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* GILMAR BARRETO CARLOS ALBERTO-DE CASTRO JUNIOR CARLOS,ALBERTO FAVARIN MURARL FUJIO. SATO | ol | | oo | « Corr=nkr= =| | on || fundamentos-e-pratica J » « efi Mi ice Sumario Conceitos bisicos, 17 1.1 -Bletrotécnica, 17 1.2 Geracéo, transmissio e distribulgdo de energia elétrica, 18 1.3 ~ Circuitos de corrente alternada, 20 1.4 Rendimento e poténcia em equipamentos, 21 15~ Choque elétrico, 23, 1.6 ~Procedimentos gerais para o uso seguro de equipamentos elétricos, 23 117-Procedimento para a utilizacdo de voltimetro (medida de tensa), 24 1.8 - Procedimentos para a uti a 1.9 Procedimento para o uso de ohmimetro (medida de resistencia), 26 11.10 Leis fundamentais, 27 de amperfametzos (medida de corrente), 25 1.11 - Curva caracteristica, 29 1112 ~ Especificacio comercial de resistores, 30 . ‘Formas de ondas, 33 2.~Forma de onda continua, 33 2.2-Forma de onda oscilante, 34 2.3 -Classificagdo das formas de ondas, 34 2.4-Valores caracteristicos das formas de ondas alternadas, 36 2.5 - Visualizagao de formas de ondas no osciloscépio, 45 “Resistor, indutor e capacitor em circuitos elétricos, 51 3.1-Capacitor, 51 3.2-Indutor, 52 433 Gircuito RL série com fonte cc, 52> 3.4 Circuito RC série com fontec.c, 55 = 35 Comportamento elétrico em circuitos 56” 13.6 ~Comportamento em regime permanente do circuito RL série com fonte senoidal, 60 3.7 - Comportamento em regime permanente do resistor sob corrente senoidal, 61 3.8 Comportamento em regime permanente do indutor sob corrente senoldal, 62 3.9 -Comportamento em regime permanente do circuito RL paralelo com fonte senoidal, 62 3:10 - Comportamento em regime permanente do circuito RC série com fonte senoidal, 65 3.41 - Comportamento em regime permanente do capacitor sob corrente senoidal, 68 +412. Comportamento ern regime permanente do cieuito RC parlelo com fonte senoidal, 69 1313--Comportamento em regime permanente do cirsito RLC sie com Fonte sencidal, 70 onceitos de fasor e impedancia, 75 ‘44 -Revisio bésica de nsimeros complexos, 75 42-Fasor, 77 43-Impedancia, 79 ‘4a —Circutos com impedincias em série e/ou em paralelo, 81 4.9—Admitancia, 87 3/6 ingrams fasoria, 87 Poténcias em circuitos de corrente alternada, 97 5.1 Coneeitos bisicos, 97 5.2 Obtengéo experimental das poténcias aiva ¢ reativa, 109 5.3~Fator de poténcia, 111 5.4 ~Corregio do fator de poténcia, 113, Circuitos Trifésicos, 129 6.1 Fonte de tensées trifésicas, 129 6.2~Conexbes tifésicas, 133 63 -Circuitos equilibrados, 134 6.4 ~Circuitos desequilibrados, 137 Poténcias em circuitos trifésicos, 151 7.4 Poténcia aparente em carga trfasiea, 151 7.2 Medico da poténcia ativa em circuitos tifésicos, 156 7.3 Medicio da poténcia reativa em circuitos trifésicos, 163 7.4—Demanda e curva de cargs, 168 7.5~Mediglio da energia elétrica, 170 7.6~Composigdo a fatura de energia elétria, 172 ‘Transformadores , 179 g.-Introdusio, 179 32 ~Lei de Indugio de Faraday, 180 2.3 ~‘Transformador monofésico, 181 4~Transformador ideal, 182 {855 ~ Autotransformador monofésico, 185 48.6 Transformador real - caracteristicas de operacio, 189 8.7 ~Polaridade dos enrolamentos, 194 8.8 ~‘Transformador trifésico, 195 8. ~ Transmissio e distribuicio da energia elétrica, 198 14 Circuitos de corrente aiternada ‘Acionamento e protecio em instalacées elétricas, 207 9.1 Distribuigao de energia elétrica em baixa tensio, 207 9.2-Normas ¢ regulamentos, 211 9.3~ Aterramento das instalagées elétricas, 212 9.4 Choque elétrico, 217 9.5 Padronizagio de plugues e tomadas, 218 9.6 - Dispositivos de acionamento, 220 9.7 Dispositivas de protegio, 223 {9.8 ~ Orientagées do Corpo de Bombeiros para o “Programa Casa Segura - Prevenciio contra choques e curtos-cireuitos", 225 9.9 - Lampadas de uso popular, 226 Motores e geradores, 235 10.1 - Conversdo eletromectnica de energia, 285 10.2 Aspectos construtivos, 236 10.3 ~ Principio de funcionamento dos motores de inducio e sincrono, 238 10.4 Caracteristicas eléticas, 42 410.5 ~Identificagao (dados de placa), 245 10.6 ~ Regulamentagio, 246 10,7 ~ Acionamento de motor de indugio trfésico, 248, 10.8 ~ Principio de funcionamento do gerador ca, 249 109 -Gerador ea. clementar, 269 10.10 Principio de funcionamento do motor de corrente continua, 21 410.11 ~ Classificagio do motor e.., 252 410.32 Motor universal, 253 410.13 - Caracteriaticas operacionais do motor ec, 253 410.14 Acionamento de motores de corrente continua, 254 10.15 ~ Comentarios gerais, 256 Sumatio 5 ot - \? ~ os “a Conceitos basicos Neste capitulo sao introduzidos alguns conceitos que serio titels ao longo deste livro, além de uma abordagem sucinta sobre normas de seguranca pertinentes 20 uso da eletricidade e informacées importantes sobre o uso de alguns instru- mentos de medidas de grandezas elétricas. Como exemplo de aplicagio desses {nstrumentos, descreve-se um método para obter a curva caracteristica de bipolos resistivos dos tipos linear e nao linear, abordando as condigées de validade de Let de Ohm e a obtencao dos valores das respectivas resisténcias elétricas, Entenda-se por bipolo qualquer componente conectado a um circuito elétrico por meio de um par de terminais (dois contatos elétricos). 