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' UM DISCURSO Neste capitulo serao analisadas as diversas formas de apre- sentagao do discurso. Estudaremos como ler em pi |, as inicas de improvisagao e as vantagens e desvantagens de se decorar integralmente uma fala COMO LER EM PUBLICO ‘Aparentemente ler um discurso diante do piblico é muito rrais simples do que falar de improviso, sem papel ou anota- ‘Goes, Isso, enlretanto, nem sempre é verdadeiro, pois muitos Getalhes precisam ser levados em consideragéo, Antes mesmo de analisar os elementos da leitura e do improviso, podemos dar o nosso testemunho pessoal: entre os milhares de alunos que passaram pela nossa escola, poucos encontraram f de para ler sem um treinamento laborioso. O texto destinado & leitura precisa ser bem produzido, isento de erros gramaticais ¢ dentro de estilo correto. O auditério julga com rigor 2: feigoes da composigao escrita. © comunicator, ao ler, deverd encontrar um perfeito sincronismo entr itura do que foi colocado no papel e a comunicagao visual com a assisténcia; pos poder excelente de teatralizacao, pera transmitir, Com a inflexdo da voz e 0s movimentos do cor; 2, @ emogéo extraida da rnensagem; segurar o papel elegantemente, nao muito baixo para que possa ser lido nem muito alto para no esconder 0 seu rosto dos ouvintes; gesticular apenas com uma 188 das maos e acompanhar diligentemente as linkas com a outra, para nao se perder. Nao é, portanto, element, como poderia- ‘mos supor a primeira vista. Na fala de improviso (que analisare- mos mais adiante), um engano ou outro ne construgées grama- ais encontraré a compreensdo da platéia, que entenderé ter cocorrido pelo fato de as frases serem constru‘das no momento, espontaneamente. Sem a preocupacao do papel, o campo visual do publico sera mais abrangente, a emoyao se exteriorizaré com naturalidade, a gesticulacio aflorard sern eslargos @ aceitagao de todos quantos ouvem sera menos resistente “Todos nés enconiramos ocasides pata falar de improviso, mesmo que seja para uma pessoa ou Pequeno grupo, mas nem todos possuimos chances de ler um discurso em voz alta. Muitos nunca tiveram uma dinica oportunidade disto. Treinamento para ler em piiblico Consciente das dificuldades apresentadas pela leitura, co- mece imediatamente o seu treinemento.: ‘Sige fielmente as su- cgestdes que faremos para alcancar bons resultados no menor tempo, sem vicios e incorrecées: — faga o treinamento utilizando qualquer texto, de preferéncia mosos, datilografados ou impressos fe na frente de um espelho para; corrigir as eventuais deliciéncias de postura e da comunicacac visual (se possuir uma camera de video os resultados serao melhores): ia rapidamente as frases em siléncic e @ seguir pronuncie as palavras em voz alta olhando para frente; nao é preciso baixar a cabeca para ler, basta baixar 05 clhos, procure no pronunciar as palavras em voz alta glhando para 0 papel, mesmo que no inicio encontre dificuldade, assim, quando estiver diante do pUblico, ser mais simples olhar para o auditério durante a — segure a folha de papel na e acompanhe a leitura com saberd sempre qual a préxima tura da parte superior do peit ida do dedo polegar, assim ha a ser ida, sem se perder, 189 — us¢ a outra mao para gesticular e durante o treinamento faca esforco pata nao segurar o papel com as duas maos, exceto para servir de apoio ao mudar a linha com 0 polegat; — inspire a cada pausa para facilitar a pontuagao oral; para a leitura de frases mais longas a quantidade de ar teré,de ser maior; — aumente a intensidade da voz nos finais das frases, sem exa- gero, para tornar-a leitura mais expressiva; se a mensagem final indicar tristeza, saudade etc., as tiltimas palavras deve~ ao ser pronunciadas com inflexdo decrescente; — alterne a velocidade’e a altura da fala, isso dard mais colori- do a apresentagao do discurso lido; destaque sempre os ter- mos mais importantes; 1s vezes e, quando estiver dominando itura, mude o texto. Ao ler diante do piblico, certifique-se com antecedéncia de que as folhas estao