TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 044.

301/2021-9

GRUPO I – CLASSE VII – Plenário

TC 044.301/2021-9
Natureza(s): Administrativo
Órgão/Entidade: não há
Representação legal: não há

SUMÁRIO: ADMINISTRATIVO. PROJETO DE RESOLUÇÃO.

REQUISITOS PARA A POSSE NO CARGO DE MINISTRO DO
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. REGULAMENTAÇÃO.
URGÊNCIA. DISPENSA DE PRAZO PARA APRESENTAÇÃO
DE EMENDAS E SUGESTÕES, A TEOR DO ART. 84 DO
RITCU. APROVAÇÃO.

RELATÓRIO

Cuida o presente processo de Projeto de Resolução com vistas à instituição de regras e

procedimentos para a apreciação dos requisitos constitucionais, imprescindíveis para a posse no cargo
de Ministro do Tribunal de Contas da União.
O art. 73, §1º, da Constituição Federal estabelece, como requisitos essenciais, necessários
para a posse no cargo de Ministro desta Corte, dentre outros, a idoneidade moral e a reputação ilibada.
A verificação do atendimento a esses requisitos compete, exclusivamente, à autoridade
incumbida de dar a posse, sem o que não poderá haver investidura vitalícia no cargo de Ministro do
Tribunal de Contas da União.
O objetivo da proposta é assegurar a concretude dessas disposições, por meio da adoção de
critérios objetivos, conferindo segurança e previsibilidade para o desempenho desse mister.
É o breve relatório.

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VOTO

Trata o presente processo de Projeto de Resolução com vistas à instituição de regras e

procedimentos para a apreciação dos requisitos constitucionais, imprescindíveis para a posse no cargo
de Ministro do Tribunal de Contas da União.
O ato normativo que vier a ser aprovado suprirá uma longeva lacuna de regulamentação
acerca dos procedimentos e critérios adequados para a verificação da idoneidade moral e da reputação
ilibada de eventual indicado ao cargo vitalício de membro desta Corte.
Registro a urgência na apreciação do tema, na medida em que poderá haver vacância de
cargo ainda durante o recesso desta Casa, sendo deveras oportuno o estabelecimento prévio das
disposições ora propostas.
Destaco que a aprovação de projeto de ato normativo como este se insere no exercício pelo
TCU do regular poder de disciplinar o seu funcionamento interno, tal como previsto no art. 73 c/c o
art. 96, inciso I, da Constituição Federal.
Como é cediço, a verificação do atendimento aos requisitos constitucionais compete,
exclusivamente, à autoridade incumbida de dar a posse, sem o que não poderá haver investidura
vitalícia no cargo de Ministro do Tribunal de Contas da União.
Para orientar a realização desse mister, o artigo 2º estabelece situações objetivas que, se
verificadas, obstam a posse do indicado, uma vez que são incompatíveis com os requisitos exigidos
pela Carta Magna.
Importante destacar que não se confundem os requisitos constitucionais da reputação
ilibada e da idoneidade moral com a norma prevista no art. 5º, inciso LVII, da Constituição Federal,
segundo a qual ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória.
Com essas considerações, submeto à aprovação deste Plenário, o Projeto de Resolução que
segue em anexo ao acórdão a ser proferido.

TCU, Sala das Sessões, em 1 de dezembro de 2021.

WALTON ALENCAR RODRIGUES

Relator

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ACÓRDÃO Nº 2891/2021 – TCU – Plenário

1. Processo nº TC 044.301/2021-9.
2. Grupo I – Classe de Assunto: VII - Administrativo
3. Interessados/Responsáveis: não há.
4. Órgão/Entidade: não há.
5. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues.
6. Representante do Ministério Público: não atuou.
7. Unidade Técnica: não há.
8. Representação legal: não há

9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de processo administrativo que tem por objeto
Projeto de Resolução com vistas à instituição de regras e procedimentos para a apreciação dos
requisitos constitucionais, imprescindíveis para a posse no cargo de Ministro do Tribunal de Contas da
União;
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão do
Plenário, diante das razões expostas pelo Relator, em:
9.1. aprovar a Resolução em anexo;
9.2. arquivar os presentes autos.

10. Ata n° 47/2021 – Plenário.

11. Data da Sessão: 1/12/2021 – Telepresencial.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-2891-47/21-P.
13. Especificação do quórum:
13.1. Ministros presentes: Ana Arraes (Presidente), Walton Alencar Rodrigues (Relator), Benjamin
Zymler, Aroldo Cedraz, Raimundo Carreiro, Bruno Dantas, Vital do Rêgo e Jorge Oliveira.
13.2. Ministros-Substitutos presentes: Augusto Sherman Cavalcanti, Marcos Bemquerer Costa, André
Luís de Carvalho e Weder de Oliveira.

