estado que visavam (te) construir (Martinez, 1997, p. 2). Referéncia nessa tradigao historiogréfica inventada foi A cultura brasileira (1943), de Fernando de Azevedo. ‘Um breve comentirio acerca das condigoes de produgio deste livro talvez contribua para a compreensao do que seré afitmado a seguir. Em 1938, Azevedo recusa 0 set o presidente da Comissio Censité cia incumbida de organizar e executar 0 Recensca Geral de 1940), Em 1939, segundo suas préprias palavras, & “intimado” a escrever uma “Introdugio” a0 Recensea- ‘mento; publicado pela Imprensa Nacional em 1943, A cul- tura brasileira fora concebido, portanto, para desempenhar essa fungio, embora tenha ultrapassado, em muito, esse propésie ‘Como foi ressaltado por Azevedo, 0 objetivo do li- vro era “acompanhar, sob todos os seus aspectos, a evolu 0 do povo e a formagéo da comunidade e vida nacional em mais de 400 anos de sua hi Vidal, 2003, p. 52). Para alcangar essa proposta, a & se incidiu sobre a elaboragio de quadros gerais contexcu- ais preocupados em identificar 0 processo de formagio da cultura nacional, Nese movimento, optou por subsumir aquelas circunstincias do viver social que, porventura, pu- dessem apresentar contrapontos & linearidade e continui- dade prestigiadas. No que tange, propriamente, & parte dedicada & Histéria da Educagio*, empregando argumentos que, via Nacio 0 cdo livro A tranomiséo de cultura passou a set 2 Bm 1976, essa ceecia tho; Vida, 2003, p. 54), publiada como lio isolade (Fa 5 de regra, orbitavamn em tomno de pares de oposigio (vel novos espirico literdtio/livresco e motivagio cientifica; tra icional « modemo; escola de bachardis e Escola Nova) Azevedo almejava que sua obra fosse “(e pot muito tempo foi) lugar de produsio de uma meméria sobre o movie to da Escola Nova no Brasil” (Faria Filho; Vidal, 2003, Pp. 53). Para alcancar essa pretensio, entre outras mod: dds de apagamentos, insistiu na representagio do Império como “tempo das trevas” da Educagéo brasileira, No entanto, tais representagses sobre 0 perfodo id vem conhecendo, pelo menos hé vinte anos, ionamentos diversos no campo da Histéria da Edw, casio. Respaldacos pelos dislogos cada ver mais proficuos com a Histéria, alicergados nos movimentos de retorne 08 arquivos (que tanto revigoraram as teméticas quani oportunizaram as condigées para a oxigenacao das proble. Imatizagbes), 0s historiadores da educasio tém explicitado de diferentes agdes de governo orquestradas gio da populacio; a presenga de formas dfases alguns dos (des)caminhos trilhados por ho- mens ¢ mulheres (brancos, negros, escravos também) que, haqueles diferentes prerentesacredicaram, se decepcionarumm, sonharam em alcangar melhorias para as suas condibes de (sobre)vivéncia através da educacio’. No que tange ao segundo exemplo de dessacrali- 22620 de alguns “mitos historogrificos’ fruco do revigo. ramento das tematicas ¢ do langamento de novos olhares, 8 alusio é para a tese de que incursionar sobre a educasae, Publica no século XIX significaria,e Go somente, diseorer "Ere aextens bibliog, ctamos agus 2012; Faia Fil Limeirs, 20 2002, 2006, 2007: Teieers, 2008; Vill, 2002 76 is vivenciados pelas “lives brancas”. ee re cal liar gee olen dene dee vnzle-se Aquls Haas de pensaments gue sind, pel constusi de quadon/come radoes que, sobreudoyconfinam das por homens e mulheres naga ae juga sero “mais coer", Conde, ce i afmado as ireunstincias soca vivenciadas em dif ca reentes ng deversee omprectidas apenas so gn0 da corti, poo que os sujeos sociale idianas, enfim, a vida, ndo sio completamente coe renee cdo assim, pereeba-se.Partindo de uma leitura pte i aces unos, se construiu a ideia que os negr is Beene as 10 do século XIX. direta (c equive- sem refie- se interessam, las no di io frequentavam as esco! cada) dos negros com a condigio de capureelege tr sobre os diferentes estatuos qu um home negro ou mulher negra poderim ter, como lives bests o af: rados, E importante, sida, destaar que meso 4 anise na legislagso, ela Constuiao de 1824 os ne os ado eram impedidos de frequent a aula publics’ Simpedimento se referia aos escravos pela condigio - cidadéos (Cf. Artigos 6 € 179 7 primeira Conscituiga il de 25 de marco de 182: : Marcus V. Fo: 4o legal, Cynthia G. Veiga (2004) ¢ 1 Soot eoeaenes no perfodo de 1800 até 1835 tegitros de esravos matrculads por sus senhores em esos par ticulares em Minas Gerais. Surya Barros (2005), por : vee A ease rexpeito, cor blemacizar uma escola da alunos como, também, de professoresnegros 7 eulianos, Ao se direcionar as atengées para as formas ifusas de educagio, € possivel localizar a presenca de es. favs (inclusive criangas) em sistemas de aprendizagem de oficis vatados que muiras ves, incuiam le, esctever ¢ tar, como nos demonstram, por exemplo, os este Kearasch (2000) ¢ Fonseca 2011). on ssa de ara ene Pose dese dois exemplos que selecionamos Para explicitar a dessactalizacéo de alguns “mitos histo. Hlogréficos”, fruto do revigoramento das tematicas ¢ lan- samento de novos olhares no campo da casio brasileira (I- a desconstrugdo da fPetlodo imperial como “tempo das tras” ¢ 2-4 pro- lema nar sobre a educagio : 2 projetar as atengées, apenas, Para os tempos socisis vivenciados peas “eles branes), sabe eefmar uma questio. Como se nota, a elaboracio de investidas analtticas que ultapassem a reafirmagio de ‘quadros contextuais” ancorados, por exemplo, em marcos politicos, econémicos ¢ administrativos, oferece as condi, Soes para que detcrminadas representagées em relagio 2 istéria da Educasio brasileira sofram novas leturas. Algo ue, fundamenralmente, colabora para uma compreensio tinsecas aos fendme- dos, 3s (in)certezas compartilhadas pelos homens, mulheres, negros (libertos ¢ escravos, inclusive) em diferentes presenter CONSIDERAGOES FINAIS Ao realgar alguns dos as . PeCtOs que passaram a ata vest a arena histoiogrifia a pani peicraloenee meados da década de 1970, pretendiamos destacar cna 78 questio primordial, A aluséo € para a proficuidade de se pensar a possibilidade de construcao de diversificados reper- trios de problematizacio dos tempos passados interessados em perspectivar nuances outras das circunstincias do viver cotidiano que nao, somente, aquelas que podem ser esque- matizadas em “quadros gerais” ou “contextos histéricos”. Perante essa proposta, convém enfatizar que as ar- ticulagdes estabelecidas entre os historiadores ¢ seus posi- cionamentos defendidos, sob hipécese alguma, deve set apreendidas como sinalizadoras de zonas de total consenso e congruéncia em suas reflexdes. Pelo contritio, ao colocé- -los em relevo, ansiévamos demonstrar como, de formas diversas, as composig&es esquemiticas de certa modalidade de “contextos histéricos” foram alvos de investidas por parte de diferentes linhas historiograficas. ‘Nessa medida, embora plural em suas problemati- zagbes, a biblioteca de historiadores mobilizada pela opera- Gio historiogréfica empreendida por este estudo facultou as condigées para se repensar a importancia de di preocupacées reflexivas, também, para os imprevistos das situagdes ¢ todo 0 conjunto de eventualidades que, fun- damentalmente, interferiram nos modos de ser, pensar ¢ agit dos homens e mulheres em seus diferentes presentes. Por outras palavras, projetar luzes para o passado a partir daquilo que de desafiador ¢ instigante carrega essa perspec- tiva tedrico-metodolégica, que enfatiza que a categoria de diferentes presente: significa atentar que 0 tempo hist6rico pode, sim, ser abordado em fungao de interesses voltados . Porém, tio significativa quanto isso, afigura-se a necessidade de inse- tir no horizonce de investigacio os questionamentos acerca das existéncias de outras tantas dimensdes que conheceram nos “casos dos comegos” as suas condigdes de emersio (Fou 988, p. 19). tomar em consideragio essa perspectiva légica pode vir a contribuir para a sen 05 percalcos: as realizacbes; os amentos; 05 caminhos ¢ descaminhos les sujeitos sociais que, frente ao que thes €ra possivel € necessitio em seus presentes, tencionavarn encontrar formas para (sobreviver. Igualmente, pode co- laborar para a reinstauragao de diividas em determinadas “certeras enraizadas” ¢ “respostas promtas” que, pot serem to repetidas, as vezes acabavam se naturalizando, A sensasio & desconfortante; afinal, ao invés de di- minuir, os enigmas dos homens ¢ mulheres em seus diferen- tes presentes parecer s6 aumentar. Neste ponto, restabele. cemos 0 didlogo com a epigrafe deste texto: pata que nio sejamos enganados por tempos passados domesticados, resta-nos 0 desafio de transformé-los em enjgmas para que assim, calver, consigamos indicia alguns dos mistérios que se fizeram constantes em outros preientes que no os nossos, Isso, acreditamos, & 0 que se deve esperar dos estudos his. ‘6ricos. lss0 é 0 que parte signifcativa dos pesquisadores da Historia da Educacao brasileira, hd pelos menos vinte anos, tem procurado fazer. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ria: a arve de inventar 0 passado, lo: Edusc, 2007, ALBUQUERQUE JR., D. M. Hi Ensaios de teoria da histéria, brasileira: introdugio ao estudo da cultura do 943, AZEVEDO, F. A cults Brasil. Rio de Janeiro: Il A mransmissio da cultura, Sio Paulo: Melhoramentos, 1976. BARR¢ “ andio a escolarinagéo da 1OS, §. A. P. “Negrinhos que por abi andéo populagao negra em Sio Paulo (1870-1920), Sie Paulo, 2005. Disser- tagio (Mestrado), FEUSP. BLOCH, M. 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