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FLORISBAL DE SOUZA DEL'OLMO Profscor na Universidade Reponl foearads do Alto Urogia © ‘a: Midas, UR, en Santo Angel, RS. Profisor soovidado da ‘UFRGS eda UFAM, Meste e Dosa em Disco. ‘eat: ebtina eters comb Sugitty pl a fark dodo pus PrP. Remore 2 Samvek. (wie) CURSO DE DIREITO INTERNACIONAL PUBLICO 3*edigko inteiramente revista e atualicada , & FORENSE ‘Capitulo V OS SUJEITOS DO DIREITO INTERNACIONAL PUBLICO “‘Suietos del Derecko Internacional son aquelas personas ciyo com- poriamiento regula directamente el orden juridico internacional” (Alfred Verioss, 5.1. Introducio O sujeito de diretiobentendido como 0 ente que pode exercer direitos ‘ecumprir deveres em um ordenamento juridico. O sujeito, por exceléncia, equalquer ordem jucidica 60 ser amano, a pessoa natural ou fsica. Por fiogdo, historicamente, a chamada pessoa juridica, conjunto de individuos ude bens integrados para buscar determinadas objetivos, tem sido alga- daa condigao de sujeito de direito, E esses slo, homem e pessoa juridica, ‘osentes titulares de todas as relagdes juridicas, em qualquer Estado da so- ciedade internacional ‘Centro erazio de qualquer ordenagao no mundo do Direito, o homem. juuais deve ser visto como abjeto. No Direito internacional Piblico, on- ‘uido, ele ainda nao ¢ sujeito pleno, nio podendo, por exemplo, ser parte em tratado. ‘um tratado. # oportuna a observagio de Fernando M. MARINO MENENDEZ, eque ogo do net ede srs poses situagdes juridicas subjetives «lcanga no Direito Intemacional uma complexidade maior do que em ou- ‘ros ordenamentosj ‘Segundo Alfred ‘VERDROSS, ‘sSo sujeitos do Direito Internacional “aquolas peasoas co comportamento regula diretamente a order juridica jimemacional”? 1 MARINO MENENDEZ, Fernando M. Derecho 5 Enernacional Pblico, p82. 2 VERDROSS, Ald. Derecho internacional Piblio,p. 131. mw 36 LORISBAL DE SOUZA DEL'OLMO Reconhecemos, ento, como sujeito do Direito Internacional Publica toda pessoa capaz de exercer direttos e cumprir obrigayées na esfera in- ternacional. Ele pode firmar apordos com outros sujeites e responde pelos atos licitos on ilicitos praticados. ‘As normas juridicas internacionais, por sua peoularidad, ainda quo se dicjjam & harmonia e 20 bem-estar dos povos ~¢ do individuo, como tal — tém o Estado como seu destinatério imediato. E 0 Estado tem, entio, sido apresentado como o sujeito mais importante, e por ¢pocas tinico, de Diseito internacional. O Bstado 6 a pessoa internacional nata e primeira. ‘A composigao da sociedade internacional, outrossim, sofre constan- tes mudangas, conforme observa Celso D. de ALBUQUERQUE MELLO, 20 recordar que “os poderes decisérios na vida internacional” acompa- mnham a época historica,” Dai a evolug&o que tem ocorrido em relarho a pes- soa internacional, através dos tempos. Lembra José Delmo Fairbanks BELFORTDE MATTOS queno sécalo XVI a Campankia das indias Oci- dentais, cojas forgas invadiram o nordeste brasileiro, era sujeito de Direito Internacional, “uma vez. que podia declarar guerra, firmar acordos de tré- ‘guas ¢ tratados de paz”* Essa entidade desapareceria no séoalo seguint. ‘Ao se buscar uma classificacdo dos sujeitos de Dircito Intemacio- nal, recorre-se ao Mestre de Viena, que 0s distingue em sujeitas de deve. res ede direitos, em sujeitos ativos e passtvos, em swjeitos permanentes mransitérios, em sujeitos origindrios e admitidos posteriormente, ema su- “Jeltos com autogoverno e sem ele, em sujeites com capacidade juridica e capacidade de agir, em sujeites de Direito Internacional comume Direi- to Internacional particular e,finalmente, em sujeites de Diretto Interna- cional Piblico e de Direito Internacional Privado.’ Ede svas consideragGes, o insigne mestre de Viena conchui que o Estado é sempre 0 ‘sujeito mais importante, embora outras comunidades © organizagées Bo- -zom de subjetividede intemacional. “Apresentamos o Estado, 28 organizacées internacionais, outras entt- dades e 0 proprio homem, nessa crdem, como os sujeitos de Direito Inter- ‘nacional Piblico atualmente, na forms e condigbes que bascamos analiser. 