1.1 ELETROTECNICA Em linhas gerais, Eletrotécnica pode ser conceituada como a érea da Engenharia Flétrica que estuda a geracao, a transmissao, a distribuicio ¢ a utilizacio da energia eltrica. Desde 1879, quando Thomas Alva Edison apresentou a primeira lampada incandescente apropriada para utilizagéo comercial (a lampada incandescente foi inventada por Sir Joseph Wilson Swan em 1860), essa area vem apresentando ‘uma evolugio notével, que pode ser constatada pelo crescimento constante da demanda de energia elétrica e pelo desenvolvimento tecnolégico alcangado para co seu atendimento. A sociedade moderna depende definitiva e intensamente da cenergia elétrica. Sir Joseph Wilson Swan nasceu em 31 de outubro de 1828, em Sunderland, Durham, Inglaterra, e faleceu ‘em 27 de maio de 1914, em Werlingham, Surrey, Inglaterra, Fol o fisico e quimico que, além da Kimpada incandescente, desenvolveu a chapa fotogrifica seca, uma contribuigdo importante para a ctiagéo do ‘modemo filme fotogrfic. Ele patenteou um papel fotogréfico com alta sensibilidade,revestdo com uma ‘emulséo de brometo de prata,além de um processo para a formacao de fbras a partir de nitrocelulose, 0 ue foi aproveitado pela indistia text Serd que alguém, olhando para a lampada acesa no teto de seu quarto, jf teve a curiosidade de se questionar: “De onde vem a energia elétrica que ilumina este ambiente?" Provavelmente sim, Entretanto, se essa pergunta fosse feita no século XIX, a resposta seria diferente da de hoje, pois, naquela época, era correto afirmar que a energia elétrica isoladamente, isto é, o que a usina gerava era transportado diretamente para um ou mais centros consumidores, 1,2 GERACAO, TRANSMISSAO E DISTRIBUIGAO DE ENERGIA ELETRICA Na Fig, 1.1 esté representado um dos tipos existentes de sistema de geracdo, transmissio e distribuigao de energia elétrica, destacando-se no quadrilétero tracejado a usina hidrelétrica, sistema mais encontrado no Brasil, responsvel pela maior parte de toda a energia gerada (letra U representa diferentes magnitudes de tenses). A agua é conduzida através de tubulages até seu impacto com as palhetas de uma turbine, o que a faz girar. A turbina é conectada ao eixo'de uma maquina elétrica - gerador ou alternador ~ que em seus terminais fornece uma tensdo senoidal com determinada magnitude e frequéncia. A turbina tem a fungo de converter alguma forma de energia (cinética, térmica ete.) em energia mecénica, e o gera- dor ¢ responsaivel pela conversio da energia mecéinica em energia elétrica. Existem outros tipos de usinas, ' exo } ' come a8 termoeétias,em que vapor alta presato he ar, bre! Fn] _subtut dgua. 0 vapor écbtido por men da queima de combustves fies (earvle, pete, gis ou de e- ages nucleares (fissdo a partir do urénio enriquecido, por exemplo). A energia eléttica pode ainda ser gerada or meio de outros tipos de transformacdo, como a os partir da Iuz do Sol, da forca do vento ou das marés, Sn mf cores Je "SERI] Asner ees pans wins ee oe v mitida aos centros de consumo através do sistema de Fig. 1.1 Sistema de energia elatrica tipico transmiss%io, composto por condutores sustentados 18 Circuitos de corrente alternada Por torres. Por razbes técnicas e econdmicas, a transmissao de energia elétrica deve ser feita aaltas tensées, pelo me pelos geradores. Assim, antes de ser transmitida, a energia gerada passa por um transforma- wma ordem de grandeza maior do que a normalmente fornecida dor, que é um equipamento eletromagnético que transforma um nivel de tensio em outro, maior ou menor, dependendo da necessidade. Se nos terminais do gerador a magnitude da tensdo é de, por exemplo, 1SkV (15.000 volts), pode-se ter na saida de um transformador elevador magnitudes de tenses da ordem de 138, 230, 440kY, e assim por diante. Para suprir energia elétrica aos consumidores, deve-se instalar o transformador abaixador, para adequar o nivel de tens&o aos equipamentos dos consumidores. Hé consumidores — como, Por exemplo, grandes indtstrias ~ que recebem a energia elétrica em altas tensées, razio pela qual tém seus préprios transformadores abaixadores. £ fato que a energia elétrica vem sendo cada vez mais utilizada, por suas caracteristicas proprias de flexibilidade e eficiéncia. Como consequéncia, a operacio dos sistemas elétricos atingiu altos niveis de complexidade, com intimeros problemas a serem enfrentados € resolvidos por engenheiros para atender A demanda, garantindo niveis aceitaveis de qualidade, confiabilidade e econdmia. Portanto, hoje, a resposta a pergunta "De onde vern a energia elétrica que ilumina este am- biente?” é bem diferente da que esté ilustrada na Fig. 141, pois a necessidade de grandes quan- tidades de energia e de maior confiabilidade fez com que as diversas unidades geradoras fos- sem interligadas, formando uma tinica rede elétrica, o sistema interligado. A Fig. 1.2 corres- onde a um diagrama parcial da Integracéo Eletroenergética do sistema interligado brasileiro. Na Fig. 1.2 pode-se constatar que ha uma linha de transmissio interligando duas grandes regides: a regiéo Sul/Sudeste/Centro-Oeste e a regio Norte/Nordeste. Trata-se de uma linha de transmissio de S00kV, com capacidade para transportar cerca de 1.000 MW e com comprimento de 1.270km, partindo da subestacio de Imperatriz, no Maranhéo, atravessando todo o Estado de Tocantins e chegando a subestacao de Samambaia, no Distrito Federal. O chamado Linhao foi projetado e construido para promover o intercémbio energético entre 0s sistemas Norte-Nordeste Sul-Sudeste, possibilitando o despacho de energia nos dois. sentidos, em fungao dos periodos de chuvas e secas nas regides. Apesar de uma maior complexidade tanto no seu planejamento como na sua operacio, inclusive com a possiblidade de propagacio de perturbacdes localizadas por toda a rede, ‘um sistema interigado traz muitas vantagens,tais coro: maior quantidade de unidades getadoras, necessidade de menor capacidade de reserva para as emergéncias, intercambio de energia entre regides com diferentes sazonalidades etc. Essa pratica é adotada