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4 05 CONTROLADORES p¢ ACESgp MUDAM: HOMENS, MASCUUNDyg EIGUALDADE DE GfiEn9 INTRODUGAO A igualdade entre homens e mulheres é um principio le- gal e internacional desde a Declaragao Universal dos Direitos Humanos, de 1948, e tem apoio popular em muitos paises. A ideia de que os omens possam ter um papel especifico em relagao a esse principio apareceu apenas recentemente. A igualdade de género foi inserida na mulheres. A razio € 6bvia: si as preteridas pelos padroes vigentes de desi énero; portan- Ha tualdade de género envolve uma profand oo M ao Res DE ACESSO mupat (95 conTRO reivindicages de justiga das s so, de maneiras significativas, dade de género. Uma pergunta i as? cia de uma discussao Ja igualdade de género, lo delineia a emerg' ste cap! rndial sobre homens € 2 reforma pe! mul de estratégias de reforma que envol- valia as perspectivas = : i de examinar como homens e yer homens. Para i cambiante e conflituosa construgao soci: Este capitulo constituiu-se a partir da elaboracéo pratica de politicas, além da pesquisa. De 2003 a 2004, estive envol- vida nas discusses das Nagées Unidas sobre “o papel dos ho- mens e meninos na conquista da igualdade de género”. Isso culminou em uma reuniaio em 2004 que gerou o primeiro do- cumento politico de nivel mundial contemplando essa ques- tio. Discutirei os detalhes mais adiante. HOMENS E MASCULINIDADES NA ORDEM MUNDIAL DE GENERO Nos anos 1990, na metrépole global, houve uma onda de Preocupagio Popular quanto aos homens e meninos. O poeta Sadunidense Robert Bly publicou o livro Iron John: A Book out Men (Jodo de Ferro: Um Livro sobre Homens*) (1990) ue foi um sucesso enorme de vendas e desencad : onda de imitagbes. O livro de Bly fez sucesso por em linguagem profética, tl cada vez mais, incomod leou uma ean ofereceu, solugées simples para problemas que lavam a nossa cultura, ‘ 1 GENERO EM TERMOS REAIS ‘N if bre hi : cificas seo! jomens & Meninos tap i tengao do ptiblico nos paises 1c0S. AS req | feminismo ¢ as politicas de igualdade Pie so foram debatidas n@ ‘Alemanha e na Escandinévia ( ie tae Géckel e Milles, 1985; Holter, 2003). Nos paises angléfong, fusiasmo pela “nova paternidade” € dtividas quanty reais no envolvimento dos homens com suas fi: 1999). Houve angistia popular quanto ay ¢ meninos na escola, e muitas propostas meninos (Frank e Davison, tra as mulheres foi assun- rolongadas (Hear, Quest6es espe atrafram a @ masculinas 40 houve en! a mudangas milias (McMahon, “fracasso” do: para programas especiais para 2007). violencia dos homens con! to de intervengoes praticas ¢ discuss6es P! 1998), e a relacao dos homens com @ justiga esté em debate (Collier, 2010). Além disso, o debate sobre a satide ea doenga masculina sob uma perspectiva vez mais am- plo (Hurrelmann € Kolip, 2002). Acompanhando esses debates, houve um crescimento for- midavel de pesquisa sobre as identidades e praticas de géne- 10 dos homens, sobre masculinidades e os processos sociais que as constroem. Periédicos académicos foram criados para 2 pesquisa especializada, muitas conferéncias ocorreram ¢ ha heen eleoninar internacional. ‘Temos agora um CO- questées sobre ie oath pepe ¢ detalhado das ales ee (Canal Spas LIM A e género do que j- $8e conj Dies oe Hei é verificado no mundo todo. , patriarcado e maneiras de mudar a suposto de género € cada conduta dos hi > rene ocarrs to Indi ail eenai earade newts Fea Aleman, Canada e Afi palette : le masculis rates ul. Quests aulndasem radia © Baternidade foram es psthes| sobre com uma agenda di ‘érica Latina. Um ce: iscutidas e pes- correram aa foi estab ee para homens, ‘las, lo n a © 05 debates na midia 10 Japao, onde sobre padrées | a ——E——E—— ini i familia continuam — culinidade e vida em ontim tradicionals 7 aan Um “seminirio itinerante” discutindo (Menau rey masculinidades e igualdade de género Hes St as eurné na India (Roy, 2003), ; oe, os de pesquisa também se propagaram pelo a lo. on construgdes de masculinidade foram registradas ot adimild em cada um dos continentes, literalmente. eS Fe sintese global, na forma de um livro-texto, com : oa sobre homens e masculinidades em todo o mundo, St Eo peblicado em 2005 (Kimmel, Hearn e Connell, 2005). t n is 0. Estudos como o trabalho etnogrifico de Matthew Guttman (2002) com comunidades | Pobres no México mostram em detalhes como as vidas de gru- Pos especificos de homens sio moldadas por dinamicas politi- “is ¢ econémicas presentes