colocadas na sequéncia correta. Ja pre- senciamos alguns oradores negligentes ficarem nervosos e pre- judicarem a apresentago porque tiveram dificuldade para acer- tar a ordem das folhas. ixo das outras. Essa recomendacao nao seria necessé- ria se no tivéssemos presenciado' oradores atirarem as folhas no chao. Se houver o atril, seré mais facil colocar a folha lida a0 lado, nao embaixo das outras. Datilografe seu discurso com tipologia legivel e em espa- os duplos. Esse cuidado seré de grande ajuda né momento da feitura: Se costuma sentir tremores nas maos, fato muito comum até entre oradores experimentados, cole a folha de papel sobre um cartéo mais grosso. Somente a certeza de que os tremores nao serao percebidos pela assisténcia aumentara a seguranca & muito provavelmente nao tremera. Use sempre um cartao dis- creto das mesmas dimens6es da folha de papel e na cor branca. Alguns preferem usar como apoio uma pasta de papelao solta 190 Esse procedimento exige 0 cuidado de colocar as folhas lidas das outras folhas, nao embaixp da pasta, pois seria controlé-las, . Habitue-se a colocar tracos verticais na frente das palavras ‘ou frases que necessitem de inspirago de ar mais profunda, ou de pausa para serem transmitidas, e tragos horizontals embaixo das palavras ou frases que pegam ma‘or destaque durante a leitura, para corresponder ao seu valor ¢ & sua expressividade. Essas marcagées identificarso rapidarne}te a pontuacao oral e ‘0s termos de maior valor, durante a leitulra em piblico. Quando ler 0 discurso Discursos de oradores de turmas de formandos, de paraninfos, de presidentes de qualquer entidade, ao serem ‘empossados, de clentistas ou técnicos p apresentacao de te- mas que requerem exatido de pormenayes, séo indicados para leitura; de oradores de turmas de formnay}dos porque represen- tam outras pessoas e portanto tém a resonsabilidade de trans- mtr a linha de pensamento de todo © grupo; de presidentes de qualquer entidade porque terao de exte-nar a linha de conduta- da sua administracéo e esta ndo poderé ser improvisada; de cientistas ou técnicos, quando tratarem|de assuntos que nao possam conter erros ou omissées, porcu¢ somente lendo o que foi preparado haverd a certeza de que nao ocorrerdo falhas. A no ser nesses casos que acabamos de mencionar, a fala deverd ser sempre de improviso, isto é, sern leituras. COMO IMPROVISAR UM DISCURSO Deixar a mente fabricar instantaneainente um pensamen- to, envolvé-lo com as ricas roupagens ds palavras articuladas ao som da musicalidade da voz e adornadas por elegarite gesti- culagao — eis aqui o sonho do orado: no seu mais elevado desejo. E 0 verbo surgindo do nada, tomando corpo, definindo forma e transformando-se em mensagem, nascida do improv'- s0, da inteligencia e da coragem. Este é um desejo que poucos conseguem transformar em realidade. | 194 Quantas efetivam —¢ improvisam as suas falas? C's as “tecnicas que uutilizam? ¢ ais os artificios empregados?' te & improviso? Afinal, ele ste? Essas sio algum das perguntas que ouvimos co ais freqliéncia. A maiorie leseja saber como poderd pene 05 segredos da improvise 0. Um bom improviso, pode levar até uma vida inteira para ser feito. Sao anos de meditagao, ruminando lentamente as in- formagées, as causas e as conseqiiéncias de um fato. De repen- te surge a oportunidade'e a idéia esta ali preparada para ser transmitida fluentemente, sem titubeios. Foi improviso? Sim, fo, 0 orador talvez nem soubesse que iria usar da palavra na- quele momento para falar sobre aquele assunto. Mas nao in- ventou nada subitamente, apenas ordenou todos 0s pensamen- tos que ha muito rondavam a sua mente. ‘A cultura, 0 automatismo da fala, fruto do treino e da ex- periéncia, 0 vocabulayio pronio, a presenga de espirito, a capa- cidade de observacio, a meméria, a confianga e a ccragem sao elementos essenciais para a improvisagao. De posse do conhecimento, bastaré ao comunicador esta- belecer um met6do para organizar sua linha de raciocinio @ deserwolver o tema. O improviso com auxilio de assunto paralelo Entrar na mensagem