mundialmente ¢,no Brasil, iniciou-se no final da década de 1950. A finalidade de um sistema de poténcia é distribuir energia elétrica para uma multipli- cidade de pontes, para diversas aplicacdes. Tal sistema deve ser projetado e operado para entregar essa energia obedecendo a dois requisitos basicos, qualidade e economia, que apesar de serem relativamente antagdnicos podem ser conciliados por meio da utilizacao de conhecimentos técnicos e bom senso. A garantia de formecimento da energia elétrica 1 Cancetes sions 19 ori 2arenw Argentina sae Fig. 1.2 Integragio Elewoeneraétic Basler (sel2010) Fente: Operador Nacional do Sistema Eléico (en ons.org.blconheca sstemalmapas sin. asp) pode ser aumentada com a melhoria do projeto, a previsdo de uma margem de capacidade de reserva e 0 planejamento de circuitos alternativos para o suprimento. A subdiviséo do sistema em zonas, cada uma controlada por um conjunto de equipamentos de chaveamento, ‘em associacio com um sistema de protecio, proporciona flexibilidade operativa e garante a ‘minimizacdo das interrupcoes. Em resumo, os chamados Sistemas de Energia Elétrica so constituidos por um conjunto de equipamentos uilizados para realizar as tarefes de gerar,transmitire distibuir enegia clética. Els dever ser projetados e operados de forma a atendercritrios relacionados &~ qualidade, confiabilidade e economia do fornecimento de energia elétrica, além de causar os menores danos possiveis ao meio ambiente. | 1.3. CIRCUITOS DE CORRENTE ALTERNADA

— = 1.840 Sabendo-se que cada cavalo-vapor (CV) corresponde a aproximadamente 736W, utiliza-se a Eq, (1.2) para determinar o rendimento do motor eTeee 756 100% Te40 10% 22° Circuitos de corrente alternada 1.5 CHOQUE ELETRICO 0 choque elétrico, seja por contato direto ou indireto, é um dos acidentes mais perigosos. ‘Uma corrente elétrica da ordem de 10 mA (0,014) pode paralisar uma pessoa, e uma corrente da ordem de 100 mA (0,1 A) pode ser fate. Se a pele humana esta timida ou cortada, sua resisténcia elétrica diminui € a corrente pode aumentar a niveis perigosos em caso de acidente. ‘Um exemplo tipico de choque elétrico por contato indireto é o do chuveiro, pois através da agua pode ocorrer a condugio de corrente elétrica da resisténcia para a carcaca, para outras partes da instalacio hidréulica e para 0 ser humano, Portanto, € fundamental a conexiio do fio de aterramento no condutor de proteclo (ver Cap. 9). Desde que algumas medidas de seguranca sejam adequadamente adotadas, a convivéncia didria com diversos dispositives elétricos e eletrénicos ecorreré sem riscos de acidentes pes- soais (choques elétricos, traumatismos, entre outros) e danos materiais (queima, explosdes, entre outros) ‘A seguir, io apresentados alguns procedimentos extremamente necessérios que devem ser adotados para a realizaco segura dos experimentos propostes nos videos, bem como na convivncia didria com equipamentos elétricos. . ws 1.6 PROCEDIMENTOS GERAIS PARA O USO SEGURO DE \ EQUIPAMENTOS ELETRICOS 41) Certifique-se do valor das tensdes nas tomadas ou fontes de energia elétrica a serem utilizadas. 2] Nunca instale e acione os equipamentos sem antes ler o respectivo manual para obter as instrugSes adequadas sobre como instalé-los e operé-los. 3] No caso da realizagéo de experimentos (ensaios) em laboratério ou mesmo em outros ambientes, execute-os de maneira visualmente organizada. 0 circuito deve ter sua montagem de tal forma que facilite ao méximo a conferéncia com o respectivo esquema elétrico. 4] Examine as conexées do cizcuito ou equipamento elétrico detalhadamente antes de colocé-lo em funcionamento. Verifique o estado geral dos equipamentos e instrumentos, fiacio e bones de conexao. 5] Antes de tocar no circuito, verifique sempre se ele est desligado e descarregado (no nto. deve ser sempre conectado em paralelo aos contatos elétricos dos componentes de um circuito. caso de capacitores, por exemplo) utilizando um voltimetro. Este instru nos quais se deseja medir a magnitude da tensao. 6] Evite realizar reparos em circuitos elétricos ou manusear equipamentos elétricos quando estiver cansado ou tomando medicamentos que causem sonoléncia, 7] Use calgado adequado para proteger os pés endo trabalhe com sapatos e roupas timidas, 1 Concetasbisicos 23 2 8] Evite 0 uso de algo que possa enroscar ou estabelecer contato elétrico inadequado (colares, anéis, pulseiras etc). 9]_ Evite brincadeiras. Controle suas aces para se proteger e aos seus colegas. Mantenha sempre limpo e organizado o circuito ou equipamento elétrico. ‘Seja em um circuito elétrico ou durante a utilizagdo de um equipamento, pode ser necessério conhecer e manter 0 controle sobre algumas grandezas elétricas préprias de sua operagio, como por exemplo, tensdes, correntes e poténcias. Nesses casos utiliza-se um instrumento de medidas de grandezas elétricas conhecido como multimetro, que pode ser do tipo analégico (valor indicado por ponteiro em escala graduada) ou digital {com mostradores numéricos) e que contempla algumas fungdes tais como: voltimetro, amperimetro, ohmimetro ete. Um multimetro pode, ainda, ser do tipo bancada (utilizado sobre uma superficie) ou alicate (seguro pelas mios). Portanto, ao utilizar um multimetro para medir uma tensio, selecione a func&o voleimetro; se for medir a intensidade de uma corrente, selecione amperimetro; e assim por diante. Essa escolha deve ser realizada conforme instrugées especificas do fabricante do multimetro. ‘Uma vez escolhida a funcdo do multimetro, siga as instrugdes de uso de voltimetros, amperimetros e ohmimetros apresentadas a seguir, ¢ de outros instrumentos