mundialmente, Diferentes grupos de homens tém diferentes Posigdes nessas dinamicas, Nao existe uma s6 formula para abarcar “os homens e a globalizacao”, Existe, de fato, uma crescente Polarizacao entre og homens em escala mundial. Estudos so- 7 mn de classes dominantes (Donaldson e Poynting, Ge. igs minoria privilegiada com poder eins antes, €nquanto ntimeros muito maiores Pobreza, deslocamento cultural, ruptura de rela- enftentam ‘0s fail ar “ s familiares © uma renegociacio forcada dos sig- | Cionament ni ficados da Masculinidade, a> GENERO EM TERMOS Regie As masculinidades sao Padrées Soci wie de praticas de género. Esses padries Sto ctady on um processo histérico com dimensoes Elobais 4 : ~ nografica” a moda antiga, que situava 05 padrae % : . | puramente em contexto local, nao condiz com ; Big, Te; ] isa historica, tal como o estudo de Robert ada A pesqui ie si (2001b) sobre as masculinidades dos co Onizadores na i," do Sul e o estudo de T: Dunbar Moodie (1994) sobre og iy lonizados, mostram como uma cultura de gener é i! transformada numa relag4o com a economia internaciny e com o sistema politico do imptisio: Existem muitas tig : para pensar que esse principio também vale para as masculin- dades contemporaneas. TROCANDO DE TIME: HOMENS E MENINOS EM DISCUSSGES DE IGUALDADE DE GENERO Nas documentagées de politicas de igualdade de género tanto nacionais quanto internacionais as mulheres so o tema do discurso. As agéncias ou reuniées que formula, imple- meatam ou monitoram Politicas de género costumam ter no- ‘mes que se referem a mulheres, S40 chamadas: “Departamento Sri Mathers, “Gabinete para a Tgualdade : 4 Mulher Baer ge Mulher” ou “Comissio sobre 0 Star £™ Prol das in wheres Bens eem © mandato claro de atuaga0 te claro de at em Biola tém um mandato igualmen- pate! de politica, relacionse homens. Os prineipais docu- ™0 a Convencs hi # igualdade de género; tais “S50 sobre ‘ a Eliminagag de Todas as Fuimas de er, di © @Ponta, sda ONY, iscutem op homeng cms Pome como °° 1979, frequen- ter °° Concretos, PO € raramente — 94 , (0S CONTROLADORES DE ACESSO MUDAM No entanto, os homens esto presentes como pano de fun- do em todos esses documentos. Em cada declaragao sobre a desvantagem das mulheres hé uma comparagio implicita com os homens como grupo privilegiado. Nas discussdes sobre vio- Iéncia contra mulheres, os homens aparecem ora implicita- j mente ora explicitamente como agressores, Nas discussdes de género relacionadas a HIV/Aids, os homens comumente siio vistos como o problema, como os agentes de infeccio. claramente nos Es i i Christina Hoff Sommers (2000), em nome de da d he a de ‘omens € meninos, amargamente acusam 0 femini: de ser Som a excegao de um movimento ativo e, por vezes, 20 divércio. Os ar, de pequeno porte (embora violento) de “direitos dos pais” em relacio Algu cisio ao Politic, dores d, ‘ns formuladores de politicas tentaram dar conta dessa temodelar as politicas de igualdade de género como ’8 paralelas para homens e mulheres. Alguns formula- © politicas de saide na Australia, por exemplo junta- “m documento sobre “satide masculi tr » on ina” a um documento ENERO EM TERNos REAIS sobre “satide feminina” (Schofield, 2004), De mo, oem te, em alguns sistemas escolares, uma estratégia de ‘ek " de meninos” foi adicionada a uma estratégia de “edly Sig meninas” (Lindgard, 2003). Esse tipo de atitude Teconhece 0 Ambito mais a questées de género. Mas essa abordagem Corre fraquecer 0 entendimento de igualdade da politica Original, Ele se esquece do carter telacional do género 6, Portanto, ten. de a redefinir mulheres ¢ homens, ou Meninas e Meninos, sim. plesmente como diferentes Segmentos de mercado Para um servigo qualquer. Ironicamente, © resultado pode ser a Promo- sao de mais Segregacao de género, e nao menos. Por outro lado, trazer og Problemas dos homens Para den- 'MPlo das © Tisco de en. nessa area da politica. No campo de género e desenvolvimen- ', Por exemplo, alguns especialistas argumentam que “incluir 0s homens” — dado © contexto mais amplo em que os homens ainda tém 0 maior controle da autoridade institucional ede bens — Pode minar, ao invés de ajudar, igualdade de género (White, 2000), © papel dos homens ¢ meninos em relacio igualdade de 8enero surgiy ome uma questio €m discussdes internacionais na década de 1999 (Valdé © esforco em prol da . Participarem ple- is a igualdade”, A detalhada lou a Declaracio destacou

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