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DEZ motores monofasicos 10-1. GENERALIDADES Os dois capituios precedentes detiveram-se principalmente nos motores polifi- sicos sincronos ¢ assincronos. Ha numerosas instalagdes industriais ¢ residen- ciais para as quais a alimentagdo de energia elétrica é feita apenas através de siste- mas monofdsicos CA. Além disto, em todas as instalagdes ha, normalmente, neces- sidade de motores pequenos que, operando a partir de redes monofasicas, acionam varias maquinas. como sejam, maquinas de costura, furadeiras, aspiradores, con- dicionadores de ar, etc. Genericamente. 0 termo “motor pequeno” significa um motor de menos de 1 HP. isto é, um motor de poténcia fraciondria', ¢ a maioria "Um motor pequeno, conforme definigdo da ASA (American Standards Association) ¢ da NEMA (National Electrical Manufacturers Association) é “um motor que tenha uma carcaga menor que aquela correspondente @ de um motor dé 1 HP, para funcionamento continuo, tipo aberto entre 1.700 e 1.800 rpm”. Os motores pequenos sio normalmente considerados fracionirios (fragio de HP), mas, uma vez que a determinacio se baseia no tamanho da carcaya, so interessantes as seguintes compa: rages ¢ Moores MONOFASICOS 355 dos motores monofasicos é, na verdade, de motores de poténcia fracionéria. Mas 0s motores monofisicos sio também construidos nos tamanhos correspondentes as poténcias inteiras: 1,5, 2, 3, 5, 7,5. 10 HP para redes monofasicas de 115 V ou 230 V, ou mesmo 440 V para as unidades de 7,5 ¢ 10 HP (V. Tabela A-4, Apéndice). Utilizam-se motores-série monofasicos, de poténcias inteiras, em tamanhos espe- ciais, que vio desde centenas até alguns milhares de HP em servicos de tracio elétrica. Os principios basicos dos motores monofasicos CA sao inerentemente aqueles Previamente estudados. O principio de indugio & empregado extensivamente, devidd a simplicidade do rotor ¢ porque ele diminui as dificuldades da comutacao. Varias técnicas sio utilizadas para produzir 0 campo magnético girante necessario para a partida dos motores de inducio monofasicos, que empregam a fase divi- dida e os pélos ranhurados. Mostrar-se-d, entretanto, que um rotor de indugio, uma vez ja em funcionamento através de um campo magnético girante, conti- nuard a funcionar a partir de uma fonte de alimentagio monofasica, Portanto, outras técnicas de partida podem ser utilizadas, tais como os motores de inducio com partida 4 relutancia ou com partida por torque de repulsao. Os motores sincronos monofasicos, de relutancia e de histerese, foram discu- tidos nas Segs. 8-27 ¢ 8-28 ¢ os subsincronos na Seg. 8-29, principalmente porque suas caracteristicas de torque sio muito diferentes das de outras classes de motores monofasicos. Utiliza-se também o principio do motor de comutador CC, princi- palmente em motores de tamanhos razoavelmente grandes, como no motor-série CA € nos tipos de poténcias nominais fracionarias, como 0s motores universais. Pequenos motores universais funcionam em tensdes de 6 V ou mesmo mais baixas (no caso de motores de baterias solares) e em freqiiéncias de CC que vao até algu- mas centenas de hertz, com velocidades que chegam a 20.000 rpm. Os requisitos de carga ¢ de ciclo de trabalho para motores _monofasicos facil- mente scrao tao, ou talvez mais, severos que os das maquinas polifasicas, devido a falta de procedimentos de manutengao rotincira em instalagdes domésticas ou residenciais. Os motores-série CA monofasicos, particularmente, sio algumas vezes projetados para aplicagdes extremamente pesadas, como em guindastes, elevadores ou servigos de tragao (locomotivas elétricas), podendo entao ter tamanhos que vao de alguns HP a varios milhares. Alternadores ¢ motores sincronos mono- fasicos si0 muito comumente utilizados em servigos de ferrovias. Genericamente, as maquinas de maior capacidade sio realmente maquinas sincronas trifasicas, de ligago estrela, desequilibradas, com uma fase aberta , como tal, utilizadas em locomotivas em conjuntos M-G que atingem varios milhares de HP. Devido ao fato de que o motor de indugdo monofisico nao tem, inerentemente, torque de partida, isto é, ndo tem 0 verdadeiro campo magnético girante, que é 1. Um motor de 3/4 HP, 9.) rpm, nao & considerado um motor fracionario, porque sua carcaga, se utilizada em um motor de 1.800 rpm, conduziria a uma poténcia maior que 1 HP. Assim, 1.800 consideré-lo-emos um motor de poténcia inteira ou 0,75 HP x “So ~ 1,5 HP. 2. Um motor de 1,5 HP a 3.600 rpm ¢ um motor fracionario devido ao tamanho da sua carcaga, que, se utilizada para um motor de 1.800 rpm, conduziria a uma poténcia menor que | HP, ou 1,800 seja x = 0,75 HP. ja LSHP x Sop 356 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES Jundamental para o motor di dugo polifasico, empregam-se varios métodos . Como conseqiiéncia, surgiu ago dos motores de indugaio monofasicos baseada nos métodos em- pregados para a partida (V. Sec. 10-18) e estes motores serdio considerados em pri- meiro lugar, seguidos de uma discussiio dos motores monofasicos do tipo comu- tador. 10-2. CONSTRUCAO DE MOTORES DE INDUGAO MONOFASICOS © rotor de qualquer motor de indugdo monofasico € intercambidvel com 0 de um motor do tipo gaiola polifasico (Categorias A ou B), V. Seg. 9-21. Nao ha ligagdes fisicas entre o rotor ¢ 0 estator, havendo, isto sim, um entreferro utiiforme entre cles, As ranhuras do estator so uni emente distribuidas e normalmente utiliza-se um “‘enrolamento-parcial” monofasico, imbricado, de dupla camada. Um enrolamento monofasico “simples” no produziria campo magnético girante nem torque de partida, pelas varias razdes que se discutirdo na seco seguinte. E necessdrio, portanto, modificar ou dividir 0 enrolamento do estator em duas partes, cada uma delas deslocada no espago ¢ no tempo no estator.? Assim ha dois enrolamentos, em paralelo, ambos ligados 4 mesma fonte CA monofisica. Um destes enrolamentos do estator, normalmente de impedancia aprecidvel para manter baixa a corrente de funcionamento, ¢ chamado de enrolamento prin- cipal ou de funcionamento ¢ & distribuido nas ranhuras, uniformemente espacado €m volta do estator. © outro enrolamento, em paralelo com o enrolamento prin. cipal, 0 enrolamento auxiliar ou de partida, que € também distribuido unifor- memente em volta do estator, mas que comeca em ranhuras defasadas de 90° elé- tricos do inicio do enrolamento principal. O enrolamento auxiliar tem, normal- mente, sua corrente ¢ impedancia ajustadas em relagdo a tensdo de linha, de modo que a corrente deste enrolamento (de partida) esteja adiantada em relago a corrente do enrolamento principal, ndo necessariamente de 90°, mas o suficiente para que haja um defasamento no-tempo, uma vez que jd ha no espago. Em alguns tipos, que discutiremos mais tarde, o enrolamento auxiliar é aberto apés 0 periodo de partida, isto é uma vez que iniciou 0 movimento. Em outros, © enrolamento auxiliar permanece em paralelo com o principal durante 0 funcio- namento, como jé ocorrera durante a partida. Mas a finalidade essencial do enro- de Isto permite que se levante a ques- nao produz rotacdo, por si mesmo, to de por que o enrolai num motor do tipo gaiola. 