que ainda serio abordados, tendo em mente que os procedimentos descritos em cada caso talvez precisem ser adaptados conforme o modelo do multimetro. No caso de multimetros analégicos, em geral aplicam-se as instrucdes apresentadas nas préximas segées; para alguns tipos de multimetros digitais, porém, as instrucdes podem ser simplificadas, pois ha instrumentos digitais com selecdo automética de fundo de escala, bastando realizar as conexées adequadas e selecionar a fungo do multimetro conforme orientagées do fabricante. Lembre-se de que um multimetro instalado em uma condigéo de leitura errada no mediré 0 que vocé deseja, podendo causar danos ao instrumento e ao circuito elétrico, Portanto, ao se utilizar um multimetro, deve-se estar bastante atento ao tipo de medigo a ser realizada (TENSAO, CORRENTE ou RESISTENCIA), & forma (ALTERNADA ou CONTINUA), & escala adequada e & correta conexdo do instrumento (SERIE ou PARALELO), 1.7 PROCEDIMENTO PARA A UTILIZAGAO DE VOLTIMETRO (MEDIDA DE TENSAO) Antes de conectar os terminais do voltimetro' fonte ou a0 circuito: + Estime o valor da tensdo a ser medida e selecione o fundo de escala adequado para a grandeza a ser medida, Nao sendo posstvel estimar 0 valor da tensio, deve-se escolher 0 maior fundo de escala. Esteje atento para que a tensio a ser medida nao ultrapasse a capacidade méxima do instrumento. + Selecione no instrumento o tipo de tensio a ser medida: alternada ou continua. No caso de tensao continua, observe a polaridade. _ Circuitos de corrente alternada 1u com a fonte, ou com 0 equipa- + Conecte os terminais do instrumento em PARALELO, ‘mento, ou até mesmo com um bipolo existente em um circuito elétrico (por exemple, um resistor), ou seja, onde se deseja efetuar a medida, Observe as conexdes na Fig. 14 + Caso o fundo de escala escolhido tenha sido o méximo, sem desligar a fonte, diminua o fundo de escala para um valor imediatamente acima do que est sendo medido. Note que no Cizcuito 1 (Fig. 14) o amperimetro mede a corrente fornecida pela fonte e que circula pelo restante do circuit (equipamento e voltimetto). Se 0 volimetro for considerado ideal, ou seja, com resistencerintemé “infnita’, a leitura do amperimetro corresponderé somente & corrente no/equipamento,Jé no Circuito 2, o voltimetro mede a tensfo fomnecida pela fonte, que é a tensio total aplicada ao conjunto formado pelo equipamento e pelo amperimetro. Se o amperfmetro for considerado ideal, ou seja, com resisténcia interna nula, a leitura do voltimetro correspondera somente & tensio sobre 0 equipamento. Esse assunto 6 abordado com mais detalhes na seco 1.11 Fete tanemero] [ome] aperan A Amperimetro Circuito 2 Vveltimetro Circuito 2 Fig. 1.4 Exemplos de conexdo de votimetro 4.8 PROCEDIMENTOS PARA A UTILIZACAO DE AMPERIMETROS (MEDIDA DE CORRENTE) i] Amperimetro inserido no circuito ‘Antes de conectar os terminais do instrumento a0 circuito: « Estime o valor da corrente a ser medida e selecione o fundo de escala adequado. Nao sendo possivel estimar o valor da corrente, selecione o maior fundo de escala. Esteja atento para que a ci acapacidade maxima do instrument. _ ‘+ Selecione no instrumento o tipo de corrente a ser medida: alternad: No caso de corrente continua, A observe a polaridade. «+ Assegure-se de que o circuito nao esteja energizado, + Conecte os terminais do instrumento em SERIE, ou com a fonte, ou com um equipamento, ou até mesmo com um bipolo existente em um circuito elétrico, ou seja, onde se es deseja efetuar a medida, Observe as conexdes na Fig. 1.5. Fig. 1.5 fxemplo de conexdo de amperimetro contin 1 Conceitestiéscas 25 28 + Energize 0 circuito e faga a leitura, * Caso o fundo de escalla escolhido tenha sido o maximo, desligue a fonte e diminua o fundo de escala para um valor imediatamente acima do que est sendo medido. Religue a fonte e faca a leitura, Note que na Fig. 15 hd um amperimetro que mede exclusivamente a corrente xno motor, por estar conectado em série com ele, ¢ o outro amperimetro mede a corrente total no circuito. fi] Amperimetro do tipo alicate Antes de conectar o instrumento ao circuito: + Estime o valor da corrente a ser medida e selecione 0 fundo de escala adequado. Nao sendo possivel estimar o valor da corrente, selecione 0 maior fundo de escala. Esteja atento para que a cor- rente a ser medida ndo ultrapasse a capacidade maxima do instramento, + Se for 0 caso, selecione no instrumento 0 tipo de corrente a ser medida: alternada ou continua. * Conecte o instrumento no ponte do circuito onde se deseja efetuar a medida, conforme ilustrado na Fig 16. Caso 0 fundo de escala escolhido tenha sido o mé- ximo, diminua-o para um valor imediatamente Fig. 1.6 Amperimetto do tipo aicate acima do que esta sendo medic. 1.9 PROCEDIMENTO PARA 0 USO DE OHMIMETRO (MEDIDA DE RESISTENCIA) O ohmimetro é um instrumento que mede o valor da resisténcia elétrica de um tinico bipolo ou de um conjunto de bipolos conectados entre si, e conectados ou ndo em um circuito elétrico. Em um ohmimetro,o principio de funcionamento basela-se em aplicar nos terminals de um bipolo uma tensio continua proveniente de uma bateria interna do aparelho. Consequentemente, uma corrente elétrica circula pelo bipolo e o chmimetro exibe no mostrador (splay o valor da sua resistencia, que cortesponde a relagdo entre as magnitudes da tensio e da corrente, No ohmimetro digital essa relagdo é realizada por um circuito cleric temo do instruments enquanto no obnimetro slp por ess ds interagio entre campos magnéticosintemos do instrumento, associados & tensdo e &corrente, tem-se ‘© movimento do ponteiro sobre uma estala devidamente