3 ALBUQUERQUE MELLO, Celso D. Curso de DirettoInernacional Piblico,p. 330. 4 BELFORT DE MATTOS, Jost Dalmo Feisbnks, Mona! de Dire Internacional Pibleo, 9.55 5 VERDROSS, A Op. cit, pp. 131.133. ‘CURSO DE DIREITO INTERNACIONAL PUBLICO 2 52.0 Estado Cabo neste sezmento enfatizar apenas a transcendéacia do Estado como sujeito de Dirsto Internacional Piblico, devendo, em capitulo pré- prio, ocuparmo-nos do seu estudo sob os decisis aspectos concemnentss & discipling Podemos entender Estado como o territério delimitado, onde vive uma populagdo, com ele identificada furldicamente, ob governo préprioe com soberania reconhecida pela sociedada internacional, © Estado niio existe cm realidade, constituindo-se em uma fio juridica, uma absiracSo tiada pelo Diceito, para faclitar a convivéncia humana e social. Em seni- o oposto, poder-seia verno surgimento do Estado uma forma de domina- fo, até porque ele € sempre insttucionalizado pelas classes dominantes ‘O Estado nao deve ser identificado com nagio ou povo, © menos ainda ‘om raga ou tribo, Em observaséo jé quase secular, Raul PEDERNEIRAS advertin que esses grupos nfo podem ser confundides com Estaios ou pes- sas internacionais, amenos que possuamn “sede fixa, determinada, e una or- ganizagio de governo que discipline e dirja os agrapamentos para um fim social e politica”. Fruio da influénciainglese, em que nagdo é0 temo emptegado para que conceituamas somo Estado, assim como de diversos autores argenti- ‘nos, essa expressio muias vezes & apresentada como sindnimo de Estado, equivoco que consideramos deva ser evitado. ‘A pessoa internacional é 0 Estado, nio 0 sendo entes outtos que nfo gozem dos requisitos apontados, ainda que evennualmente recebam ames- sma denominagao, o que ocorre com os membros constituives de alguns Batados federados, como os Estados Unidos da América, o Brasil eo Méxi- 0, Essas parcelss de um mesmo Estado, ainda que desfrutem eventual- mente, na ordem intema, de direitos na esfera internacional, ufo sio admitdos como sujeto de Direito Internacional, Nessas simagSes, normal- ‘mente as obrigagdes assumides pelo Estado-membro sio contraidas © gs- rantidas pelo Estado federal. ‘A importineia do Estado como sujeito de Dieito Intemacional se ampli se observartos que as demais pessoas intemacionais so criago dos proprios Estadosou softem influéncia deles na sua instimcionalizacio, ‘Tao marcante atuagio dos Estados leva ALBUQUERQUE MELLO a afi- 6 PEDERNEIRAS, Ral. Direc Intemacional Compendiado, p. 80. AYA COPIAS ENCADERNAGOES Ee 3475. 8 FLORISBAL DE SOUZA DEL'OLMO ‘mar que 0 Direito Internacional “gira em tomo de telagtes interestatais _quase que exchusivamente”.’ Para muitos autores o Estado continua a sera ‘nica pessoa internacional. 5.3. As Organizagbes Internaclonais [As organizagies internacionais assumem maior relevéncia, a cada ‘a, como sujeito de Direito Internacional. Surgem por iniciativa dos Esta- dos, destinando-se & aproximacdo entre eles, em beneficio de-suas popula ‘g6es na consecugo de tarefas que o Estado, isolademente, enfrentaria, ‘ificaldades para realizar, (© estudo desses importantes organismos se procede em outro se8- mento desta obra, cabendo agora referir somente sua presenga entre os su- {eitos de Direito Internacional. Mesmo o mais exigente estudioso de nossa < o ENCADERNAGOES a FLORISBAL DE SOUZA DEL'OLMO ‘conhecido a Organizagio para a Libertagdo da Palestina, a OLP. Essa cnti- dade, que congrega o povo palestino, em secular Tuta pela criagao de seu. Estado, tem merecido acatamento da maioria dos Estados, inclusive parti- cipando, ha quase tts décadas, das deliberagdes da Assembléia Geral da (ONU e das conferéncias internacionais organizadas pela mesma, ainda que sem direito a voto, 5.4.4, Insurgentes ‘Tem sido apresentado pela doutrina como Insurgéncia movimentos ‘sem 2 armplitude dos beligerantes, constituindo seu pleite ema uroa revolta menor, de uma guami¢4o militar localizada ou de uma esquatra naval, 0 mais das vezes sem qualquer envolvimento da sociedade internacional, VERDROSS chama os insurgentes de beligerantes com direitos limitados, CO reconhecimento dessos grupos como sujeito de Direito Internacional ro chega a criar direitos e deveres,& de curta durago e tem seus efeitos defini dos no proprio ato. ‘A adogdo dessa postura juridica é benéfica para o Estado contra 0 qual o movimento se dirige, que deixa de ser responsabilizado por atos des- sesrevoltosos. 