10-3. TORQUE EQUILIBRADO DE UM MOTOR DE INDUCAO MONOFASICO PARADO O enrolamento monofasico distribuido (e, na verdade, o enrolamento de qual- 2A ASA (American Standards Association) define 0 motor de fase dividida como sendo “um motor de indugo monofisico equipado com enrotamento auxiliar ligado em paralelo ¢ com a po- sigdo magnética deslocada em relagio ao enrolamento principal” e ligado em paralelo com ele. . Motores MONOFASICOS 357 quer fase) tendera a produzir um campo magnético resultante, como mostra a Fig. 9-1. A Fig, 10-la mostra o resultante campo magnético do enrolamento principal distribuido em yolta do estator de um motor CA monofisico, como tendo o sentido instanténeo da esquerda para a direita. Uma vez que a corrente neste campo va- ria sinusoidalmente com a tenséo monofisica aplicada, ela produziré um campo concentrado da direita para a esquerda a 180°. Os sentidos das correntes induzidas No rotor, por ag&o transformadora, so representados na Fig. 10-la. De acordo com a lei de Lenz, as correntes circulam nestes condutores (por exemplo, condu- tores A e B) num sentido tal que se opdem ao campo que as produziu (regra do saca-rolhas ou da mao direita). (b) Torque putsante equivalente. (a) Torques em um rotor geiola de exquilo. Torque a(t) ids $17) Antihorério ~~ Hordrio {e} Dots campos sirantes opostos. {d) Teoria do dupto campo girante. Fig. 10-1 — Torque equilibrado no rotor bloqueado de um motor tipo gaiola, excitado por um enrolamento monofésico. O sentido do torque produzido por estes condutores percorridos por corren- tes (regra da mio esquerda) é visto na Fig. 10-la, indicado pelas setas associadas a cada condutor. O torque no sentido hordrio, produzido pelos condutores na metade direita do rotor, é equilibrado pelo torque anti-horario, associado aos con- dutores da (mesma) metade direita. A mesma coisa ocorre na metade esquerda. Note-se que os condutores 4 ¢ B sto incapazes de produzir uma componente itil do torque, mesmo quando por eles circulam correntes, uma vez que o torque que 358 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES eles produzem forma angulos retos com qualquer movimento do rotor. O torque liquido &, pois, zero. Quando muda de sentido a tensio CA, mudam também de sentido 0s torques ¢ as correntes nos condutores do rotor, mas o torque liquido é ainda zero. Desde que 0 vilor do torque desenvolvido por condutor depende do valor do campo CA resultante, que, por sua vez, varia sinusoidalmente com a fonte CA, © resultante torque equilibrado pulsante- pode ser representado pelo diagrama visto na Fig. 10-Ib. O valor médio do torque pulsante para um ciclo completo & zero, como mostra a Fig. 10-1b Qualquer torque periddico oscilante ou pulsante, representado na Fig. 10-1b, pode também ser representado como consistindo de dois torques girando em opo- sigdo e tendo campos de igual magnitude e velocidade angular, como mostra a Fig. 10-Ic. Desde que um campo magnético girante (separado) levard a um torque eletromagnético resultante num rotor do tipo gaiola, o torque que produz cada um dos campos girantes opostos aparece em linhas tracejadas na Fig. 10-1d. As curvas de torque hordrio ¢ anti-hordrio aparecem tracejadas na gama que vai desde 0 escorregamento nulo (velocidade sincrona) até o escorregamento 2, isto €, velocidade sincrona no sentido oposto.? Para 0 escorregamento unitario (motor parado), 0s torques de partida, tanto no sentido horario como no anti- hordrio, T, e T, respectivamente, sio iguais ¢ opostos. Assim, nao se produz torque devido a'um campo monofisico pulsante. O torque resultante dos dois campos magnéticos gitantes em oposido esta representado, em linha cheia, na Fig. 10-1d, indicando que, s¢ 0 escorregamento do rotor puder ser alterado desde © valor unitario, para o rotor bloqueado, até algum outro valor, apareceré. um «torque liquido h (horario) ou a-h (anti-horério), conforme o sentido resultante. © torque resultante para um motor monofiisico é nulo apenas para 0 escorregamento unitrio, ou seja, para a velocidade sincrona em qualquer sentido. Entretanto, uma vez posto a girar num dado sentido, © motor monofisico continuara a girar neste sentido devido ao torque liquido resultante, produzido para a esquerda ou para a direita do ponto de equilibrio visto na Fig, 10-1d.* 10-4. TORQUE RESULTANTE NUM MOTOR MONOFASICO DE INDUGAO, COMO RESULTADO DA ROTACAO DO ROTOR Ocasionalmente em laboratério (ou mesmo na indistria), uma linha que alimenta um motor de indugio trifasico é desligada acidentalmente devido a uma OV. Seg. 9-5. A este respeito, © motor monofisico sem enrolamento auxiliar ou dispositive de partida asse- metha-se a um motor de combustio interna de uma maquina de cortar grama ou de um barco, ao qual se deve dar partida através de uma corda. Efetivamente, num laboratério, o autor utilizou corda para ilustrar a Fig. 10-1d em motores monofasicos, dos quais se desligou o enrolamento auxiliar. re MoToREs MONOFASICOS 359 ma ligacdo mecAnica ou a um fusivel queimado na mesma. O motor continuaré a girar no mesmo sentido que antes, mesmo sob carga, desenvolvendo um torque de acordo com ¢ que verifica a Fig. 10-Id. Diz-se que 0 motor polifasico, nestas condigdes, funciona “monofasicamente™. Pode-se, entretanto, mostrar que, uma vez que teve inicio a rotago, 0 motor monofisico é, efetivamente, um motor bifasico. A Fig. 10-2a mostra o mesmo motor do tipo gaiola da Fig. 10-1a posto a funcionar por meios externos no sentido horario. Se o fluxo do estator tem um sentido instantaneo, visto na Fig. 10-2a, é induzic 1 uma fem como resultado do Movimento relativo entre os condutores do rotor 0 campo magnético (regra da mio direita). Esta fem induzida €, algumas vezes, chamada de “fem de veloci- dade” na Fig. 10-2a, para distingui-la da “fem de transformador” da Fig. 10-la, Produzida por acdo de transformador. Ambas sio produzidas, por uma varia- ¢4o no fluxo concatenado: a fem de velocidade como resultado do movimento relativo entre um condutor € 0 seu campo: ¢ a fem de transformador, como resul- tado de um campo pulsante. ————4 a tr ot tr (o () ) ty ti —_____. 