graduada, ‘Antes de conectar o instrumento a um bipolo ou a0 circuito: Cireuitos de corrente alternada «Se for medir a resisténcia entre dois contatos de um circuito (conhecida como resisténcia equivalente), assegure-se de que o circuito ndo esteja energizado, Lembrete: em geral, a8 fontes tém resisténcia intema. «Se for medir a resisténcia de um timico bipolo, retire-o do circuito e conecte-o 20s terminais do ohmfmetro « Selecione o fundo de escala adequado para a grandeza a ser lida. Se no conhecer a ordem do valor da grandeza a set lida, selecione o maior fundo de escala. «+ Apés a leitura, desligue o instrumento ou, caso o ohmfmetro faga parte de um multimetro, retomne a chave seletora para a posicao “desliga” ou para a funcéo amperimetro ou voltimetro. Esse procedimento evita que a bateria interna do instrumento se descarregue. 1.10. LEIs FUNDAMENTAIS: 4.10.1 Lei de Ohm Em 1827, Georg Simon Ohm descobriu que, para certos materiais, a uma dada temperatura, a relacdo entre a diferenca de potencial U aplicada entre dois pontos de um condutor € a corrente J que flui entre esses dois pontos é constante, Essa constante corresponde a resisténcia R do condutor, dada por: \ 4 u T a5) ‘e que pode ser medida com 0 ohmimetro, conforme descrito na secdo 1.9 A diferenca de potencial é expressa em volts (V); a corrente em amperes (A) ea resisténcia em ohms (0), Georg Simon Ohm nasceu em 16 de marco de 1789, em Erlangen, Alemanha, e faleceu em 6 de julho de 1854, em Munique, Alemanha, Foi o fisico e matemético que, entre 1825 e 1827, desenvolveu a primeira ‘eoria matematica da conducéo elétrica nos circuitos, que resultou na formula posterioimente denominada de Lei de Ohm. 0 reconhecimento do seu trabalho s6 ocorreu em 1841, quando ele recebeu da Royal Society ‘of London a Medalha Copley, que é um prémio no dominio das ciéncias. Cuidado para nao confundir o conceito de resisténcia com resistividade, pois esta é uma ‘grandeza fisica que expressa de forma quantitativa a propriedade que os materiais tém de apresentar diferentes graus de oposicio & passagem de corrente elétrica, ou seja, trata-se de uma caracteristica do material em sie néo de uma amostra (pedaco) do material. Portanto, a resistividade do cobre, por exemplo, é caracteristica do metal cobre e nao de um pedaco de fio feito de cobre, 2o qual se associa 0 conc: 4 (mn), da area da secao transversal A (m?) na Eq. (1.5) 0 de resisténcia, que depende do comprimento esistividade p (Q.m) conforme indicado 41 Conceltesbésicos a pe uM Ra (6) A representacio grafica da Lei de Ohm é apresentada na Fig. 17. Bipolo Ohmico, Resistor Linear ou simplesmente Resistor é aquele ccuja relagéo tenstio/corrente ¢ constant isto é, sua curva caracteristica _ sa € uma reta e, portanto, satisf Fig, 1.7 Representacio gia da Lei de Ohm mais basico componente eletrénico que tem por finalidade oferecer uma oposigdo & passagem de corrente elétrica através de seu material, Dessa forma, é possivel usar um ou mais resistores para controlar a corrente elétrica sobre os componentes desejados. Em geral, nesse bipolo hé conversio de energia elétrica em energia térmica, Os resistores podem ser fixos ou variaveis. No caso dos variéveis, so denominados potenciémetros ou reostatos, cujo valor é alterado ao girar um eixo ou deslizar um cursor. Alguns resistores sao longos ¢ finos, com o material resistivo colocado ao centro e um. terminal de metal ligado em cada extremidade. Esse tipo de encapsulamento é chamado de encapsulamento axial. Resistores usados em computadores e outros dispositivos sao tipicamente muito menores, e frequentemente sao utilizadas tecnologias de montagem superficial (surface-mount technology ~ SMT) sem a necessidade de um par de terminais. Resistotes de maiores poténcias so produzidos mais robustos para dissipar calor de maneira ‘mais eficiente, mas seguem basicamente a mesma estrutura. Popularmente, de forma equivoceda, esse bipolo é conhecido como resisténcia: cia do chuveiro”, “resisténcia do aquecedor” ete. Para entender o funcionamento de circuitos elétricos ou eletrénicos é fundamental conhecer as caracteristicas de operacio U us I (curvas caracteristicas) dos seus componentes, como descrito na proxima segio. 1.10.2 Lei dos Nés de Kirchhoff Parte de um circuito elétrico com trés resistores esta representada na Fig, 8, Pode-se identificar trés nés elétricos nesse circuito, um dos quais é caracterizado por um ponto (contato) do circuito onde trés ou mais condutores esto ligados. ‘A Lei dos N6s de Kirchhoff" estabelece que em qualquer né, a soma das correntes que saem é igual & Soma a das correntes que chegam. No circuito da Fig. 1.8 tem-se: + nba: +la— is enob:ntis—W=0 ou b+is= enécbtis— ou bth aig ou bticmis Fig. 1.8 Parte de um crcuito eltico 28 Circuitos de corrente alternada YONA Rayos QV I? oname be doRraae 1 Og & Poder Gustav Robert Kirchhoff nasceu em 12 de marco de 1824, em Kénigsberg, Alemanha, e faleceu em 17 ‘de outubro de 1887, em Berlim, Alemanha. Foi o fisico que se destacou com contribuigées cientificas no ‘campo dos circuits eltrcos, na espectroscopia, na emisséo de radiagdo dos corpos negros ena teora da clasticidade (modelo de placas de Kirchhoff. Foi o autor de duas leis fundamentais da teoria clssica dos citcuitos elétricos e da emisséo térmica, 1.10.3 Lei das Malhas de Kirchhoff No circuito elétrico da Fig, 1.9 identifica-se uma malha caracterizada por um caminho elétrico fechado. ‘A ‘Lei das Malhas de Kirchhoff” estabelece que em qualquer . diferencas de potencial (4.d.p.) é nule. No circuito da Fig, 1.9 tem-se: -U+U;4U2=0 ou U=Ur+U2 Fig. 1.9 Indicagéo de malha em