principal sem preparar o proprio assunto ou a platéia fere os principios da ordenacao didatica da fala e joga 0 orador no desenvolvimento do tema, ob: gando-o a esgotar rapidamente as informagées que possui sobre a matéria abordada. Fizemos intimeras experiéncias com varios oradores e o resultado demonstrou que quase to- dos que entraram diretamente no assunto determinado nao conseguiram desenvolvé-lo além de poucos minutos, mesmo conhecendo com profundidade 0 contetido da mensagem. Um deles trabalhava ha quinze anos numa empresa mult nacional planejando e orientando as férias dos milhares de funciondrios da companhia. O seu tema sorteado foi, coinci- 192 dentemente, férias. Feliz e contiante pc-que dominava total- mente o que se relacionava com férias, cornecou a falar, abor- dando diretamente o assunto. Para susprzsa de todos e para © seu desespero, depois de alguns seci.cdos nao sabia mais como continuar. Posteriormente voltoy 2 se apresentar utili- zando as técnicas que passaremos a difcerrer e cumpriu scu iinproviso com seguranca. Além da preparagao do assunto prircipal e do auditrio, 0 assunto paralelo semeia ao longo da aprescntacéo uma série de idéias que podem ser utilizadas na aborcegem do tema central tornando a fala agradavel e rica de infoamnacées. assunto paralelo @ um dos princisa:s auxiliares do im- proviso. Vejamos suas regras e sua aplicacso Definigao Considera-se assunto paralelo aq.ck que pele sua natu- reza tenha algum tipo de ligagio com 2 motéria central a ser desenvolvida. Assim, quando utlizado, menteré a integridade da peca oratéria pelo poder de conexao €a seu contetido. Regra geral Todo tema possui sempre pelo menos um assunto paralelo. Relagéo Os assuntos paralelos podem ser préximos ou remotos. + Préximos — Quando as idéias neles contidas se associam imediatamente e sem esforgo & mersagem principal. Ex.: piano e musica, livro e cultura, avido e ~iagem etc. + Remotos — Quando as idéias neles contidas necessitam de explicagées e desenvolvimentos para se associarem a men- sagem principal. Ex.: desemprego e ‘ore, estradas ¢ mo, saudade e patria etc, Ambos séo eficientes quanto a aplices>. ea escolha deve- 14 ser feita tendo em vista trés fatores: 193 a. Interesse a ser despertado, b. Conhecimento do orador. ss da lingua chinesa ira, se 0 orador.e 0 18s, mesmo tratando-se, natural- como assunto paralelo di jo ndo conhecem cl mente, de um’ assunto paral Espécie Quanto a espécie, dividem-se em simples e compostos. « Simples — Quando apenas ui tinico assunto paralelo, & ‘ado na preparagao da mensagem principal. + Compostos — Quando dois ou mais assuntos paralelos de ratureza semelhante ou diferente, mas sempre conexos, S80 utilizados na preparagao da mensagem principa:. Cuidados espe iais _ Nao desenvolver demasiadamente 0 assunto paralelo para evitar que seja ‘confundido ou suplante em importancia a mensagem principal. _- Nao ser artificial, dando a impresséo ao auditério que esté “ganhando tempo” ou tentando ludit _— Evitar o uso de muitos assuntos paralelos para que a aten- Gao do aueitrio nfo seja perturbada e, o que é multo por desviada da mensagem principal, EXEMPLO RESUMIDO DA UTILIZAGAO DE ASSUNTO PARALELO (() 0 homem tem duas opodes a tomar: uma bastante co- mnéda, mas sem objetivo, que é a de levar uma vida vegetativa, cmoblando-se as suas fraquezas naturals; éa outa mais trabalho- |ASSUNTO PARALELO 194 sa, dificil, mas com resultados extraordinarigs para uma vida ple- na de realizagdes, determinando-se a superar suas defi ‘aumentando e aperfeicoando os atributos' indispenséveis a um vencedor. (*) Uma das qualidades que pocera ser desenvlvidas @ aperfeicoadas & a Expresso Verbal, pois tobustece e fortifica a seguranca ¢ faciita a abertura de portas apa- rentemente intransponiveis para 0 progresso profissional e so- cial, promove e projeta a boa imagem de quem a domina, Reveja também, na pagina 49, o trecho do discurso do Dr. Waldir Troncoso Peres, que serve como dtino exemplo do uso de assunto paralelo. | Improviso com auxilio da anne de idéias basicas Este método de improvisagao nao extlui a ajuda do assun- to paralelo. Os dois se completam e juntos orientam mais facil mente a apresentagao do orador. O método em todos os dus passos 1. Dividir a apresentagao em trés ou quatro: partes. 