4 ty it, (2) Tenses ¢ correntes induzidas le (ft) (9) um rotor girante, Fig. 10-2 — Campos cruzados produzides pela rotagio do rotor. O campo pulsante € um campo relativamente estacionario.. Contrariamente ao motor de inducdo polifasico, portanto, a freqiiéncia do rotor, relativa a fem de velocidade, induzida nos condutores de um motor em funcionamento, é elevada (desde que & proporcional a velocidade) ¢ a reatancia do rotor (X, # f) também 0 €. O resultado é que, enquanto a fem de velocidade € produzida nos condutores do rotor no instante representado na Fig. 10-2a, nao circulard a corrente do rotor até uma posicdo correspondente a quase 90 graus elétricos decorridos. Quando circula a corrente nos condutores do rotor, como mostra a Fig. 10-2a, produzir- se-A um fluxo no rotor, @,, cujo sentido, para baixo, é mostrado. A Fig, 10-2b mostra o fluxo pulsante do campo, $,, em um maximo, produ- zindo uma fen de velocidade maxima (mas nem corrente nem fluxo no rotor) nas barras, cujo sentido esta mostrado na Fig. 10-2a, Um breve instante depois, 360 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES: entretanto, circularé uma corrente no rotor, que ira produzir um fluxo em qua- dratura, ¢,, como mostra a Fig. 10-2c. Note-se que o fluxo pulsante de campo diminuiu algo e que 0 fluxo do rotor se atrasa em relagdo ao fluxo de campo de 90 graus elétricos. Um instante apés, na Fig. 10-2d, 0 fluxo pulsante de campo € zero, mas a corrente no rotor esta num maximo, produzindo fluxo maximo no rotor, ¢,. Um instante depois, Fig. 10-2e, 0 fluxo do campo ¢, pulsa no sentido ‘oposto €, ao mesmo tempo, decresce o fluxo do rotor. Um instante apés, na Fig. 10-2f, 0 fluxo do estator atinge um méximo no sentido oposto (utilizou-se, por simplicidade, uma maquina bipolar) e 0 fluxo de rotor é zero. Na Fig. 10-2g, entre- tanto, conforme diminui 0 fluxo de campo, aumenta 0 fluxo do rotor no sentido oposto. Na Fig. 10-2c, e, € g, portanto, o fluxo de campo € 0 fluxo do rotor com- binam-se para formar o fluxo resultante total @, que atua na régido interpolar, através da qual se deslocam os condutores do rotor. Pode-se notar que, ao se iniciar 0 movimento do rotor: 1. © campo pulsante, em quadratura, do rotor reage contra o campo pulsante principal para produzir um campo magnético resultante. 2. O campo magnético resultante é um campo magnético girante, razoavelmente constante, sendo que a sua rotaglo se di no mesmo sentido daquela do rotor. 3. Um motor do tipo gaiola continuara a girar, produzindo um torque como no motor de indugao, num campo magnético “girante”, uma vez que tenha tido inicio a fem de velo- cidade. Se 0 rotor tivesse sido posto em movimento no sentido anti-horario, o sentido da fem da velocidade induzida seria invertido, uma vez que seriam invertidos os campos do rotor. O campo resultante combinado giraria entdo no sentido oposto. Deve-se notar que o valor da fem de velocidade (e, conseqiientemente, do fluxo do rotor) é uma funcdo da velocidade. Na velocidade sincrona, ou numa velocidade préxima a ela, portanto, 0 fluxo do rotor é praticamente igual ao fluxo do campo, € 0 campo girante produzido sera o chamado “campo circular”. Entre- tanto, conforme 0 motor assume a carga € 0 escorregaménto aumenta, a fem de velocidade decresce, bem como a corrente ¢ 0 fluxo do rotor. O campo resultante tende, pois, a tornar-se “‘liptico”, devido as pulsagdes maiores que ocorrem no sentido do campo principal do que as que ocorrem no sentido do campo do rotor em quadratura. As pulsagdes de torque correspondentes podem ser ouvidas quan- do um motor de indugao polifasico, com carga elevada, passa a funcionar mono- fasicamente, ou quando se carrega muito um motor monofasico, que tenha aberto © circuito do enrolamento de partida. Se o torque aplicado é maior que 0 torque maximo desenvolvido, ¢ 0 motor para, 0 fluxo do rotor, ¢,, € nulo ¢ 0 fluxo liquido € pulsante. Podem-se dar duas descrigdes que expliquem por que um motor monofasico desenvolverd torque no mesmo sentido, uma vez que tenha tido inicio 0 movimento de rotagdo. A descrigdo relacionada com a Fig. 10-Id é chamada de teoria do duplo campo girante. A descricao relacionada a Fig. 10-2 € chamada de teoria do campo cruzado. Ambos 0s conceitos serio utilizados nos capitulos subseqiientes, para Morores MONOFASICOS 361 fins de explicagdo, uma vez que eles sio suplementares, ¢ no contraditérios. Por exemplo, a Fig. 10-Id mostra 0 torque liquido desenvolvido como um motor de indug&o pelo rotor, enquanto a Fig. 10-2 da uma indicacdo do torque desenvolvido devido & fem de velocidade. Deve-se notar que, préximo da velocidade sincrona, a fem de velocidade € elevada, produzindo um campo magnético girante razoa- velmente constante (conceito do campo cruzado). Simultaneamente, numa velo- cidade proxima da sincrona, 0 torque no sentido horario e 0 torque resultante (conceito do duplo campo girante) si praticamente iguais, e 0 torque do motor monofasico é, para todos os efeitos praticos, igual ao torque do motor polifasico. Semelhantemente, para o rotor bloqueado, nao se desenvolve campo cruzado, porque a fem de velocidade é nula, bem como 0 fluxo do rotor, e 0 motor nfio pode partir (teoria do campo cruzado). O torque resultante no rotor é zero para um escorregamento unitario (teoria do duplo campo girante), uma vez que os tor- ques no sentido horario € anti-hordrio so iguais e opostos. 10-5. MOTOR DE INDUCAO DE FASE DIVIDIDA (PARTIDA A RESISTENCIA) Como se estabeleceu na Seg. 10-2, 0 estator do motor tipo gaiola de fase divi- dida tem sua construg&o consistindo de dois enrolamentos ém paralelo, deslocados de 90° elétricos no espago, ¢ cujas correntes se defasam no tempo de algo menos que 90°. A Fig. 10-3a mostra o diagrama de enfiagdo dos dois enrolamentos de um motor de indugio de fase dividida. I, sen 8 (a) Diagrams de ligagdes. (b) Retactes de fare. Fig. 10-3 — Diagrama de ligagdes e relacdes de fase do motor de induglo de fase dividida ¢ partida & resisténcia. O enrolamento de partida tem menos espiras e é enrolado com cobre de menor diametro que o enrolamento de funcionamento. Portanto, o enrolamento de partida tem uma resisténcia elevada e uma baixa reatdncia, Inversamente, 0 enro- lamento de funcionamento (fio mais pesado, de mais espiras) tem uma baixa icia e elevada reatdncia. Devido sua impedancia mais baixa, a corrénte no. j,, € maior que a no enrolamento de partida, 1, As relagdes de fase das correntes de rotor bloqueado no instante da partida sdo vistas na Fig. 10-3b. A corrente no enrolamento de partida, /,, se atrasa de 362 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES: 15° em relagdo a tensio da fonte, enquanto que a corrente maior que circula no enrolamento de funcionamento se atrasa de 40°, Apesar do fato de que a corrente nos dois enrolamentos em quadratura espacial ndo é igual, as suas componentes em quadratura si praticamente iguais, como indica o Exemplo 10-1. EXEMPLO Um motor monofasico de 1/4 HP, 110 V, de fase dividida, solicita, por seu enro- 10-1; lamento de partida, uma corrente de 4 A que se atrasa de 15° em relagdo a tensio da fonte, e, por seu enrolamento de funcionamento, uma corrente de 6 A que se atrasa de 40°. No instante da partida, calcule: a. A corrente total a rotor bloqueado e€ 0 fator de poténcia. 