circuit elico 1.11 CURVA CARACTERISTICA Entre diferentes métodos para obtencio do valor da resisténcia, particularmente de um bipolo resistive dos tipos linear e nfo linear, nesta secio aborda-se o método de obtencio da curva caracteristica de um bipolo com um voltimetro e um amperimetro, ou seja, medindo a diferenca de potencial entre seus terminais e a intensidade da corrente através dele. Os circuitos da Fig. 1.10 so adequados para essa finalidade. [ere cao] Lom] ©) Eupenaro A -anperinevol— Fig. 1.10 Métode do voltimetro amperimetro CO video “Obtencao da curva caracteristica de bipolos — Procedimento experimental” apresenta a abten- L «Bo de curva caracterstica com base nos circuitos da Fig. 1.10 1 Coneetosbisieas 29 um vm Hal TAL Fig. 1.11. Cunas caractristcas de bipolos Em qualquer um dos circuitos, para cada valor de tensio hé um correspondente valor de corrente, com os quais se pode tracar a curva caracteristica do respectivo bipolo, que pode ser linear (Fig, 1-114) ou nfo linear (Fig. 1.118) Para cada ponto da curva caracteristica, pode-se utilizar a Eq. (15) para obter um valor de resisténcia (®), 0 qual é valido para um determinado ponto de operagio, No caso da Fig. 1.12, cuja curva caracteristica corresponde a um resistor, o valor de R serd tinico. 1.12 ——_—_4iz=zZ-__ wea ee Fig. 1.12 Bremplos de rsistores comerciais ESPECIFICACAO COMERCIAL DE RESISTORES 0s resistores sao usualmente especificados por pardimetros - valor nominal, tolerancia e poténcia na dissipada -, informados pelo fabricante no préprio resistor, seja numericamente ou por cédigo de cores (Fig. 1.12) ‘Se um resistor Com valor nominal 1kQ tem uma to- lerdncia de 5%, isso significa que sua resistncia pode assumir qualquer valor entre 950 e 1.0500 (1k0 =5%) Essa informacao ¢ importante, por exemplo, para selecionar o fundo de escale de um amperimetro a ser conectado em série com o resistor. # Exemplo 1.2 Considere um resistor de 1kQ, 10W e tolerancia de 5%, Para selecionar 0 fundo de escala do amperimetro, deve-se calcular o valor da corrente que poderd circular nesse resistor, com base no menor valor possivel da resisténcia, ou seja, 9500. Assim: 0,1026A ou 102,6mA Selecione no amperimetro o valor de fundo de escala imediatamente acima do valor calculado. Além de se dispor da tolerdncia especificada em um resistor, pode-se calcular 0 ero percentual ou relative (€) em relagao @ um valor de referéncia da grandeza, 0 qual pode ser 0 30 Cireuitos de corrente alternada valor nominal, o valor medido ou até mesmo um valor calculado. 0 erro relativo também € normalmente expresso em valores percentuais, sendo definido por: IvG-VRI -100% an VG - valor da grandeza VR- valor de referéncia # Exemplo 1.3 ‘Um resistor com valor nominal. 1kA #5% é conectado a uma fonte c.c. cuja tensio medida com voltimetro é de 100V. Se um ampkrimetro registra 97,6 mA, pode-se calcular a resistencia ~ \ | p=% -10259 0 / ®* cos76 Se for considerado como valor de referéncia 0 valor nominal 1,0009, 0 erro relative sera de: (Reate = Ror {1.024,59 ~ 1.000] WReate =Rnoml oq, = HOCRIE- MAU' .x00% Room 7.000 ® Portanto, o valor calculado apresenta um erro de 2,46% em relagao ao valor nominal, abaixo da tolerancie (5%). Conectado a um ohmimetro, obtém-se para esse resistor 1.0240. Ao se considerar como valor de referéncia a leitura do chmimetro (instrumento confiével), pode-se avaliar a preciso do valor nominal informado pelo fabricante, Nesse caso, 0 erro relativo é de: Rom Real {1.000 ~ 1.0241 Real peo 100 100% 34% Rimed Independentemente do valor de referéncia adotado, 0 importante é o valor do resistor estar no intervalo estipulado pelo fabricante. we 0 video "Curvas caractersticas de bipolos” destaca aspectos praticos citados nesses exemplos. Exercicios 4.1 Na Fig. 1.1: a) Quais as fungSes dos transformadores nela representados? Justifique, b) Quais as funcdes da turbina e do gerador? 1.2 Cite vantagens e desvantagens em um sistema interligado de geracdo e transmissao de energia elétrica. 1. Coneeitastsicas 31 2 1.3. Em situagio de choque elétrico, faz diferenca a pele humana estar timida ou cortada? Explique. 14 Cite exemplos de situagées de choque elétrico por contato direto e por contato indireto. 1.5 Indique pelo menos mais dois procedimentos de seguranca que poderiam comple- mentar a seco 15 1.6 Relate um acidente elétrico do seu conhecimento e cite uma ou mais normas de seguranga que poderiam ter sido adotadas para evité-lo. (Agradecemos 0 envio do seu relato pare um dos e-mails citados em nossas fichas biogrétficas) 1.7 Como deve ser selecionado o fundo de escala em um instrumento de medida de uma grandeza elétrica quando: a) é possivel estimar o valor dessa grandeza? b) nao é possivel tal estimativa? 1B Cite, em sequéncia, os cuidados que se deve ter para a utilizagio de: a) amperimetro; »b) voltimetro; ©) chmimetro 1.9 Ciente de que um amperimetro tem resisténcia interna da ordem de miliohms e um. voltimetro tem resisténcia interna da ordem de megachms, analise, sem 0 uso de férmulas ou equagdes, qual dos circuitos da Fig. 1.4 € 0 mais adequado para obter a respectiva curva caracteristica de um bipolo: ‘ a) com resisténcia elevada (megaohms); b) com resisténcia baixa (milichms) 1.10 Deseja-se medi a tensdo e a corrente em uma lampada conectada a uma fonte ca. Tendo como modelo as Figs. 14 e 1.5, desenhe o respectivo diagrama elétrico. 1.11 A curva caracteristica do filamento de uma lampada incandescente seria linear ou nfo near? juste LEITURAS ADICIONAIS MONTICELLI, A; GARCIA, A. Introdugio a sistemas de energia elétrica, S80 Paulo: Editora da Unicamp, 2000. KAGAN, Ni; OLIVEIRA, C. C. B, de; ROBBA, E. J Introdugio aos sistemas de distribuicdo de energia elétria, S80 Paulo: Edgard Bucher, 2006. CAPUANO, F. G; MARINO, M. A. M. Laboratério de Eletricidade e Eletrénica. 