140s insurgentes passam a set tratados como prisioneiros de ‘guerra e nfo como simples criminosos. O insttuto esteve presente no Bra- sil, em 1893, por ocasiao da chamada Revolta da Armada, sendo tambéra ‘mencionado o reconhecimento dos nacionalistas espanhis durante Guerra Civil na Espanba, em 1936-1939. A magnitude da sublevacdo contra as autoridades constituidas do Estado para guindar os revoltosos & condigao de insurgentes, bem como o ‘Enae limite entre eles e os beligerantes nfo é uniforme entre os autores. Entende AMORIM ARAUJO que 0 reconbecimento deve ocorrer quando ‘© movimento atinge certa ieaportincia, embora sem os caracteres de ume ‘guerra civil.'* Entendemos que o meio caminho entre o motim ¢ a guerra civil seria passivel de caracterizar juridicamente a insurgéncia como sujei- to de Direito Internacional. 5.4.8. Ordem de Malta Por fim, entre as outras entidades tidas como sujeito de Diteito Tnter- nacional abordemos a Ordem de Malta, também conhecida como Soberana 13 VERDROSS, A. Op. cit, . 151. M4 ANORIM ARAGIO, LL Op. cit, p. 103. ‘CURSO DB DIREITO INTERNACIONAL PUBLICO a Ondem de Malta e Ondem de Sao Jodo de Jerusalém, por ter surgido nessa cidade, no século XT, em um hospital para peregrinos cristios. Recebeu aprovagdio do Pape, em 1199, que Ihe dea aspecto militar, ‘Bntre os séculos XU e XIX tove sua sede em Chipre, na ilha de Ro- es © om Malta estabelecendo-s, por fim, em Roma. Dedica-se a fins f- lantrépicos ¢ mantim relagies diplométices com cerca de quarenta Estados, inclusive o Brasil, Seu Kider, o Gréo-Meste, tem imunidade de ju- tisdigéo. ‘Verfica-se que o reconhecimento desse ente como pessoa internacio- nal néo goza de unanimidade entre os autores, posicao que pastilhamos. Lembremos que o Papa, por ato de 1956, reguiou a Ordem de Malta como cntidade religiosa subordinada & Santa SB. 55. 0 Homem como Sujeito de Direito Internacional ‘Como se observou, persistem reservas em atribuir 2o ser humano 0 020 da condigio de sujeito do Direito Internacional Piblico, por no po- det assumir determinados direitos e obrigagtes, como o de celebrar trata~ dos, realizar atos unilaterais intemacionais ou de agit perante diversos tribunais isternavionais. Cresce, todavia, na doutrina e as convensées, a {ngeréncia do individuo como parte ativa da sociedade internacional. Orga- nistos tém sido criados visando divetamente & satisfaglo de direitos © ne- cessidades do ser humano, de que é exemplo a Organizagao Intemacional do Trabalho, Convérn ressaltar que a enfitica negativa do reconhecimento do indivi- ‘duo como sujeito de Direito Internacional parte da douirina duatist, que en tende haver duas ordens juridicas distintas, cabendo zo Direito Internacional regular as telagbes juridicas entre os Estados e ao direto interno as relages =e ‘A importncia do reconhecimeato da subjetividade do individuo ema nossa diseiplina pode ser medida pela afirmagio de ALBUQUERQUE MELLO, de que “negar a personalidade intemacional do homem é negar cou deturpar @ existéncia de uma série de institutos da vida juridica interna cional”,"* complementando que negar a subjetividade internacional do ho- mem § desumanizar 0 Direito Intemacional ¢ transformé-lo em um conjunto de normas ocas ¢ sem qualquer aspecto social. 15 ALBUQUERQUE MELLO, C. D. Op. ct, p. 766. 