'b. A componente da corrente do enrolamento de partida que esté em fase com a tensio da fonte. ¢. Acomponente da corrente do enrolamento de funcionamento que esta atrasada de 90° em relagdo a tensdo da fonte, 4. O seno do Angulo entre as correntes de partida de funcionamento. Solugao. a 1, =4L — 15° A = 3,86 — j1,035A 7 L — 40° A = 4,60 — 73.86 1, + 1, = 8,46 — [4,895 = 9,88 L — 30°A Fator de poténcia = cos 30° = 0,866 em atraso b. I, cos ¢ = 3,86 [a partir do valor acima] c. I, sen ¢ = ~ 386A [a partir do valor acima] 4. sen (40° — 75°) = sen 25° = 0,423 Se os enrolamentos estao deslocados de 90° no espaco, ¢ se as suas componentes das correntes em quadratura, que esto deslocadas de 90° no tempo (Exemplo 10-1), Sdo praticamente iguais, um campo girante bifasico equivalente & produzido na partida, o qual desenvolve um torque de partida suficiente para acelerar 0 rotor no sentido do campo girante produzido pelas correntes (V. Seg. 9-4). Conforme o rotor acelera, ele gera a sua propria fem de velocidade (teoria do campo cruzado) ¢ tende a produzir um torque resultante, devido 4 sua propria rotagdo em um determinado sentido (teoria do duplo campo girante). O torque desenvolvido pelo campo pulsante principal (produzido pelo enrolamento de fun- cionamento) excede aquele desenvolvido por ambos os enrolamentos a um escor- regamento de cerca de 15%. E evidente, também, a partir do Exemplo 10-1, que a corrente de funcionamento, sozinha, produziria menos perdas, jé que aquelas do enrolamento de partida seriam eliminadas. Por ambas as razdes, como se vé na Fig. 10-3a, prové-se uma chave centrifuga (normalmente fechada na posigéo de repouso) que se abre a um escorregamento de cerca de 25% (correspondente a0 torque maximo como motor monofasico), e 0 motor acelera até atingir seu escorregamento nominal (aproximadamente 5% ou menos, dependendo da carga aplicada) como um motor monofisico devido ao seu préprio campo cruzado. Motores MONOFASICOs 363 Para inverter-se 0 sentido de rotagdo de qualquer motor de fase dividida, € nécessdrio inverter as ligagdes terminais do enrolamento, auxiliar de partida em Felagdo as do enrolamento principal de funcionamento, Isto produziré um campo girante “bifdsico” no sentido oposto. A inversio do sentido de rotagdo nunca Pode ser feita em condigées de funcionamento, 0 que € dbvio, como 0 que se faz As vezes, em motores de inducdo polifasicos. No caso de um motor monofasico, de partida a resisténcia, nada acontece mesmo qué 0s Conmtatos da chave centri fuga estejam em curto ¢ o-enrotamento de partida seja energizado, Uma yez que o tor- que monofisico é maior que aquele correspondente a0 “campo dividido", 0 motor continuara a operar como momofasico no sentido em que ja funcionava origina- riamente. O motor de fase dividida, com partida a resisténcia, é classificado, por- tanto, como um motor ndo reversivel.® A capacidade do enrolamento de partida baseia-se apenas no seu funciona- mento intermitente. Se a chave centrifuga apresentar defeito ¢ deixar de abrir (nor- malmente, devido a contatos soldados), 0 excessivo calor produzido pelo enrola- mento de partida de resistencia elevada aumentara a temperatura do estator de modo que, eventualmente, ambos os enrolamentos (de partida e de funcionamento) chegaréo a queimar. Motores de fase dividida, de projeto comum, utilizando isolamento melhorado, tém, em condigdes normais de funcionamento, vida extre- mamente longa, mas muitos motores de qualidade excelente tém sido destruidos devido a chaves centrifugas defeituosas. (Se um motor tende a se sobreaquecer, ouvindo-se 0 clique caracteristico de um relé centrifugo ou magnético saber-se-A se a chave est4 ou ndo funcionando.) Um amperimetro alicate pode também ser utilizado para medir a diminuigéo da corrente quando se abre 0 enrolamento auxiliar (V. Exemplo 10-1), indicando 0 funcionamento normal da chave centri- fuga. Entdo, a causa do sobreaquecimento pode ser investigada a partir dai: falta de lubrificagao, mancais defeituosos, carga excessiva, enrolamento parcialmente em curto, etc., até sua descoberta e eliminagao. Conforme se estabeleceu acima, 0 escorregamento a plena carga de um motor de tase dividida, com partida a resisténcia, é de cerca de 5 por conto. A corrente de partida com rotor bloqueado varia entre 5 € 7 vezes a corrente nominal, ¢ o torque de partida entre 1,5 ¢ 2,0 vezes 0 torque nominal.° O motor de fase dividida € partida a resisténcia € normalmente um motor fraciondrio e, desde que 0 seu rotor € pequeno, tem uma inércia baixa mesmo quando ligado a carga. O resul- tado é que a corrente de partida relativamente elevada cai qu::se instantaneamente durante a partida, de modo que esta alta corrente, em si, nao constitui uma obje- cdo maior a este motor. Objegdes maiores so, isto sim, (1) 0 seu baixo torque de partida; © (2) 0 fato de que, para cargas pesadas, o escorregamento excede 5 por cento, reduzindo a fem de velocidade e produzindo um torque eliptico e “0 motor de fase dividida, com partida a capacitor, entretanto, € um motor reversivel. (V. notas de rodapé relativas as Scgs. 10-5 € 10-7 para as definigées e distingSes suplementares.) “Pode-se mostrar que 0 torque de partida para qualquer motor de fase dividida, de acordo com a Eq. 0-5), & T, = K,dl, sen (8,-0,), onde todos os termos foram definidos nas Figs. 10-3b e 10-4b. Assim, para a mesma corrente de partida, o torque de partida é proporcional ao angulo entre a8 correntes nos dois enrolamentos. Quando o Angulo & 90°, o torque de partida € maximizado, IV. Exemplos 10-1 ¢ 10-2c] 7 364 MAQuINas ELETRICAS E TRANSFORMADORES pulsante, 0 que faz com que o motor se torne, para algumas aplicagdes, muito ruidoso. Por isto, o motor de fase dividida ¢ utilizado para acionar cargas por si mesmas barulhentas: queimadores de dleo. maquinas ferramentas, esmeris, méquinas de lavar, lavadoras de pratos, ventiladores e exaustores, compressores de ar e pequenas bombas hidrdulicas. controle da velocidade em enrolamentos de fase dividida é relativamente dificil, 4 que a velocidade sincrona do fluxo do estator girante ¢ determinada pela freqiéncia e pelo nimero de pélos desenvolvidos pelo enrolamento de funciona- mento (N, = 120f/P). As técnicas envolvem o uso de enrolamentos parciais ou pélos consegiientes, como meio de variar-se 0 nimero de pélos, bem como a impedancia adicional do estator-strie ou a variagio da tensdo comunicada para assegurar uma alteragdo das caracteristicas de torque, de acordo com a Eq. (9-8) ca Fig. 10-5. Deve-se notar, entretanto, que todas as variagdes de velocidade devem ser realizadas numa faixa que fique acima da velocidade de operago da chave centrifuga (n = 0,25), e abaixo da velocidade sincrona. Isto resulta numa faixa bastante limitada de controle de velocidade. Finalmente, desde que 0 con- trole da velocidade € conseguido através de uma redugdo do torque, ele nao é uti- lizavel com cargas pesadas, devido & possibilidade de superar-se 0 torque maximo, como mostra a Fig. 10-5. 