23, ed. S40 Paulo: Erica, 2007. Cireuitos de corrente alternada Formas de ondas Neste capitulo so apresentadas as formas de ondas das grandezas elétricas tensdes e correntes, com énfase para as alternadas, e abordados alguns conceitos ‘basicos para a qualificagao e quantificagao dessas formas de ondas. A utilizacao de um osciloscépio com dois canais é comentada. 2.1 FORMA DE ONDA CONTINUA 0 diagrama elétrico da Fig. 21 corresponde a um circuito em corrente continua, composto de uma bateria ligada a um resistor (R) cujo valor mantém-se constante a.um resistor (R) cujo valor mantém-se constant cua gg cist a gets esi. Como abateria€ consderada : ideal, ou seja, tem resisténcia in- have tema nua, ela fornece uma dife- renga de potencial U volts cons- tante. Se u(t) for a fungao que repre- senta o valor instantineo da ten- Boteria sio fornecida pela fonte, entao: wo en Fig. 2.1 Circuito em corrente continua pA tensio u(t) fornecida pela fonte e a corrente i(t) que circula pelo circuito, em fungo do tempo, so mostradas na Fig. 22. Note que em ty ocorre o fechamento da chave, ou seja, a tensdo da bateria é aplicada nos terminais do resistor e, em consequéncia, circula uma corrente pelo circuito. A se i(t) fora fungéo que representa o valor instantaneo da corrente pelo circuito, para t > to, tem-se: ut) “w= @2) onde R representa a resisténcia do resistor. 1 Y_ Oinstante t= to registra uma transicao no comportamento elétrico do circuito, Em seguida, para t > to, o circuito entra o_o ‘em regime permanente (ou simplesmente regime) e os valores de tensio corrente permanecem constantes. Se a bater substitufda por uma fonte cuje tensdo é varidvel, ou seja, assume valores distintos para cada instante de tempo, circularé pelo resistor uma corrente também variével. Dessa forma, em circuitos elétricos, as tensdes e correntes 8) mis] ° rs apresentam um comportamento ao longo do tempo que pode ser caracterizado graficamente, o que corresponde ao que é, em geral, denominado forma de onda. Fig. 22 Forma de onde continua juom u 2.2 FORMA DE ONDA OSCILANTE A forma de onda de uma tensio senoidal, matematicamente expressa pela Eq. (2.3), é mostrada na Fig. 2.3 uy(t)= Uz -sen 23) u, uma forma de onda quadrada apresentada na Fig. 2.4 A expresso matematica que define a forma de onda da Fig, 2.3 Forma de onda senoidal Fig. 2.4 6: Up paranti Ecc =R-R oT (2.36) ts 3 42 Circuitos de corrente alternada Com a chave ch? fechada, circula pela lampada uma corrente alternada do tipo: = 2 =Ip-sen(w-t) e3an Nesse caso, a poténcia entregue a lampada é variavel no tempo, pois resulta do produto de uma tensio por uma corrente, ambas varidveis no tempo. PCE) = u(t) = RAO | (238) Aenergia consumida pela lampada em um intervalo de tempo T a partir de to é dada por: wir Eca= [i a(oat 239 tot Eca=R aI eat (2.40) Sob a condicao de que a energia consumida pela lampada nos dois casos seja a mesma, tem-se: perr Eco=Eca > RePRe-T ‘J aH -at fo : Tp kee=y/e-[- PeO-at ei lee Ff, a ean sendoT © perlodo da edente Kt), 0 termo do lado dirito da expresso anterior € denominado valor eficaz da cobente alternada (), ou seja: Tp leg= zi, a(t) -at (242) ‘Assim, se a fonte de corrente continue for ajustada de tal forma que a corrente que circula pela lampada (lec) seja igual a0 valor eficaz (lef) da corrente alternada I(t), aenergia @ consumida pela limpada nos dois casos seré a mesma, O valor eficaz de uma forma de onda & também conhecido como valor RMS (root-mean-square). # Exemplo 2.6 - 9 Calcule o valor eficaz da tensio alternada: \ u(t) =179,6-sen(w-®)V Sendo o periodo de u(t) igual a *, 0 valor eficaz (Ue) dado por: wl 2 [Poe ano Peennacn= [2 [tmesene-ny to ee. lal w@a= loa [, Med-dwna yaa J, [796-sen oP -dw-t) 2 Formasdeondes 43 [sen(w-t)} Considerando a relacdo trigonométrica: 1 [sen(w-t)}? = 5+ [1 -cos(2u-t)] o valor eficaz de u(t) vale: ware [OPP [[e-0- [ence] = [222 [oor see2t" o 2 : = 179.6)? 4 179,6"" _ 173,6 Uep= ae +1@-1-0)-(0-0)] = z =17V Da solugio do Exemplo 2.6 conclui-se que a relagéo entre o valor de pico e o valor eficaz, ara uma onda alternada senoidal, é Up —= wig 3) Det 4 (2.43) ou u ef . ea =] 0 video "Conceito de valor eficaz” contempla uma visdo prética desse conceito, 2.4.10 Valores nominais Equipamentos eletroeletrénicos e componentes de um circuito elétrico devem ser comercieli- zados dispondo de informacdes minimas com relacao aos valores das respectivas grandezas elétricas, denominados valores nominais, tais como: magnitude da tensio, poténcia ete. No caso de lampadas, devem estar gravadas a poténcia e a magnitude da tensio, como, por ‘exemplo, 100W e 220V, respectivamente. mentos/componentes que podem ser conectados em uma fonte c.a. ou em uma fonte c.c,,0 valor da tensio especificada (tensi0 nominal) é 0 mesmo para ambos os tpos de fonte, ¢,no 44 Cireuitos de corrente slternada 423 AS ae examinar qualitative e quantitativamente os sina elétricos, mostrando sua variacdo em fungao do tempo, amplitude, nivel GG, frequéncia, periodo, fase ete, Alguns osciloscépios possuem recursos que permitem a comparacio de dois ou mais sinais na tela, base de tempo atrasada, frequencimetro, leitura digital das escalas ete. IMPORTANTE: o osciloscdpio registra somente tensées. Se, por exemplo, ha interesse em observar a forma de onda da corrente em um motor, deve-se conectar em série um resistor de valor conhecido, como indicado na Fig. 2.18 Oscilosespio| Fig. 2.18 Conexdes das pontas de prove do oscloscépio Na Fig, 2.18, tem-se uma fonte de tensao alternada que supre energia a um motor conectado em série com um resistor. © canal 1 (CH1) do osciloscépio registra a tensio fornecida pela fonte (6d, entre CHY€ GND) eo canal 2 (CH2) registra a tensio nos terminais do resistor (@.d.p. entre CH2 e GND). Como a d.dip. (diferenca de potencial) no resistor é dada por: | ug(t)=R-i(t) (245) stor difere da corrente apenas porum. litude e, portanto, observamos na tela do fator de escala, ou osciloscépio uma forma de onda de tensao proporcional 4 forma de onda da corrente, mas que conserva todas as caracteristicas desta. £ um procedimento usual a observacao indireta de uma forma de onda de corrente através de um resistor de pequeno valor, para ndo interferir no comportamento elétrico dos demais componentes do circuito. 