6 FLORISBAL DE SOUZA DEL'OLMO Outros autores negamn enfaticamente a subjetividade internacional do individuo, como José Francisco REZEK, que afirma carecer a mesma “de consisténcia no estaigio presemte de evolucio da sociedade intemacional”,”* ‘embora sua inspiragio generosa, ‘Uma corrente, a individualista, consagra o set hamano como o ‘inico sujeito do Direito Internacional Pablico, uma vez.que destinatério de toda a criago juridica, entendendo que o Estado nada mais é do que uma ficco instituida pelo homer. Sendo o individuo a razio de toda norma juridica, ‘que é criada em seu beneficio, deve ser 0 titular de direitos ¢ obzigagbes mesmo na esfera intemacional. O maior defensor dessa doutrina foi o inter- nacionalista grego Nicolau Politis, professor na Universidade de Saldnica.”” Consideramos radical para os dias atuais essa concepeio. ‘No campo penal intemacional o Lomem ingressou como sujeito de direito hé mais tempo, lembrando-se 0 caso da pirataria em alto-mar, em que o individuo era julgado sem interferéacia de seu Estado de origem. O mesmo ocorre com a violagdo de bloqueio ¢ coma 08 criminosos de guerra, Semelhante sitagao, de ingente ataalidade, ocorre com 0s narcoirafican- tas, que sio declarados criminosos na jurisdigo em que 80 apanhados, in- _fratores internacionais, conforme definide em diversas Convenges 20 ‘longo de todo 0 século XX. ‘Todos esses delitos constimem infragSes particulares, uma vez que fio se poderia imputar ao Estado de origem dos delingjientes qualquer par- ticipacdo nesses atos, cabendo aos priprios individuos a responsabilidade perante os tribunais dos paises em que foram capturados. Trata-se de deli- tos aos quais o proprio Direito Internacional associa determinada sanco, dirigida contra o individuo, como 0 confisco do navio e sua carga, no caso de violago de bloqueio. Por outro Jado, como observa DUPUY, tem havido dificuldade em pu- nir os criminosos contra 2 hurcanidade, atibuindo-se ao Estado os delitos praticados."* Os criminosos de guerra nazistas, julgados em Nuremberg, constinemn uma excecio, recordando-se que o tribunal eutio instituido 86 0 {foi aps ignorar determinados padrdes juridicos para casos anfilogos. ‘O Estado é uma criagdo do ser amano e como tal seu ideal & organiza- -cional, ou seja, criat regras ¢ macios que possibilitem a vida em sociedade, ¢ ‘que representem os anseios de uma coletividade determinada. Esquecen-se, 16 REZEK, lost Francisco. Dirito Internacional Pblico: Curso Elementar, p. 160, 11 BELFORTDE MATTOS, J.D.F. Op. cit, p. 56 18 DUPUY, RJ. Op. cit, p.47, ‘CURSO DE DIRETTO INTERNACIONAL POBLICO 6 htretanta, que a valosizagéo do individuo enquanto tal 6 maior legado do itimninismo para o mundo modemo. Essa conguista, fo realvade ¢ reafir- ‘mada na esfera interna dos Estados, parece olvidada na esfera internacio- nal. Qual a razdo de existr da sociedade intemacional? Afirmar que 0 arcabouco internacional vigente visa simplesmente a regular a relagdo ex- tre os Estados ou de qualquer deles com Organizagses Intemacionais € ‘contraditério. O fim iltimo de toda norma juridice intemacional éo ser nu- ‘mano, e se do hi previsto de avesso do individuo & Corte Internacional de Juatiga, par exemplo, essa possibilidade deve ser criada, mesmo que seja necesséria wna refommulagdo desse Tribunal, direcionando-o para os indi- viduos e suas petigdes. E dbvio que todo o iter de acesso de um individuo a tribunais imerna- sionals deve ser respeitado, e nd est aqui se defendendo que 0s indivi- duos possam realizar atns tipicos de um ente estatal, mes sim aqueles i ‘entzs a sua condigdo de seres humenos. O tnodo como uma petigdo incivi- dual vai chegar a um tribunal internacional é de menor relevincie (simples questo procedimental). O importante $ a existéacia de mecanismos efeti- ‘vos que permitam ¢ garantam 0 acesso dos individuos até a esfera interna- cional. Consideramos, enti, que a personalidade internacional do ser huma- no deve ser admitida como uma realidade. Os Sbices antepostos & amplitu- de desse entendimento foram colocades pelo prbprio individuo, buscando adequar mecanismos que conduzam a soviedede internacional a uma dese- {vel barmonia e espirito solidério ente todos os seres humanos em qual- quer ponto do planeta. 