10-6, MOTOR DE FASE DIVIDIDA COM PARTIDA A CAPACITOR O motor, anteriormente mencionado como de fase dividida, foi chamado de motor com partida a resisténcia, porque a diferenga no valor de impedancia no enrolamento de partida ou auxiliar provinha da elevada resisténcia de seu enro- lamento de partida. A fim de melhorar 0 torque de partida relativamente baixo do motor de fase dividida, adiciona-se um capacitor ao enrolamento auxiliar, © para produzir um defasamento de aproximadamente 90° entre as correntes nos enrolamentos de partida e de funcionamento, em vez do angulo de aproximada- mente 25°, conforme indicavam os Exemplos 10-1 ¢ 10-2. Testes operacionais indicam que o defasamento entre as correntes dos enrolamentos principal ¢ auxi- liar de motores fracionarios é de cerca de 82° nos motores com partida a capa- citor, comparando aos 25° dos motores com partida a resisténcia. Empiricamente, pode-se estabelecer que 0 torque de partida é proporcional ao seno do Angulo entre as correntes nos enrolamentos principal ¢ auxiliar, no instante da partida. A relacSo entre o torque de partida dos motores com partida a capacitor € aquele dos motores de fase dividida com partida a resisténcia, como se vé na Fig, 10-2, é da ordem de sen 82°/sen 25°, ou 2,35 para 1, aumentando, pois, © torque de partida, para os motores com partida a capacitor, até uma faixa de 3,5 a 4,75 do torque nominal. O uso do capacitor também tende a reduzir (até certo ponto) a corrente inicial total a rotor bloqueado, uma vez que ele melhora © fator de poténcia, fornecendo uma componente da corrente que se adianta em relacdo a tens&o aplicada. A Fig. 10-4a mostra um motor com partida a capacitor. Note-se que a iinica diferenga foi o acréscimo de um capacitor em série com 0 enro- MorTores MONOFAsICOs. 365 TABELA 10-1 VALORES TIPICOS DE CAPACITORES PARA MOTORES FRACIONARIOS MONOFASICOS, DE 1.725 RPM, 60 Hz, DE FASE DIVIDIDA, COM PARTIDA A CAPACITOR? POTENCIA (HP) 8 1/6 4 48 1/2 3/4 CAPACITANCIA, EM MICROFARADS (uF) 80 100 135-175 250350 lamento auxiliar. Os valores aproximados dos capacitores, utilizados em motores com partida a capacitor de 1/8 a 3/4 HP, sao dados na Tabcla 10-1 Os valores dos capacitores da Tabela 10-1 sio razoavelmente grandes em com- Paracdo com os normalmente utilizados em amplificadores eletrdnicos, ou mesmo em fontes de suprimento para equipamentos cletrénicos. O desenvolvimento de capacitores eletroliticos do tipo seco, de forma cilindrica ¢ tamanho razoavelmente Pequeno, para uso em linhas CA de 110 ou 220 V (com tamanhos aproximados de 1"/, polegadas de didmetro por 3'/, polegadas de comprimento) é acompanhado Por um dimensionamento do capacitor para um ciclo intermitente, que corres- ponda a uma utilizagdo total de um minuto durante um periodo de uma hora, com base no niimero de partidas. Os capacitores so ensaiados nesta base durante vinte periodos de 3s (ou quarenta de 11/,5), distribuidos igualmente em uma hora. Como a capacidade do capacitor ¢ estabelecida a partir de um ciclo intermitente (além da capacidade intermitente do enrolamento de partida), uma chave de par- tida_defeituosa, em um motor com partida a capacitor, poderd produzir danos nao apenas nos enrolamentos, mas também no capacitor. Portanto, os mesmos comentarios feitos para os motores com partida 4 resisténcia, com relagdo a manu- tengdo_e substituicdo das chaves de partida, aplicam-se com mais énfase ainda a0s motores com partida a capacitor. Diferentemente dos motores com partida A resisténcia, os motores com par- tida a capacitor so motores reversiveis. Se os desligamos temporariamente ‘da fonte, a velocidade do motor cai até um escorregamento de 20% (cerca de quatro vezes © escorregamento nominal de 5%) e fecha-se a sua chave centrifuga. Se, a0 mesmo tempo, inverte-se a polaridade do enrolamento auxiliar em relagdo 4 do enrolamento principal, e se 0 religamos linha, estabelecer-se-a um campo rotacional bifasico no sentido oposto ao da rotagao do rotor. De forma contra- ria A que ocorria no motor com partida a resisténcia cujas correntes nos enrola- mentos principai ¢ auxiliar estavam defasadas de 25° apenas, o motor com partida @ capacitor apresenta um deslocamento de cerca de 82° (V. Exemplo 10-2). O torque proporcional a este deslocamento (sen 82°) € 0,9903 do torque a 90°, No motor com partida a capacitor, assim, 0 torque “bifisico” ou de “campo dividido” excede 0 torque devido a fem de velocidade monofisica, produzida -*Com base em SISKIND, C. S, Electrical machines, direct and alternating. New York, McGraw: Hill, 1959, Cap. 10, Tab. 9, p. 426, 366 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES pelo campo cruzado do rotor. O campo girante no sentido inverso ao da rotaco do rotor diminui lentamente a velocidade do motor (reduzindo ainda mais a sua fem de velocidade ¢ 0 torque do campo cruzado), faz com que ele pare e 0 faz girar no sentido oposto. O motor acelera até 20% do seu escorregamento no sentido oposto; ¢, quando se abre sua chave centrifuga, 0 motor atinge sua velocidade nominal como um motor de indugio monofisico no sentido oposto. Devido ao seu torque de partida mais elevado, de 3,5 a 4,5 vezes 0 torque nominal, e sua corrente de partida reduzida para uma mesma poténcia na par- tida (como se veré no Exemplo 10-2 abaixo), 0 motor com partida a capacitor é normalmente construido em tamanhos de poténcia inteira até 7,5 HP. (Os mo- tores com partida a resisténcia tém torques de partida que variam entre 1,5 ¢ 2,0 vezes 0 torque nominal, e tamanhos que ndo excedem */, HP.) Motores de partida hy Retewda oe, e ( Enrotamento ~ auxiliar de w s partida % MW gx baixa cA ‘Chave centrifuga {a) Diagrama de ligacdes. (b) Relagées de fase. Fig. 10-4 — Diagrama de ligagdes e relagdes de fase de um motor de indugdo de fase ividida e partida a capacitor. a capacitor e poténcia inteira sio normalmente dotados de dupla tensio e podem ser utilizados em 115 V (enrolamentos em paralelo) ou 230 V (enrolamentos em série). Este ultimo tipo resultara em correntes de partida e de funcionamento menores (aproximadamente a metade) para a mesma capacidade em HP. Devido a0 seu torque de partida mais elevado, utilizam-se os motores de fase dividida, com partida a capacitor, para acionar bombas, compressores, unidades refrigera- doras, condicionadores de ar, e maquinas de lavar de maior porte, onde se requei- ram motores monofasicos que desenvolvam torques de partida elevados, ou onde seja necessdria a inversio do motor. EXEMPLO Acrescentou-se um capacitor ao enrolamento auxiliar de partida do motor do 10-2: Exemplo 10-1, 0 que fez com que a sua corrente de partida se adiantasse de 42° em relagao a tensdo da fonte. O valor das correntes nos enrolamentos, de partida € funcionamento, ¢ 0 