2. Destacar para cada parte uma idéia que servira de orienta- go & linha de raciocinio. 3. Analisar a ideia escolhida com auxilio de semelhancas e con- trastes, espaco, tempo, enfoque posicional ete, a) Semelhangas ¢ contrastes Fazer uma avaliagdo dos pontos comuns e divergentes de dois ou mais assuntos que possm ser associados por um elo de igacdo. Ex. Conduta de dois povos pelo desenvolvimento dos (*)ASSUNTO PRINCIPAL, 195 b) Espago Colocar a pessoa ou —-em espagos geograficos dife- rentes e analisi-los isolac —_¢. Ex.: O profissional do nor- Yeste, do centro edo sul 5; a mulher carioca, a paulista a nordestina; os meios crore do interior e da c lazer na praia e no cam| ©) Tempo * ‘Tracar paralelos ou _yentar 0 desenvolvimento de ativi dades ou situacées ao lor 10 tempo passado, presente ¢ futur vo. Ex. Como era avid» brasileiro antes de 1964, de 1964 até o momento e como sera nos dias de amanha; a indéstria ‘antes da crise do petréleo, durante a crise, e as perspectivas futuras etc. 4) Enfoque posicional Determinar, com a ajuda da and alteragées nas esferas econdmica, p< Ex. A aboligéo dos escravos influiu na queda da produgéo ag cola (econdmica), na mudanga para o regime reps tiea}, na reorganizacdo do povo para conviver fraternalmente com a raga negra (social) e na maior divulgacéo dos costumes africaros, como a misica e a danca (cultural). 4, Colocar a mensagem dentro de um dos esquemas retoricos estudados (introdugao, corpo do discurso e conclusao) adapté-la a circunstancia * No fazer a sua preparacao, lembre-se sempre que as i deverdo estar ligadas naturalmente e as passagens de uma para ‘utra deve ocorrer de forma logica e compreensivel. © uso de esquemas ; Se achar muito necessério utilizar um pequeno esquema com as diversas idéias a serem desenvolvidas, aja naturalmente, 196 sem disfargar a leitura do papel. Podera ser um roteiro escrito, onde sao colocadas frases, contend completas, para se- rem lidas e comentadas, ou um cartéo 22 notas com palavras, expressées, cifras etc. para orientar a szqiiéncia da exposicso. A FALA DECORADA Existe uma forte corrente de oracoves que defende a fala decorada. Embora a maioria das pessces condene essa forma de apresentacao, quando se ve diante de um compromisso para dizer algumas palavras numa importante solenidade acaba de- corando seu discurso do principio ao im. Observemos quais sho 05 argumentos favordveis e contr arias a fala decorada: Argumentos faveraveis A. Seguranca| Este talvez seja 0 maior motivo quz'leva grande parte das pessoas a decorar. Consciente de tod2s os cai para percorrer, 0 orador se sente mss confiante, afinal no existe o desconhecido, nada de novo, neda diferente do que foi planejado devera acontecer. B. Corregao Decorando um discurso, sempre “averé a possi ir eventuais falhas de forma, erres gramaticais @ ‘ces do vocabulério, Assim 0 discurso & ¢laborado sem deslizes, sem erros ou omissdes. C. Duragéo Pela fala decorada é possivel deter ninar exatamente o tem- po que seré consumido durante a ap"esentacao. Certas soleni- dades possuem programa extremamert2 rigoroso quanto 8 dura- 197 yminhos que tem” } | | «80, exigindo dos oradores um tempo de permanencia mnie (20 bona e em alguns casos também tempo minima, para nao desvirtuar 0 andamento planejado. D. Gesticulagéo “Tocios os gestos poderto ser estudados e treinados com an teceéncla, quando a fala & decorada, O momento de maior emo ‘Go ou de moiortranqbildade sempre ter a presenga do gosto eer eapondente, podendo ser ensalado em tod as etapas. ‘Argumentos contrarios A. Esquecimento Se o orador esquecer uma simples palavra que serve pate tiger duas idéias, poderd perder-se completamente. ‘Quando a palavra desaparece da mente, 0 nervosismo comeye & tomar Porpo e pode até progredir para um completo desesPero- B. Artificialismo or mais bem