(Assinado Eletronicamente) (Assinado Eletronicamente)

ANA ARRAES WALTON ALENCAR RODRIGUES
Presidente Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente)
CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA
Procuradora-Geral

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RESOLUÇÃO - TCU Nº 334, DE 1º DE DEZEMBRO DE 2021.

Dispõe sobre a instituição de regras e procedimentos

para a apreciação dos requisitos constitucionais,
imprescindíveis para a posse no cargo de Ministro
do Tribunal de Contas da União.

O TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, no uso das atribuições que lhe conferem os

arts. 73 e 96 da Constituição Federal e o art. 3º da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, para expedir
atos e instruções normativas sobre matéria de suas exclusivas atribuições;
considerando a competência do presidente do Tribunal de Contas da União para dar posse,
em sessão plenária, às autoridades investidas no cargo de Ministro e a necessidade de verificar-lhes o
prévio adimplemento dos requisitos constitucionais;
considerando que o art. 73, §1º, da Constituição Federal estabelece, como requisitos
essenciais, necessários para a posse no cargo de Ministro, dentre outros, a idoneidade moral e a
reputação ilibada;
considerando que compete, exclusivamente, à autoridade incumbida de dar a posse a
confirmação da presença dos requisitos necessários à investidura vitalícia no cargo de Ministro do
Tribunal de Contas da União;
considerando que não se confundem os requisitos constitucionais da reputação ilibada e da
idoneidade moral com a norma prevista no art. 5º, inciso LVII, da Constituição Federal, segundo a
qual ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; e
considerando que a presunção de inocência não retira a força normativa de todos os demais
requisitos constitucionais, a exemplo da reputação ilibada e idoneidade moral;

RESOLVE:

Art. 1º Incontinente ao ato de nomeação pelo Presidente da República de Ministro do

Tribunal de Contas da União, será aferida, pelo Plenário do Tribunal, em sessão administrativa
reservada, a existência dos requisitos constitucionais da idoneidade moral e reputação ilibada
indispensáveis à posse.
Parágrafo único. Incumbe à Secretaria do Tribunal prestar todas as informações requeridas
pelo Presidente e pelos Ministros do Tribunal de Contas da União, no prazo por eles assinado.
Art. 2° Não se dará posse ao nomeado que não atenda aos requisitos constitucionais da
idoneidade moral e da reputação ilibada, a partir do enquadramento objetivo em qualquer das seguintes
situações:
I - ter recebida contra si ação penal por crime doloso contra a Administração Pública ou
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qualquer dos demais tipificados na alínea “e” do inciso I do art. 1º da Lei Complementar 64, de 18 de
maio de 1990, com as alterações da Lei Complementar 135, de 4 de junho de 2020;
II – ser réu em ação de improbidade administrativa que já tenha ultrapassado a fase
processual da decisão saneadora do art. 17, § 10-C da Lei n. 8.429, de 1992.
III – ter incorrido em qualquer das hipóteses das alíneas “f” e “h” a “q” do art. 1º, inciso I,
da Lei Complementar 64, de 18 de maio de 1990, com as alterações da Lei Complementar 135, de 4 de
junho de 2020;
IV - ter contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por
irregularidade insanável, por decisão colegiada do órgão de controle externo competente, ainda que
presente a hipótese descrita no § 4º-A do art. 1º da Lei Complementar 64, de 18 de maio de 1990,
incluída pela Lei Complementar 184, de 29 de setembro de 2021;
V – ter contra si sentença judicial ou acórdão de tribunal, com trânsito em julgado ou não,
nas hipóteses dos incisos I, II ou III deste artigo.
VI – ter sido sancionado:
a) com a multa prevista no art. 58 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992;
b) com a inabilitação para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança, nos
termos do art. 60 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992;
VII – ter sido afastado cautelarmente de suas funções, com fundamento no art. 44 da Lei
8.443, de 16 de julho de 1992.
Parágrafo único. Incide nas hipóteses indicadas nos incisos V e VI deste artigo o nomeado
que tenha recebido sanção equivalente, imposta por tribunal de contas estadual ou de municípios.
Art. 3º Fica o Presidente do Tribunal de Contas da União autorizado a expedir os atos
necessários ao atendimento desta Resolução e a dirimir os casos omissos.
Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação e será encaminhada, para
conhecimento, a todos os Tribunais de Contas dos Estados e dos Municípios.

TCU, Sala das Sessões, em 1º de dezembro de 2021.

ANA ARRAES
Presidente

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