mesmo, sendo que a iiltima se atrasa do mesmo Angulo que no Exemplo 10-1. No instante da partida, calcule a. A corrente total a rotor bloqueado ¢ o fator de poténcia. b. O seno do Angulo entre as correntes de partida e de funcionamento, €. Compare 0s resultados com os do Exemplo 10-1. Morores MONOFASICOS 367 Solugao. a 1,=4L + 42°A = 298 + j315A 1, =6L —40°A = 4,60 ~j386A Ty= 1, + Ly = 7,585 L —0,7°A cos (0,7°) = 0,999 b. sen [40° — (— 42)] = sen 82° = 0,903 ©. A corrente a rotor bloqueado (na partida) foi reduzida de 9,88 £ — 30° A, para 7,585 4 — 0,7° A, € 0 fator de poténcia elevou-se de 0,866 em atraso até o valor unitario (0,999). O motor desenvolve um torque de partida maxi- mo (T= KI, ¢ cos 8} com minima corrente de partida. A relacdo entre 0s torques de partida (a capacitor para @ resisténcia) & sen 82° 0,9903 sen 25° 0,423 iz tee T 2,35 10-7. MOTOR DE FASE DIVIDIDA COM CAPACITOR PERMANENTE (DE UM SO VALOR) Devido a propriedade de ser reversivel, do motor de fase dividida, com par- tida a capacitor, desenvolveu-se um motor monofasico com dois enrolamentos permanentes (normalmente enrolados com fio da mesma bitola e com 0 mesmo niimero de espiras, isto é, idénticos). Devido ao fato de que. ele funciona_conti Auamente como um motor d ividida, nai er chave centrifuga. O motor parte ¢ funciona devido a deslocamento existente entre as corr dos dois énrolamentos deslocados no tempo e no espago. Como resultado disto, ele ndio_possuium torque elevado de funcionamento como o dos motores com _Partida a resist@ncia ou com partida a capacitor. Mais ainda, o capacitor utilizado no motor de fase dividida como capacitor permanente e de um s6 valor, € proje- tado para uso continuo e é do tipo a dleo, O valor do capacitor é baseado nas suas condicdes ideais de funcionamento, em lugar das de partida. No instante da par- tida, a corrente no ramo capacitive é muito baixa. O resultado é que o motor a capacitor permanente e de um s6 valor (de modo contrario ao motor com partida a capacitor) tem um torque de partida muito baixo, cerca de 50 a 100 por cento do torque nominal Como mostra a Fig. 10-5a, uma chave reversora permite que se desloque facilmente © capacitor a 6leo para qualquer um dos enrolamentos. Pode parecer que, com um torque de partida baixo e um baixo torque de funcionamento, as perspectivas para a utilizagdo deste tipo de motor fossem extremamente pequenas. Entretanto esta mesma fraqueza conduz diretamente as suas vantagens, sendo um motor muito popular. Trata-se de um motor que nao requer chave centrifuga, que pode ser invertido facilmente devido ao seu torque de funcionamento baixo. Além disto, 0 seu torque de funcionamento baixo o torna mais sensivel as varia- 368 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES des de tensiio; ¢ o motor de indugdo, de capacitor permanente ¢ de um s6 valor. € um dos poucos motores de inducio monofasicos cuja velocidade pode ser facil- mente controlada por variagdes de tensdo de linha, como se vé nas Figs. 10-Sa ec. Autotrans formador ajustavel 9 B @ 18 3 cA c 5 % i E Chave revisora 3 (a) Diagrama de ligacdes. 5 ly é € ao 7, 100) = J (b) Relagdes de fase. (c) Caracterfstica de velocidade ajustével. Fig. 10-5 — Diagrama de ligagdes, relagdes de fase ¢ caracteristicas de tensio do motor da fase dividida permanente A Fig. 10-5b mostra as relagdes de fase do motor nas condigdes de funciona- mento para a posicéo da chave seletora de inversao representada na Fig. 10-Sa. Devido ao campo magnético girante, razoavelmente uniforme, criado por enro- lamentos iguais, cujas correntes estao deslocadas de quase 90°, 0 torque € razoa velmente uniforme e 0 motor ndo apresenta a caracteristica pulsante comum & maioria dos motores monofasicos quando carregados. O valor do capacitor para ciclo continuo é selecionado de modo que as correntes de funcionamento sejam iguais e deslocadas, como se vé na Fig. 10-5b, para um valor de carga entre trés quartos de plena carga ¢ este valor. Como se estabeleceu previamente, entretanto, este valor € pequeno demais para as finalidades de partida, e 0 valor do torque de partida esta compreendido entre a metade do de plena carga ¢ 0 total, 0 que representa a Fig. 10-Sc. ‘Além de sua vantagem como motor reversivel®, 0 motor a capacitor perma- nente permite 0 controle da velocidade através da variagdo da tensio aplicada. Uma vez que o torque de qualquer motor de indugdo varia com o quadrado da "A ASA distingue entre 0 motor reversivel em funcionamento (reversing) e 0 motor reversivel a baixa velocidade (reversible). © motor de fase dividida com capacitor permanente & um motor “reversing”, uma vez que ele pode ter seu sentido de rotago invertido quando funcionando a plena carga e 4 velocidade nominal. © motor de fase dividida com partida a capacitor é um motor “rever- Motores MONoFASICOs 369 tensio aplicada ao seu estator, a curva torque-escorregamento a trés quartos da tensdo nominal é nove dezesseis avos, ou seja, aproximadamente, metade do valor @ tensdo nominal, como se vé na Fig. 10-5c. Semelhantemente, 4 metade da tensio nominal aplicada corresponde um torque de aproximadamente um quarto do torque nominal. Isto prevalece tanto para as condigdes de partida como de funcio- namento. Se © motor parte a tensio nominal ¢ funciona sob a carga nominal (ponto a), uma reducdo da tensdo para um valor de trés quartos da nominal fard com que a velocidade caia para a correspondente ao ponto b. Uma posterior re- dugdo da tensao para a metade da tensio nominal fara com que a velocidade caia Novamente para a correspondente ao ponto c. Genericamente, uma carga pesada tende a produzir uma maior queda de velocidade, com a variagao da tensio, do que uma carga leve. Existem varios métodos para ajustar-se a tensio aplicada ao estator AC, a fim de produzir-se 0 controle da velocidade desejado, como sejam transforma. dores com taps determinados, variacs, potenciémetros ¢ resistores ou reatores com derivagdes. Estes métodos implicam em velocidades abaixo da sincrona. Devido (1) 4 sua resposta instantanea como motor reversivel, (2) 4 sua opera- sao silenciosa, ¢ (3) a possibilidade do controle da velocidade, 0 motor a capacitor permanente é utilizado para ventiladores e exaustores, maquinas de escritério unidades de aquecimento. 