ensaiado que seja 0 gesto, por melhor que ade de teatralizagio do orador, sempre estaré no platéia um compotiamento artifical. Mesmo olhando para o piblico, quem se expressa com 0 texto decorado apre- ear prlho earacteristico nos olhos, que identifica ume lee tura interibr, no papel que esta na mente. C. Indiferenca as circunstancias ‘Um dos elementos que provoca maior aproximagao entre ‘0 orador e-0 ouvinte € 0 aproveitamento das circunstancias de Tempo, de lugar e de pessoa. Com recelo de esquecer wins palavra ou uma frase, mesmo percebendo a circunstancia, 0 redo que decora néo aproveita a oportunidade, nBo se arrisca a sair do seu roteiro. D. Falta de criatividade A comodidade @ a mals grave concegiéncia do discurso decorate, Com 0 passat do tempo, 0 orader comera a volar s suas antigas anotages e passa 2 ‘repeti-as, perdendo a ima- ginacao ea criatividade para construir icé.as diferentes. Sao sempre as mesmas historias, as mesmas axncadeiras, OS THE eon finals; 50 0 interesse do piblico que de'xs de ser 0 mesmo- Com esses argumentos favorsveis smi cada ora- dor dewerd decidir pela forma de apresefanao que mals Ihe Soradar Aquele que possuir uma merrépa prodigiosa ¢ We conseguir decorar com extrema facilidace provavelmente opta- ra por esta alternativa. Particularmente, acreditamos que o -wcio-termo @ sempre 9 mats indicado: nem improvisr totalrmerse nem decorer. Sur ferimos sempre que o orador prepare as é as que serae 9F°e” aeras @ deixe as palauras para 0 ins-ay‘e da exposicso. AS: sorta era a seguranca de conhecer © cjrho que ir seguir poderé aproveitar as ircunstancias que aparecerem no am- Peete, nao sera artificial porque viverd a eraogho do momento - ¢ principalmente estaré sempre forgarc= a Imaginagao ¢ & criatividade. Esta sugestio, obviamente, nao el ina a preparagao. O dor devers sempre prepararse no mssimo de tempo que iver a sua disposigao. Com a preparecaa sempre sutgem N° vas idéias, novos raciocinios que aumertsm 2 seguranga ¢ sao. vs importantes para o sucesso de quer fala em pablica | 199 CAPITULO VII DISCURSOS _ DE CIRCUNSTANCIAS Embora todas as apresentagbes devam ser elaboracas atendendo as necessidades de cada situacéo, desenvolve- mos algumas sugest6es para discursos de circunstancias, que poderdo ser utlizadas apés sofrerem pequenas adaptagées. ‘As tecnicas e os modelos seguiram as regras recomendadas pela boa ordenacao didatica da fala, obedecendo aos con- Poitos ja estudados para iniciar, desenvolver € concluir um discurso. COMO FAZER UMA SAUDACAO © discurso de saudacéo, quando bem realizado, aumenta + rapidamente o presti visto que normalmente @ nunciado nos locais onde o relacionamento %, no trabalho, para homenagear um ga bu um superior hierdrquico, nas reunioes social um amigo ou personalidades Uestacadas, ou em associagdes de dsse, recencionando membros ¢ convidados: 4° Parte — Envolver 0 auditério Quer faz uma saudagéo ou presta homenagem, normal: mente representa uma ‘entidade ou um grupo de pessoas. E importante demonstrat 20 auditrio, logo nas primer pala- rape ue esta satsflto em cumprir essa tarefa, Essa declaracéo conquistaré a simpatia da platéia e ymotivaré a todos para rece- hhorem hem o restante da fala. “Ser escolhide para reresentar a vont de de atificantes. Sinto-me adequadas para que este ‘um momento de alegria para todos nés” 2° Parte — Escolher 0 cendrio Na segunda parte construa um pano de fundo que posse cervir como cenario & pessoa do homenageado. Faga um breve cnérice do progresso e da importan:ia da empresa onde ele trabelha, ov do clube onde @ associedo, diretor, conselheiro, presidente etc.; ou da entidade de que nartcipa, Enfim. comers Pos axpectos positives do universo qua serve de censrio & Figur ra representada pela pessoa que recese @ homenagem, Exemplo: “Ha vinte e cinco anos dois irmaos acreditaram na capacidade empreendedora que passuiam ¢ funidaram wna mpresa que passaria para a historla como modelo de desor penho e cratividade, a Cia, So Paul? de Borracha, Com mais de quinhentos empregados, um amizio parque industrial € 0 bom nome atravessando front paises polas suas exportacbes, a Sho Ps ron seas atividades, com produtos da mais alta qualidade”. E importante colher o maior nivero de informagées para enriquecer os comentérios do universo que serve de cen: sestecando aquelas que estejam maisligadas a pessoa do home- nageado. | 3* Parte — Fazer a homenagem ‘Ando ser que sinta muita necessidade, evite revelar o nome do homenageado no inicio do discxzso. O auditério ficaré na dessa revelagao, mesmo que saiba de quem estamos Nesta parte assoce naturalmerte a pessoa do homenagea- do ao universo que serve de cenaric. Em seguida elogie 0 seu procedimento como chefe de familie, como profissional, como Pinigo e outras qualidades que puder encontrar. Destaque Prin: cipalmente a qualidade que se identifica mais com 0 motivo da homenagem: Exemplo: “Todo 0 progresso e desenvolvimento desta ue durante vinte e cinco anos tem sido o lar de mui- tas familias, s6 foi possivel gracas & dedicagao de profissionais como © nosso homenageado — um homemcujo comporta- mento junto a sua familia tem sido um exemplo para todos nés, orgulhoso dos seus filhos e marido leal; um amigo sempre dis- posto a abandonar suas ocupagdes pessoais e a ajudar quem ecessita do seu auxilio, sempre pronto nos momentos de ale- gria e nos menos afortunados; um profissional que, tendo nas- ido em bergo humilde, filhho de lavradores, lutou com todas as suas forcas para poder estudar, aprender e conquistar esta posi- ao merecida. Raul Lopes de Souza, receba esta homenagem como prova do catinho e do reconhecimento da nossa admira- do e amizade”. 4° Parte — Concluséo Modifique a inflexao da voz para demonstrar que esté en- cerrando e para provocar a emogéo da platéia. Como ja vimos, ‘esse objetivo podera ser atingido pronunciando as palavras com maior intensidade, mais rapidamente ou ainda mais pausada- mente. Encontre uma frase motivadora e encerre rapidamente. convencer a razao. O auc gens sentimentals, trans com palavras e frases proprias, para 0 coragao. Procure saudar ou homenagear pessoas que conheca muito bem; se nao estiver muito fe izado com o hornenageado, nao invente qualidades. Recolha o maior niimero de Ges possiveis atenha-se aquelas que no possam spr rel tadas © que guardem estreita ligago com 0 motivo da horhenagem. 202 COMO RESPONDER A UMA SAUDACAO A resposta a uma saudagdo apresena as mesmas caracte- risticas emocionais da saudacdo. Isto dexpri ser demonstrado nao apenas nas palavras, como também -ja inflexéo da voz do orador. 1 Parte — Agradecer & homenagem io alimenta a expectativa ce ver a alegria estar ratada nas palavras da pessca que tece- be a homenagem. Na primeira parte agradeca 8 homenagem com palavras que traduzam 0 contentamento que (o auditério espera) esteja sentindo. Exemplo: “As palavras que acabo de ouvir constituem 0 maior prémio que um ser humano pode almejar. E um momen- to que fala tao alto ao meu coragéo que com certeza icaré gravado entre as minhas mais felizes e agadivels recordacées" 2° Parte — Agradecer a quem o saudou e ds outras pessoas p-esentes Na segunda parte, os agradecimentes deverao ser dirigidos 20 orador que fez a saudacao, comentendo algumas das suas Gqualidades, e as outras pessoas presentes, 7ela acolhide aletuose.. Exemplo: “O querido companheiz Carlos Augusto foi bastante bondoso e benevolente nas sues afirmagGes. Profer palavras amigas ¢ alentadoras, préprias de um carter bem for- mado e de um espirito solidario. O calor e 0 entusiasmo que cercaram minha recepgao dei- xaram-me profundamente emocionado. Sinto que estou no seio de uma grande fa j | 3 Parte — Elogiar quem o ajudou e falar sobre a atividade que provocau a homenagem Na terceira parte, enaltecer os mé-itos do grupo ou das pessoas que o ajudaram a concluir © trabalho. Em seguiéa, 203 bad comentar a importancia da sua atividade, procurando assoc a uma causa nobre. Exemplo: “O éxito deste empreendimento, a construgio do grande Centro Nacional de Pesquisas, s6 fot possivel gragas § competéncia e a unio deste grupo que me acompanha ha mais