2.5.1 Medida de amplitude e frequéncia Devidamente calibrado, o osciloscépio fornece no eixo vertical a medida da amplitude do sinal (volts). Se a amplitude do sinal for tal que a maior escala do controle de ganho nao 2 Formasdeondas 45 é suficiente para medi-la, pode-se usar uma ponta de Prova com atenuacao; por exemplo, uma que reduz em 10 vezes a amplitude do sinal. Se 0 osciloscépio en frequéncia f do sinal, pode-se calculé-la calibrando a escala horizontal (tempo/cm) e medindo o perfodo T do sinal, conforme indicado na Fig. 2.19. .ndo possibilita medira__ 1 us Fig. 2:19 Medid do perodo z ‘ a 2.5.2 Referencial para as medidas Nos osciloscépios, as partes metélicas (parte externa das conexd s de entrada dos canais verticais, parafusos, suportes etc.) estao > interconectadas, 0 ou seja, esto em um mesmo potencial elétrico, Quando o cabo de alimentagio do aparelho possui um tercero pino (Gino de tera, todas essas partes metélicas esto conectadas a ele e, portanto, as medidas correspondem as diferencas de potencial entre os pontos medidos eo tera. Deve-e culdar para que o terminal correspondente ao terra do cabo cof o qual se faz a medida (GND da ponta de prova) no seja colocado em um ponto cém potencial diferente de zero, 0 que provocaré um curto-circuito, Também se deve estar atento ao fato de que os GNDs das pontas de prova sao ligados ao terceiro pino Uma alternativa pata eliminar tal precaucio é utilizar um transformador conectado entre a rede elétrica e 0 cabo de forca (alimentacdo) do osciloscépio (Fig. 2.20) fazendo com que 68 terminais de medida do osciloscépio no estejam referenciados a qualquer potencial da rede, 4 Osciloscépio ae) “anstormador uy] |e —__| Fig. 2.20 Osciloscdpioisolado da rede elérica 2.5.3 Conexdo das pontas de prova Observe na Fig. 2.21 as conexées das pontas de prova do osciloscépio nos terminais dos componentes do circuito. 46 Circuitos de corrente alternada Fig. 2 a \ ee © unto | da wel Le 21. Conerses das pontas de prova do oscloscépio Osciloscépio foci vono FN och As indicacdes CHi.e CH2-referem-se a dois canais do osciloscépio, através dos quais poderemos observar na tela (display) as formas de ondas da tensio no resistor (CH1) e da tenso no capacitor (CH2). Isso é possivel porque o GND esté conectado entre os dois bipolos (resi istor e o capacitor), 2.5.4 Recursos para medidas de grandezas elétricas 0s fabricantes tém incorporado aos oscilosc6pios recursos teenol6gicos para a obtencao de medidas de grandezas elétricas, tais como magnitude da tensio, frequéncia, valor eficaz, valor médio, defasagem entre duas formas de ondas e outras. No respective manual, hd cexplicagées para o uso desses recursos, em geral faceis de assimiler. ExeRcicios 2a 2.2 \Qbs.: a sigla qd corresponde a um “qua- dradinho pontilhado" da tela do oscilos- cépio ilustrada nas figuras de alguns dos exercicios a seguir. Como é possivel, em um osciloseépio, observar e quantificar a corrente elétrica que circula por um determinado bipolo? Desenhe o respectivo diagrama elétrico. Para as formas de ondas da Fig. 2.22, con- sidere que em um osciloscépio foram re- alizados os seguintes ajustes na vertical ena horizontal: § mV/qd e 0,1 ms/qa, Determine o valor de pico a pico ea respectiva frequéncia, Resp. 20 mV; 30 mV; 1,25 kHz Fig. 2.22 Formas de ondasalternadas 2 Foxmas de ondas a 2.3 Deseja-se observar, na tela de um osciloscépio, a forma de onda da tensio existente em uma tomada elétrica residencial cuja frequéncia é 60Hz, Sabendo que a tela do osciloscépio tem. 10 divisdes horizontais (10 qd), que escala hori- zontal (valor inteiro) vocé escolheria para poder visualizar na tela dois ciclos da forma de onda? Resp.: 4 ms/qd_ 2.4 Para a forma de onda da Fig. 2.23, considere que em um osciloscépio foram realizados os seguintes ajustes na vertical e na horizontal: @) SV/ad e 1,0 ms/qd; b) 15W/ad © 0,05 ms/qd. Determine o valor de pico a pico e a respec- tiva frequéncia Resp. a) 40V; 250Hz b) 120, SkHz Fig. 2.23 Forma de onda alternada 2.5 Esboce um diagrama elétrico no qual sejam indicadas as conexées de um osciloscépio para que se possa medir a defasagem entre a corrente e a tenso em uma fonte ca, que supte energia a um motor monofésico. Faca todas as indicacdes no diagrama elétrico, 2.6 Uma tensao senoidal com valor de pico SV e frequéncia 1 kHz é aplicada aos terminais de um resistor de 10. Obtenha: 8) a respectiva expresso matematica para a tensGo; _Resp.'5 sen(6.283,18 t) 1b) 0 seu valor eficaz e o periodo; Resp. 3,54V; 1,0 ms ©) ovalor da poténcia dissipada no resistor. Resp.: 1,25W. 2.7 Para a montagem da Fig. 2.24: amie —— feo FX] ie Osdiloscépio| Fig. 2.24 Conexdes das pontas de prova do osclloscépio 48 Circuitos de corrente alternada

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