10-8. MOTOR A DUPLO CAPACITOR O motor a capacitor permanente, de valor tinico, tem uma fraqueza_particu- larmente séria, qual seja 0 seu baixo torque de partida.” Em situacdes, para as quais as condigdes de partida nao sao severas, esta desvantagem nao traz conse- qiiéncias. Mas, quando se requerem torques de partida elevados, esta desvan- tagem deve ser contornada. .O motor a duplo capacitor combina as vantagens da Qperacdo silenciosa ¢ do controle limitado da velocidade, de um motor a capacitor Permanente, com o torque de partida elevado de um motor com partida a capa- ‘citor. Nele se utilizam dois capacitores (como 0 nome indica) durante 0 periodo de partida. Um deles & um capacitor eletrolitico de partida, semelhante ao utili- zado para 0 ciclo intermitente, correspondente a0 motor de fase dividida de par- tida a capacitor, € € de uma capacidade razoavelmente elevada (cerca de 10 a 15 vezes 0 valor do capacitor de funcionamento), sendo desligado do circuito através de uma chave centrifuga quando escorregamento atinge cerca de 25 por cento. Dois métodos sio usualmente empregados para se obter a capacitncia ele- vada necessaria na partida e a capaciténcia menor necessaria para 0 funcionamento, sible”, porque & capaz de ter sua velocidade invertida apenas para valores bastante abaixo de sua Yelocidade nominal, sem ser, entretanto, necessdrio para o motor. O motor de fase dividida com partida & resisténcia € um motor néo reversivel, pelas razdes acima apontadas. (N.T.—A Norma Brasileira ndo faz esta distinc.) "Desde que 0 torque de partida & 7, = K,dl,sen(0, -6,), a corrente de partida J, no ramo capacitivo ¢ baixa. Uma diminuigdo na reatincia capacitiva resultaré num aumento de /, Donde, @ necessidade de um capacitor grande na partida 370 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES, ambos mediante 0 emprego da chave centrifuga para tal fim. O primeiro método, semelhante ao antes descrito, utiliza um capacitor eletrolitico, como mostra a Fig. 10-6a, em paralelo com um capacitor a leo, através de uma chave centrifuga normalmente fechada. O capacitor eletrolitico, de alta capacidade, ¢ desligado a cerca de 75 por cento da velocidade sincrona, produzindo assim o torque de par- tida elevado de que se necesita. © motor continua entéo a acelerar como um motor a capacitor, com o valor de capacitdncia étimo para o capacitor a leo de funcionamento, para operar na carga nominal ou proximo a cla. Chave Capacitor eletrolitico de partida centrifuge 7 Sapacitor a seo, de Autotransformador funclonemento com dervacbes une, -Chave centrifuge Fonte : Fonte CA monofé- A monofésica A) 8 \ (a) Uso de dois capacitores {b} Uso de um s6 capacitor ume chave centrifuga. @ autotranstormador. Fig, 10-6 — Diagramas de ligacio para dois tipos de motores a duplo capacitor. O segundo método (embora também utilize uma chave centrifuga) emprega apenas um capacitor a dleo de alta tenso, em combinagao com um autotransfor- mador, como mostra a Fig. 10-6b. Esta técnica utiliza 0 principio do trans- formador, no que diz respeito a reatancia capacitiva refletida a partir do secunda- rio do autotransformador de volta ao seu primario, em proporgéo ao quadrado da relac&o entre os respectivos nimeros de espiras, ou seja, n? = (N,/N,)*. Assim, um autotransformador com 140 espiras, com derivacdo no ponto 20-espiras, como representa a Fig. 10-6b refletiria um capacitor de funcionamento de 6 4F ao primario como se fosse de (140/20)? x 6 uF (ou 7? x 6 HF) ou 294 pF (quase cingiienta vezes mais). Assim, um capacitor a éleo, de funcionamento, pode tam- bém ser utilizado para a partida, desde que a tensdo especificada para 0 capacitor suporte a elevacdo de tensio produzida pela transformacdo (neste caso n = 7/1, ea tensio aplicada ao capacitor na partida seria 110 x 7, 0u 770 V, para uma fonte de 110 V). Como no caso de motores monofasicos com partida resisténcia e partida a capacitor, um defeito na chave centrifuga pode ainda causar um sério prejuizo. No caso do tipo cujo circuito é visto na Fig. 10-6a, se a chave nao abre ¢ nao se desliga 0 capacitor eletrolitico grande, este pode sofrer perfurago, uma vez que é um equipamento para uso intermitente. No caso do segundo tipo, que se vé na Fig. 10-6b, conforme a velocidade do motor se aproxima da sincrona, a tensio de excitagdo secundaria se torna excessivamente elevada, podendo destruir o capa- citor a dleo, que é relativamente caro (e normalmente isolado para 1.000 V) T/ BIBLIOTECA /T41 Morores MoNoFAsIcos 371 A vantagem primordial do motor a duplo capacitor é 0 seu elevado torque de partida, além de sua operagao silenciosa e do bom torque de funcionamento. -Ainda ¢ classificado como um motor reversivel (reversing), pois, quando se inverte” a polaridade da linha em relaco a um dos enrolamentos, o seu sentido de rotagao também se inverte. Quando a velocidade cai a um valor correspondente a um escorregamento de mais de 25 por cento durante a reversiio, a chave centrifuga fecha o seu contato de partida, providenciando torque maximo enquanto 0 motor desacelera ¢ inverte o sentido. Os contatos abrem novamente quando o motor atinge 75 por cento da velocidade sincrona no sentido inverso. Inversdes freqiien- tes reduzirdo entretanto, a vida util da chave centrifuga. Por isto, quando se rea- lizam freqiientes reversdes, prefere-se usar um motor monofasico a capacitor permanente, sem nenhum tipo de chave centrifuga, de preferéncia. © motor a duplo capacitor encontrou aplicagdo recente em pequenas uni- dades domésticas de ar condicionado, que utilizam este motor para acionar 0 seu compressor € operar num circuito de 15A.'° A sua menor corrente de partida, bem como de funcionamento (7,5 A no maximo) a um fator de poténcia melhor que o do motor com partida a capacitor, s4o obtidas pela selecdo precisa dos capa- citores de partida e de funcionamento para uma determinada carga correspondente a0 compressor. 10-9. MOTOR DE INDUCAO DE POLO RANHURADO. Todos 0s motores monofisicos, considerados nas segdes precedentes, empre- gam estatores com entreferros uniformes em relagdo aos seus enrolamentos do estator € do rotor, que sio, por sua vez, distribuidos uniformemente pelas respec- tivas periferias. Os métodos de partida, até aqui vistos, basearam-se no principio da fase dividida para a produgdo de um campo magnético girante que iniciasse a Totacdo. Os motores de indugdo de fase dividida so construidos tanto nos tama- nhos correspondentes as poténcias inteiras, como nos correspondentes as fracio- narias. O motor de pélo ranhurado é normalmente um motor pequeno, de poténcia fracionaria, menor que 1/10 HP embora se conte com motores até 1/4 HP. A grande virtude deste motor reside na sua extrema simplicidade: um enrolamento monofisico, um rotor do tipo gaiola, fundido, e pecas polares especiais. Nao utiliza chaves centrifugas, capacitores, enrolamentos especiais de partida nem comutadores, e apresenta torque de partida apenas com um enrolamento mono- fisico. As teorias do duplo campo girante ¢ dos campos cruzados indicam que isto € impossivel. Tem de haver algum meio auxiliar para produzir o efeito de um campo magnético girante a partir de uma fonte monofasica e apenas um enro- lamento no estator. A Fig. 10-7a mostra a construgo geral de um motor bipolar de pélos ranhu- rados salientes. As pecas polares especiais consistem das laminagdes e de uma ‘0 NEC permite uma aplicagdo fixa que implique em uma carga ndo maior que $0% da capaci- dade do respectivo circuito. Em um circuito de 15 ampéres, a mAxima corrente para um aparelho de ar condicionado seré de 7,5 amperes. 