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Universidade de Brası́lia

Faculdade de Tecnologia
Mecânica dos Fluidos 2

Estudo Dirigido 7

Lucas Costa Arslanian - 18/0022482


Brası́lia - DF
11 de novembro de 2021
Estudo Dirigido 7
Sabendo que a equação de Cauchy que rege o movimento de um meio contı́nuo é dada
por:
Du
ρ = ∇ · σ + ρg
Dt
em que ρ é a massa especı́fica do fluido, u é o vetor velocidade, σ é o tensor de tensões,
t é o tempo e g é a aceleração gravitacional. Para um fluido magnético incompressı́vel,
tem-se que:
σ = −(p + pm )I + µ ∇u + (∇u)T + B ⊗ H
 

em que:
µ0 H · H
pm =
2
é a pressão magnética, p é a pressão termodinâmica, I é o tensor identidade, µ é a
viscosidade dinâmica do fluido, µ0 é a permeabilidade magnética do vácuo, H é o campo
magnético aplicado no material e, finalmente, B é o campo induzido dado por:

B = µ0 (M + H)

em que M é a magnetização do meio. Na ausência de cargas elétricas, isto é, no limite


magnetostático, as principais equações de Maxwell responsáveis por modelar o comporta-
mento dos campos B e H são dadas por:

∇·B=0

e
∇×H =0

Com base nas informações fornecidas, mostre que a equação que rege o movimento de
um fluido magnético incompressı́vel é dada por:

Du
ρ = −∇p + µ∇2 u + µ0 [(M · ∇)H + ∇ × (M × H)] + ρg
Dt

1
1 VERIFICAÇÃO

1 Verificação
Deve-se verificar que:

∇ · σ = −∇p + µ∇2 u + µ0 [(M · ∇)H + ∇ × (M × H)]

Reescrevendo o tensor de tensões com a expressão expandida da pressão magnética:

σ = −(p + pm )I + µ ∇u + (∇u)T + B ⊗ H
 
 
µ0 H · H
I + µ ∇u + (∇u)T + B ⊗ H
 
=− p+
2

Assim, calculando o divergente do tensor de tensões:


   
µ0 H · H  T

∇·σ =∇· − p+ I + µ ∇u + (∇u) + B ⊗ H
2
 
µ0 H · H
= ∇ · (−pI) + ∇ · − I + ∇ · µ∇u + ∇ · µ(∇u)T + ∇ · B ⊗ H
| {z } 2 | {z } | {z } | {z }
I | {z } III IV V
II

Analisando o termo I:

∇ · (−pI) = [∇ · (−pI)]i

= [−pI]ij
∂xj

=− pδij
∂xj
∂p
= −δij
∂xj
∂p
=−
∂xi
= −∇p

Analisando o termo II:


    
µ0 H · H µ0 H · H
∇· − I = ∇· − I
2 2 k
µ0 ∂
=− Hi Hi δjk
2 ∂xj
µ0 ∂
=− Hi Hi
2 ∂xk
1
= µ0 (−) ∇(H 2 ) = µ0 [−(H · ∇)H − H × (∇ × H)]
2
= µ0 [−(H · ∇)H]

considerou-se que µ0 é constante e utilizou-se a identidade vetorial da questão 15f da lista


1 e, da equação de Maxwell: ∇ × H = 0 .

2
1 VERIFICAÇÃO

Analisando o termo III:

∇ · µ∇u = [∇ · µ∇u]i
∂ ∂ui

∂xj ∂xj
∂ 2 ui
=µ 2
∂xj
= µ∇2 u

considerou-se que µ é constante.


Analisando o termo IV :

∇ · µ(∇u)T = ∇ · µ(∇u)T i
 

∂ ∂uj

∂xj ∂xi
∂ ∂uj

∂xi ∂xj
= µ∇(∇ · u) = 0

considerou-se que µ é constante e que o fluı́do é incompressı́vel.


Analisando o termo V :

∇ · B ⊗ H = [∇ · B ⊗ H]i

= Bi Hj
∂xj
∂Bi ∂Hj
= Hj + Bi
∂xj ∂xj
∂Bi ∂Hj
= Hj + Bi
∂xj ∂xj
= (H · ∇)B + B(∇ · H)
 
 
= µ0 (H · ∇)M + (H · ∇)H + M (∇ · H) + H(∇ · H)
 | {z }
i

considerou-se que µ é constante e que o fluı́do é incompressı́vel.


Do enunciado e da equação de Maxwell: ∇ · B = 0 , tem-se:

∇ · B = µ0 ∇ · (M + H)

=∇·M +∇·H =0

Logo, o termo i pode ser reescrito como:

H(∇ · H) = −H(∇ · M )

3
1 VERIFICAÇÃO

Assim, substituindo o termo i no termo V :

µ0 {(H · ∇)M + (H · ∇)H + M (∇ · H) + H(∇ · H)} =

µ0 {(H · ∇)M + (H · ∇)H + M (∇ · H) − H(∇ · M )} =

= µ0 [∇ × (M × H) + (M · ∇)H + (H · ∇)H]

para chegar nesse resultado, utilizou-se a identidade vetorial 15j da lista 1.


Dessa forma, substituindo os termos I, II, III, IV e V no divergente to tensor de
tensões:
   
µ0 H · H  T

∇·σ =∇· − p+ I + µ ∇u + (∇u) + B ⊗ H
2
= −∇p − µ0 [(H · ∇)H] + µ∇2 u + µ0 [∇ × (M × H) + (M · ∇)H + (H · ∇)H]

= −∇p + µ∇2 u + µ0 [∇ × (M × H) + (M · ∇)H + (H · ∇)H − (H · ∇)H]

= −∇p + µ∇2 u + µ0 [∇ × (M × H) + (M · ∇)H]

Finalmente, substituindo na equação de Cauchy:


Du
ρ = ∇ · σ + ρg
Dt
= −∇p + µ∇2 u + µ0 [(M · ∇)H + ∇ × (M × H)] + ρg

4
1 VERIFICAÇÃO

Referências
[1] Slides de aula e listas de exercı́cios do Prof. André Von Borries Lopes - 2020/2.

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