5.6, Resumo Sujeito de Direito Internacional Piblico toda pessoa capac de exer- cer direitos e cumprir obrigacbes na exfera internacional. Sho sujeitos do Diteito Internacional Piblico, atualmeate, o Estado, as organizagOes inter- acionais, ontras entidades ¢ o prépriohomem. Estado 6 o tervitorio delimitado, onde vive uma populacéo, com ele Identificada furldicamente, sob governo préprio e com soberania recanhe- ida pela sociedade internacional. O Bstado € 0 sujeito por exeeléncia do Direito Intemacional Piblico. Nao deve ser identificado com na¢io ou ovo, @, mepos zinda, com saca ou tribo. Tampouco se conflunde com os stados-memibros de uma foderao. As organizagies intemacionais, cujo paradigm é a Organizanio das NagGies Unidas, assumem gradativa relevancia como sujeito de Direito 6 PLORISBAL DE SOUZA DEL'OLMO Internacional Pblico. A criago das organizagdes intemacionais ocorre através de tratados, concertados entre os Estadas interessados, destinan- do-se & aproximagao entre eles, em beneficio de suas populages. Uma vez ‘constitaldes passam a ter personalidade juridica propria, ‘As outras entidades so entes que nif podem ser confundidos com os ‘Estados ou com as onganizagies intermacionais, nem mesmo sendo formados diretamente pelas unidades estatais. So 0 Comité Internacional da Cruz ‘Vermetha, a Santa Sé, os Beligerantes, os Tnsurgentes ¢ Order de Malta. ‘A Cruz Vermelba surgin em 1863, com a finalidade de prostar ascis- ‘8ncia aos feridos nos combates, darante a guerra, e ésaide piblica eprofi- Jaxia em tempo de paz. Hoje @ entidade esth presente em todas as partes do globo, possuindo personalidade internacional ¢ tendo 0 estatuto de obser- vador da ONU, sendo inviclével o seu delegado. ‘A Santa Sé caracteriza um sujeito sui generis do Direito Internacional Piblico, constituindo-se em um Estado teoldgico, em torno do Papa e da, Ciiria Romana. Considerando-se que muitos Papas ¢ religiosos exereecam ingentes missées diplométicas ao longo dos séculos, eleva-se 0 Vaticano a condigao de Estado. Os beligerantes sfo nacionais de um Estado que se rebelain contra o ‘govero constituido, procurando substitu-lo ou visando a criago de um novo ente soberano, Tornam-se sujeito de dircitos © obrigagées na esfera internacional, consolidando-se ems novo Estado ou conguistando 0 gover- no contra o qual se haviam revoltado. Os insurgentes constituem seu pleito em uma revolta menor, 0 isis das vezes sem qualquet envolvimento da sociedade internacionel. O reco- nhecimento desses grupos como sujeito de Direito Internacional nfo chega a ctiar direitos e deveres, passando, porém, os insurgentes a serem tratados como prisioneiros de guetra, enquanto 0 Estado, contra o qual o movimen- 10 st dirige, deixa de ser responsabilizado por atos desses grupos. ‘A Ordem de Malta surgin no século XI ¢, em 1199, recebea aprova- fo do Papa, que the deu aspecto militar, Dedica-se a fins flantrépicos ¢ mantém relayGes diplométicas com cerca de quarenta Estados, O recoshe- cimento desse ente como pessoe intemacional nio goza de unanimidade entre 0s autores, pois © Paza, por ato de 1956, regulon a Ordem de Malta, como entidade religiosa subordinada & Santa Sé. ‘A personalidade intemacional do ser kumano deve hoje ser accita sem sestrigSes, admitindo-se apenas os ébices antepostos pelo préprio in- dividuo, buscando adequar mecanismos que conduzam a sociedade inter- nacional a uma desejével barmonia e espirito solidétio entre todos os seres Jhumanos em qualquer ponto do planeta, (CURSO DB DIREITO INTERNACIONAL PUBLICO o QUESTOES PROPOSTAS 1. Quem pode ser sucito do Direito internacional Pibtico? €Stacos, 69. ! 2. Qual a sujito por exceléacia do Direito Internacional Pablico?” Por qué? Clabes 5. Os Esados membns de uma foferagdo podem ser suet do Di- reito Internacional Pablico’ Explique. 5-7 - 4.Como sujeito do Diteito Internacional, as organizagGes internscio nais crescem em importincia. Posicione-se acerca dessa assertiva, 5. Por que a Santa Sécaracteriza-se como um sujeito sui generis do Direito Intemacional Pablico? 6. Fale sobre a relevincia do trabalho desenvolvido pelo Comité Internacional da Cruz Veeha no ambito da sociedade internacional. 7.Indique as distingSes entre os beligerantes o os insurgentes. 8. Os palestinos, congregados na Organizago para a Libertagto da Palestina, podem ser consicerados beligerantes ou insurgentes? Por qué? 9. Disoerte sobre oindividuo enquanto sujeito do Direito Intemacional. GAYA COPIA! ENcaoemacoes

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