372 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES: bobina em curto-circuito colocada numa ranhura (ou um anel de cobre batido, que seria uma espira), e enrolada em torno do segmento menor da pega polar. A bobina, separada do enrolamento principal do campo CA, serve para fornecer uma divisdo de fase do fluxo principal em relago ao campo, pelo atraso da varia- sao de fluxo no segmento menor. Como mostra a Fig. 10-7b, quando o fluxo nos campos polares tende a aumen- tar, é induzida uma corrente na bobina curto-circuitada, que, pela lei de Lenz, se opde a forga ¢ ao fluxo que a produziram. Assim, conforme o fluxo aumenta, em cada plo, haverd uma concentragao de fluxo no seu segmento principal, en- quanto que, no segmento correspondente a bobina, 0 fluxo opor-se-a ao principal. No ponto c, como se vé na Fig. 10-7e, a relagdo entre a variagio do fluxo ea da corrente é zero, nao havendo, pois, tensdo induzida na bobina. Conseqiientemente © fluxo € uniformemente distribuido nas massas polares. Quando 0 fluxo decresce, a corrente inverte o seu sentido na bobina, para manter o fluxo no mesmo sentido. O resultado & que o fluxo se concentra no segmento ranhurado do pélo. Bobina emcurto —N i |p Fonte CA (b) aumento (c) @ constante. (d) Diminuigéo deg. (eh de fluxo. ue a} (a) Construgdo genérica de um motor de dois pélos ranhurados. le) Relagdo da variagdo da corrente e do fluxo nos polos. Mig. 10-7 — Construgio genérica € principio do motor de pélo ranhurado, Um exame das Figs. 10-7b, c e d revelara que, nos intervalos b, ¢ e d, 0 efeito liquido da distribuigéo do fluxo no pélo foi o de produzir um movimento de varre- dura do fluxo através da face polar representando uma rotacdo no sentido horario. fluxo no segmento do pélo ranhurado estd sempre atrasado no tempo, em rela- 40 ao fluxo na parte principal, e 0 mesmo ocorre espacialmente (embora néo exista uma relagdio de 90° entre eles). O resultado é que se produz um campo mag- nético girante, suficiente para ocasionar um pequeno desequilibrio nos torques do rotor (teoria do duplo campo girante) tal que o torque no sentido horario exceda © torque no sentido anti-horario (ou vice-versa), ¢ 0 rotor gire sempre no sentido do campo girante. Para 0 tipo de motor de pélo ranhurado, visto na Fig. 10-7, a rotagdo se da no sentido horario, uma vez que 0 fluxo no segmento ranhurado se atrasa em re- MoTOoREs MONOFASICOS 373 Jago ao fluxo principal. A fim de inverter-se 0 sentido da rotagao, seria necessé rio desmontar a estrutura polar e inverté-la, fisicamente. Para eliminar este pro- cesso lento e complicado, foram desenvolvidas novas técnicas para a produgio de motores reversiveis de pélo ranhurado. O primeiro destes métodos é ligar-se as bobinas, correspondentes as ranhuras, em série nas correspondentes ranhuras dos pdlos ¢ curto-cirouité-las através de uma chave, Vé-se isto na Fig. 10-8a, onde aquelas bobinas situadas numa das extremidades dianteiras do pélo saliente so curto-circuitadas para a rotagio no sentido hordrio, ¢ as situadas no lado oposto do polo so curto-circuitadas (2) Oois pares de bobinas de polo ranhurado curto-cirouitados pela chove. (N&o esté representado o enrolamento principal.) Horério (= oréri Fonte CA monofésica Fonte CA (b) Dois campos individusis (c) Método do enrolamento Principais distribu/dos distribuldo com derivacdes. defasados de 90°, Fig. 10-8 — Métodos de inverter 0 sentido de rotagio de mototes de polos ranhurados. 374 MAOUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES para rotag%o no sentido anti-hordrio. Em nenhuma circunstancia, entretanto, teremos ambos os conjuntos curto-circuitados. © segundo método é genericamente utilizado em estatores de pélos néo salientes. Dois enrolamentos distribuidos, separados, deslocados no espago de 90° em relagio aos pélos ranhurados curto-circuitados, esto indicados como 4 ¢ Bna Fig. 10-8b. Quando se energiza 4 (que no est indicado como distribuido), estabelece-se 0 padrdo do fluxo numa ordem horaria: enrolamento 4, polo ranhu- rado A’: enrolamento A (na posico de B), e polo ranhurado B’. Quando B é energizado, 0 estabelecimento do fluxo se da na ordem anti-horaria: enrolamento B, bobina ranhurada 4’, enrolamento B distribuido em A, ¢ pélo ranhurado B’. O terceiro método, visto na Fig. 10-8c, emprega também um iinico enrolamento continuo distribuido com derivagdes apropriadas nos pontos de 90°. Quando se energizam as ligagdes de um conjunto, através de uma chave bipolar, o rotor gira no sentido horario. Quando se energizam as ligacdes do segundo conjunto, deslocado de 90° em relago as bobinas do pélo ranhurado, 0 motor gira no sen- tido oposto. A vantagem dos estatores distribuidos, no salientes, sobre os tipos de pélos salientes, vistos nas Figs. 10-7 ¢ 10-8, € que, uma vez iniciado o movimento, o rotor com 0 fluxo uniforme no entreferro tende a produzir um campo magnético mais uniforme, em vez do campo girante eliptico, em virtude da sua fem de velocidade (teoria do campo cruzado). O motor de pélo ranhurado é Aspero, barato, pequeno em tamanho e requer pouca manutengio. A corrente circulante a rotor bloqueado é apenas um pouco mais elevada que sua corrente nominal normal, de forma que ele pode funcionar a rotor bloqueado por periodos curtos, sem que haja prejuizos maiores. Infeliz- mente, 0 seu torque de partida € muito pequeno, bem como sio-baixos 0 seu ren- dimento ¢ 0 seu fator de poténcia, embora estas duas iltimas consideragdes tenham pouca importincia quando se trata de motores pequenos. O fato do torque de partida ser baixo limita sua aplicago a motores para toca-discos, projetores cine- matograficos, maquinas elétricas para cortar frios, pequenos ventiladores, ma- quinas vendedoras automaticas, dispositivos girantes para vitrines, e outras cargas ou servomecanismos relativamente leves. De forma geral, o controle da velocidade usado consiste em reduzir-se a tensdo CA aplicada, para fazer com que 0 escorregamento aumente, de modo semelhante ao que se empregou para o motor a capacitor, como se viu na Fig. 10-5c. 10-10. MOTOR DE INDUCAO COM PARTIDA A RELUTANCIA Outro motor de inducio, que emprega um estator com um entreferro nao uniforme, é 0 motor de partida relutancia. O seu rotor é 0 rotor do tipo gaiola convencional, que desenvolve torque, uma vez acelerado iniciada a rotagdo, pelo principio da reluténcia. Devido aos entreferros desiguais entre 0 rotor ¢ 0s polos #0 motor com partida a relutancia € um motor de inducdo cuja partida tem inicio através do principio da relutancia (Seg. 1-2). Nao & a mesma coisa que o motor de relutdncia (um motor sincrono nao excitado), discutido na Seg. 8-27. O motor monofésico de relutancia, 0 motor de

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