de dez anos, seipre dedicado e criativo. © trabalho que deabamos de coneluir daré a esperanca de encontrar a causa de ‘muitos males gue atormentam a humanidade nos dias atuats. ‘As pesquisas que sera realizadas poderéo a curto prazo apre- sentat os mais promissores resultados” 4° Parte — Agradecimento final Na quarta parte, falar do orgulho que sente em desempe- har to nobre fungéo, que the proporcionou tantas satisfa- goes. jidade de ter trabalhado neste uu encontrar tantas honra- Exemplo:,"Agradego a oportu empreendimento que me possi vias e acima de tudo tantos ar Ao receber uma saudagao, e comportamento cons- trangedor de ficar olhando pare a platéia. Enquanto 0 orador 0 clogla, fique com a atengo voltada para sua diregao, pols neste momento aquele que fala é a pessoa mais importante no am- biente. COMO FAZER UMA DESPEDIDA Depois de visitar ou permanecer num pais, regiao, locali- dade, empresa, clube ou entidade, voce podera ser convidado a dizer algumas palavras para se despedir. Este modzlo & uma forma simples para compor a fala nessas circunstarstas, 1 Parte — Dizer como chegou, como foj tratado e como esta partindo A partida @ quase sempre marcada por sentimentos de tristeza. tanto de quem fica, como de quem parte, O auditério, normalmente, espera ouvir ou perceber na fisionomia do ora dor 0 desalento pela despedida. Ao falar, todo esforgo deve ser feito para corresponder a essa expectativa- Conte que tipo de sentimento possuia quando chegou aquek: local, preocupado, faiz, ansioso etc. "Em seguida, agradega au comente 0 trata: ). Finalmente, demonstre ccma esté consterna- do em deixé-lo e aos amigos. Exemplo: “Quando cheguel a este chive sentia meu peito tar de felicidade, afinal sempre sonhei ‘raqientar este mara- lhoso local. Passet momentos de muita alegria durante a mi- nha estada; {ui tratado como membro da familia e cercado de pessoas amigas e prestativas. Ao partir, deixo aqui um pedago do meu coragao, estou triste e sinto que = saudade j4 comega a se aproximar”. 2° Parte — Renovar os elogios, dizer os motivos da partida e falar do futuro Na segunda parte, renovar os elogizs ao local de onde ce despede, citando agora os fatos mais concretos, que Pos- cam ser interpretados imediatamente como verdadeiros. Em seguida, explicar os motivos que o leveram a partir. Se fo- tem conhecidos, poderao ser repetidos com a frase: — Como é do conhecimento de todos,..., 9u outras semelhan- tes. Ainda nesta parte, dizer quais as 2erspectivas para 0 futuro. Exemplo: “Deixo Clube Guanaba’@ apenas fisicarnen- te, em pensamento sempre estarei aqu: um clube que pos- sui a torcida mais vibrante do Pais, urm cllibe que, & custa do sactificio ¢ dedicacao dos seus diretores p associados, cons- truiu o maior gindsio de esportes partizilar do Estado; um clube que mantém nas suas fileras os melhores atletas do bas quete nacional Como é do conhecimento geral, recebi um convite para dirigit uma das mais tradicionais equipes de basquete de Europa «e resolvi aceitar mais este desafio na © meu objetivo @ preparar a equip camped européia e voltar vitorioso para o Br 3° Parte — Demonstrar a vontade de retornar ‘Ao concluir, evidenciar a vontade de voltar aquele local e falar sobre a satisfacao de ter encontrado pessoas e lugar que lhe proporcionaram momentos tao agradaveis. Exemplo: “Minha intencdo @ a de voltar ‘o mais rapido possivel para rever os amigos, respirar este ar e pisar este chao, Ende passei um dos momentos mais importantes da minha vida. Ate breve” Se estiver visitando a casa de amigos, encerre convidando-os para visitérlo e diga que espera poder recebé-los da mesma for- ma como foi recebido. COMO APRESENTAR UM ORADOR Em varias oportunidades observamos pessoas apresentan- do oradores e falando quase tanto quanto aqueles que foram ‘comvidados a falar. Este 6°9 primeiro principio para uma apre- sentagéo — quem apresenta um orador no pode desejar que a sua presenga se destaque mais do que a da pessoa que esta apresentando. “Quem apresenta um orador devers preocupar-se em pre- pararo &nimo dos ouvintes para recebé-lo com respei'o ¢ con- deraqao, colocando-o inteiramente a vontade diante ce todos, \ém de informé-los sobre o assunto que sera tratado. As infor- mages sobre o tema a ser abordado deveréo restringir-se 205 ‘spectos mais superficias, suficientes a despertar a curiosidade @ criar um clima de expectativa. Alertamos mais uma vez: nao faca o discurso no lugar do orador. 1° Parte — Despertar o interesse Na primeira parte da apresentagao de um orador pro- cure despertar o interesse do auditorio. Faca um breve co- mentario aludindo & ocasiéo, explicando a presenga de to- dos naquele local e levante algumas questdes sobre o tema que sera abordado, sem respondé-las, evidentemente. As questées deverao estar relacionadas com o interesse do piblico. Exemplo: “Estamos aqui reunidos para trater de um dos ina vida de todos nés, o medo de sentiram medo de falar em pubblico falar em pi alguma vez? Conhecem alguma pessoa que 930 prosperou na Vide porque sempre se escondeu attés.do metio de falar diante deumne platéia? A sua vida social profissional poderia ser melhor se tivessem mais desembaraco para ensaram alguma ez como surgiu esse problema? Pensaram também como ele poderia ser resolvido?” 2! Parte — Apresentar o orador Na segunda parte, apresente 0 orador flestacando os as- pectos diretamente ligados ao assunto que if discorrer e apre- gente um cutriculo resumido do apresentado Se alguém for convidado a abordar o medo de falar em piblico, de nada adiantaré enaltzcer suas qualidades como bom Porredor de autombveis, visto que este fato nao The creditaré autoridade para falar sobre o tema. Exemplo: “E com enorme satisfagao que recebernos a vist ta do Professor Carlos Rodrigues de Souza, uma das mais ex: pressivas auioridades na pesquisa des problemas relacionados Bo medo de falar em piblico. O Professor Carlos atua como titular da cadeira de Psicologia na Uni vou diversos livros sobre a inibicao Sobre o Medo de Falar em Pablico, foi traduzido para oito idiomas, conferindo-lhe notoriedade intemacional”. ‘Agora apresente o curriculo do ofader. 3* Parte — Repetir 0 tema e oferecer a tribuna ao orador Nesta a parte repita o tema © chame 0 orador para ocupar a tribuna, Pronuncie as ditimas palavras de forma cadenciada e com ‘boa intensidade. Exemplo: "Para tratar sobre 0 medo de falar em piblico, convidamos a ocupar @ nossa tribuna o Professor Carlos Rodrigues de Souza”. \ 207 Finalmente, dirja-se ao seu lugar'e preste atencho 8s pala- vyras do orador, dando assim umn bom exemplo a platéia. * Providencie um cyrriculo do orador, antecipadamente. Ele mesmo podera preparé-lo. ‘Antes de fazer a apresentagao, pergunte 20 orador se ele gostaria que fosse incluido algum dado especial. Nao exagere nos elogios & pessoa do orador © Procut® néo destacar suas qualidades oratérias, pois isto aumontare desne- cetenriamente sua responsabilidade para se apresentar como um bom orador. CAPITULO VIII QUESTOES PRATICAS Sob 0 titulo “Questdes Praticas”, abordaremos algumas questdes que normalmente surgem em sala de aula, baseadas igs experiencias dos alunos que, tendo enfrentado o problema fem situagées reais ou imaginadas, pediram uma opiniso sobre qual a atitude a ser tomada. Em todos os momentos vividos por, rofessores, gerentes de treinamento, advogados, vendedores Pic., denominaremos sempre como orador aquele que fala. 1. Como usar o microfone? mm a presenga do Ele permite que a comunicagao do orador seja mais natural & esponténea, possi- biitando falar a grandes platéias da mesme| forma como se con- versa com uma ou cas pessoas. Mesmo possuindo todas essas qualidades, 0 microfone, muitas vezes, é visto como um terrivel inimigo, chegando a pro- Vocar panico em determinados oradores, principalmente na- {queles menos habituados com a tribuna. Teso ocorre por nfo se observar cerigs procedimentos ele- mentares, mas de capital import&ncia a urna boa apresentaréo. Vejamos, de forma resumida, 0 que deve ser feito para 0 bom uso do microfone: Micrafone de lanela

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